Semiótica do risível no Auto da Compadecida: Uma análise do não sei, só sei que foi assim 1

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1 Semiótica do risível no Auto da Compadecida: Uma análise do não sei, só sei que foi assim 1 Allane MARREIRO 2 Diego CAVALCANTE 3 UNIFANOR WYDEN, Centro Universitário Fanor Wyden, Fortaleza, CE RESUMO: O propósito desse artigo é analisar a singularidade do riso no filme o Auto da Compadecida (versão da minissérie), de forma específica, do personagem Chicó. Para compreender o significado do riso partiremos da abordagem semiótica de Charles Sanders Peirce e do método semiótico do risível proposto por Cavalcante. Partindo desses pressupostos, compreendemos que a singularidade do risível em Chicó é o da mentira. Nesse processo de significação o efeito não é a manipulação do interlocutor, mas antes o riso que deriva do caráter exagerado e criativo na apresentação das histórias que apresentam dissonância inconciliável com a realidade. Palavras-chave: Semiótica; Semiótica do Risível; Humor; Auto da Compadecida; 1. INTRODUÇÃO O humor se manifesta de diferentes formas buscando sempre provocar o riso. Mas o que gera esse riso? Se uma pessoa não conhecer o contexto do que está sendo narrado, ela vai ser atingida por aquilo? O riso pode ser gerado através das coisas mais banais, ele só depende que o receptor esteja aberto para perceber o que está sendo dito pelo emissor, que nesse caso pode ser uma pessoa, um livro, uma obra audiovisual, ou simplesmente as coisas que estão acontecendo ao seu redor. Vários pensadores desde os mais antigos, como Platão, até os considerados contemporâneos, como Joubert, já refletiam sobre o que gera o riso e chegaram à conclusão de que ele está ligado aos sentimentos e a forma como eles nos afetam: 1 Trabalho apresentado na IJ Jornalismo do XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, realizado de 5 a 7 de julho de Graduanda do curso de Comunicação Social Jornalismo, UNIFANOR WYDEN Campus Dunas, allane.usui@gmail.com 3 Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Professor da DeVry Fanor e orientador desse artigo, diego.cavalcante@fanor.edu.br 1

2 Remeter o riso a uma afecção da alma não é propriamente novo na história do pensamento sobre o riso. Já Platão definia o estado de alma suscitado pelas comédias como uma afecção mista, feita de uma mistura de dor e prazer (cf. Philèbe, 48a-ss). No mesmo sentido, foi no contexto de discussão das paixões a serem suscitadas no ouvinte que o riso e principalmente aquilo que faz rir surgiram como objetos no campo da retórica antiga (cf. especialmente Cícero, Del'orateur, II, 216-ss, e Quintiliano, Institutionoratoire, VI, 3). A novidade de Joubert não está propriamente no fato de relacionar a causa do riso a uma paixão ou afecção da alma, e sim no modo como dá conta dessa paixão, dissecando o processo de formação do riso desde a matéria risível até os mínimos detalhes da agitação do corpo - processo cuja precisão depende de longas incursões no terreno das faculdades da alma, especialmente no que diz respeito à relação entre o cérebro e o coração. (ALBERTI, 1995, pág.5) A palavra humor em si é vista como um estado de espírito em que um indivíduo se encontra, mas para muitos constitui uma categoria cômica que transforma o significado do mundo a partir da distorção da realidade encontrada no cotidiano. De acordo com Urbano Zilles (2003, pág.84), o humor parte de uma abertura da pessoa em relação às coisas sensíveis, de uma entrega ao claro-escuro dos sentimentos, de uma percepção perspicaz da ambiguidade da existência. Exige distanciamento e reações imediatas. Descobrir as causas do riso pode ser uma tarefa bastante difícil se levarmos em conta que os indivíduos passam por experiências diferentes ao longo da vida e que tem um repertório de conhecimento distintos entre si. Dentro da perspectiva da Semiótica Peirceana, esse repertório simboliza os signos que adquirimos desde a infância, e a partir deles as coisas ganham significado e são suscetíveis as mais diversas interpretações de acordo com os signos identificados pelo interpretante. Então do ponto de vista semiótico como o riso é gerado? A semiótica traz através dos signos uma representação do real, na semiótica do humor, proposta por Diego Cavalcante, ela busca na relação dos signos com o objeto, o rompimento da lógica da realidade. Situações inesperadas e que surpreendem faz com que haja uma quebra da seriedade e essa interpretação do inesperado é o que faz nascer o riso no interpretante que no caso é quem recebe a situação cômica. 2

3 Para Diego (no prelo, p..2), [...] se semiótica investiga a lógica de representação da realidade e se assumimos que o humor promove a subversão, fuga da seriedade-realidade, então, a semiótica do humor seria a investigação lógica da subversão da lógica de representação da realidade. Dito isso, esse artigo tem como intuito fazer uma análise do humor do filme O Auto da Compadecida (versão da minissérie) que foi baseado na peça de teatro de Ariano Suassuna e o primeiro filme feito inteiramente pela Globo Filmes. Inicialmente foi exibido como uma minissérie de quatro capítulos e fez tanto sucesso que foi adaptado para uma versão de cinema com 100 minutos a menos que o tempo da minissérie, levando mais de 2 milhões de telespectadores aos cinemas mesmo tendo sido exibido gratuitamente na TV aberta. Ele traz o drama vivido pelos nordestinos que são representados pelos personagens João Grilo (Matheus Natchergaele) e Chicó (Selton Mello) que acuados pela seca e pela fome lutam constantemente contra a pobreza e a miséria. O filme retrata bem o sertanejo nordestino que vive submetido a opressão dos coronéis donos de terra e das famílias ricas da cidade e que para sobreviver se apega a religiosidade representada principalmente na figura de Nossa Senhora. Através dos conceitos da semiótica, de Chales Peirce, e do estudo de semiótica do humor, de Diego Cavalcante, focando no personagem Chicó, esse trabalho tem como objetivo entender como o riso é gerado a partir das características (signos) visuais e verbais desse personagem quando o mesmo começa a contar histórias bastante peculiares das supostas aventuras que ele viveu. 2. SEMIÓTICA PEIRCEANA E SEMIÓTICA DO HUMOR A semiótica é a ciência dos signos, ela investiga as linguagens e processos comunicativos tirando significados da natureza e da cultura. A semiótica Peirceana tem como base a fenomenologia que é uma quase ciência que descreve os fenômenos. O fenômeno, por sua vez, é todo e qualquer tipo de coisa que aparece em nossa mente. Pensando nisso, pode-se concluir que de certa forma, o processo de semiose pega algo abstrato e cria um 3

4 olhar mais sensível e crítico em cima dessa coisa usando elementos trazidos pelo signo para a construção de um pensamento lógico que pode ser guiado pelos valores e as condutas de um indivíduo. O conceito de signo, de acordo com Peirce, é uma coisa que representa outra coisa que produz um efeito interpretativo para alguém. Está muito ligado as referências que cada pessoa adquire durante a vida. São essas referências que dão significado na construção de novos repertórios quando um indivíduo se depara com algo que estava desconexo do seu campo de possibilidades. [...]um homem pegou a idéia de um outro homem; em que, quando um homem relembra o que estava pensando anteriormente, relembra a mesma idéia, e em que, quando um homem continua a pensar alguma coisa, digamos por um décimo de segundo, na medida em que o pensamento continua conforme consigo mesmo durante esse tempo, isto é, a ter um conteúdo similar, é a mesma idéia e não, em cada instante desse intervalo, uma nova idéia. (PEIRCE, 2000, pág. 46) Um signo pode equivaler a si mesmo ou pode ser um signo que representa outro signo. A coisa representada por esse signo é denominada objeto e a significação criada na mente do receptor é designada como interpretante. Esses três elementos juntos são considerados a triádica do signo que pode ser melhor entendida do trecho a seguir: Isso assim se dá porque, na definição de Peirce, o signo tem uma natureza triádica, quer dizer, ele pode ser analisado: em si mesmo, nas suas propriedades internas, ou seja, no seu poder para significar; na sua referência àquilo que ele indica, se refere ou representa; e nos tipos de efeitos que está apto a produzir nos seus receptores, isto é, nos tipos de interpretação que ele tem o potencial de despertar nos seus usuários. Desse modo, a teoria semiótica nos permite penetrar no próprio movimento interno das mensagens, no modo como elas são engendradas, nos procedimentos e recursos nelas utilizados. (SANTAELLA, 2005, pág. 5) A semiótica está preocupada com o desenvolvimento da significação, então para que haja o processo de semiose é necessário entender o signo como um todo que é analisado a partir do fundamento do signo ou representâmen, do objeto, e do interpretante. Cada parte dessa tríade tem subdivisões que ajudam no estudo e na compreensão das relações sígnicas através de modos universais de descrever tudo o que vem à mente. O signo em 4

5 si ou representâmen se divide em quali-signos, sin-signos e legi-signos. O signo em relação ao objeto se divide em ícone, índice e símbolo. E o interpretante se divide em rema, dicente e argumento. Os signos também são divididos em três categorias fenomenológicas que dão fundamento à semiótica: a primeiridade que retrata aspectos que qualificam os signos, a primeira impressão dele; a secundidade que confirma a existência do signo, é um registro do sentimento da sua experiência com o signo; e a terceiridade que é a capacidade de interpretar, é a conexão das qualidades (primeiridade) com o fato da existência (secundidade). Para MEDEIROS (pág.3), a primeiridade é sempre a percepção, algo abstrato, rápido, secundidade a representação/função e terceiridade o pensamento completo, dando todo o contexto do signo. Os aspectos que estão ligados a primeiridade sempre vão estar relacionada as coisas que expõe e aguçam os sentidos para as qualidades visuais do signo, na secundidade são relacionados as ações e reações e na terceiridade aos hábitos e leis. Esses aspectos coexistem mas tem características específicas com podemos ver na tabela a seguir: Tabela 1 Categorias do signo Categorias do signo Primeiridade Secundidade Signo em si ou Representâmen Quali-signo: qualidades dos fenômenos que envolvem o signo como cores, textura, formas, etc; Sin-signo: aspectos que particularizam o signo, características existenciais que o tornam único dentro do universo em que ele se manifesta; Objeto Ícone: tem uma relação de semelhança/sugestão com o objeto representado podendo substituilo; Índice: o signo tem uma conexão direta com o objeto, de maneira que o signo faz uma indicação do referente apontando para ele. (Ex: a fumaça é um signo que indica fogo); Interpretante Rema: signo que para o seu interpretante dá uma possibilidade qualitativa. Um tipo de estilo pode ser um rema; Dicente: signo que para o interpretante comprova sua real existência. É uma sugestão que envolve um rema; 5

6 Terceiridade Legi-signo:a manifestação de padrões, regras e convenções no representâmen. A extração de uma característica que ele tem em comum com todos os outros que o coloca dentro de uma classe geral; Símbolo: o signo representa um objeto real através de noções abstratas associadas a uma ideia que é determinada por lei por conveniência coletiva; Argumento:para o interpretante o objeto é representado em seu caráter de signo por uma lei geral que seja reconhecida por todos envolvendo seu dicente; Segundo Cavalcante, na semiótica do humor, a hipótese do riso semiótico parte de três pressupostos: no primeiro o riso é gerado pela quebra da lógica de representação realista; no segundo essa quebra vem da abstração de elementos que representam a realidade; e no terceiro o riso é influenciado por aspectos sociais e culturais que fazem parte da realidade do indivíduo que vai ser o interpretante. Logo, se a semiótica estuda a construção do pensamento lógico e o humor se manifesta a partir da perturbação da razão lógica, a semiótica do humor seria o estudo do rompimento da lógica da realidade. Em outras palavras: A semiótica do humor investiga como o signo (seu fundamento) faz continuar seu objeto dinâmico abstraindo sua seriedade-realidade (relação signo objeto) de modo que possibilite ao seu interpretante uma descarga de riso que deriva da relação entre a realidade-lógica corrompida e seu reconhecimento. (CAVALCANTE, no prelo, pág. 2-3) Apesar de todas as partes do signo coexistirem, pode haver a predominância de uma parte do signo sobre as outras como é no caso da semiótica do humor em que os aspectos da primeira tricotomia é o que atinge diretamente o interpretante. O fundamento do signohumor é formado pelas qualidades de apresentação da piada. Podemos confirmar isso no seguinte trecho: A hipótese é de que a semiose do humor que privilegia o fundamento do signo humorístico é a que causa o riso imediato. Isso porque o riso derivaria da subversão das qualidades sígnicas, ou seja, do que se apresenta, do que é imediato e não da relação do signo com seu objeto dinâmico. Ou seja, não precisa conectar o signo com algo ou extrair a conclusão para rir. A subversão do real é a da própria aparência e não do que ele representa. É importante lembrar: trata-se sempre de predominância. (CAVALCANTE, no prelo, pág. 3) 6

7 Os quali-signos humorísticos trabalham a estética dos signos, sua aparência em si, pegando atributos de qualidades de cor, sons, formas, táteis, sinestésicas, que desarmonizam e deturpam as características da seriedade e da realidade. Os sin-signos humorísticos singularizam as qualidades dos signos-humor que manifestam de forma única sons, gestos, movimentos, entonações. A combinação dessas qualidades com a aparência gera a fuga da seriedade-realidade. Já os legi-signos humorísticos se apoiam em leis, regras ou hábitos que ordenam as aparências, padronizando a forma como o humorista constrói as qualidades dos signos-humor no decorrer da sua apresentação. Por isso, para fazer essa análise foi levado em conta: A análise semiótica do fundamento do signo é caracterizada pela abstração da seriedade-realidade-lógica-ordem dos aspectos explícitos do signo, ou seja, na sua apresentação. Tratar-se-ia de identificar nos casos singulares (sin-signos) como estes indicam uma gradação de regularidade (legi-signos) no modo como determinado comediante associa as qualidades dos signos (quali-signo) para produzir o riso. (CAVALCANTE, no prelo, pág. 4) A análise desse artigo, portanto, vai se utilizar da abordagem semiótica do riso para investigar a singularidade do processo de significação do risível na produção audiovisual o auto da compadecida, através do que é representado no personagem Chicó e a relação disso com suas histórias. 3. A semiose do riso mentiroso: NÃO SEI, SÓ SEI QUE FOI ASSIM Ao longo do filme Chicó conta várias de suas histórias (mentiras) para diversos personagens, por isso, foi separado dois desses casos, em que ele interage com seu amigo, João Grilo, que serão analisados de acordo com o proposto pela semiótica do humor. A primeira história vai de a em que Chicó conta a história de sua caçada as pacas para seu amigo João Grilo: 7

8 Figura 1 Cena da história de Chicó quando ele coloca a mão na boca da espingarda por tiro não sair João Grilo: Cadê? Caçou alguma coisa? Chicó: Quase! João Grilo: Tá aí um bicho gostoso esse quase. A gente quase assa, quase come e quase morre de fome. Chicó: Quase pego pra mais de quinze pacas João. João Grilo: Estou quase lhe pegando na mentira Chicó. Chicó: Oxefulerage! Quando foi que já me viu mentindo? João Grilo: Nunca vi, só ouvi. Chicó: Pois devia tá lá pra ver. João Grilo: A mentira? Chicó: Não homem, as pacas. (Dá uma tragada no cigarro) No canto do riacho de Cosmo Pinto onde as paca atravessa, é tanta paca mais tanta paca que cruza por lá que a trilha delas fica marcada na água. O riacho vem reto e naquele canto dá uma afundada assim oh. João Grilo: Oxe e água é barro pra ficar com o caminho marcado pela passagem dos bichos? 8

9 Chicó: Não sei, só sei que é assim. Eu tava lá tocaiando quando apareceu pra mais de trinta paca. João Grilo: Você tinha falado mais de quinze. Chicó: Oxente homem! Trinta não é mais que quinze não? João Grilo: Tá certo. Eu vou calar minha boca para não espantar suas pacas. Chicó: É melhor mesmo. Pois apontei minha papo amarelo, puxei o gatilho e de repente apareceu na minha frente a égua do major Antônio Morais. Eu pensei: eu vou matar a égua do Major Antônio Morais e ele vai me matar. Tenho que dar um jeito nisso. João Grilo: Que jeito se já tinha puxado o gatilho? Chicó: Tudo isso eu pensei foi ligeiro, mais ligeiro ainda eu tampei a boca da espingarda com a mão pro tiro não sair chega a bicha ficou assim oh (barulho e coisa inchando) quando destampei e soltei a bala as pacas já tinham ganhado mato. João Grilo: Vamos largar suas caçadas Chicó, vamos caçar trabalho. A história que Chicó conta é tão absurda que fica claro que não é verdade. A mentira em si já é uma quebra da lógica realista então temos como objeto a subversão da realidade que é trazida pela mentira. Ele sempre distorce as caraterísticas do real, tanto que João Grilo fica questionando sobre essas coisas que ele fala que diferem da realidade como quando o Chicó conta que é tanta paca passando pelo rio que por onde elas passam a água dá uma afundada. Na construção da mentira, Chicó, cria um mundo fantasioso a partir dos signos que ele pega da situação em que ele está. Nesse momento ele acaba de chegar da caçada sem nada para assar e para tentar reverter a frustação de não ter conseguido nada ele começa a se gabar do motivo de não ter conseguido trazer nada de volta. Pegando esse fato e misturando com as próprias características visuais do personagem que é pobre, medroso que se passa de valente, entra em desespero facilmente, sempre acende um cigarro quando começa a contar suas histórias e dá uma tragada, a fumaça que ele solta do cigarro faz ele viajar na lembrança do que está contando que é a forma como visualmente é mostrado esse mundo que ele cria através da mentira que é uma abstração da realidade em forma de desenhos que lembram xilogravura, traços típicos que ilustram os cordéis nordestinos. 9

10 A partir da quebra da lógica da normalidade dos signos com o objeto. A quebra da verdade é tão exagerada que se torna cômico principalmente pela criatividade na explicação da mentira. A surpresa que traz o rompimento da seriedade vem exatamente da criatividade da construção da mentira. Ele vai aumentando as dimensões da mentira até esgotar qualquer traço de razão e quando não consegue pensar em mais nada ele diz não sei, só sei que foi assim. Mas como o Chicó consegue transformar a mentira em riso? O conhecimento que o emissor (personagem) e o receptor (quem está assistindo o filme) compartilham é uma peça chave para a formação do humor. Como dito anteriormente, Chicó é medroso e sem atitude, então, quando ele produz signos (fundamento) que apresenta grandes feitos, como o da caçada das pacas, o fundamento do signo (que o apresenta) entra em colapso com o conhecimento colateral sobre Chicó (medroso, frouxo). A mentira produz uma dissonância entre o signo e seu objeto. Por isso, a mentira se torna engraçada quando o conhecimento colateral denuncia e torna explícito, o caráter desarmônico entre signo e seu objeto, ou seja, todos sabem que Chicó não é capaz de protagonizar feitos tão corajosos e aventureiros como os que ele narra em suas histórias. A relação entre o conhecimento da personalidade do Chicó e o signo quebra os esquemas normativos de representação. O riso se dá pela quebra entre o fundamento do signo, representados pelas atitudes triunfantes de Chicó, e quem ele realmente é na vida real. O conhecimento prévio e a apresentação do signo são que geram o humor. A criatividade à serviço da mentira destaca a relação entre fundamento, objeto e conhecimento colateral, causando a produção de surpresa. A mentira tem um efeito negativo quando engana, no entanto, o risível tira o peso da mentira pela quebra da normalidade da situação de mentira. Quando o personagem mente, ele usa artifícios para parecer real. No caso da mentira risível, ela se aumenta tanto que denuncia, por si só, que se trata de um fato fictício, logo, fica impossível enganar alguém. E o fato de não enganar aliado ao exagero leva ao riso. 10

11 A segunda históriavai de a quando Chicó conta para João Grilo sobre seu cavalo bento: Figura 2 Cena da história de Chicó quando ele estava montado em seu cavalo bento João Grilo: Bispo tá pra chegar, eu tenho certeza que o padre João não vai querer benzer a cachorra. Chicó: E não vai benzer por quê? O que tem demais? Eu mesmo já tive um cavalo bento. João Grilo: Que isso Chicó? Já estou ficando por aqui com suas histórias. É sempre alguma coisa toda esquisita e quando se pede uma explicação vem sempre com: num sei só sei que foi assim. Chicó: Mas eu tive mesmo um cavalo meu filho, o quê que eu vou fazer? Vou mentir e dizer que não tive? João Grilo: Você vive com essas histórias e depois reclama que o povo diz que você é sem confiança. Chicó: Eu? Sem confiança? Antônio Martinho tá aí pra provar o que eu digo. João Grilo: Êh! Antônio Martinho! Faz três anos que ele morreu. Chicó: Mas era vivo quando eu tinha o bicho. 11

12 João Grilo: Quando você teve o bicho? E foi você que pariu o cavalo, Chicó? Chicó: Eu não, mas do jeito que as coisas vão eu não me admiro mais de nada. Mês passado uma mulher teve um lá para serras do Araripe lá pros lados do Ceará. João Grilo: Isso é coisa de seca, acaba nisso essa fome, ninguém pode ter menino e haja cavalo no mundo. Comida é mais barata e coisa que se pode vender. Mas seu cavalo bento como foi? Chicó: Cavalo como aquele nunca tinha visto (dá uma tragada no cigarro) uma vez corremos atrás de uma garrota das 6h da manhã até as 6h da tarde sem parar nenhum momento. Fui derrubar o boi já de noitinha. João Grilo: O boi? E não era uma garota? Chicó: Era uma garrota e um boi. João Grilo: E você corria atrás dos dois juntos assim de uma vez? Chicó: Corria! É proibido? João Grilo: Não, mas eu me admiro deles correrem tanto tempo juntos sem se apartarem. Com foi isso? Chicó: Não sei, só sei que foi assim. 17h montado e o cavalo ali comigo sem reclamar nada. João Grilo: Eu me admirava era se ele reclamasse. Chicó: Comecei a correr na ribeira do Taperoá na Paraiba, pois bem, quando dei fé já estava em Sergipe. João Grilo: Sergipe? E o rio São Francisco, Chicó? Chicó: Eita, lá vem você com sua mania de perguntas. João Grilo: Claro! Tenho que saber. Como foi que você passou? Chicó: Eu não lhe disse que o cavalo era bento? Por isso que não me admiro mais de nada. Cachorro bento, cavalo bento, isso tudo eu já vi. João Grilo: É, mas não vai ser com as suas lorotas que vamos convencer o padre João. Nesse caso é interessante perceber como eles pegam aspectos sociais e culturais que fazem parte da realidade do sertanejo que é pobre e passa por dificuldades por conta da seca usando isso para fazer uma crítica enquanto Chicó em meio disso, insere sua história. Ele inventa uma mentira para concertar outra mentira até não conseguir criar mais nada e altera seu tom de voz demonstrando irritação e indignação com seu amigo por questionar o que ele está dizendo. 12

13 Como o signo é toda a construção de mundo que ele cria para inserir a mentira os sinsignos com a particularização das características desse novo ambiente que está sendo criado e os legi-signos com a quebra do convencional, ficam mais evidentes na composição do riso. A história num todo é um objeto icônico pela representação da mentira lembrar um cordel e simbólico por quebrar as leis do real de maneira criativa fazendo com isso que o interpretante seja remático quando se remete a observação da alteração da tonalidade de voz e a visualização das figuras enquanto conta a mentira, mas também seja argumentativo já que precisa interpretar o rompimento da verdade argumentativa. É necessária uma conexão das qualidades visuais e verbais, além do conhecimento prévio das características do personagem, para gerar o riso porque as expressões e gestos dos personagens contam muito na formação do cômico. O humor vem da composição das qualidades dos signos-humor no decorrer da cena com a forma que o Chicó conta as mentiras, os sons que ele acrescenta na história e as observações que João Grilo faz questionando a veracidade daquilo tudo. A combinação dessas qualidades com a aparência gera a fuga da seriedade-realidade levando ao riso. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Quando se analisa algo tão peculiar como a mentira, principalmente através da semiótica voltada para o humor, é importante perceber que o ato de mentir em si não provoca o riso. A princípio deve-se fazer os seguintes questionamentos: O que torna a mentira engraçada? Quais as conexões entre signo-objeto-interpretante que causam o riso? Nesse contexto, entender a origem do riso se dá a partir da desconstrução da lógica que está sendo apresentada, extraindo a verdade dos fatos e identificando o que aproxima a mentira da realidade. No caso do estudo proposto nesse trabalho, a singularidade do humor criado pelo personagem Chicó é exatamente o de transformar a mentira em riso. Pode-se perceber no decorrer da análise que a mentira só se torna risível através da conexão que o interpretante tem com o emissor, do conhecimento prévio de características que entram em 13

14 discordância com o que está sendo contado. Ver o interpretante como comunicacional diante do que lhe está sendo mostrado, acaba dando uma perspectiva diferente de um fato e a partir disso desenvolve novos caminhos para a compreensão do riso. Esse artigo se torna relevante justamente por abordar a semiótica aplicada no humor, que ainda é uma área pouco explorada em estudos acadêmicos, podendo gerar mais pesquisas tanto no âmbito da semiótica Peirceana em si, como na semiótica do humor, buscando compreender o riso semiótico a partir da quebra da ordem, da normalidade e dos padrões convencionais através do rompimento da lógica da realidade. REFERÊNCIAS ALBERTI, Verena. O riso, as paixões e as faculdades da alma. Textos de História. Revista da Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília. Brasília, UnB, v.3, n.1, 1995, p CAVALCANTE, Diego. Ensaio: Método semiótico para o humor. MEDEIROS, Diego Piovesan. Semiótica: Teoria e classificação dos signos. Disponível em: < de semiótica.pdf>. Acesso em: 10 nov PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, Tradução de José Teixeira Coelho Neto. Disponível em: < zmdybmdm5ndqwmdc0ndm2ndy2mjy1otybcmo2bmzznk9svthkataumqebdji &authuser=0>. Acesso em: 20 maio SANTAELLA, Lúcia. Semiótica Aplicada. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, ZILLES, Urbano. O significado do humor. Revista Famecos, Porto Alegre, n. 22, p.83-89, dez Quadrimestral. 14

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