o ENSINO DO INGW E A QUESTAO DA HEOEMONIA L1NGUfsnCA
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- Neusa Quintanilha Alencar
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1 o ENSINO DO INGW E A QUESTAO DA HEOEMONIA L1NGUfsnCA Laura de Almeida (Mestranda na USP e professora da UNO) Nesle lrabalho, vamos considerar n quesliio dn hegemonia lingiirsdc:a segundo as ace~oes propostas por vanos autores que esludnm os empresti~ lingiifslicos. MuilOS aulares consultados consideram a hegemonia Iingilfstic:a a fun~o de prestfgio exercida por determinado pais, gernlmente por uma na~o economica e culluralmenle imporlanle. Dessn forma. essa nn~ao ncaba por impor sua forma de ver 0 mundo. atrav~s de seu voc;abulario num determinado momenlo da hisloria em que essa na~ilo ocupava urn lugar de prepondenlncia em rela~o As outrns. Dentre as muitas influancias estrangeiras na lingua porluguesa nos detivemos no ensino da Hngua inglesa e sua repercussao no Brasil. Paradoxalmen,le. vivenciamos 0 crescimenlo de duas lend~ncias conflitantes: 1) uma grande influ~ncia da lingua inglesa na cullura e Hngua ponuguesa; 2) urn 10lal descr~dito quanlo a impon;lnda de seu ensino. Devido a essas tend~ncias, realizamos urn estudo conjunto acerca dos motivos pelos quais 0 estudo dessa lingua, e nao outra. ~ muilo mais difundido a nrvel de 10. grau. focalizando a queslilo da hegemonia Iingiifstica da lingua e cullura inglesa sobre a porluguesa DO Brasil. Ressallamos que a propria lingua inglesa tambem ja sofreu influ~ncias de oulras Hnguas em urn delerminado momenta historico. PETERSON analisa 0 desenvolvimento Iingiiistico pelo qual pas.'ioua lingua inglesa. A presen~a Francesa- Normanda marcllu 0 come~ de grandes mudan~s no romponamenlo social ingl~s. refletindo uma evolu~ao gradual das formas institucionais e conversacionais. Segundo FROEIILlCH. uma forma de se verificar a exlensao de uma inl1u~ncia
2 ClODdue: ~. '. e esquadrintj;:>:=c::.=~~=lfi-. desenvoivimento cultural ae detenninado. povo; suas co ' culturais." (1980) "... DORIAN (1989) ressaha que Ifn&uaa~ 0 ~Jldo ~1JIIMS,''''' oficiais depafses economicamente favorecid~ e apremudos coli\() ~.Ifn&ua por nlo-nativos, pudessemem uma ~pocater se~doco", um 6lJmO Werto. AmbQs foram amea~dos pela expansaodo frands (AlemlO no ~culo 17, I". no ~culo ). FROEHLICH salienta 0 fator <:uhural como determinante emuma" conquista de um determinado pava, pois para.'e:<. "(...) se onfv.1 cultural doli dominadoresnio for superior ao dos vencidos, esles podem, com 0 tempo, rontribuir com muitos elementos na Ifngua dos dominadores que reeebert urn aprea6vel conlingente de empr~slimos da Irngua dos dominadores, especialmente nas atividades e preodutos desconhecidos para eles e, para os quais nao po$suemcorrespondente nativo." (1986) o ~ um levantamento de que nos servimos para 0 presente estudo ~ conslitufdo de realizado com alunos de 10. grau de uma Eseola Municipal, de faixa et6riavariando emre 09 a IS anos, nos perfodos vespertino e nolurno (sas. 685 e 8a. ~ries). Nessa pesquisa buscamos verific:ar entre os alunos 0 nfvel de conscientiza~o aeerea da impon4ncia do ensino da Ungua inglesa. Primeiramente, (oi 5Olicitado que 05 alunos ftzessem uma pesqulsa acerca dos lugares que fllam a Ifngua inglesa, das profissoesque a ulilizam e de sua import4ncia no Bra~iJ. Analisados os dados verificamos:
3 1) Os tupre, que mais falam ingles podem estar repre5entados da 5eguinte forma: ESTAl>OS UNIOOS 12,11% CANADA 8.08% INOLATERRA 6.81% AUSTRALIA 5.50% BAHAMAS 2,15% NOVA IORQUE 2,15% UNIAO SOVIETlCA 2,58% BARBADOS 2.06% EUROPA 2.06% AFRICA 1.89% BELIZE 1,89% JAMAICA 1,72% AEROMO<;A TRADUTOR SECRETARIA 8,77% 8,TI% 8,77% CANTOR 4,56% PROFESSORA DE INGLES 3.86% MEDICO 3.51% REP6RTER 3,16% AOVOGADOS 2.46% PILOTO DE AVIAO 2,46% EMPRESARIOS 2,11% GUIA DE TURISMO 2.11 %
4 3) Os temas que mais se sobressairam quanto 1 import4ncia da Hngua inglesa foram: 1RABALHO/EMPREGO 21.90% COMUNICAR 11,43% V1AGEM 9,52% FAlAR E ESCREVER 6,61% ESTUDO 4,29% CONHECER PALAVRAS 3.81% TRADU<;AO 3,33% FUTURO MElHOR 2.86% TURISMO 1.90% ()~Ab NO EXTERIOR 1.90% NAo ADIANTA NADA 1,90% NfvEl CULTURAL 1,43% NEGOCIOS NO EXTERIOR 1.43% Atraves dos dados consultados podemos inferir que a hegemonia lingiiistica da lingua inglesa no Brasil reflete diretamente na questlio da sobrevivencia atraves da obten~ao de um emprego, 0 que Ihes proporcionaria um futuro melhor, 0 que demonstra aqui uma forte liga~ao da lingua inglesa com as perspectivas dos entrevistados quanto ao sucesso. IS50 contradiz. de certa forma a maneira pelo qual' e encarada a Ifngua inglesa pelos ~ e sua utiliza~o nas escolas. isto e. 0 ingles como materia atividade que olio reprova.a maioria dos entrevistados nao relaciona 0 uso da Ifngua inglesa com as questoo de comercio exterior. inflllmitica. 0 que mostrd pouta inlera~iio com os as.~untosintcrnacionais. Em rela~ao as profissoes. os entrevistados tambem oemonstram informa\iao re:;;rita quanto ao usn lia lingua inglesa. Prolissoes mais relacionadas a quest(lcs tecnicas
5 como na lirea da informatica, c:ngenharia lillu POUCH mencionadas apesar de eslarem,m YOp nos assunt05 atuais. Apesar do total descredilo por pane de muitos dos entrevistados. notamos uma grande influ&ncia da lingua inglesa na realidade do a1uno. confirmando 0 papel desempenhado pela lingua inglesa na questto da hegemqllia linailfstica. BjbJiojrafia (1989) DORIAN. Nancy C. Small languages and small Language communities: news, notes. and comments In: Imernalional Journal of the Socjo!QKY 80. p.139. Moulon of Gruyler. Berlin). gf LaO&JJ'F. (1980) FROEHLICH. Paulo 0 problema Sociolingiiistico dos emprestimos; alguns aspectos no ingl!s." In: Alfi, Sao Paulo, 24: p.90) JESPERSEN, LanlluaiC. ils nalure development and orillem. apud FROEHLICH. P.A. P.76) sao PAULO (Eslado) Secretaria de Educa,.:io. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedag6gicas. Proposla curricular de lingua estf8ngelra moderna: lagl& 10. sao Paulo. SE/CENP Op.i1.
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