TÍTULO: PANORAMA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ANIMAIS COM DERMATOFITOSES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DE LEME-SP
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- Gabriel Henrique Dinis Almada
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1 TÍTULO: PANORAMA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ANIMAIS COM DERMATOFITOSES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DE LEME-SP CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA AUTOR(ES): MARCONDES SANTANA DOS SANTOS ORIENTADOR(ES): FERNANDA PINHEIRO PIZZELLI PINTO, HEROS JOSÉ MÁXIMO, JOSÉ RICARDO MATTOS VARZONE COLABORADOR(ES): ELTON CARLOS FRACALOSSI LAVEZZO, ISAC SILVEIRA BATISTA JUNIOR, LEANDRO SOUZA DO NASCIMENTO, MICHELE CLAIRE BRETOM, PRISCILA CRISTINA MANARA SILVA
2 Panorama do perfil epidemiológico de animais com dermatofitoses atendidos no Hospital Veterinário de Leme-SP Marcondes Santana dos Santos 1, Fernanda Pinheiro Pizzelli Pinto², José Ricardo Mattos Varzone², Heros José Máximo². Discente de Iniciação Científica da Faculdade Anhanguera de Leme, São Paulo, Brasil 1. Docente Orientador de Iniciação Científica da Faculdade Anhanguera de leme, São Paulo, Brasil RESUMO Dermatofitose é uma doença cutânea causada por fungos geralmente queratinofílicos geofílicos que podem acometem seres humanos e animais. A micose causada por estes microrganismos atingem as estruturas queratinosas da pele, pêlos e unhas e são caracterizadas por alopecia. A ocorrência de dermatofitose é favorecida pelo clima de países tropicais e temperada. Os causadores da dermatofitose são fungos classificados em três gêneros: Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton. Neste sentido presente pesquisa objetivou-se em caracterizar a população canina atendida no período de Janeiro de 214 a Dezembro de 214 no Hospital Veterinário da Faculdade Anhanguera da cidade de Leme, São Paulo, acometidos por dermatofitose através da avaliação de prontuários dos animais. Dos animais estudados a maior incidência é de cães sem raça definida (SRD), o sexo predominante é fêmea (F), a maior freqüência de lesões apresentadas são alopecia circular e prurido (2 º ), a estação do ano que mais apresentou casuística foi outono e o mês de abril foi o campeão de incidências. Os animais idosos são os mais acometidos neste tipo de doença. Estes resultados podem contribuir para o mapeamento do perfil epidemiológico das dermatofitoses caninas no Brasil e apontar estratégias de profilaxia e/ou controle de zoonoses. Palavras-chave: Trichophyton. Dermatofitose, Fungos, Epidermophyton, Microsporum,
3 2. INTRODUÇA O A dermatofitose é uma doença fúngica cutânea de caráter contagioso causada por um grupo de fungos chamados dermatófitos (JUGERMAN & SCHWARTZMAN, 1972). A dermatofitose é a micose cutânea com maior ocorrência na clínica de pequenos animais e é considerada uma importante doença em saúde pública pelo seu caráter zoonótico (MADRID, et al 212). As dermatofitoses são infecções contagiosas caracterizadas como zoonose e por isso o homem também pode ser atingido por essa enfermidade. A enfermidade é mais comum em climas tropicais e temperados, áreas quentes e úmidas (PINHEIRO, et al 1997). Os dermatófitos existem no solo e em determinadas condições podem parasitar os animais e o homem (MEDEIROS, et al 29). São fungos que parasitam estruturas epidérmicas ceratinizadas como pele (superfície), pêlos, penas, chifre, garras e unhas (HIRSH & ZEE, 23). Os dermatófitos são classificados em três gêneros: Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton e podem ser divididos em três grupos ecológicos conforme o habitat e o hospedeiro: antropofílico (humanos), zoofílicos (animais) e geofílicos (solo) (CABAÑES, 2). Os dermatófitos ao penetrarem na pele, pelos e unhas causam alguns danos mecânicos que causam descamação da superfície epitelial e quebra do pêlo (MACIEL & VIANA, 25). Os sinais clínicos da dermatofitose são alopecia, eritema, crosta e escamas (BOND, 21). Segundo Pereira & Medeireles (21) as lesões são secas, arredondadas e não pruriginosas e se distribuem na superfície cutânea. As dermatofitoses podem ocorrer em cães jovens que vivem em coletividade ou em cães com idade avançada que apresentam imunodepressão (KEENAM, 27). O exame realizado para diagnosticar a dermatofitose é a inspeção com lâmpada de Wood, exame direto e cultura (CARVALHO, 21). Segundo Hirsh & Zee (23) para fazer o diagnóstico deve ser feito o exame direto, exame microscópio e cultura. No exame direto pêlos e raspados de pele infectados com M. canis ou M. audouinii podem emitir uma brilhante fluorescência amarelo esverdeada sob luz ultravioleta. Os raspados de pele e pêlos são examinados no microscópio e no exame de cultura os raspados são inoculados sobre e sob a superfície de meios seletivos como ágar (Sabourand com cloranfenicol e cicloeximida, meio para teste de dermatófitos (DTM) e meio para esporulação rápida (RSM)), são
4 incubados a 25 C por mais de três semanas. Deve-se examinar crescimento suspeito sob microscopia. O tratamento consiste em terapia tópica e sistêmica. O diagnóstico de cura é dado depois de raspado de pele negativo (CARVALHO, 21). Segundo Hirsh & Zee (23) o tratamento tópico e sistêmico devem ser combinados. Existem 2 agentes sistêmicos disponíveis no mercado e a griseofulvina é mais eficaz, porém deve ser utilizado apenas em cães, pois é teratogênico em gatas prenhes. Um aspersor manual contendo antifúngicos é eficaz para grandes e pequenos animais (Captan 45% em pó). Em cães para obter o efeito desejado pode-se usar banhos semanais. O contato com a pele de humanos deve ser evitado. É necessária também limpeza completa da região envolvida usando-se desinfetantes á base de iodo, cloro ou fenoicos. 3. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho foi caracterizar a população canina atendida no período de Janeiro de 214 á Dezembro de 214 no Hospital Veterinário da Faculdade Anhanguera da cidade de Leme São Paulo, acometidos por dermatofitose. Foi realizada uma pesquisa nos prontuários dos animais para saber a incidência dessa doença. 4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO Foi realizado um estudo epidemiológico retrospectivo de coorte a partir da análise dos prontuários dos animais atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade Anhanguera na cidade de Leme São Paulo, no período de Janeiro de 214 á Dezembro de 214. Foram analisados 53 prontuários neste referido período e dentre estes 21 prontuários apresentavam anotações sobre dermatofitose diagnosticadas através de exames específicos. Através desta análise foi possível obter informações como espécie, raça, sexo, tipos de lesões, estações do ano e idade.
5 5. RESULTADOS Dos prontuários avaliados com diagnóstico de dermatofitose, 8 (38,9%) são animais Sem Raça Definida (SRD), 4 (19,4%) da raça Pinscher, 2 (9,52%) animais da raça Golden Retriver, 2 (9,52%) da raça Poodle, 1 (,21%) animal da raça Labrador, 1 (,21%) animal da raça BullDog Francês, 1 (,21%) animal da raça Yorkshire, 1 (,21%) animal da raça Chow Chow e 1 (,21%) animal da raça Shih Tzu, conforme Gráfico SRD Labrador BullDog Francês Pinscher Yorkshire Chow Chow Golden Retriever Shih Tzu Poodle Raças Quanto ao sexo foram avaliados 21 animais sendo 1 (47,6%) Machos e 11 (52,4%) Fêmeas, conforme o Gráfico 2. A incidência em fêmeas pode estar relacionado com a variação hormonal. 17, ,8 16,6 16,4 16, ,8 15,6 15,4 Macho Fêmea Sexo
6 Quanto aos tipos de Lesões apresentados, dos 21 animais avaliados 3 (14.3%) são de 1º grau e 18 (85,7%) são de 2º grau, conforme o Gráfico 3. Considerando a lesão secundária uma característica tardia da doença, sua maior frequência pode estar atribuída a falta de conhecimento dos proprietários em buscar ajuda medica logo nos estágios iniciais da doença Lesão 1 Lesão 2 Lesões Considerando as estações do ano, no período do Outono 12 (57,14%) e Verão 8 (38,1%), dos animais apresentaram lesão. No inverno 1 (4,76%) animal apresentou lesão, enquanto que na Primavera não ocorreram lesões nos animais. O fato da incidência de casos no outono ser maior, pode estar atribuída a ser uma estação do ano anterior correspondente ao verão ser mais favorável em relação as condições climática (umidade, temperatura) e na disseminação da doença já que ela tem caráter geofílico, antropofílico e zoofílico Outono Inverno Primavera Verão Estações do Ano
7 Quanto a meses do ano, nos meses de Abril 6 (28,57%), Maio 5 (23,8%) e Março 4 (19,4%) os animais foram mais acometidos, e nós meses de Janeiro 2 (9,52%), Fevereiro 2 (9,52%) e Junho 1 (4,76%) os mesmos foram menos acometidos, enquanto que nós meses de Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro não manifestaram relatos, como mostra no Gráfico 5. Estes dado pode ser atribuído as condições climáticas de cada um deles, já que esta doença tem um a relação intrínseca com o ambiente onde estes animais habitam Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Meses Os animais avaliados foram classificados quanto a idade sendo eles 6 (28,57%) Filhote de -1 ano, 4 (19,4%) Jovens de 1 a 3 anos, 3 (14,3%) Adultos de 4 a 6 anos e 8 (38,9%) Sênior (idosos de 7 anos em diante), como mostra no Gráfico 6. Devemos considerar que fatores fisiológicos como imunidade e comportamentais podem ser atribuídos a epidemiologia da doença, essas questão pode ser inferida já que os animais idosos são os mais acometidos e esta relação pode ser atribuída a fatores fisiológicos e comportamentais.
8 Filhote Jovens Adultos Idosos Idade (Anos) 6. CONSIDERACÕES FINAIS A dermatofitose vem se mostrando um caso corriqueiro nas clínicas veterinárias de pequenos animais, tornando-se um desafio para se diagnosticar e instituir terapias e manejos adequados para a resolução dessa doença, que também é considerada como zoonose. Para o diagnóstico definitivo da dermatofitose é realizado a cultura fúngica, pois esta possibilita a identificação dos gêneros e espécie do fungo, o qual promoverá um tratamento eficaz e especifico, podendo ser uma terapia tópica ou sistêmica com duração mínima de três semanas. Por se tratar de uma doença de caráter zoonótico e facilmente transmissível, para se obter um perfeito tratamento e controle adequado, o proprietário após notar manchas circulares em seus corpos, por sua vez, deve-se, procurar um auxílio do médico dermatologista e também de um medico veterinário para avaliação do animal podendo este determinar um tratamento correto. O proprietário por sua vez deve realizar uma limpeza e desinfecção do ambiente, fazer o uso correto da medicação tópica e respeitar o tempo de carência do medicamento prescrito para o animal, realizar tosas higiênicas nos outros animais presentes na casa, evitando transmissão e propagação da doença. 7. FONTES CONSULTADAS
9 BOND, R. Superficial veterinary mycoses. Clinics in Dermatology, v.28, p , 21. CABAÑES, F. J. Dermatophytes in domestic animals. Revista iberoamericana de micologia. Barcelona, 2, V. 17, P HIRSH, D. C. & ZEE, Y. C. Microbiologia Veterinária. Guanabara - Koogan, 23. cap. 4. P JUGERMAN, P. F. SCHWARTZMAN, R. M. Veterinary Medical Micology. Philadelphia: Lea & Febiger, cap. 1, P KEENAM, L.D. Micoses superficiais - Dermatofitoses. Nosso Clínico, n.57, p.6-14, 27. MACIEL, A. S. VIANA, J. A. Dermatofitose em cães e gatos: uma revisão. Clínica Veterinária. Julho/Agosto. 25. MADRID, I. M. et al. Dermatofitose neonatal canina por Microsporum gypseum. Vet. e Zootec PINHEIRO, A. D. Q. et al. Dermatofitose no meio urbano e a coexistência do homem com cães e gatos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.3, n.4, p
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