REGULAMENTO INTERNO. Atribuição de Apoios Sociais. Formação Profissional
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- Fernando Canto Brás
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1 REGULAMENTO INTERNO Atribuição de Formação Profissional Elaborado em Junho de 2012
2 Introdução A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (A.P.P.A.C.D.M.) de Coimbra é uma Instituição Privada de Solidariedade Social sem fins lucrativos, que tem como missão: criar condições para que cada pessoa com deficiência mental (ou em situação de exclusão), possa atingir a sua plenitude como ser humano e social, potenciando a sua individualidade e consolidando a sua participação efetiva na sociedade. A valência de formação profissional para concretizar a missão institucional estabeleceu como seu principal objetivo dotar os clientes de competências de foro profissional 1 e de cidadania potenciadoras da sua empregabilidade 2 e inserção social. Para tal deve fazer uso das metodologias que reconheça como válidas, bem como dos vários instrumentos disponíveis. As bolsas de formação/profissionalização, enquanto apoios sociais passíveis serem controlados e alvo de decisão pela equipa formativa assumem uma dupla função: Pedagógica Incutir aos formandos a noção de trabalho remunerado, recompensando e/ou penalizando de forma concreta e natural os comportamentos inerentes ao cumprimento dos direitos e deveres laborais Social Proporcionar os meios financeiros que garantam a subsistência durante o percurso formativo nos casos em que os mesmos não estão assegurados por outra via, não devendo em momento algum ser entendida como uma forma de rendimento e sustentabilidade regular. 1 Considera-se aqui o profissional como integrando 3 vertentes essenciais: o saber, o saber fazer e o saber estar. 2 A empregabilidade é aqui entendida em sentido lato, enquanto colocação em mercado aberto de emprego independente da forma contratual que a mesma assume, não descurando de forma alguma a importância da sua manutenção. 2
3 É pois reconhecendo que a atribuição de bolsas de formação/profissionalização e de outros apoios sociais constitui um dos instrumentos que maior contributo pode dar para o sucesso dos projetos formativos, que se apresenta este regulamento. 3
4 1. Âmbito de Aplicação O presente regulamento aplica-se aos projetos de formação profissional financiados, desenvolvidos pela APPACDM de Coimbra em qualquer uma das suas unidades funcionais, e cujos regulamentos específicos prevejam o pagamento de bolsas de formação e/ou de profissionalização e outros apoios sociais. 2. Legislação Aplicável Este regulamento obedece à legislação em vigor no domínio da formação profissional, com particular enfoque nos normativos que estabelecem a natureza e os limites máximos dos custos elegíveis no âmbito do cofinanciamento, bem como aos regulamentos e guias específicos dos programas que enquadrem os diversos projetos formativos. Os normativos legais prevalecem em todas as situações sobre o presente regulamento. 3. Objetivos do Regulamento O presente Regulamento visa definir os critérios para a atribuição de bolsas de formação e de profissionalização e outros apoios sociais, no respeito pelo aos princípios da igualdade entre os formandos e da não discriminação, clarificando e tornando o processo transparente. 4. Conceitos Bolsa de formação Bolsa atribuída aos formandos considerados como desempregados. Bolsa de profissionalização Bolsa atribuída aos formandos da tipologia 6.2 considerados como inativos, os quais 4
5 são, para efeitos de atribuição de bolsas, equiparados a jovens que frequentam ofertas formativas de qualificação inicial e de dupla certificação desenvolvidas em regime de alternância ou em contexto real de trabalho. Bolsa de material de estudo Bolsa atribuída aos formandos que frequentam ações de formação inicial de dupla certificação, em função do grau de carência económica do formando, aferido pelo escalão de rendimento fixado para efeito de atribuição do abono de família. Despesas de transporte Valor pago contra reembolso das despesas de transporte por motivo de frequência das ações de formação, em montante equivalente ao custo das viagens realizadas em transporte coletivo. Despesas de acolhimento Valor pago contra reembolso das despesas com o acolhimento de filhos menores e adultos dependentes a cargo dos formandos, até ao limite de 50% do IAS, quando os formandos façam prova da necessidade de os confiar a terceiros por motivos de frequência da formação. Encargos com a alimentação Valor pago por cada dia de formação, desde que frequente efetivamente 3 horas de formação, denominado subsídio de alimentação. Desempregados (para efeito de atribuição de bolsas) No âmbito da tipologia 6.2 são considerados como desempregado os formandos que pretendam reingressar no mercado de trabalho, com idade igual ou superior a 23 anos 5
6 e que façam prova de ter efetuado contribuições para a segurança social pelo menos 6 meses seguidos ou interpolados. No âmbito de outras tipologias são considerados como desempregados os formandos com idade igual ou superior a 23 anos que tenham efetuado quaisquer descontos para a segurança social e/ou se encontrem inscritos como desempregados no Centro de Emprego. Em todas as tipologias são considerados como desempregados os formandos com idade inferior a 23 anos desde que façam prova de ter efetuado contribuições para a segurança social pelo menos 1 ano. Inativos (para efeito de atribuição de bolsas) São considerados inativos no âmbito da tipologia 6.2 os formandos que nunca tiveram trabalho remunerado ou que, tendo idade inferior a 23 anos, o mesmo decorreu por um período inferior a 1 ano. São considerados inativos no âmbito das restantes tipologias os formandos que nunca tiveram trabalho remunerado e que cumulativamente não se encontrem inscritos como desempregados no Centro de Emprego. No caso de formandos com idade inferior a 23 anos, são considerados inativos os formando cujo trabalho remunerado decorreu por um período inferior a 1 ano. 5. Valor das Bolsas de Profissionalização O valor mensal da bolsa de profissionalização corresponde a 10% do valor do IAS. Para os formandos da tipologia 6.2 que não aufiram abono de família e cujos rendimentos de referência do agregado familiar não sejam superiores a 1 x IAS x 14 meses, é atribuída 6
7 uma bolsa de profissionalização de 50% do valor do IAS 3. Excetuam-se os casos em que o formando aufira de rendimentos mensais iguais ou superiores a 189,52 em nome próprio, sendo-lhe atribuída a bolsa de 10% do IAS. 6. Valor das Bolsas de Formação O valor mensal da bolsa de formação corresponde a 10% do valor do IAS. Aos formandos que aufiram de rendimentos mensais inferiores a 189,52, será atribuída uma bolsa no valor de 50% do IAS. São considerados para este efeito apenas os rendimentos em nome do próprio. 7. Bolsa de material de estudo Não será pagas bolsas de material de estudo no âmbito da tipologia 6.2 No caso das restantes tipologias a atribuição de bolsas de material de estudo depende dos normativos em vigor. 8. Despesas de transporte O valor mensal a pagar corresponde ao montante equivalente às viagens realizadas em transporte coletivo, devendo ser escolhida a opção de pagamento de título de transporte público mais barata e sendo pago apenas este valor. Quando o n.º de horas de faltas injustificadas for superior a 25% das horas de formação do respetivo mês, o valor a repor será diretamente proporcional à percentagem de horas formação efetivamente frequentadas acumuladas com as faltas justificadas. O subsídio de transporte, no limite de 10% IAS, é pago apenas nas situações em que comprovadamente não é possível a utilização de transporte público. 3 O valor é calculado de acordo com o definido nos guias de candidatura da referida tipologia para cada ano civil. 7
8 9. Despesas de acolhimento O valor mensal a pagar corresponde ao montante efetivamente pago ao serviço de acolhimento. 10. Encargos com a alimentação O valor do subsídio de alimentação é o estabelecido na lei. Não há lugar ao pagamento em género 11. Documentação Comprovativo da situação face ao emprego No âmbito da tipologia 6.2 os formandos desempregados fazem prova da sua situação através da entrega do histórico de descontos. No âmbito de outras tipologias a prova poderá ser igualmente feita, caso tenha idade igual ou superior a 23 anos, por declaração do IEFP de que se encontra inscrito como desempregado. Comprovativo dos rendimentos para efeito de cálculo de bolsas Todos os formandos devem entregar declaração da segurança social discriminando o tipo de apoio social auferido e respetivo valor. Caso não receba qualquer apoio da segurança social, comprovado através de declaração da mesma, será recolhida a seguinte documentação: Atestado de residência com composição do agregado familiar Atestado comprovando a situação de carência económica (se aplicável) IRS - Declaração anual de rendimentos mais recente ou declaração das finanças em como não aufere rendimentos. Neste último caso serão solicitados comprovativos dos rendimentos dos diversos elementos do agregado familiar (nomeadamente apoios da segurança social, CNP, ou outro sistema de proteção social) 8
9 Comprovativo das deslocações O formando deverá entregar mensalmente o recibo referente as deslocações efetuadas no respetivo mês. Caso o recibo seja referente a deslocações para a unidade de formação, cuja origem das mesmas não coincida com a morada registada na ficha de inscrição no ato da admissão, deverá entregar declaração ou prova que ateste a nova morada. No caso dos formandos que pretendam auferir de subsídio de transporte deverão fazer prova da inexistência de transporte coletivo apresentado a seguinte documentação: Declaração da Junta de Freguesia comprovando a inexistência de transporte público Horários dos transportes públicos e declaração dos mesmos atestando a incompatibilidade de horários ou a sua existência. Comprovativo das despesas de acolhimento O formando deverá entregar mensalmente o recibo referente ao pagamento efetuado. Os formandos deverão ainda entregar. Assento de nascimento dos menores ou cartão de cidadão dos mesmos, fazendo prova da parentalidade. Declaração médica comprovativa da incapacidade do adulto dependente e declaração da Junta de Freguesia com composição do agregado familiar. Em alternativa poderá ser apresentado documento dos serviços de ação social comprovando a situação. Entrega de documentação Toda a documentação deve ser entregue no prazo de 10 dias uteis após a data da sua solicitação. A não entrega da documentação ou a prestação de falsas declarações implica a atribuição da bolsa no valor de 10% do IAS 9
10 12. Revisão do valor das bolsas O valor das bolsas é revisto em cada ano civil segundo a legislação e outros normativos em vigor. Em situações de exceção devidamente fundamentadas e devidamente autorizadas pela Direção e entidades reguladoras, poder-se proceder ao ajuste do valor da bolsa a atribuir. 13. Formação prévia Os formandos devem entregar cópias dos certificados das formações previamente realizadas, indicando se receberam ou não apoios sociais e quais. Compete à equipa de formação efetuar todas as diligências para confirmar quais as ações de formação previamente realizadas, nomeadamente consulta à plataforma SIGO e contato com outras entidades formadoras. 14. Disposições transitórias Este regulamento é aplicável a todos os formandos admitidos a partir de 1 de maio de Mantêm-se sem alteração até final do ano de 2012 os valores das bolsas estipulados para os formandos admitidos antes de 1 de maio do mesmo ano. Este regulamento será aplicado a todos os formandos a partir de 1 de janeiro de 2013, independentemente da data de admissão. 10
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