Supremo Tribunal Federal

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Supremo Tribunal Federal"

Transcrição

1 Ementa e Acórdão DJe 26/03/2012 Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 23 13/09/2011 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS RIO GRANDE DO SUL RELATOR PACTE.(S) IMPTE.(S) PROC.(A/S)(ES) COATOR(A/S)(ES) : MIN. GILMAR MENDES :MARCIO GARCIA DA SILVA :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL :RELATOR DO HC Nº DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA HABEAS CORPUS. 2. DIREITO DO PACIENTE, PRESO HÁ QUASE 10 ANOS, DE RECEBER A VISITA DE SEUS DOIS FILHOS E TRÊS ENTEADOS. 3. COGNOSCIBILIDADE. POSSIBILIDADE. LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO ENTENDIDA DE FORMA AMPLA, AFETANDO TODA E QUALQUER MEDIDA DE AUTORIDADE QUE POSSA EM TESE ACARRETAR CONSTRANGIMENTO DA LIBERDADE DE IR E VIR. ORDEM CONCEDIDA. 1. COGNOSCIBILIDADE DO WRIT. A jurisprudência prevalente neste é no sentido de que não terá seguimento habeas corpus que não afete diretamente a liberdade de locomoção do paciente. Alargamento do campo de abrangência do remédio heroico. Não raro, esta Corte depara-se com a impetração de habeas corpus contra instauração de inquérito criminal para tomada de depoimento; indiciamento de determinada pessoa em inquérito policial; recebimento da denúncia; sentença de pronúncia no âmbito do processo do júri; sentença condenatória etc. Liberdade de locomoção entendida de forma ampla, afetando toda e qualquer medida de autoridade que possa, em tese, acarretar constrangimento para a liberdade de ir e vir. Direito de visitas como desdobramento do direito de liberdade. Só há se falar em direito de visitas porque a liberdade do apenado encontrase tolhida. Decisão do juízo das execuções que, ao indeferir o pedido de visitas formulado, repercute na esfera de liberdade, porquanto agrava, documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

2 Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 23 ainda mais, o grau de restrição da liberdade do paciente. Eventuais erros por parte do Estado ao promover a execução da pena podem e devem ser sanados via habeas corpus, sob pena de, ao fim do cumprimento da pena, não restar alcançado o objetivo de reinserção eficaz do apenado em seu seio familiar e social. Habeas corpus conhecido. 2. RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO. A Constituição Federal de 1988 tem como um de seus princípios norteadores o da humanidade, sendo vedadas as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada (nos termos do art. 84, XIX), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis (CF, art. 5º, XLVII). Prevê, ainda, ser assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (CF, art. 5º, XLIX). É fato que a pena assume o caráter de prevenção e retribuição ao mal causado. Por outro lado, não se pode olvidar seu necessário caráter ressocializador, devendo o Estado preocupar-se, portanto, em recuperar o apenado. Assim, é que dispõe o art. 10 da Lei de Execução Penal ser dever do Estado a assistência ao preso e ao internado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Aliás, o direito do preso receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e de amigos está assegurado expressamente pela própria Lei (art. 41, X), sobretudo com o escopo de buscar a almejada ressocialização e reeducação do apenado que, cedo ou tarde, retornará ao convívio familiar e social. Nem se diga que o paciente não faz jus à visita dos filhos por se tratar de local impróprio, podendo trazer prejuízos à formação psíquica dos menores. De fato, é público e notório o total desajuste do sistema carcerário brasileiro à programação prevista pela Lei de Execução Penal. Todavia, levando-se em conta a almejada ressocialização e partindo-se da premissa de que o convício familiar é salutar para a perseguição desse fim, cabe ao Poder Público propiciar meios para que o apenado possa receber visitas, inclusive dos filhos e enteados, em ambiente 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

3 Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 23 minimamente aceitável, preparado para tanto e que não coloque em risco a integridade física e psíquica dos visitantes. 3. ORDEM CONCEDIDA. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do, em Segunda Turma, sob a presidência do Senhor Ministro Ayres Britto na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, conhecer da ação e deferir o habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Brasília, 13 de setembro de Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

4 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 23 13/09/2011 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS RIO GRANDE DO SUL RELATOR PACTE.(S) IMPTE.(S) PROC.(A/S)(ES) COATOR(A/S)(ES) : MIN. GILMAR MENDES :MARCIO GARCIA DA SILVA :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL :RELATOR DO HC Nº DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria Pública da União, em favor de Marcio Garcia da Silva. Nestes autos, a defesa questiona a decisão proferida pelo Ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu liminarmente o HC /RS, por reputá-lo incabível. Na espécie, o paciente encontra-se recolhido no sistema prisional do Estado do Rio Grande do Sul desde o dia , com término de pena previsto para , pela prática dos delitos previstos nos artigos 121, c/c art. 14, II, 121, 2º, I e IV, e 157, 3º, todos do CP. A defesa requereu ao Juízo da Vara das Execuções Criminais da Comarca de Porto Alegre/RS autorização de visita para seus dois filhos e três enteados, a qual restou indeferida. Contra essa decisão, a defesa interpôs agravo em execução. A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul negou provimento ao recurso. A defesa, então, impetrou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça, sustentando que o pedido de visitas é assegurado legalmente pela Lei de Execução Penal e auxilia no processo de ressocialização do preso. O Ministro Og Fernandes, relator na Corte de Justiça, indeferiu liminarmente o habeas corpus: O pedido de visitas ora formulado não se compatibiliza documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

5 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 23 com a via eleita, uma vez que a ação constitucional do habeas corpus visa garantir a liberdade do cidadão (direito de locomoção) e, no caso, não há qualquer violação ao direito de ir e vir do paciente. Neste writ, a defesa alega: a autorização para que os filhos e enteados do paciente possam visitá-lo é perfeitamente viável por meio de HC, uma vez que o deslinde dessa pretensão espraiará efeitos sobre o processo de ressocialização e em seu estado de liberdade. Assevera, ainda: a falta de autorização para as visitas pretendidas, além de interferir no estado de liberdade do paciente, configura constrangimento na liberdade de locomoção, também, dos filhos e enteados do reeducando, uma vez que os priva de irem até o lugar onde o pai deles está. Liminarmente, requer a suspensão das decisões proferidas pelas instâncias ordinárias, por meio das quais foi vedada a visita dos filhos e enteados menores do paciente ao estabelecimento prisional em que se encontra recolhido. Em , deferi parcialmente a liminar para assegurar ao paciente o direito de visita dos filhos Luã Telles Rodrigues da Silva e Evelyn Telles Rodrigues da Silva. Com relação aos menores Wesley Garcia Alves, Rafael Garcia Nunes e Rafaela Garcia Nunes, filhos da suposta companheira do apenado, indeferi o pedido, pois não restou demonstrado o vínculo de parentesco com o paciente, tampouco a estabilidade da relação com a genitora. A Procuradoria-Geral da República opinou pelo não conhecimento ou, se conhecido, pela concessão parcial da ordem, nos termos da liminar por mim deferida. É o relatório. 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

6 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 23 13/09/2011 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): No presente habeas corpus a defesa requer seja concedido ao paciente, preso há quase 10 anos, o direito de receber a visita de seus dois filhos e três enteados. Na espécie, o paciente encontra-se recolhido no sistema prisional do Estado do Rio Grande do Sul desde o dia , com término de pena previsto para , pela prática dos delitos previstos no artigo 121, c/c art. 14, II; no artigo 121, 2º, I e IV; e no artigo 157, 3º, todos do Código Penal. A defesa requereu ao Juízo da Vara das Execuções Criminais da Comarca de Porto Alegre/RS autorização de visita para seus dois filhos e três enteados, a qual restou indeferida, nos seguintes termos: Em que pese a manifestação ministerial de fl. 666 e o vínculo de parentesco de duas das crianças com o apenado em questão, indefiro o pedido de visitação dos menores EVELYN TELLES RODRIGUES DA SILVA, LUÃ TELLES RODRIGUES DA SILVA, RAFAELA GARCIA NUNES, RAFAEL GARCIA NUNES e WESLLEY GARCIA ALVES, tendo em vista que, mesmo possuindo vínculo, os mesmos estão sendo expostos, sem nenhuma garantia, a um ambiente que não lhes é próprio podendo trazer prejuízos à formação psíquica dos menores, o que, no momento, deve ser preservado. Contra essa decisão, interpôs agravo em execução. A Terceira Câmara Criminal do TJ/RS negou provimento ao recurso. A defesa, então, impetrou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça, sustentando que o pedido de visitas é assegurado legalmente pela Lei de Execução Penal e auxilia no processo de ressocialização do preso. O Ministro Og Fernandes, relator no STJ, indeferiu liminarmente o habeas corpus, nos seguintes termos: documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

7 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 23 O pedido de visitas ora formulado não se compatibiliza com a via eleita, uma vez que a ação constitucional do habeas corpus visa garantir a liberdade do cidadão (direito de locomoção) e, no caso, não há qualquer violação ao direito de ir e vir do paciente. Daí, o presente habeas corpus nesta Corte. De início, ressalto não desconhecer a jurisprudência dos tribunais inferiores dando conta da inviabilidade de discutir, no âmbito do habeas corpus, a possibilidade de o apenado receber a visita de familiares. De fato, a jurisprudência prevalente neste é no sentido de que não terá seguimento habeas corpus que não afete diretamente a liberdade de locomoção. Nesses termos, questão delicada refere-se, exatamente, ao problema da adequação do habeas corpus para superar restrições que não afetem diretamente, ao menos em exame superficial, a liberdade de locomoção. Assim, tem-se afirmado, por exemplo, que o afastamento do cargo, decretado por unanimidade pelo Órgão Especial do Superior Tribunal de Justiça, quando do recebimento da denúncia, por não afetar e nem acarretar restrição ou privação da liberdade de locomoção, não pode ser questionado na via do habeas corpus (HC AgR/PE, rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ ; HC /PI, rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ ). Igualmente, tem-se decidido que medida de segurança, consistente em portal eletrônico (detector de metais), não configura entrave ao exercício profissional da advocacia e não constitui ameaça à liberdade de locomoção, não podendo a matéria ser apreciada em sede de habeas corpus (HC /SP, rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ ). Na mesma linha, a jurisprudência dominante sustenta ser inadmissível habeas corpus contra pena de multa, se ela não pode ser convertida em pena de prisão. Atualmente, a nova redação conferida pela Lei 9.268/1996 ao art. 51 do Código Penal veda expressamente a conversão da pena de multa em pena privativa de liberdade. Daí, estar 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

8 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 23 consagrado na Súmula 693 do que não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Apesar de todo esse entendimento que venho expor, é certo também que o campo de abrangência do remédio heroico tem sido alargado. Não raro esta Corte depara-se com a impetração de habeas corpus contra instauração de inquérito criminal para tomada de depoimento; indiciamento de determinada pessoa em inquérito policial; recebimento da denúncia; sentença de pronúncia no âmbito do processo do júri; sentença condenatória etc. É por isso que reputo que a liberdade de locomoção há de ser entendida de forma ampla, afetando toda e qualquer medida de autoridade que possa em tese acarretar constrangimento para liberdade de ir e vir. No ponto, ressalto que, embora a jurisprudência atual do Tribunal estabeleça sérias ressalvas ao cabimento do habeas corpus para essas situações que fogem à sistemática de constrangimento ilegal ou abuso de poder que violem de modo mais direto a liberdade de locomoção (CF, art. 5º, XV), tal premissa, contudo, não inviabiliza por completo um processo de ampliação gradual que essa garantia judicial do processo possa vir a desempenhar em nosso sistema constitucional, não somente em momentos de crise institucional mas, sobretudo, para conferir maior força normativa ao texto constitucional. Diante de todas essas ponderações, é que entendo ser equivocada a tese que reputa incabível o conhecimento da ação constitucional de habeas corpus para discutir, como no caso dos autos, o direito do preso de receber a visita de seus filhos e enteados. Em linhas gerais, o direito de visitas nada mais é que um desdobramento do direito de liberdade. De fato, só há falar de direito de visitas porque a liberdade do apenado encontra-se tolhida. Dessarte, tenho para mim que a decisão do juízo das execuções que indeferiu o pedido de visitas formulado teve diretamente o condão de repercutir na esfera de liberdade, na medida em que agrava, ainda mais, o grau de 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

9 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 23 restrição da liberdade do paciente. Ademais, levando em conta que uma das finalidades da pena é a ressocialização, eventuais erros por parte do Estado ao promover a execução podem e devem ser sanados via habeas corpus, sob pena de, ao fim do cumprimento da pena, não restar alcançado o objetivo de reinserção eficaz do apenado em seu seio familiar e social. É indubitável, também, que erros na ressocialização têm como consectário lógico a não recuperação do encarcerado que, cedo ou tarde, em futuro contato com a sociedade, poderá novamente vir a delinquir. Por outro lado, cumpre enfatizar que a Constituição Federal de 1988 tem como um de seus princípios norteadores o princípio da humanidade, sendo vedadas as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada (nos termos do art. 84, XIX), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis (CF, art. 5º, XLVII). Prevê, ainda, ser assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (CF, art. 5º, XLIX). No mesmo sentido, a diretriz traçada pelo Pacto de São José da Costa Rica Convenção Americana de Direitos Humanos, ao dispor que toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral (Art. 5º, 1) e ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com respeito devido à dignidade inerente ao ser humano (Art. 5º, 2). Nesses termos, consoante ressaltado pelo Ministro Celso de Mello no julgamento do HC /SP, a execução penal, além de objetivar a efetivação, a implementação da condenação penal imposta ao sentenciado, busca também propiciar condições para a harmônica integração social daquele que sofre a ação do magistério punitivo do Estado. Deveras, é fato que a pena assume o caráter de prevenção e retribuição ao mal causado. Por outro lado, não se pode olvidar seu necessário caráter ressocializador, devendo-se preocupar o Estado, portanto, em recuperar o apenado. Assim, é que dispõe o art. 10 da Lei de Execução Penal ser dever do Estado a assistência ao preso e ao internado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. 4 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

10 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 23 As Regras Mínimas do Tratamento de Prisioneiros da ONU, por sua vez, em seu n. 65, dispõem como objetivo de tratamento dos condenados, enquanto perdurar a pena, inspirar-lhes a vontade de viver conforme a lei, incutir-lhes o respeito por si mesmos e desenvolver o seu senso de responsabilidade. Destaque-se, aliás, o direito do preso visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e de amigos, assegurado expressamente pela própria Lei de Execução Penal (art. 41, X), sobretudo com o escopo de buscar a almejada ressocialização e reeducação do apenado que, cedo ou tarde, retornará ao convívio familiar e social. No ponto, destaco, ainda, a Resolução n. 14 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), de 11 de novembro de 1994 (DOU de ), que trata de regras mínimas de tratamento do Preso no Brasil, dispondo em seu art. 33 e parágrafos sobre o contato do preso com o mundo exterior: Art. 33. O preso estará autorizado a comunicar-se periodicamente, sob vigilância, com sua família, parentes, amigos ou instituições idôneas, por correspondência ou por meio de visitas. 1º. A correspondência do preso analfabeto pode ser, a seu pedido, lida e escrita por servidor ou alguém opor ele indicado; 2º. O uso dos serviços de telecomunicações poderá ser autorizado pelo diretor do estabelecimento prisional. Nesse contexto, já enfatizava o saudoso professor Julio Fabbrini Mirabete: Fundamental ao regime penitenciário é o princípio de que o preso não deve romper seus contatos com o mundo exterior e que não sejam debilitadas as relações que o unem aos familiares e amigos. Não há dúvida de que os laços mantidos principalmente com a família são essencialmente benéficos para o preso, porque o levam a sentir que, mantendo contatos, 5 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

11 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 23 embora com limitações, com as pessoas que se encontram fora do presídio, não foi excluído da comunidade. Dessa forma, no momento em que for posto em liberdade, o processo de reinserção social produzir-se-á de forma natural e mais facilmente, sem problemas de readaptação a seu meio familiar e comunitário. Preceituam, aliás, as Regras Mínimas da ONU que se deve velar particularmente para que se mantenham e melhorem as boas relações entre o preso e sua família quando estas sejam convenientes para ambas as partes (nº 79), devendo ser autorizadas visitas de familiares e amigos, ao menos periodicamente e sob devida vigilância (nº 37). Por isso, concede-se ao preso o direito da visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados (art. 41, X). Deve a segurança do estabelecimento, porém, submeter as visitas e o material que transportam a busca pessoal rigorosa, a fim de evitar a entrada de armas, drogas ou objetos que possam comprometer a boa ordem, a disciplina e a segurança do presídio. (MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução Penal. 9ª ed., pg São Paulo: Atlas, 2000). Diante de todos esses dados, tenho para mim que as decisões formalizadas pelo Juízo de origem e demais tribunais não são idôneas para a adequada solução da controvérsia posta. Esclarecedor é o parecer do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, que assim se manifesta: Com a devida vênia, há de se acolher a postulação defensiva apenas em relação ao pedido para que os filhos LUÃ e EVELYN possam visitá-lo. Afinal, o direito do agravante em receber visitas não é contestado, em absoluto, por este Juízo, não só por ser um direito previsto na Lei de Execução Penal (art. 41, inciso X), mas por se tratar de importante elemento para a ressocialização dos apenados em geral. Ocorre que a SUSEPE, na sua Portaria nº 02 de 2001, regulou os procedimentos a serem adotados quanto ao ingresso 6 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

12 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 23 de visitantes nos Estabelecimentos Prisionais do Rio Grande do Sul, visando, com tal medida, estabelecer normas de organização para a entrada e saída de pessoas, amigos e parentes dos apenados, e evitar o caos e a insegurança dos penitenciários. Ao regulamentar o acesso das pessoas às penitenciárias e presídios, buscou-se, com relação às crianças menores de 12 anos, a comprovação de parentesco e vínculo familiar com os apenados, uma vez que não se nega tal direito, conforme determinado no artigo 8º da Portaria, apenas resguarda-o. O que se discute aqui é concessão de autorização judicial para que duas crianças de 05 (cinco) anos e uma de 12 (doze) anos de idade, filhas da atual companheira do apenado (chamada Giovana Brum Garcia), possa visitá-lo no estabelecimento penal. Neste aspecto, é importante ressaltar que tais infantes são filhos da companheira atual do apenado, conforme certidões de nascimento juntadas às fls. 654, 656 e 659 do PEC, não havendo nenhuma prova nos autos da relação de pai e filho, bem como da relação estável com a genitora. É nítida a ausência de elementos que justificam e comprovam vínculo familiar. Aliás, nesse aspecto, é importante referir que em 03/06/2008 (há cerca de um ano e meio atrás), o apenado teve deferido em seu favor a visita por parte de Angela Giovana Santos Rodrigues (fls. 424/426), sua companheira na ocasião, a qual não é mãe nem de seus filhos nem dos referidos enteados. Nem se diga, como afirmou o juízo das execuções, que o paciente não faz jus à visita de seus filhos por se tratar de local impróprio, podendo trazer prejuízos à formação psíquica dos menores. De fato, é público e notório o total desajuste do sistema carcerário brasileiro à programação prevista pela Lei de Execução Penal. Não raro, presenciamos vastas reportagens jornalísticas dando conta das condições desumanas de cumprimento de pena às quais são submetidos os apenados do sistema carcerário brasileiro. Todavia, levando em conta a 7 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

13 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 23 almejada ressocialização do apenado e partindo da premissa de que o convício familiar é salutar para a perseguição desse fim, cabe ao Poder Público o dever de propiciar meios para que o apenado possa receber visitas, inclusive de seus filhos e enteados, em ambiente minimamente aceitável e preparado para tanto e que não coloque em risco a integridade física e psíquica dos visitantes. Ante o exposto, meu voto é no sentido de conceder a ordem de habeas corpus para assegurar ao paciente o direito de visita dos filhos LUÃ TELLES RODRIGUES DA SILVA e EVELYN TELLES RODRIGUES DA SILVA. Com relação aos menores WESLEY GARCIA ALVES, RAFAEL GARCIA NUNES e RAFAELA GARCIA NUNES, filhos da suposta companheira, também defiro, pois apesar de não ter restado demonstrado o vínculo de parentesco, nem a estabilidade da relação com a genitora, certo é que os filhos e a própria Giovana Brum Garcia podem ser classificados no rol de amigos do paciente (art. 41, X, da LEP). É como voto. 8 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

14 Aditamento ao Voto Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 23 13/09/2011 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS RIO GRANDE DO SUL A D I T A M E N T O A O V O T O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Senhor Presidente, Senhores Ministros, o meu voto é no sentido de conceder parcialmente a ordem, entendendo que o habeas corpus, neste caso, tutela todo esse plexo de relações ligadas à execução penal. Eu só não estou concedendo em relação aos filhos da companheira, porque o próprio Ministério Público coloca em dúvida, primeiro a estabilidade dessa relação e, depois, a existência de vínculo dessas pessoas com o paciente. Mas estou encaminhando nesse sentido, tendo em vista a importância do tema aqui tratado, no que diz respeito à execução da pena, à ressocialização, mas, também, ao instituto do habeas corpus. Uma visão formal eu sei poderia levar simplesmente ao indeferimento, mas isso também tem consequências, porque a tutela que outros instrumentos poderiam oferecer não é expedita. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Ela não tem o préstimo. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Exatamente, em muitos casos não teria efeito útil. E não se trata agora de reinventar a doutrina brasileira do habeas corpus, mas de dar uma interpretação de que isso está ainda no contexto da liberdade de ir e vir. documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

15 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 23 13/09/2011 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor Presidente, tenho algumas considerações a fazer. Inicialmente, acompanho o eminente Ministro Relator no que tange ao conhecimento do habeas corpus. Entendo que se está, sim, diante de uma limitação do direito de ir e vir, porque o habeas corpus, no caso, se insurge contra a execução da pena, ou seja, está se impondo, aqui, ao paciente, uma restrição maior, em tese, ao modo como é executada a sua pena. Aliás, é muito grave, porque ele foi condenado a mais de trinta e nove anos de reclusão, é uma pena grave, e ele se insurge contra o modo pelo qual lhe está sendo imposta essa execução. Agora, tenho algumas dúvidas que quero compartilhar com os eminentes Colegas. No primeiro momento, eu até concederia o habeas corpus numa amplitude um pouco maior do que o eminente Relator, porque, se pegarmos aqui o artigo 41 da Lei das Execuções Penais, inciso X, lê-se que é direito do sentenciado: "X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;" Portanto, a existência do vínculo familiar como fundamento para a denegação da visita dos enteados não me parece muito sólido, até porque, se é possível a visita de amigos, por que não de enteados, que são, talvez, até mais do que amigos do sentenciado. Essa justificativa da inexistência de vínculo familiar ou de vínculo de um relacionamento mais aprofundado não me impressiona. Agora, eminente Relator, quero indagar a Vossa Excelência o seguinte. Porque o artigo 41, parágrafo único, da LEP, estatui: "Parágrafo único - Os direitos previstos no inciso V, X" - que é o caso, e - "XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

16 Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 23 motivado do diretor do estabelecimento." Pergunto: houve algum ato motivado? Porque eu admitiria que se restringisse, motivadamente, a visita, assim como se poderia restringir, motivadamente, o contato com o mundo exterior por meio de correspondência, ou até o regime de trabalho do sentenciado. Se o diretor do estabelecimento, por uma razão fundada, denegou essa visita, dizendo, eventualmente, que esta pretensa companheira estaria trazendo tóxicos para o estabelecimento penitenciário ou celulares, etc. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Não, a discussão se restringe a isso. Houve um pedido de autorização para os dois filhos e três enteados, o qual restou indeferido e, a partir daí, então, as sucessivas impugnações. Houve o agravo em execução, houve negativa de provimento no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e, então, a matéria veio ao STJ e o Ministro Og Fernandes... O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Liminarmente, negou seguimento. Então, Senhor Presidente, tendo em vista que não há, pelo menos aparentemente, um deferimento, uma denegação fundada por parte do diretor do estabelecimento, que eu consideraria legítimo, e também teria dificuldades em apreciar isso em sede de habeas corpus, conheço do habeas corpus e estaria, em princípio, deferindo de forma mais ampla, tendo em conta a dicção do inciso X, que inclui não apenas, como disse, o cônjuge, a companheira e parentes, mas também os próprios amigos. Portanto, nada impediria que se classificasse os enteados no rol de amigos do sentenciado. É como voto. 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

17 Explicação Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 23 13/09/2011 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS RIO GRANDE DO SUL E X P L I C A Ç Ã O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Como o tema envolvia esses aspectos mais delicados, eu me adstringi à temática da visita dos filhos, até porque falam em suposta companheira; como é uma pessoa que está presa há muito tempo e os enteados são filhos de cinco anos, é um tema que se poderia resolver, mas eu também se a Turma assim encaminhar adiro, porque havia esse rubicão para atravessar. O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Vossa Excelência o atravessou com a cautela necessária. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Eu acho o voto de Vossa Excelência, antecipando um pouquinho, Ministro Celso de Mello, tão humano, com substância jurídica, não é apenas sentimental, eu admitiria essa ampliação para os enteados. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Eu também; como todos falaram em suposta união estável e colocaram então em dúvida, e como nós tínhamos de resolver a questão da visita dos filhos. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Se ele provar que tem uma relação estável, então, os filhos da companheira fariam parte da família dele. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - O Ministro Ricardo Lewandowski tem razão. Deferir in totum, portanto, o pedido. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - O documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

18 Explicação Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 23 Século XXI, Ministro Celso de Mello, é o século do afeto, a preponderância do afeto sobre o biológico. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Agradeço a observação do Ministro Ricardo Lewandowski. 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

19 Voto - MIN. AYRES BRITTO Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 23 13/09/2011 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Eu também quero louvar o voto do Ministro Gilmar Mendes - digamos - lato, dilargado o bastante para absorver francamente a sugestão do Ministro Ricardo Lewandowski. O voto do Ministro Gilmar Mendes, no seu espectro material, alberga, com toda facilidade, a interpretação lata sugerida, feita pelo Ministro Ricardo Lewandowski. Aliás, Sua Excelência, o Ministro Gilmar Mendes, aderiu de plano, sem dificuldade nenhuma, porque no fundo se contém no voto de Vossa Excelência. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - A minha dúvida era porque todas as autoridades que se manifestaram disseram que trataram dessa relação, mas o Ministro Ricardo Lewandowski esclareceu isso de forma cabal, no sentido de que, não fosse a companheira, mas que fosse uma amiga, a questão também estaria posta nos mesmos termos tal como referido na Lei de Execução Penal. Quer dizer, não nos cabe tornar mais difícil uma relação, que já é, por si só, extremamente complexa. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Perfeitamente. Na verdade, Vossa Excelência superou, com esse seu voto magnífico, humano - e quando se diz humano, se diz jurídico, porque nós temos o princípio da dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, no inciso III do artigo 1º. Há uma tendência, aí, para se pensar que o humanismo está fora do Direito, quando não está fora, é categoria jurídica. Então, quando nós falamos do habeas corpus, esse peregrino e superior remédio constitucional, como destinado a proteger a liberdade de locomoção, terminamos com esta expressão "liberdade de locomoção" apequenando o instituto, como se fosse um mantra intelectual, porque ele inclui a documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

20 Voto - MIN. AYRES BRITTO Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 23 liberdade de locomoção, na perspectiva do habeas corpus - disse o Ministro Celso de Mello ainda há pouco -, e inclui a liberdade de ficar e de permanecer espacialmente. Então, a liberdade espacial, protegida pelo habeas corpus, no fundo, é uma liberdade de inserção espacial, compreendendo as três figuras do ir, do vir e do permanecer, que significa nem ir nem vir, mas simplesmente ficar. E a interpretação que o Ministro Gilmar Mendes, no seu magnífico voto, dá à postulação sob julgamento, maximiza, na devida conta humanística, o espectro funcional do habeas corpus. O habeas corpus, aqui, está sendo usado exatamente para prestigiar o direito que tem o preso de ter a sua segregação mitigada ou minimizada. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Portanto, afeta o próprio regime de restrição de liberdade. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Sim, o próprio regime de restrição de liberdade. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - E, veja Vossa Excelência: essa é uma questão extremamente importante porque a afirmação de que, não se aceitando o habeas corpus, haverá outros instrumentos, muitas vezes não leva a uma proteção eficaz, tendo em vista o ônus, a demora, o retardo, a alternativa de um eventual mandado de segurança, que terá outro tipo de tratamento. E se forem procedimentos ordinários, então. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - O rito dificultoso. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - Em muitos casos, dependendo da dimensão da pena e neste nós vimos que é uma pena alongada, a decisão judicial talvez não venha a produzir efeitos úteis, não terá efeito corretivo. 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

21 Voto - MIN. AYRES BRITTO Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 23 O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - E essa precedência do habeas corpus no rol das ações constitucionais, que Vossa Excelência está a estabelecer, é rigorosamente técnica, porque, quando a Constituição fala de mandado de segurança, teve o cuidado de dizer "quando não couber habeas corpus"; quando couber habeas corpus, nem se cogita de mandado de segurança - e, no caso, francamente, cabe habeas corpus. É uma decisão, Ministro Gilmar Mendes, que prestigia, também, a entidade, a instituição jurídica da família, aquela formalmente constituída pelo casamento, etc., e a informalmente constituída. O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Se Vossa Excelência me permite, em termos de política criminal, também ela contribui para aliviar o ambiente de tensão que existe nos estabelecimentos prisionais. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Ótima observação. Perfeito. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - De resto, a propósito do comentário do Ministro Celso de Mello, queria lembrar que, recentemente, com críticas, é verdade, a Suprema Corte americana tomou uma de suas decisões importantes em relação ao regime prisional, determinando que a Califórnia são decisões temperadas ou condicionadas, num prazo determinado, reduza em um percentual significativo seu número de presos, tendo em vista exatamente essas condições. Eu já disse uma vez em sala de aula, mas agora repito aqui, nós temos esse problema sério do amontoado de presos em condições obviamente inconstitucionais, desumanas e ilegais. O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - E veja que é um tema hoje posto e está a demandar, então, reflexão de uma corte 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

22 Voto - MIN. AYRES BRITTO Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 23 suprema líder no processo de jurisdição constitucional, como é a americana, que acaba, portanto, de tomar essa medida exatamente por não poder responder, individualmente, em relação aos abusos que se perpetram nessa área. O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Se Vossa Excelência me permite, outra achega do voto do Ministro Lewandowski, que me pareceu importante e perfeitamente comportável no voto de Vossa Excelência, é quanto ao inciso X do artigo 41 da LEP, que prevê visita também de amigos, incentivando ou recuperando, de alguma forma, o espírito gregário que é comum ao ser humano. Dizia Aristóteles: "o homem um animal político", por excelência. E quando se fala da LEP, a remessa da LEP à sua matriz, é a matriz constitucional. Porque quando a Constituição fala da individualização da pena, nos remete, imediatamente, à Lei das Execuções Penais, que, sabemos todos, em matéria penal, o Direito brasileiro é orteguiano, rigorosamente orteguiano e personalizado. O Direito Penal só pode ser concebido e praticado em atenção à personalidade, às singularidades do apenado, do processado, etc. Então, Ministro Gilmar Mendes, eu acompanho integralmente o voto de Vossa Excelência e o faço louvando, sobremodo, o equacionamento jurídico com que Vossa Excelência nos propôs com tanta maestria. 4 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

23 Decisão de Julgamento Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 23 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA HABEAS CORPUS PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. GILMAR MENDES PACTE.(S) : MARCIO GARCIA DA SILVA IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: Conhecida a ação e deferido o habeas corpus para assegurar ao paciente o direito de visita dos filhos LUÃ TELLES RODRIGUES DA SILVA e EVELYN TELLES RODRIGUES DA SILVA. Com relação aos menores WESLEY GARCIA ALVES, RAFAEL GARCIA NUNES e RAFAELA GARCIA NUNES, filhos da suposta companheira do apenado, também defiro, pois apesar de não ter restado demonstrado o vínculo de parentesco com o paciente, nem a estabilidade da relação com a genitora, certo é que os filhos e a própria Giovana Brum Garcia podem ser classificados no rol de amigos do paciente (art. 41, X, da LEP), nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi. Karima Batista Kassab Coordenadora Documento assinado digitalmente conforme MP n /2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão DJe 23/05/2012 Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 24/04/2012 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 106.942 GOIÁS RELATOR PACTE.(S) IMPTE.(S) COATOR(A/S)(ES) : MIN. JOAQUIM BARBOSA :SUPERIOR

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE... EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...... Processo: 99999999999 Classe: Execução da Pena / Pedidos Diversos FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, RG 8888, CPF 7777777,

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )1( oãdróca atneme86242 DE-SM Diário da Justiça de 09/06/2006 03/05/2006 TRIBUNAL PLENO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES EMBARGANTE(S) : UNIÃO ADVOGADO(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMBARGADO(A/S) : FERNANDA

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão DJe 01/03/2012 Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 MANDADO DE SEGURANÇA 30.604 DISTRITO FEDERAL RELATOR IMPTE.(S) ADV.(A/S) IMPDO.(A/S) : MIN. GILMAR MENDES :MARCELINA MARIA FERREIRA

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 01/04/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 798.241 RIO DE RELATORA AGTE.(S) PROC.(A/S)(ES) AGDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN.

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Registro: 2015.0000770986 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança nº 2097361-61.2015.8.26.0000, da Comarca de, em que é impetrante GABRIELA DA SILVA PINTO, é impetrado

Leia mais

R E L A T Ó R I O. O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de. habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por

R E L A T Ó R I O. O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de. habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por HABEAS CORPUS 97.511 SÃO PAULO RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI PACTE.(S) : PAULO SALIM MALUF IMPTE.(S) : JOSÉ ROBERTO LEAL DE CARVALHO COATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R

Leia mais

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano RELATÓRIO O DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO (RELATOR): Cuida-se de agravo em execução penal interposto contra sentença que declarou extinta a punibilidade de Cosme Alexandre da Silva, por entender

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )1( oãdróca atneme537454 ER 18/10/2005 SEGUNDA TURMA RELATORA RECORRENTE(S) : MIN. ELLEN GRACIE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (RECURSO CRIMINAL Nº 3454) CONSTITUCIONAL. PROCESSSUAL PENAL. COMPETÊNCIA DA

Leia mais

MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 1.406-9 SÃO PAULO RELATOR

MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 1.406-9 SÃO PAULO RELATOR MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 1.406-9 SÃO PAULO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES REQUERENTE(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA REQUERIDO(A/S) : UNIÃO ADVOGADO(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO REQUERIDO(A/S) :

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 21.628 - SP (2007/0158779-3) RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZ RECORRENTE : AGOSTINHO FERRAMENTA DA SILVA JÚNIOR ADVOGADO : JULIANA FERRAMENTA DA SILVA RECORRIDO : TRIBUNAL DE

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )2( oãdróca atneme72898 CH Supremo Tribunal Federal Diário da Justiça de 27/04/2007 27/02/2007 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 89.827-1 SÃO PAULO RELATOR : MIN. CARLOS BRITTO PACIENTE(S) : ALÍPIO UMBELINO

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Diário da Justiça de 23/06/2006 11/04/2006 PRIMEIRA TURMA RELATOR ADVOGADO(A/S) EMBARGADO(A/S) : MIN. JOAQUIM BARBOSA : STAROUP S/A INDÚSTRIA DE ROUPAS : REGINALDO CAPITULINO DE ANDRADE : ANDRAS GYORGY

Leia mais

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano RELATÓRIO

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano RELATÓRIO RELATÓRIO O DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO (RELATOR): Habeas Corpus impetrado por Anderson José Manta Cavalcanti, com pedido liminar, em favor de José Bispo dos Santos Neto, objetivando a declaração

Leia mais

NORONHA & ZAHR ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL BRASÍLIA DF.

NORONHA & ZAHR ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL BRASÍLIA DF. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL BRASÍLIA DF. LUCIEN REMY ZAHR, brasileiro, solteiro, Estudante de Direito e Assistente Jurídico, vem a Vossa Excelência,

Leia mais

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira RELATÓRIO Trata-se de recurso em sentido estrito interposto por Célio Bispo Kojuch contra sentença proferida pelo Juízo da 14.ª Vara da SJRN que denegou ordem de habeas corpus através da qual era objetivada

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 18/11/2014 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 804.674 SÃO PAULO RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :MUNICÍPIO DE SANTOS PROC.(A/S)(ES)

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal HABEAS CORPUS 115.126 SÃO PAULO RELATORA IMPTE.(S) : MIN. ROSA WEBER :ZHEN HAIFANG :WU LIZHEN :ZHOU XINYOU :LIU PEIHUA :WANDERLEY RODRIGUES BALDI :DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL QUE ATUA JUNTO AO AEROPORTO

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal HABEAS CORPUS 127.395 RIO DE JANEIRO RELATOR PACTE.(S) IMPTE.(S) COATOR(A/S)(ES) : MIN. ROBERTO BARROSO :NATALINO JOSE GUIMARAES : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO E OUTRO(A/S) :RELATOR DO CC Nº 134702 DO SUPERIOR

Leia mais

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano RELATÓRIO

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano RELATÓRIO Poder Judiciário RELATÓRIO O DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO (RELATOR): Trata-se de Petição em Habeas Corpus, impetrado em favor de José Dias Monteiro Neto, pugnando pela suspensão da imposição

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.572 DISTRITO FEDERAL RELATORA SUSTE.(S) ADV.(A/S) : MIN. ROSA WEBER :VASP - VIAÇÃO AÉREA SÃO PAULO S/A :MARCUS VINÍCIUS DE ALMEIDA RAMOS :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (RECLAMAÇÃO

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Nº 14.960/CS HABEAS CORPUS Nº 108.639 ESPÍRITO SANTO IMPETRANTE: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PACIENTE: ADRIANO JOSÉ DA SILVA IMPETRADO: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATORA: MINISTRA

Leia mais

O acórdão em análise é oriundo do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de um agravo regimental em Recurso Especial e assim dispõe:

O acórdão em análise é oriundo do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de um agravo regimental em Recurso Especial e assim dispõe: 3. COMENTÁRIOS À JURISPRUDÊNCIA 3.1 QUESTÕES PONTUAIS SOBRE EXECUÇÃO PENAL ÉRIKA DE LAET GOULART MATOSINHO Oficial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais Bacharel em Direito 1. Escolha do acórdão

Leia mais

A requerente sustenta, mais, em síntese:

A requerente sustenta, mais, em síntese: A Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, com fundamento no art. 4º da Lei 4.348/64, requer a suspensão da execução da medida liminar concedida pelo relator do Mandado de Segurança nº 2006.01.00.043354-2

Leia mais

11175,1;.-.' - ESTADJDA-PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. NILO LUIS RAMALHO VIEIRA

11175,1;.-.' - ESTADJDA-PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. NILO LUIS RAMALHO VIEIRA ' -rr r * 11175,1;.-.' - ESTADJDA-PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. NILO LUIS RAMALHO VIEIRA ACÓRDÃO HABEAS CORPUS N 001.2006.001615-9/001 RELATOR: Des. Nilo Luis Ramalho vieira IMPETRANTE: Francisco

Leia mais

Comentário à Jurisprudência

Comentário à Jurisprudência Comentário à Jurisprudência OS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NA JURISPRUDÊNCIA DO STF APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004 CÁSSIO HENRIQUE AFONSO DA SILVA Oficial do Ministério Público 1. Introdução

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 2.169 ESPÍRITO SANTO RELATORA AUTOR(A/S)(ES) PROC.(A/S)(ES) RÉU(É)(S) PROC.(A/S)(ES) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA

Leia mais

Parecer pela denegação do mandado de segurança.

Parecer pela denegação do mandado de segurança. Ministério Público Federal Procuradoria-Geral da República 19756 OBF PGR Mandado de Segurança 31.068 3 - DF Relator: Ministro Luiz Fux Impetrante: Cláudio Topgian Rollemberg Impetrado: TCU Mandado de segurança.

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0044606-60.2014.4.01.0000/GO (d) R E L A T Ó R I O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0044606-60.2014.4.01.0000/GO (d) R E L A T Ó R I O 21 100 PODER JUDICIÁRIO R E L A T Ó R I O O Exmo. Sr. Desembargador Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN (Relator): Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Associação Aparecidense de Educação, mantenedora

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )2( oãdróca atneme280815 DE-IA 17/05/2005 SEGUNDA TURMA EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 518.082-9 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO EMBARGANTE(S) : COMPANHIA MELHORAMENTO DE CAMBORIÚ - MARAMBAIA

Leia mais

Modelo esquemático de ação direta de inconstitucionalidade genérica EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Modelo esquemático de ação direta de inconstitucionalidade genérica EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Modelo esquemático de ação direta de inconstitucionalidade genérica EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Legitimidade ativa (Pessoas relacionadas no art. 103 da

Leia mais

Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra.

Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra. Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra. Victória Sulocki, Indicação nº 056/2012, sobre o "Projeto de Lei nº 3901/2012, de

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Agravo de Instrumento nº 0052654-08.2013.8.19.0000 Agravante: Município de Armação de Búzios Agravado: Lidiany da Silva Mello

Leia mais

PROCURADORIA-GERAL DO TRABALHO CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

PROCURADORIA-GERAL DO TRABALHO CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO Origem: PRT da 4ª Região Órgão Oficiante: Dr. Roberto Portela Mildner Interessado 1: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região. Interessado 2: Banco Bradesco S/A. Assuntos: Meio ambiente do trabalho

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL HABEAS CORPUS Nº 113646 PACTE: GLEYB FERREIRA DA CRUZ IMPTE: DOUGLAS DALTO MESSORA E OUTRO(A/S) IMPDO: PRESIDENTE DA COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUÉRITO OPERAÇÕES VEGAS E

Leia mais

ESCOLA DE FORMAÇÃO 2007 ESTUDO DIRIGIDO. Liberdade de profissão

ESCOLA DE FORMAÇÃO 2007 ESTUDO DIRIGIDO. Liberdade de profissão ESCOLA DE FORMAÇÃO 2007 ESTUDO DIRIGIDO Liberdade de profissão Preparado por Carolina Cutrupi Ferreira (Escola de Formação, 2007) MATERIAL DE LEITURA PRÉVIA: 1) Opinião Consultiva n. 5/85 da Corte Interamericana

Leia mais

P O D E R J U D I C I Á R I O

P O D E R J U D I C I Á R I O Registro: 2013.0000791055 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0024907-79.2012.8.26.0564, da Comarca de São Bernardo do Campo, em que é apelante CRIA SIM PRODUTOS DE HIGIENE

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )1( oãdróca atneme496104 RgA-ER Diário da Justiça de 17/11/2006 20/06/2006 PRIMEIRA TURMA AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 401.694-0 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. CARLOS BRITTO AGRAVANTE(S) : ESTADO

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO fls. 5 ACÓRDÃO Registro: 2014.0000429851 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Mandado de Segurança nº 0226204-83.2012.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é impetrante EDEMAR CID FERREIRA,

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo TRIBUNAL DE JUSTIÇA São Paulo fls. 1 Registro: 2013.0000094980 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 0000391-04.2013.8.26.0000, da Comarca de Araraquara, em que é paciente

Leia mais

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação:

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação: O NOVO AGRAVO CONTRA DESPACHO DENEGATÓRIO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 2011-06-15 Alexandre Poletti A Lei nº 12.322/2010, que alterou os artigos 544 e 545 do CPC, acabou com o tão conhecido e utilizado

Leia mais

DECISÃO. Relatório. 2. A decisão impugnada tem o teor seguinte:

DECISÃO. Relatório. 2. A decisão impugnada tem o teor seguinte: DECISÃO RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA SÚMULA VINCULANTE N. 10 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECLAMAÇÃO PROCEDENTE. Relatório 1. Reclamação, com pedido de antecipação de tutela, ajuizada

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria Regional da República da 1ª Região

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria Regional da República da 1ª Região Agravo de Instrumento n 0038084-17.2014.4.01.0000/DF Agravante: União Federal Agravado: Manoel Morais de Oliveira Neto Alexandre Relator: Des. Fed. Souza Prudente RELATOR CONVOCADO: Juiz Federal Carlos

Leia mais

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano RELATÓRIO O DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO (RELATOR): À conta de Remessa Oficial, examina-se a sentença proferida pelo MM. Juiz Federal da 2ª Vara da Seção Judiciária do Ceará, que, nos autos da

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Proposta Coordenadoria de Análise de Jurisprudência DJe nº 27 de 10/02/2015, p.34. 1 16/10/2014 PLENÁRIO PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 68 DISTRITO FEDERAL PROPOSTA (PRESIDENTE): Senhores Ministros, trata-se

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ' v ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll *02796912* Vistos,-

Leia mais

A C Ó R D Ã O COMARCA DE LAJEADO Nº 70062707260 (N CNJ: 0463289-41.2014.8.21.7000)

A C Ó R D Ã O COMARCA DE LAJEADO Nº 70062707260 (N CNJ: 0463289-41.2014.8.21.7000) AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. TRABALHO EXTERNO EXERCIDO JUNTO À PROPRIEDADE DO PAI DO APENADO. VÍNCULO PARENTAL QUE PREJUDICA A ISENTA FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO EXTERNO PELO EMPREGADOR. DECISÃO REVOGADA. O

Leia mais

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO José Afonso da Silva 1. A controvérsia 1. A condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Penal 470, de alguns deputados federais tem suscitado dúvidas relativamente

Leia mais

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido:

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido: DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE RURAL. INCLUSÃO DE ÁREAS NÃO APROVEITÁVEIS. PRECEDENTE DO

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 126.965 SÃO PAULO RELATOR PACTE.(S) IMPTE.(S) PROC.(A/S)(ES) COATOR(A/S)(ES) : MIN. LUIZ FUX :A P :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL :SUPERIOR

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIÃO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIÃO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli R E L A T Ó R I O A Exmª Des. Federal MARGARIDA CANTARELLI (Relatora): Cuida-se de mandado de segurança impetrado pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL contra decisão do Juízo da 8ª Vara Federal do Rio Grande

Leia mais

DISCIPLINA: DIREITO PENAL

DISCIPLINA: DIREITO PENAL ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DISCIPLINA: DIREITO PENAL QUESTÃO Nº 109 Protocolo: 11913003657-0 Não existe qualquer erro material na questão. Nada a ser alterado. O recorrente

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 19.511 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. GILMAR MENDES RECLTE.(S) :SINDICATO ESTADUAL DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO - SEPE/RJ ADV.(A/S) :ITALO PIRES AGUIAR

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Corregedoria Geral da Justiça

PODER JUDICIÁRIO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Corregedoria Geral da Justiça Processo DEPE 1.1 Autuação Provisória s/nº fls. 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA PSICÓLOGOS E ASSISTENTES SOCIAIS JUDICIÁRIOS - REALIZAÇÃO DE EXAMES CRIMINOLÓGICOS, ATENDIMENTO PSICOTERÁPICO

Leia mais

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C JUIZADO ESPECIAL (PROCESSO ELETRÔNICO) Nº201070510020004/PR RELATORA : Juíza Andréia Castro Dias RECORRENTE : LAURO GOMES GARCIA RECORRIDO : UNIÃO FAZENDA NACIONAL V O T O Dispensado o relatório, nos termos

Leia mais

EMB. DECL. EM AC 333.188-CE (2002.81.00.013652-2/01). RELATÓRIO

EMB. DECL. EM AC 333.188-CE (2002.81.00.013652-2/01). RELATÓRIO RELATÓRIO 1. Trata-se de Embargos Declaratórios interpostos pela FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO VALE DO ACARAÚ- UVA, contra Acórdão da Segunda Turma deste TRF de fls. 526/528, nos autos de AC 333.188-CE,

Leia mais

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL MENSAGEM N o 479, DE 2008 Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

Agravante : COMERCIAL LONDRINENSE DE EXPLOSIVOS E MINERAÇÃO LTDA EMENTA

Agravante : COMERCIAL LONDRINENSE DE EXPLOSIVOS E MINERAÇÃO LTDA EMENTA AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº. 876860-7, DA 12ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE LONDRINA Agravante : COMERCIAL LONDRINENSE DE EXPLOSIVOS E MINERAÇÃO LTDA Agravado Relator : MUNICÍPIO DE LONDRINA : Des. LEONEL CUNHA

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )2( oãdróca atneme702984 DE-ER Diário da Justiça de 10/11/2006 17/10/2006 PRIMEIRA TURMA RELATOR EMBARGANTE(S) EMBARGADO(A/S) : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE : GENIL MACHADO E OUTRO(A/S) : MARCOS ANDRÉ DE ALMEIDA

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo ACÓRDÃO Registro: 2012.0000122121 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 9074862-42.2007.8.26.0000, da Comarca de São José do Rio Preto, em que são apelantes PREFEITURA MUNICIPAL DE

Leia mais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Número do 1.0024.14.148142-4/001 Númeração 0807534- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Mariângela Meyer Des.(a) Mariângela Meyer 24/02/2015 06/03/2015 EMENTA:

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: 2012.0000468176 ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: 2012.0000468176 ACÓRDÃO Registro: 2012.0000468176 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 9066515-49.2009.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é apelante BANCO NOSSA CAIXA S A, é apelado SESVESP

Leia mais

ARNOBWALVESTEU. Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba Gabinete do Des. ARNÓBIO ALVES TEODÓSIO ACÓRDÃO

ARNOBWALVESTEU. Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba Gabinete do Des. ARNÓBIO ALVES TEODÓSIO ACÓRDÃO 1 Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba Gabinete do Des. ARNÓBIO ALVES TEODÓSIO ACÓRDÃO HABEAS CORPUS n 200.2004.020117-61003 Auditoria da Justiça Militar RELATOR : O Exmo. Des. Arnóbio Alves

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMB. FEDERAL RELATOR 3 A TURMA DO E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 A REGIÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMB. FEDERAL RELATOR 3 A TURMA DO E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 A REGIÃO ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA-INSS EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMB. FEDERAL RELATOR 3 A TURMA DO E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 A REGIÃO AGRAVO

Leia mais

PARECER CÍVEL 2/6468/2015 MANDADO DE SEGURANÇA 202771-19.2015.8.090000 (201592027717)

PARECER CÍVEL 2/6468/2015 MANDADO DE SEGURANÇA 202771-19.2015.8.090000 (201592027717) PARECER CÍVEL 2/6468/2015 MANDADO DE SEGURANÇA 202771-19.2015.8.090000 (201592027717) IMPETRANTE IMPETRADO RELATOR SUBPROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS MARCIO CAMARGO CAMPOS PRESIDENTE

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Decisão sobre Repercussão Geral Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 29/11/2012 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 692.186 PARAÍBA RELATOR RECTE.(S) RECTE.(S) RECTE.(S)

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Diário da Justiça de 04/08/2006 13/06/2006 SEGUNDA TURMA RELATOR : MIN. EROS GRAU AGRAVANTE(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE ADVOGADO(A/S) : DAYSE MARIA ANDRADE ALENCAR AGRAVADO(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Coordenadoria de Análise de Jurisprudência DJe nº 103 de 20/05/2016, p. 42 1 17/03/2016 PLENÁRIO PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 100 DISTRITO FEDERAL PROPOSTA O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (PRESIDENTE):

Leia mais

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: 46800.003150/2013-83 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão

Leia mais

Nº 70048989578 COMARCA DE PORTO ALEGRE BARBARA DE PAULA GUTIERREZ GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA A C Ó R D Ã O

Nº 70048989578 COMARCA DE PORTO ALEGRE BARBARA DE PAULA GUTIERREZ GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA A C Ó R D Ã O APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. SITE DE BUSCA. O trabalho da demandada é tão somente de organizar o conteúdo já existente na internet, cuja elaboração é realizada por terceiros. Ou seja,

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça MANDADO DE SEGURANÇA Nº 10.818 - DF (2005/0116531-1) RELATOR : MINISTRO ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP) IMPETRANTE : ADELINO SIMÕES JORGE ADVOGADO : ANNA ANDRÉA SIMÕES JORGE IMPETRADO

Leia mais

TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA - TRUJ

TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA - TRUJ Página 1 de 8 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - 5a. REGIÃO Cais do Apolo, s/n - Edifício Ministro Djaci Falcão, 15o. Andar - Bairro do Recife - Recife - PE TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE

Leia mais

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: 25820.005586/20-07 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA fls.1 A C Ó R D Ã O (CSJT) CARP/cgr/ps 1 - CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO. LICENÇA-ADOTANTE A SERVIDOR NA CONDIÇÃO DE PAI SOLTEIRO. INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 210 DA LEI Nº

Leia mais

MATERIAL DE AULA LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.

MATERIAL DE AULA LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. MATERIAL DE AULA I) Ementa da aula Interceptação Telefônica. II) Legislação correlata LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.194.905 - PR (2010/0090634-1) RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON EMENTA RECURSO ESPECIAL MATRÍCULA EM ESTABELECIMENTO PÚBLICO DE ENSINO CRITÉRIO DE GEORREFERENCIAMENTO PONDERAÇÃO INTERPRETAÇÃO

Leia mais

Vistos, relatados e discutidos estes autos de. AGRAVO DE INSTRUMENTO n 501.512-4/4-00, da Comarca de SÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de. AGRAVO DE INSTRUMENTO n 501.512-4/4-00, da Comarca de SÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N *01319002* Vistos, relatados e discutidos estes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO

Leia mais

Princípios norteadores

Princípios norteadores Princípios norteadores A Associação pela Reforma Prisional, Conectas Direitos Humanos, Instituto dos Defensores de Direitos Humanos, Instituto Sou da Paz, Instituto Terra, Trabalho e Cidadania, Instituto

Leia mais

<CABBCBBCCADACABACBBCAADDADAABCABBCCAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

<CABBCBBCCADACABACBBCAADDADAABCABBCCAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO ART. 126 DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS APROVEITAMENTO DO CURSO DESNECESSIDADE SIMPLES FREQUENCIA

Leia mais

Em face do acórdão (fls. 1685/1710), a CNTU opõe embargos de declaração (fls. 1719/1746). Vistos, em mesa. É o relatório.

Em face do acórdão (fls. 1685/1710), a CNTU opõe embargos de declaração (fls. 1719/1746). Vistos, em mesa. É o relatório. A C Ó R D Ã O 7ª Turma CMB/fsp EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA. Embargos acolhidos apenas para prestar esclarecimentos, sem efeito modificativo. Vistos, relatados e discutidos estes autos

Leia mais

Nº 4139/2014 PGR - RJMB

Nº 4139/2014 PGR - RJMB Nº 4139/2014 PGR - RJMB Físico Relator: Ministro Celso de Mello Recorrente: Ministério Público do Trabalho Recorrida: S. A. O Estado de São Paulo RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUS- TIÇA DO TRABALHO.

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Diário da Justiça de 05/05/2006 28/03/2006 SEGUNDA TURMA RELATOR : MIN. EROS GRAU AGRAVANTE(S) : SINDICATO DOS TRABALHADORES EM HOTÉIS, APART-HOTÉIS, MOTÉIS, FLATS, PENSÕES, HOSPEDARIAS, POUSADAS, RESTAURANTES,

Leia mais

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal 202 O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal Juliana Andrade Barichello 1 O objetivo deste trabalho é discorrer sobre os principais pontos das palestras, enfatizando a importância das alterações

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR AC Nº 540866/PE (0010598-17.2010.4.05.8300) APTE : UNIMED GUARARAPES - COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO ADV/PROC : BRUNO BEZERRA DE SOUZA e outros APDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ASSIST MP : ANS - AGÊNCIA

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )2( oãdróca atneme756754 RgA-IA Diário da Justiça de 07/12/2006 14/11/2006 PRIMEIRA TURMA AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 457.657-6 RIO DE JANEIRO RELATOR AGRAVANTE(S) AGRAVADO(A/S) : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )1( oãdróca atneme97404 RgA-ER Diário da Justiça de 06/11/2006 10/10/2006 SEGUNDA TURMA RELATOR : MIN. CEZAR PELUSO AGRAVANTE(S) : AXA SEGUROS BRASIL S/A ADVOGADO(A/S) : FRANCISCO CARLOS ROSAS GIARDINA

Leia mais

AGRAVO INTERNO EM APELACAO CIVEL 2002.02.01.005234-7

AGRAVO INTERNO EM APELACAO CIVEL 2002.02.01.005234-7 RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO BARATA AGRAVANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : JANE MARIA MACEDO MIDOES AGRAVADO : O FORTE DO SABAO LTDA ADVOGADO : SAULO RODRIGUES DA

Leia mais

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: 18600.004561/201-15 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória

Leia mais

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público:

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Venho à presença de Vossa Excelência, nos termos do Regimento Interno deste Conselho, apresentar

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.015.473 - RS (2007/0299452-2) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO AGRAVANTE : SIMONE DAI PRA ZAMIN ADVOGADO : FELIPE NÉRI DRESCH DA SILVEIRA E OUTRO(S) AGRAVADO :

Leia mais

Teoria Geral do Processo II Matrícula: 11/0115791 Vallisney de Souza Oliveira O ÔNUS DA PROVA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Teoria Geral do Processo II Matrícula: 11/0115791 Vallisney de Souza Oliveira O ÔNUS DA PROVA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Aluno: Endrigo Araldi Teoria Geral do Processo II Matrícula: 11/0115791 Vallisney de Souza Oliveira O ÔNUS DA PROVA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Brasília, 30 de Maio de 2013

Leia mais

: MIN. MARCO AURÉLIO EDUCAÇÃO - FNDE DECISÃO

: MIN. MARCO AURÉLIO EDUCAÇÃO - FNDE DECISÃO MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 2.453 DISTRITO FEDERAL RELATOR AUTOR(A/S)(ES) PROC.(A/S)(ES) RÉU(É)(S) PROC.(A/S)(ES) RÉU(É)(S) PROC.(A/S)(ES) : MIN. MARCO AURÉLIO :ESTADO DO CEARÁ :PROCURADOR-GERAL

Leia mais

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de constitucionalidade Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: há diversas modalidades de controle de constitucionalidade previstas no direito brasileiro.

Leia mais

: MIN. GILMAR MENDES SÃO PAULO

: MIN. GILMAR MENDES SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 680.724 SÃO PAULO RELATOR RECTE.(S) ADV.(A/S) RECDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) ASSIST.(S) ASSIST.(S) ADV.(A/S) : MIN. GILMAR MENDES :LINO INÁCIO DE SOUZA : LUIZ GONZAGA DE CARVALHO

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 92 de 215 18/06/2014 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.947 DISTRITO FEDERAL DEBATE O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, eu fiquei com uma

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 6.485 - US (2011/0221419-0) RELATÓRIO EXMO. SR. MINISTRO GILSON DIPP(Relator): Trata-se de pedido de homologação de sentença estrangeira proferida pela Corte Superior

Leia mais

No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação do artigo 2º, da lei nº 8.072, de 28 de julho de 1990.

No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação do artigo 2º, da lei nº 8.072, de 28 de julho de 1990. A NOVA DISCIPLINA DA PROGRESSÃO DE REGIME TRAZIDA PELA LEI Nº 11.464/07. MAURICIO MAGNUS FERREIRA JUIZ DE DIREITO DO TJ/RJ No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação

Leia mais

MODELO QUEIXA-CRIME. (especificar a Vara de acordo com o problema)

MODELO QUEIXA-CRIME. (especificar a Vara de acordo com o problema) Disciplina Processo Penal Aula 10 Professora Beatriz Abraão MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO E RAZÕES DE APELAÇÃO EM CASO DE CONDENAÇÃO POR CRIME COMUM Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da...

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )1( oãdróca atneme892 RgA-teP Diário da Justiça de 06/11/2006 26/09/2006 SEGUNDA TURMA RELATOR AGRAVANTE(S) AGRAVADO(A/S) : MIN. GILMAR MENDES : BRUNO DINIZ ANTONINI : RELATOR DO HC Nº 20906 DO SUPERIOR

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Marcelo Navarro

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Marcelo Navarro RELATÓRIO O Senhor DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO: Cuida-se de apelação criminal interposta pelo Ministério Público Federal contra sentença proferida pelo MM. Juízo da 37ª Vara de Pernambuco, na

Leia mais