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1 CURSO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM P/ PREFEITURA DE JABOATÃO DOS GUARARAPES AULA Nº 7 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS E PARASITARIAS Equipe Professor Rômulo Passos 2015 Página 1 de 112

2 Olá, futuro (a) concursado (a). Bem-vindo (a) a mais uma aula do nosso curso. Nessa aula, vamos falar da Assistência de Enfermagem nas doenças infecto-contagiosas e parasitarias. Como nosso compromisso é com a qualidade e direcionamento, comentaremos questões da AOCP e outras bancas com a mesma linha de confecção de questões. Boa aula a todos! Profº. Rômulo Passos Profº. Dimas Silva Profª. Raiane Bezerra Página 2 de 112

3 Hanseníase A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, atingindo principalmente a faixa etária economicamente ativa. Acomete principalmente a pele e os nervos periféricos, mas também manifestase como uma doença sistêmica comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado à capacidade de penetração do Mycobacterium leprae na célula nervosa e seu poder imunogênico. O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente e gram-positivo, em forma de bastonete. É um parasita intracelular, sendo a única espécie de micobactéria que infecta nervos periféricos, especificamente as células de Schwann. Este bacilo não cresce em meios de cultura artificiais, ou seja, não é cultivável in vitro. O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente (forma infectante da doença - MB), sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior infectando outras pessoas suscetíveis. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a mais provável via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), através de contato íntimo e prolongado, muito frequente na convivência domiciliar. Por isso, o domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença. A hanseníase não é de transmissão hereditária (congênita) e também não há evidências de transmissão nas relações sexuais. Vamos estudar no quadro abaixo, as 4 formas de manifestação clínica da hanseníase, conforme o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde: Página 3 de 112

4 Classificação das Formas Clínicas da Hanseníase Formas clínicas Características Baciloscópicas Classificação operacional vigente para a rede pública Indeterminada (HI) Áreas de hipo ou anestesia, parestesias, manchas hipocrômicas e/ou eritemohipocrômicas, com ou sem diminuição da sudorese e rarefação de pêlos. Negativa Paucibacilar (PB) Tuberculóide (HT) Placas eritematosas, eritemato-hipocrômicas, até 5 lesões de pele bem delimitadas, hipo ou anestésicas, podendo ocorrer comprometimento de nervos. Negativa Dimorfa (HD) Lesões pré-foveolares (eritematosas planas com o centro claro). Lesões foveolares (eritematopigmentares de tonalidade ferruginosa ou pardacenta), apresentando alterações de sensibilidade. Positiva (bacilos e globias ou com raros bacilos) ou negativa. Multibacilar (MB) mais de 5 lesões Virchowiana (HV) Eritema e infiltração difusos, placas eritematosas de pele, infiltradas e de bordas mal definidas, tubérculos e nódulos, madarose, lesões das mucosas, com alteração de sensibilidade. Positiva (bacilos abundantes e globias). Os principais troncos nervosos periféricos acometidos na hanseníase são: Face Trigêmeo e Facial: podem causar alterações na face, nos olhos e no nariz. Braços Radial, Ulnare Mediano: podem causar alterações nos braços e nas mãos. Pernas Fibulare Tibial: podem causar alterações nas pernas e nos pés. A avaliação neurológica deverá ser realizada: No inicio do tratamento; Mensalmente, quando possível, ou no mínimo de seis em seis meses; Com maior frequência durante neurites e reações, ou quando houver suspeita destas, durante ou após o tratamento; Na apresentação de queixas; No ato da alta; Página 4 de 112

5 A avaliação neurológica inclui: História; Ocupação e atividades diárias; Queixas do paciente; Inspeção; Palpação dos nervos; Teste de força muscular; Teste de sensibilidade. Vamos ver quais são os graus de incapacidade da hanseníase: GRAU CARACTERÍSTICAS 0 Nenhum problema com os olhos, mãos e pés devido à hanseníase. 1 Diminuição ou perda da sensibilidade nos olhos. Diminuição ou perda da sensibilidade nas mãos e/ou pés. (não sente 2g ou toque da caneta) 2 Olhos: lagoftalmo e/ou ectrópio; triquíase; opacidade corneana central; acuidade visual menor que 0,1 ou não conta dedos a 6m. Mãos: lesões tróficas e/ou lesões traumáticas; garras; reabsorção; mão caída. Pés: lesões tróficas e/ou traumáticas; garras; reabsorção; pé caído; contratura do tornozelo. O tratamento da hanseníase é a Poliquimioterapia (PQT/OMS), sendo constituída por rifampicina, dapsona e clofazimina acondicionados em quatro (quatro) tipos de cartelas, com a composição de acordo com a classificação operacional de cada caso: Paucibacilar Adulto, Paucibacilar Infantil, Multibacilar Adulto e Multibacilar Infantil. Visando o tratamento com o esquema PQT/OMS (poliquimioterapia), a classificação operacional do caso de hanseníase é baseada no número de lesões cutâneas de acordo com os seguintes critérios: Paucibacilar (PB) casos com até cinco lesões de pele; Multibacilar (MB) casos com mais de cinco lesões de pele. A baciloscopia de pele (esfregaço dérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos em PB ou MB. Página 5 de 112

6 A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões. No entanto, o resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de hanseníase. A Poliquimioterapia (PQT/OMS) é constituída por rifampicina, dapsona e clofazimina acondicionados em quatro tipos de cartelas, com a composição de acordo com a classificação operacional de cada caso: Paucibacilar Adulto, Paucibacilar Infantil, Multibacilar Adulto e Multibacilar Infantil. A equipe da Unidade Básica de Saúde deve realizar o tratamento para hanseníase como parte de sua rotina, seguindo esquema terapêutico padronizado de acordo com a classificação operacional. O tratamento da hanseníase é ambulatorial, utilizando-se os esquemas terapêuticos padronizados de acordo com a classificação operacional. Esquema terapêutico para casos PAUCIBACILARES: 6 cartelas Adulto Rifampicina (RFM): dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde; Dapsona (DDS): dose mensal de 100 mg supervisionada na unidade de saúde e dose diária de 100 mg auto administrada. Criança Rifampicina (RFM): dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg) com administração supervisionada; Dapsona (DDS): dose mensal de 50 mg supervisionada e dose diária de 50 mg auto administrada. Duração: 6 doses. Seguimento dos casos: comparecimento mensal na unidade de saúde para dose supervisionada. Critério de alta: o tratamento estará concluído com 6 doses supervisionadas em até 9 meses. Na 6ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física e receber alta por cura. Passemos agora para o esquema terapêutico para casos MULTIBACILARES (12 cartelas). Esquema terapêutico para casos MULTIBACILARES: 12 cartelas Adulto Rifampicina (RFM): dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde; Dapsona (DDS): dose mensal de 100 mg supervisionada na unidade de saúde e dose diária de 100 mg autoadministrada; Clofazimina (CFZ): dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100mg) com administração supervisionada na unidade de saúde e uma dose diária de 50 mg autoadministrada. Página 6 de 112

7 Criança Rifampicina (RFM): dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde; Dapsona (DDS): dose mensal de 50 mg supervisionada na unidade de saúde e dose diária de 50 mg autoadministrada. Clofazimina (CFZ): dose mensal de 150 mg (3 cápsulas de 50 mg) com administração supervisionada na unidade de saúde e uma dose de 50 mg autoadministrada em dias alternados. Duração: 12 doses. Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada. Critério de alta: o tratamento estará concluído com 12 doses supervisionadas em até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física e receber alta por cura. Os pacientes MB que excepcionalmente não apresentarem melhora clínica, com presença de lesões ativas da doença, no final do tratamento preconizado de 12 doses (cartelas) deverão ser encaminhados para avaliação em serviço de referência (municipal, regional, estadual ou nacional) para verificar a conduta mais adequada para o caso. Para fins operacionais, considera-se contato intradomiciliar toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o doente de hanseníase nos últimos cinco anos. A investigação consiste no exame dermatoneurológico de todos os contatos intradomiciliares dos casos detectados. Deverá ser feita a orientação quanto ao período de incubação, transmissão, sinais e sintomas precoces da hanseníase. Deve-se ter especial atenção na investigação dos contatos de menores de 15 anos, já que esta situação de adoecimento mostra que há transmissão recente e ativa que deve ser controlada. Após a avaliação, se o contato for considerado indene (não doente), avaliar cicatriz vacinal de BCG e seguir a recomendação às novas condutas preconizadas, que não mais deve fazer aprazamento do contato para a segunda dose. ação da cicatriz vacinal de BCG em contato Orientação intradomiciliar Sem cicatriz de BCG Prescrever uma dose de BCG ID Com uma cicatriz de BCG Prescrever uma dose de BCG ID Com duas cicatrizes de BCG Não prescrever nenhuma dose de BCG Em relação ao seguimento dos portadores de hanseníase, os pacientes devem ser agendados de rotina a cada 28 dias para receberem, além das orientações e avaliações, a administração da dose supervisionada e nova cartela com os medicamentos para doses auto administradas no domicilio. Nessa consulta, deve-se orientar o paciente sobre a Página 7 de 112

8 importância do exame dos contatos; convocá-los, agendá-los e proceder conforme disposições da investigação de contatos intra-domiciliares. Os procedimentos devem ser registrados em prontuários e formulários específicos. No ato do comparecimento à unidade de saúde para receber a medicação específica preconizada, supervisionada, o paciente deve ser submetido à revisão sistemática por médico e ou enfermeiro responsáveis pelo monitoramento clínico e terapêutico, objetivando identificação de estados reacionais, efeitos colaterais ou adversos aos medicamentos em uso e surgimento de dano neural. Os pacientes que não comparecerem à dose supervisionada por mais de 30 dias deverão ser visitados em seus domicílios para pesquisar e intervir nas possíveis causas de falta e orientá-los. Passemos para a resolução de algumas questões: 1. (EBSERH/HU-UFC/IAOCP/2014) No Brasil, apesar da redução drástica no número de casos, a hanseníase ainda se constitui em um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva. Com relação a essa doença, assinale a alternativa INCORRETA. a) É uma doença não-contagiosa, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. b) O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dandolhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades. c) É uma doença curável, e quanto mais precocemente diagnostica e tratada mais rapidamente se cura o paciente. d) É causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório. e) O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados. COMENTÁRIOS: É claro que a hanseníase é uma doença contagiosa. Logo, a assertiva A apresenta-se incorreta. Página 8 de 112

9 2. (EBSERH/HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014)Ainda falando sobre a Hanseníase, a mesma pode ser diagnosticada através do exame clínico do paciente, no entanto o diagnóstico laboratorial é: a) a tomografia. b) a baciloscopia. c) a ressonância magnética. d) o raio X de face. e) a avaliação das plaquetas. COMENTÁRIOS: Nenhum exame laboratorial é suficiente para diagnosticar ou classificar a hanseníase. Ultrassonografia e ressonância magnética auxiliam no diagnóstico da forma neural pura e neurite. Eletroneuromiografia é útil no acompanhamento das reações. Intradermorreação de Mitsuda, baciloscopia e histopatologia, geralmente, permitem diagnosticar e classificar a forma clínica. Sorologia, inoculação, reação de imunoistoquímica e reação em cadeia da polimerase (PCR) são técnicas utilizadas principalmente em pesquisas 1. Nesse sentido, por eliminação, o gabarito da questão é a letra B. 3. (HU-UFPI/EBSERH/IADES/2013) As formas de manifestação clínica da hanseníase são quatro: indeterminada, tuberculóide, virchowiana e dimorfa. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a forma virchowiana da doença. a) Caracteriza-se clinicamente por manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração de sensibilidade. b) Caracteriza-se clinicamente pela disseminação de lesões de pele, que podem ser eritematosas, infiltrativas, de limites imprecisos, brilhantes e de distribuição simétrica. c) Caracteriza-se clinicamente por lesões em placa na pele, com bordas bem delimitadas, eritematosas, ou por manchas hipocrômicas nítidas, bem definida. d) Clinicamente oscila entre as manifestações da forma tuberculoide e as da forma indeterminada. Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo, e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. e) Caracteriza-se por lesões bem delimitadas, hipercoradas, geralmente localizadas nas extremidades. COMENTÁRIOS: 1 Hanseníase: diagnóstico e tratamento, disponível em: Página 9 de 112

10 Vejamos no quadro abaixo as 4 formas de manifestação clínica da hanseníase, conforme o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 7ª edição 2 : Formas clínicas Indeterminada (HI) Tuberculóide (HT) Dimorfa (HD) Virchowiana (HV) Classificação das Formas Clínicas da Hanseníase Características Baciloscópicas Classificação operacional vigente para a rede pública Áreas de hipo ou anestesia, parestesias, manchas hipocrômicas e/ou eritemohipocrômicas, com ou sem diminuição Negativa da sudorese e rarefação de pêlos. Paucibacilar (PB) Placas eritematosas, eritematohipocrômicas, até 5 lesões de pele bem delimitadas, hipo ou anestésicas, podendo ocorrer comprometimento de nervos. Lesões pré-foveolares (eritematosas planas com o centro claro). Lesões foveolares (eritematopigmentares de tonalidade ferruginosa ou pardacenta), apresentando alterações de sensibilidade. Negativa Positiva (bacilos e globias ou com raros bacilos) ou negativa. Eritema e infiltração difusos, Positiva (bacilos placaseritematosas de pele, abundantes e infiltradas e de bordas mal definidas, globias). tubérculos e nódulos, madarose, lesões das mucosas, com alteração de sensibilidade. Multibacilar (MB) mais de 5 lesões Passemos agora para análise das alternativas: Item A. Forma indeterminada caracteriza-se clinicamente por manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração de sensibilidade. Pode ocorrer alteração apenas da sensibilidade térmica com preservação das sensibilidades dolorosa e tátil. Não há comprometimento de troncos nervosos e, por isso, não ocorrem alterações motoras ou sensitivas que possam causar incapacidades. A baciloscopia de raspado intradérmico é quase sempre negativa. Item B. Forma virchoviana caracteriza-se clinicamente pela disseminação de lesões de pele que podem ser eritematosas, infiltrativas, de limites imprecisos, brilhantes e de distribuição simétrica. Nos locais em que a infiltração for mais acentuada podem se formarpápulas, tubérculos, nódulos e placas chamadas genericamente de hansenomas. Pode haver infiltração difusa da face e de pavilhões auriculares com perda de cílios e supercílios. Esta forma constitui uma doenças istêmica com manifestações viscerais 2 Disponível em: Página 10 de 112

11 importantes, especialmente nos episódios reacionais, onde olhos, testículos e rins, entre outras estruturas, podem ser afetados. Existem alterações de sensibilidade das lesões de pele e acometimento dos troncos nervosos, porém, não tão precoces e marcantes como na forma tuberculóide. A baciloscopia de raspado intradérmico é positiva com grande número de bacilos. Item C. Forma tuberculóide caracteriza-se clinicamente por lesões em placa na pele, com bordas bem delimitadas, eritematosas, ou por manchas hipocrômicas nítidas, bem definidas. Apresenta queda de pelos e alteração das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil. As lesões de pele apresentam-se em número reduzido, podendo, também ocorrer cura espontânea. O comprometimento de troncos nervosos ocorre, geralmente, de forma assimétrica, sendo, algumas vezes, a única manifestação clínica da doença. A baciloscopia de raspado intradérmico é negativa. Item D. Forma dimorfa - clinicamente oscila entre as manifestações da forma tuberculóide e as da forma virchoviana. Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo, e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. Uma mesma lesão pode apresentar borda interna nítida e externa difusa. O comprometimento neurológico troncular e os episódios reacionais são frequentes, podendo esses pacientes desenvolver incapacidades e deformidades físicas. A baciloscopia de raspado intradérmico pode ser positiva ou negativa. Item E. Não descreveu uma forma clínica da hanseníase. A partir do exposto, o gabarito é a letra B. Tuberculose A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de koch (bk). O termo tuberculose se origina no fato da doença causar lesões chamadas tubérculos. Página 11 de 112

12 A tuberculose pulmonar é definida como positiva quando o paciente apresentar: I II III IV Duas baciloscopias diretas positivas, ou ; Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva, ou ; Uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de tuberculose, ou ; Duas ou mais baciloscopias diretas negativas e cultura positiva. A prova tuberculínica (PT) consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, em adultos e crianças, para o diagnóstico de infecção latente pelo M. tuberculosis(iltb). Na criança também é muito importante como método coadjuvante para o diagnóstico da tuberculose (TB). De acordo com o Manual de Tuberculose do Ministério da Saúde 3 (2011), o resultado da PT deve ser registrado em milímetros. A classificação isolada da PT, em não reator, reator fraco e reator forte, não está mais recomendada, pois a interpretação do teste e seus valores de corte podem variar de acordo com a população e o risco de adoecimento. De acordo com a regra antiga, no que se refere ao resultado da prova tuberculínica (PT), registrado em milímetros, temos a seguinte classificação: 0 a 4 mm - não reator indivíduo não infectado pelo M. tuberculosis ou com hipersensibilidade reduzida. 5 a 9 mm - reator fraco 10 mm ou mais Reator forte indivíduo infectado pelo M. tuberculosis ou por outras microbactérias. indivíduo infectado pelo M. tuberculosis, que pode estar ou não doente, e indivíduos vacinados com BCG nos últimos dois anos. Em 1979, o Brasil preconizou um sistema de tratamento para a TB composto pelo Esquema I (2RHZ/4RH) para os casos novos; Esquema I reforçado (2RHZE/4RHE) 3 Disponível em: Página 12 de 112

13 para retratamentos; Esquema II (2RHZ/7RH) para a forma meningoencefálica; e Esquema III (3SZEEt/9EEt) para falência. Em 2009, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu comitê técnico assessor, reviu o sistema de tratamento da TB no Brasil. Com base nos resultados preliminares do II Inquérito Nacional de Resistência aos Medicamentos antitb, que mostrou aumento da resistência primaria a isoniazida (de 4,4% para 6,0%), introduz o e tambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do esquema básico. Esquema Básico do Tratamento da Tuberculose: tratamento antigo 2 meses: R Rifampicina H Isoniazida Z Pirazinamida 4 meses: R Rifampicina H Isoniazida Inserido em 2009: o etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (2 primeiros meses). tratamento atual 2 meses: R Rifampicina H Isoniazida Z Pirazinamida E Etambutol 4 meses: R Rifampicina H Isoniazida A apresentação farmacológica da fase intensiva (dois primeiros meses) passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro medicamentos (R - Rifampicina, H - Isoniazida, Z - Pirazinamida, E - Etambutol), na seguinte dosagem: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. Atenção! Na fase intensiva de tratamento da doença (dois primeiros meses), o esquema básico é composto por apenas um comprimido com a associação dos 4 medicamentos na seguinte dosagem: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. A segunda etapa do esquema básico do tratamento da tuberculose (4 meses) continua sendo composta de comprimidos de doses fixas pela administração da Rifampicina e Isoniazida (RH). Todavia, esses medicamentos passaram a ser administrados em associação na seguinte dosagem: R 300mg e H 200mg ou R 150mg e H 100mg. Página 13 de 112

14 Esquema Básico para o Tratamento da TB em Adultos e Adolescentes Regime Fármacos Faixa de Unidade/dose peso Fase R 150mg, H 75mg, Z intensiva 400mg e E 275mg 2 RHZE comprimido em dose fixa combinada. Fase de R 300mg, H 200mg ou manutenção R 150mg, H 100mg. 4 RH 20kg a 35kg 2 comprimidos 36kg a 50kg 3 comprimidos >50kg 4 comprimidos 1 comprimido ou 20 a 35kg cápsula R 300, H 200mg 1 comprimido ou cápsula 36kg a 50kg R 300, H 200mg + 1 comprimido ou cápsulas R 150, H100mg 2 comprimidos ou >50kg cápsulas R 300, H 200mg Meses 2 4 Vejamos alguns exemplos para fixarmos o assunto, que é recorrente em provas de concurso: Ex.: 1 - Um portador de TB com 30 Kg, maior de 10 anos, deve receber durante os primeiros dois meses, uma dose diária de 2 comprimidos da associação de RHZE. Após essa primeira etapa do tratamento, deverá receber, durante quatro meses, uma dose diária de 1 comprimido ou cápsula da associação de RH (R 300 e H 200mg). Ex.: 2 - Um portador de TB com 40 Kg, maior de 10 anos, deve receber durante os primeiros dois meses, uma dose diária de 3 comprimidos da associação de RHZE. Após essa primeira etapa do tratamento, deverá receber, durante quatro meses, uma dose diária de 2 comprimidos ou cápsulas da associação de RH na seguinte proporção (1 comprimido ou cápsula de R 300 e H 200mg + 1 comprimido ou cápsula de R 150 e H 100mg). Ex.: 3 - Um portador de TB com 85 Kg, maior de 10 anos, deve receber durante os primeiros dois meses, uma dose diária de 4 comprimidos da associação de RHZE. Página 14 de 112

15 Após essa primeira etapa do tratamento, deverá receber, durante quatro meses, uma dose diária de 2 comprimidos ou cápsulas da associação de RH na seguinte proporção (2 comprimidos ou cápsulas de R 300 e H 200mg). Essa recomendação e a apresentação farmacológica são as preconizadas pela Organização Mundial da Saúde e utilizadas na maioria dos países, para adultos e adolescentes. Mas, o esquema básico de tratamento da tuberculose (2RHZ/4RH) é indicado para quais grupos? Os novos adultos e adolescentes (> 10 anos), de todas as formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (exceto a forma meningoencefalica), infectados ou não por HIV; e retratamento: recidiva (independentemente do tempo decorrido do primeiro episodio) ou retorno após abandono com doença ativa em adultos e adolescentes (> 10 anos), exceto a forma meningoencefálica. Gravem isso: Em todos os esquemas de tratamento da tuberculose, a medicação é de uso diário e deverá ser administrada em uma única tomada. Atenção! Para as crianças (abaixo de 10 anos) permanece a recomendação do Esquema antigo: RHZ. Outras mudanças no sistema de tratamento da tuberculose são a extinção do Esquema I reforçado e do Esquema III. Para todos os casos de retratamento será solicitada cultura, identificação e teste de sensibilidade, iniciando-se o tratamento com o esquema básico, até o resultado desses exames. Os casos que evoluem para falência do tratamento devem ser criteriosamente avaliados quanto ao histórico terapêutico, adesão aos tratamentos anteriores e comprovação de resistência aos medicamentos. Tais casos receberão o Esquema Padronizado para Multir resistência ou Esquemas Especiais individualizados, segundo a combinação de resistências apresentadas pelo teste de sensibilidade. Página 15 de 112

16 Esquemas de tratamento da TB ( anteriores a 2009) - Esquema I (2 RHZ/4RH) para os casos novos; - Esquema I reforçado (2 RHZE/4RHE) para retratamentos; - Esquema II (2 RHZ/7RH) para a formameningoencefálica ; - Esquema III (3 SZEEt/9EEt) para falência. Esquemas de tratamento da TB (atuais) - Esquema I (2RHZE/4RH) para os casos novos; - Esquema Ireforçado +Esquema III: foram extintos. - Esquema II (2RHZE/7RH) para a forma meningoencefálica; Atenção! Os casos que evoluem para falência do tratamento receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados. Os medicamentos para tratamento dos pacientes com diagnóstico de TB deverão ser administrados preferencialmente em jejum (uma hora antes ou duas horas após o café da manhã), em uma única tomada; ou em caso de intolerância digestiva, com uma refeição. A TB pulmonar e a TB laríngea são classificadas como doenças de transmissão aérea e requerem medidas administrativas, ambientais e de proteção individual que diminuam o risco de transmissão da doença. Todo ambiente onde circulam pacientes que produzam aerossóis contendo Mycobacterium tuberculosis oferece algum risco de transmissão. Destacam-se como foco das medidas de controle o domicilio do paciente, seu local de trabalho e as unidades de saúde nas quais é atendido (em nível ambulatorial, emergencial e hospitalar), além de instituições de longa permanência, como prisões, albergues ou casas de apoio. Para diminuir o risco de transmissão da TB, é preciso ter em conta alguns pressupostos: A transmissão da tuberculose se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa de vias aéreas, salvo raríssimas exceções; Quanto maior a intensidade da tosse e a concentração de bacilos no ambiente e quanto menor a ventilação desse ambiente, maior será a probabilidade de infectar os circunstantes; Com o inicio do tratamento adequado e o uso correto de medicamentos anti-tb em pacientes infectados com cepas sensíveis, a transmissibilidade diminui rapidamente Página 16 de 112

17 em duas a trêssemanas. Portanto, a prioridade na instituição das ações preventivas deve ser dada aos pacientes com maior risco de transmissibilidade, que são aqueles não diagnosticados (sintomático respiratório - SR) ou nos primeiros dias de tratamento; Ocorrendo infecção pelo bacilo da tuberculose, as pessoas com maior risco de adoecer são aquelas com a imunidade comprometida. Mas, quais são as principais medidas de proteção individual? O uso de máscaras (respiradores) no atendimento de SR ou pacientes com TB deve ser feito de forma criteriosa. Muitos profissionais dedicam a esse item dos procedimentos de biossegurança valor prioritário, negligenciando medidas administrativas e de controle ambiental que certamente teriam maior impacto na sua proteção. É recomendado o uso de mascaras tipo PFF2, padrão brasileiro e da União Europeia, ou N95, padrão dos Estados Unidos EUA, para profissionais de saúde ou visitantes (acompanhantes) ao entrarem em áreas de alto risco de transmissão (quartos de isolamento respiratório, ambulatório para atendimento referenciado de SR, bacilíferos e portadores de TB com suspeita de ou resistência comprovada aos fármacos anti-tb). O uso de máscaras cirúrgicas e recomendado para pacientes com TB pulmonar ou SR em situação de potencial risco de transmissão, por exemplo: falta de estrutura de ventilação adequada em salas de espera e emergências enquanto aguarda definição do caso (atendimento, resultado de exames, internação em isolamento) ou deslocamento de pacientes do isolamento para exames ou procedimentos (nesse caso, o paciente deve ter seu atendimento no outro setor priorizado). Em serviços ambulatoriais nos quais é baixa a renovação do ar, recomenda-se o uso de máscaras de proteção respiratória (tipo PFF2, padrão brasileiro e da União Europeia; ou N95, padrão dos EUA) pelos profissionais que atendam doentes referenciados bacilíferos ou potencialmente bacilíferos. O uso de máscaras pelos profissionais de saúde somente durante o atendimento seria de pouca utilidade, ainda mais que, quando o paciente deixa o local de atendimento, os bacilos permanecem no ambiente por ate nove horas, dependendo de sua ventilação e iluminação. Deve ser dada especial atenção aos serviços que atendem grande quantidade de pacientes bacilíferos para início de tratamento, sobretudo no atendimento de doentes Página 17 de 112

18 com resistência medicamentosa, em que o uso de máscaras tipo PFF2 ou N95 é altamente recomendável para os profissionais de saúde. No entanto, utilizar máscaras PFF2 indiscriminadamente em ambulatórios com casos bacilíferos esporádicos (menos de 50 casos por ano) pode não trazer beneficio. Qualquer pessoa (profissional de saúde ou familiar) que entre nas enfermarias de isolamento respiratório deve utilizar máscaras do tipo PFF2 ou N95. É necessário treinamento especial para uso das mascaras PFF2 ou N95, uma vez que devem ser perfeitamente adaptadas ao rosto do funcionário. Essas máscaras podem ser reutilizadas desde que estejam integras e secas. Verificamos que a transmissão da TB se dá por meio respiratório de aerossóis contendo Mycobacterium tuberculosis. Nesse sentido, vocês acham que é necessário a utilização de capote/avental como EPI? De acordo com a ANVISA 4, a utilização de avental/capote deve ser feita quando houver risco de contato de sangue ou secreções, para proteção da superfície corporal. A identificação precocemente de pessoas com tosse a mais de três semanas pode ser considerada sintomático respiratório (SR). O objetivo da busca ativa de SR é identificar precocemente os casos bacilíferos, interromper a cadeia de transmissão e reduzir a incidência da doença a longo prazo. Fique ligado! Para interromper a cadeia de transmissão da TB é fundamental a descoberta precoce dos casos bacilíferos. Sendo assim, a busca ativa em pessoas com tosse prolongada deve ser uma estratégia priorizada nos serviços de saúde para a descoberta desses casos. E importante lembrar que cerca de 90% dos casos de tuberculose são da forma pulmonar e, destes, 60% são bacilíferos. 4 Anvisa, disponível em: Página 18 de 112

19 Não esqueçam: Sintomáticos Respiratórios (SR) são indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a três semanas. Para definir o ponto de corte da duração da tosse e a atividade de busca do SR, é necessário considerar a sensibilidade e a especificidade que se deseja obter e o tipo de população que será investigada. Internacionalmente, vários estudos mostram que o ponto de corte de três semanas apresenta um bom equilíbrio entre a sensibilidade e a especificidade. Ao realizar a busca ativa de SR em populações com alto risco de adoecimento, como a população prisional (presidiários), sugere-se que a busca seja realizada em indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a duas semanas, visando aumentar a sensibilidade da busca, desde que seja garantido o suporte laboratorial. A baciloscopia de escarro deve ser realizada no mínimo com 2 amostras, uma no momento da identificação e outra no dia seguinte. Ademais, antes da primeira coleta de escarro o paciente deve higienizar a boca com água. A fase inicial do exame, que compreende coleta, conservação e transporte do escarro, é de responsabilidade da unidade de saúde, que devera seguir as seguintes orientações: Qualidade e quantidade da amostra uma boa amostra de escarro e a que provem da arvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, nem tampouco a que contem somente saliva. O volume ideal é de 5ml a 10ml. Recipiente O material deve ser coletado em potes plásticos com as seguintes características: descartáveis, com boca larga (50mm de diâmetro), transparente, com tampa de rosca, altura de 40mm, capacidade de 35ml a 50ml. A identificação (nome do paciente e data da coleta) deve ser feita no corpo do pote e nunca na tampa, utilizandose, para tal, esparadrapo, fita crepe ou caneta com tinta indelével. Local da coleta As amostras devem ser coletadas em local aberto, de preferência ao ar livre ou em condições adequadas de biossegurança. Momento da coleta e número de amostras O diagnóstico deve ser feito a partir de, pelo menos, duas amostras de escarro, sendo a primeira geralmente coletada no momento da consulta, para aproveitar a presença do doente. A segunda amostra deve ser coletada no dia seguinte, preferencialmente ao despertar. Esta Página 19 de 112

20 geralmente é abundante porque provem das secreções acumuladas na arvore brônquica durante a noite. Orientação ao paciente A unidade de saúde deve ter pessoal capacitado para fornecer informações claras e simples ao paciente quanto a coleta do escarro, devendo proceder da seguinte forma: Entregar o recipiente ao paciente, verificando se a tampa do pote fecha bem e se já está devidamente identificado (nome do paciente e a data da coleta no corpo do pote); Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manha, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a tosse. Repetir esta operação ate obter três eliminações de escarro, evitando que ele escorra pela parede externa do pote; Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nesta posição; Orientar o paciente a lavar as mãos; Na impossibilidade de envio imediato da amostra para o laboratório ou unidade de saúde, esta poderá ser conservada em geladeira comum até no máximo sete dias. Conservação e transporte As amostras clínicas devem ser enviadas e processadas no laboratório imediatamente após a coleta. As unidades de saúde deverão receber, a qualquer hora de seu período de funcionamento, as amostras coletadas no domicilio e conservá-las sob refrigeração até o seu processamento. Para o transporte de amostras devem-se considerar três condições importantes: refrigeração; proteção contra a luz solar; e acondicionamento adequado para que não haja risco de derramamento. Para transportar potes de escarro de uma unidade de saúde para outra, recomendase a utilização de caixas de isopor com gelo reciclável ou cubos de gelo dentro de um saco plástico. As requisições dos exames devem ser enviadas com o material, fora do recipiente de transporte. De acordo com o Ministério da Saúde, quanto maior o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de profissionais capacitados desenvolvendo ações de controle da tuberculose, mais abrangente será a busca, maior será a detecção de casos, mais rápido o início do tratamento e mais eficiente a supervisão do tratamento, o que favorece a cura e a quebra da cadeia de transmissão. A busca de casos deve ser feita principalmente entre: Página 20 de 112

21 Sintomáticos respiratórios, isto é, portadores de tosse com expectoração há pelo menos três semanas. Portadores que apresentem sintomatologia compatível com tuberculose: além da tosse com expectoração, febre vespertina, suores noturnos, perda de peso, escarro sanguíneo (hemoptóico) e/ou dor torácica. Pacientes com história de tratamento anterior para tuberculose; Contatos de casos de tuberculose (pessoas parentes ou não que coabitam com um paciente de tuberculose); Populações de risco: pessoas privadas de liberdade, asilos, instituições psiquiátricas, abrigos; Portadores de doenças debilitantes (diabetes, neoplasias); Imunodeprimidos por uso de medicamentos; Imunodeprimidos por infecções, como o HIV; Usuários de drogas; Moradores de rua; Trabalhadores da área de saúde. São atribuições do enfermeiro no atendimento do paciente com tuberculose: Realizar assistência integral às pessoas e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários; Identificar os sintomáticos respiratórios; Orientar quanto à coleta de escarro; Aplicar a vacina BCG; Fazer teste tuberculínico. Caso não tenha capacitação para tal, encaminhar para a unidade de referência; Realizar consulta de enfermagem, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão; Realizar consultas de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações, observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, os gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal; Convocar os comunicantes para investigação; Página 21 de 112

22 Orientar pacientes e familiares quanto ao uso da medicação, esclarecer dúvidas e desmistificar tabus e estigmas; Convocar o doente faltoso à consulta e o que abandonar o tratamento; Acompanhar a ficha de supervisão do tratamento preenchida pelo ACS; Realizar assistência domiciliar, quando necessário; Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; Orientar os Auxiliares/técnicos de enfermagem, ACS e ACE para o acompanhamento dos casos em tratamento e/ou tratamento supervisionado; Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos membros da equipe quanto à prevenção, manejo do tratamento, ações de vigilância epidemiológica e controle das doenças; Enviar mensalmente ao setor competente as informações epidemiológicas referentes à tuberculose da área de atuação da UBS. Analisar os dados e planejar as intervenções juntamente à equipe de saúde; Notificar os casos confirmados de tuberculose; Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação, conforme estratégia local. 4. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Sobre a Tuberculose (TB), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. ( ) Para fins de busca ativa, Sintomáticos Respiratórios (SR) são considerados os indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a uma semana. ( ) O local indicado para identificar os Sintomáticos Respiratórios (SR) é a Estratégia Saúde da Família, por isso, não é necessário a busca ativa de casos em Hospitais Gerais. ( ) Somente para os casos de tuberculose multiresistente ou não pulmonar deve se realizar o tratamento diretamente observado. ( ) O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão. a) F V F V. b) V V F F. c) F F V V. d) F F F V. Página 22 de 112

23 e) V F V F. COMENTÁRIOS: A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de koch (bk). O termo tuberculose se origina no fato da doença causar lesões chamadas tubérculos. Para melhor compreensão do conteúdo, vamos analisar cada item da questão: Item I. Incorreto. Para fins de busca ativa, Sintomáticos Respiratórios (SR) são considerados os indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a três semanas. Item II. Incorreto. O local mais indicado para identificar os Sintomáticos Respiratórios (SR) é a Estratégia Saúde da Família. Mesmo assim, é necessário a busca ativa de casos em Hospitais Gerais. Item III. Incorreto. Para os casos de tuberculose multirresistente ou pulmonar em situação de vulnerabilidade para o abandonodeve se realizar o tratamento diretamente observado (DOTS). Item IV. Correto. O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão. Dessa forma, o único item verdadeiro é o item IV. Logo, a sequência correta é F, F, F, V. Gabarito, portanto, letra D. 5. (FUMUSA/CAIPIMES/2014)Considerando a Tuberculose, o método prioritário, que permite identificar o doente bacilífero é: a) o exame radiológico b) a prova tuberculínica c) a cultura de escarro d) a baciloscopia direta do escarro COMENTÁRIOS: O Exame Bacteriológico Direto do Escarro ou baciloscopia direta do escarro é o método fundamental para o diagnóstico da tuberculose. Esse exame, quando executado corretamente, permite detectar de 70 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar em uma comunidade. A baciloscopia direta do escarro deve sempre ser solicitada para: pacientes adultos que procurem o serviço de saúde por apresentarem queixas Página 23 de 112

24 respiratórias ou, informarem ter tosse e expectoração há três semanas ou mais; pacientes que apresentem alterações pulmonares na radiografia de tórax; contatos de casos de tuberculose pulmonar bacilíferos que apresentem queixas respiratórias. Dessa forma, o gabarito da questão é a letra D. Dengue A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, a depender de sua forma de apresentação: formas inaparentes, dengue clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou síndrome do choque da dengue (SCD), podendo evoluir para o óbito. Considera-se a dengue um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, especialmente nos países tropicais, cujas condições socioambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação de seu principal vetor o Aedes aegypti. A dengue é, hoje, uma das doenças mais frequentes no Brasil, atingindo a população em todos os estados, independente da classe social. Até o ano de 2007, somente o estado de Santa Catarina não apresentou transmissão autóctone. Apesar da proporção relativamente baixa de casos graves (FHD/SCD) em termo de números absolutos, quando comparados aos casos de dengue clássico, esses devem ser vistos de forma especial, considerando suas altas taxas de letalidade e cuidados que essas formas demandam em relação aos pacientes. No Brasil, a principal espécie vetora é o Aedes aegypti, havendo também o Aedes albopictus, o qual não se tem até o momento comprovação de sua importância como transmissor dessa doença no Brasil. A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito vetor. O Aedes aegypti é originário da África, possui a cor escura, rajado de branco nas patas e corpo, em tamanho é um pouco menor que um pernilongo comum. Página 24 de 112

25 Nas habitações, o adulto do Aedes aegypti é encontrado, normalmente, emparedes, móveis, peças de roupas penduradas e mosquiteiros. Modo de Transmissão: Figura 2 - Modo de Transmissão da Dengue (Ministério da Saúde). A fêmea do Aedes aegypti costuma picar as pessoas durante o dia, para viabilizar a maturação dos ovos. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem em fontes de água ou alimento. O período de incubação varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias. O período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre no ser humano, e outro extrínseco, que ocorre no vetor. A transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano, chamado período de viremia. Página 25 de 112

26 O homem está apto a infectar o mosquito a partir de 1º dia antes do aparecimento dos sintomas até o 6º dia da doença. Manifestações da doença: - Dengue clássico (DC): a febre é o primeiro sintoma, sendo geralmente alta (39º a 40 C), com início abrupto, associada à cefaleia, prostação, mialgia, artralgia, dor retroorbitária, exantema maculo papular e acompanhado ou não de prurido. Também pode haver quadros diarreicos, vômitos, náuseas e anorexia. A doença tem duração média de 5 a 7 dias; o período de convalescença pode se estender de poucos dias a várias semanas, dependendo do grau de debilidade física causada pela doença. - Febre hemorrágica da dengue (FHD): os sintomas iniciais da FHD são semelhantes aos do DC, até o momento em que ocorre a defervescência da febre, o que ocorre geralmente entre o 3 e o 7 dias de evolução da doença, com posterioragravamento do quadro, aparecimento de manifestações hemorrágicas espontâneas ou provocadas, trombocitopenia (plaquetas < /mm3) e perda de plasma. - Síndrome do choque da dengue (SCD): nos casos graves de FHD, o choque ocorre geralmente entre o 3 e o 7 dias de doença, frequentemente precedido por dor abdominal. O choque ocorre devido ao aumento da permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. A sua duração é curta e pode levar a óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida frente terapia antichoque oportuna e apropriada. Caracteriza-se essa síndrome por pulso rápido e fraco, com diminuição da pressão de pulso e arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Os casos que não se enquadram nos critérios de FHD e quando a classificação de dengue clássica é insatisfatória, dado à gravidade do quadro apresentado, devem ser considerados para fins de vigilância, como dengue com complicações. Nessa situação, a presença de um dos itens a seguir caracteriza o quadro: alterações neurológicas; disfunção cardiorrespiratórias; insuficiência hepática; plaquetopenia igual ou inferior a /mm3; hemorragia digestiva; derrames cavitários; leucometria< 1.000/mm3 e/ou óbito. Manifestações clínicas menos frequentes incluem as neurológicas e psíquicas, isto tanto para adultos, como em crianças, caracterizadas por delírio, sonolência, coma, depressão, irritabilidade, psicose maníaca, demência, amnésia e outros sinais meníngeos, paresias, paralisias (polineuropatias, síndrome de Reye e/ou síndrome de Página 26 de 112

27 Guillain-Barré) e encefalite. Surgem no período febril ou, mais tardiamente, na convalescença. Todo paciente que apresente doença febril aguda com duração máxima de até 7dias, acompanhada de, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retroorbitária, mialgia, artralgia, prostação ou exantema, associados ou não à presença de hemorragias. Além desses sintomas, o paciente deve ter estado, nos últimos 15 dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença do Aedes aegypti. A dengue é uma das doenças de notificação compulsória, devendo todo caso suspeito ou confirmado ser notificado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, por meio do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) nas fichas de notificação e investigação. É importante que as pessoas com suspeita da doença sejam atendidas nas Unidades Básica de Saúde (UBS). A confirmação da suspeita de DC pode ser realizada através de critérios laboratoriais (sorologia ou isolamento viral) ou clínicoepidemiológico, em períodos de epidemia. A prova do laço deve ser realizada obrigatoriamente em todos os casos suspeitos de dengue, durante o exame físico. Ela é de vital importância para triagem de pacientes suspeitos de dengue, pois pode ser a única manifestação hemorrágica de casos complicados ou FHD, podendo representar a presença de plaquetopenia ou de fragilidade capilar. A sua realização se dá da seguinte forma: desenhar um quadrado de 2,5cm de lado (ou uma área ao redor do polegar)no antebraço da pessoa e verificar a pressão arterial (deitada ou sentada); calcular o valor médio (PAS+PAD/2); insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por cinco minutos (em crianças, 3 minutos) ou até o aparecimento de petéquias; contar o número de petéquias no quadrado; a prova será positiva se houver mais de 20 petéquias em adultos e mais de 10petéquias em crianças. Os dados da anamnese e do exame físico servem para orientar as medidas terapêuticas cabíveis e estadiar os casos. A dengue é uma doença dinâmica, que permite a evolução do paciente de um estágio a outro, rapidamente. O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo monitoramento e reestadiamento dos casos e da pronta reposição hídrica. Com isso Página 27 de 112

28 torna-se necessária a revisão da história clínica, acompanhada do exame físico completo, a cada reavaliação do paciente, com o devido registro em instrumentos pertinentes (prontuários, ficha de atendimento e cartão de acompanhamento). Não há tratamento especifico para a dengue, o que o torna eminentemente sintomático ou preventivo das possíveis complicações. As medicações utilizadas são analgésicos e antitérmicos, que controlam os sintomas, como a dor e a febre. As drogas antivirais, o interferon alfa e a gamaglobulina, testada até o momento, não apresentaram resultados satisfatórios que subsidiem sua indicação terapêutica. Até o momento, não há uma vacina eficaz contra a dengue. 6. (IBC-RJ/AOCP/2013) Sobre a Dengue, é correto afirmar que a) o macho do Aedes aegypti costuma picar as pessoas durante a noite, para viabilizar a maturação dos ovos. b) uma das formas de transmissão é pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia. c) a transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano, chamado período de viremia. d) o período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um extrínseco, que ocorre no ser humano, e outro intrínseco, que ocorre no vetor. e) a dengue é uma doença benigna que não evolui para quadros mais graves, por isso o tratamento é sintomático com analgésicos e antitérmicos. COMENTÁRIOS: Para melhor compreensão do assunto, vamos analisar cada assertiva: Item A. Incorreto. A fêmea, e não o macho, do Aedes aegypti costuma picar as pessoas durante o dia, para viabilizar a maturação dos ovos. Item B. Incorreto. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem em fontes de água ou alimento. Item C. Correto. O período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre no ser humano, e outro extrínseco, que ocorre no vetor. Página 28 de 112

29 A transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano, chamado período de viremia. O homem está apto a infectar o mosquito a partir de 1º dia antes do aparecimento dos sintomas até o 6º dia da doença. Vejam, no esquema abaixo, o modo de transmissão da dengue: Figura 2 - Modo de Transmissão da Dengue (Ministério da Saúde). Portanto, é correto afirmar que a transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano, chamado período de viremia. Item D. Incorreto. O período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre no ser humano, e outro extrínseco, que ocorre no vetor (Aedes aegypti). Intrínseco ->ocorre no ser humano; Extrínseco -> ocorre novetor (Aedes aegypti). Item E. Incorreto. A dengue é uma doença que pode evoluir para quadros mais graves (febre hemorrágica da dengue e síndrome do choque da dengue), sendo fatal em boa parte deles. Nesses termos, o gabarito é a letra C. 7. (Universidade Federal Fluminense-UFF/UFF-COSEAC/2014) A prova do laço é importante para a triagem do paciente suspeito de dengue, portanto deve ser realizada obrigatoriamente. Em crianças, a prova do laço é positiva quando: a) estando o manguito insuflado na pressão máxima, durante 5 minutos, surgem petéquias em todo o antebraço da criança. Página 29 de 112

30 b) após garroteamento de um dos membros superiores, for visualizada presença de equimose. c) o valor médio da pressão sístole e diastólica for menor que 60. d) em área de aproximadamente 2,5 cm x 2,5 cm no antebraço da criança, contaremse 10 petéquias. e) após o desaparecimento da febre, houver queda abrupta de plaquetas. COMENTÁRIOS: A prova do laço deve ser realizada obrigatoriamente em todos os casos suspeitos de dengue, durante o exame físico. Ela é de vital importância para triagem de pacientes suspeitos de dengue, pois pode ser a única manifestação hemorrágica de casos complicados. Em crianças, a prova do laço será positiva quando em uma área de aproximadamente 2,5 cm x 2,5 cm no antebraço da criança houver mais de 10 petéquias. A letra D é o gabarito da questão. Febre Amarela A febre amarela é uma doença febril aguda, não contagiosa, de curta duração (no máximo 12 dias), que apresenta alta morbidade e letalidade. A infecção pelo vírus da febre amarela causa no homem desde formas leves com sintomatologia febril inespecífica até formas graves com icterícia, albuminúria, oligúria, manifestações hemorrágicas, delírio, obnubilação e choque. A febre amarela é causada por um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivirus. A transmissão da doença ocorre por meio da picada de mosquitos hematófagos infectados. Os mosquitos que participam da transmissão de febre amarela são, principalmente, aqueles da família Culicidae, dos gêneros Aedes, Haemagogus e Sabethes. Na transmissão urbana, o Aedesaegypti é o principal vetor. Atenção! Na transmissão urbana da febre amarela, o Aedes aegypti (o mesmo que transmite a dengue) é o principal vetor. Os mosquitos, além de serem transmissores, são os reservatórios do vírus, responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão, pois uma vez infectados permanecem transmitindo o vírus por toda a vida. Página 30 de 112

31 O modo de transmissão ocorre a partir de mosquitos, fêmeas, que se infectam quando vão se alimentar de sangue de primata (macaco) ou do homem infectado com o vírus da febre amarela. Depois de infectado com o vírus, o mosquito pica uma pessoa saudável, não vacinada contra a febre amarela, e transmite a doença, sucessivamente durante todo seu período de vida. Não existe transmissão de uma pessoa para outra diretamente. Existem dois ciclos epidemiológicos distintos da febre amarela, um silvestre e outro urbano. Esse último não ocorre no Brasil desde Vejam a exemplificação desse ciclo na figura abaixo: Figura 1- Ciclos da Febre Amarela (Fonte: Ministério da Saúde, 2009). Gravem isso: O ciclo epidemiológico urbano da febre amarela não ocorre no Brasil desde O ciclo de transmissão silvestre se processa entre o macaco infectado mosquito silvestre macaco sadio. Nesse ciclo, os primatas são os principais hospedeiros do vírus da febre amarela e o homem é considerado um hospedeiro acidental. No ciclo urbano a transmissão se faz entre o homem infectado Aedes aegypti homem sadio. Nesse ciclo, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica. Geralmente, é o homem que introduz o vírus numa área urbana após se infectar no ambiente silvestre. O principal vetor é o mosquito Aedes aegypti. O quadro clínico típico é caracterizado por manifestações de insuficiência hepática e renal, tendo em geral apresentação bifásica, com um período inicial prodrômico (infecção) e um toxêmico, que surge após uma aparente remissão e, em muitos casos, evolui para óbito em aproximadamente uma semana. Página 31 de 112

32 O diagnóstico específico de cada paciente com suspeita de febre amarela é da maior importância para a vigilância epidemiológica, tanto em casos isolados quanto em situações de surtos. Os principais exames são os de isolamento viral no sangue, detecção de antígenos virais e/ou ácidos nucléicos virais, histopatológico e testes sorológicos. Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. Como os exames diagnósticos da febre amarela demoram em média até uma semana, o tratamento de apoio deve ser iniciado em caso de suspeita clínica dessa doença. O tratamento é apenas sintomático com cuidados a assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando indicado. Os pacientes que apresentam quadros clínicos clássicos e/ou fulminantes devem ter atendimento em Unidade de Terapia Intensiva, de modo que as complicações sejam controladas e o perigo da morte eliminado. A vigilância epidemiológica têm por objetivos manter erradicada a febre amarela urbana e controlar a forma silvestre. A febre amarela no Brasil apresenta uma ocorrência endêmica prioritariamente na região amazônica. No entanto, surtos da doença são registrados esporadicamente quando o vírus encontra um bolsão de susceptíveis. Na série histórica de 1982 a 2008 (semana epidemiológica 34), foram registrados 675 casos com 334 óbitos, apresentando uma taxa de letalidade de 49%. Essa doença tem potencial de disseminação e transmissão bastante elevado, por isso é importante que a notificação de casos suspeitos seja feita o mais brevemente possível. A febre amarela compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata. A notificação imediata é importante, pois é a oportunidade do serviço de saúde poder avaliar a situação e adotar as medidas de vigilância, prevenção e controle, oportunamente. A febre amarela também está entre os agravos que devem ser informados aos organismos de saúde publica internacional. A principal medida de prevenção e controle da febre amarela é a vacina. Produzida no Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio- Manguinhos. Tem sido usada amplamente no Brasil desde o início de sua produção, proporcionando a prevenção da doença, especialmente daqueles que vivem nas áreas de risco(detalharemos esse assunto em aula futura). Página 32 de 112

33 O uso da vacina em campanhas e na rotina do calendário básico em grande parte do território brasileiro tem sido a opção mais eficiente para manter sob controle a febre amarela de transmissão silvestre. As atribuições comuns a todos os profissionais das equipes de Atenção Básica/Saúde da Família no controle da Febre Amarela são as seguintes: Participar do planejamento, gerenciamento e avaliação das ações desenvolvidas pela equipe de atenção básica no enfrentamento da febre amarela; Definir estratégias de ação de forma articulada com a vigilância epidemiológica; Garantir o acompanhamento e continuidade da atenção, tanto nos casos suspeitos quanto nos que tenham confirmação diagnóstica de febre amarela; Realizar busca ativa de casos suspeitos de febre amarela, utilizando abordagem sindrômica; Planejar e desenvolver ações educativas e de mobilização da comunidade em relação ao controle da febre amarela em sua área de abrangência articulada com a vigilância epidemiológica. 8. (HUWC UFC/EBSERH/MEAC/IAOCP/2014) A febre amarela é uma doença característica de algumas regiões como América Central, América do Sul e África. Típica de locais quentes, que favorecem a proliferação dos mosquitos contaminados pelo flavivírus. Com relação à vacinação contra febre amarela, é correto afirmar que: a) deve ser administrada aos dez meses de idade e a cada dez anos. b) deve ser administrada aos nove meses de idade e aos dez anos, sendo periódica. c) deve ser administrada aos dez meses de idade e aos dez anos. d) deve ser administrada aos doze meses de idade e a cada dez anos, sendo periódica. e) deve ser administrada aos seis meses de idade e a cada dez anos. COMENTÁRIOS: A principal medida de prevenção e controle da febre amarela é a vacina. Produzida no Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio- Manguinhos, é constituída por vírus vivos atenuados derivados de uma amostra africana do vírus amarílico selvagem denominada Asibi. Tem sido usada amplamente no Brasil desde o início de sua produção, proporcionando a prevenção da doença, especialmente daqueles que vivem nas áreas de risco. O uso da vacina em campanhas e na rotina do calendário básico em grande parte do território brasileiro tem sido a opção mais eficiente para manter sob controle a febre Página 33 de 112

34 amarela de transmissão silvestre. A faixa etária inicial é a partir de nove meses, sem limite de idade. Em situações de epidemias, recomenda-se a vacinação a partir de seis meses, por via subcutânea, em dose única de 0,5 ml e reforço de 10 em 10 anos. A alternativa B não deixa claro que esse reforço é a cada dez anos, uma vez que aborda apenas a necessidade da vacinação aos noves meses e aos 10 anos deixando a periodicidade a que se refere em aberto. As demais alternativas também estão incorretas. Dessa forma, a questão foi anulada pela banca. 9. (Prefeitura de Mogi das Cruzes-SP/CAIPIMES/2014) A Febre Amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e gravidade variável. Pode apresentar-se como infecção subclínica e/ ou leve, até formas mais graves. Complete com (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa correta. ( ) É uma doença de notificação compulsória e sua investigação epidemiológica é obrigatória em todos os casos. ( ) O objetivo das ações da vigilância epidemiológica é reduzir a incidência de Febre Amarela de transmissão silvestre; impedir a transmissão urbana; e detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. ( ) A vacinação é a mais importante medida de controle e deve ser realizada a partir dos nove meses de idade, com reforço a cada 20 anos. ( ) Em situações de surto ou epidemia, vacinar a partir dos 2 anos de idade. a) F, V, V, F. b) V, V, F, F. c) V, V, V, F. d) F, F, F, V. COMENTÁRIOS: A febre amarela é uma doença febril aguda, não contagiosa, de curta duração (no máximo 12 dias), que apresenta alta morbidade e letalidade. A infecção pelo vírus da febre amarela causa no homem desde formas leves com sintomatologia febril inespecífica até formas graves com icterícia, albuminúria, oligúria, manifestações hemorrágicas, delírio, obnubilação e choque. Essa doença tem potencial de disseminação e transmissão bastante elevado, por Página 34 de 112

35 isso é importante que a notificação de casos suspeitos seja feita o mais brevemente possível. A febre amarela compõe a lista de doenças de notificação compulsória. A vigilância epidemiológica tem por objetivos manter erradicada a febre amarela urbana e controlar a forma silvestre. Todos os casos suspeitos da doença devem ser investigados, visando o mapeamento das áreas de transmissão e identificação de populações de risco para prevenção e controle. A ocorrência de suspeita de febre amarela deve ser notificada imediatamente e investigada o mais rapidamente possível, pois se trata de uma doença grave e de notificação compulsória. Todos os casos suspeitos devem ser informados às autoridades sanitárias, uma vez que um caso pode sinalizar o início de um surto, o que requer medidas de ação imediata de controle. A principal medida de prevenção e controle da febre amarela é a vacina. Produzida no Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em ImunobiológicosBio- Manguinhos, é constituída por vírus vivos atenuados derivados de uma amostra africana do vírus amarílico selvagem denominada Asibi. Tem sido usada amplamente no Brasil desde o início de sua produção, proporcionando a prevenção da doença, especialmente daqueles que vivem nas áreas de risco. O uso da vacina em campanhas e na rotina do calendário básico em grande parte do território brasileiro tem sido a opção mais eficiente para manter sob controle a febre amarela de transmissão silvestre. A faixa etária inicial é a partir de nove meses, sem limite de idade. Em situações de epidemias, recomenda-se a vacinação a partir de seis meses, por via subcutânea, em dose única de 0,5 ml e reforço de 10 em 10 anos. Vamos resolver a questão: Item I. Correto. É uma doença de notificação compulsória e sua investigação epidemiológica é obrigatória em todos os casos. Item II. Correto. O objetivo das ações da vigilância epidemiológica é reduzir a incidência de Febre Amarela de transmissão silvestre; impedir a transmissão urbana; e detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. Item III. Incorreto. A vacinação é a mais importante medida de controle e deve ser realizada a partir dos nove meses de idade, com reforço a cada 10 anos. Página 35 de 112

36 Item IV. Incorreto. Em situações de surto ou epidemia, vacinar a partir dos 6 meses de idade. Constatamos que o gabarito da questão é a letra B. 10. (Prefeitura de Sul Brasil-SC/ALTERNATIVE CONCURSOS/2014) É uma doença febril aguda, não contagiosa, de curta duração (no máximo 12 dias), que apresenta alta morbidade e letalidade. A infecção pelo vírus causa no homem desde formas leves com sintomatologia febril inespecífica até formas graves com icterícia, albuminúria, oligúria, manifestações hemorrágicas, delírio, obnubilação e choque. Aponte a alternativa abaixo que esta de acordo com o exposto: a) Febre maculosa. b) Tuberculose. c) Pancreatite. d) Febre amarela. e) Tétano. COMENTÁRIOS: Com base no Caderno de Atenção Básica n 22, a febre amarela caracteriza-se como uma doença febril aguda, não contagiosa, de curta duração (no máximo 12 dias), que apresenta alta morbidade e letalidade. A infecção pelo vírus da febre amarela causa no homem desde formas leves com sintomatologia febril inespecífica até formas graves com icterícia, albuminúria, oligúria, manifestações hemorrágicas, delírio, obnubilação e choque. A letalidade geral varia de 5% a 10%, considerando os casos oligossintomáticos, entretanto, entre os casos graves que evoluem com icterícia e hemorragias, pode passar de 50%. Os indivíduos mais acometidos são geralmente jovens, do sexo masculino, realizando atividades agropecuárias, extrativistas, praticantes do turismo ecológico e rural das áreas de risco onde adentram áreas de matas sem vacinação preventiva. Portanto, gabarito letra D Página 36 de 112

37 Varicela Varicela (catapora) é uma infecção viral primária, aguda, altamente contagiosa, caracterizada por surgimento de exantema de aspecto máculo-papular e distribuição centrípeta, que, após algumas horas, torna-se vesicular, evolui rapidamente para pústulas e, posteriormente, forma crostas, em 3 a 4 dias. Pode ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos. A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas, que se apresentam nas diversas formas evolutivas, acompanhadas de prurido. Em crianças, geralmente, é uma doença benigna e auto-limitada. Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante. A transmissão é de pessoa a pessoa, através de contato direto ou de secreções respiratórias (disseminação aérea de partículas virais/aerossóis) e, raramente, através de contato com lesões de pele. Indiretamente é transmitida através de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados. O período de incubação ocorre entre 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a 20 dias após o contato. Pode ser mais curto em pacientes imunodeprimidos e mais longo apósimunização passiva. O tratamento da varicela pode ser sintomático, tópico e específico. Sintomático antihistamínicos sistêmicos, para atenuar o prurido, e banhos de permanganato de potássio, na diluição de 1: Havendo infecção secundária, recomenda-se o uso de antibióticos sistêmicos. Varicela em crianças é uma doença benigna, que em geral não necessita de tratamento específico; Tópico compressas de permanganato de potássio (1:40.000) ou água boricada a 2%, várias vezes ao dia. Deve-se ter o cuidado de proteger os olhos quando da aplicação do permanganato. Específico antivirais: aciclovir. A ocorrência de casos suspeitos de varicela não requer notificação e investigação por não se tratar de doença de notificação compulsória. Na situação de surto, a notificação deve ser realizada através do módulo de notificação de surtos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). As vacinas contra a varicela são de vírus vivo atenuado. A sua administração é feita por via subcutânea, a partir dos 12 meses de idade. Recentemente a vacina contra a varicela foi incluída no calendário nacional de vacinação do, com a criação da tetra viral Página 37 de 112

38 (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela).fiquem tranquilos, pois detalharemos esse assunto (vacina tetravalente) na aula nº 8 do nosso curso. 11. (Prefeitura de São Carlos-SP/VUNESP/2011/RP) Em relação à varicela, doença que atinge principalmente as crianças, é correto afirmar que a) o período de incubação é de 7 a 30 dias. b) se trata de uma doença bacteriana benigna que se caracteriza por manchas vermelhas e coceira intensa. c) enquanto as lesões não evoluírem para crostas, é preciso manter o doente isolado. d) o tratamento consiste no uso de antibióticos. e) a vacinação é indicada no nascimento para prevenir a doença. COMENTÁRIOS: Vejamos cada item: Item A. Incorreto. O período de incubação é 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a 20 dias após o contato. Item B. Incorreto. Trata-se de uma doença infecção viral primária, aguda, altamente contagiosa, caracterizada por surgimento de exantema de aspecto máculopapular e distribuição centrípeta, que, após algumas horas, torna-se vesicular, evolui rapidamente para pústulas e, posteriormente, forma crostas, em 3 a 4 dias. Item C. Correto. Enquanto as lesões não evoluírem para crostas, é preciso manter o doente isolado. Item D. Incorreto. O tratamento específico, quando indicado, consiste no uso de antivirais (aciclovir). Item E. Incorreto. A vacinação é indicada a partir dos 12 meses de idade para prevenir a doença. Nesses termos, o gabarito é a letra C. 12. (Prefeitura de Ouro Preto-MG/FUMARC/2011/RP) A varicela é uma doença benigna, mas altamente contagiosa que ocorre principalmente em menores de 15 anos de idade. É mais frequente no final do inverno e início da primavera. Indivíduos imunocomprometidos, quando adquirem varicela primária ou recorrente, possuem maior risco de doença severa. Sobre este contexto, pode-se afirmar EXCETO: Página 38 de 112

39 a) o período de transmissibilidade varia de 1 a 2 dias antes da erupção até 5 dias após o surgimento do primeiro grupo de vesículas. Enquanto houver vesículas, a infecção é possível. b) o único reservatório do agente etiológico é o homem. c) trata-se de uma doença de notificação compulsória. d) uma das medidas específicas na vigilância epidemiológica refere-se ao isolamento: crianças com varicela não complicada podem retornar à escola no 6º dia após o surgimento do rush cutâneo. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular. COMENTÁRIOS: A ocorrência de casos suspeitos de varicela não requer notificação e investigação por não se tratar de doença de notificação compulsória. Na situação de surto, a notificação deve ser realizada através do módulo de notificação de surtos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Por conseguinte, o gabarito da questão é a letra C. Raiva Humana A raiva é uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la. A doença apresenta dois principais ciclos de transmissão: urbano e silvestre, sendo o urbano passível de eliminação, por se dispor de medidas eficientes de prevenção, tanto em relação ao ser humano, quanto à fonte de infecção. Em relação à fonte de infecção, didaticamente, pode-se subdividir a transmissão urbana e rural em quatro ciclos epidemiológicos: ciclo aéreo, que envolve os morcegos; ciclo rural, representado pelos animais de produção; ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos; ciclo silvestre terrestre, que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinim, entre outros animais selvagens. Página 39 de 112

40 Figura 2 - Ciclos epidemiológicos de transmissão da raiva (Fonte: Ministério da Saúde, 2010). A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir dai, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado pela saliva das pessoas ou animais enfermos. Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva (período de transmissibilidade) ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo durante toda a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre 5 a 7 dias após a apresentação dos sintomas. Em relação aos animais silvestres, há poucos estudos sobre o período de transmissibilidade, que pode variar de acordo com a espécie. Por exemplo, especificamente os quirópteros podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente. Após um período variável de incubação, aparecem os pródromos 5 iniciais, que duram de 2 a 4 dias e são inespecíficos, com o paciente apresentando mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura corpórea, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angustia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento. A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões. Ocorrem espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê ou tenta ingerir liquido, apresentando sialorreia intensa. Os espasmos musculares evoluem para quadro de 5 Pródromo é um sinal ou grupo de sintomas que pode indicar o início de uma doença antes que sintomas específicos surjam Página 40 de 112

41 Raiva paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinaria e obstipação intestinal. O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação do quadro comatoso e evolução para óbito. São, ainda, observadas disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia. O período de evolução do quadro clínico, após instalados os sinais e sintomas até o óbito, varia, em média, de 5 a 7 dias. A característica mais determinante da evolução clínica da doença e a forma furiosa e/ou paralítica. Em 2004, foi registrado nos Estados Unidos o primeiro relato de tratamento de Raiva humana em paciente que não recebeu vacina ou soro antirrábico e evoluiu para cura. No Brasil, em 2008, foi confirmada Raiva em um paciente mordido por um morcego hematófago e que após suspeita clínica, foi iniciado tratamento dos Estados Unidos, adaptado a realidade brasileira, resultando no primeiro registro de cura de Raiva humana, no país. A prevenção da Raiva transmitida em áreas urbanas ou rurais, por animais domésticos, é feita mediante a manutenção de altas coberturas vacinais nesses animais, por meio de estratégias de rotina e campanhas; controle de foco e bloqueio vacinal; captura e eliminação de cães de rua; envio de amostras para exame laboratorial, para monitoramento da circulação viral. A profilaxia da Raiva humana é feita com o uso de vacinas e soro, quando os indivíduos são expostos ao vírus rábico pela mordedura, lambedura de mucosas ou arranhadura provocada por animais transmissores da Raiva. A vacinação antirrábica não tem contraindicação, devendo ser iniciada o mais breve possível e garantir o completo esquema de vacinação preconizado. Prevenção da Raiva transmitida em áreas urbanas ou rurais, por animais domésticos. Profilaxia da Raiva Manutenção de altas coberturas vacinais nesses animais, por meio de estratégias de rotina e campanhas; Controle de foco e bloqueio vacinal; captura e eliminação de cães de rua; Envio de amostras para exame laboratorial, para monitoramento da circulação viral. É feita com o uso de vacinas e soro, quando os indivíduos são expostos ao vírus rábico pela mordedura, lambedura de mucosas ou arranhadura provocada por animais transmissores da Raiva. A vacina sempre faz parte do esquema de profilaxia; A indicação do soro ocorre quando se trata de um acidente de alto risco para desenvolvimento da doença. Nobres concurseiros, vejam que os instrumentos disponíveis para prevenção e controle da raiva humana são a vacina e o soro. Página 41 de 112

42 As vacinas humanas (cultivo celular) são mais potentes, seguras e isentas de risco. São produzidas em cultura de células (diploides humanas, células Vero, células de embrião de galinha, etc.), com cepas de vírus Pasteur (PV) ou Pittman-Moore (PM) inativados pela betapropiolactona. As vias de aplicação são a intramuscular (mais utilizada) e intradérmica (utilizada em casos específicos). Via intramuscular- são apresentadas na dose 0,5ml e 1ml, dependendo do fabricante (verificar embalagem e/ou lote). A dose indicada pelo fabricante NAO DEPENDE da idade ou do peso do paciente. A aplicação intramuscular deve ser profunda, na região do deltoide ou vasto lateral da coxa. Em crianças até 2 anos de idade, está indicado o vasto lateral da coxa. Via intradérmica - a dose da via intradérmica e de 0,1ml. Deve ser aplicada em locais de drenagem linfática, geralmente nos braços, na inserção do músculo deltoide. Importante! A vacina antirrábica não deve ser aplicada na região glútea. A vacina contra raiva não tem contraindicação (gravidez, mulheres lactantes, doença intercorrente ou outros tratamentos), devido à gravidade da doença que apresenta letalidade de aproximadamente 100%. As vacinas contra a raiva produzidas em meios de cultura são seguras. De acordo com os trabalhos publicados na literatura, causam poucos eventos adversos e, na quase totalidade dos casos, de pouca gravidade. O soro para uso humano (soro heterólogo) é uma solução concentrada e purificada de anticorpos, preparada em equídeos imunizados contra o vírus da raiva. A dose indicada e de 40UI/kg de peso do paciente. Deve-se infiltrar nas lesões a maior quantidade possível da dose do soro (vejam que o soro é aplicado diretamente ao redor das lesões do animal agressor). Quando a lesão for extensa e múltipla, a dose do soro a ser infiltrada, pode ser diluída, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas. Caso a região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a quantidade restante, a menor possível, deve ser aplicada por via intramuscular, na região glútea. No quadro a seguir, encontra-se o esquema para tratamento profilático antirrábico humano. Página 42 de 112

43 Tipo de exposição Contato indireto Acidentes leves Ferimentossuperficiais, poucoextensos, geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés); podem acontecer em decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unha ou dente; Lambedura de pele com lesõessuperficiais; Acidentes graves Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpas digitais e/ou planta do pé; Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo; Lambedura de mucosas; Lambedura de pele onde já existe lesão grave; Ferimento profundo causado por unha de animal. Condições do animal agressor Cão ou gato sem suspeita de Raiva no momento da agressão Lavar com água e sabão; Não tratar. Lavar com água e sabão Observar o animaldurante10 dias após exposição 1 ; Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso; Se o animalmorrer, desaparecer ou se tornarraivoso, administrar5doses de vacina (dias 0, 3, 7, 14 e 28). Lavar com água e sabão Observar o animal durante 10 dias após exposição 1,2 ; Iniciar esquema profilático com 2 doses, uma no dia 0 e outra no dia 3. Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso; Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, dar continuidade ao esquema profilático, administrandoo soro 3,4 e completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose entre o 7 e o 10 dia e uma dose nos dias 14 e 28. Cão ou gato clinicamente suspeito de Raiva no momento da agressão Lavar com água e sabão; Não tratar; Lavar com água e sabão Iniciartratamentoprofilático com 2doses, uma no dia 0 e outra no dia 3. Observar o animal durante 10 dias após exposição 1 ; Se a suspeita de Raiva for descartada após o 10 dia de observação, suspender o tratamentoprofilático e encerrar o caso; Se o animalmorrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar o esquema até 5doses, aplicar uma dose entre o 7 e o 10 dias e uma dose nos dias 14 e 28. Lavar com água e sabão Iniciar o tratamento com soro3 e 5 doses de vacina nos dias 0, 3, 7, 14 e 28; Observar o animal durante 10 dias após exposição; Se a suspeita de Raiva for descartada após o 10 dia de observação, suspender o esquema profilático e encerrar o caso; Cão ou gato raivoso desaparecido ou morto Animais silvestres 5 (inclusive os domiciliados) Animais domésticos de interesse econômico ou de produção Lavar com água e sabão; Não tratar; Lavar com água e sabão; Iniciarimediatamente o esquema profilático com 5doses de vacina administradas nos dias 0, 3, 7, 14 e 28. Lavar com água e sabão Iniciar imediatamente o esquema profilático com soro 3 e 5 doses de vacina administrada nos dias 0, 3, 7, 14 e É necessário orientar o paciente para que ele notifique imediatamente a Unidade de Saúde se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma vez que podem ser necessárias novas intervenções de forma rápida, como a aplicação do soro ou o prosseguimento do esquema de vacinação. 2 - É preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e gato e os cuidados recebidos. Podem ser dispensados do esquema profilático as pessoas agredidas pelo cão ou gato que, com certeza, não tem risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo, animais que vivem dentro do domicílio (exclusivamente); não tenham contato com outros animais desconhecidos; que somente saem à rua acompanhados dos seus donos e que não circulem em área com a presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicado. Se o animal for procedente de área de raiva controlada não é necessário iniciar o esquema profilático. Manter o animal sob observação e só iniciar o esquema profilático indicado (soro+vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso. Página 43 de 112

44 3 - O soro deve ser infiltrado na(s) porta(s) de entrada. Quando não for possível infiltrar toda dose, aplicar o máximo possível e a quantidade restante, a menor possível, aplicar pela via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar em local anatômico diferente do que aplicou a vacina. Quando as lesões, forem muito extensas ou múltiplas a dose do soro a ser infiltrada pode ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico para que todas as lesões sejam infiltradas. 4 - Nos casos em que se conhece só tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico ou quando o mesmo não se encontra disponível no momento, aplicar a dose de soro recomendada antes da aplicação da 3ª dose da vacina de cultivo celular. Após esse prazo o soro não é mais necessário. 5 - Nas agressões por morcegos deve-se indicar a soro-vacinação independentemente da gravidade da lesão, ou indicar conduta de reexposição. 13. (HU-UFS/ EBSERH/ IAOCP/2014) A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da Raiva, durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais como biólogos e médicos veterinários. Assim, o esquema pré exposição e os dias de aplicação nestes casos são: a) Esquema: 3 doses; Dias de aplicação: 0,7,28. b) Esquema: 2 doses; Dias de aplicação: 0,3. c) Esquema: Dose única; Dias de aplicação: 0. d) Esquema: 5 doses; Dias de aplicação: 0,3,7,14,28. e) Esquema: 4 doses; Dias de aplicação: 0, 3, 7,14. COMENTÁRIOS: A profilaxia de pré-exposição é indicado para pessoas que, por força de suas atividades profissionais ou de lazer, estejam expostas permanentemente ao risco de infecção pelo vírus da raiva, tais como profissionais e estudantes das áreas de medicina veterinária e de biologia e profissionais/auxiliares de laboratórios de virologia e/ou anatomia patológica para raiva. É indicada, também, para aqueles que atuam no campo na captura, vacinação, identificação e classificação de mamíferos passíveis de portarem o vírus, bem como funcionários de zoológicos. Assim, o esquema e os dias de aplicação nestes casos são: três doses e os dias de aplicação são 0,7,28. Gabarito letra A. Página 44 de 112

45 14. (HUCAM-UFES/EBSERH/IAOCP/2014) Homem, 28 anos, como em todos os finais da tarde, após o trabalho, estava bebendo e comendo espetinho com os amigos, sentados à mesa disposta na calçada em frente ao bar, ao chutar um cão de rua que nunca havia visto antes e que se aproximou da comida, foi agredido pelo animal. Os amigos ajudaram-no a afastar o cão. A vítima foi imediatamente ao Pronto Socorro onde o enfermeiro observou que havia um ferimento superficial e sem sangramento ativo no braço direito devido à arranhadura, iniciando a profilaxia da raiva humana. A vítima não encontrou mais o cão próximo ao local no qual foi atacado, nos 10 dias consecutivos após sua exposição. Diante desse caso, a conduta proposta pelo Ministério da Saúde (2011) é a) lavar o ferimento com água e sabão e não tratar b) lavar o ferimento com água e sabão e administrar cinco doses de vacina de cultivo celular (dias 0, 3, 7, 14 e 28) c) lavar o ferimento com água e sabão, administrar cinco doses de vacina de cultivo celular (dias 0, 3, 7, 14 e 28) e duas doses de soro (a primeira entre os dias 7 e 10, e a segunda entre os dias 14 e 28) d) lavar o ferimento com solução fisiológica e PVPI degermante, administrar cinco doses de vacina de cultivo celular (dias 0, 3, 7, 14 e 28) e repetir duas doses após 90 dias da exposição (dias 0 e 3) e) lavar o ferimento com solução fisiológica e PVPI degermante e administrar duas doses de soro (a primeira entre os dias 7 e 10, e a segunda entre os dias 14 e 28) COMENTÁRIOS: Vamos observar o esquema para tratamento profilático antirrábico humano em cada caso: Página 45 de 112

46 Tipo de exposição Contato indireto Acidentes leves Ferimentossuperficiais, poucoextensos, geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés); podem acontecer em decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unha ou dente; Lambedura de pele com lesõessuperficiais; Acidentes graves Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpas digitais e/ou planta do pé; Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo; Lambedura de mucosas; Lambedura de pele onde já existe lesão grave; Ferimento profundo causado por unha de animal. Condições do animal agressor Cão ou gato sem suspeita de Raiva no momento da agressão Lavar com água e sabão; Não tratar. Lavar com água e sabão Observar o animaldurante10 dias após exposição 1 ; Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso; Se o animalmorrer, desaparecer ou se tornarraivoso, administrar5doses de vacina (dias 0, 3, 7, 14 e 28). Lavar com água e sabão Observar o animal durante 10 dias após exposição 1,2 ; Iniciar esquema profilático com 2 doses, uma no dia 0 e outra no dia 3. Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso; Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, dar continuidade ao esquema profilático, administrandoo soro 3,4 e completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose entre o 7 e o 10 dia e uma dose nos dias 14 e 28. Cão ou gato clinicamente suspeito de Raiva no momento da agressão Lavar com água e sabão; Não tratar; Lavar com água e sabão Iniciartratamentoprofilático com 2doses, uma no dia 0 e outra no dia 3. Observar o animal durante 10 dias após exposição 1 ; Se a suspeita de Raiva for descartada após o 10 dia de observação, suspender o tratamentoprofilático e encerrar o caso; Se o animalmorrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar o esquema até 5doses, aplicar uma dose entre o 7 e o 10 dias e uma dose nos dias 14 e 28. Lavar com água e sabão Iniciar o tratamento com soro3 e 5 doses de vacina nos dias 0, 3, 7, 14 e 28; Observar o animal durante 10 dias após exposição; Se a suspeita de Raiva for descartada após o 10 dia de observação, suspender o esquema profilático e encerrar o caso; Cão ou gato raivoso desaparecido ou morto Animais silvestres 5 (inclusive os domiciliados) Animais domésticos de interesse econômico ou de produção Lavar com água e sabão; Não tratar; Lavar com água e sabão; Iniciarimediatamente o esquema profilático com 5doses de vacina administradas nos dias 0, 3, 7, 14 e 28. Lavar com água e sabão Iniciar imediatamente o esquema profilático com soro 3 e 5 doses de vacina administrada nos dias 0, 3, 7, 14 e É necessário orientar o paciente para que ele notifique imediatamente a Unidade de Saúde se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma vez que podem ser necessárias novas intervenções de forma rápida, como a aplicação do soro ou o prosseguimento do esquema de vacinação. 2 - É preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e gato e os cuidados recebidos. Podem ser dispensados do esquema profilático as pessoas agredidas pelo cão ou gato que, com certeza, não tem risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo, animais que vivem dentro do domicílio (exclusivamente); não tenham contato com outros animais desconhecidos; que somente saem à rua acompanhados dos seus donos e que não circulem em área com a presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicado. Se o animal for procedente de área de raiva controlada não é necessário iniciar o esquema profilático. Manter o animal sob observação e só iniciar o esquema profilático indicado (soro+vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso. Página 46 de 112

47 3 - O soro deve ser infiltrado na(s) porta(s) de entrada. Quando não for possível infiltrar toda dose, aplicar o máximo possível e a quantidade restante, a menor possível, aplicar pela via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar em local anatômico diferente do que aplicou a vacina. Quando as lesões, forem muito extensas ou múltiplas a dose do soro a ser infiltrada pode ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico para que todas as lesões sejam infiltradas. 4 - Nos casos em que se conhece só tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico ou quando o mesmo não se encontra disponível no momento, aplicar a dose de soro recomendada antes da aplicação da 3ª dose da vacina de cultivo celular. Após esse prazo o soro não é mais necessário. 5 - Nas agressões por morcegosdeve-seindicar a soro-vacinaçãoindependentemente da gravidade da lesão, ou indicar conduta de reexposição. A partir do exposto, podemos concluir que a alternativa correta é a letra B. 15. (Prefeitura de Silvânia-GO/NOROESTE/2014) A raiva é uma doença grave e pode levar a morte em quase 100% dos casos, em caso de mordida de cachorro ou gato, o Ministério da Saúde recomenda que a) as pessoas procurem logo um posto de saúde para tomar a vacina contra a raiva, e que serão aplicadas até 5 doses, dependendo do caso. b) a vacina contra a raiva seja aplicada somente em casos onde á sangramento na ferida. c) a aplicação da vacina contra a raiva seja feita somente com prescrição médica. d) o causador da mordedura seja sacrificado. COMENTÁRIOS: A raiva é uma doença de extrema importância para saúde pública, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%. Mas também por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano (transmitida por cão e gato). Existem medidas eficientes de prevenção em relação ao ser humano e à fonte de infecção, como vacinação humana e animal, disponibilização de soro antirrábico de qualidade para o homem, bloqueios de foco, recolhimento de animais de rua, entre outros. A conduta correta nos casos de mordidas de animais é encaminhar a vítima para um serviço de saúde para receber o atendimento específico. Pois, deve-se avaliar: a espécie animal envolvida, as circunstâncias da mordida, o status imunológico do animal e o histórico de zoonoses, principalmente raiva, na região. Sendo assim, o gabarito é a letra A. Página 47 de 112

48 16. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Sobre a Raiva Humana, é correto afirmar: a) A vacina contra a raiva em uso rotineiro no Brasil, a partir de 2002, é a vacina de cultivo celular. As vacinas de cultivo celular são mais imunogênicas e menos reatogênicas. b) No ciclo urbano, as principais fontes de infecção são cão, morcego, jaritaca e macacos. c) A única forma de transmissão da doença é através da lambedura de mucosas. d) Como a vacinação apresenta contraindicação, deve ser iniciada 10 dias após a arranhadura e/ou lambedura de mucosas. COMENTÁRIOS: Vamos aos itens da questão em relação à Raiva humana: Item A. Correto. A vacina contra a raiva em uso rotineiro no Brasil, a partir de 2002, é a vacina de cultivo celular. As vacinas de cultivo celular são mais imunogênicas e menos reatogênicas. Item B. Incorreto. No ciclo urbano, as principais fontes de infecção são o cão e o gato; no ciclo aéreo, o morcego; no ciclo silvestre terrestre, a raposa, coiote, chacal, gato e cachorro do mato, jaritaca, guaxinim, mangusto, macacos; no ciclo rural, representado pelos animais de produção (bovinos, equinos etc.). Item C. Incorreto. A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. Item D. Incorreto. A vacinação antirrábica não apresenta contraindicação, deve ser iniciada conforme situações, descritas no quadro acima. Nesses termos, o gabarito da questão é a letra A. Rubéola A Rubéola é uma doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta contagiosidade, acometendo principalmente crianças. É doença de curso benigno, sua importância e pidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos, e malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez. É denominada síndrome da rubéola congênita (SRC), quando a infecção ocorre durante a gestação. Página 48 de 112

49 O modo de transmissão ocorre pelo contato com as secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. A infecção se produz por disseminação de gotículas ou através de contato direto com os pacientes. A transmissão indireta, mesmo sendo pouco frequente, ocorre mediante contato com objetos contaminados com secreções nasofaringeanas, sangue e urina. O período de transmissibilidade da doença é aproximadamente, de 5 a 7 dias antes do início do exantema e de 5 a 7 dias após. O quadro clínico é caracterizado por exantema máculo-papular e puntiforme difuso, iniciando-se na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para o tronco e membros. Além disso, apresenta febre baixa e linfadenopatia (alteração dos linfonodos) retro-auricular, occipital e cervical posterior, geralmente antecedendo ao exantema no período de 5 a 10 dias, podendo perdurar por algumas semanas. Formas da doença inaparentes são frequentes, principalmente em crianças. Adolescentes e adultos podem apresentar um período prodrômico com febre baixa, cefaleia, dores generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite, coriza e tosse. A leucopenia (deficiência) é comum e raramente ocorrem manifestações hemorrágicas. Apesar de raras, complicações podem ocorrer com maior frequência em adultos, destacando-se: artrite ou artralgia, encefalites (1 para 5 mil casos) e manifestações hemorrágicas (1 para 3 mil casos). O diagnóstico laboratorial é realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue, na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até 4 semanas após o aparecimento do exantema. Os anticorpos específicos da classe IgG podem eventualmente aparecer na fase aguda da doença e, geralmente, são detectados muitos anos após a infecção. Vejam que o IgM é detectável no sangue na fase aguda, enquanto o IgG após muitos anos da doença. As amostras de sangue dos casos suspeitos devem ser colhidas, sempre que possível, no primeiro atendimento ao paciente. São consideradas amostras oportunas (S1) as coletadas entre o 1º e 28º dias do aparecimento do exantema ou do início dos sintomas. As amostras coletadas após o 28º dia são consideradas tardias, mas, mesmo assim, devem ser enviadas ao laboratório. A realização da segunda coleta (S2) é obrigatória e imprescindível para a classificação final dos casos e deverá ser realizada entre 20 a 25 dias após a data da primeira coleta. Página 49 de 112

50 Amostras de sangue dos casos suspeitos de rubéola: 1ª amostra, coletada preferencialmente durante o primeiro atendimento; 2ª amostra, coletada preferencialmente entre 20 a 25 dias após a data da primeira coleta. Não há tratamento específico para a rubéola. Os sinais e sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com a sintomatologia e terapêutica adequada. Em 2008 ocorreu a maior campanha de vacinação contra rubéola no mundo, com 65,9 milhões de pessoas entre a faixa etária de 19 a 39 anos de idade vacinadas, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Maranhão. Nos outros estados, a faixa etária foi de 20 a 39 anos de idade. A cobertura vacinal geral foi de 94,06% da população meta. A principal ação de prevenção da rubéola é a administração da vacina tetra viral. 17. (HC-UFPE/EBSERH/IDECAN/2014) Lactentes com síndrome da rubéola congênita podem eliminar o vírus, até um ano após o nascimento, através de, EXCETO: a) Urina b) Fezes c) Sangue d) Lágrimas e) Secreções nasofaríngeas COMENTÁRIOS: Um lactente portador da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), contudo, pode excretar o vírus nas secreções nasofaríngeas, sangue, urina e fezes por até cerca de meses de vida, funcionando como um reservatório (transmissibilidade de 80% no primeiro mês de vida; 62% do primeiro ao quarto mês; 33% entre o quinto e oitavo mês; 11% entre nove e doze meses e 3% no segundo ano de vida). Logo, podemos concluir que a alternativa incorreta é a letra D. Página 50 de 112

51 18. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Leia as frases abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta correta. I- A Rubéola é uma doença exantemática viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhandose para tronco e membros. II- O Exantema na Rubéola é precedido, em 5 a 10 dias, por linfadenopatia generalizada, principalmente suboccipital, pós-auricular e cervical posterior. III- Em todos os casos suspeitos de Rubéola deve-se realizar o bloqueio vacinal apenas das pessoas que residam no mesmo domicílio. IV- Caso suspeito de Rubéola é todo paciente que apresente febre e exantema maculopapular, acompanhado de linfadenopatia retroauricular, occipital e cervical, independente da idade e situação vacinal, ou todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior. a) Apenas as frases I, II e IV estão corretas. b) As frases I, II, III e IV estão corretas. c) Apenas as frases I e III estão corretas. d) Apenas as frases II e III estão corretas. COMENTÁRIOS: Vamos analisar os itens da questão: Item I. Correto. A Rubéola é uma doença exantemática viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantema maculo papular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para tronco e membros. Item II. Correto. O Exantema na Rubéola é precedido, em 5 a 10dias, por linfa denopatia generalizada, principalmente suboccipital, pós-auricular e cervical posterior. Item III. Incorreto. A vacinação de bloqueio da Rubéola limita-se aos contatos do caso suspeito. A vacinação de bloqueio fundamenta-se no fato de que a vacina consegue imunizar o suscetível, em prazo menor, que o período de incubação da doença. Em função disso, a vacina deve ser administrada, de preferência, dentro de 72 horas após a exposição. Página 51 de 112

52 A vacinação de bloqueio deve abranger as pessoas do mesmo domicílio do caso suspeito, vizinhos próximos, creches, ou, quando for o caso, as pessoas da mesma sala de aula, do mesmo quarto de alojamento ou da sala de trabalho, etc. Na vacinação de bloqueio, utilizar a vacina trípliceviral para a faixa etária de 6 meses a 39 anos de idade, de forma seletiva. A vacinação de bloqueio, portanto, deve ser realizada quando ocorre um ou mais casos suspeitos de rubéola. Para outras faixas, acima dos 40 anos de idade, a vacina só é indicada com base na análise da situação epidemiológica. Item IV. Correto. Caso suspeito de Rubéola é todo paciente que apresente febre e exantema maculo papular, acompanhado de linfadenopatia retroauricular, occipital e cervical, independente da idade e situação vacinal, ou todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos30dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior. Meus amigos, essa questão é facilmente resolvida por eliminação. Ora, o item III está claramente errado. Dessa forma, a única sequência possível, que traz o item 3 como incorreto, é a letra A. Sarampo 19. (Prefeitura de Vilhena-RO/IDECAN/2013) A vacina contra o sarampo é composta por a) fragmentos de vírus b) toxoides bacterianos c) vírus vivos atenuados d) fragmentos de bactérias. e) bactérias vivas atenuadas. COMENTÁRIOS: A vacina contra sarampo é composta de vírus vivos atenuados e cultivados em fibroblastos de embriões de galinha. É distribuída na forma liofilizada, acompanhada de diluente próprio. Portanto, o gabarito da questão é a letra C. Página 52 de 112

53 20. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Sobre a prevenção do sarampo, é incorreto afirmar: a) O objetivo da vigilância epidemiológica na doença Sarampo é a identificação precoce de casos para adoção de medidas de prevenção e controle, bem como identificar e monitorar as demais condições de risco. b) O Sarampo é uma doença de notificação compulsória nacional e de investigação epidemiológica obrigatória imediata. c) São consideradas contraindicações para a vacina tríplice viral: alergia e intolerância, que não sejam de natureza anafilática, à ingestão de ovo; contato íntimo com pacientes imunodeprimidos; vacinação recente com a vacinação oral contra a Poliomielite e exposição recente ao Sarampo. d) A vacina tríplice viral é administrada por via subcutânea, de preferência na face externa da parte superior do braço (região deltoide). COMENTÁRIOS: A vacina sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) é administrada por via subcutânea (preferência na região deltoide). O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml, podendo variar de acordo com o laboratório produtor. A vacina em questão está contraindicada nas ocorrências específicas listadas na sequência: Registro de anafilaxia após recebimento de dose da vacina; Presença de imunodeficiências congênitas ou adquiridas; Atenção! Indivíduos com infecção assintomática pelo HIV podem ser vacinados. Uso de corticosteróides em doses imunossupressoras (nessa situação a pessoa deve ser vacinada, pelo menos, um mês depois da suspensão do uso da droga); Vigência de quimioterapia imunossupressora; Transplantados de medula óssea; Pessoas que fazem uso de imunoglobulina, sangue total ou plasma, no momento da vacinação ou que farão uso em futuro próximo; Na vigência de gravidez. Portanto, são consideradas contraindicações para a vacina tríplice viral: alergia e intolerância, que sejam de natureza anafilática, à ingestão de ovo. Por outro lado, não são contra indicações desta vacina: contato íntimo com pacientes imuno Página 53 de 112

54 deprimidos; vacinação recente com a vacinação oral contra a Poliomielite e exposição recente ao Sarampo. O gabarito, portanto, é a letra C. Coqueluche Coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Ocorre sob as formas endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até em morte. O agente etiológico (causador) é a bactéria Bordetellapertussis. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. O período de encubação é, em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e, raramente, até 42 dias. A principal forma de prevenção é a administração da vacina pentavalente (composta pela vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B recombinante e Haemophilusinfluenzae tipo b conjugada - DTP/HB/Hib). 21. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Leia as frases abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta correta. I- A Coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível e de distribuição universal, que compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. II - A fase catarral da Coqueluche, tem duração de 1 ou 2 semanas e inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes, até que passam a ocorrer as crises de tosses paroxísticas. III - O homem, o cão e o pombo são considerados reservatórios da doença coqueluche. IV - É considerado caso suspeito todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresentar tosse seca há 14 dias ou mais associada a um ou mais sintomas como tosse paroxística, guincho inspiratório e vômitos pós-tosse ou com história de contato com um caso confirmado de Coqueluche pelo critério clínico. Página 54 de 112

55 a) As frases I, II, III e IV estão corretas. b) Apenas as frases I, II e IV estão corretas. c) Apenas as frases I e III estão corretas. d) Apenas as frases III e IV estão corretas. COMENTÁRIOS: Isto posto, vamos avaliar os itens da questão: Item I. Correto. A Coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível e de distribuição universal, que compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Item II. Correto. A fase catarral da Coqueluche, tem duração de 1 ou 2 semanas e inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes, até que passam a ocorrer as crises de tosses paroxísticas. Item III. Incorreto. O homem é o único reservatório natural. Ainda não foi demonstrada a existência de portadores crônicos; entretanto, podem ocorrer casos oligossintomáticos, com pouca importância na disseminação da doença. Portanto, o cão e o pombo não são considerados reservatórios da doença coqueluche. Item IV. Correto. É considerado caso suspeito todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresentar tosse seca há 14 dias ou mais associada a um ou mais sintomas como tosse paroxística, guincho inspiratório e vômitos pós-tosse ou com história de contato com um caso confirmado de Coqueluche pelo critério clínico. Nesses termos, o gabarito é a letra B. Leishmaniose Tegumentar e Visceral Leishmaniose Tegumentar Americana é doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. E primariamente uma infecção zoonótica que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. Essa doença pode apresentar-se nas formas cutânea e mucosa. A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou Página 55 de 112

56 múltiplas, mas indolores. Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas. A forma mucosa, secundária ou não a cutânea, caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato. Há várias espécies de leishmanias envolvidas na transmissão. Nas Américas, são atualmente reconhecidas 11 espécies dermotrópicas de Leishmaniacausadoras de doença humana e 8 espécies descritas, somente em animais. No Brasil, já foram identificadas 7 espécies, sendo 6 do subgênero Vianniae 1 do subgênero Leishmania. As mais importantes são Leishmania (Viannia) braziliensis, L. (L.) amazonensise L. (V.) guyanensis. Os vetores são insetos denominados flebotomíneos, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros. O modo de transmissão ocorre pela picada de flebotomíneos fêmeas que adquirem o parasito ao picar reservatórios (várias espécies de animais silvestres, sinantrópicos e domésticos - canídeos, felídeos e equídeos), transmitindo-o ao homem. Não há transmissão de pessoa a pessoa. Na forma mucosa grave, pode apresentar como complicações: disfagia, disfonia, insuficiência respiratória por edema de glote, pneumonia por aspiração e morte. O diagnóstico é feito pela suspeita clínico-epidemiológica associada à intradermorreação de Montenegro (IDRM) positiva e/ou demonstração do parasito no exame parasitológico direto em esfregaço de raspado da borda da lesão, ou no imprint feito com o fragmento da biopsia; em histopatologia ou isolamento em cultura. A imuno fluorescência não deve ser utilizada como critério isolado para diagnostico de LTA. Entretanto, pode ser considerada como critério adicional no diagnóstico diferencial com outras doenças, especialmente nos casos sem demonstração de qualquer agente etiológico. O tratamento de primeira escolha éa droga o antimonial pentavalente. Não havendo resposta satisfatória com o tratamento pelo antimonial pentavalente, as drogas de segunda escolha são a Anfotericina B e o Isotionato de Pentamidina. Página 56 de 112

57 22. (HGA-SP/CETRO/2013/RP) Sobre a Leishmaniose Tegumentar, analise as assertivas abaixo. I. A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas. II. Os vetores da Leishmaniose Tegumentar são caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidaee ao gênero Biomphalaria, que habitam coleções de água doce, com pouca correnteza ou parada. III. A úlcera típica da Leishmaniose Tegumentar é extremamente dolorosa e secretiva; costuma localizar-se em regiões de dobras cutâneas, apresentando formato arredondado ou ovalado, com bordas rasas e com ausência de granulações. IV. A Leishmaniose Tegumentar é considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma das seis mais importantes doenças infecciosas, devido ao alto coeficiente de detecção e capacidade de produzir deformidades. É correto o que se afirma em a) I, II e III, apenas. b) II e IV, apenas. c) I e III, apenas. d) I e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. COMENTÁRIOS: Vamos analisar afirmativas da questão: Item I. Correto. A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas. Item II. Incorreto. Os vetores Leishmaniose Tegumentar Americana são insetos denominados flebotomíneos, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquitopalha, tatuquira, birigui, entre outros. Item III. Incorreto. A úlcera típica de leishmaniose cutânea (LC) é indolor e costuma localizar-se em áreas expostas da pele; com formato arredondado ou ovalado; mede de alguns milímetros até alguns centímetros; base eritematosa, infiltrada e de consistência firme; bordas bem-delimitadas e elevadas; fundo avermelhado e com granulações grosseiras. Todavia, a infecção bacteriana associada pode causar dor local e produzir exsudato seropurulento que, ao dessecar-se em crostas, recobre total ou Página 57 de 112

58 parcialmente o fundo da ulcera. Adicionalmente, a infecção secundaria e o uso de produtos tópicos podem causar eczema na pele ao redor da ulcera, modificando seu aspecto (forma ectimóide). Por conseguinte, a úlcera típica da Leishmaniose Tegumentar é indolor e não é secretiva; costuma localizar-se em regiões de dobras cutâneas, apresentando formato arredondado ou ovalado, com bordas bem-delimitadas e elevadas e com presença de granulações. Item IV. Correto. De acordo com o Ministério da Saúde (disponível em: a Leishmaniose Tegumentar é considerada, pela OMS, como uma das seis mais importantes doenças infecciosas, devido ao alto coeficiente de detecção e capacidade de produzir deformidades. Disto isto, o gabarito é a letra D. 23. (Prefeitura de Belo Horizonte-MG/FUMARC/2011/RP) Leia as informações para responder à questão: Imagem extraída de em 21/09/2011. Modo de transmissão: Pela picada da fêmea de insetos flebotomíneos das diferentes espécies de importância médico-sanitária do gênero Lutzomyia. São conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outro. Baseando-se nas informações acima, marque a alternativa que corresponde à doença infecto contagiosa. a) Linfogranuloma Venéreo. b) Leishmaniose Tegumentar Americana. c) Oncocercose. d) Paracoccidioidomicose. Página 58 de 112

59 COMENTÁRIOS: Conforme comentários da questão anterior, verificamos claramente que o gabarito da questão é a letra B. 24. (Prefeitura do Rio-RJ/2013/IABAS-BIORIO/RP) A leishmaniose visceral (LV) ou Calazar é uma zoonose que afeta o homem, além de outros animais. Apresenta-se sob a forma de doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia, entre outras manifestações. Em relação a essa patologia NÃO é correto afirmar que: a) a leishmaniose é uma doença grave que, se não for tratada, pode levar à morte até 90% dos casos humanos; b) os sinais e os sintomas da doença no homem são: febre irregular de longa duração, falta de apetite, emagrecimento, fraqueza e barriga inchada, pelo aumento do fígado e do baço; c) os sinais e os sintomas da doença nos cães são: apatia, lesões na pele, queda de pelos, inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas, emagrecimento, lacrimejamento e crescimento anormal das unhas; d) a prática da eutanásia canina é recomendada para todos os animais infectados, pois eles continuam transmitindo a doença mesmo depois de tratados; e) a transmissão da doença pode ocorrer diretamente de pessoa para pessoa. COMENTÁRIOS: A leishmaniose visceral (LV) é uma protozoose cujo espectro clínico pode variar desde manifestações clínicas discretas até as graves, que, se não tratadas, podem levar a óbito. Essa doença, primariamente, era uma zoonose caracterizada como doença de caráter eminentemente rural. Mas recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde pública no país e em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. É uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. Muitos infectados apresentam a forma inaparente ou assintomática da doença. Suas manifestações clínicas refletem o desequilíbrio entre a multiplicação dos parasitos nas células do sistema Página 59 de 112

60 fagocíticomononuclear (SFM), a resposta imunitária do indivíduo e o processo inflamatório subjacente. O agente etiológico é um protozoário tripanosomatideos do gênero Leishmania, espécie Leishmaniachagasi. O modo de transmissão, no Brasil, ocorre da seguinte forma: através da fêmea de insetos flebotomineos das espécies LutzomyialongipalpiseL. cruzi, infectados. A transmissão ocorre enquanto houver o parasitismo na pele ou no sangue periférico do hospedeiro (na área urbana é o cão; no ambiente silvestre são as raposas e os e os marsupiais). As complicações são as seguintes: as mais frequentes são de natureza infecciosa bacteriana. Dentre elas, destacam-se: otite media aguda, otites, piodermites e afecções pleuropulmonares, geralmente precedidas de bronquites, traqueobronquites agudas, infecção urinária, complicações intestinais; hemorragias e anemia aguda. Caso essas infecções não sejam tratadas com antimicrobianos, o paciente poderá desenvolver um quadro séptico com evolução fatal. As hemorragias são geralmente secundarias a plaquetopenia, sendo a epistaxe e a gengivorragiaas mais comumente encontradas. A hemorragia digestiva e a icterícia, quando presentes, indicam gravidade do caso. O diagnóstico é feito da seguinte forma: clínico-epidemiológico e laboratorial. Esse último, na rede básica de saúde, baseia-se, principalmente em exames imunológicos e parasitológicos. Exame sorológico é o de detecção mais fácil para o diagnóstico da LV (imunofluorescência e Elisa, esse último não disponível na rede). Exame parasitológico - É o diagnóstico de certeza feito pelo encontro de formas amastigotas do parasito, em material biológico obtido preferencialmente da medula óssea, por ser um procedimento mais seguro, do linfonodo ou do baço. O tratamento consiste, no Brasil, nos medicamentos AntimonialPentavalente e a Anfotericina B. A partir dos comentários, verificamos claramente que o gabarito da questão é a letra E. Página 60 de 112

61 25. (Prefeitura de Teresina-PI/NUCEPE/2011/RP) Febre, hepatomegalia, icterícia e ascite são sinais associados à (ao): a) botulismo; b) tétano acidental; c) malária; d) febre tifóide; e) leishmaniose visceral. COMENTÁRIOS: Os sinais e os sintomas da leishmaniose visceral (LV) no homem são: febre irregular de longa duração, falta de apetite, emagrecimento, icterícia, fraqueza e ascite (barriga inchada), pelo aumento do fígado (hepatomegalia) e do baço (espenomegalia). Por isso, o gabarito é a letra E. Esquistossomose Mansoni A Esquistossomose Mansoni é uma doença infecciosa parasitária provocada por vermes do gênero Schistosoma, inicialmente assintomática, que pode evoluir até as formas clínicas extremamente graves. É doença de veiculação hídrica, cuja transmissão ocorre quando o indivíduo suscetível entra em contato com águas superficiais onde existam caramujos, hospedeirosintermediários, liberando cercarias. Fonte de infecção: o homem infectado elimina ovos viáveis de S. mansoni por meio das fezes. Quando esses ovos entram em contato com a água, rompem-se e permitem a saída da forma larvária ciliada, denominada miracídio. Os miracídios penetram no caramujo, onde se multiplicam e, entre quatro a seis semanas depois, começam a abandoná-lo em grande número, principalmente quando estão sob a ação de calor e luminosidade. A forma infectante larvária que sai do caramujo tem o nome de cercária. As cercarias penetram no homem (hospedeiro definitivo) por meio da pele e/ou mucosas e, mais frequentemente, pelos pés e pernas, por serem áreas do corpo que ficam em maior contato com águas contaminadas. Após atravessarem a pele ou mucosa, as cercárias perdem a cauda e se transformam em esquistossômulos. Esses caem na Página 61 de 112

62 circulação venosa e alcançam o coração e pulmões, onde permanecem por algum tempo. Retornam posteriormente ao coração, de onde são lançados, por meio das artérias, a os pontos mais diversos do organismo, sendo o fígado o órgão preferencial de localização do parasito. No fígado, as formas jovens se diferenciam sexualmente e cresce malimentando-se de sangue, migram para as veias do intestino, onde alcançam a forma adulta, acasalam-se e iniciam a postura de ovos, recomeçando o ciclo. Figura 3- Ciclo de transmissão da esquistossomose mansônica (Fonte: Amaral, R. S, 2006 apud Brasil, 2008). Manifestação da Doença Fase inicial (dermatite cercariana e esquistossomose aguda): A fase inicial da esquistossomose coincide com a penetração da cercária na pele, que pode ser assintomática ou apresentar intensa manifestação pruriginosa - dermatite cercaria na- caracterizada por micropápulas avermelhadas semelhantes a picadas de insetos. Essas manifestações duram, em geral, de 24 a 72 horas, podendo chegar até 15 dias. Cerca de um a dois meses após, aparecem os sintomas inespecíficos, como febre, cefaleia, anorexia, náusea, astenia, mialgia, tosse e diarreia, caracterizando aesquistossomose na forma aguda. O fígado e o baço aumentam discretamente de volume e o indivíduo apresentasensível comprometimento do seu estado geral, podendo, em alguns casos, chegar aoóbito. Página 62 de 112

63 Fase crônica (intestinal,hepatointestinal e hepatoesplênica): A esquistossomose na fase crônica pode apresentar distintas manifestações. Nessa fase, o fígado é o órgão mais frequentemente comprometido. Dependendo da maiorou menor suscetibilidade do indivíduo e da intensidade da infecção, na fase crônica,pode ocorrer a evolução da doença para diversas formas clínicas: a) Intestinal - é a mais comumente encontrada. Pode ser assintomática ou caracterizada por diarreias repetidas, do tipo muco sanguinolenta ou não. O fígado e o baço não são palpáveis, emboraexista, frequentemente, queixa de dor abdominal no hipocôndrio direito. b) Hepatointestinal- na forma hepatointestinal, os sintomas intestinais são semelhantes aos descritospara a forma intestinal, sendo, porém, mais frequentes os casos com diarréia e epigastralgia. O fígado encontra-se aumentado de volume e, na palpação, pode serpercebida a presença de nodulações grosseiras de tamanhos variáveis, causadas por áreas de fibrose do tecido hepático. O baço não é palpável. c) Hepatoesplênica - a forma hepatoesplênica pode apresentar-se em três estágios: compensada, descompensada e complicada. O estado geral do paciente fica comprometido. O fígado e baço são palpáveis, o que caracteriza essa fase da doença. As lesões peculiares intra-hepáticas são, em número e extensão, suficientes para causar transtornona circulação da veia porta. Há manifestação de algum grau de hipertensão, tanto que a esplenomegalia deve-se mais à congestão do baço que às lesões esquistossomóticaspropriamente ditas. Pode haver indícios da formação de circulação colateral e varizesesofagianas. No diagnóstico clínico, deve-se levar em conta a fase da doença (aguda ou crônica).além disso, é de fundamental importância a análise detalhada do local de residência dopaciente, principalmente para saber se ele vive ou viveu em região endêmica. O diagnóstico definitivo da esquistossomose mansoni depende sempre de umaconfirmação laboratorial. O tratamento quimioterápico da esquistossomose por meio de medicamentos de baixa toxicidade, como o praziquantele a oxamniquina, deve ser preconiza do para a maioria dos pacientes com presença de ovos viáveis nas fezes ou mucosa retal. Contudo, existem condições que contraindicam seu uso e que devem serres peitadas. Página 63 de 112

64 26. (Prefeitura de Vacarias-RS/FUNDATEC/2014) Leia o trecho a seguir: Trata-se de uma doença de veiculação hídrica, cuja transmissão ocorre quando o indivíduo suscetível entra em contato com águas superficiais onde existam caramujos, hospedeiros intermediários, liberando cercárias. Esta descrição refere-se a qual das seguintes doenças: Parte superior do formulário a) Malária. b) Febre Amarela. c) Doença de Chagas. d) Esquistossomose. e) Raiva. COMENTÁRIOS: A esquistossomose é uma doença infecciosa parasitária provocada por vermes do gênero Schistosoma, inicialmente assintomática, que pode evoluir até as formas clínicas extremamente graves. É também conhecida como, xistose, xistosa xistosomose, doença dos caramujos, barriga d água e doença de Manson-Pirajá da Silva. É doença de veiculação hídrica, cuja transmissão ocorre quando o indivíduo suscetível entra em contato com águas superficiais onde existam caramujos, hospedeiros intermediários, liberando cercarias. A suscetibilidade ao verme é geral. Qualquer pessoa independente de sexo, cor (raça), idade, uma vez entrando em contato com as cercarias, pode vir a contrair a doença. A partir do exposto, o gabarito é a letra D. 27. (Prefeitura de Wenceslau Braz-PR/FUNTEF-PR/2013/RP) A Esquistossomose Mansoni é uma infecção produzida por parasito trematódeo digenético, cuja sintomatologia clínica depende de seu estágio de evolução no homem. Após seis meses de infecção, há risco de o quadro clínico evoluir para a fase crônica. Todas as alternativas abaixo refletem as suas formas clínicas, EXCETO a) hepatointestinal. b) hepática. c) anemia hemolítica. d) hepatoesplênica compensada. Página 64 de 112

65 e) hepatoesplênica descompensada. COMENTÁRIOS: A esquistossomose na fase crônica pode apresentar distintas manifestações. Nessafase, o fígado é o órgão mais frequentemente comprometido. Dependendo da maiorou menor suscetibilidade do indivíduo e da intensidade da infecção, na fase crônica,pode ocorrer a evolução da doença para diversas formas clínicas: a) Intestinal - é a mais comumente encontrada. Pode ser assintomática ou caracterizada por diarréias repetidas, do tipo mucosanguinolentaou não. O fígado e o baçonão são palpáveis, embora exista, frequentemente, queixa de dor abdominal no hipocôndrio direito. b) Hepatointestinal- na forma hepatointestinal, os sintomas intestinais são semelhantes aos descritos para a forma intestinal, sendo, porém, mais frequentes os casos com diarréia e epigastralgia. O fígado encontra-se aumentado de volume e, na palpação, pode serpercebida a presença de nodulações grosseiras de tamanhos variáveis, causadas poráreas de fibrose do tecido hepático. O baço não é palpável. c) Hepatoesplênica - a forma hepatoesplênica pode apresentar-se em três estágios: compensada, descompensada e complicada. O estado geral do paciente fica comprometido. O fígado e baço são palpáveis, o que caracteriza essa fase da doença. As lesões peculiares intra-hepáticas são, em número e extensão, suficientes para causar transtorno na circulação da veia porta. Há manifestação de algum grau de hipertensão, tanto que a esplenomegalia deve-se mais à congestão do baço que às lesões esquistossomóticaspropriamente ditas. Pode haver indícios da formação de circulação colateral e varizes e sofagianas. Gabarito letra C. Leptospirose A Leptospirose é uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro pode variar desde um processo inaparente até formas graves, com ALTALETALIDADE. A fase precoce da doença corresponde à maioria dos casos (90 a 95%) e, quando leve, é frequentemente diagnosticada como síndrome gripal, virose, influenza ou dengue. Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo Página 65 de 112

66 hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade, que pode chegar a 40%, nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. O agente etiológicoé a bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira. O principal reservatório é constituído pelos roedores sinantrópicos 6 das espécies Rattusnorvegicus(ratazana ou rato de esgoto), Rattusrattus(rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus(camundongo ou catita). Outros reservatórios de importância são: caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos. A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais infectados. A penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de lesões, da pele integra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. O contato com água e lama contaminadas demonstra a importância do elo hídrico na transmissão da doença ao homem. Outras modalidades de transmissão possíveis, porém com rara frequência, são: contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados, transmissão acidental em laboratórios e ingestão de água ou alimentos contaminados. A transmissão entre humanos e muito rara e de pouca relevância epidemiológica, podendo ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas infectadas. Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal e o sorovar envolvido. A leptospirose humana apresenta manifestações clínicas muito variáveis, com diferentes graus de severidade. As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes. Didaticamente, as apresentações clínicas da leptospirose foram divididas considerando as fases evolutivas da doença: fase precoce (fase leptospirêmica) e fase tardia(fase imune). 6 Espécies sinantrópicassão aquelas que vivem próximas às habitações humanas. Estes animaisaproximaram-se do homem devido à disponibilidade de alimento e abrigo, servindo-se de frestas em paredes e forros detelhado, ou mesmo objetos empilhados em quintais para se abrigar. A principal diferença entre os sinantrópicos e osanimais domésticos (gatos, cães, galinhas, vacas etc.), é que estes são criados em benefício do homem, servindo como companhia, produção de alimentos, entre outros. Já os sinantrópicos são geralmente indesejáveis, por poderem transmitir doenças, inutilizar ou destruir alimentos, ou sujar as residências. Entre eles estão ratos, pombos, baratas, mosquitos, entre outros. Página 66 de 112

67 A fase precoce da doença é caracterizada pela instalação abrupta de febre, comumente acompanhada de cefaleia e mialgia e, frequentemente, não pode ser diferenciada de outras causas de doenças febris agudas. Em aproximadamente 15% dos pacientes, a leptospirose progride para a fase tardia da doença, que e associada com manifestações mais graves e potencialmente letais. Fase precoce Na fase precoce também podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia, tosse seca, fotofobia, dor ocular e hemorragia conjuntival. Exantema ocorre em 10 a 20% dos pacientes e apresenta componentes de eritema macular, papular, urticariforme ou purpúrico, distribuídos no tronco ou região pré-tibial. Hepatomegalia, esplenomegalia e linfadenopatia podem ocorrer, mas são achados menos comuns (<20%). Esta fase tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar sequelas. É frequentemente diagnosticada como uma síndrome gripal, virose ou outras doenças que ocorrem na mesma época, como dengue ou influenza. Fase tardia Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que tipicamente iniciam-se após a primeira semana de doença, mas que pode ocorrer mais cedo, especialmente em pacientes com apresentações fulminantes. A manifestação clássica da leptospirose grave é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia rubinica, insuficiência renal aguda e hemorragias, mais comumente pulmonar. Entretanto, essas manifestações podem se apresentar concomitante ou isoladamente na fase tardia da doença. A síndrome de hemorragia pulmonar é caracterizada por lesão pulmonar aguda e sangramento pulmonar maciço e vem sendo cada vez mais reconhecida no Brasil como uma manifestação distinta e importante da leptospirose na fase tardia. Atenção! A manifestação clássica da leptospirose grave é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia rubinica, insuficiência renal aguda e hemorragias, mais comumente pulmonar. A icterícia é considerada um sinal característico e tipicamente apresenta uma tonalidade alaranjada muito intensa (icterícia rubinica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º dia da doença. A presença de icterícia é frequentemente usada para auxiliar no Página 67 de 112

68 diagnóstico da leptospirose, sendo um preditor de pior prognóstico, devido a sua associação com a síndrome de Weil. O comprometimento pulmonar da leptospirose se expressa com tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica e, ocasionalmente, dor torácica e cianose. A hemoptise franca denota extrema gravidade e pode ocorrer de forma súbita, levando a insuficiência respiratória síndrome da hemorragia pulmonar aguda e síndrome da angustia respiratória aguda (SARA) e óbito. A insuficiência renal aguda é uma importante complicação da fase tardia da leptospirose e ocorre em 16 a 40% dos pacientes. Outras manifestações frequentes na forma grave da leptospirose são: miocardite, acompanhada ou não de choque e arritmias, agravadas por distúrbios eletrolíticos; pancreatite; anemia e distúrbios neurológicos como confusão, delírio, alucinações e sinais de irritação meníngea. Atenção! Os casos da forma pulmonar grave da leptospirose podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, hemorragia maciça ou síndrome de angustia respiratória do adulto. Muitas vezes precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. O óbito pode ocorrer nas primeiras 24 horas de internação. O método de diagnóstico laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em que se encontra o paciente. Na fase precoce, as leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio de exame direto, de cultura em meios apropriados, inoculação em animais de laboratório ou detecção do DNA do microrganismo, pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). A cultura somente se finaliza (positiva ou negativa) após algumas semanas, o que garante apenas um diagnóstico retrospectivo. Na fase tardia, as leptospiras podem ser encontradas na urina, cultivadas ou inoculadas. No Brasil, os métodos sorológicos são consagradamente eleitos para o diagnóstico da Leptospirose. Os mais utilizados no país são o teste ELISA-IgM e a micro aglutinação (MAT). Esses exames deverão ser realizados pelos Lacens, pertencentes à Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Publica. O tratamento (antibioticoterapia) está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia parece ser maior na primeira semana do início dos sintomas. A leptospirose apresenta distribuição universal. No Brasil, é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de Página 68 de 112

69 baixa renda, as condições inadequadas de saneamento e a alta infestação de roedores infectados. 28. (TCE-PI/FCC/2014) Na homepage do Coren Piauí constou a seguinte informação: Sesapi (Secretaria de Estado da Saúde) alerta para os riscos de doenças durante o período de chuvas. Uma das doenças característica desse período é a a) hepatite C: virose cuja principal transmissão é a via fecal oral b) leptospirose: causada pela espiroqueta Leptospira encontrada na urina dos ratos. c) febre tifoide: riquetsiose conhecida popularmente como tifo d) oncocercose: infecção fúngica sistêmica causada pela Onchocerca e) histoplasmose: infecção bacteriana de transmissão inter-humanos COMENTÁRIOS: A Leptospirose é uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro pode variar desde um processo inaparente até formas graves, com alta letalidade. A fase precoce da doença corresponde à maioria dos casos (90 a 95%) e, quando leve, é frequentemente diagnosticada como síndrome gripal, virose, influenza ou dengue. Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade, que pode chegar a 40%, nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. O agente etiológico é a bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira. O principal reservatório é constituído pelos roedores sinantrópicos das espécies Rattusnorvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattusrattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). Outros reservatórios de importância são: caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos. A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais infectados. A penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de lesões, da pele integra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. O contato com água e lama contaminadas demonstra a importância do elo hídrico na transmissão da doença ao homem. Outras modalidades de transmissão possíveis, Página 69 de 112

70 porém com rara frequência, são: contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados, transmissão acidental em laboratórios e ingestão de água ou alimentos contaminados. A transmissão entre humanos é muito rara e de pouca relevância epidemiológica, podendo ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas infectadas. Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal e o sorovar envolvido. A leptospirose apresenta distribuição universal. No Brasil, é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, as condições inadequadas de saneamento e a alta infestação de roedores infectados. Tendo visto isto, conclui-se que o gabarito da questão é a letra B. 29. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Sobre a doença Leptospirose, é correto afirmar que: a) os animais infectados apenas eliminam a leptospira na urina, em um período máximo de 6 meses a um ano. b) a icterícia é um sinal característico, possuindo uma tonalidade alaranjada muito intensa e geralmente aparece entre o 3 e o 7 dia da doença. c) a antibiótico terapia está indicada em qualquer período da doença, e a doxicilina deve ser utilizada em crianças menores de 9 anos, mulheres grávidas e em pacientes portadores de nefropatias ou hepatopatias. d) não é uma doença de notificação compulsória nacional. COMENTÁRIOS: Vamos avaliar os itens da questão: Item A. Incorreto. Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda uma vida, segundo a espécie animal e o sorovar envolvido. Item B. Correto. A icterícia é um sinal característico, possuindo uma tonalidade alaranjada muito intensa e geralmente aparece entre o 3 e o 7 dia da doença. Item C. Incorreto. A antibiótico terapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia parece ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. A Página 70 de 112

71 doxiciclina não deve ser utilizada em crianças menores de 9 anos, mulheres grávidas e em pacientes portadores de nefropatias ou hepatopatias. Item D. Incorreto. É uma doença de notificação compulsória no Brasil. Tanto a ocorrência de casos suspeitos isolados como a de surtos deve ser notificada, o mais rapidamente possível, para o desencadeamento das ações de vigilância epidemiológica e controle. Nesses termos, o gabarito é a letra B. Meningite O termo meningite expressa à ocorrência de um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro. Essa doença pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não infecciosos (ex.: traumatismo). As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. Dentre elas, destacam-se aquelas a seguir relatadas. Principais Agentes Causadores de Meningite Neisseriameningitidis (Meningococo) Streptococcuspneumoniae - Bactéria gram-negativa em forma de coco. Possui diversos sorogrupos, de acordo com o antígeno polissacarídeo da cápsula. Os mais frequentes são os sorogrupos A, B, C, W135 e Y. - Bactéria Gram-positiva com característica morfológica esférica (cocos), disposta aos pares. Mycobacterium tuberculosis Haemophilusinfluenzae Meningites virais - Bacilonão formador de esporos, sem flagelos e que não produz toxinas. É uma espécie aeróbica estrita, necessitando de oxigênio para crescer e se multiplicar. - Bactériagram-negativa que pode ser classificada, atualmente, em 6 sorotipos (a, b, c, d, e, f), a partir da diferença antigênica da cápsula polissacarídica. Representadas principalmente pelos enterovírus. Nesse grupo, estão incluídas as 3 cepas dos poliovírus, 28 cepas de echovírus, 23 cepas do vírus coxsackie A, 6 do vírus coxsackie B e 5 outros enterovírus. Em geral, a transmissão e de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato intimo (residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, comunicantes de creche ou escola, namorado) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente. Página 71 de 112

72 O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento precoces. No caso da doença meningocócica, a transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, isso ocorre após 24 horas de antibioticoterapia. A meningite é uma síndrome na qual, em geral, o quadro clínico é grave e caracteriza-se por febre, cefaleia intensa, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental, sinais de irritação meningea, acompanhados de alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR). No curso da doença, podem surgir delírio e coma. Dependendo do grau de comprometimento encefálico, o paciente poderá apresentar também convulsões, paralisias, tremores, transtornos pupilares, hipoacusia, ptose palpebral e nistagmo. Casos fulminantes, com sinais de choque, também podem ocorre. A irritação meningea associa-se aos sinais descritos abaixo: Sinal de Kernig - resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa e colocada em certo grau de flexão, relativamente ao tronco. Sinal de Brudzinski - flexão involuntária da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia, ao se tentar fletir a cabeça do paciente. Crianças de até 9 meses poderão não apresentar os sinais clássicos de irritação meningea. Nesse grupo, outros sinais e sintomas permitem a suspeita diagnóstica, tais como: febre, irritabilidade ou agitação, choro persistente, grito meningeo (criança grita ao ser manipulada, principalmente, quando se flete as pernas para trocar a fralda) e recusa alimentar, acompanhada ou não de vômitos, convulsões e abaulamento da fontanela. As infecções causadas pelas bactérias N. meningitidis, H. influenzae e S. pneumoniaepodem limitar-se a nasofaringe ou evoluir para septicemia ou meningite. A infecção pela N. meningitidis pode provocar meningite, meningococcemia e as duas formas clínicas associadas: meningite meningocócica com meningococcemia, a qual se denomina doença Meningocócica. A vigilância da doença meningocócica é de grande importância para a saúde pública em virtude da magnitude e gravidade da doença, bem como do potencial de causar epidemias. As principais complicações das meningites bacterianas são: perda da audição, distúrbio de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e distúrbios visuais. Página 72 de 112

73 Em se tratando de meningite bacteriana, o tratamento com antibiótico deve ser instituído tão logo seja possível, preferencialmente logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência. De um modo geral, a antibioticoterapia é administrada por via venosa por um período de 7 a 14 dias, ou até mais, dependendo da evolução clínica e do agente etiológico. A precocidade do tratamento e do diagnóstico é fator importante para o prognóstico satisfatório das meningites. As principais estratégias de prevenção e controle são as seguintes: Orientar a população sobre a importância da higiene corporal e ambiental, bem como a manutenção de ambientes domiciliares e ocupacionais ventilados e evitar aglomerados em ambientes fechados. Informar sobre os mecanismos de transmissão da doença. Capacitar profissionais de saúde para o diagnóstico e o tratamento precoces. Notificar todos os casos suspeitos às autoridades de saúde. Investigar imediatamente todos os casos notificados como meningite. Realizar, de forma adequada e em tempo hábil, a quimioprofilaxia dos contatos íntimos, quando indicada. Manter alta cobertura vacinal contra BCG e pentavalente (composta pela vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B recombinante e Haemophilusinfluenzaetipo b conjugada - DTP/HB/Hib 7 ), observando a importância da cobertura homogênea nos municípios. Detectar precocemente e investigar rapidamente situações que indiquem possibilidade de surto. Realizar a vacinação para bloqueio de surtos, quando indicada. Página 73 de 112

74 30. (MEAC e HUWC UFC/EBSERH/IAOCP/2014) Um paciente internado na Clínica médica é diagnosticado com meningite viral. Nesse caso, a enfermeira deve a) instituir o isolamento de aerossóis para paciente, até completar 72 horas de antibioticoterapia. b) instituir o isolamento de contato para paciente, até completar 24 horas de antibioticoterapia. c) instituir o isolamento de gotículas para paciente, até a alta hospitar. d) instituir o isolamento de gotículas para paciente, até completar 24 horas de antibioticoterapia. e) considerar que não é necessário o isolamento do paciente. COMENTÁRIOS: A meningite é causada por agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos), e agentes não infecciosos (ex: traumatismo). As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. Em geral, a transmissão é de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo (residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, comunicantes de creche ou escola, namorado) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente. O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento precoces. No caso da doença meningocócica, a transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, isso ocorre após 24 horas de antibioticoterapia. Tendo visto isto, conclui-se que o gabarito da questão é a letra D. Página 74 de 112

75 31. (Prefeitura do Rio-RJ/2013/IABAS-BIORIO/RP) Com relação à doença meningocócica, é correto afirmar que: a) o tratamento de escolha é composto pela associação da ceftriaxona com o cloranfenicol; b) a porta de entrada mais comum para o meningococo é a nasofaringe; c) o diagnóstico diferencial entre a meningite meningocócica e pneumocócica pode ser feito apenas pela avaliação clínica; d) o agente etiológico pode ser isolado do líquor e das lesões petequiais e visualizado como diplococos gram positivos à microscopia ótica; e) ceftriaxona é o antimicrobiano de escolha para a profilaxia dos contactantes. COMENTÁRIOS: De acordo com explanação teórica, vamos resolver a questão, com base nas diretrizes do Ministério da Saúde (disponível em Item A. Incorreto. O tratamento de escolha da meningite meningocócica é composto pela associação da penicilina cristalina, a UI/kg/dia, com dose máxima de UI/dia, IV, fracionada em 3/3 ou 4/4 horas, durante 7 a 10 dias; ampicilina, 200 a 400mg/kg/dia, ate no Maximo de 15g/dia, IV, fracionada em 4/4 ou 6/6 horas, durante 7 a 10 dias. Em casos de alergia, usar cloranfenicol, na dose de 50 a 100mg/kg/dia, IV, fracionada em 6/6 horas. Vejam que o tratamento de escolha não é composto pela associação da ceftriaxona com o cloranfenicol. Item B. Correto. Conforme dito anteriormente, a porta de entrada mais comum para o meningococo é a nasofaringe. Item C. Incorreto. O diagnóstico da meningite meningocócica é feito por meio do isolamento da N. meningitidisdo sangue ou no líquor. O líquido céfalo-raquidiano (LCR) pode se apresentar turvo, com cor leitosa ou xantocrômica. A bioquímica evidencia glicose e cloretos diminuídos (concentração de glicose inferior a 50% da glicemia, coletada simultaneamente ao líquor), proteinas elevadas (acima de 100mg/dl) e aumento do número de leucócitos, predominando polimorfonucleares neutrófilos. A contra-imunoeletroforese (CIE) e reagente, a bacterioscopia evidencia a presença de diplococos gram-negativos e a cultura evidencia o crescimento de N. meningitidis. Página 75 de 112

76 Portanto, o diagnóstico diferencial entre a meningite meningocócica e pneumocócica pode ser feito pela avaliação laboratorial, e não apenas pela avaliação clínica. Item D. Incorreto. O agente etiológico da meningite meningocócica pode ser isolado do líquor e do sangue e visualizado como diplococos gram negativos à microscopia ótica; Item E. Incorreto. A quimio profilaxiada meningite meningocócica feita em contatos íntimos do doente. A droga de escolha é a rifampicina, na dose de 600mg, VO, de 12/12 horas, durante 2 dias (dose máxima total de 2.400mg), para adultos. Crianças de 1 mês até 10 anos, administrar 10mg/kg/dose em 4 tomadas, com intervalos de 12/12 horas, sendo a dose máxima de 600mg. Recém-nascidos, 5mg/kg/dose, de 12/12 horas, em 4 tomadas (dose máxima de 600g). A quimioprofilaxia não garante proteção absoluta, mas ajuda a prevenir a ocorrência de casos secundários. Neste sentido, a rifam picina, e não a Ceftriaxona, é o antimicrobiano de escolha para a profilaxia dos contactantes. Constatamos que o gabarito da questão é a B. Malária A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium, caracterizada por febre alta acompanhada de calafrios, suores e cefaléia, que ocorrem em padrões cíclicos, a depender da espécie do parasito infectante. Possui uma fase sintomática inicial, caracterizada por mal-estar, cefaléia, cansaço, mialgia, náuseas e vômitos, que geralmente precede à clássica febre da malária. O ataque paroxístico inicia-se com calafrio que dura de 15 minutos até uma hora, sendo seguido por uma fase febril, com temperatura corpórea podendo atingir 41 C ou mais. Após um período de duas a seis horas, ocorre defervecência da febre e o paciente apresenta sudorese profusa e fraqueza intensa. Após a fase inicial, a febre assume um caráter intermitente, dependente do tempo de duração dos ciclos eritrocíticos de cada espécie de plasmódio: 48 horas para Plasmodiumfalciparum P. falciparum) e Plasmodiumvivax (P. vivax) - e 72 horas para Plasmodiummalariae (P. Malariae). Página 76 de 112

77 No Brasil, trêses pécies de Plasmodium causam malária: P. malariae, P. vivaxe P. Falciparum. Os principais vetores da malária são os mosquitos pertencentes à ordem dos dípteros, família Culicidae, gênero Anopheles. A espécie Anopheles dar lingié o principal vetor no Brasil, destacando-se na transmissão da doença pela distribuição geográfica, antropofilia e capacidade de ser infectado por diferentes espécies de plasmódios. Popularmente, os vetores da malária são conhecidos por "carapanã", "muriçoca", "sovela", "mosquito-prego" e "bicuda". O homem é o único reservatório importante da malária. A transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo plasmodium. Os esporozoítos, formas infectantes do parasito, são inoculados na pele do homem sadio por meio da saliva da fêmea do Anophele sinfectada por Plasmodium. A fêmea é infectada ao sugar o sangue de uma pessoa doente. Não há transmissão direta da doença de pessoa a pessoa. Adultos não imunes, bem como crianças e gestantes, podem apresentar manifestações mais graves da infecção (complicações), podendo ser fatal no caso de P. Falciparumem cerca de 1% dos casos. É inquestionável hoje que o principal fator determinante das complicações na malária por P. falciparum principalmente de adultos não imunes é o atraso de seu diagnóstico e a postergação da terapêutica específica. Infecções por P. vivax e P. malariae são geralmente benignas e os raros casos relatados de morte por essas espécies ocorreram em função de complicações peculiares como a ruptura espontânea do baço ou concomitância com outra entidade patológica de evolução fatal. O diagnóstico de certeza da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente. Gota espessa é o método oficialmente utilizado no Brasil para o diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas para o diagnóstico da malária ocorrido nas últimas décadas, o exame da gota espessa de sangue continua sendo um método simples, eficaz, de baixo custo e de fácil realização. O tratamento da malária visa principalmente a interrupção da esquizogoniasanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção. O tratamento adequado e oportuno da malária é hoje o principal alicerce para o controle da doença. A decisão de como tratar o paciente com malária deve ser precedida de informações sobre os seguintes aspectos: gravidade da doença; espécie de Página 77 de 112

78 plasmódio; idade do paciente; história de exposição anterior à infecção e suscetibilidade dos parasitos aos antimaláricos convencionais. Toda suspeição de malária deve ser notificada às autoridades de saúde, tanto na área endêmica, pelo Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (Sivep-Malária), quanto na área não endêmica, pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Notificação da malária: área endêmica (Sivep-Malária) e área não endêmica (Sinan). Os principais objetivos do Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM) do Ministério da Saúde são reduzir a letalidade e a gravidade dos casos, reduzir a incidência da doença, eliminar a transmissão em áreas urbanas e manter a ausência da doença em locais onde a transmissão já foi interrompida. O quadro epidemiológico da malária no Brasil é preocupante nos dias atuais. Embora em declínio, o número absoluto de casos no ano de 2008 ainda foi superior a pacientes em todo o país. Desses, 99,9% foram transmitidos nos Estados da Amazônia Legal, sendo o Plasmodiumvivaxa espécie causadora de quase 90% dos casos. No entanto, a transmissão do P. falciparum, sabidamente responsável pela forma grave e letal da doença, tem apresentado redução importante nos últimos anos. 32. (Prefeitura de Cambé-PR/FUNTEF-PR/2014)Malária é uma doença infecciosa febril aguda, mais conhecida como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre e tem como reservatório a) os suínos, os equinos, as focas e as aves. b) a natureza: em solos, sedimentos de lagos e mares. c) o homem, único reservatório. d) os cães. e) os gados. COMENTÁRIOS: Malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium, caracterizada por febre alta acompanhada de calafrios, suores e cefaléia, que ocorrem em padrões cíclicos, a depender da espécie do parasito infectante. É muito conhecida como paludismo, impaludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares, como maleita, sezão, tremedeira, batedeira. Página 78 de 112

79 No Brasil, três espécies de Plasmodium causam malária: P. malariae, P. vivax e P. falciparum. A malária por Plasmodium ovale (P. ovale) ocorre apenas no continente africano. Entretanto, ocasionalmente pode ser diagnosticado no Brasil casos importados, devendo ser tratado da mesma forma que a malária por P. vivax. O homem é o único reservatório importante. Nesses termos, o gabarito é a letra C. 33. (Prefeitura de Machadinho D Oeste-RO/FUNCAB/2012) São medidas de controle da Malária: a) orientação à população quanto à doença, ao uso de repelentes, cortinados ou mosquiteiros, roupas protetoras, telas em portas e janelas; investigação entomológica. b) verificar a extensão da presença de carrapatos na área e instruir a população sobre a necessidade da retirada dos mesmos nos indivíduos infestados (com luvas), já que a doença parece ocorrer com maior frequência em indivíduos que permanecem com o vetor no corpo por mais de 6 horas. c) controle de roedores (antirratização e desratização); armazenamento apropriado de alimentos; destino adequado do lixo; cuidados com a higiene; remoção e destino adequado de resíduos alimentares humanos e animais; manutenção de terrenos baldios murados e livres de mato e entulhos. d) educação da população quanto às boas práticas de higiene, com ênfase na lavagem das mãos após o uso do banheiro, quando da preparação de alimentos e antes de se alimentar; disposição sanitária de fezes; medidas de saneamento básico, com água tratada e esgoto. e) manutenção do controle rigoroso da qualidade dos hemoderivados transfundidos, por meio de triagem sorológica dos doadores. COMENTÁRIOS: De acordo com o Cadernos de Atenção Básica n 21. Vigilância em Saúde (2008) são medidas a serem adotadas no controle da malária: orientação à população quanto à doença, uso de repelentes, cortinados, mosquiteiros, roupas protetoras, telas em portas e janelas; investigação entomológica. Por isso, o gabarito é a letra A. Página 79 de 112

80 34. (Assembleia Legislativa do Amazonas-AM/ISAE/2011/RP) O Art. n. 30 do Código de Ética afirma que é proibido administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade de riscos. Partindo dessa premissa e de acordo com o Guia prático de tratamento da Malária no Brasil, 2010, os procedimentos a serem adotados no tratamento de uma paciente com malária devem ser precedidos das informações relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. a) A espécie de plasmódio infectante, pela especificidade dos esquemas terapêuticos a serem utilizados. b) A idade da paciente, pela maior toxicidade em adultos jovens. c) O histórico de exposição anterior à infecção, uma vez que indivíduos primoinfectados tendem a apresentar formas mais graves da doença. d) As condições associadas, tais como gravidez, e o levantamento de outros problemas de saúde. e) A gravidade da doença, pela necessidade de hospitalização e de tratamento com esquemas especiais de antimaláricos. COMENTÁRIOS: A decisão de como tratar o paciente com malária deve ser precedida de informações sobre os seguintes aspectos: espécie de plasmódio infectante, pela especificidade dos esquemas terapêuticos a serem utilizados; idade do paciente, pela maior toxicidade para crianças e idosos, e não em adultos jovens isso é lógico, pois a faixa etária mais forte é a de adultos jovens; história de exposição anterior a infecção uma vez que indivíduos primoinfectados tendem a apresentar formas mais graves da doença; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; gravidade da doença, pela necessidade de hospitalização e de tratamento com esquemas especiais de antimaláricos. Nessa tela, o gabarito é a letra B. Página 80 de 112

81 Tétanos, Difteria 35. (IF-SC/2013/RP) Doença respiratória infectocontagiosa grave, causada por um bacilo que se instala nas amídalas, faringe, laringe, nariz e, em alguns casos, nas mucosas e na pele. O período de incubação costuma durar em torno de um a seis dias, altamente transmissível mediante contato direto, através de gotículas eliminadas pela tosse, pelo espirro e ao falar, ou pelo contato com as lesões cutâneas: a) Tétano b) Coqueluche c) Sarampo d) Parotidite e) Difteria COMENTÁRIOS: Item A. Tétano acidental é uma doença infecciosa aguda não contagiosa, causada pela ação de exotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani, as quais provocam um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central. Clinicamente, a doença manifesta-se com febre baixa ou ausente, hipertonia muscular mantida, hiperreflexia e espasmos ou contraturas paroxísticas. Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido. A infecção ocorre pela introdução de esporos em solução de continuidade da pele e mucosas (ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza). Em condições favoráveis de anaerobiose, os esporos se transformam em formas vegetativas, que são responsáveis pela produção de tetanopasminas. A presença de tecidos desvitalizados, corpos estranhos, isquemia e infecção contribuem para diminuir o potencial de oxirredução e, assim, estabelecer as condições favoráveis ao desenvolvimento do bacilo. A principal forma de prevenção é a administração da vacina pentavalente (composta pela vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B recombinante e Haemophilusinfluenzae tipo b conjugada - DTP/HB/Hib), DTP e dt 8 ). Item B. Coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Ocorre sob as formas 8 Maiores detalhares, ver aula sobre imunização. Página 81 de 112

82 endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até em morte. O agente etiológico (causador) é a bactéria Bordetellapertussis. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. O período de encubação é, em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e, raramente, até 42 dias. A principal forma de prevenção é a administração da vacina pentavalente (composta pela vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B recombinante e Haemophilusinfluenzae tipo b conjugada - DTP/HB/Hib). Item C. Sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância. A viremia, causada pela infecção, provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos e proteínas, gerando o quadro espoliante característico da infecção. Além disso, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de 1 ano de idade. O agente etiológico é o vírus do sarampo pertence ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae. É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O período de encubação é geralmente de 10 dias (variando de 7 a 18 dias), desde a data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema. A principal forma de prevenção é a administração da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Item D. Parotidite infecciosa (papeira, caxumba) é uma doença viral aguda, caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou submandibulares. O agente etiológico é vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus. A transmissão ocorre por via aérea, através disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. O período de encubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. Página 82 de 112

83 A principal forma de prevenção é a administração da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Item E. Difteria é uma doença transmissível aguda, toxiinfecciosa, imunoprevenível, causada por bacilo toxigênico, que frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É caracterizada por placas pseudomembranosas típicas. O agente etiológico é a bactéria Corynebacteriumdiphtheriae. A transmissão se dá pelo contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. O período de encubação é, em geral, de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. A principal forma de prevenção é a administração da vacina pentavalente(composta pela vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B recombinante e Haemophilusinfluenzaetipo b conjugada - DTP/HB/Hib. A partir dos comentários, verificamos que o gabarito é a letra E. DST/AIDS O atendimento imediato de uma DST não é apenas uma ação curativa; é também uma ação preventiva da transmissão e do surgimento de outras complicações. Ao agendar a consulta para outro dia, pode ocorrer o desaparecimento dos sintomas desestimulando a busca por tratamento. Como consequência, a infecção pode evoluir para formas crônicas graves e se mantém a transmissão. A espera em longas filas, o agendamento para nova data, a falta de medicamentos e a discriminação e/ou falta de confidencialidade são fatores que induzem à busca de resolução fora do sistema formal de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento de pacientes com DST tem os seguintes objetivos: interromper a cadeia de transmissão da forma mais efetiva e imediata possível, evitar as complicações advindas das DST assim como a transmissão do HIV, a regressão imediata dos sintomas. Neste sentido, o manual traz orientações de como o profissional de saúde deve proceder diante de determinadas situações. Para propiciar o diagnóstico precoce e tratamento imediato, propõe-se o uso de abordagem sindrômica, que se baseia em fluxogramas de conduta para um conjunto de doenças: úlcera genital (sífilis, cancro mole, donovanose e herpes genital) corrimento Página 83 de 112

84 uretral (clamídia e gonorreia), corrimento vaginal e cervicite (clamídia, gonorreia, vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase) e dor pélvica. Clamídia e gonorreia (corrimento uretral) são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Vejamos abaixo os esquemas de tratamento dessas doenças: CLAMÍDIA GONORRÉIA Azitromicina1 g, VO, em dose única;ou Ciprofloxacina500 mg, VO, dose única Doxiciclina100 mg, VO, de 12/12 horas, (contraindicado em menores de 18 anos e em durante 7 dias (contraindicado para gestantes/nutrizes); ou gestantes, nutrizes e crianças menores de 10 Ceftriaxona250 mg, IM, dose única; ou anos); ou Cefixima400 mg, VO, dose única; ou Eritromicina (estearato/estolato) 500 mg, VO, Ofloxacina400 mg, VO, dose única (contraindicado de 6/6 horas, durante 7 dias. em menores de 18 anos e em gestantes/nutrizes). 36. (HU-UFPI/EBSERH/IADES/2013) Sintomas como presença de feridas na região genital (uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por bolhas pequenas, acompanhadas ou não por ínguas nas virilhas podem ser diagnóstico de a) sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo. b) sifílis, cancro mole, gonorreia ou clamídia. c) infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo. d) tricimoníase, gonorreia ou clamídia. e) sífilis, cancro mole, herpes genital ou infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Página 84 de 112

85 COMENTÁRIOS: Vejamos cada uma das doenças isoladamente para melhor compreensão do conteúdo: Sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. A Sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis. Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. As feridas e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. Cancro mole também é chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é cavalo. Doença transmitida sexualmente, provocada pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil. Doença muito contagiosa que tem como período de incubação de 3 a 5 dias podendo chegar a 14 dias, e é a causa mais comum de úlceras genitais em todo o mundo. Herpes genital é uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas ou úlceras. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero). Essa doença é caracterizada pelo Página 85 de 112

86 surgimento de pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecem espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas. Donovanose também chamado de Granuloma Inguinal ou Granuloma Venéreo, doença causada pela bactéria Calymmatobacteriumgranulomatis (Klebsiellagranulomatis, Donovaniagranulomatis) transmitida, provavelmente por contato direto com lesões, durante a atividade sexual. Surgem lesões nos órgãos genitais que lentamente se transforma em feridas ou úlceras indolores ou caroço vermelho. Afeta a pele e mucosas da genitália, ânus e virilha. Linfogranuloma venéreo é uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydiatrachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha. É uma doença bacteriana sexualmente transmissível, caracterizada pelo envolvimento do sistema linfático, tendo como processos básicos a trombolinfangite e perilinfangite. A evolução clínica apresenta-se em 3 fases: primeira, no local de penetração do agente etiológico ocorre o aparecimento de papulas, vesícula (úlceras), pústula ou erosão fugaz e indolor, no homem, acomete o sulco balonoprepucial, o prepúcio ou meato uretral; na mulher, acomete fúrcula cervical, clitóris, pequenos e grandes lábios; na segunda fase: caracteriza-se por adenite inguinal, geralmente unilateral, firme e pouco dolorosa (bubão), que pode ser acompanhada de febre e mal-estar; na terceira fase - quando ha drenagem de material purulento por vários orifícios no bubão, com ou sem sangue, que, ao involuir, deixa cicatrizes retraídas ou queloides. Gonorreia tambémconhecida como blenorragia, infecta principalmente o canal uretral, nos homens, normalmente sintomáticos. Tem como agente etiológico a NeisseriaGonorrhoea e apresenta evoluções clínicas diferentes. Quando não tratada a gonorreia pode atingir outros órgãos, no homem, podem chegar aos testículos e o epidídimo acarretando ou não em infertilidade; nas mulheres, pode chegar ao útero, às trompas e aos ovários e provocar um processo. Clamídia doença sexualmente transmissível (DST) de maior prevalência no mundo. Ela é causada pela bactéria Chlamydiatrachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe para o feto na passagem pelo canal do parto. A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas pode acometer a Página 86 de 112

87 região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares. A infecção pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, são parecidos nos dois sexos: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções, presença de secreção fluida. As mulheres podem apresentar, ainda, perda de sangue nos intervalos do período menstrual e dor no baixo ventre. HPV (Condiloma acuminado) conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas. Tricomoníase é uma protozoose causada pelo Trichomonas vaginalis, que desencadeia uma ampla variedade de manifestações clínicas, podendo estar associada à transmissão do vírus da imunodeficiência humana, câncer cervical, infertilidade, entre outros. A via primária de transmissão é pelo contato sexual. Apresenta formas diferentes de afecção, sendo normalmente assintomática no homem. Porém quando sintomática apresenta: queimação após a micção ou ejaculação, coceira na uretra, corrimento leve uretral. Na mulher apresenta: desconforto na relação sexual, coceira na parte interna das coxas, corrimento vaginal, prurido vaginal, odor e coceira na vulva ou inchaço dos lábios. Vamos analisar os itens da questão, destacando em vermelho os erros presentes nas alternativas: Item A. Correto. Sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo. Item B. Incorreto. Sífílis, cancro mole, gonorreia ou clamídia. Item C. Incorreto. Infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo. Item D. Incorreto. tricimoníase, gonorreia ou clamídia. Item E. Incorreto. Sífilis, cancro mole, herpes genital ou infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Visto isto, concluímos que o gabarito da questão é letra A. Página 87 de 112

88 Hepatites Virais 37. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Para Hepatite C, a janela imunológica compreende o período entre o indivíduo se expor a uma fonte de infecção e apresentar o marcador sorológico anti-hcv, que pode variar de: a) 49 a 70 dias. b) 7 a 15 dias. c) 90 a 180 dias. d) 15 a 30 dias. e) 26 a 59 dias. COMENTÁRIOS: As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes vírus hepatotrópicos que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Possuem distribuição universal e observam-se diferenças regionais na ocorrência e magnitude destas em todo mundo, variando, de acordo com o agente etiológico. Tem grande importância para a saúde publica em virtude do numero de indivíduos acometidos e das complicações resultantes das formas agudas e crônicas da infecção. Do ponto de vista clinico e epidemiológico os agentes etiológicos mais relevantes são os vírus A, B, C, D e E. O conceito de janela imunológica é o período compreendido entre a exposição a uma fonte de infecção e o aparecimento de um marcador sorológico. Vejamos na tabela abaixo a janela imunológica das hepatites B e C. Tipos Janela imunológica Janela imunológica Hepatite (testes sorológicos) (testes de biologia molecular) HBV 30 a 60 dias 25 dias HCV 33 a 129 dias (ELISA 2ª geração) 22 dias 49 a 70 dias (ELISA 3ª geração) Fonte: Hepatites Virais: o Brasil está atendo (Ministério da Saúde, 2008) 9. Com base nos dados apresentados na tabela acima, verificamos que o tempo da janela imunológica do vírus da hepatite C pode variar, dependendo do teste realizado. Para o ELISA 2ª geração, é de 33 a 129 dias, enquanto que para o ELISA 3ª geração, é 9 Os dados apresentados podem variar, a depender da fonte consultada. Página 88 de 112

89 de 49 a 70 dias. A AOCP apontou a letra A como gabarito da questão adotando o parâmetro ELISA 3ª geração. Todavia, a questão deveria ter sido anulada, pois existem diversos parâmetros de tempo da janela, e não apenas o indicado na letra A. 38. (EBSERH HU-UFC/IAOCP/2014) As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes e importantes particularidades. Sobre as Hepatites, assinale a alternativa INCORRETA. a) A principal via de contágio do vírus da hepatite A (HBA) é a fecal-oral; por contato inter-humano ou através de água e alimentos contaminados. b) Na hepatite A, a doença é autolimitada e de caráter benigno. c) A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz por via parenteral, e, sobretudo, pela via sexual, sendo considerada doença sexualmente transmissível. A transmissão vertical (materno-infantil) também é causa frequente de disseminação do vírus. d) O vírus da hepatite C é o principal agente etiológico da hepatite crônica. Sua transmissão ocorre principalmente por via oral-fecal. Em percentual significativo de casos, não é possível identificar a via de infecção. A transmissão sexual é pouco frequente. e) O vírus da hepatite E (HEV) é de transmissão fecal-oral. Essa via de transmissão favorece a disseminação da infecção nos países em desenvolvimento onde a contaminação dos reservatórios de água perpetua a doença. COMENTÁRIOS: O vírus da hepatite C é o principal agente etiológico da hepatite crônica. Sua transmissão ocorre principalmente por via sanguínea, e não oral-fecal. Por isso, a alternativa incorreta é a letra D. Página 89 de 112

90 HIV/AIDS 39. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Em relação à fase aguda da infecção causada pelo HIV, assinale a alternativa correta. a) Certas neoplasias são mais frequentes nesta fase, entre elas: sarcoma de Kaposi, linfomas não-hodgkin, neoplasias intraepiteliais anal e cervical. b) Uma vez instalada a AIDS, as pessoas portadoras do HIV apresentam sinais e sintomas de processos oportunistas. c) Também conhecida como fase assintomática, o estado clínico básico é mínimo ou inexistente. d) As manifestações clínicas podem variar desde quadro gripal até uma síndrome, que se assemelha à mononucleose. e) A história natural da infecção aguda caracteriza-se tanto por viremia baixa quanto por resposta imune suprimida. COMENTÁRIOS: Em regra, as fases da infecção pelo vírus do HIV-1 são as seguintes: 1. Infecção aguda (duração de aproximadamente 4 meses). 2. Fase assintomática, também conhecida como latência clínica (pode durar muitos anos, em média de 6 anos). 3. Fase sintomática inicial ou precoce. 4. Aids(doença instalada, acorre aproximadamente após 10 anos, caso não seja tratado adequadamente). Infecção Aguda A infecção aguda é definida como as primeiras semanas da infecção pelo HIV, até o aparecimento dos anticorpos anti-hiv (soroconversão), que costuma ocorrer em torno da quarta semana após a infecção. Nessa fase, bilhões de partículas virais são produzidas diariamente, a viremia plasmática alcança níveis elevados e o indivíduo torna-se altamente infectante. Os principais achados clínicos da fase aguda do HIV-1 (denominada Síndrome Retroviral Aguda SRA) incluem febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia. A SRA pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo principalmente as cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. Podem ocorrer, ainda, esplenomegalia, letargia, Página 90 de 112

91 astenia, anorexia e depressão. Alguns pacientes desenvolvem exantema de curta duração após o início da febre (frequentemente inferior a três dias), afetando geralmente a face, pescoço e/ou tórax superior, mas podendo se disseminar para braços, pernas, regiões palmares e plantares. Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais podem estar presentes. Entretanto, o comprometimento do fígado e do pâncreas é raro na SRA. Cefaleia e dor ocular são as manifestações neurológicas mais comuns, mas pode ocorrer também quadro de meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do nervo facial ou síndrome de Guillan-Barre. A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a quatro semanas. Os sinais e sintomas que caracterizam a SRA, por serem muito semelhantes aos de outras infecções virais, são habitualmente atribuídos a outra etiologia e a infecção pelo HIV comumente deixa de ser diagnosticada. A sorologia para a infecção pelo HIV é geralmente negativa nessa fase (janela imunológica), mas o diagnóstico pode ser realizado com a utilização de métodos moleculares para a detecção de RNA do HIV. Atenção! A janela imunológica, também chamada de janela biológica, é o tempocompreendido entre a aquisição da infecção e a soro conversão. O tempo decorrido para que a sorologia anti-hiv torne-se positiva é de 6 a 12 semanas após a aquisição do vírus, com o período médio de aproximadamente 2 meses. O tempo entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e sintomas, na fase aguda, é de 5 a 30dias. Latência clínica e fase sintomática Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, exceto pela linfa denopatia, que pode persistir após a infecção aguda. A presença de linfa denopatia generalizada persistente é frequente e seu diagnóstico diferencial inclui doenças linfo proliferativas e tuberculose ganglionar. Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais, sendo a plaquetopenia um achado comum, embora sem repercussão clínica na maioria dos casos. Além disso, anemia (normocrômica e normocítica) e leucopenia leves podem estar presentes. Página 91 de 112

92 Enquanto a contagem de linfócitos T-CD4 + (LT-CD4+) permanece acima de 350 células/mm 3, os episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, como as infecções respiratórias ou mesmo tuberculose, incluindo a forma pulmonar cavitária. Com a progressão da infecção, apresentações atípicas das infecções, resposta tardia a antibiótico terapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser observadas. À medida que a infecção progride, os sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa, tornam-se mais frequentes, além de herpes-zoster. Nesse período, já é possível encontrar diminuição na contagem de LT- CD4+,situada entre 200 e 300células/mm 3. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a unidades. A candidíase oral é um marcador clínico precoce de imunodepressão grave, e foi associada ao subsequente desenvolvimento de pneumonia por P. jirovecii. Diarreia crônica e febre de origem indeterminada, bem como leucoplasia oral pilosa, também são preditores de evolução para aids. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida O aparecimento de infecções oportunistas é neoplasias e definidor da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids). Entre as infecções oportunistas destacam-se: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptococica e retinite por citomegalovirus. As neoplasias mais comuns são sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres jovens. Nessas situações, a contagem de LT- CD4+ está abaixo de 200 células/mm3, na maioria das vezes. Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar doenças por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia, nefropatia e neuropatias que podem estar presentes durante toda a evolução da infecção pelo HIV-1. Após exposição inicial do conteúdo, vamos analisar cada item da questão: Item A. Incorreto. Certas neoplasias são mais frequentes nesta fase, entre elas: sarcoma de Kaposi, linfomas não-hodgkin, neoplasias intraepiteliais anal e cervical. Essa alternativa se refere à fase da Síndrome da imunodeficiência humana AIDS. Página 92 de 112

93 Item B. Incorreto. Uma vez instalada a AIDS, as pessoas portadoras do HIV apresentam sinais e sintomas de processos oportunistas. Fase da Síndrome da imunodeficiência humana AIDS. Item C. Incorreto. Também conhecida como fase assintomática, o estado clínico básico é mínimo ou inexistente. Fase de latência. Item D. Correto. As manifestações clínicas podem variar desde quadro gripal até uma síndrome, que se assemelha à mononucleose. Fase aguda. Item E. Incorreto. A história natural da infecção aguda caracteriza-se tanto por viremia baixa quanto por resposta imune suprimida. Fase sintomática. Dessa forma, o gabarito da questão é a letra D. 40. (HU-UFSM/EBSERH/AOCP/2014) Em relação às pessoas em uso da terapia antiretroviral (TARV), algumas alterações anatômicas passaram a ser descritas no final dos anos 90. Em especial, uma alteração caracterizada por alterações de gordura corporal, que denomina-se a) atrofias. b) gonadotrofias. c) lipodistrofia. d) adenodistrofias. e) hipertrofias. COMENTÁRIOS: Dispomos hoje de três classes de drogas para o tratamento anti-hiv: os inibidores de transcriptase reversa, que agem no processo de replicação viral por meio do bloqueio da enzima transcriptase reversa responsável pela conversão do RNA viral em DNA estes podem ser substâncias núcleosideas e não núcleosídeas; os inibidores de protease tem sua ação inibindo enzimas do tipo protease responsáveis pela clivagem das cadeias proteicas produzidas pela célula infectada que dará origem as partículas formadoras de outros vírus; e o inibidor de fusão, também conhecido como T20, trata-se de inibidor do rearranjo estrutural, ele se liga especificamente à proteína gp 41 do vírus HIV bloqueando a entrada do vírus na célula, pois agora não há um reconhecimento na membrana celular do infectado. A partir de 1998 uma série de alterações anatômicas e metabólicas passaram a ser descritas nos pacientes portadores de HIV/Aids, particularmente naqueles em uso da terapia anti-retroviral de alta eficácia (HAART). Estas alterações foram descritas de Página 93 de 112

94 maneira genérica como lipodistrofia e/ou síndrome lipodistrófica. As alterações anatômicas compreendem uma lipoatrofia na região da face, membros superiores e inferiores e uma proeminência das veias superficiais associado ou não a um acúmulo de gorduras na região do abdômen, região cervical (gibas) e nas mamas. A lipodistrofia é uma alteração na distribuição de gordura do organismo com concentração de gordura na barriga, costas, pescoço e nuca (giba) e perda de gordura nos braços, pernas, nádegas e face. Além disso, está se chegando a um consenso de que a lipodistrofia é a mistura de várias modificações também no funcionamento do organismo (alterações metabólicas), como o aumento do colesterol e dos triglicérides, elevando o risco de problemas cardíacos e resistência à insulina, o que pode causar a diabetes. Algumas pessoas sentem dores no corpo, em especial nos músculos, por causa do aumento do ácido lático. Nesses termos, o gabarito da questão é a letra C. Página 94 de 112

95 LISTA DE QUESTÕES 1. (EBSERH/HU-UFC/IAOCP/2014) No Brasil, apesar da redução drástica no número de casos, a hanseníase ainda se constitui em um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva. Com relação a essa doença, assinale a alternativa INCORRETA. a) É uma doença não-contagiosa, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. b) O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades. c) É uma doença curável, e quanto mais precocemente diagnostica e tratada mais rapidamente se cura o paciente. d) É causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório. e) O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados. 2. (EBSERH/HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) Ainda falando sobre a Hanseníase, a mesma pode ser diagnosticada através do exame clínico do paciente, no entanto o diagnóstico laboratorial é: a) a tomografia. b) a baciloscopia. c) a ressonância magnética. d) o raio X de face. e) a avaliação das plaquetas. 3. (HU-UFPI/EBSERH/IADES/2013) As formas de manifestação clínica da hanseníase são quatro: indeterminada, tuberculóide, virchowiana e dimorfa. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a forma virchowiana da doença. a) Caracteriza-se clinicamente por manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração de sensibilidade. Página 95 de 112

96 b) Caracteriza-se clinicamente pela disseminação de lesões de pele, que podem ser eritematosas, infiltrativas, de limites imprecisos, brilhantes e de distribuição simétrica. c) Caracteriza-se clinicamente por lesões em placa na pele, com bordas bem delimitadas, eritematosas, ou por manchas hipocrômicas nítidas, bem definida. d) Clinicamente oscila entre as manifestações da forma tuberculoide e as da forma indeterminada. Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo, e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. e) Caracteriza-se por lesões bem delimitadas, hipercoradas, geralmente localizadas nas extremidades. 4. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Sobre a Tuberculose (TB), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. ( ) Para fins de busca ativa, Sintomáticos Respiratórios (SR) são considerados os indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a uma semana. ( ) O local indicado para identificar os Sintomáticos Respiratórios (SR) é a Estratégia Saúde da Família, por isso, não é necessário a busca ativa de casos em Hospitais Gerais. ( ) Somente para os casos de tuberculose multiresistente ou não pulmonar deve se realizar o tratamento diretamente observado. ( ) O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão. a) F V F V. b) V V F F. c) F F V V. d) F F F V. e) V F V F. 5. (FUMUSA/CAIPIMES/2014) Considerando a Tuberculose, o método prioritário, que permite identificar o doente bacilífero é: a) o exame radiológico b) a prova tuberculínica c) a cultura de escarro d) a baciloscopia direta do escarro Página 96 de 112

97 6. (IBC-RJ/AOCP/2013) Sobre a Dengue, é correto afirmar que a) o macho do Aedes aegypti costuma picar as pessoas durante a noite, para viabilizar a maturação dos ovos. b) uma das formas de transmissão é pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia. c) a transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano, chamado período de viremia. d) o período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um extrínseco, que ocorre no ser humano, e outro intrínseco, que ocorre no vetor. e) a dengue é uma doença benigna que não evolui para quadros mais graves, por isso o tratamento é sintomático com analgésicos e antitérmicos. 7. (Universidade Federal Fluminense-UFF/UFF-COSEAC/2014) A prova do laço é importante para a triagem do paciente suspeito de dengue, portanto deve ser realizada obrigatoriamente. Em crianças, a prova do laço é positiva quando: a) estando o manguito insuflado na pressão máxima, durante 5 minutos, surgem petéquias em todo o antebraço da criança. b) após garroteamento de um dos membros superiores, for visualizada presença de equimose. c) o valor médio da pressão sístole e diastólica for menor que 60. d) em área de aproximadamente 2,5 cm x 2,5 cm no antebraço da criança, contaremse 10 petéquias. e) após o desaparecimento da febre, houver queda abrupta de plaquetas. 8. (HUWC UFC/EBSERH/MEAC/IAOCP/2014) A febre amarela é uma doença característica de algumas regiões como América Central, América do Sul e África. Típica de locais quentes, que favorecem a proliferação dos mosquitos contaminados pelo flavivírus. Com relação à vacinação contra febre amarela, é correto afirmar que: a) deve ser administrada aos dez meses de idade e a cada dez anos. b) deve ser administrada aos nove meses de idade e aos dez anos, sendo periódica. c) deve ser administrada aos dez meses de idade e aos dez anos. d) deve ser administrada aos doze meses de idade e a cada dez anos, sendo periódica. e) deve ser administrada aos seis meses de idade e a cada dez anos. Página 97 de 112

98 9. (Prefeitura de Mogi das Cruzes-SP/CAIPIMES/2014) A Febre Amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e gravidade variável. Pode apresentar-se como infecção subclínica e/ ou leve, até formas mais graves. Complete com (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa correta. ( ) É uma doença de notificação compulsória e sua investigação epidemiológica é obrigatória em todos os casos. ( ) O objetivo das ações da vigilância epidemiológica é reduzir a incidência de Febre Amarela de transmissão silvestre; impedir a transmissão urbana; e detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. ( ) A vacinação é a mais importante medida de controle e deve ser realizada a partir dos nove meses de idade, com reforço a cada 20 anos. ( ) Em situações de surto ou epidemia, vacinar a partir dos 2 anos de idade. a) F, V, V, F. b) V, V, F, F. c) V, V, V, F. d) F, F, F, V. 10. (Prefeitura de Sul Brasil-SC/ALTERNATIVE CONCURSOS/2014) É uma doença febril aguda, não contagiosa, de curta duração (no máximo 12 dias), que apresenta alta morbidade e letalidade. A infecção pelo vírus causa no homem desde formas leves com sintomatologia febril inespecífica até formas graves com icterícia, albuminúria, oligúria, manifestações hemorrágicas, delírio, obnubilação e choque. Aponte a alternativa abaixo que esta de acordo com o exposto: a) Febre maculosa. b) Tuberculose. c) Pancreatite. d) Febre amarela. e) Tétano. 11. (Prefeitura de São Carlos-SP/VUNESP/2011/RP) Em relação à varicela, doença que atinge principalmente as crianças, é correto afirmar que a) o período de incubação é de 7 a 30 dias. b) se trata de uma doença bacteriana benigna que se caracteriza por manchas vermelhas e coceira intensa. Página 98 de 112

99 c) enquanto as lesões não evoluírem para crostas, é preciso manter o doente isolado. d) o tratamento consiste no uso de antibióticos. e) a vacinação é indicada no nascimento para prevenir a doença. 12. (Prefeitura de Ouro Preto-MG/FUMARC/2011/RP) A varicela é uma doença benigna, mas altamente contagiosa que ocorre principalmente em menores de 15 anos de idade. É mais frequente no final do inverno e início da primavera. Indivíduos imunocomprometidos, quando adquirem varicela primária ou recorrente, possuem maior risco de doença severa. Sobre este contexto, pode-se afirmar EXCETO: a) o período de transmissibilidade varia de 1 a 2 dias antes da erupção até 5 dias após o surgimento do primeiro grupo de vesículas. Enquanto houver vesículas, a infecção é possível. b) o único reservatório do agente etiológico é o homem. c) trata-se de uma doença de notificação compulsória. d) uma das medidas específicas na vigilância epidemiológica refere-se ao isolamento: crianças com varicela não complicada podem retornar à escola no 6º dia após o surgimento do rush cutâneo. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular. 13. (HU-UFS/ EBSERH/ IAOCP/2014) A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da Raiva, durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais como biólogos e médicos veterinários. Assim, o esquema préexposição e os dias de aplicação nestes casos são: a) Esquema: 3 doses; Dias de aplicação: 0,7,28. b) Esquema: 2 doses; Dias de aplicação: 0,3. c) Esquema: Dose única; Dias de aplicação: 0. d) Esquema: 5 doses; Dias de aplicação: 0,3,7,14,28. e) Esquema: 4 doses; Dias de aplicação: 0, 3, 7,14. Página 99 de 112

100 14. (HUCAM-UFES/EBSERH/IAOCP/2014) Homem, 28 anos, como em todos os finais da tarde, após o trabalho, estava bebendo e comendo espetinho com os amigos, sentados à mesa disposta na calçada em frente ao bar, ao chutar um cão de rua que nunca havia visto antes e que se aproximou da comida, foi agredido pelo animal. Os amigos ajudaram-no a afastar o cão. A vítima foi imediatamente ao Pronto Socorro onde o enfermeiro observou que havia um ferimento superficial e sem sangramento ativo no braço direito devido à arranhadura, iniciando a profilaxia da raiva humana. A vítima não encontrou mais o cão próximo ao local no qual foi atacado, nos 10 dias consecutivos após sua exposição. Diante desse caso, a conduta proposta pelo Ministério da Saúde (2011) é a) lavar o ferimento com água e sabão e não tratar b) lavar o ferimento com água e sabão e administrar cinco doses de vacina de cultivo celular (dias 0, 3, 7, 14 e 28) c) lavar o ferimento com água e sabão, administrar cinco doses de vacina de cultivo celular (dias 0, 3, 7, 14 e 28) e duas doses de soro (a primeira entre os dias 7 e 10, e a segunda entre os dias 14 e 28) d) lavar o ferimento com solução fisiológica e PVPI degermante, administrar cinco doses de vacina de cultivo celular (dias 0, 3, 7, 14 e 28) e repetir duas doses após 90 dias da exposição (dias 0 e 3) e) lavar o ferimento com solução fisiológica e PVPI degermante e administrar duas doses de soro (a primeira entre os dias 7 e 10, e a segunda entre os dias 14 e 28) 15. (Prefeitura de Silvânia-GO/NOROESTE/2014) A raiva é uma doença grave e pode levar a morte em quase 100% dos casos, em caso de mordida de cachorro ou gato, o Ministério da Saúde recomenda que a) as pessoas procurem logo um posto de saúde para tomar a vacina contra a raiva, e que serão aplicadas até 5 doses, dependendo do caso. b) a vacina contra a raiva seja aplicada somente em casos onde á sangramento na ferida. c) a aplicação da vacina contra a raiva seja feita somente com prescrição médica. d) o causador da mordedura seja sacrificado. Página 100 de 112

101 16. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Sobre a Raiva Humana, é correto afirmar: a) A vacina contra a raiva em uso rotineiro no Brasil, a partir de 2002, é a vacina de cultivo celular. As vacinas de cultivo celular são mais imunogênicas e menos reatogênicas. b) No ciclo urbano, as principais fontes de infecção são cão, morcego, jaritaca e macacos. c) A única forma de transmissão da doença é através da lambedura de mucosas. d) Como a vacinação apresenta contraindicação, deve ser iniciada 10 dias após a arranhadura e/ou lambedura de mucosas. 17. (HC-UFPE/EBSERH/IDECAN/2014) Lactentes com síndrome da rubéola congênita podem eliminar o vírus, até um ano após o nascimento, através de, EXCETO: a) Urina b) Fezes c) Sangue d) Lágrimas e) Secreções nasofaríngeas 18. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Leia as frases abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta correta. I- A Rubéola é uma doença exantemática viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhandose para tronco e membros. II- O Exantema na Rubéola é precedido, em 5 a 10 dias, por linfadenopatia generalizada, principalmente suboccipital, pós-auricular e cervical posterior. III- Em todos os casos suspeitos de Rubéola deve-se realizar o bloqueio vacinal apenas das pessoas que residam no mesmo domicílio. IV- Caso suspeito de Rubéola é todo paciente que apresente febre e exantema maculopapular, acompanhado de linfadenopatiaretroauricular, occipital e cervical, independente da idade e situação vacinal, ou todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior. a) Apenas as frases I, II e IV estão corretas. Página 101 de 112

102 b) As frases I, II, III e IV estão corretas. c) Apenas as frases I e III estão corretas. d) Apenas as frases II e III estão corretas. 19. (Prefeitura de Vilhena-RO/IDECAN/2013) A vacina contra o sarampo é composta por a) fragmentos de vírus b) toxoides bacterianos c) vírus vivos atenuados d) fragmentos de bactérias. e) bactérias vivas atenuadas. 20. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Sobre a prevenção do sarampo, é incorreto afirmar: a) O objetivo da vigilância epidemiológica na doença Sarampo é a identificação precoce de casos para adoção de medidas de prevenção e controle, bem como identificar e monitorar as demais condições de risco. b) O Sarampo é uma doença de notificação compulsória nacional e de investigação epidemiológica obrigatória imediata. c) São consideradas contraindicações para a vacina tríplice viral: alergia e intolerância, que não sejam de natureza anafilática, à ingestão de ovo; contato íntimo com pacientes imunodeprimidos; vacinação recente com a vacinação oral contra a Poliomielite e exposição recente ao Sarampo. d) A vacina tríplice viral é administrada por via subcutânea, de preferência na face externa da parte superior do braço (região deltoide). 21. (Prefeitura de Campinas-SP/CAIPIMES/2013/RP) Leia as frases abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta correta. I- A Coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível e de distribuição universal, que compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. II - A fase catarral da Coqueluche, tem duração de 1 ou 2 semanas e inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, seguidos pela instalação gradual de surtos Página 102 de 112

103 de tosse, cada vez mais intensos e frequentes, até que passam a ocorrer as crises de tosses paroxísticas. III - O homem, o cão e o pombo são considerados reservatórios da doença coqueluche. IV - É considerado caso suspeito todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresentar tosse seca há 14 dias ou mais associada a um ou mais sintomas como tosse paroxística, guincho inspiratório e vômitos pós-tosse ou com história de contato com um caso confirmado de Coqueluche pelo critério clínico. a) As frases I, II, III e IV estão corretas. b) Apenas as frases I, II e IV estão corretas. c) Apenas as frases I e III estão corretas. d) Apenas as frases III e IV estão corretas. 22. (HGA-SP/CETRO/2013/RP) Sobre a Leishmaniose Tegumentar, analise as assertivas abaixo. I. A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas. II. Os vetores da Leishmaniose Tegumentar são caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidaee ao gênero Biomphalaria, que habitam coleções de água doce, com pouca correnteza ou parada. III. A úlcera típica da Leishmaniose Tegumentar é extremamente dolorosa e secretiva; costuma localizar-se em regiões de dobras cutâneas, apresentando formato arredondado ou ovalado, com bordas rasas e com ausência de granulações. IV. A Leishmaniose Tegumentar é considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma das seis mais importantes doenças infecciosas, devido ao alto coeficiente de detecção e capacidade de produzir deformidades. É correto o que se afirma em a) I, II e III, apenas. b) II e IV, apenas. c) I e III, apenas. d) I e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. Página 103 de 112

104 23. (Prefeitura de Belo Horizonte-MG/FUMARC/2011/RP) Leia as informações para responder à questão: Imagem extraída de em 21/09/2011. Modo de transmissão: Pela picada da fêmea de insetos flebotomíneos das diferentes espécies de importância médico-sanitária do gênero Lutzomyia. São conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outro. Baseando-se nas informações acima, marque a alternativa que corresponde à doença infecto contagiosa. a) Linfogranuloma Venéreo. b) Leishmaniose Tegumentar Americana. c) Oncocercose. d) Paracoccidioidomicose. 24. (Prefeitura do Rio-RJ/2013/IABAS-BIORIO/RP) A leishmaniose visceral (LV) ou Calazar é uma zoonose que afeta o homem, além de outros animais. Apresenta-se sob a forma de doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia, entre outras manifestações. Em relação a essa patologia NÃO é correto afirmar que: a) a leishmaniose é uma doença grave que, se não for tratada, pode levar à morte até 90% dos casos humanos; b) os sinais e os sintomas da doença no homem são: febre irregular de longa duração, falta de apetite, emagrecimento, fraqueza e barriga inchada, pelo aumento do fígado e do baço; c) os sinais e os sintomas da doença nos cães são: apatia, lesões na pele, queda de pelos, inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas, emagrecimento, lacrimejamento e crescimento anormal das unhas; Página 104 de 112

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