Ação Anulatória de Débito Fiscal (com Tutela Provisória Antecipada de Urgência) Quesito avaliado Faixa de Valores

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1 Peça Profissional José recebeu uma cobrança de contribuição de melhoria pelo município de Cabrobó, onde é proprietário de um apartamento. A Fazenda do Município alega que fora realizada obra pública de recapeamento asfáltico em alguns bairros da cidade, dentre os quais, o bairro no qual se encontra o imóvel de José. E, em decorrência das obras, houve valorização do imóvel, razão pela qual se revela legítima a cobrança da contribuição de melhoria prevista no Decreto Municipal. Inconformado com a cobrança, José o contrata para adotar a medida judicial ordinária capaz de impugnar a cobrança, evitando que o mesmo seja executado. (Valor: 5,00) Ação Anulatória de Débito Fiscal (com Tutela Provisória Antecipada de Urgência) Quesito avaliado Faixa de Média 01. Endereçamento ao Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Cabrobó (0,25) 02. Qualificação das partes: Sujeito Ativo José (0,10) e Sujeito Passivo Município de Cabrobó (0,10) 03. Fundamentação Legal: Art. 38 da Lei 6.830/80 (0,10) 300 (0,10) e 319 0,25 0,2 0,3 (0,10), ambos do CPC/ Justificativa do cabimento: Art. 38 da Lei 6.830/80 do CPC/15 (0,10) - anular um débito consubstanciado em determinado lançamento tributário (0,20). Desnecessidade de prévio depósito (0,10) - Súmula Vinculante nº 28 do STF (0,10) e utilização de medida ordinária (0,10). 05. Teses = Afronta ao princípio da Legalidade (0,20), nos termos do art. 0,6 1,25 150, I, da CF/88 (0,10), pois houve instituição de uma Contribuição de Melhoria por Decreto, sendo que o mecanismo correto é a Lei (0,20). Ademais, deve-se alegar a inobservância aos requisitos dos artigos 81 (0,15) e 82 do CTN (0,10), uma vez que o recapeamento asfáltico não implica na valorização dos imóveis, já que apenas devolve o valor depreciado pela utilização das vias públicas (0,50), sendo descabida a cobrança de contribuição de melhoria.

2 06. Abertura do item - Tutela Provisória Antecipada de Urgência (0,10), nos termos do art. 300 CPC/2015 (0,10), diante da existência dos ele- mentos que evidenciam a probabilidade do direito (0,05) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (0,05). Ao final, requerer a suspensão da exigibilidade do crédito tributário (0,15), nos termos do art. 151, V, do CTN, como escopo da concessão da tutela de urgência. (0,15) 07. Concessão da tutela provisória antecipada de urgência, nos termos do 0,6 0,2 art. 300 do CPC/2015 (0,10), com o fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, uma vez presente os requisitos que lhe dão ensejo, conforme art. 151, V, do CTN. (0,10) 08. Julgamento procedente do pedido para anular o lançamento tributá- rio 0,6 (0,10), posto que há violação ao princípio da legalidade (0,10), nos termos do art. 150, I, da CF (0,10), já que a instituição da Contribuição de Melhoria se deu por decreto, e não lei. Ademais, o recapeamento asfáltico não configura obra pública de melhoria (0,10), nos termos dos arts. 81 (0,10) e 82 (0,10), ambos do CTN sendo descabida a referida contribuição. 09. Citação do ente público, na pessoa do seu representante legal, para 0,1 apresentar defesa. 10. Condenação da Ré ao pagamento de custas e honorários advocatíci- os 0,2 (0,10), nos termos do art. 85, parágrafo 3º, do CPC (0,10) 11. Pedido de provas (0,10) - art. 319, VI, do CPC (0,10). 0,2 12. Desinteresse na Audiência de Conciliação e Mediação (0,20) - art. 319, VII, CPC (0,10) OU Impossibilidade de Conciliação (Autocomposi- ção) (0,20) - art. 334, parágrafo 4º, II, do CPC (0,10) 0,3 13. Valor da causa 0,1 14. Fechamento da peça: Termos em que, pede deferimento. Local, data. Nome do Advogado e OAB /UF 0,1

3 Questão 01 O Sindicato dos Fazendeiros Rurais de determinada cidade entrou com ação na Vara de Fazenda Pública, impugnando a cobrança de IPTU sobre imóveis de sua propriedade situados na área urbana, alegando e comprovando que os valores recebidos a título de aluguel estavam sendo utilizados nas suas atividades essenciais. O Município, em sua defesa, alegou que os Sindicatos devem sustentar suas atividades com a contribuição sindical recebida e também que a própria cobrança de aluguel já evidenciaria a hipótese de restrição de benefício fiscal. Da análise do caso, questiona-se: A) O sindicato pode se valer de algum benefício constitucional para não realizar o pagamento do IPTU? (Valor: 0,65) B) De acordo com o entendimento firmado nos Tribunais Superiores, o Município está correto ao afirmar que a própria cobrança do aluguel já retiraria o benefício fiscal? (Valor: 0,60) A) Não. Para o caso em tela, não se aplica a Imunidade Condicional (Subjetiva) (0,25), prevista no Artigo 150, VI, c da CF (0,10). Isso porque a imunidade abrange apenas os sindicatos dos trabalhadores, não sendo extensiva ao sindicato patronal, neste caso, dos Fazendeiros (0,30). B) Não. Deve-se utilizar o conteúdo da Súmula Vinculante nº 52 do STF (0,10), in verbis: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas (0,50). 0,65 0,60

4 Questão 02 Determinado Estabelecimento Comercial, situado no Estado de São Paulo, realizou duas operações de saída econômica de mercadoria: uma para outro Estabelecimento sediado no Espírito Santo e, outra, para uma Filial. Discriminou-se nas Notas de Saída desconto de 10% para ambas operações. Diante da situação, responda: A) Esse desconto integrará a base de cálculo do ICMS? (Valor: 0,60) B) A cobrança do ICMS é constitucional?? (Valor: 0,65) A) Caso o desconto seja concedido de maneira incondicionada, o valor do desconto não integrará a base de cálculo do ICMS, conforme a Súmula 457 do STJ (0,10) os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS (0,50). B) Na operação em análise, não há que se falar em circulação da mercadoria com intuito mercantil (fato gerador do ICMS) (0,35), pois, nos termos da Súmula 166 do STJ (0,10): Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte (0,30). 0,60 0,65 Questão 03 O Posto de Gasolina X, durante três meses, aplicou, no valor do litro de combustível, o ICMS em duplicidade, gerando elevação no preço ao consumidor final. Um dos clientes, indignado ao descobrir o erro do Posto de Gasolina X, decidiu ajuizar Ação de Repetição de Indébito Fiscal em face do Estado de SP alegando o pagamento do tributo (ICMS) de maneira indevida. Pergunta-se: A) O consumidor final é parte legítima para a propositura da ação? (Valor: 0,45) 4 de 6

5 B) O Posto de Gasolina X pode pleitear a restituição do tributo? (Valor:0,80) A) Não agiu corretamente o consumidor final, pois, neste caso, não tem legitimidade para pleitear o creditamento do ICMS, uma vez que é contribuinte de fato (0,25) e não de direito, já que apenas suporta um encargo financeiro (0,20). B) O Posto de Gasolina X pode pleitear a restituição do tributo, por meio de repetição de indébito fiscal por ser, no presente caso, contribuinte de direito (0,20), o qual pratica o fato gerador do tributo, isto é, o descrito na norma tributária (0,20). Tal entendimento se consubstancia nos ditames da Súmula 546 do STF (0,10): Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo (0,30). 0,40 0,80 Questão 04 Diante da crise financeira em que se encontra o país e, para evitar a demissão de seus funcionários, Marinho, proprietário de uma indústria de peças automotivas, declarou à Receita Federal o IRPJ devido a menor. Após fiscalização na empresa, a Receita constatou que o valor declarado pela empresa foi inferior ao devido, lavrando auto de infração referente a diferença do valor declarado e o valor devido, impondo-lhe multa em percentual de 150%. Ato contínuo, apreendeu parte das mercadorias para salvaguardar o montante do auto de infração imposto, como forma de solução imediata. Diante do caso apresentado, responda: 5 de 6

6 A) A multa imposta é constitucional? (Valor: 0,50) B) A apreensão de mercadorias realizada pelo Fisco está correta? (Valor: 0,75) A) Não. Há ferimento ao princípio da vedação ao confisco (0,10), prevista no artigo 150, IV, da CF (0,10), que, segundo entendimento do STF, é extensivo às multas. Princípios corolários como Proporcionalidade e Razoabilidade devem ser levados em conta para aplicação de penalidades (0,10). Portanto, multas iguais ou superiores a 100% do montante do débito têm natureza confiscatória (0,20). B) Não está correta a apreensão, uma vez que revestida de caráter meramente sancionatória (0,25) (ato ilícito), o que é vedado pelo art. 3º do CTN (0,10). Reforçando tal entendimento, temos a edição da Súmula 323 do STF (0,10): É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos (0,30) 0,50 0,75 6 de 6