2. Estratégias de Desenvolvimento Socioeconômico

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1 2. Estratégias de Desenvolvimento Socioeconômico Aceitação do Mousse de fruto de palma (Opuntia fícus-indica) pelos alunos do Curso Superior de Agroecologia do IFPB, Campus Picuí. LIMA, Anny Kelly Vasconcelos de Oliveira 1 ; COELHO, Julineide Gadelha Silvestre 2, MARTINS, Fernanda Borges 2 ; PEREIRA, Frederico Campos 3 ; ARAÚJO, Jordãnia 4 1 Bolsista DCR FAPESQ/IFPB/CNPq, annykellyv@hotmail.com; 2 Graduandas de Agroecologia IFPB, julineidegadelha@gmail.com; 3 Prof. Dr. CST Agroecologia do IFPB Campus Picuí, frederico.pereira@ifpb.edu.br; 4 Estudante de Pós Graduação em Gestão dos Recursos Ambiental do Semiárido do IFPB; jordânia_1990@hotmail.com. Resumo A palma forrageira por sua grande capacidade de acumular água e resistir a longos períodos de seca se tornou uma ótima opção de forragem para os animais no Nordeste Brasileiro. O fruto da palma também é conhecido como figo da Índia e no contexto socioeconômico é muito importante para a região Nordeste na busca de fontes alternativas de renda que minimizem os seus graves problemas. Desta forma o presente trabalho realizou uma análise sensorial de mousse de fruto da palma entre alunos do Curso Superior de Agroecologia do IFPB, Campus Picuí, e obteve aceitação da maioria dos provadores. Palavras-chave: avaliação sensorial, figo da índia, processamento. Abstract: The cactus by its great capacity to hold water and withstand long periods of drought has become a great option forage for animals in Northeast Brazil. The fruit of the palm is also known as prickly pear and socioeconomic context is very important for the Northeast region in the search for alternative sources of income to minimize their serious problems. Thus the present work a sensory analysis of palm fruit mousse between students of Agroecology Higher Course IFPB, Campus Picuí, and got acceptance from most tasters. Keywords: sensory evaluation, figo da índia, processing. Introdução No Brasil, a Opuntia ficus-indica (L.) Miller foi introduzida pelos portugueses, no período colonial, em meados do século XVIII, com o objetivo de desenvolver a criação de cochonilha para obter um pigmento carmin, muito utilizado nas indústrias de roupas, cosméticos, pinturas, medicamentos e alimentos. Diante do insucesso

2 deste objetivo, a partir de 1900 esta planta passou a ser utilizada como forragem. Seu cultivo para a produção de frutos é ainda emergente no país, concentrando-se em São Paulo, na região de Valinhos, e, de forma incipiente, nos estados de Pernambuco e Paraíba. Do total produzido em São Paulo, apenas uma pequena parte é destinada ao mercado interno, enquanto a maior parcela é exportada para a Europa e Estados Unidos, onde existe o hábito de consumo deste fruto, considerado exótico (SOUZA, 2005). O fruto da Opuntia sp., espécie da família das cactáceas, gênero Opuntia, é também conhecida como fruto da palma, figo da índia, entre outros, natural da América, provavelmente do México; é cultivada na América tropical e subtropical e nos países mediterrâneos (RAMADAN & MÖRSEL, 2003). O fruto da palma é saboroso, nutritivo e de fácil digestão. É rico em sais minerais, especialmente cálcio. O potássio, magnésio e sódio também estão presentes em quantidades significativas. Seu conteúdo de vitamina C é apreciável e supera em muito a melancia e as uvas (MANICA, 2002). O fruto da palma tem boa aceitação no mercado externo, e o preço do fruto no mercado interno é alto; desta maneira, apresenta um bom retorno econômico aos produtores, sendo o quilograma da fruta comercializado por, no mínimo, R$ 4,00 e, no máximo, R$ 5,00 no atacado (CEASA-CAMPINAS, 2009). Com a grande variedade de tecnologias disponíveis, é possível obter uma ampla gama de produtos a partir dos frutos da palma, tais como frutos secos, geleias, mousses, doces, polpa concentrada, sucos e licores (SAÉNZ, 2006). Visto a observância em relação à falta de informações sobre esse fruto e seus produtos, foi-se elaborado um mousse com frutos da palma forrageira no intuito de avaliar a aceitabilidade deste entre alunos do Curso Superior de Agroecologia do IFPB, Campus Picuí. Metodologia

3 O mousse de fruto de palma foi elaborado no laboratório de beneficiamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Picuí - PB. Os frutos utilizados na pesquisa foram provenientes da fazenda Gavião, localizada a 13 Km de Picuí. Após a coleta os frutos foram encaminhados ao laboratório e selecionados de acordo com o tamanho, coloração e aparência geral. Foi realizada uma lavagem em água corrente e em seguida os frutos foram imersos numa solução de hipoclorito de sódio a 100 ppm por 10 minutos e posteriormente enxaguados, para a retirada do excesso de cloro. Os frutos foram descascados com auxílio de facas de aço inoxidável. Em seguida foram triturados em multiprocessador e peneirados para obtenção da polpa. (Figura 1 e 2). Figura 1 e 2: Frutos da palma descascados e a polpa pronta após batida no liquidificador e peneirada Na formulação para obtenção do mousse utilizou-se 800 ml de polpa de fruto da palma, 400 ml de leite condensado e 200 gramas de creme de leite. Estes foram misturados com auxílio de um liquidificador doméstico até a completa homogeneização dos ingredientes. O mousse já preparado foi acondicionado em recipiente plástico com tampa e acondicionado em refrigerador até a análise sensorial, quando foi servido gelado.

4 A análise sensorial foi realizada no IFPB- Picuí-PB, as amostras das foram avaliadas sensorialmente, através de uma escala hedônica (MEILGAARD, 1991), por 30 provadores, em idade entre 18 e 40 anos. A porção foi oferecida em recipiente descartável de cor branca, em pequenas amostras de aproximadamente 50g. Os resultados foram obtidos por meio da escala hedônica estruturada mista de 3 pontos entre 1 (Gostei muitíssimo), 2 (Gostei ligeiramente) e 3 (Desgostei) para avaliar a aceitação do mousse. Para a realização da pesquisa, os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido respeitando-se as questões éticas, onde o avaliador da pesquisa se responsabilizou por assegurar a integridade física e moral aos indivíduos que participaram do estudo, e a desistir a qualquer momento sem ônus ou risco ao indivíduo. Resultados e discussão Constatou-se no estudo de avaliação sensorial que as formulações de mousses de fruto de palma obtiveram um resultado satisfatório. Através da figura 2 é possível observar que a maioria dos provadores (74%) avaliaram positivamente a amostra formulada com polpa de fruto de palma. Apenas 3% dos provadores desaprovaram e possivelmente não experimentariam novamente. Figura 3. Aceitabilidade de mousse preparado com polpa de frutos de palma.

5 É fundamental expor a importância da inclusão dos frutos de palma na alimentação humana, já que esta é uma cultura rica em água, possui quantidades satisfatórias de cálcio, potássio, de sais minerais e de vitamina C e é uma cultura encontrada em abundância no nordeste brasileiro. Conclusão O mousse de frutos de palma obteve aceitação pelos provadores, sendo este fruto encontrado facilmente na região pode ser inserido no mercado local na intenção de aumento nutricional da população e geração de renda para a comunidade local. Referências bibliográficas: CEASA. Preços hortifrutigranjeiros. Campinas. Disponível em: < br/cotacoes/2009/cotacao pdf>. Acesso em: 25 de março de MANICA, I Frutas nativas, silvestres e exóticas 2: Técnica de produção e mercado de feijão, figo-da-índia, fruta pão, jaca, lichia, mangaba. Porto Alegre. pp ; MEILGAARD, M.; CIVILLE, G. V.; CARR, B. T. Sensory evaluation techniques. 2. ed. Florida USA: CRC Press, p. RAMADAN, M. F.; MÖRSEL, J Recovered lipids from prickly pear [Opuntia ficusindica (L.)]peel: a good source of polyunsaturated fatty acids, natural antioxidant vitamins and sterols. Food Chemistry. 83: ; SAÉNZ, C. Utilización de los frutos del nopal en productos alimenticios. In: GARCÍA, R.C.; JIMÉNEZ, E.A. Utilización agroindustrial del nopal. Roma: FAO, p SOUZA, A. C. M. de Características físicas, físico-químicas, químicas e nutricionais do quipá (Tacinga inamoena). 47f. Dissertação (Ciências dos Alimentos) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.