&RQFHLWRGH'ROR. Descaracterizando o DOLO de uma conduta, tornando o ato de doloso para culposo, a extensão da pena diminui drasticamente.

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1 &RQFHLWRGH'ROR 3RU$QGUp5LFDUGRGH2OLYHLUD5LRV(VWXGDQWHGH'LUHLWR Tão importante no Direito Penal, o conceito de DOLO, deve estar sempre presente na cabeça do advogado Criminalista. Pois, quem conhece e sabe trabalhar com ele, pode minorizar e auxiliar a vida de muitos clientes. Descaracterizando o DOLO de uma conduta, tornando o ato de doloso para culposo, a extensão da pena diminui drasticamente. Cabe ao criminalista conhecer a fundo essa modalidade, servindo de trunfo na sua luta diária profissional. Agora vamos discorrer sobre seu conceito: $UW: " Diz-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo." Cumpre esclarecer que a noção do DOLO não se esgota na realização da conduta e do resultado, devendo a vontade do agente projetar-se sobre todas as elementares, agravantes, qualificadoras e atenuantes do crime. Para a caracterização do Crime, em sua forma simples, é suficiente que o dolo compreenda apenas os elementos da figura típica fundamental. 7(25,$'2'2/2 Foram desenvolvidas teorias a respeito do Dolo: Teoria da Representação, Teoria da Vontade e a Teoria do Assentimento. 7(25,$'$5(35(6(17$d 2para configuração do Dolo basta a previsão do resultado. Essa teoria privilegia o momento intelectual, de ter agido com previsão do evento, não aceitando o aspecto volitivo, de querer ou assumir o risco de produzi-lo. Essa doutrina foi delineada por Frank e foi apoiada por Liszt, não pode ser aceita, por confundir dolo com Culpa consciente.

2 7(25,$'$9217$'( - preconiza que para o Dolo existir não basta a previsão do resultado, é necessário ainda o desejo de realiza-lo. Nessa doutrina o Dolo pode ser definido como a vontade consciente de realizar o fato criminoso. A consciência exprime a idéia de previsão do resultado, à vontade, o desejo de concretiza-lo. 7(25,$'2$66(17,0(172ela apenas complementa a teoria da vontade, acolhe suas idéias e acrescenta que existe Dolo quando o agente não quer propriamente o resultado, mas efetua a conduta prevendo e aceitando que ele ocorra, assumindo o risco de produzi-lo. O código Penal no seu art. 18, I aceitou a Teoria da Vontade, complementada pela Teoria do assentimento não aceitando a Teoria da Representação. &21&(,72'('2/2±Podemos definir Dolo, sob o aspecto naturalista, com a vontade consciente de realizar o fato criminoso. Mas, admitida a Teoria da Vontade, que contém a da representação, DOLO "pdyrqwdgh FRQVFLHQWHGHSUDWLFDUXPIDWRTXHDOHLGHILQHFRPRFULPH (/(0(1726'2'2/2 O conhecimento (elemento intelectual) e a vontade (elemento volitivo) são os dois elementos do dolo. O conhecimento tem de abranger todos os elementos constitutivos do tipo. Não é preciso que o agente tenha consciência dos fatos não mencionados no tipo penal. A consciência só precisa ir até as circunstancias previstas no tipo penal. Exemplo: Se "A" mata "B" por confundi-lo com "C" não há exclusão do dolo, pois existia consciência que se estava matando alguém. E não é necessário que em relação a termos ou expressões jurídicas como, por exemplo, cheque, funcionário publico, etc., que o agente conheça o seu sentido técnico jurídico, devendo compreender o termo no seu sentido vulgar. Em relação ao elemento volitivo, o dolo é a vontade de realização da conduta típica. Projetando-se também sobre os elementos subjetivos do tipo penal. A vontade deve compreender: o objeto da conduta; o meio empregado para alcançar esse objetivo; as conseqüências derivadas do emprego desse meio. Nos crimes materiais e formais, o dolo do agente deve abranger : - a consciência da conduta e do resultado, - a consciência do nexo causal entre a conduta e o resultado; - a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. Nos crimes de mera conduta, o dolo deve compreender: - a consciência da conduta; - a vontade de realizar a conduta criminosa.

3 (63e&,(6'2'2/2 '2/2',5(72(determinado, intencional, incondicionado) e dolo indeterminado (indireto) No dolo direto, o agente visa produzir um evento certo. Vontade voltada em uma só direção. Ex: Ticio atira contra Paulo para mata-lo. No dolo indireto ou indeterminado, a vontade do agente não se fixa num só sentido ou direção. Não há vontade exclusiva de produzir determinado evento. Dividindo-se em dolo alternativo e dolo eventual. Caracteriza-se o dolo alternativo quando o agente visa produzir com igual intensidade, um ou outro resultado. Exemplo: O agente atira para ferir ou para matar. Devendo o agente ser imputado pelo crime mais grave, pois sua vontade projetou- se para esse sentido. No dolo eventual, o agente não quer propriamente o resultado, entretanto assume o risco de produzi-lo. Ele prevê a hipótese de produzir o resultado e mesmo assim realiza a conduta, aceitando e assumindo o risco de produzi-lo. Nessa situação nota-se que o agente não quer o resultado, caso contrário o dolo seria direto. O agente que realiza a conduta na dúvida sobre se o resultado ia ou não verificar-se, responde pelo dolo eventual. Existe porém uma sutil divisória entre dolo eventual e a culpa consciente, pois em ambos sobressai um ponto comum: a previsão do resultado. No dolo eventual o agente diz consigo mesmo: " seja como for, de no que der, em qualquer caso não deixo de agir". Só que na culpa consciente o agente realiza a conduta acreditando sinceramente que o resultado previsto não ira se realizar. O código equiparou o dolo direto e o dolo eventual. O dolo direto e o dolo alternativo estão compreendidos na expressão " quis o resultado " ( art. 18, I, 1º parte ) enquanto o dolo eventual é abrangido pela expressão " assumiu o risco de produzi-lo ( art. 18, I, 2º parte ). Em regra, os delitos admitem o dolo direto e o dolo eventual. Em certos casos, o tipo legal exige a certeza sobre determinada circunstância, excluindo o dolo eventual. Não admitem o dolo eventual os seguintes delitos: Calúnia, na modalidade propalar r divulgar ( art. 138, inciso 1 º receptação ( art. 180 caput ), conhecimento prévio de impedimento ( art. 237 ) circulação de moeda falsa ou alterada recebida de boa fé ( art. 289, inciso 2 º ) denunciação caluniosa ( art. 339 ) etc.

4 '2/2'('$12('2/2'(3(5,*2 Dolo de dano é quando o agente quer e assume o risco da lesão de um bem ou interesse juridicamente protegido. É exigido para os crimes de dano, que são aqueles cuja consumação depende da efetiva lesão do bem jurídico. Dolo de perigo é quando o agente quer ou assume o risco de expor a perigo bens ou interesses juridicamente protegidos. Ele não assume o risco de produzir a lesão efetiva do bem jurídico. No dolo de perigo, há vontade de expor o bem jurídico a probabilidade do dano. É preciso observar que a superveniência do resultado lesivo pode transmitir o crime doloso de perigo em crime culposo de dano. '2/2*(1e5,&2('2/2(63(&Ë),&2 Dolo genérico é verificado nos tipos penais em que a vontade do agente se esgota com a prática da conduta objetivamente criminosa. Exemplo " matar alguém ( art. 121, CP ) No Dolo Específico são projetados tipos penais que exigem do agente uma finalidade particular, que ultrapasse os limites do fato material. Ex. " raptar mulher honesta para fim libidinoso". ( CP art. 219 ). Ele auxilia ( dolo específico ) a diferenciar um delito de outro. Como no caso se seqüestro: se existir intenção de obter vantagem econômica e indevida, configura-se a extorsão mediante seqüestro ( art. 159 ). Se for seqüestro da mulher honesta e com fim libidinoso, configura-se o Rapto ( art. 219 ); se não existir intenção econômica, nem libidinosa, caracteriza-se o crime de seqüestro. ( art. 148 ). '2/2*(5$/GROXVJHQHUDOLVRXHUURVXFHVVLYR Verifica-se o dolo geral quando o agente, supondo ter produzido o resultado visado, realiza nova conduta com finalidade diversa, sendo que esta é que acaba efetivamente produzindo o evento do início desejado. Exemplo clássico, reproduzido por 1HOVRQ+XQJULD, é o seguinte : Um individuo depois de haver golpeado outro, e supondo erroneamente que este já está sem vida, atira o presumido cadáver em um rio, vindo a verificar-se, pela autópsia, que a morte ocorreu por afogamento, e não em conseqüência da lesão anterior. O erro sobre o nexo causal não exclui o dolo, devendo o agente responder pelo resultado ainda que este não se verifique de acordo com a que foi inicialmente projetado. '2/2$17(&('(17(&21&20,7$17((68%6(48(17(

5 DOLO ANTECEDENTE ( inicial ou preordenado ) é o que subsiste desde o inicio da execução do crime. Esse dolo é suficiente para fixar a responsabilidade criminal do agente. DOLO CONCOMITANTE é o que subsiste durante todo o desenrolar dos atos executórios. DOLO SUBSEQUENTE Ocorre quando o agente, tendo empreendido uma ação com intuito honesto, passa, em seguida, a proceder com ma-fé e pratica um crime. Ex. Indivíduo vem a saber que a cédula com que em boa-fé pagou o seu credor é falsa, e nao cuida de substitui-la, mantendo-se reticente. '2/2'(3523Ï6,72('2/2'(Ë03(72 Dolo de propósito é o que resulta de certo grau de reflexão sobre a prática de conduta criminosa. São delitos cometidos mediante premeditação, que se caracterizam pelo intervalo de tempo, mais ou menos longo, entre a idealização do crime e a sua efetiva execução. A premeditação por si só não funciona como agravante nem como qualificadora do homicídio ou de qualquer outro delito, podendo, conforme as circunstâncias, funcionar como circunstância judicial, exasperando a fixação da pena base (CP art. 59) DOLO DE ÍMPETO - é quando o agente executa o crime sobre efeito do impulso de paixão ou extraordinária excitação de ânimo, de modo que não há hiato temporal entre a resolução criminosa e a prática do crime. Ele funciona como atenuante genérica dos crimes cometidos sobre influencia de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima ( CP, art. 65, II, c, última parte ) '2/86%2186H'2/860$/86 Essa classificação relaciona-se com as qualidades dos motivos do crime. O motivo pode exasperar a pena concreta ( ex. motivo fútil ) ou ameniza-la ( ex. motivo de relevante valor moral ou social ). Na verdade os motivos, por via de regra, nada tem a ver com dolo. Podem ser morais, sociais ou anti-sociais, graves ou fúteis. Agravam ou diminuem a pena: mas deixam intacto e íntegro o mesmo dolo. '2/86,15(,36$RX'2/235(680,'2 É o dolo que não precisa ser demonstrado no caso concreto. E evidente que não existe dolo presumido, pois o direito penal moderno não se compactua com a denominada responsabilidade objetiva.

6 '2/2'(&216(48Ç1&,$61(&(66È5,$6 Dolo de conseqüências necessárias é o que abrange os resultados derivados obrigatoriamente da prática da conduta criminosa. Exemplo: desejando eliminar o desafeto, o sujeito coloca uma bomba-relógio no avião onde a vítima devia viajar. A morte de outros passageiros do avião é uma conseqüência obrigatória do meio empregado para alcançar o seu objetivo. '2/2&,9,/ No direito Civil, o dolo tem o significado de engano. É um erro provocado pela má-fé alheia. Funciona como causa da anulação do ato jurídico, dando ainda ensejo a ação de indenização por perdas e danos. Já o dolo penal exprime a intenção criminosa. 326,d 2'2'2/21$7(25,$*(5$/'2&5,0( A orientação mais tradicional inclui o dolo e a culpa na Culpabilidade. A doutrina moderna, acertadamente, desloca, porém, o dolo e a culpa para o interior da conduta, que integra o fato típico. '2/2(3(1$ A intensidade do dolo, que se gradua conforme a firmeza da vontade criminosa, não deve influenciar a dosagem da pena-base. Cumpre recordar que o dolo não se confunde com os motivos do crime. Bibliografia: Direito Penal, parte geral: volume1/ Flavio Augusto Monteiro de Barros. São Paulo: Saraiva, Código Penal Luiz Flavio Gomes Revista dos Tribunais, RT 2000.

7 André Ricardo de Oliveira Rios, Quarto anista de Direito, trabalhou no jurídico do banco Itaú, na Prefeitura de São Paulo e na Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer de São Paulo. Desenvolve seus estudos com ênfase na área Penal. Retirado de:

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