Direito Agrário. Parceria Rural. Cultivares. Resumo. Professor: Luiz Jungstedt Monitoria: Flávia Tanuri
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1 Direito Agrário Professor: Luiz Jungstedt Monitoria: Flávia Tanuri Parceria Rural. Cultivares. Resumo Nessa aula, o professor irá finalizar o estudo dos Contratos Agrários trazendo as características da Parceria Rural. Foi finalizado no bloco anterior, o estudo das características do Arrendamento Rural. Lembrando que os Contratos Agrários de Parceria Rural estão dispostos no artigo 96 do ET (Lei nº 4.504/64) e nos artigos 34 ao 37 do Dec. nº /66. E os Contratos Agrários de Arrendamento Rural também estão dispostos no Dec. nº /66 do artigo 16 ao 33. Vê-se que há muito mais dispositivos para o Arrendamento Rural do que para a Parceria Rural. O professor relembra uma informação já colocada para a Parceria Rural, quando não encontrar a resposta na legislação, procure o Decreto Regulamentar (Dec. nº /66) que é uma legislação curta, e se, ainda assim, não encontrou a resposta, procure o que a Lei dispõe para o Arrendamento Rural, se couber, traga 1
2 para a Parceria Rural, conforme estabelece o art. 96, VII do ET que trata sobre Parceria Agrícola, Pecuária, Agroindustrial e Extrativa (Parceria Rural). Art. 96, VII do ET: aplicam-se à parceria agrícola, pecuária, agropecuária, agro-industrial ou extrativa as normas pertinentes ao arrendamento rural, no que couber, bem como as regras do contrato de sociedade, no que não estiver regulado pela presente Lei. Por fim, na omissão legislativa sobre Parceria Rural aplica-se as regras do Arrendamento Rural, se compatível. Contrato Agrário de Parceria Rural Conceito É aquele que se paga mediante partilha dos frutos. Lembrando que a lei fala também dos riscos, dos prejuízos. Portanto, a Parceria Rural é o contrato agrário mediante as partes vão partilhar tanto os riscos quanto os frutos. Art. 4º do Dec. nº /66: Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso especifico de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agro-industrial, extrativa vegetal ou mista; e ou lhe entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias primas de origem animal, mediante partilha de riscos do caso fortuito e da força maior do empreendimento rural, e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais da lei. Partes São partes da Parceria Rural, o parceiro outorgante (aquele que cede o imóvel) e o parceiro outorgado (aquele quem recebe o imóvel). Exemplo de parceiro outorgado é o agricultor e sua família, ou seja, a agricultura familiar. Limites para cota do parceiro outorgante O artigo 35 do Decreto nº /66 decorre sobre os limites máximos para a cota do parceiro outorgante, negociando, assim, para menos. Essa matéria também está expressa no artigo 96, VI do ET. Art. 35 do Decreto nº /66: Na partilha dos frutos da parceria, a cota do parceiro-outorgante não poderá ser superior a: I - 10% quando concorrer apenas com a terra nua; II - 20% quando concorrer com a terra preparada e moradia; III - 30% caso concorra com o conjunto básico de benfeitorias, constituído especialmente de casa de moradia, galpões, banheiro para gado, cêrcas, valas ou currais, conforme o caso; IV - 50% caso concorra com a terra preparada e o conjunto básico de benfeitorias enumeradas no inciso III, e mais o fornecimento de máquinas e implementos agrícolas, para atender aos tratos culturais, bem como as sementes e animais de tração e, no caso de parceria pecuária, com animais de cria em proporção superior a 50% do número total de cabeças objeto da parceria; 2
3 V - 75% nas zonas de pecuária ultra-extensiva, em que forem os animais de cria em proporção superior a 25% do rebanho onde se adotem a meação do leite e a comissão mínima de 5% por animal vendido. Art. 96, VI do ET: na participação dos frutos da parceria, a quota do proprietário não poderá ser superior a: a) 20%, quando concorrer apenas com a terra nua; b) 25%, quando concorrer com a terra preparada; c) 30%, quando concorrer com a terra preparada e moradia; d) 40%, caso concorra com o conjunto básico de benfeitorias, constituído especialmente de casa de moradia, galpões, banheiro para gado, cercas, valas ou currais, conforme o caso; e) 50%, caso concorra com a terra preparada e o conjunto básico de benfeitorias enumeradas na alínea d deste inciso e mais o fornecimento de máquinas e implementos agrícolas, para atender aos tratos culturais, bem como as sementes e animais de tração, e, no caso de parceria pecuária, com animais de cria em proporção superior a 50% do número total de cabeças objeto de parceria; f) 75% nas zonas de pecuária ultra-extensiva em que forem os animais de cria em proporção superior a 25% do rebanho e onde se adotarem a meação do leite e a comissão mínima de 5% por animal vendido; g) nos casos não previstos nas alíneas anteriores, a quota adicional do proprietário será fixada com base em percentagem máxima de dez por cento do valor das benfeitorias ou dos bens postos à disposição do parceiro. O limite da cota dependerá da quantidade de benfeitorias e insumos fornecidos pelo parceiro outorgante. Lembrando que o Decreto Regulamentar é de 1966 e o Estatuto da Terra no art. 96, VI teve modificação do texto do ano de Todas as outras explicações feitas para o Arrendamento Rural poderão ser trazidas para a Parceria Rural, conforme dispõe o art.96, VII do ET. No que tange as benfeitorias (art. 25 do Dec. nº /66), bem como para retenção de imóvel caso realize benfeitoria e a igualdade de condições para renovação do contrato (art. 22 do Dec. nº /66), utiliza-se as disposições para a Parceira Rural igualmente, no que couber. Contrato Vaca Papel Foi uma decisão do STJ da 3ª Turma de 2005 no Resp. nº /MS de relatoria do Ministro Castro Filho, no qual enxergaram uma simulação de parceria pecuária, especificamente uma agiotagem em fraude a lei de usura, considerando esse contrato nulo e esse contrato foi nomeado de contrato vaca papel, que é o empréstimo financeiro ilegal pactuado verbalmente. 3
4 Contratos Agrários em geral Extinção dos contratos As formas de extinção desses contratos estão dispostas na legislação no artigo 96, VII do ET e no artigo 26 do Dec. nº /66. Art. 26 do Dec. nº /66: O arrendamento se extingue: I - Pelo término do prazo do contrato e do de sua renovação; II - Pela retomada; III - Pela aquisição da gleba arrendada, pelo arrendatário; IV - Pelo distrato ou rescisão do contrato; V - Pela resolução ou extinção do direito do arrendador; VI - Por motivo de for maior, que impossibilite a execução do contrato; VII - Por sentença judicial irrecorrível; VIII - Pela perda do imóvel rural; IX - Pela desapropriação, parcial ou total, do imóvel rural; X - por qualquer outra causa prevista em lei. Parágrafo único. Nos casos em que o arrendatário é o conjunto familiar, a morte do seu chefe não é causa de extinção do contrato, havendo naquele conjunto outra pessoa devidamente qualificada que prossiga na execução do mesmo. Considerações Finais Cultivares 4
5 É o direito de proteção dos direitos relativos a propriedade intelectual e está previsto na Lei nº 9.456/97 que prevê o direito de proteção de cultivares. Nessa vertente, também há preocupação com os organismos geneticamente modificados previsto na Lei nº /05 (Lei de Biossegurança) tendo como princípio basilar o da precaução que consiste em não liberar na dúvida. Será competente para conceder o certificado de proteção de cultivares o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, mais especificamente o Serviço Nacional de Proteção ao Cultivares SNPC que é um órgão do MAPA. Esse certificado está disposto no Decreto Regulamentar nº 2.336/97, no qual é criado o Cadastro Nacional de Cultivares Protegidos, fomentando assim, as pesquisas no país e seu consequente investimento em tecnologias. 5
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