REVISTA CIENTÍFICA A BARRIGUDA FRAUDES ÀS RELAÇÕES DE EMPREGO: CONTRATOS DE ARRENDAMENTO, PARCERIA E MEAÇÃO RURAL

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1 76 FRAUDES ÀS RELAÇÕES DE EMPREGO: CONTRATOS DE ARRENDAMENTO, PARCERIA E MEAÇÃO RURAL Rosane Aparecida Rodrigues 1 RESUMO O presente trabalho é um estudo sobre fraudes às relações de emprego. Nesse contexto, o trabalho dedica-se a analisar a regularidade, em especial, dos contratos de arrendamento, parceria e meação rural de modo a garantir que tais contratos não sejam desvirtuados do seu objetivo e, principalmente, que não ocorra a precarização das relações de trabalho. Este estudo dedica-se a analise da relação jurídica estabelecida entre o trabalhador e o tomador de seus serviços, a presença dos elementos fático-jurídicos caracterizadores da relação de emprego e o desvirtuamento da finalidade dos contratos de trabalhos celebrados. O estudo do tema e dos pontos analisadas em torno dessas questões trabalhistas justifica-se pelo fato de sua grande relevância na área econômica, social e política e, primordialmente, porque traz prejuízos, às vezes irreparáveis, aos trabalhadores que deixam de ter garantidos seus direitos mínimos previstos constitucionalmente e nas leis do trabalho. As fraudes às relações de emprego representam a ganância do empresário em conseguir cada vez mais e mais lucro a custa da exploração desenfreada da classe trabalhadora. Dessa forma, este trabalho justifica porque busca identificar essas fraudes e evitar que elas ocorram e que prejudiquem os direitos dos trabalhadores. Palavras-chave: Fraude. Direitos. Arrendamento. Parceira. Meação. ABSTRACT Fraud on the Relationship of Employment: lease contracts, partnership and rural sharecropping The present work is a study on fraud employment relationships. In this context, the work is devoted to analyze the regularity, in particular, of the lease, partnership and rural sharecropping contracts to ensure that such contracts are not distorted from its goal, and especially the instability does not occur relations job. This study is dedicated to analysis of the legal relationship between the worker and the borrower of its services, characterizing the presence of the factual and legal elements of the employment relationship and the distortion of the purpose of the work contracted. The study of the subject and analyzed points around these labor issues is justified by the fact of its great importance in the 1 Auditora Fiscal do Trabalho na Superintendência Regional do Trabalho no Estado da Paraíba, Pós Graduada em Direito Material e Processual do Trabalho pela Universidade Candido Mendes no RJ, Graduada em Direito pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória/ES. rosanear@yahoo.com.br.

2 77 economic, social and political, primarily because it brings harm, sometimes irreparable, to workers who no longer have their rights guaranteed minimum provided for in the Constitution and labor laws. Frauds employment relationships represent the greed of businessman getting more and more profit at the expense of unbridled exploitation of the working class. Thus, this work is justified because it seeks to identify these scams and avoid them from occurring and which adversely affects the rights of workers. Keywords: Fraud. Rights. Lease. Partnership. Sharecropping. 1 INTRODUÇÃO A fraude na relação de emprego segundo definição de Carelli 2 é a utilização de artifícios ou contratos vários que tentam mascarar uma relação empregatícia existente na vida real, ou seja: Quando ocorre uma situação em que um contrato civil qualquer é utilizado com o objetivo de que todas as regras trabalhistas não prevaleçam, ou melhor, que os direitos dos trabalhadores não sejam aplicados, ocorre o que chamamos de fraude na relação de emprego, que é justamente a utilização de artifícios ou contratos vários que tentam mascarar uma relação empregatícia existente na vida real. Assim, de modo a evitar essas burlas faz-se necessário conhecer os requisitos essenciais de algumas relações de trabalho com o fito de analisar se os mesmos estão sendo fielmente cumpridos. Esse conhecimento é de extrema relevância para se estabelecer as principais diferenças entre as relações de trabalho e as relações de emprego e para concluir se há ou não algum desvirtuamento de sua finalidade. No capitulo seguinte serão abordados alguns tipos de fraude as relações de emprego. Em um primeiro momento serão abordados os conceitos dos contratos de arrendamento, parceria e meação rural, após serão traçados os requisitos de validade de tais contratos e a configuração da relação de emprego quando houver desvirtuamento dos requisitos essenciais de validade desses contratos. Também serão apresentados alguns julgados do TST de modo a demonstrar como o esse tribunal vem se posicionando sobre tal matéria. 2 CARELLI, Rodrigo. As Fraudes nas relações de emprego. Disponível em: cedes/pdf/cidadaniatrabalho/fraude.pdf. Data de acesso: 26/11/2012.

3 78 2 CONTRATOS CIVIS Os contratos civis são utilizados, muitas vezes, para mascarar uma relação de emprego. Ronaldo Lima leciona que: As primeiras formas de manifestação de fraude nas relações de trabalho debruçaram-se exatamente nas figuras contratuais clássicas do direito civil ou do direito comercial. De fato, para furtarem-se à satisfação dos direitos sociais dos trabalhadores, determinados empregadores intentam afastar a figura da relação de emprego impondo ao trabalhador a sua contratação por meio de uma das figuras contratuais clássicas da legislação civil, embora a prestação de serviços se desenvolva como típica relação de emprego, isto é, de forma pessoal, subordinada, contínua, onerosa e com alteridade (CLT, art. 2º e 3º). Por isto, serão estudados três tipos de contrato de direito civil utilizado para fraudar o sistema jurídico trabalhista. São eles: contratos de arrendamento rural, contratos de parceria e meação rural. Além destes contratos civis também há outros meios utilizados pelas empresas para disfarçar a relação de emprego, como: a pejotização e a socialização de empregados, mas que não será objeto deste estudo. 2.1 CONTRATO DE ARRENDAMENTO, PARCERIA E MEAÇÃO RURAL Os contratos de arrendamento, parceria e meação são institutos de direito civil e estão disciplinados no Estatuto da Terra Lei nº. 4504/1964 e Decreto nº /1966. Assim como outros contratos de natureza civil, estes contratos devem ser celebrados por agentes capazes, dever ter objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei para que seja existente, válido e eficaz. A celebração desses contratos tem uma grande relevância para a sociedade, pois torna as terras rurais produtivas fazendo a mesma cumprir a função social da propriedade como previsto na Constituição da Republica Federativa do Brasil de Não só a função social é cumprida, mas também a econômica, pois com o desenvolvimento da agricultura são disponibilizados novos postos de trabalho, o que beneficiará toda a sociedade.

4 Conceito O arrendamento rural, conforme se extrai do artigo 95 do Estatuto da Terra, é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural ou partes do mesmo, incluindo ou não outros bens, benfeitorias ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites percentuais da Lei conforme leciona Isaias Resplandes em seu artigo Arrendamento Rural. Dessa forma, a contraprestação do arrendamento é uma retribuição ou o pagamento de um aluguel pelo uso e gozo do imóvel rural, o que pode se assemelhar a um contrato de locação e que independe do resultado da produção auferida com o uso da terra. Para ser válido, o contrato de arrendamento deve cumprir os requisitos impostos pelo artigo 95 da Lei nº. 4504/ Estatuto da Terra, o que será analisado no próximo tópico. Além do contrato de arrendamento rural, há o contrato de parceria rural. Este contrato é definido pelo 1º do artigo 96 do Estatuto da Terra que dispõe que o contrato de parceria rural: É o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes dele, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou lhe entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem animal, mediante partilha, isolada ou cumulativamente, dos seguintes riscos: I - caso fortuito e de força maior do empreendimento rural; II - dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais estabelecidos no inciso VI do caput deste artigo; III - variações de preço dos frutos obtidos na exploração do empreendimento rural. De acordo com essa definição, pode-se salientar que a relação de trabalho é estabelecida entre a pessoa que cede o imóvel rural ou entrega animal para cria, recria e outras finalidades previstas no Estatuto da Terra e a pessoa que recebe tal imóvel ou tais

5 80 animais. O parágrafo único do art. 4º do decreto n.º9.566/66 define as partes contratantes nos seguintes termos: Parágrafo único: Para os fins deste Regulamento denomina-se parceirooutorgante, o cedente, proprietário ou não, que entrega os bens; e parceirooutorgado, a pessoa ou o conjunto familiar, representado pelo chefe, que os recebe para os fins próprios das modalidades de parceria definidas no art. 5º. Em primeiro lugar, conclui-se que para ser parceiro-outorgante não precisa ser proprietário do imóvel ou dos produtos cedidos, pode ser apenas possuidor, enfiteuta ou usufrutuário do imóvel. Já o parceiro-outorgado pode ser o conjunto familiar ou pessoa em sua representação, conferindo à família do agricultor ou pecuarista que contrata com o parceiro outorgante as mesmas atribuições constantes no contrato de parceria. Extrai-se da definição do contrato de parceria a existência de alguns tipos parceria, são eles: agrícola; pecuária, agroindustrial; extrativa; mista. Estes tipos são definidos no art. 5º do Decreto n.º /66: Art. 5º - Dá-se a parceria: I agrícola, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, com o objetivo de nele ser exercida a atividade de produção vegetal; II pecuária, quando o objetivo da cessão forem animais para cria, recria, invernagem ou engorda; III agroindustrial, quando o objeto da cessão for o uso do imóvel rural, de parte ou de partes do mesmo, e/ou maquinaria e implementos com o objetivo de ser exercida atividade de transformação de produto agrícola, pecuário ou florestal; IV extrativa, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, e/ou animais de qualquer espécie com o objetivo de ser exercida atividade extrativa de produto agrícola, animal ou florestal; V mista, quando o objeto da cessão abranger mais de uma das modalidades de parceria definidas nos incisos anteriores. Como se verifica é possível à celebração de contratos de parceria para vários fins rurais, como exemplo, produção de hortaliças, frutas, criação de animais para cria, dentre outras. Voltando ao conceito de contrato de parceria ressalta-se que o mesmo difere do contrato de arrendamento, pois enquanto neste há o pagamento de um aluguel pelo uso do imóvel rural, naquele há a repartição dos produtos ou lucros auferidos, bem com a

6 81 repartição dos prejuízos entre os parceiros. No arrendamento é o arrendatário que suporta todos os riscos da atividade agrícola, independente do resultado de sua produção, o que não ocorre na parceria. Dessa forma, serão demonstradas as principais diferenças entre estes contratos tendo como base o disposto no Estatuto da terra, são elas 3 : 1. Preço: no arrendamento o preço é certo e ajustado entre o arrendador e o arrendatário numa quantia fixa em dinheiro; na parceria não existe preço certo, os parceiros dividem os frutos de acordo com o que foi convencionado; 2. Riscos do negocio: no arrendamento o proprietário do imóvel rural não participa dos riscos do negocio, apenas esta alugando as terras ou pastos; na parceria o proprietário e o parceiro-outorgado participam dos riscos do negocio, assumem os lucros ou prejuízos; 3. Uso do imóvel rural: no arrendamento o proprietário cede o uso e gozo do imóvel rural arrendado, podendo o arrendatário tirar todo o proveito da terra; na parceria o proprietário cede, unicamente, o uso e parte do gozo, pois os frutos e produtos colhidos no imóvel são repartidos de acordo com o que foi convencionado; 4. Abrangência do contrato: no arrendamento há o aluguel das terras para plantação ou pasto para engorda do gado, ou seja, se limita a terras e pastos; na parceria a abrangência é mais ampla, podendo abranger a entrega de animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem animal. 5. Remuneração: no arrendamento a remuneração do arrendador é certa, in natura ou em espécie, independente de êxito nas safras; na parceria o lucro é sempre representado por uma quota ou percentual. O conhecimento das principais diferenças entre esses contratos é importante para analise dos requisitos de validade dos mesmos. Há ainda o contrato de meação que é definido por Vólia Bomfim (2011, p. 427, 428) como meação agrária que é estabelecida através de um contrato de parceria, onde o proprietário tem direito a 50% do que o seu parceiro, não proprietário, produzir. Dessa forma, o contrato de meação nada mais é do que um contrato de parceria onde o resultado da produção será repartido em igual proporção. 3 Sistema Faerj. Fazenda Legal. Tributário. 3ª Ed Gráfica Rioflorense.

7 82 No caso de um contrato de parceria típico o resultado da produção pode ser dividido em partes desiguais conforme estabelecido nas clausulas contratuais. A forma de participação dos frutos do contrato de parceria é estabelecida no inciso VI do artigo 96 do Estatuto da Terra e a quota do proprietário do imóvel rural pode variar de 20% a 75%. O percentual da quota vai depender do quantum disponibilizado pelo proprietário, exemplo, se fornecer apenas a terra nua terá direito a apenas 20% da produção; se fornecer a terra preparada e moradia terá direito a 30% da produção e assim por diante. O critério de participação dos frutos deve ser estipulado no contrato, assim como as clausulas de prazo de vigência, forma de extinção ou prorrogação do contrato, dentre outras conforme prevê o inciso V do artigo 96 do Estatuto da Terra. E importante destacar que o estabelecimento das clausulas contratuais e o seu efetivo cumprimento pelas partes é necessário para que tais contratos não sejam considerados nulos. Esses tipos de contrato de natureza civil não devem ser usados para encobrir uma relação de emprego, mas sim com o fim de atender o objetivo do Estatuto da Terra e, principalmente, para dar um fim social a propriedade conforme já exposto. Desse modo, ultrapassada a questão conceitual destes institutos, convém agora dispor sobre os requisitos de validade destes contratos Requisitos para validade O Estatuto da Terra estabelece os requisitos de validade do contrato de arrendamento. Neste contrato há o pagamento de um aluguel pelo uso e gozo da terra. Entretanto, na prática, o que se vê é a celebração destes contratos de forma verbal e sem o pagamento do referido aluguel, sendo utilizado apenas para desfigurar uma relação de emprego existente entre o dono da terra e o trabalhador que a utiliza para atividade rural. Dessa forma, se presentes os requisitos da relação de emprego, ou seja, subordinação, pessoalidade, onerosidade, habitualidade, estará configurada a burla a legislação trabalhista e será reconhecido o vinculo de emprego com o arrendador.

8 83 No Estatuto da Terra e no Decreto nº /66 estão previstos os requisitos de validade do contrato de parceria que se passa a expor. As partes ao celebraram um contrato de parceria rural devem cumprir as clausulas obrigatórias previstas no inciso V do artigo 96 do Estatuto da Terra. V - no Regulamento desta Lei, serão complementadas, conforme o caso, as seguintes condições, que constarão, obrigatoriamente, dos contratos de parceria agrícola, pecuária, agroindustrial ou extrativa: a) quota-limite do proprietário na participação dos frutos, segundo a natureza de atividade agropecuária e facilidades oferecidas ao parceiro; b) prazos mínimos de duração e os limites de vigência segundo os vários tipos de atividade agrícola; c) bases para as renovações convencionadas; d) formas de extinção ou rescisão; e) direitos e obrigações quanto às indenizações por benfeitorias levantadas com consentimento do proprietário e aos danos substanciais causados pelo parceiro, por práticas predatórias na área de exploração ou nas benfeitorias, nos equipamentos, ferramentas e implementos agrícolas a ele cedidos; f) direito e oportunidade de dispor sobre os frutos repartidos Quanto à primeira condição, ou seja, quota-limite do proprietário na participação dos lucros, as partes devem cumprir os percentuais previstos no inciso VI do artigo 96 do Estatuto da Terra. Quanto aos prazos de duração, bases de renovação, formas de extinção ou rescisão, direito a indenizações por benfeitorias ou por danos serão aqueles definidos pelas partes. Quanto a ultima condição, direito e oportunidade de dispor sobre os frutos repartidos, cabe uma maior analise o que será feito no item Mas em um primeiro momento, pode-se dizer que, conforme esta clausula, o parceiro-outorgado deve ter o livre poder para negociar o fruto da produção que lhes cabe, não podendo o parceiro-outorgante exercer ingerência sobre o parceiro-outorgado, nos termos do inciso II do artigo 93 da Lei 4504/64 de modo a não desvirtuar o fim do contrato de parceria. O Estatuto da Terra estabelece no 1 o ao 5 o do artigo 96 os requisitos de validade do contrato de parceria rural, são eles: 1. Partilha isolada ou cumulativa dos riscos de caso fortuito e de força maior do empreendimento; 2. Partilha isolada ou cumulativa dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais estabelecidos no inciso

9 84 VI do caput deste artigo 96; 3. Partilha isolada ou cumulativa das variações de preço dos frutos obtidos na exploração do empreendimento rural; 4. Prefixação, em quantidade ou volume, do montante da participação do proprietário, desde que, ao final do contrato, seja realizado o ajustamento do percentual pertencente ao proprietário, de acordo com a produção ( 2 o do artigo 96 do Estatuto da Terra); 5. O pagamento deve ser em percentual da lavoura e não pode ser parte em dinheiro ( 4 o do artigo 96 do Estatuto da Terra); e 6. A direção do trabalho não deve ser de inteira e exclusiva responsabilidade do proprietário. ( 4 o do artigo 96 do Estatuto da Terra). Desse modo, se cumpridos os requisitos acima elencados, estará diante de um verdadeiro contrato de parceria como legalmente previsto. Em contrapartida, se não estiverem presentes, poderá ser desconfigurado o contrato de parceria. Dessa forma, dependendo do caso em concreto, o descumprimento dos requisitos do contrato de parceria poderá configurar a presença de uma relação de emprego. Como visto o Estatuto da Terra tem o fito de estabelecer as regras mínimas para o trabalho do parceiro-outorgado e do arrendatário rural e traça limites, clausulas e regras específicas para que tais contratos cumpram a sua finalidade. Dentre estas regras, prevê no 4 o do artigo 96 do Estatuto da Terra possibilidade de aplicação das leis trabalhistas no caso do contrato se tornar uma simples locação de serviço.por isto, os contratantes devem estar atentos tanto na fase contratual com na fase de execução do contrato para evitar o seu desvirtuamento. O intuito do legislador neste ponto foi garantir o direito destes trabalhadores quando, por exemplo, o parceiro-outorgante utilizar estes institutos apenas com o intuito de mascarar uma relação de emprego e reduzir os custos e despesas com a contratação de empregados. Por fim, o que se conclui é que o que deve ser avaliado é o contrato realidade, o que importa é a realidade apresentada e caso a relação de trabalho fuja a sua finalidade estarse-á diante de uma relação de emprego. A seguir, serão tratados os elementos caracterizadores da relação de emprego e, consequentemente, a possibilidade do reconhecimento do vínculo de emprego, principalmente, quando o único intuito do

10 85 tomador de serviço é a exploração de mão-de-obra para a obtenção de lucro. Serão apresentadas algumas situações que podem levar a descaracterização do contrato de parceria e o reconhecimento do vinculo de emprego Configuração de relação de emprego A relação de emprego é fruto de diversos elementos fático-jurídicos. Esses elementos são aqueles que irão determinar a existência ou não da relação de emprego e estão previstos no artigo 2º e 3º da CLT. Para que haja vínculo entre o trabalhador e o tomador de serviços será necessário à existência de todos os elementos fático-jurídicos, são eles: continuidade, subordinação, onerosidade, pessoalidade. Segundo Volia Bomfim (2011, p.262) para que um trabalhador urbano ou rural seja considerado empregado, mister que preencha, ao mesmo tempo, os requisitos da pessoalidade, subordinação, onerosidade e não eventualidade. Tais requisitos estão previstos nos artigos 3º da CLT e artigo 2º da Lei 5889/73. De acordo com o artigo 2º da Lei 5889/73 empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob dependência deste e mediante salário. Nesta definição estão presentes todos os elementos da relação de emprego e podem-se traçar, neste ponto, algumas diferenças entre o contrato de trabalho e o contrato de parceria. Primeiro nos contratos de parceria não há o requisito da subordinação e nem da onerosidade. O 4 do artigo 96 Estatuto da Terra afasta a presença desses requisitos: 4 o Os contratos que prevejam o pagamento do trabalhador, parte em dinheiro e parte em percentual na lavoura cultivada ou em gado tratado, são considerados simples locação de serviço, regulada pela legislação trabalhista, sempre que a direção dos trabalhos seja de inteira e exclusiva responsabilidade do proprietário, locatário do serviço a quem cabe todo o risco, assegurando-se ao locador, pelo menos, a percepção do salário mínimo no cômputo das 2 (duas) parcelas.

11 86 Assim, se o parceiro-outorgado receber como pagamento parte em dinheiro e parte em percentual na lavoura, será considerada simples locação de serviço, porque a remuneração em dinheiro de qualquer dos parceiros é incompatível com o instituto da parceria. Esta situação, pagamento em dinheiro, se aproxima a figura do contrato de trabalho onde está presente o requisito da onerosidade devido ao pagamento de remuneração de salário pelo trabalho prestado. Não há subordinação nos contratos de parceria, já nos contratos de trabalho a subordinação é requisito essencial para a caracterização do vinculo de emprego. Por isto, quando a direção dos trabalhos do parceiro-outorgado estiver sob inteira e exclusiva responsabilidade do parceiro-outorgante estará configurado o requisito da relação empregatícia, ou seja, a subordinação e a pessoalidade, que é a estrita relação do parceiro outorgado com o parceiro-outorgante, caracterizada pela exclusividade que este tem na direção dos trabalhos. Assim, acontecendo estas situações, o contrato de parceria dará lugar à relação empregatícia, motivo pelos quais as regras aplicáveis serão as previstas na legislação trabalhista. O TRT da 23ª Região reconheceu o vinculo de emprego entre o parceiro-outorgante e o parceiro-outorgado devido à existência de subordinação jurídica. O TRT da 4ª Região também reconheceu o vinculo de emprego durante o período do contrato de parceria, pois o considerou nulo nos termos do artigo 9º da CLT, veja: EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO x CONTRATO DE PARCERIA. EXISTÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO JURÍDICA CARACTERIZADORA DE RELAÇÃO DE EMPREGO. Não basta nomear-se contrato de parceria para se afastar uma autêntica relação de emprego, máxime quando as provas dos autos evidenciam que a Reclamada exercia sobre o obreiro poderes de direção, comando e controle, caracterizadores da subordinação jurídica, que é o traço basilar da relação empregatícia". (TRT 23ª Região. RO n.º 1260/99, Ac. TP n.º 3661/99, Relator Juiz João Carlos, julgado em 14 de dezembro de 2002).( Acesso em 22/11/2012). VÍNCULO DE EMPREGO. Hipótese na qual é comprovado que a relação havida sob o manto da relação de emprego é continuidade daquela antes denominada de parceria agrícola. Reconhecimento do vínculo empregatício desde o início do alegado contrato de parceria devido a sua nulidade, nos termos do art. 9º, da CLT. Recurso do reclamado desprovido. (...)9ºCLT (TRT 4ª

12 87 Região, RO RS , Relator: DENIS MARCELO DE LIMA MOLARINHO, Data de Julgamento: 28/07/2011, Vara do Trabalho de Vacaria)( Acesso em 22/11/2012). Outro ponto que merece destaque e que está intimamente relacionada ao requisito da subordinação é a vedação do inciso II do artigo 93 da Lei 4504/64. Este artigo veda que o parceiro-outorgante exija do parceiro-outorgado a exclusividade na venda da colheita. Nestes termos o parceiro-outorgado deve ter total liberdade em negociar a sua parte da produção. Não podendo existir ingerência do parceiro-outorgante nos frutos devidos ao parceiro-outorgado. Dessa forma, se o parceiro-outorgado tem liberdade para negociar a sua parte não há que se falar em desvirtuamento do contrato de parceria e nem da existência de subordinação. O TRT da 23ª Região julgou um caso em que decidiu pela validade do contrato de parceria justamente porque o parceiro-outorgado tinha total liberdade para negociar a sua parte da produção, não tendo ficado caracterizado o requisito da subordinação jurídica essencial para a caracterização do vinculo de emprego: RELAÇÃO DE EMPREGO. INEXISTENTE. REQUISITOS DO ART. 2º DA LEI N.º 5.889/73. PARCEIRA RURAL. O Direito do Trabalho deve aplicar, em sua máxima efetividade, o princípio da primazia da realidade, a fim de coibir as contratações fraudulentas revestidas de contornos diversos, mas que na essência revelem presentes os requisitos caracterizadores do vínculo empregatício. Contudo, quando se detecta que a intenção do trabalhador não foi a de se unir ao Demandado pelo vínculo laboral, mas atuar na qualidade de parceiro rural, recebendo percentual da lucratividade do negócio muito próximo à meação (40%), com liberdade para negociar sua parte, não sofrendo, ainda, ingerência do Reclamado na quase totalidade do desenvolvimento de sua atividade laboral, revela-se a inexistência do liame empregatício, posto que ausentes, sobretudo, os requisitos da subordinação e da onerosidade. Recurso do Reclamante ao qual se nega provimento. (TRT23. RO Publicado em: 17/04/08. 2ª Turma. Relator: DESEMBARGADOR LUIZ ALCÂNTARA) ( Acesso em 05/12/2012). Entretanto, quando existir clausula que determine que o parceiro-outorgado deve preferencialmente ou exclusivamente vender a sua parte da produção para o parceirooutorgante, estará presente a ingerência deste sobre aquele. Além disso, normalmente tal

13 88 clausula prevê que somente no caso parceiro-outorgante não querer comprar a produção, o parceiro-outorgado poderá vender para um terceiro, o que caracteriza total falta de liberdade negocial do parceiro-outorgado. Tal situação pode levar a caracterização do requisito fundamental do contrato de trabalho, ou seja, a subordinação e, se presentes os demais requisitos da relação de emprego, o reconhecimento do vinculo de emprego. A segunda diferença é que no contrato de parceria o risco da atividade econômica é dividido entre o parceiro-outorgante e o parceiro-outorgado, o que difere de contrato de trabalho. No contrato de trabalho o risco da atividade é de inteira responsabilidade do empregador conforme o artigo 2º da CLT e artigo 3º da Lei 5889/73. Essa diferença foi bem definida no Agravo de Instrumento do Recurso de Revista julgado pela 4ª Turma do TST: Trata-se, como visto, também de tipo de contrato de sociedade, em que uma das partes comparece necessariamente com o trabalho principal da criação e pastoreio, enquanto a outra, com o lote de animais em que será desenvolvido esse trabalho. Esta espécie contratual, à semelhança da parceria agrícola, também admite variações relativamente extensas, em que as partes repartem entre si os ônus da oferta do imóvel rústico ou prédio rural em que será concretizada a parceria, assim como da utilização de maquinário, implementos agrícolas e de outras despesas correlatas [...] [...] A parceria agrícola, no caso, avícola, é um contrato personalíssimo, com características de contrato de sociedade em que as partes, de comum acordo, estipulam os seus percentuais nos lucros obtidos, não existindo subordinação, mas riscos no empreendimento. Com efeito, a questão do risco da atividade econômica é requisito sinequa non para o reconhecimento do contrato de parceria, à luz do artigo 4.º do Decreto n.º /1966.( TST, AIRR , Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 16/10/2012, 4ª Turma, Data de Publicação: 19/10/2012) ( Acessado em 22/11/2012). Como dito acima, na parceria agrícola não há subordinação e o risco do negocio é ônus das partes. Alice Monteiro de Barros (2007, p.407), entende que: Não restando demonstrado que o credor de trabalho exerce qualquer tipo de direção ou fiscalização, tal fato poderá afastar a relação de emprego, mormente quando se evidencia que o trabalhador laborava em regime de parceria para várias pessoas,

14 89 possuindo estrutura econômico-financeira para suportar os ônus advindos desse tipo de contrato. Portanto, se os parceiros têm condições de arcar com o ônus da atividade exercendo fielmente as disposições contratuais e repartindo tanto os lucros como prejuízos, estar-se-á diante de um regular contrato de parceria. Entretanto, quando o parceiro-outorgado for uma pessoa simples que não tenha nenhuma capacidade econômico-financeira para gerir o negócio poderemos estar diante de uma fraude a relação de emprego. Pois, o parceirooutorgante, aquele de detém efetivamente a capacidade econômica para administrar o negócio, estará realizando os contratos de parceria apenas para se eximir de pagar os direitos trabalhistas destes ditos parceiros-outorgados. Há situações em que o parceiro-outorgado para obter um maior resultado na produção acaba colocando os membros da família 4 para ajudar no plantio, colheita, ou seja, nas fases de produção. Muitas vezes, empregam até mesmo os filhos menores nas lavouras para conseguir obter uma renda mensal que seja digna e possa cobrir as suas despesas familiares. A renda mensal, às vezes, não chega a um salário mínimo por trabalhador quando dividida pelo número de membros da família ou terceiros contratos pelo parceirooutorgado para ajudar na produção. Isto demonstra bem que o parceiro-outorgado não teria condições econômico-financeiras para arcar com os riscos da atividade. Situação similar foi decidida pela 8ª Turma do TST que manteve decisão do TRT da 3ª região que anulou os contratos de parceria agrícola por contrariar o instituto. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. AUTOS DE INFRAÇÃO. NULIDADE.O Regional, com fundamento no conjunto fáticoprobatório produzido nos autos, decidiu pela nulidade do contrato de parceria agrícola firmado entre os trabalhadores, por contrariar a lei que rege o instituto e, por conseguinte, concluiu pela consistência dos autos de infração impugnados pelo autor. Nesse contexto, o exame das alegações recursais encontra óbice na Súmula nº 126 do TST, pois, para se chegar a conclusão diversa, seria necessário o revolvimento de fatos e provas, procedimento vedado nesta instância recursal. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (TST, AIRR 4 TST, AIRR , Relator: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 04/05/2011, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/05/2011)

15 , Relator: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 04/05/2011, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/05/2011)( Acesso em 05/12/2012). Outro ponto que merece destaque é que em algumas situações o parceirooutorgante arca com as despesas para o plantio, num primeiro momento, e depois desconta os valores do parceiro-outorgado no momento da divisão da produção. Em contrapartida o parceiro-outorgado também arca com algumas despesas para colher o produto, como exemplo na colheita do café, maquina colhedora de café, a gasolina para abastecer a maquina dentre outros. Mas estas despesas, muitas vezes, não são divididas entre os parceiros, ficando o encargo apenas com o parceiro-outorgado. Desse modo, presencia-se um real desequilíbrio entre a divisão das obrigações. O trabalhador que já não capacidade econômica para arcar com o negocio, acaba tendo que arcar com despesas que não são divididas igualmente entre as partes, restando na verdade como lucro na produção uma parte inferior ao do parceiro-outorgante. O que se verifica nesta situação é que os riscos do negocio não são divididos igualmente entre as partes. O TRT da 10ªRegião ao julgar o Recurso Ordinário nº definiu bem este fato, veja: Esta definição legal sugere, pois, a existência de um contrato, mediante o qual o parceiro-outorgado concorre com sua força de trabalho, mas também dirige, cabendo a ele empreender a atividade econômica, estando sobre ele na devida proporção os riscos do empreendimento, apesar do parceiro outorgante contribuir com outros itens da parceria, além da terra ou animais. Em síntese, nesta modalidade de contrato, o parceiro-outorgado não trabalhará exclusivamente por conta alheia, eles procurarão através do encontro de forças, obter lucros do cultivo da terra ou do trato de animais. (TRT-10 - RECURSO ORDINARIO: RO DF Relator: Francisco Luciano de Azevedo Frota. Data de julgamento: 24/05/2006, Data da Publicação:16/06/2006) ( Acesso em 22/11/2012) Nesta decisão o TRT considerou válido o contrato de parceria, pois não ficou caracterizado o desvirtuamento do requisito ora em análise, ou seja, havia, neste caso, igualdade entre os contratantes que ajustaram obrigações recíprocas, no limite de suas necessidades e possibilidades de cumprimento do ajustado, estando em conformidade com as disposições legais da Lei 4504/64. Por isto, é importante analisar caso a caso. Além das

16 91 diferenças já apresentadas, há também a questão da celebração de contratos de parceria na atividade principal empregador. Assim como nos contratos de trabalho, não é possível o empregador celebrar contratos de parceria para execução da atividade-fim da empresa. Segundo Vólia Bomfim (2011, p.428): O artigo 12 da Lei 5889/73 c/c o artigo 25 do Decreto nº /74 autorizou o contrato misto, que quer dizer que, entre o mesmo empregado e o mesmo patrão é possível haver dois contratos distintos: um de emprego e outro de natureza civil (arrendamento, meação ou parceria), desde que este último recaia sobre cultura secundária, não podendo o patrão descontar dos salários do empregado-parceiro os lucros ou prejuízos obtidos na plantação intercalar ou subsidiária. Caso haja necessidade de contratar empregados safristas para o trabalho na plantação secundária, a responsabilidade trabalhista recairá exclusivamente sobre o empregador (art. 25, 2º do Decreto nº /74). O fato de um empregado manter com seu patrão contrato misto retira-lhes o direito à remuneração do repouso e feriados, na forma do artigo 2º da Lei 605/49). O que se extrai do exposto por Vólia Bomfim é que só é possível a realização de contratos de parceria sobre cultura secundária do empregador. Se o empregador tem como atividade-fim o cultivo de café, não poderá nesta atividade realizar contratos de parceria. No entanto, se tivesse uma plantação subsidiária poderia realizar contratos de parceria como autorizado no artigo 12 da Lei 5589/73. Por fim, se cumpridos todos os requisitos dos contratos civis não há que se falar em nulidade dos mesmos. Mas, infelizmente, alguns produtores usam esta figura contratual apenas com o fim de dissimular relações trabalhistas. Segundo Chiarelli: Em alguns casos, desfigura-se a parceria, servindo, apenas, para encobrir verdadeiros contratos de assalariados, que passam a ser retribuídos apenas com bens in natura. A finalidade de caracterizar, externamente, a relação de emprego, como se parceria fosse, reside no interesse patronal de desobrigar-se dos ônus sociais e dos compromissos que a legislação trabalhista dá ao empregador. Daí, a figura da "falsa parceria", muitas vezes presumível, mas nem sempre de fácil caracterização ante os tribunais trabalhistas. Por isto, é importante avaliar o cumprimento pelas empresas /empregadores rurais dos requisitos estabelecidos pelo Estatuto da Terra. Desse modo, Süssekind (2003, pág. 217) dispõe que:

17 92 Em toda comunidade, durante a história da civilização, apareceram, como surgirão sempre, pessoas que procuram fraudar o sistema jurídico em vigor, seja pelo uso malicioso e abusivo do direito de que são titulares, seja pela simulação de atos jurídicos, tendentes a desvirtuar ou impedir a aplicação da lei pertinente, seja, enfim, por qualquer outra forma que a má-fé dos homens é capaz de arquitetar. Por isto mesmo, inúmero são os atos praticados por alguns empregadores inescrupulosos visando a impedir a aplicação dos preceitos de ordem pública consagrados pelas leis de proteção ao trabalho. Para Süssekind (2003, p. 217) em toda a civilização aparecem pessoas querendo fraudar o sistema jurídico em vigor com vistas a obter vantagens desproporcionais em relação aos benefícios que devem ser concedidos a sociedade. Essas fraudes trazem conseqüências para o meio social e jurídico. Dessa forma, é fundamental combater essas fraudes para se evitar abusos por parte dos empregadores que tentem desvirtuar o objetivo principal e primordial do Estatuto da Terra. 3 CONCLUSÃO O trabalho é mais do que uma necessidade humana, é o sentido da vida, é meio para desfrutar o seu fruto, é um direito que deve ser garantido a todos.o trabalho tornou-se ao longo de sua história direito fundamental garantido constitucionalmente, sendo responsabilidade de o Estado assegurar a qualquer pessoa um trabalho digno e que lhe imprima um valor social. Por isto, é importante estar atento às relações de trabalho estabelecidas entre o tomador e o trabalhador, pois em algumas não há relação de emprego, mas mera prestação de serviço como ocorre nos verdadeiros contratos de parceria rural e outros. Entretanto, o que tem ocorrido com frequência é a utilização destes institutos com o fim de mascarar a relação de emprego e afastar o dever de garantir os direitos sociais a esses trabalhadores como previsto constitucionalmente. Assim, de modo a identificar as fraudes e adotar medidas eficazes para combatê-las é que se estudou os requisitos essenciais de algumas relações de trabalho. O intuito foi identificar o fiel cumprimento do contrato pelas partes contratantes. Como se pode observar, muitas vezes, os contratos

18 93 celebrados são apenas mera formalidade, ou seja, na essência são utilizados para mascarar uma relação de emprego. Nos contratos analisados é possível se caracterizar a relação de emprego com o tomador de serviços. Cada um destes contratos possui requisitos de validade, e se estes requisitos não forem cumpridos e estiverem presentes os elementos fático-jurídicos da relação de emprego poderá se caracterizada a fraude a relação emprego de modo a garantir a esses trabalhadores os seus direitos trabalhistas e, principalmente, evitar que o trabalhador seja utilizado como mercadoria pelos tomadores de serviço que objetivam apenas o seu lucro sem se importar com a dignidade dos trabalhadores. O estudo demonstrou bem que o desvirtuamento dos contratos de trabalho gera consequências graves para os trabalhadores e para a sociedade. Estas fraudes ferem o principio da dignidade da pessoa humana, pois trata o trabalhador não como ser humano sujeito de direitos e obrigações, mas simplesmente como um objeto a ser comercializado. Ademais, precarizam as relações de trabalho, porque deixam de garantir aos trabalhadores, vítimas dessas fraudes, direitos essenciais, por isto, tais mecanismos devem ser combatidos para que o direito dos trabalhadores seja resguardado.

19 94 REFERÊNCIAS BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho, 3ª edição. São Paulo: LTr, BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil Atualizada até a Ementa Constitucional nº 56. BRASIL. Lei nº 4504, de 30 de novembro de 1964 Dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras providências. Atualizada até a Lei nº 11443, 05 de janeiro de CARELLI, Rodrigo de Lacerda. Formas atípicas de trabalho.2 ª ed. São Paulo: LTr, As Fraudes nas relações de emprego. Disponível em: http//: cedes/pdf/cidadaniatrabalho/fraude.pdf. Data de acesso: 26/11/2012. CASSAR,Vólia Bomfim. Direito do trabalho. 5ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, CHIARELLI, Carlos Alberto Gomes. Direito do Trabalho Rural Consolidado, Editora: LTr, RESPLANDES, Isaias. Arrendamento Rural. Setembro de http//:/wiki/arrendamento#cite_note-recanto_letras-0>. Data de acesso 21/11/2012. SANTOS, Ronaldo Lima. Fraudes nas relações de trabalho: morfologia e transcendência. Boletim CientÍfico Ministério Publico da União. Ano 7 Números 28/29 julho/dezembro 2008 Brasília/DF Sistema Faerj. Fazenda Legal. Tributário. 3ª Ed Gráfica Rioflorense. SUSSEKIND, Arnaldo. Direito constitucional do trabalho. Rio de Janeiro: Forense, 2003.

20 95 SUSSEKIND, Arnaldo; MARANHAO, Délio; VIANA, Segadas e TEIXEIRA, Lima. Instituições de Direito do Trabalho. 18ª edição. São Paulo: LTr, Vol.1

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