Dermatófitos. Grupo de fungos queratinofílicos, capazes de invadir tecidos queratinazados causando as Dermatofitoses
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- Stefany Aires Beppler
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1 Dermatófitos Grupo de fungos queratinofílicos, capazes de invadir tecidos queratinazados causando as Dermatofitoses
2 A micologia humana e veterinária trabalham essencialmente com as mesmas doenças fúngicas. Critérios para diferenciar infecção, colonização e contaminação são muitos importantes. Animais são cobertos com pelos e aves com penas sendo freqüente a contaminação com fungos que PODEM OU NÃO ser causador da doença.
3 MICROBIOTA FÚNGICA NORMAL DA PELE E DO PÊLO DE CÃES E GATOS Absidia Dreschlera Rhizopus Acremonium Epicoccum Rhodotorula Alternaria Fusarium Scopulariopsis Aspergillus Geotrichum Stemphylium Aureobasidium Gliocladium Trichocladium Botritys Malassezia Trichoderma Candida Microsporum canis Trichosporon Cephalosporium Mucor Trichothecium Chaetomium Paecilomyces Ulocladium Cladosporium Penicillium Verticillium
4 Tecidos queratinazados acometidos : pele, pelo, penas, unhas, garras, cascos, cristas, chifres. Agentes etiológicos pertencem a um dos três gêneros: Microsporum Tricophyton Epidermophyton
5 As espécies de Dermatófitos também se dividem quanto ao seu habitat natural em: zoofílicas, geofílicas e antropofílicas Zoofílicas M. canis M. gallinae Trichophyton equinum T. metagrophytes T. verrucosum Geofílicas M. cookei M. gypseum M. nanum M. persicolor T. simii Antropofílicas Epidermophyton floccosum M. audouinii M. ferrugineum T. rubrum T. schoenleinii
6 Espécie Microsporum canis Microsporum gallinae M. gypesum Microsporum nanum Tricophyton equinum T. mentagrophytes T. verrucosum T. rubrum Epidermophyton flocosum Reservatório gatos galinhas, perus solo solo equinos roedores bovinos humanos humanos gatos,cães, equinos, Aves cães, equinos. suínos equinos cães, equinos, bovinos, gatos, suínos bovinos humanos humanos Hospedeiros
7 Com fase sexuada descrita, são reclassificados dentro do gênero Arthroderma da divisão Ascomicota CLIN MICROBIOL REV 1995, p
8 Características microscópicas principais dos gêneros anamorfos Tricophyton Microsporum Epidermophyton Macroconídios com paredes finas, e até 12 septos. Forma alongada (charuto), fusiforme. Microconídios mais abundates agrupados e globosos Macroconídios ovalados ou fusiformes, paredes rugosas, com até 15 septos internos Macroconídios abundantes, clavados, isolados ou em cachos contendo até 9 septos internos
9 Ecologia Geofílicos -> distribuição irregular dependendo das condições físico-químicas do solo (umidade, ph, aeração...) Zoofílicos -> podem apresentar hospedeiros específicos (T. equinum) ou serem infectantes de várias espécies (ex. M. canis) Antropofílicos -> fatores étnicos, ambientais, antropogênicos (higiene, modo de vestir, hábitos). Estão em equilíbrio com o homem.
10 Patogênese -> contágio direto: contato entre indivíduos, ou solo contaminados -> contágio indireto: exposição a fomites contaminados -> Unidade infecciosa: conídio penetra através de um defeito no extrato córneo -> colonização começa na camada córnea e progressão vai depender de fatores inerentes aos dermatófitos e aos hospedeiros
11 Fatores Inerentes aos Dermatófitos -> Virulência: enzimas proteolíticas (elastase, colagenase, ceratinase, etc...). Afinidade do agente à queratina disponível = Há variação na preferência por substratos entre os dermatófitos Tricophyton Microsporum Epidermophyton Pele Pelo + + Unha + +/-
12 Fatores inerentes ao Hospedeiro -> integridade da epiderme : barreira natural -> umidade local -> fatores séricos com ação antifúngica impede a invasão camadas mais profundas da epiderme.ex: transferrina, alfa- 2-macroglobulina -> predisposição genética. -> hábitos de higiene -> modo de vida aglomerações, locais fechados.
13 Orfanatos podem oferecer um ambiente propício para a proliferação de dermatófitos. Lacaz, 1970 pg 136
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15 Dermatófitos em vida parasitária Pelo Pele
16 Manifestações clínicas no homem O nome da infecção segue a região do corpo envolvida. Tinea barbae (coceira( do barbeiro) Tinea corporis (tinha( do corpo) Tinea capitis (couro cabeludo) Tinea cruris (coceira( do jóquei - virilha) Tinea pedis (Frieira( Frieira, Pé de atleta) Tinea manuum (mão) Tinea unguium (unha( unha)
17 Tinea barbae Tinea capitis Tinea barbae causada por T. rubrum. (Imagem Dr. G. Hunter and Dr. J. Nicholson, Adelaide, S.A. Tinea capitis causada por Microsporum canis. (Imagem Dr. Dr. D. Hill, Adelaide, S.A.).
18 Tinea pedis T. rubrum T. mentagrophytyes
19 Tinea corporis T. mentagrophytyes M. canis
20 Am. Fam Phys 77(10)-1145
21 Mycopathologia(2008)166:
22 Mycopathologia(2008)166:
23 Tinea unguium Am. Fam Phys 77(10)-1145
24 Am. Fam Phys 77(10)-1145
25 Manifestações clínicas nos outros animais T. verrucosum
26 Clinics in Dermatology Volume 28, Issue 2, March-April 2010, Pages
27 Trichophyton equinum Mycology online
28 Trichophyton mentagrophytes
29 Fig. 2. Typical facial lesions of canine sylvatic dermatophytosis caused by Trichophyton mentagrophytes in a Jack Russell terrier. This breed has a tendency to hunt wild rodents, a natural reservoir for several species of zoophilic dermatophyte. Clinics in Dermatology Volume 28, Issue 2, March-April 2010, Pages
30 Microsporum canis
31 Microrporum canis
32 Dermatofitose por M. canis fotografada sob luz natural
33 Dermatofitose por M. canis fotografada sob luz de Wood (radiação ultravioleta)
34 Dermatite granulomatosa causada por M. canis Clinics in Dermatology Volume 28, Issue 2, March-April 2010, Pages
35 M. gallinae
36 Diagnóstico laboratorial Exame direto Pele -> raspagem de material da lesão, da periferia para o centro (bordas ativas) tratamento com KOH e observação por microscopia. Exame direto Unha -> coleta no limite entre a unha lesada e a sadia, entre a lâmina e o leito ungueal Exame direto Pelo -> coleta fios e observação por microscopia
37 Pele
38 Comprometimento do pelo pode ser: Endotrix - esporos e hifas no interior do pelo Ecto/Endotrix esporos por dentro e hifas por fora do pelo Ectotrix esporos e hifas por fora do pelo Quando o agente causador é do gênero Trichophyton a invasão do pelo pode se dar das três formas, dependendo da espécie. Já as infecções com Microsporum spp são sempre Ectotrix.
39 Tricofícia Microsporia
40 Cultura > Agar Sabouraud com cloranfenicol e cicloheximida Os dermatófitos mais comuns podem ser identificados pela macromorfologia associada à micromorfologia ->Microcultivo -> Outros testes : Meio DTM, teste de perfuração pelo, capacidade de utilizar uréia.
41 Técnica do carpete coleta de material de animais
42 Microcultivo cultivo em um pequeno bloco de agar colocado entre lâmina e lâminula para microscopia
43 T. rubrum
44 E. flocosum
45 M. gypseum
46 M. canis
47 T. mentagrophytes
48 TESTE DE PERFURAÇÃO DE PELO Trichophyton mentagrophytes Perfura o pelo Trichophyton rubrum - Não perfura o pelo
49 Meio de DTM (meio de teste de dermatófitos, adição de fenol vermelho, sensível a mudança de ph)
50 Tratamento Terapêutica: tópica, sistêmica ou combinada. Uso tópico: amplo espectro azóis, alilaminas Uso sistêmico: restrito a dermatófitos : Griseofulvina Lesões isoladas -> tratamento tópico Tinea capitis -> tratamento sistêmico Tinea unguium (grave) -> indicação relativa de tratamento sistêmico Tratamento prolongado (1 mês (tinea corporis) a 1 ano (tine unguium) recediva por T. rubrum muito alta
51 O antes e o depois ao tratamento com Griseofulvina, Lacaz, 1970.
52 Tratamento Animais Avaliação da extensão da lesão - necessidade de corte dos pêlos das áreas afetadas (cuidado com contaminações) Avaliação do contato do animal infectado com outros animais e seres humanos, particularmente crianças, idosos, imunocomprometidos, etc... Limpeza completa da área afetada com desinfetantes a base de iodo, cloro ou fenóis. Camas devem ser queimadas e os utensílios limpos com hipoclorito de sódio 0,5%. Vacina : T. verrucosum atenuada.
53 Infecções cutâneas em Anfíbios
54 Chitridiomicetos Batrachochytrium dendrobatidis Infecção pele anfíbios Letal causador de extinção de espécies
55 Worldwide distribution of Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), the amphibian chytrid fungus: Credit: Fisher et al (2009); DOI: /annurev.micro
56 Cresce entre 4 e 25 o C seu desenvolvimento é interrompido a 28 o C. Ciclo de vida : fase séssil Esporângio (Zoo-esporângio) fase móvel Esporangiósporos (zoósporos) flagelados Zoósporo se instala na pele do anfíbio e dele se desenvolve um novo esporângio
57 Secreta enzimas proteolíticas e esterases que degradam a pele do hospedeiro Brock Biologia de Microrganismos
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59 MALASSEZIOSES micoses superficiais Agentes principais: Malassezia furfur (antropofílica) Malassezia pachydermatis (zoofílica)
60 Lipídios compententes(m. pachidermatis) Membros do gênero Dependentes de Lipídio externo (M. furfur) Somente M. pachydermartis não é dependente de lipídio externo as outras apresentam deficiência na síntese de ácido miristico
61 Habitat usual M. furfur é antropofílica, faz parte da microbiota da pele. M. pachydermatis pode ser encontrada na pele de mamíferos e na das aves, particularmente junto a áreas ricas em glândulas sebáceas. Região anal, o canal auditivo externo, os lábios e a pele interdigital de cães são freqüentemente colonizadas por essa levedura.
62 Principais doenças relacionadas a Malassezia spp Pitiarise versicolor Foliculite Dermatite seborréica J Am Acad Dermatol (5): Em cães M. pachydermatis está associada a duas condições clínicas otite externa e dermatite seborréica
63 Pitiriase versicolor Malassezia furfur produz pseudofilamentação em seu estado patogênico Tratamento com derivados azólicos mas a recidiva é muito alta Infecção crônica da pele, caracterizada por lesões maculares, inicialmente perifoliculares, com descamação fina. Lesões hipocrômicas, e hipercrômicas (num mesmo indivíduo)
64 Fatores predisponentes da Pitiaríse versicolor: -Ambiente úmido e quente -Pele oleosa -Sudorese elevada -Uso de terapia imunossupressora
65 Malassezia spp em cultivo J Am Acad Dermatol (5): Malassezia furfur histopatológico
66 Otite externa canina M.pachydermatis A levedura produz enzima proteolítica que resulta em lesão na mucosa do canal auditivo. Produção excessiva e a retenção de cera, conseqüências da hipersecreção de glândulas ceruminosas, combinadas com atividade da levedura e de outros microrganismos.
67 Otite externa canina Vários agentes bacterianos e a levedura Malassezia pachydermatis. A otite externa é caracterizada por secreção escura penetrante no canal auditivo e prurido intenso, com agitação da cabeça, arranhaduras e fricção das orelhas. Lesões no pavilhão auricular podem manifestar-se como hematoma. Etiologia da doença é complexa mas a conformação precária das orelhas, retenção de cera e imunossupressão estão entre os fatores que podem predispor os cães a doença.
68 Dermatite seborréia canina M. pachydermatis tem sido implicada na dermatite seborréica canina e também em infecções de pele secundárias à displasia epidérmica. Os fatores que predispõem incluem alterações de hipersensibilidade, defeitos na queratinização, imunossupressão e dobras de pele persistentemente umedecidas. Uso prolongado de antibióticos, ou corticóides. Prurido e eritema são acompanhados por um exsudato gorduroso de odor fétido, com aglutinação dos pêlos. Tratamento: xampu contendo miconazol-clorexidina ou uma combinação de cetoconazol oral e tópico pode ser eficaz.
69 Otite externa canina
70 Cienc. Rural vol.28 no.3 Santa Maria July/Sept doi: /S
71
72 Procedimentos diagnósticos Exsudato do canal auditivo afetado deve ser submetido a exames laboratoriais. Na dermatite grave, biópsia de pele deve ser considerada. Leveduras características são demonstráveis em exsudatos. A levedura deve ser cultivada a 37 o C por 3 ou 4 dias em ágar Sabouraud contendo cloranfenicol.
73 Critérios para identificação dos isolados. Aparência da colônia Crescimento sem suplementação de lipídeos Aparência microscópica característica Na otite externa canina, placas com ágar sangue e ágar MacConkey devem ser inoculadas com exsudato para isolar patógenos bacterianos associados.
74 Aspecto Macroscópico colônia Aspecto Microscópico Malassezia pachydermatis
75 Malassezia pachydermatis
76 Tratamento : Limpeza - Cloritrimazol - uso tópico Fluconazol - uso oral - casos mais graves
77 Bibliografia: Microbiologia Veterinária Dwight C. Hirsh Compêndio de Micologia Médica Clarisse Zaitz Microbiologia Básica Trabulsi/Alterthum
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