Cabos Aéreos Para Linhas de Transmissão de Energia elétrica Análise Mecânica dos Materiais nos Ensaios de: Tensão e Deformação e Fluência.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Cabos Aéreos Para Linhas de Transmissão de Energia elétrica Análise Mecânica dos Materiais nos Ensaios de: Tensão e Deformação e Fluência."

Transcrição

1 Cabos Aéreos Para Linhas de Transmissão de Energia elétrica Análise Mecânica dos Materiais nos Ensaios de: Tensão e Deformação e Fluência. RESUMO Geraldo R. de Almeida (Engenheiro Eletricista MSc DSc) Consultor do GRUPO INTELLI Durante os últimos 100 anos os ensaios de tensão e deformação com o ensaio de fluência em condutores aéreos, Homogêneos ou Compostos, têm sido usados para classificar o desempenho durante o trabalho destes condutores. O ensaio de TENSÃO E DEFORMAÇÃO provê uma visão completa de como os materiais respondem a um esforço longitudinal, aplicado desde solicitações muito baixas até valores próximos ao limiar da tensão de ruptura. O gráfico de resposta deste ensaio fornece informações essenciais como: Módulo de Elasticidade, Tensão máxima para ruptura do conjunto e possibilidade de derivar outros valores de Mecânica do Meio Contínuo, principalmente aqueles referentes às equações constitutivas. Por outro lado, o ensaio de FLUÊNCIA provê uma estimativa de como o condutor alonga com o tempo em função de uma solicitação mecânica constante. Os dois ensaios têm sido considerados necessários para uma predição aceitável do desempenho no longo prazo destes condutores aéreos. Neste trabalho são enfatizados os conceitos de resistência dos materiais, dos parâmetros usados num projeto clássico de linhas de transmissão de energia elétrica, sem uso dos conhecimentos da engenharia dos materiais. Materiais avançados e Nano materiais são também revisitados, especialmente naquilo que poderia ser classificado como melhoria de desempenho. A parte nova desenvolvida neste trabalho está relacionada ao uso ulterior de informações dos ensaios da ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA numa aplicação analítica dos resultados. Usando geometria analítica com cálculo diferencial e integral nos diagramas resultantes, com extensão para o equilíbrio termodinâmico dos materiais. O enfoque permite avançar estimativas de como envelhecem os materiais ao longo do tempo sob esforços longitudinais constantes. KEYWORDS Transmission Lines, Overhead Bare Cables, Stress and Strain, Creep, Operational and Maintenance costs. INTRODUCTION No artigo anterior [01] foi apresentada uma exaustiva análise do conceito EDS aplicado no projeto clássico de uma linha aérea de transmissão. Para um bom entendimento deste artigo, o

2 autor recomenda uma releitura do anterior. A seguir é mostrado na figura (01) a seguir um diagrama típico do ensaio tensão deformação desenvolvido pelos AMERICANOS [02] na década de 20 do século passado. Nesta figura, reporta a uma construção típica de um ACSR (26/7) muito usada neste País. Nesta figura, apresentaremos a seguir o significado das diversas linhas (curvas ou retas). A curva inicial composta é a envoltória das diversas curvas de tracionamento durante o ensaio TRAÇÃO E DEFORMAÇÃO [03] (15%, 25%, 50%, 75% e 85% da carga de ruptura) conduzido sobre o cabo completo (condutor e alma). FIGURA (01) DIAGRAMA AAA [02] DE UM ENSAIO TENSÃO-DEFORMAÇÃO EM CABO ACSR (26/7) A linha composta final corresponde ao resultado da relaxação do último esforço (85% da carga de ruptura) e neste caso específico apresenta um joelho. Este joelho é o ponto de transição onde os materiais aço e alumínio age na relaxação e apenas o material o aço continua agindo sendo o esforço de tração progressivamente relaxado. Este joelho tem sido usado no projeto clássico [01], como limite de aplicação de tensão no condutor. As linhas inicial aço e final aço descrevem o resultado da aplicação e relaxação de tração sobre apenas a alma do aço do cabo, respectivamente. A leitura direta permite verificar que o aço está na sua fase elástica de uso. Na terceira curva, observa-se uma linha inicial do alumínio e uma reta final do alumínio. Estas duas respostas correspondem a: (i) Aplicação dos esforços de tração (curva inicial) e relaxação

3 de tração (reta final) e são construídas com a subtração ponto a ponto das duas anteriores. A norma brasileira [03] estabelece a condições necessárias para a realização deste ensaio e posterior tratamento dos dados. Além das curvas e retas já declaradas, existem três outras retas derivadas do ensaio de fluência [04] (descrito mais adiante). Estas três retas descreve o desempenho do cabo em fluência com os tempos de: 6 meses, 1 ano e 10 anos. Na figura (02) a seguir é reproduzida do documento [02] da AAA, está apresentado um resultado típico do ensaio de fluência sobre um determinado cabo aéreo. Nesta figura está caracterizado que o ensaio foi feito em 4 solicitações de tensão mecânica diferentes. Todavia, os acréscimos de alongamento nas 4 solicitações são iguais, apenas diferidos no tempo. Esta conclusão é lícita para o intervalo de solicitações deste ensaio, mas deve ser reconsiderada se as solicitações estiverem mais próximas à tensão de ruptura do material, especialmente se o material for elástico (alumínio). FIGURA (02) DIAGRAMA AAA [02] DE UM ENSAIO DE FLUÊNCIA EM CABO ACSR (26/7) As retas do gráfico (02) devido ao desempenho da fluência são construídas com os resultados do ensaio, bem caracterizado na norma brasileira [04]. Na figura (03) a seguir, extraída do documento [06] da AAA, está ilustrado como fazer a transferência dos resultados do ensaio de fluência para o ensaio de tensão deformação.

4 FIGURA (03) DIAGRAMA AAA [06] DE ACOPLAMENTO DOS RESULTADOS DE FLUÊNCIA NO DIAGRAMA TENSÃO DEFORMAÇÃO. O presente artigo expande a leitura dos gráficos da AAA, com análise mecânica, suportada por geometria analítica, cálculo e extrai uma leitura direta do comportamento termodinâmico dos materiais em estado de tração. Com uma nova leitura dos ensaios, pode-se correlacionar o decaimento das propriedades dos materiais constitutivos dos cabos com o tempo de tração dos cabos suspensos. MODELO (S&S) E PARÂMETROS O gráfico (01) anterior será a partir de agora dividido em várias áreas, cada uma com seu significado específico: 1-A área do polígono fechado em linha na cor vermelha significa toda a ENERGIA mecânica: Elástica e Plástica, que o material (alumínio) consumiu durante o trabalho de tensão e alongamento no ensaio; 2-A área do polígono formado entre as linhas azuis e a parte superior acima da partição das linhas vermelhas, significa a parte do trabalho mecânico consumido pela fluência em: 6 meses, 1 ano e 10 anos respectivamente. 3-Poderiam ter mais linhas azuis, mas o ensaio Stress-Strain (S&S) da AAA informa curvas somente até 10 anos. Mais adiante será fornecida uma explicação para o fato.

5 FIGURA (04) PARTICIONAMENTO DE ÁREAS NO DIAGRAMA AAA [02] DE UM ENSAIO TENSÃO- DEFORMAÇÃO EM CABO ACSR (26/7) 4-A relação entre as áreas azuis+vermelha e a área total vermelha é uma informação (científica) de quanto trabalho mecânico o material teve que consumir na sua estrutura para tracionado, durante este período e manter o cabo suspenso. A figura a seguir (05) ilustra de modo visual a assertiva (4) anterior. O gráfico (01) da AAA informa todas as equações das retas e curvas obtidas numa coleção ampla de ensaios, mas neste trabalho e nesta modelagem estas equações não serão usadas. A dispensa desta informação (muito boa!) está ligada ao desenvolvimento e uso do modelo que pretende ser uma ferramenta expedita e útil para os Engenheiros de projeto de linhas e os técnicos de campo. Este modelo propõe um tratamento direto sobre o gráfico ou no máximo um tratamento com geometria analítica (plana) simples sobre os diversos pontos característicos do modelo.

6 FIGURA (05) EVOLUÇÃO DO PARTICIONAMENTO (04) O tratamento rápido poderia ser aquele de simples inspeção visual, onde o projetista veria quanto de energia mecânica o cabo consumiu durante um determinado tempo. Para exemplificar e antecipando já alguns possíveis resultados do MODELO, na figura (06) a seguir está mostrada, como após 10 anos de fluência a redução de área, devido ao trabalho seria vista no gráfico. Por inspeção visual estima-se que a redução do trabalho mecânico (elástico e plástico) do material (no caso alumínio) ficou reduzido pela metade (50%). Em termos de CONFIABILIDADE e em 10 anos estaríamos no MTTF (Mean Time To Failure) para o cabo suspenso.

7 FIGURA (05) TRABALHO (ENERGIA) MECÂNICO E FLUÊNCIA EM 10 ANOS DE EXERCÍCIO TRATAMENTO ANALÍTICO O documento [05] da AAA traz uma coleção de ensaios de tensão e deformação, apresentados em gráficos onde as abscissas são deformações percentuais e as ordenadas são as tensões dos componentes dos cabos, obtidas através de esforços longitudinais aplicados nos corpos de prova (cabos). A despeito dos dados da AAA terem sido tratados e todas as curvas ajustadas com modelos lineares ou polinomiais, neste trabalho a MODELAGEM dos resultados serão feitas apenas com modelos lineares. Este tipo de enfoque traz algum erro NUMÉRICO, mas possibilitam: técnicos e engenheiros trabalharem com ele diretamente sobre os dados gráficos da AAA. Todavia, quando estes mesmos dados emergirem de um ensaio, bem conduzido, e os resultados colhidos com algum sistema automático de aquisição de dados, a avaliação deve ser conduzida com os MÉTODOS NUMÉRICOS mais avançados. Usando apenas aproximações lineares, o diagrama (01) transformado adquire a forma mostra na figura (06) a seguir

8 FIGURA (06) MODELAMENTO PARTICIONADO COM RETAS No enfoque linear da figura (06) anterior, o limite superior corresponde uma vizinhança da reta de 6 meses de fluência. A figura (07) a seguir é a reedição da figura anterior (06) com as seguintes caracterizações adicionais: 1-Os pontos marcados por círculos pretos [O, A2, A4, B1, C1] representam pontos obtidos por leitura direta no gráfico de resultados do ensaio tensão deformação; 2-Os pontos marcados por círculos vermelhos [A1, A3 e B2] representam pontos obtidos na extrapolação dos resultados obtidos, com estrita observância da mecânica do meio contínuo que trata das equações constitutivas dos materiais. 3-As linhas retas tracejadas (R1 e R2), são extrapolações lícitas dentro da mecânica dos materiais aplicadas às equações constitutivas. 4-Na figura (07): R1, R2, R3 são retas paralelas, corresponde em termo de equação constitutiva; O MÓDULO DE ELASTICIDADE COMPLEXO (dos materiais conjugados Alumínio e Aço), apreciado na linha final composta do ensaio. 5- Os pontos de análise mecânica são assim interpretados: O- É a origem do sistema de eixos coordenados A1-Intercessão das retas R1 e da curva final do aço;

9 A2-Intercessão entre a curva final composta (R3) e a curva final do aço; B1-Ponto extremo da curva de fluência com 10 anos; B2-Ponto extremo do ensaio de fluência com 10 anos, até o alongamento máximo do ensaio tensão deformação; C1-Ponto extremo do ensaio tensão deformação para o cabo completo; A3-Ponto de intercessão da reta R2 e a reta final do aço. A4-Ponto extremo da curva final do aço. C 1 R3 B2 A1 A R1 B 1 R2 2 A 3 A 4 o o 1 FIGURA (07) MODELAMENTO PARTICIONADO COM RETAS PREPARADO PÁRA GEOMETRIA ANALÍTICA Como a modelagem é linear: Considerando o conhecimento dos pontos no gráfico; A1 A A3 A4 B1 B2 C1 2 Y X 0,2 0, 0,3 0,4 0,2 0,4 0,

10 A seguir são apresentados os cálculos em geometria analítica plana que foram usados para a obtenção dos dados (em vermelho) da tabela anterior. Curva Inicial composta linear (O C1) Y X 0, 45 = Y X Y = 67777, 78X RETA R3 Reta Final alumínio Y = (68,95X 17,00)10 3 Fornecida pela AAA RETA R1 Y X 0, 28 = 107, 55 Y = (107, 55X 14, 696)103 PONTO B2 Reta Para Fluência 1 ano Y = 53,45 x10 3 X X = 0,45 Y = RETA R2 Y X 0, 45 = 107, 55 Y = (107, 55X 23, 354)103 PONTO A1 Intercessão da reta R1 com a reta final do aço Y = (107, 55X 14, 696)103 [ Y = (38,60X 0,65)x10 3 X = 0, 2037 Y = 7213 PONTO A3 Intercessão da reta R2 com a reta final do aço

11 Y = (107, 55X 23, 354)103 [ Y = (38,60X 0,65)x10 3 X X = 0, 3293 Y = Reta Final aço Y = (38,60X) 0, X Reta Para Fluência 10 anos Y = 53,45 x10 3 X Para completar a tabela anterior com 5 cálculos, foi necessário algum esforço algébrico. Todavia, em situação de mesa, os números calculados podem ser obtidos com: lápis, papel, esquadro e compasso, de modo expedito com se fazia no passado. Hoje estes mesmos dados podem ser calculados automaticamente nos DATA STATION acoplados às máquinas de ensaios. interessante; INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Os dados da tabela abaixo (replicada) fornecem sobre o gráfico (07) uma leitura muito A1 A A3 A4 B1 B2 C1 2 Y X 0,2 0, 0,3 0,4 0,2 0,4 0, A abscissa A1 é superior ao limite ε = 0,2 que é o limite de escoamento para materiais não ferrosos (alumínio, por exemplo). A diferença das abscissas A2 e A1 ε A2 A1 = 0,25 0,2037 = 0,0463

12 Corresponde já ao consumo de trabalho da fase plástica após o exaurimento da fase elástica. A diferença entre as abscissas A3 e A2 ε A3 A2 = 0,3293 0,25 = 0,0793 Corresponde ao consumo de trabalho na fase plástica, desde o fim do exaurimento da fluência em 10 anos e o limite de exaurimento de deformação de um ensaio completo sobre o cabo. A diferença entre as abscissas A4 e A3 ε A4 A3 = 0,45 0,3293 = 0,1207 Corresponde ao consumo de trabalho na fase plástica, desde o exaurimento do alongamento (extremo) do cabo completo (0,45) e o limite de exaurimento (com retração) de deformação de um ensaio completo sobre o cabo. Esta informação tem o significado do consumo de alongamento do cabo durante o ensaio do mesmo. Desta tabela, as principais inferências são: (i) Após 10 anos de fluência mecânica, está exaurida toda a fase elástica do alumínio; (ii) Em A1 consumiu 45,27% do alongamento final por fluência, após 10 anos de funcionamento do cabo sob tração mecânica. O-A1 O-A2 O-A3 O- A4 0,2037 0,25 0,3293 0,45 RESID% 54,73 44,44 26,82 0 CONS% 45,27 55,56 73, Se após 10 anos de fluência, o cabo for ensaiado na modalidade tensão e deformação [03], O alongamento final do cabo ensaiado terá consumido (A3) 73,18% do alongamento final (referência cabo novo). Ainda no gráfico (07)a diferença entre as ordenadas C1 e B2, é uma indicação da perda de carga de ruptura entre o cabo NOVO e um cabo sob fluência (Em USO) em 10 anos.

13 NOVO NOVO τ 10 ANOS = % τ 10 ANOS = 76,72 Esta leitura indica que em 10 anos o cabo perde cerca de 24% da carga de ruptura, mas o alumínio perde 80% do seu alongamento a ruptura. Finalmente resta uma leitura sob a energia consumida durante o trabalho de tração mecânica do condutor. O triangulo {O, A4, C1} tem sua área correlacionada com a quantidade de trabalho mecânico total durante o ensaio de tensão e deformação do cabo novo. Já {O, B2, C1} é o triangulo que mede, no mesmo ensaio, a energia devido ao trabalho mecânico de tração durante 10 anos de fluência. A relação entre as duas áreas é uma medida de quanta energia foi consumida em 10 anos de fluência. CALCULO DAS ÁREAS DOS TRIANGULOS {O, A4, C1} S = 1 det ,45 1 = 3150, {O, B2, C1}S = 1 det ,45 1 = 1597, O quociente entre as duas áreas é de 50%, informando que após 10 anos de fluência foi consumido cerca da metade da vida mecânica disponível do material (10 anos é o MTTF do material) ALUMÍNIO neste nível de solicitação mecânica. ANÁLISE DO ENSAIO DE FLUÊNCIA O ensaio de fluência conduzido pela norma brasileira [04] que é uma aplicação local do ensaio desenvolvido pela AAA [06], está incorporado nos diagramas. Neste trabalho esta incorporação está apresentada na figura [08] a seguir. Os valores assinalados nesta figura são aqueles lidos diretamente. Todavia, os valores obtidos no ensaio de fluência correspondem às diferenças de leitura do gráfico, ou seja; Leitura 0,175 0,231 0,246 0,28 DCREEP 0,056 0,071 0,105

14 0,231 0,246 0,175 0,280 FIGURA (08) CONSTRUÇÃO DO ACOPLAMENTO DOS RESULTADOS DO ENSAIO DE FLUÊNCIA Os valores da linha Dcreep são aqueles efetivamente medidos no ensaio de fluência que serão usados no modelamento LOG LOG das escalas na apresentação dos resultados. log ε = log t + log k Onde o parâmetro k mede a saúde do material (Quanto maior, maior a Saúde). Assim, m a a ,056 0,071 0,105 Como no ensaio de fluência o andamento das deformações é linear em escalas log. Transformando em horas o tempo e fazendo a regressão linear, vem; INCLIN INTERC

15 - 0, ,95958 Y = 0,199814X 1,95958 LOG ε = 0,19981LOG(t) 1, ,004662xLOG ε = LOG(t) 9, ,004662xLOG ε = LOG(t) LOG(6,41x10 9 ) 6,41x10 9 LOG( ε) 5, = LOG (t) 6,41x10 9 [ ε] 5, = t gráfico gráfico cálculo ε t t 0, , , A equação anterior é uma boa interpolação dos dados do gráfico. 30 Para 30 anos de fluência sob tração, os valores no modelo em análise seria ε a 0 = 0,132 e ε 30 a = 0,307. 0, ,307 Se o único esforço sobre o cabo for aquele de tração, o material teria consumido %C = 68 do alongamento permitido. No entanto já teria ultrapassado o MTTF de 10 anos. DISCERNIMENTO TERMODINÂMICO A termodinâmica se interessa pelo denominado Equilíbrio Termodinâmico [07]. Este equilíbrio é equacionado e resolvido em termos de Matéria e Energia envolvida durante uma transformação. Na termodinâmica o TEMPO não é uma variável de estado. Todavia, nos diagramas

16 de tensão e deformação da AAA, estão os acoplamentos das curvas de CREEP: com 9 meses, 1 ano e 10 anos. Estes acoplamentos serão usados numa leitura ulterior de discernimento ( insight ), com a ajuda da equação geral do equilíbrio termodinâmico. PV = nrt Em um cabo suspenso usado em linha de transmissão (Distribuição também) P pode ser aproximado por F S e o volume V pode ser aproximado por V = S l. Onde S é a seção transversal do cabo e l é o seu comprimento. Para que o approach termodinâmico fique bem formalizado; F S l = nrt S ou ainda F l = nrt Como a temperatura T ao longo tempo é ERGÓDICA (Em palavra pobre, CONSTANTE) e R é a CONSTANTE dos gases perfeitos. A equação F l = nrt é o trabalho (energia) produzida pelo ensemble [08] n, variando ao longo do tempo. Daqui em diante aproximaremos F l = E Como a energia envolvida na transformação termodinâmica do material ao longo da fluência mecânica. Então, E inicial = n inicial RT E 10 anos = n 10 anos RT Deste modo, a relação entre as energias disponíveis (Inicial e Final) para manter o cabo suspenso em tração é igual a relação entre os ENSEMBLES iniciais e finais disponíveis da estrutura do material. A relação entre as energias disponíveis será aproximada pelas áreas correlatas a elas no diagrama tensão e deformação apresentado a seguir [09].

17 FIGURA (09) ENERGIAS CORRELATAS NO CABO ACSR (26/7) DURANTE O TRACIONAMENTO E SIMPLESMENTE SUSPENÇÃO A fronteira limite circundada em vermelho, corresponde a toda energia envolvida no ensaio de tensão e deformação. A área cinzenta dentro desta fronteira corresponde a energia usado durante o tracionamento. A área ocre corresponde a energia envolvida durante o RELAXAMENTO (Cabo apenas suspenso). A região OCRE é de supremo interesse termodinâmico, pois é assim que o cabo desempenha sua MISSÃO ao longo do tempo. FIGURA (10) ENERGIAS RELAXAÇÃO (INICIAL E APÓS 10 ANOS) EM UM CABO ACSR (26/7) SUPENSO Com o algoritmo desenvolvido neste trabalho é possível delimitar as áreas (EM OCRE) correlatas à energia inicial e energia após 10 anos de fluência. Na figura [10] anterior estas áreas estão bem caracterizadas pelas coordenadas cartesianas

18 obtidas: Ou diretamente, ou calculadas. Nesta figura aparecem dois triângulos: O maior refere-se a energia inicial, que na realidade pode ser obtida no gráfico do ensaio de tensão e deformação, O menor é obtido, com o algoritmo deste trabalho e corresponde a energia após 10 Anos de fluência no cabo apenas suspenso. A relação entre as áreas destes dois triângulos é um estimador BOM de quanta energia ainda dispõem os ENSEMBLES para sustentar o cabo tracionado. A relação entre as áreas pode ser calculada como; S inicial = det ,45 1 = 1400, ,25 1 S 10 anos = det ,45 1 = 331, ,34 1 cabo. Resultando apenas 24% de energia disponível para os ENSEMBLES manterem suspenso o CONCLUSÕES Foi apresentado um breve estudo com análise dos diagramas dos resultados TENSÃO E DEFORMAÇÃO e FLUÊNCIA, desenvolvidos pelos americanos na década de 20 do século passado, mas que continuam sendo usados por projetistas de linhas de transmissão e Engenheiros de campo. Dentro das limitações dos diagramas foram acrescidas algumas leituras fáceis de observação, concentradas na variação do alongamento à ruptura, Variação da tensão de ruptura, mas a mais importante na energia consumida pelo material enquanto deforma. A importância dessa variação (energia-matéria) está no fato que no STRICTO SENSU termodinâmico, o dualismo existe na equação de equilíbrio; ,45 1 0, , , , , ,45 1 0, , , ,3293 1

19 PV = nrt Ou seja, o Momento mecânico PV é equilibrado por certa quantidade de matéria (material), daí sua força nas assertivas destas conclusões. 1-Os ensaios: Tensão-Deformação [03]e Fluência [04] em cabos aéreos usados nas linhas de TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA são MANDATÓRIOS; 2-Todos os cabos de transmissão incluindo aqueles com novos materiais (Por exemplo: Nanos Materiais), devem ser ensaiados na modalidade recomendada pela AAA e reforçada pela Norma Brasileira [03] e [04]. Todas as curvas devem ser interpoladas com regressão linear e/ou regressão polinomial. 3-Para usar a extensão desta análise, O leitor pode optar por um enfoque apenas gráfico ou analítico, este último quando de necessidade documental. Assim, que a comunidade Técnica revisar e aceitar este documento, possivelmente as novas máquinas de ensaio também poderiam melhorar o tratamento dos dados com sistema de aquisição e tratamento dos dados com métodos avançados. 4-Além das leituras já disponíveis o trabalho inseriu mais as seguintes: (i)variação do alongamento à ruptura ao longo do ensaio Tensão deformação; (ii)variação do alongamento à ruptura devido os diversos tempos de fluência, declarados no diagrama tensão deformação; (iii)variação da tensão de ruptura extrapolada para 10 anos de fluência; (iv)variação do trabalho de deformação do material em função do ensaio inicial e a deformação durante 10 anos; 5-Em 10 anos de fluência é consumida toda a fase elástica do alumínio, no cabo ACSR 26/7. Esta ação é também esperada para todas as ligas de alumínio, pois estas possuem mais de 99% de conteúdo de alumínio na composição. 6-Em 10 anos de fluência, se ensaiado novamente o cabo, este revelaria o consumo de cerca de 80% do alongamento a ruptura do alumínio. Está assertiva tem implicações notáveis nos cabos retensionados, depois de muito tempo e no desempenho das ligas de alumínio submetidas à fadiga cíclica (Térmica ou Eólica).

20 0,175 0, anos de fluência representa em termos de balanço termodinâmico do Esforço Mecânico no Material, ao MTTF da confiabilidade (Mean Time To Failure) do material (alumínio) em qualquer formação ACSR. 8-Em 30 anos de concessão para exploração de uma linha de transmissão, a probabilidade de falha mecânica dos condutores, apenas por CREEP, no approach termodinâmico deste trabalho, é de 60%. [30500;0,45] 0,231 0, anos de fluência [22000;0,45] [16500;0,45] [0;0] 9-Além do esforço de tração mecânica e o CREEP decorrente a ele, os cabos de linhas de transmissão estão recorrentemente submetidos a fadiga aperiódica de origem térmica (Devido a variação de corrente e condições ambientais) e eólica (Ventos aperiódicos e recorrente durante o exercício da linha). Estes efeitos não foram computados neste trabalho, mas serão computados nos próximos. 10-Em concessões de operação com 30 anos de duração é mandatório recondutorar a linha antes de sua devolução. AGRADECIMENTOS O autor, consultor do grupo INTELLI, agradece a permissão para publicar este trabalho. REFERENCIAS [01] G. R. de ALMEIDA -Cabos Aéreos Para Linhas de Transmissão de Energia Elétrica Revisitando o Conceito de EDS para Cabos [02] AAA- ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA

21 [03] NBR 7306 ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Condutores elétricos de alumínio Tensão e deformação em condutores de alumínio MÉTODO DE ENSAIO. [04] NBR ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Condutores elétricos de alumínio Fluência em condutores de alumínio MÉTODO DE ENSAIO [05] Stress-Strain-Creep curves for ALUMINUM OVERHEAD ELECTRICAL CONDUCTORS [AAA] [06] A Method of Stress-Strain Testing of Aluminum Conductor and ACSR (and) A Test Method for Determining the Long Time Tensile CREEP of Aluminum Conductors in Overhead Line. [AAA}] 126p [07] Robert P. Bauman Introdução ao equilíbrio Termodinâmico Ed Edgard Blucher 1972 [08] J. W. GIBBS Elementary principles in statistical mechanics NY: Charles Scribners London: Edward Arnold -1902

CABOS AEREOS PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELETRICA ANALISE MECANICA DOS MATERIAIS PARA CABOS CAL E CA.

CABOS AEREOS PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELETRICA ANALISE MECANICA DOS MATERIAIS PARA CABOS CAL E CA. CABOS AEREOS PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELETRICA ANALISE MECANICA DOS MATERIAIS PARA CABOS CAL E CA. GERALDO R. DE ALMEIDA ENGENHEIRO ELETRICISTA MSC DSC RESUMO Os cabos CA (Condutores de alumínio

Leia mais

Propriedades mecânicas dos materiais

Propriedades mecânicas dos materiais Propriedades mecânicas dos materiais Ensaio de tração e compressão A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente

Leia mais

Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais

Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais O ensaio de tração e compressão A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade

Leia mais

ENSAIOS MECÂNICOS EM CABOS CONDUTORES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO. Oswaldo Honorato de Souza Jr.* Nilson Barbieri Walter A. Kapp

ENSAIOS MECÂNICOS EM CABOS CONDUTORES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO. Oswaldo Honorato de Souza Jr.* Nilson Barbieri Walter A. Kapp GLT/20 17 à 22 de outubro de 1999 Foz do Iguaçu Paraná - Brasil GRUPO III GRUPO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO (GLT) ENSAIOS MECÂNICOS EM CABOS CONDUTORES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO Oswaldo Honorato de Souza Jr.*

Leia mais

Capítulo 4 Propriedades Mecânicas dos Materiais

Capítulo 4 Propriedades Mecânicas dos Materiais Capítulo 4 Propriedades Mecânicas dos Materiais Resistência dos Materiais I SLIDES 04 Prof. MSc. Douglas M. A. Bittencourt prof.douglas.pucgo@gmail.com Propriedades Mecânicas dos Materiais 2 3 Propriedades

Leia mais

KEYWORDS. Overhead Bare Cables,Transmission Lines, Aluminum Alloys, Reinforcement, EDS.

KEYWORDS. Overhead Bare Cables,Transmission Lines, Aluminum Alloys, Reinforcement, EDS. Cabos AéreosPara Linhas de Transmissão de Energia Elétrica Revisitando o Conceito de EDS para Cabos Geraldo R. de Almeida (Engenheiro Eletricista MSc DSc) Consultor do Grupo Intelli RESUMO Na metade do

Leia mais

MÓDULO 2: Propriedades mecânicas dos metais. Deformação elástica, Deformação plástica

MÓDULO 2: Propriedades mecânicas dos metais. Deformação elástica, Deformação plástica MÓDULO 2: Propriedades mecânicas dos metais. Deformação elástica, Deformação plástica Propriedades mecânicas dos metais Muitos materiais, quando em serviço, são submetidos a forças ou cargas. O comportamento

Leia mais

CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALDO DO DISTRITO FEDERAL

CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALDO DO DISTRITO FEDERAL 7. Propriedades Mecânicas dos Materiais As propriedades mecânicas de um material devem ser conhecidas para que os engenheiros possam relacionar a deformação medida no material com a tensão associada a

Leia mais

Q RT. Lista de Exercícios 9. Comportamento Mecânico dos Materiais - Parte II

Q RT. Lista de Exercícios 9. Comportamento Mecânico dos Materiais - Parte II 1 Lista de Exercícios 9 Comportamento Mecânico dos Materiais - Parte II 2014 1. Suponha que você é o responsável pelo projeto de uma turbina a gás funcionando a 800 o C. As palhetas do rotor serão construídas

Leia mais

UNIDADE 9 Propriedades Mecânicas I

UNIDADE 9 Propriedades Mecânicas I UNIDADE 9 Propriedades Mecânicas I 1. Fios de aço carbono com área de seção transversal nominal de 62,9 mm 2 são utilizados para a fabricação de peças pré-moldadas de concreto protendido. Nessas peças,

Leia mais

Propriedades Geométricas de um seção Plana e Propriedades Mecânicas dos Materiais

Propriedades Geométricas de um seção Plana e Propriedades Mecânicas dos Materiais MKT-MDL-05 Versão 00 Propriedades Geométricas de um seção Plana e Propriedades Mecânicas dos Materiais Curso: Bacharelado em Engenharia Civil Turma: 5º Docente: Carla Soraia da Silva Pereira MKT-MDL-05

Leia mais

MATERIAIS ELASTOPLÁSTICOS

MATERIAIS ELASTOPLÁSTICOS MATERIAIS ELASTOPLÁSTICOS - DESCRIÇÃO DO COMPORTAMENTO ELASTOPLÁSTICO Alguns elementos característicos dos ensaios de tração simples são analisados a seguir para identificar os fenômenos que devem ser

Leia mais

a) Os três materiais têm módulos de elasticidade idênticos. ( ) Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia PMT 3110

a) Os três materiais têm módulos de elasticidade idênticos. ( ) Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia PMT 3110 Lista de Exercícios 06 / 2018 Comportamento mecânico dos materiais - Parte I 1. Um pedaço de arame recozido de aço baixo carbono tem 2 mm de diâmetro, limite de escoamento 210 MPa e módulo de elasticidade

Leia mais

Estabilidade. Marcio Varela

Estabilidade. Marcio Varela Estabilidade Marcio Varela Esforços internos O objetivo principal deste módulo é estudar os esforços ou efeitos internos de forças que agem sobre um corpo. Os corpos considerados não são supostos perfeitamente

Leia mais

Teste de tração - compressão

Teste de tração - compressão PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS Prof. Renata Machado Soares - REMA I Teste de tração - compressão Resistência capacidade de suportar carga sem deformação excessiva ou ruptura; A partir de um ensaio

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO 2 1. INTRODUÇÃO Algumas das

Leia mais

Objetivo do capítulo. O ensaio de tração e compressão

Objetivo do capítulo. O ensaio de tração e compressão Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais Adaptado pela prof. Dra. Danielle Bond Objetivo do capítulo Agora que já discutimos os conceitos básicos de tensão e deformação, mostraremos, neste capítulo,

Leia mais

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução Módulo II Ensaios Mecânicos OBJETIVOS DOS ENSAIOS MECÂNICOS Os ensaios são realizados com o objetivo de se obter informações específicas em relação

Leia mais

Diagrama Tensão Deformação 0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020 0,0025

Diagrama Tensão Deformação 0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020 0,0025 . Os dados de um teste tensão-deformação de uma cerâmica são fornecidos na tabela. A curva é linear entre a origem e o primeiro ponto. Construir o diagrama e determinar o módulo de elasticidade e o módulo

Leia mais

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Versão 1.0 22 a 25 Novembro de 2009 Recife - PE GRUPO - III GRUPO DE ESTUDO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO - GLT NOVA METODOLOGIA PARA

Leia mais

Resistência dos Materiais

Resistência dos Materiais Resistência dos Materiais Prof. Antonio Dias Antonio Dias / Resistência dos Materiais 1 Flexão Diagramas de força cortante e momento fletor Elementos longos e retos que suportam cargas perpendiculares

Leia mais

Resposta Questão 1. Resposta Questão 2

Resposta Questão 1. Resposta Questão 2 GABARITO DA PROVA DO PROCESSO DE SELEÇÃO PARA O PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO 1 SEMESTRE DE 018 FÍSICA E QUÍMICA DE MATERIAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI Resposta Questão 1 a) Considerando o

Leia mais

Flexão Vamos lembrar os diagramas de força cortante e momento fletor

Flexão Vamos lembrar os diagramas de força cortante e momento fletor Flexão Vamos lembrar os diagramas de força cortante e momento fletor Elementos longos e retos que suportam cargas perpendiculares a seu eixo longitudinal são denominados vigas. Vigas são classificadas

Leia mais

Prof. Willyan Machado Giufrida Curso de Engenharia Química. Ciências dos Materiais. Propriedades Mecânicas dos Materiais

Prof. Willyan Machado Giufrida Curso de Engenharia Química. Ciências dos Materiais. Propriedades Mecânicas dos Materiais Ciências dos Materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais IMPORTÂNCIA Aplicações onde são necessárias solicitações mecânicas. Atender as exigências de serviço previstas. POR QUÊ ESTUDAR? A determinação

Leia mais

3. Materiais e Métodos

3. Materiais e Métodos 34 3. Materiais e Métodos A literatura apresenta vários trabalhos que adotam o método de elementos finitos para análise da distribuição de tensões em diversos equipamentos, elementos de máquinas, peças

Leia mais

Propriedades dos Materiais Fluência INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS FLUÊNCIA

Propriedades dos Materiais Fluência INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS FLUÊNCIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS FLUÊNCIA Propriedades dos Materiais Ten Cel Sousa Lima, D. C. SUMÁRIO Métodos Comportamento em fluência Tipos de ensaios Avaliação da fluência

Leia mais

PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS

PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS PROF. M. SC. MARCONI FURTADO 2013 Importância. Propriedades físicas dos materiais Comportamento

Leia mais

AULA 4 Materiais de Construção II

AULA 4 Materiais de Construção II AULA 4 Materiais de Construção II Introdução Para a construção, as propriedades que interessam considerar aos metais são várias, concretamente, a aparência, densidade, dilatação e condutibilidade térmica,

Leia mais

Muitos materiais, quando em serviço, são submetidos a forças ou cargas É necessário conhecer as características do material e projetar o elemento

Muitos materiais, quando em serviço, são submetidos a forças ou cargas É necessário conhecer as características do material e projetar o elemento Muitos materiais, quando em serviço, são submetidos a forças ou cargas É necessário conhecer as características do material e projetar o elemento estrutural a partir do qual ele é feito Materiais são frequentemente

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro PUC-Rio NECE. Experimento de ensino baseado em problemas. Módulo 01: Análise estrutural de vigas

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro PUC-Rio NECE. Experimento de ensino baseado em problemas. Módulo 01: Análise estrutural de vigas Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro PUC-Rio NECE Experimento de ensino baseado em problemas Módulo 01: Análise estrutural de vigas Aula 02: Estruturas com barras sob corportamento axial

Leia mais

AULA 4 Materiais de Construção II

AULA 4 Materiais de Construção II Faculdade de Engenharia - Licenciatura em Engenharia Civil UL 4 Materiais de Construção II Capítulo ula 4 (Teórica/Prática) II ços para Construção Introdução Ensaios sobre os aços: 1) Ensaio de Tracção;

Leia mais

Propriedades Geométricas de um seção Plana e Propriedades Mecânicas dos Materiais

Propriedades Geométricas de um seção Plana e Propriedades Mecânicas dos Materiais MKT-MDL-05 Versão 00 Propriedades Geométricas de um seção Plana e Propriedades Mecânicas dos Materiais Curso: Bacharelado em Engenharia Civil Turma: 5º Docente: Carla Soraia da Silva Pereira MKT-MDL-05

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS PARTE A ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO 2 1. INTRODUÇÃO Algumas

Leia mais

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 2015 AULA PRÁTICA No. 01 TABELAS E GRÁFICOS NOTA PROFS. ANGELO BATTISTINI, ANTONIO CALAFIORI E RODRIGO DI MONACO NOME RA TURMA NOTA Objetivo: Nesta aula vamos recordar a construção

Leia mais

Conteúdo. Resistência dos Materiais. Prof. Peterson Jaeger. 3. Concentração de tensões de tração. APOSTILA Versão 2013

Conteúdo. Resistência dos Materiais. Prof. Peterson Jaeger. 3. Concentração de tensões de tração. APOSTILA Versão 2013 Resistência dos Materiais APOSTILA Versão 2013 Prof. Peterson Jaeger Conteúdo 1. Propriedades mecânicas dos materiais 2. Deformação 3. Concentração de tensões de tração 4. Torção 1 A resistência de um

Leia mais

Resistência dos Materiais

Resistência dos Materiais Resistência dos Materiais Eng. Mecânica, Produção UNIME 2016.1 Lauro de Freitas, Março, 2016. 2 Tensão e deformação: Carregamento axial Conteúdo Tensão e Deformação: Carregamento Axial Deformação Normal

Leia mais

Aula 6 Propriedades dos materiais

Aula 6 Propriedades dos materiais Aula 6 Propriedades Mecânicas dos Materiais E-mail: daniel.boari@ufabc.edu.br Universidade Federal do ABC Princípios de Reabilitação e Tecnologias Assistivas 3º Quadrimestre de 2018 Conceitos fundamentais

Leia mais

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS CONTROLE DE QUALIDADE INDUSTRIAL Aula 03 TENSÃO

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS CONTROLE DE QUALIDADE INDUSTRIAL Aula 03 TENSÃO CONTROLE DE QUALIDADE INDUSTRIAL Tensão Tensão é ao resultado da ação de cargas externas sobre uma unidade de área da seção analisada na peça, componente mecânico ou estrutural submetido à solicitações

Leia mais

Lista de Exercícios 05. Comportamento Mecânico dos Materiais - Parte I

Lista de Exercícios 05. Comportamento Mecânico dos Materiais - Parte I 1 Lista de Exercícios 5 Comportamento Mecânico dos Materiais - Parte I 1. Considere as curvas tensão de engenharia versus deformação de engenharia para os três materiais (A, B e C) e responda as afirmativas

Leia mais

7 RESULTADOS EXPERIMENTAIS

7 RESULTADOS EXPERIMENTAIS 7 RESULTADOS EXPERIMENTAIS No presente capítulo, é apresentada a aplicação efetiva da metodologia desenvolvida para medição de campos de deformações. Imagens coletadas durante ensaios de tração são analisadas,

Leia mais

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS) BC-1105: MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS Propriedades Mecânicas dos Materiais

Leia mais

2 a ProvadeEDI-49ConcretoEstruturalII Parte teórica Prof. Flávio Mendes Neto Junho de 2018

2 a ProvadeEDI-49ConcretoEstruturalII Parte teórica Prof. Flávio Mendes Neto Junho de 2018 2 a ProvadeEDI-49ConcretoEstruturalII Parte teórica Prof. Flávio Mendes Neto Junho de 2018 Absolutamente sem consulta. A interpretação das questões faz parte da prova. Justifique cientificamente suas afirmações.estapartedaprovatem1folhae4questões.

Leia mais

13 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS

13 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS NG01140 Turma C (Prof. Aleandre Pacheco) 39 13 PROPRIDADS MCÂNICAS DOS MATRIAIS Os ensaios de tração e compressão stes ensaios são provavelmente uns dos mais comuns a serem usados em engenharia. les são

Leia mais

Comportamento Elastoplástico

Comportamento Elastoplástico Departamento de Engenharia Mecânica Comportamento Elastoplástico Prof. Arthur Braga Projeto Mecânico Estratégia Identificar possíveis modos de falha (escoamento, ruptura, fadiga, fratura, etc.) Definir

Leia mais

Ensaio de Fluência. A temperatura tem um papel importantíssimo nesse fenômeno; Ocorre devido à movimentação de falhas (como discordâncias);

Ensaio de Fluência. A temperatura tem um papel importantíssimo nesse fenômeno; Ocorre devido à movimentação de falhas (como discordâncias); Ensaio de Fluência Adaptado do material do prof. Rodrigo R. Porcaro. Fluência é a deformação plástica que ocorre num material, sob tensão constante ou quase constante, em função do tempo ; A temperatura

Leia mais

8º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ENGENHARIA MECANICA Cusco, 23 a 25 de Outubro de 2007

8º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ENGENHARIA MECANICA Cusco, 23 a 25 de Outubro de 2007 8º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ENGENHARIA MECANICA Cusco, 23 a 25 de Outubro de 2007 CARACTERIZAÇÃO DA RESINA TERMOPLÁSTICA DE POLIPROPILENO UTILIZADA NA FABRICAÇÃO DE CADEIRAS PLÁSTICAS Parmentier Carvalho,

Leia mais

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS 02

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS 02 Engenharia da Computação 1 4º / 5 Semestre RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS 02 Prof Daniel Hasse Tração e Compressão Vínculos e Carregamentos Distribuídos SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP Aula 04 Vínculos Estruturais

Leia mais

Introdução Conteúdo que vai ser abordado:

Introdução Conteúdo que vai ser abordado: Introdução Conteúdo que vai ser abordado: Considerações sobre seleção de materiais; Propriedades dos materiais (metais, polímeros e cerâmicas); Seleção de materiais segundo: Resistência mecânica Resistência

Leia mais

Figura 1: Hipóteses básicas.

Figura 1: Hipóteses básicas. 2 FLEXÃO NORMAL SIMPLES Nesta seção descreve-se as hipóteses básica de dimensionamento, de forma sucinta, mas atendendo a última revisão da norma ABNT NBR6118:2014, permitindo-se os concretos até 50 MPa,

Leia mais

ENSAIOS MECÂNICOS AUTOMATIZADOS DE CABOS CONDUTORES

ENSAIOS MECÂNICOS AUTOMATIZADOS DE CABOS CONDUTORES ENSAIOS MECÂNICOS AUTOMATIZADOS DE CABOS CONDUTORES Nilson Barbieri Oswaldo Honorato de Souza Júnior Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR Av. Imaculada Conceição, 1155 CEP: 81025-901 Curitiba,

Leia mais

PROPRIEDADES MECÂNICAS III Propriedades de tração

PROPRIEDADES MECÂNICAS III Propriedades de tração INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS III Propriedades de tração Propriedades dos Materiais Ten Cel Sousa Lima, D. C. SUMÁRIO Regime plástico Propriedades

Leia mais

Ensaios Mecânicos dos Materiais

Ensaios Mecânicos dos Materiais Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia de Materiais Ensaios Mecânicos dos Materiais Engenharia e Ciência dos Materiais I Prof. Dr. Cassius O. F. T. Ruckert

Leia mais

Ciência e Engenharia dos Materiais. Propriedades Mecânicas. Prof. C. Brunetti

Ciência e Engenharia dos Materiais. Propriedades Mecânicas. Prof. C. Brunetti Ciência e Engenharia dos Materiais Propriedades Mecânicas Prof. C. Brunetti Porque estudar? A determinação e/ou conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para

Leia mais

Principais propriedades mecânicas

Principais propriedades mecânicas Principais propriedades mecânicas Resistência à tração Elasticidade Ductilidade Fluência Fadiga Dureza Tenacidade,... Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às

Leia mais

O que é Resistência dos Materiais?

O que é Resistência dos Materiais? Roteiro de aula O que é Resistência dos Materiais? Definições Resistência x Rigidez Análise x Projeto Áreas de Aplicação Forças externas Esforços internos Elementos estruturais Hipóteses básicas Unidades

Leia mais

PME-2350 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II AULA #7: VASOS DE PRESSÃO DE PAREDE ESPESSA 1

PME-2350 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II AULA #7: VASOS DE PRESSÃO DE PAREDE ESPESSA 1 PME-2350 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II AULA #7: VASOS DE PRESSÃO DE PAREDE ESPESSA 1 7.1. Introdução e hipóteses gerais Vimos na aula anterior as equações necessárias para a solução de um problema geral da Teoria

Leia mais

Seleção dos Materiais

Seleção dos Materiais Sumário Fatores gerais de influência na seleção de materiais 1 Critérios de 2 Matriz de Decisão............................... 3 Índice de Mérito................................ 4 2 Fatores gerais de influência

Leia mais

Construir o elo de ligação entre o estado de tensão e o estado de deformação.

Construir o elo de ligação entre o estado de tensão e o estado de deformação. Universidade Federal de Alagoas Centro de Tecnologia Curso de ngenharia Civil Disciplina: Mecânica dos Sólidos 2 Código: CIV3 Professor: duardo Nobre Lages Relações Constitutivas Maceió/AL Objetivo stado

Leia mais

Capítulo 1. INTRODUÇÃO

Capítulo 1. INTRODUÇÃO Capítulo 1. INTRODUÇÃO A simulação numérica de problemas de engenharia ocupa atualmente uma posição de destaque no cenário mundial de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. O crescente interesse,

Leia mais

5 Ensaio de tração: análise dos resultados

5 Ensaio de tração: análise dos resultados A U A UL LA Ensaio de tração: análise dos resultados Introdução A máquina de ensaio está pronta para começar seu trabalho: o corpo de prova fixado, a velocidade de aplicação da força ajustada, a escala

Leia mais

Along. (50mm) 25% Custo (aço + Frete + impostos) R$ 1450,00/ton

Along. (50mm) 25% Custo (aço + Frete + impostos) R$ 1450,00/ton 1. Qual o valor das tensões principais para os tensores de tensão dados, segundo a simbologia utilizada na disciplina (vide matrizes abaixo)? Estados Valores de tensões em MPa Tensões Genéricas Tensões

Leia mais

Validação de ensaios de cabos condutores de energia elétrica realizados em máquinas de tração vertical

Validação de ensaios de cabos condutores de energia elétrica realizados em máquinas de tração vertical XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2008-06 a 10 de outubro Olinda - Pernambuco - Brasil Validação de ensaios de cabos condutores de energia elétrica realizados em máquinas

Leia mais

Disciplina : Termodinâmica. Aula 6 - Análise da Energia dos Sistemas Fechados

Disciplina : Termodinâmica. Aula 6 - Análise da Energia dos Sistemas Fechados Disciplina : Termodinâmica Aula 6 - Análise da Energia dos Sistemas Fechados Prof. Evandro Rodrigo Dário, Dr. Eng. Análise da Energia dos Sistemas Fechados Já vimos várias formas de energia e de transferência

Leia mais

MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO

MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO Autores: Pedro Henrique Gwiggner SERIGHELLI 1, Cristiano José TURRA 2, David Roza JOSÉ 3. 1 Graduando

Leia mais

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS PARTE I

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS PARTE I ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS PARTE I PMT 2100 - Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia

Leia mais

Introdução ao Método dos Elementos Finitos

Introdução ao Método dos Elementos Finitos Introdução ao Método dos Elementos Finitos Estruturas Aeroespaciais II (10373) 2014 1. Introdução O Método dos Elementos Finitos (MEF), cuja génese se verificou por volta de 1940, é uma ferramenta matemática

Leia mais

PROPRIEDADES MECÂNICAS II

PROPRIEDADES MECÂNICAS II INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS II Propriedades dos Materiais Ten Cel Sousa Lima, D. C. SUMÁRIO Ensaio de tração Propriedades elásticas Propriedades

Leia mais

Carga axial. Princípio de Saint-Venant. Princípio de Saint-Venant

Carga axial. Princípio de Saint-Venant. Princípio de Saint-Venant Capítulo 4: Carga axial Adaptado pela prof. Dra. Danielle Bond Princípio de Saint-Venant Anteriormente desenvolvemos os conceitos de: Tensão (um meio para medir a distribuição de força no interior de um

Leia mais

MECÂNICA DOS SÓLIDOS PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS. Prof. Dr. Daniel Caetano

MECÂNICA DOS SÓLIDOS PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS. Prof. Dr. Daniel Caetano MECÂNICA DOS SÓLIDOS PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS Prof. Dr. Daniel Caetano 2019-1 Objetivos Conhecer o comportamento dos materiais na tração e compressão Compreender o gráfico de tensão x deformação

Leia mais

Concreto Protendido. PERDAS DE PROTENSÃO Prof. Letícia R. Batista Rosas

Concreto Protendido. PERDAS DE PROTENSÃO Prof. Letícia R. Batista Rosas Concreto Protendido PERDAS DE PROTENSÃO Prof. Letícia R. Batista Rosas Tipos de perdas de protensão Perdas de protensão são todas as perdas verificadas nos esforços aplicados aos cabos de protensão. As

Leia mais

Resistência dos Materiais

Resistência dos Materiais CONCURSO PETROBRAS TÉCNICO(A) DE MANUTENÇÃO JÚNIOR - MECÂNICA Resistência dos Materiais Questões Resolvidas QUESTÕES RETIRADAS DE PROVAS DA BANCA CESGRANRIO DRAFT Produzido por Exatas Concursos www.exatas.com.br

Leia mais

Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais

Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais 3.1 O ensaio de tração e compressão A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa

Leia mais

Propriedades Mecânicas Fundamentais. Prof. Paulo Marcondes, PhD. DEMEC / UFPR

Propriedades Mecânicas Fundamentais. Prof. Paulo Marcondes, PhD. DEMEC / UFPR Propriedades Mecânicas Fundamentais Prof. Paulo Marcondes, PhD. DEMEC / UFPR Aspectos gerais da conformação Deformação Plástica: Aspectos fenomenológicos Curva x Limite de escoamento; Limite de resistência;

Leia mais

TRELIÇA C/ SISTEMA TENSOR DE CABO

TRELIÇA C/ SISTEMA TENSOR DE CABO Q) RESPOSTA TRELIÇA C/ SISTEMA TENSOR DE CABO Obtidas as matrizes de rigidez dos elementos estruturais, deve-se remanejar tais coeficientes para a matriz de rigidez da estrutura (graus de liberdade ordenados).

Leia mais

MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO

MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO Autores: Pedro Henrique Gwiggner SERIGHELLI 1, Cristiano José TURRA 1, David Roza JOSÉ 2. 1 Graduando

Leia mais

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3. MATERIAIS E MÉTODOS 53 3. MATERIAIS E MÉTODOS Para o estudo do comportamento mecânico de vigas compostas e suas ligações se faz necessária, além da análise teórica, a realização de ensaios de laboratório para aferir os modelos

Leia mais

CIV 1111 Sistemas Estruturais na Arquitetura I

CIV 1111 Sistemas Estruturais na Arquitetura I CIV 1111 Sistemas Estruturais na Arquitetura I 2012.2 Terceiro teste T3: Ensaio de tração 14/set/2012 Objetivos: Obtenção do diagrama tensão-deformação a partir de um diagrama força-alongamento obtido

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Curso de Graduação em Engenharia Civil ECC 1006 Concreto Armado A ESTRUTURAS. Gerson Moacyr Sisniegas Alva

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Curso de Graduação em Engenharia Civil ECC 1006 Concreto Armado A ESTRUTURAS. Gerson Moacyr Sisniegas Alva UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Curso de Graduação em Engenharia Civil ECC 1006 Concreto Armado A COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS E DAS ESTRUTURAS Gerson Moacyr Sisniegas Alva A prática sem teoria é cega

Leia mais

Estruturas Metálicas PROPRIEDADES DOS AÇOS

Estruturas Metálicas PROPRIEDADES DOS AÇOS Estruturas Metálicas PROPRIEDADES DOS AÇOS 1. Diagrama Tensão- Deformação Uma propriedade mecânica importante para os materiais em geral é a chamada tensão ( ), definida por: F A o Onde F é a carga aplicada

Leia mais

CURSO: ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO EMENTAS º PERÍODO

CURSO: ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO EMENTAS º PERÍODO CURSO: ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO EMENTAS - 2017.2 2º PERÍODO DISCIPLINA: CÁLCULO I Estudo e aplicação de limites. Estudo e aplicação de derivadas. Estudo de soluções de problemas com utilização

Leia mais

, Equação ESFORÇO NORMAL SIMPLES 3.1 BARRA CARREGADA AXIALMENTE

, Equação ESFORÇO NORMAL SIMPLES 3.1 BARRA CARREGADA AXIALMENTE 3 ESFORÇO NORMAL SIMPLES O esforço normal simples ocorre quando na seção transversal do prisma atua uma força normal a ela (resultante) e aplicada em seu centro de gravidade (CG). 3.1 BARRA CARREGADA AXIALMENTE

Leia mais

PROPRIEDADES MECÂNICAS I Fundamentos

PROPRIEDADES MECÂNICAS I Fundamentos INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS I Fundamentos Propriedades dos Materiais Ten Cel Sousa Lima, D. C. SUMÁRIO Introdução Tensões e Deformações Ensaio

Leia mais

O Fenômeno da Fadiga. Causa de falha mais comum (50%-90%) Normalmente falha súbita

O Fenômeno da Fadiga. Causa de falha mais comum (50%-90%) Normalmente falha súbita O Fenômeno da Fadiga Redução gradual da capacidade de carga do componente, pela ruptura lenta do material, consequência do avanço quase infinitesimal das fissuras (deformações plásticas) formadas no interior

Leia mais

Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Civil Departamento de Estruturas. Aços para concreto armado

Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Civil Departamento de Estruturas. Aços para concreto armado Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Civil Departamento de Estruturas Aços para concreto armado Notas de aula da disciplina AU414 - Estruturas IV Concreto armado Prof. Msc. Luiz Carlos

Leia mais

KEYWORDS. Overhead Bare Cables,Transmission Lines, Reliability, MTTF, Statistical Models.

KEYWORDS. Overhead Bare Cables,Transmission Lines, Reliability, MTTF, Statistical Models. Cabos Aéreos Para Linhas de Transmissão de Energia Elétrica MTTF de Cabos ACSR em: Modelos Estatísticos; Modelos Empíricos e Modelos de Mecânica do Meio Contínuo. Geraldo R. de Almeida (Engenheiro Eletricista

Leia mais

6. Conclusões e Sugestões

6. Conclusões e Sugestões 6. Conclusões e Sugestões 6.1. Conclusões A alteração das propriedades de elementos estruturais em concreto armado através da colagem de tecidos ou lâminas de fibra de carbono ou fibra de vidro, colagem

Leia mais

São as vigas que são fabricadas com mais de um material.

São as vigas que são fabricadas com mais de um material. - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL METALÚRGICA DE VOLTA REDONDA PROFESSORA: SALETE SOUZA DE OLIVEIRA BUFFONI DISCIPLINA: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Tensões em Vigas Tópicos

Leia mais

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA ÊNFASE SISTEMAS DE POTÊNCIA DISCIPLINA: TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA II

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA ÊNFASE SISTEMAS DE POTÊNCIA DISCIPLINA: TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA II UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA ÊNFASE SISTEMAS DE POTÊNCIA DISCIPLINA: TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA II AMPACIDADE Professor: José Eduardo Villas Alunos: Alex

Leia mais

Prof. Dr. Lucas Barboza Sarno da Silva

Prof. Dr. Lucas Barboza Sarno da Silva Prof. Dr. Lucas Barboza Sarno da Silva Medidas de grandezas físicas Valor numérico e sua incerteza, unidades apropriadas Exemplos: - Velocidade (10,02 0,04) m/s - Tempo (2,003 0,001) µs - Temperatura (273,3

Leia mais

2 Concreto Estrutural

2 Concreto Estrutural 2 Concreto Estrutural A NBR 6118 (2014) nos fornece as propriedades do concreto para estruturas de concreto armado no item 8.2. 8.2.1 Classes Esta Norma se aplica aos concretos compreendidos nas classes

Leia mais

Controle de Processos: Modelagem matemática de processos

Controle de Processos: Modelagem matemática de processos Controle de Processos: Modelagem matemática de processos Prof. Eduardo Stockler Tognetti & David Fiorillo Laboratório de Automação e Robótica (LARA) Dept. Engenharia Elétrica - UnB Conteúdo 1. Etapas no

Leia mais

Equações Diferenciais aplicadas à Flexão da Vigas

Equações Diferenciais aplicadas à Flexão da Vigas Equações Diferenciais aplicadas à Flexão da Vigas Page 1 of 17 Instrutor HEngholmJr Version 1.0 September 21, 2014 Page 2 of 17 Indice 1. CONCEITOS PRELIMINARES DA MECANICA.... 4 1.1. FORÇA NORMAL (N)...

Leia mais

1. Introdução. Graduação em Engenharia Civil Mestrado Acadêmico Faculdade de Engenharia FEN/UERJ. Alguns exemplos de estruturas submetidas a esforços

1. Introdução. Graduação em Engenharia Civil Mestrado Acadêmico Faculdade de Engenharia FEN/UERJ. Alguns exemplos de estruturas submetidas a esforços Tração Programa de Pós-GraduaP Graduação em Engenharia Civil Mestrado Acadêmico Faculdade de Engenharia FEN/UERJ Professor: Luciano Rodrigues Ornelas de Lima 2 1. Introdução Alguns exemplos de estruturas

Leia mais

CTM P OBS: Esta prova contém 7 páginas e 6 questões. Verifique antes de começar. VOCÊ DEVE ESCOLHER APENAS 5 QUESTÕES PARA RESOLVER.

CTM P OBS: Esta prova contém 7 páginas e 6 questões. Verifique antes de começar. VOCÊ DEVE ESCOLHER APENAS 5 QUESTÕES PARA RESOLVER. Nome: Assinatura: CTM P1 2014.2 Matrícula: Turma: OBS: Esta prova contém 7 páginas e 6 questões. Verifique antes de começar. VOCÊ DEVE ESCOLHER APENAS 5 QUESTÕES PARA RESOLVER. VOCÊ DEVE RISCAR NA TABELA

Leia mais

Ciência dos Materiais I - Ensaios de materiais I

Ciência dos Materiais I - Ensaios de materiais I Página 1 de 5 MENU PRINCIPAL CONTEUDO TÉCNICO DOWNLOAD CONTATO ENTRETENIMENTO LOGIN search.... Home PAINEL Ciência dos Materiais Ciência dos Materiais I - Ensaios de materiais I Ciência dos Materiais I

Leia mais

DETERMINAÇÃO DA CONTRAÇÃO LATERAL DO DIÂMETRO EM LIGAS METÁLICAS UTILIZANDO- SE O SCILAB

DETERMINAÇÃO DA CONTRAÇÃO LATERAL DO DIÂMETRO EM LIGAS METÁLICAS UTILIZANDO- SE O SCILAB DETERMINAÇÃO DA CONTRAÇÃO LATERAL DO DIÂMETRO EM LIGAS METÁLICAS UTILIZANDO- SE O SCILAB DETERMINATION OF DIAMETER LATERAL CONTRACTION IN METALLIC ALLOYS USING SCILAB Luciana Claudia Martins Ferreira Diogenes,

Leia mais

Transmissão de Energia Elétrica II Tabela de Esticamento

Transmissão de Energia Elétrica II Tabela de Esticamento Transmissão de Energia Elétrica II Tabela de Esticamento André Lazaro Souza Aline Falcão Clareana Rangel Mateus Lopes Figueiredo Vinícius Medina Tiago Cavour Muniz Professor: Pós-Dsc José Eduardo Telles

Leia mais

Figura 4.1: a)elemento Sólido Tetraédrico Parabólico. b)elemento Sólido Tetraédrico Linear.

Figura 4.1: a)elemento Sólido Tetraédrico Parabólico. b)elemento Sólido Tetraédrico Linear. 4 Método Numérico Foi utilizado o método dos elementos finitos como ferramenta de simulação com a finalidade de compreender e avaliar a resposta do tubo, elemento estrutural da bancada de teste utilizada

Leia mais