Como primeiro passo, a celebração do Acordo de Parceria constitui a assunção clara e inequívoca de um conjunto de princípios, dos quais salientaria:

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1 Exma. Senhora Diretora Regional da Qualificação Profissional, Exmo. Senhor Presidente do Instituto de Desenvolvimento Empresarial, Exmo. Senhor Presidente do Instituto de Emprego, Exmo. Senhor Presidente da ARDITI, Exmo. Senhor Presidente do Instituto de Desenvolvimento Regional, Ilustres convidados, A apresentação do Programa Madeira constitui um ato de singular importância por várias razões, designadamente porque o sucesso do modelo de desenvolvimento socioeconómico da Região Autónoma da Madeira, resultará, em grande parte, da sua aplicação Falar do Programa Madeira nesta ocasião é, desde logo, uma excelente oportunidade para tecer alguns comentários sobre o processo percorrido até à sua aprovação, o que se perspetiva em termos de futuro e as expetativas já criadas. Como é do conhecimento geral, a negociação das políticas de Coesão para o período 2014/2020, tem como referência incontornável os grandes desígnios que estão consagrados na Estratégia Europa 2020 e que apontam para a promoção do Crescimento inteligentes, sustentável e inclusivo. Radicam nesta estratégia e na sua observância, todos os compromissos que os Estados Membros e as Regiões assumiram para a implementação dos respetivos Programas Operacionais. Como primeiro passo, a celebração do Acordo de Parceria constitui a assunção clara e inequívoca de um conjunto de princípios, dos quais salientaria: A aplicação dos Fundos Estruturais e de Investimento no quadro da estratégia da União Europeia para um Crescimento Inteligente, Sustentável e Inclusivo e da promoção da Coesão Económica, Social e Territorial; A instituição de mecanismos de garantia de uma aplicação eficiente e eficaz dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento; 1

2 Abordagem integrada para o Desenvolvimento Territorial na aplicação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento. Eu diria, sem qualquer dúvida, que o Acordo de Parceria foi um exercício de grande amplitude, que encerra um conjunto de princípios, regras e até de ações, que constituíram a base dos elementos essenciais que compõem Programas de que o Madeira é um bom exemplo. Ficaram, pois, elencados no Acordo de Parceria uma série de objetivos e metas que vinculam o país e que, em parte, são já assumidas no Plano Nacional de Reformas. Minhas senhoras e meus senhores, Nesta ocasião, deixaria um apelo a todos os agentes que tenham ou venham a ter intervenção em matéria de gestão de fundos, assim como aos beneficiários públicos e privados, para contribuírem, de uma forma efetiva, para o cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Parceria. A Madeira assumirá as suas responsabilidades na contribuição para o esforço Nacional, no respeitante ao cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Parceria. Daí que a lógica da gestão dos projetos candidatados esteja intimamente ligada aos resultados e ao contributo real de cada um no cumprimento dos indicadores associados à Prioridade de Investimento em que o projeto está enquadrado. Assim, a viabilização do financiamento estará sempre indexada ao seu contributo para o cumprimento dos indicadores associados à respetiva tipologia. A Região tem associado, desde há algum tempo, os seus modelos de desenvolvimento socioeconómico aos Programas Operacionais, fazendo coincidir as estratégias de médio prazo com os períodos de programação no âmbito da Política Coesão. 2

3 Foi assim, por exemplo no QCA III ( ), QREN ( ) e também o será no Portugal 2020 ( ), o que tem sido positivo para facilitar o alinhamento do plano estratégico aos out-puts que se pretendem obter na aplicação dos instrumentos operacionais. Foi nesta lógica que foi desenvolvido o Compromisso Madeira Efetivamente, o Compromisso Madeira 2020 representa uma alteração profunda dos últimos modelos adotados na Região e que se enquadravam numa lógica que integrava elementos característicos do próprio processo de desenvolvimento em curso e onde as infraestruturas assumiam algum destaque. Ainda assim, é importante sublinhar que o PDES já fazia uma transição relativamente aos anteriores modelos. De forma clara, o Compromisso Madeira@ 2020 refere que a retoma do crescimento económico e da criação de emprego, no contexto da Estratégia Europa 2020, requer respostas novas da parte das Políticas Públicas Regionais, dos agentes de investimento e dos parceiros sociais. Procurou-se assim que o Compromisso Madeira 2020 constituísse um referencial de enquadramento estratégico, capaz de alinhar as políticas sectoriais e os seus desígnios. Os cinco vetores onde está baseada a estrutura conceptual do Compromisso Madeira 2020 são, por si só, sintomáticos desta viragem que se procura imprimir com a sua implementação e que passo a citar: Inovação, Investigação e Desenvolvimento Tecnológico e Energia; Formação de Competências; Sustentabilidade Ambiental e Coesão Territorial; Coesão Social; Competitividade e Internacionalização. 3

4 Por este conjunto de pilares estratégicos, é bem visível que é dada grande prioridade a elementos que induzem um apoio mais acentuado aos operadores fora da esfera pública, nomeadamente ao nível da Competitividade e Internacionalização, com os complementos diretos que serão dados pela Formação de Competências, Coesão Social e pela Inovação e Investigação e Desenvolvimento Tecnológico. Minhas Senhoras e meus senhores, A prova cabal desta lógica de intervenção está bem patenteada no Programa Madeira 14-20, que acentua e reforça um apoio mais efetivo aos operadores privados. Ainda no contexto da sua estruturação, foi feita uma consulta a um leque muito alargado de entidades públicas e privadas, além de um conjunto de debates, destacando os efetuados com o Conselho Económico e Social, que constituíram um fator determinante para a consolidação e coerência do Programa. Procurou-se, acima de tudo, criar um Programa adaptado às regras impostas pela Comissão Europeia, compatível com o modelo estratégico regional e exequível no plano operacional. Foi selecionado um conjunto de Objetivos Temáticos e respetivas Prioridades de Investimento, pré-estabelecidos pela Comissão Europeia e que melhor se adaptavam aos princípios a serem observados. Com tais objetivos pretende-se: Reforço do apoio ao tecido empresarial da Região Reforço do apoio às medidas de emprego Formação de competências 4

5 Minhas Senhoras e meus Senhores, Relativamente ao envelope financeiro atribuído à Região, o Programa Madeira apresenta uma diminuição marginal relativamente ao conjunto dos Programas Intervir+ e Rumos. Face às perspetivas financeiras que nos eram apresentadas inicialmente, este acaba por ser um elemento positivo. Refira-se que se chegou a temer um corte de 80% do envelope financeiro, sendo que esta proposta esteve em cima da mesa no âmbito das negociações. Assim, este Programa obedece a uma concentração temática da qual destacaria: 42% - Emprego, Formação Profissional e Inclusão Social 25% - Competitividade, Internacionalização e Sobrecustos de Ultraperiferia. Estes elementos são sintomáticos do que atrás referi e mostram, desde logo, a profunda inflexão que este Programa apresenta, sendo perfeitamente observável a subalternização clara e objetiva, imposta à lógica infra-estrutural, nomeadamente a pública. Naturalmente que as várias intervenções que serão feitas ao longo deste evento, bem como o debate que se seguirá, darão oportunidade a um conhecimento mais detalhado do Programa, mas gostaria de evidenciar o esforço empreendido para viabilizar as temáticas prioritárias. Três exemplos claros e inequívocos: O FSE tem um acréscimo de aproximadamente 4% relativamente ao QREN. Repare-se que o Programa Rumos tinha afeto a maior dotação de sempre em comparação com todos os outros períodos de programação. O Madeira 14-20, em termos de FSE, supera todas as anteriores dotações; O apoio ao tecido empresarial terá uma dotação de cerca de 125 milhões de euros, repartido entre incentivos ao investimento e ao funcionamento; 5

6 A dotação atribuída no âmbito dos sobrecustos de ultraperificidade será integralmente afeta no Sistema de Incentivos ao Funcionamento das empresas, passando de 33 milhões para 58,2 milhões de euros. Minhas Senhoras e meus Senhores, Convém aqui desmistificar algumas afirmações que têm sido feitas ao longo dos últimos tempos e que não correspondem à realidade. Desde logo, é necessário esclarecer de uma vez por todas que o Madeira foi aprovado pela Comissão Europeia em 19 de dezembro do ano passado, em conjunto com todos os outros programas nacionais, pelo que NÃO HÁ QUALQUER ATRASO relativamente aos outros programas. No que concerne à implementação propriamente dita do Programa, é preciso salientar que há todo um trabalho que tem de ser efetuado, nomeadamente ao nível da regulamentação específica e da certificação do sistema de gestão e controlo e que tem uma tramitação própria que obriga a que seja escrupulosamente cumprida. De qualquer maneira, aproveito a oportunidade para comunicar que foi lançada ontem uma consulta à Comissão de Acompanhamento do Programa Madeira 14-20, no sentido da aprovação dos critérios de seleção nas tipologias de projetos inerentes aos Regimes de Incentivo e ao Fundo Social Europeu, ao nível do Emprego e Formação Profissional. Tal permitirá que se operacionalizem a curto prazo várias candidaturas, nomeadamente ao nível dos Sistemas de Incentivos, com a publicação dos respetivos diplomas que irão regular os mesmos. Sublinho ainda que, no âmbito do Fundo Social Europeu, estão a ser viabilizadas as candidaturas cuja execução é inadiável, através de uma aprovação ao nível do Programa RUMOS. As mesmas transitarão depois para o atual Programa, afetando-se as verbas decorrentes do adiantamento relativo ao período de programação a estas candidaturas. 6

7 Como é óbvio, o que se pretende é construir um Sistema de Gestão e Controlo que corresponda ao alto grau de exigência exigido e que não se compadece com metodologias pouco rigorosas, que tenham como objetivo mostrar, de forma efémera, algum grau de maturidade, mas que em termos práticos resultam na criação de um sistema incompatível com as exigências regulamentares. Ao longo de todos os períodos de programação, a Região tem dado exemplos em matéria de gestão e aproveitamento de fundos, sabendo fazer o seu percurso próprio com resultados conhecidos. Naturalmente que não iremos infletir a nossa metodologia de trabalho por razões e motivações meramente de propaganda e com laivos de demagogia. Repito, os nossos resultados comprovam o aproveitamento cabal dos recursos disponibilizados pela União Europeia, cumprindo-se rigorosamente todos os requisitos legais inerentes à implementação dos instrumentos comunitários. Minhas Senhoras e meus Senhores, Complementarmente aos apoios veiculados através do Madeira 14-20, salientaria o Fundo de Coesão, cuja dotação atribuída à Região é de Este fundo constituirá também um instrumento poderosíssimo no apoio aos projetos inseridos na Gestão e Prevenção de Riscos, em particular no âmbito da Lei de Meios, Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a Produção de Energia e também no que concerne à Água e Resíduos. Se bem que noutro contexto de intervenção, os apoios à Agricultura e Desenvolvimento Rural e às Pescas serão instrumentos que complementarão, de forma harmoniosa, a lógica estratégica inerente à aplicação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, fomentando também o incentivo à Cooperação, tanto no âmbito do Programa Madeira, Açores, Canárias, como também no acesso a outros Programas, entre os quais o Programa de Cooperação Espaço Atlântico. 7

8 É este o conjunto de notas que julgo ser pertinente referir nesta ocasião perante Vossas Exas. Reitero que sendo os Fundos Comunitários determinantes para a viabilização dos investimentos, o rigor e assertividade, na sua análise e enquadramento, constituem elementos essenciais para que este Programa seja verdadeiramente um instrumento eficaz, quer para a prossecução da estratégia delineada no Compromisso Madeira@ 2020 assim como em todos os documentos de cariz estratégico em vigor ou em fase de implementação. Não enjeito as dificuldades que todos nós conhecemos e que são reais, mas é nesta fase que temos de dar o nosso melhor, acreditando que é possível infletir a atual situação, promovendo mais e melhores condições para fazer crescer a economia de forma sustentável e estruturante, criando emprego e riqueza. É este o nosso desígnio e uma boa aplicação do Madeira será, sem dúvida, um passo muito importante para o desenvolvimento e crescimento económico de uma forma sustentada e sustentável da nossa Região. Muito obrigado. O Secretário Regional do Plano e Finanças, 27 de Fevereiro de