Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente. Índice de Volumes

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1 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente Índice de Volumes Volume I - Relatório Final Volume II - Anexos Volume III - Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente i

2 Página deixada intencionalmente em branco ii Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

3 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente Volume III Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente iii

4 Página deixada intencionalmente em branco iv Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

5 Índice 1. Introdução A- Acções de maneio de espécies e habitats (Medida 1.1.) 15 Caso 1: Caracterização e Gestão do Património Natural do Douro Internacional 15 Caso 2: Gestão dos Recursos Naturais da RN do Paul do Boquilobo 31 B- Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC (Medida 1.2.) 43 Caso 1: Execução do esporão da praia do Areão 43 Caso 2: Requalificação ambiental das dunas da Amorosa 52 Caso 3: Execução da remodelação/conservação dos esporões e das obras aderentes da costa da Caparica e da Cova do Vapor 60 C- Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água (Medida 1.2.) 69 Caso 1: Qualificação paisagística do vale do rio Antuã 69 Caso 2: Requalificação paisagística das margens do rio Simão 83 D Impacte das acções de sensibilização ambiental (Medida 1.3.) 97 Caso 1: Limpar o Mundo, Limpar Portugal 97 Caso 2: Projecto de Educação e Sensibilização Ambiental Eco-escolas 101 E- Acções com efeito catalisador da revitalização das cidades, assegurando padrões elevados de qualidade ambiental e urbanística (Medida 2.1.) 111 Caso 1: Valorização paisagística das margens do rio Lima (3ª fase) 111 Caso 2: Intervenção Polis em Castelo Branco Valorização da qualidade ambiental da cidade 117 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente v

6 Índice de Figuras - Acções de maneio de espécies e habitats Figura A.1 Três parcelas semeadas para fomentar as populações de espécies cinegéticas no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) 24 Figura A.2 Localização escolhida para o campo de alimentação para abutres, a ser construído em 2006, no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção II.10) 24 Figura A.3 Duas charcas criadas em ZCA s para fomentar as populações de espécies cinegéticas no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) 24 Figura A.4 Criação e repovoamento de Coelho-bravo no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) 25 Figura A.5 Recuperação e repovoamento de pombais no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acções III.1 e III.3) 26 Figura A6 Vigilância e colocação de bebedouros numa ZCA ao abrigo do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) 27 Figura A.7 Várzea dos Lázaros (8 ha), que será adquirida pela RNPB no âmbito do Projecto 1.1/00028 (acção II.1) 37 Figura A.8 Várzea do Luzeirão de Miranda (3,2 ha) no Braço do Cortiço (margem direita do rio Almonda), desassoreada no âmbito do Projecto 1.1/00028 (acção II.2) 37 Figura A9 Parcela de montado onde se procedeu à limpeza de vegetação infestante no âmbito do Projecto 1.1/00028 (acção II.5) 38 Figura A.10 Freixo jovem numa parcela de ripícolas arbóreas (2,5 ha) plantadas no âmbito do Projecto 1.1/ Figura B.1 Praia do Areão: colapso de dois apoios de praia durante uma tempestade em Março de 1994 (Alveirinho Dias; 1994). 44 Figura B.2 Localização do esporão no Plano de Intervenções do POOC Ovar-Marinha Grande 47 Figura B.3 - Aspecto geral do esporão após a sua conclusão (23/06/2005) 47 Figura B.4 Troço costeiro a Norte do esporão (23/06/2005). Note-se a extensão do areal e o perfil das dunas com áreas em recuperação. 48 Figuras B.5 e B.6 Dunas da Amorosa 52 Figuras B.7 e B.8 Plano Geral de Intervenção do Projecto de Execução e esquema do painel informativo a colocar no âmbito do sistema de informação e educação ambiental 53 Figura B.9 Aspecto das paliçadas colocadas para a retenção de areias (20/07/2005) 56 Figura B.10 Placard colocado na obra (20/07/2005) 56 Figura B.11 Localização dos esporões e obras de defesa costeira 60 Figura B.12 Troço costeiro (Fotografia aérea do INAG; 2001) 61 Figura B.13 Praia da Costa da Caparica entre os esporões EC2 e EC3 (29/08/05). Note-se a acumulação de areia de encontro ao esporão EC2 e a ausência à medida que se avança em direcção ao esporão EC3 (Norte). 62 Figura B.14 Representação tridimensional das obras de defesa costeira (Projecto Base) 63 vi Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

7 Figura B.15 Esquema representativo tipo da cabeça de um esporão 63 Figura B.16 Obra de defesa aderente (OA1) remodelada 65 Figura B.17 Esporão EC7 65 Figura B.18 Esporão EC6 e obra de defesa aderente 65 Figura B.19 Esporão EC4 65 Figura B.20 Praia entre o Esporão EV1 e EV2 65 Figura B.21 Praia entre EV2 e EV3. 65 Figura C.1.a.b. Local de descarga ilegal de águas residuais no rio Antuã. 72 Figura C.2 - Galeria ripícola do rio Antuã. 73 Figura C.3 - Galeria ripícola do rio Antuã. 73 Figura C.4 Rio Antuã. 73 Figura C.5 Vegetação ripícola nas margens do rio Antuã. 73 Figura C.6 Degradação nas margens do rio Antuã, antes da intervenção. 73 Figura C.7 Poluição do rio Antuã, antes da intervenção. 73 Figura C.8 Rio Antuã adjacente à Avenida 1º de Maio. 74 Figura C.9 Construção dos taludes de suporte da Avenida 1º de Maio. 74 Figura C.10 - Desvio do leito do rio Antuã. 74 Figura C.11 Desvio do leito do rio Antuã. 74 Figura C.12 Obras de regularização do leito do rio Antuã. 74 Figura C.13 Obras de regularização do leito do rio Antuã. 74 Figura C.14 A vegetação autóctone nas margens foi mantida. 75 Figura C.15 Obras de regularização do leito do rio Antuã. 75 Figura C.16 Protecção dos taludes das estradas. 75 Figura C.17 Protecção de obras de arte: ponte sobre o rio Antuã. 75 Figura C.18 Aspecto de abandono que o rio Antuã e terrenos adjacentes apresentavam antes das obras. 76 Figura C.19 Degradação das margens antes da intervenção. 76 Figura C.20 Presença de vegetação infestante nas margens do rio Antuã, antes da sua limpeza. 76 Figura C.21 Aspecto geral do leito do rio, antes das obras de regularização: taludes sujeitos a erosão. 76 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente vii

8 Figura C.22 Terrenos agrícolas que se transformaram em baldios com o abandono do cultivo. 76 Figura C.23 Aspecto geral da envolvente ao rio Antuã antes das obras. 76 Figura C.24 Aspecto geral da envolvente ao rio Antuã depois das obras. 77 Figura C.25 Local de contacto com a natureza. 77 Figura C.26 Requalificação paisagística do local. 77 Figura C.27 Obras de regularização e requalificação do leito do rio. 77 Figura C.28 Local de usufruto da população. 77 Figura C.29 Espraiamento do leito do rio, como medida de controlo dos efeitos de cheias. 77 Figura C.30 Construção de açudes de regularização com material natural (1). 78 Figura C.31 Construção de açudes de regularização com material natural (2). 78 Figura C.32 Encestamento das margens. 78 Figura C.33 Utilização de material natural (pedra) na construção dos taludes de suporte. 78 Figura C.34 Recuperação das margens do Rio Simão (1). 88 Figura C. 35 Recuperação das margens do Rio Simão (2). 88 Figura C.36 Aspecto da água do Rio Simão. 88 Figura C.37 O Sítio Valongo localiza-se a jusante da área intervencionada. 88 Figura C.38 A vegetação e resíduos existentes não permitiam avaliar com rigor a localização das descargas. 89 Figura C.39 Descargas de águas residuais para a linha de água. 89 Figura C.40 Existência de vegetação infestante nas margens do rio Simão. 89 Figura C.41 Preservação da vegetação ripícola de grande porte. 89 Figura C.42 Limpeza das margens do rio Simão. 90 Figura C.43 Aspecto geral das margens do rio Simão, no local do Parque urbano. 90 Figura C.44 Limpeza das margens adjacentes ao espaço intervencionado, por iniciativa privada. 90 Figura C.45 A área recuperada tornou-se num local de usufruto da população. 90 Figura C.46 Parque urbano para usufruto da população local. 90 Figura C.47 Local de contemplação da natureza. 90 Figura C.48 Anfiteatro ao ar livre, onde se promovem iniciativas de cariz ambiental. 91 Figura C.49 Local de contacto com a natureza. 91 viii Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

9 Figura C.50 Espaço de lazer no parque urbano. 91 Figura C.51 Qualificação paisagística de um local anteriormente bastante degradado. 91 Figura C.52 Espaço de lazer nas margens do rio Simão. 91 Figura C.53 Recuperação da área adjacente ao rio Simão. 91 Figura C.54 Aspecto geral do parque urbano. 93 Figura C.55 Aspecto geral da recuperação das margens do rio Simão. 93 Figura C.56 Local de contacto da população com o meio natural (1). 94 Figura C.57 Local de contacto da população com o meio natural (2). 94 Figura D.1 Evolução da recolha selectiva a nível nacional (Fonte: Águas de Portugal, 2005) 100 Figura D.2 Distribuição das Escolas galardoadas em 2001/ 2002, ano em que o projecto teve o apoio do POA 102 Figura D.3 Cartaz do Seminário Nacional de Professores do Programa Eco-Escolas, em 2001/ Figura D.4 Certificados Eco-Escolas e Bandeira Verde da Escola EB23 Padre Francisco Soares 106 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente ix

10 Índice de Tabelas Tabela 1.1- Lista de analisados por Componente Específica 14 Tabela 1.2- Peso relativo dos face ao investimento aprovado nas respectivas componentes 14 Tabela A.1 Espécies de aves de hábitos rupícolas existentes no PNDI 16 Tabela A.2 Acções da Componente I do Projecto 1.1/ Tabela A.3 Acções da Componente II do Projecto 1.1/ Tabela A.4 Acções da Componente III do Projecto 1.1/ Tabela A.5 Acções da Componente IV do Projecto 1.1/ Tabela A.6 Acções da Componente V do Projecto 1.1/ Tabela A.7 Distribuição do investimento do Projecto 1.1/00040 pelas tipologias de acções consideradas 22 Tabela A.8 Contribuição do Projecto 1.1/00040 para os objectivos do POA 28 Tabela A.9 Contribuição do Projecto 1.1/00040 para os objectivos da Medida 1.1 do POA 28 Tabela A.10 Custos unitários das acções de maneio de espécies e habitats do Projecto 1.1/ Tabela A.11 Acções da Componente I do Projecto 1.1/ Tabela A.12 Acções da Componente II do Projecto 1.1/ Tabela A.13 Distribuição do investimento do Projecto 1.1/00028 pelas tipologias de acções consideradas 35 Tabela A14 Contribuição do Projecto 1.1/00028 para os objectivos do POA 40 Tabela A15 Contribuição do Projecto 1.1/00028 para os objectivos da Medida 1.1 do POA 40 Tabela A16 Custos unitários das acções de maneio de espécies e habitats do Projecto 1.1/ Tabela B.1 Contribuição do projecto de construção do esporão da praia do Areão para os objectivos do POA. 48 Tabela B2 Contribuição do projecto de construção do esporão da praia do Areão para os objectivos da Medida 1.2 do POA. 49 Tabela B.3 Custos unitários do projecto de construção do esporão da praia do Areão 50 Tabela B.4 Contribuição do projecto de Requalificação ambiental das dunas da Amorosa para os objectivos do POA. 57 Tabela B5 Contribuição do projecto Requalificação ambiental das dunas da Amorosa para os objectivos da Medida 1.2 do POA. 57 Tabela B.6 Custos unitários do projecto de Requalificação Ambiental das Dunas da Amorosa 58 Tabela B.7 Contribuição do projecto de remodelação/conservação dos esporões e obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor os objectivos do POA. 66 x Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

11 Tabela B.8 Contribuição do projecto de remodelação/conservação dos esporões e obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor para os objectivos da Medida 1.2 do POA. 66 Tabela B.9 Custos unitários do projecto de remodelação/conservação dos esporões e das obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor 67 Tabela C.1 Contribuição do projecto de Qualificação Paisagística do Vale do Rio Antuã para os objectivos do POA. 79 Tabela C.2 Contribuição do projecto de Qualificação Paisagística do Vale do Rio Antuã para os objectivos da Medida 1.2 do POA. 79 TabelaC.3 Custos unitários do projecto de qualificação paisagística do Rio Antuã. 80 Tabela C.4 Contribuição do projecto de Requalificação paisagística das margens do Rio Simão para os objectivos do POA. 92 Tabela C.5 Contribuição do projecto de Requalificação paisagística das margens do Rio Simão para os objectivos da Medida 1.2. do POA 92 Tabela C.6 Custos unitários do projecto de Requalificação Paisagística das margens do rio Simão. 94 Tabela D.1 Contribuição do projecto Limpar o Mundo, Limpar Portugal para os objectivos da Medida 1.3 do POA 99 Tabela D.2 Contribuição do Projecto de Educação e Sensibilização Ambiental Eco-Escolas para os objectivos da Medida 1.3 do POA 108 Tabela E. 1 Contribuição do Projecto de Valorização Paisagística das Margens do Rio Lima - 3ª Fase, para os objectivos da Medida Tabela E.2 Contribuição do Projecto de Valorização Paisagística das Margens do Rio Lima 3ª Fase, para os objectivos da Medida Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente xi

12 Esta página foi deixada intencionalmente em branco xii Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

13 1. Introdução No sentido de ilustrar um conjunto de projectos representativos das componentes específicas âmbito de análise na presente Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar seleccionaram-se, em cada uma, os projectos mais representativos de acordo com os critérios apresentados no Capítulo 4 do relatório de Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do POA (Volume I). Os critérios de selecção comuns a todas as componentes foram: o valor do investimento (foram seleccionados preferencialmente projectos com custos representativos na componente); a importância da intervenção, o seu objectivo principal e o grau de execução (foram seleccionados preferencialmente projectos com grau de execução mais elevado). A análise de estudos de caso envolveu as seguintes etapas: Definição de critérios para a selecção dos estudos de caso a realizar; Selecção dos projectos a utilizar como estudo de caso; Condução dos ; Caracterização exaustiva dos mesmos, sustentada na informação recolhida; Análise das evidências dos estudos de caso; Apresentação de conclusões. Os 11 projectos objecto de estudo de caso (Tabela 1.1) foram sujeitos a uma cuidada avaliação, tendo sido analisado o formulário de candidatura, a ficha de apreciação da candidatura e toda a documentação relevante associada ao projecto. Complementarmente foram efectuadas visitas técnicas com o intuito de avaliar o estado de execução do projecto no terreno, de conhecer a situação de partida e o contexto envolvente da candidatura, bem como averiguar qual a opinião dos promotores relativamente ao contributo do POA para a realização dos projectos. Os resultados destas tarefas foram reunidos, no sentido de caracterizar cada candidatura analisada nas seguintes vertentes: Objectivos; Enquadramento; Acções; Investimentos; Eficácia e eficiência; Impacte do Apoio do POA na realização do Projecto; Estado de Progressão da candidatura. Relativamente à representatividade dos estudos de caso face ao investimento aprovado em cada componente específica (Tabela 1.2), é possível verificar que: - O peso relativo dos estudos de caso face ao investimento elegível aprovado em cada componente alvo de análise situou-se entre os 15% e os 42%; - O peso relativo do investimento elegível aprovado referente à totalidade dos estudos de caso face ao investimento do programa relacionado com o apoio de projectos nas componentes em análise é de 28%. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 13

14 Tabela 1.1- Lista de analisados por Componente Específica por Componente Específica Eixo 1- Gestão Sustentável dos Recursos Naturais Acções de maneio de espécies e habitats Caso 1: Caracterização e Gestão do Património Natural do Douro (Medida 1.1.) Caso 2: Internacional Gestão dos Recursos Naturais da RN do Paul do Boquilobo Implementação de propostas de Caso 1: Execução do esporão da praia do Areão intervenção previstas nos POOC (Medida 1.2.) Caso 2: Requalificação ambiental das dunas da Amorosa Caso 3: Execução da remodelação/conservação dos esporões e das obras aderentes da costa da Caparica e da Cova do Vapor Promoção de acções de regularização e Caso 1: Qualificação paisagística do vale do rio Antuã renaturalização de linhas de água (Medida Caso 2: Requalificação paisagística das margens do rio Simão 1.2) Impacte das acções de sensibilização Caso 1: Limpar o mundo, Limpar Portugal ambiental (Medida 1.3.) Caso 2: Projecto de Educação e Sensibilização Ambiental Eco-escolas Eixo 2- Integração do Ambiente nas Actividades Económicas e Sociais Acções com efeito catalisador da revitalização das cidades, assegurando padrões elevados de qualidade ambiental e urbanística (Medida 2.1.) Caso 1: Valorização paisagística das margens do rio Lima (3ª fase) Caso 2: Intervenção Polis em Castelo Branco Valorização da qualidade ambiental da cidade Tabela 1.2- Peso relativo dos face ao investimento aprovado nas respectivas componentes Componente específica Investimento elegível aprovado ( ) Estudos de caso (2005) Estudos de caso total Peso relativo dos estudos de caso (*) (%) Acções de maneio de espécies e habitats , , ,47 42 Implementação de propostas previstas nos POOC Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água , , , , , ,37 15 Impactes das acções de sensibilização ambiental , , ,00 15 Acções com efeitos catalisador na revitalização das cidades , , ,00 27 Total 28 Fonte: GGPOA, 2005 (tratamento NEMUS/ UNIREDE/ CIDEC); (*) Consideraram-se também os estudos de caso da Avaliação Intercalar integrados na componente em análise, uma vez que também foram utilizados na análise das Componentes Específicas. 14 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

15 2. A- Acções de maneio de espécies e habitats (Medida 1.1.) Caso 1: Caracterização e Gestão do Património Natural do Douro Internacional Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O Projecto 1.1/00040 tem como promotor o ICN, através do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI). O PNDI é uma das áreas protegidas mais recentes em Portugal, tendo sido classificada em 1998 através do Decreto Regulamentar nº 8/98, de 11 de Maio, tendo como principais objectivos valorizar e conservar o património natural e cultural do território do Parque. A biodiversidade presente neste território levou ainda à sua classificação como uma Zona de Protecção Especial para a avifauna (através do Decreto-Lei nº 384-B/99, de 23 de Setembro, ao abrigo da Directiva Aves) e como um Sítio proposto para Zona Especial de Conservação (através da R.C.M. nº 142/97, de 28 de Agosto, ao abrigo da Directiva Habitats). O PNDI abrange o troço fronteiriço do Rio Douro (numa extensão de cerca de 122 km), prolongando-se para Sul, através do vale do Rio Águeda. A característica mais marcante deste território é o elevado encaixe dos vales fronteiriços, com encostas escarpadas essencialmente graníticas, a que estão associados uma fauna e flora muito rica. Um dos principais grupos de fauna protegida do parque são as aves rupícolas, que constituem as espécies mais emblemáticas desta região e que dependem precisamente destas escarpas rochosas para a sua nidificação. Uma destas aves é inclusive o símbolo do PNDI o Abutre do Egipto (Neophron percnopterus). De forma coerente com os objectivos do Parque, as aves rupícolas são o principal grupo-alvo das acções do Projecto 1.1/00040, como se descreve mais à frente. Para além do Abutre do Egipto, mencionado acima, incluem-se neste grupo de aves outras espécies como: a Cegonha-negra (Ciconia nigra), o Grifo (Gyps fulvus), a Águia-real (Aquila chrysaetos), a Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), o Falcão-peregrino (Falco peregrinus), o Bufo-real (Bubo bubo), o Andorinhão-real (Apus melba), o Chasco-preto (Oenanthe leucura), a Gralha-de-bicovermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) e o Corvo (Corvus corax). O projecto 1.1/00040 engloba um conjunto de acções que têm como objectivo global a caracterização e a conservação do património natural do PNDI. Estas acções encontram-se divididas em cinco componentes: I. Base de dados de caracterização do património natural esta componente engloba diversos trabalhos de inventário e avaliação da situação da fauna, flora e comunidades micológicas. O objectivo desta componente é o aumento do conhecimento sobre estes grupos na área do Parque, a elaboração de cartografia da distribuição destes grupos no PNDI e a edição de um guia sobre a fauna de vertebrados; II. Caracterização e gestão das populações de aves rupícolas e seus habitats este grupo de acções engloba intervenções bastante diversas, que têm como principais objectivos a caracterização dos factores de ameaça das populações de aves rupícolas, o melhoramento dos seus habitats, a mitigação dos factores de ameaça e a construção de um centro de recuperação; III. Revitalização de pombais tradicionais esta componente pretende construir, recuperar e revitalizar os pombais tradicionais, tendo como objectivo o aumento da disponibilidade alimentar para as rapinas rupícolas, favorecendo assim o estado de conservação das suas populações; IV. Redução do impacte negativo da actividade cinegética engloba um conjunto de acções que têm como principal objectivo reduzir a afectação da fauna protegida decorrente da caça; V. Sensibilização da população local e divulgação esta componente inclui a edição de diverso material divulgativo e promocional sobre as acções de conservação da natureza do projecto, tendo como principal objectivo a divulgação da informação produzida e a sensibilização da população local para os problemas da conservação das espécies na área do PNDI. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 15

16 Conforme é perceptível pela listagem das cinco componentes, o projecto 1.1/00040 abrange um conjunto vasto de acções, que podem ser classificadas em diversas tipologias, incluindo acções de maneio de espécies e habitats. Uma vez que se pretende neste estudo de caso avaliar apenas as acções de maneio, torna-se assim necessário uma análise criteriosa das cinco componentes atrás descritas, de modo a identificar as acções de maneio de espécies e de habitats a avaliar. ENQUADRAMENTO Conforme é dito acima, as aves rupícolas são o principal grupo-alvo das acções de maneio de espécies e habitats incluídas no Projecto 1.1/ Este grupo de aves constitui aliás uma das motivações que levaram à criação do Parque Natural e à principal motivação que levou à classificação desta área ao abrigo da Directiva Aves, como uma Zona de Protecção Especial para a Avifauna. As espécies incluídas neste grupo apresentam na sua maioria estatutos de conservação elevados, tanto a nível nacional, como a nível comunitário, como se pode observar na tabela seguinte. Tabela A.1 Espécies de aves de hábitos rupícolas existentes no PNDI Espécie Nome comum L.V. Bona Berna Directiva Aves Ciconia nigra Cegonha-negra VU II II I Neophron percnopterus Abutre do Egipto EN II II I Gyps fulvus Grifo VU II II I Aquila chrysaetos Águia-real EN II II I *Hieraaetus fasciatus Águia de Bonelli EN II II I Falco peregrinus Falcão-peregrino VU II II I Bubo bubo Bufo-real VU II I Apus melba Andorinhão-real NT II Oenanthe leucura Chasco-preto CR II II I Pyrrhocorax pyrrhocorax Gralha-de-bico-vermelho CR II I Corvus corax Corvo NT III Legenda: L.V. (estatuto de conservação segundo a versão preliminar do Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal, ICN, 2004): NT (Near threatened) Quase ameaçado; VU (Vulnerable) Vulnerável; EN (Endangered) Em perigo; CR (Critically endangered) Criticamente em perigo. Bona (estatuto de conservação segundo a Convenção de Bona): II espécie migradoras de estatuto de conservação ameaçadas). Berna (estatuto de conservação segundo a Convenção de Bona): II espécies da fauna estritamente protegidas; III espécies protegidas da fauna. D. Aves estatuto de conservação segundo a Directiva Aves (transposta pelo D.L. nº 140/99): I espécies de aves de interesse comunitário cuja conservação requer a designação de zonas de protecção especial Como se pode observar pela Tabela A.I praticamente todas as espécies rupícolas referidas encontram-se protegidas pelo Anexo I da Directiva Aves, que inclui as espécies de aves de interesse comunitário cuja conservação requer a designação de zonas de protecção especial. A Águia de Bonelli é ainda considerada uma espécie de conservação prioritária. Várias das espécies encontram-se ainda abrangidas no Anexo II da Convenção de Bona, que engloba espécies migradoras cujo estado de conservação é desfavorável e cuja conservação e gestão necessitam de acções, e ainda no Anexo II da Convenção de Berna, que engloba espécies da fauna estritamente protegidas. Em Portugal o estatuto de conservação destas espécies é também considerado muito elevado, de acordo com a nova proposta para o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (ICN, 2004). De facto, a Tabela I lista duas espécies Criticamente em perigo, o estatuto de conservação mais elevado (Chasco-preto e Gralha-de-bicovermelho), três espécies Em perigo (Abutre do Egipto; Águia-real e Águia de Bonelli) e quatro espécies Vulneráveis, o que ilustra bem a importância conservacionista deste grupo de aves rupícolas. Tendo em conta que as aves rupícolas foram um dos principais valores que levaram à criação PNDI e à classificação do seu território como ZPE, e verificando ainda que o estatuto de conservação destas espécies no nosso país, e mesmo internacionalmente, é desfavorável, considera-se que o Projecto 1.1/00040, ao ter como espécies-alvo este grupo, enquadra-se nos objectivos gerais da Medida 1.1 do POA, contribuindo ainda para atingir os objectivos da Directiva Aves, justificando-se assim plenamente enquanto projecto financiado. 16 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

17 ACÇÕES No presente ponto analisam-se as várias acções propostas no Projecto 1.1/00040, seguindo para o efeito o disposto na Memória Descritiva da candidatura do projecto, com o objectivo de identificar as acções de maneio de espécies e habitats abrangidas por este projecto. A análise é feita em separado para as cinco componentes do projecto, descritas no ponto anterior, sendo que dentro de cada componente cada acção específica é analisada e classificada numa das tipologias simplificadas elegíveis na Medida 1.1 do POA, que se discutem na avaliação das componentes específicas, e que incluem: Acções de maneio de espécies e habitats; Estudos; Bases de dados; Divulgação e Sensibilização; Aquisição de terrenos; Divulgação de produtos regionais; Infra-estruturação; Ordenamento de áreas protegidas; Reabilitação de património histórico-cultural. Relembra-se que os projectos incluídos na Medida 1.1 incluem tipicamente acções de mais do que uma tipologia. Como os presentes estudos de caso têm como objectivo a avaliação apenas das acções de maneio de espécies e habitats, torna-se necessário avaliar em pormenor as várias componentes do Projecto 1.1/00040 de modo a identificar as propostas de intervenção do mesmo que constituem acções de maneio de espécies e habitats. Após a análise separada das cinco componentes do projecto, é realizada uma síntese dos investimentos previstos, de acordo com as tipologias referidas. Componente I Base de dados de caracterização do património natural Este grupo de acções destina-se a obter informação sobre a ocorrência, distribuição e estado de conservação dos valores florísticos, faunísticos e micológicos do PNDI. A informação recolhida será sistematizada numa base de dados, com representação cartográfica e informação geográfica enquadrada num SIG, e gerará um relatório com um plano de conservação a médio-longo prazo. Todas as acções incluídas nesta componente integram-se na tipologia Bases de Dados, não sendo assim relevantes para o propósito da presente análise a avaliação das acções de maneio de espécies e habitats. Apesar disto, no quadro seguinte listam-se as acções desta componente do projecto 1.1/00040 para referência. Tabela A.2 Acções da Componente I do Projecto 1.1/00040 Acção de projecto Tipologia Custo elegível ( ) I.1 Carta de distribuição de anfíbios e répteis Bases de dados I.2 Carta de distribuição de mamíferos Bases de dados I.3 Carta de caracterização do património micológico Bases de dados I.4 Carta de caracterização do património florístico Bases de dados Total Componente II Caracterização e gestão das populações de aves rupícolas e seus habitats Esta componente abrange um grupo de acções que pretende obter informações sobre os factores de ameaça em operação sobre as espécies de aves rupícolas mais ameaçadas. Por outro lado, esta componente também inclui acções concretas de intervenção de modo a contrariar os factores de ameaça identificados, nomeadamente a mortalidade e a perturbação antropogénica. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 17

18 Assim, esta componente engloba acções de várias tipologias, incluindo Estudos e Acções de maneio. Analisando acção por acção verifica-se o seguinte: Acção II.1 Estudo de caracterização ecológica de aves rupícolas esta acção tem como principal objectivo a recolha de informação de base sobre as populações de várias espécies rupícolas, incluindo Abutre do Egipto, Águia de Bonelli, Águia-real, Falcão-peregrino, Grifo e Cegonha-negra. Neste sentido, esta acção enquadra-se na tipologia Estudos; Acção II.2 Planos de melhoramento ecológico das práticas agro-pecuárias tradicionais esta acção tem como principais objectivos o inventário e caracterização das explorações agro-pecuárias do PNDI, de modo a identificar as áreas prioritárias para a gestão das populações de presas das rapinas rupícolas, através do fomento de medidas de melhoramento de maneio pecuário. Apesar desta acção ter um pequeno ensaio experimental de implementação destas medidas, os principais resultados esperados correspondem à obtenção de informação, pelo que esta acção é classificada na tipologia Estudos; Acção II.3 Planos de gestão de matos e bosques autóctones esta acção tem como principais tarefas a inventariação e caracterização do estado da vegetação nas áreas de alimentação da Águia de Bonelli e da Águia-real, bem como a identificação dos processos de gestão florestal e o historial recente dos danos provocados por incêndios. O objectivo é produzir uma carta de risco de incêndio e a obtenção de informação que permita a planificação dos processos de maneio florestal mais adequados ao melhoramento dos habitats de alimentação das rapinas referidas. Neste sentido, esta acção enquadra-se na tipologia Estudos; Acção II.4 Avaliação da situação sanitária das populações de aves de rapina e suas presas esta acção tem como principal objectivo recolher informação acerca das epizootias que afectam as espécies mais ameaçadas de aves de rapina e as suas presas, através da recolha e análise em laboratório de amostras biológicas em animais capturados ou encontrados mortos. Esta acção enquadra-se assim na tipologia Estudos; Acções II.5 e II.13 Radioseguimento de aves estas duas acções englobam a aquisição e utilização de equipamento de radioseguimento em juvenis de Cegonha-preta, Abutre do Egipto e Águia de Bonelli. O objectivo é obter informação sobre as zonas de alimentação e dispersão destas espécies. Esta acção enquadra-se assim na tipologia Estudos; Acção II.6 Sementeiras esta acção visa criar campos de alimentação para o Coelho-bravo e Perdizvermelha, através da preparação e sementeira de 30 parcelas de terreno. O objectivo é aumentar a disponibilidade destas espécies-presa para a Águia de Bonelli e a Águia-real. Esta acção constitui uma Acção de maneio de espécies, nomeadamente das espécies presas das rapinas, através da gestão de um habitat de alimentação; Acção II.7 Correcção de linhas eléctricas esta acção visa a alteração de parte da rede eléctrica de média tensão do PNDI, de modo a reduzir o risco de electrocussão em áreas de nidificação da Águia de Bonelli. Uma vez que o objectivo desta acção é fomentar a população de uma espécie, pela eliminação de um factor de risco para a mesma, considera-se que se trata de uma Acção de maneio dirigida à Águia de Bonelli; Acção II.8 Gestão das populações de Coelho-bravo esta acção visa fomentar as populações de Coelho-bravo através do melhoramento das condições de abrigo (implantação de estruturas de refúgio e criação desta espécie) e de repovoamentos. O objectivo último é aumentar a disponibilidade alimentar para cinco casais de Águia de Bonelli. Perante estes objectivos, trata-se claramente de uma Acção de maneio de espécies; Acção II.9 Centro de recuperação de aves esta acção tem como objectivo a construção de um edifício para servir de centro de recuperação de aves rupícolas, enquadrando-se assim na tipologia Infraestruturação; Acção II.10 Construção de campos de alimentação de abutres esta acção pretende construir dois campos de alimentação de aves necrófagas, de modo a ordenar a prática de depósito de cadáveres por parte de agricultores locais e potenciando as condições de alimentação dos abutres. Uma vez que o principal objectivo desta acção é aumentar a disponibilidade alimentar para as aves necrófagas, considera-se que se trata de uma Acção de maneio de espécies, dirigida ao Abutre do Egipto e ao Grifo; 18 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

19 Acção II.11 Instalação de mecanismos anti-predação esta acção visa instalar vedações de protecção de ninhos e colónias de Cegonha-negra e Abutre do Egipto, em cinco localizações, de modo a evitar a predação dos ovos e juvenis destas duas espécies. Esta acção é claramente uma acção de maneio de espécies, dirigida à Cegonha-negra e ao Abutre do Egipto, que tem o objectivo de aumentar o sucesso reprodutor destas duas espécies, e consequentemente o efectivo populacional das mesmas no PNDI; Acção II.12 Criação de pontos de água esta acção tem como objectivo criar 50 charcas que funcionarão como locais de alimentação para a Cegonha-negra. As charcas serão construídas junto a ninhos desta espécie, em áreas com escassa disponibilidade alimentar. Esta acção constitui uma acção de maneio de espécies, dirigida à Cegonha-negra, tendo ainda benefícios secundários para várias outras espécies, em especial para as espécies-presas das rapinas rupícolas; Acção II.14 Equipamento de observação esta acção destina-se a adquirir diverso equipamento óptico, essencial para obtenção de informação sobre a situação demográfica das espécies de aves rupícolas. Tendo em conta este objectivo principal de obtenção de informação, optou-se por classificar esta acção na tipologia Estudos. As acções de projecto da componente II encontram-se listadas na tabela seguinte. Tabela A.3 Acções da Componente II do Projecto 1.1/00040 Acção de projecto Tipologia Custo elegível ( ) II.1 Estudo de caracterização ecológica de aves rupícolas Estudos II.2 Planos de melhoramento ecológico das práticas agro-pecuárias tradicionais Estudos II.3 Planos de gestão de matos e bosques autóctones Estudos II.4 Avaliação da situação sanitária das populações de aves de rapina e suas presas Estudos II.5 e II.13 Radioseguimento de aves Estudos II.6 Sementeiras Acções de maneio II.7 Correcção de linhas eléctricas Acções de maneio II.8 Gestão das populações de Coelho-bravo Acções de maneio II.9 Centro de recuperação de aves Infra-estruturas II.10 Construção de campos de alimentação de abutres Acções de maneio II.11 Instalação de mecanismos anti-predação Acções de maneio II.12 Criação de pontos de água Acções de maneio II.14 Equipamento de observação Estudos Total Componente III Revitalização de pombais tradicionais Esta componente pretende proceder à recuperação, construção e revitalização de pombais tradicionais. O principal objectivo que motiva estas acções é o aumento da disponibilidade alimentar para algumas rapinas rupícolas, que predam o Pombo, como a Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus) e o Falcão-peregrino (Falco peregrinus). Neste sentido, considera-se adequado considerar esta componente como uma acção de maneio de espécies, cujas espécies-alvo são as duas rapinas indicadas acima, sob a forma do fomento das populações de uma das suas principais espécies-presas o Pombo-das-rochas. As três acções incluídas nesta componente são as seguintes: Acção III.1 Repovoamento de pombais esta acção tem como objectivo instalar núcleos reprodutores de Pombo-da-rocha em 50 pombais previamente recuperados pelo PNDI, considerando no mínimo 20 casais por pombal. Esta acção será implementada através de um protocolo com a associação PALOMBAR Associação de Proprietários de Pombais do Nordeste. O objectivo desta acção é aumentar as densidades de Pombo-da-rocha nos territórios de caça da Águia de Bonelli, para potenciar o sucesso reprodutor desta rapina; Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 19

20 Acção III.2 Construção de pombais esta acção pretende construir 5 pombais próximos aos locais de nidificação de 5 casais de Águia de Bonelli, permitindo aumentar a disponibilidade alimentar para estes cinco casais, cujos territórios de caça incluem um número reduzido destas estruturas; Acção III.3 Recuperação de pombais esta acção tem como objectivo recuperar 180 pombais tradicionais, em todo o território do PNDI, de modo a assegurar o seu repovoamento e utilização no médio-longo prazo. Os proprietários beneficiados ganham a obrigação de manter o pombal durante no mínimo 5 anos, com pelo menos 20 pombos. O objectivo desta acção é aumentar as densidades de Pombo-da-rocha no PNDI, de modo a potenciar o sucesso reprodutor da Águia de Bonelli; As acções de projecto desta componente encontram-se listadas na tabela seguinte. Tabela A.4 Acções da Componente III do Projecto 1.1/00040 Acção de projecto Tipologia Custo elegível ( ) III.1 Repovoamento de pombais Acções de maneio III.2 Construção de pombais Acções de maneio III.3 Recuperação de pombais Acções de maneio Total Componente IV Redução do impacte negativo da actividade cinegética Esta componente abrange um conjunto de acções cujo objectivo é ordenar a actividade cinegética, de modo a reduzir os impactes negativos desta actividade sobre o património natural do Parque. As acções pretendem reduzir a pressão da caça sobre a fauna e a promoção das boas práticas de maneio das populações cinegéticas. Esta componente abrange acções de várias tipologias, como se descreve de seguida. Acção IV.1 Implementação de gestão cinegética sustentável em zonas de caça esta acção tem como objectivo estabelecer protocolos de colaboração com 29 associações e clubes locais de caça, responsáveis pela concessão de 86% das zonas de caça associativas existentes no PNDI. Uma vez que 80% do espaço rural do PNDI encontra-se incluído em zonas de caça do regime cinegético especial, estes protocolos pretendem garantir que uns dos principais actores na gestão do território do Parque, e logo dos habitats e populações de espécies-presa de que as rapinas rupícolas dependem, aja de forma a fomentar a manutenção destas espécies. Dados os objectivos desta acção, considera-se adequado inclui-la nas acções de maneio de espécies e habitats; Acção IV.2 Manutenção da sinalização nas zonas de interdição à caça esta acção pretende adquirir e implantar no terreno 6200 placas de sinalização das zonas de interdição à caça (ZIC s) existentes no PNDI. Esta acção foi classificada na tipologia Ordenamento de áreas protegidas; Acção IV.3 Planos de melhoramento da gestão cinegética esta acção pretende, em simultâneo com o estabelecimento dos protocolos de colaboração da Acção IV.1, obter informação aplicável à gestão e ordenamento das zonas de caça associativa (ZCA s), nomeadamente a caracterização em SIG do panorama cinegético no PNDI, a elaboração de planos de exploração e de ordenamento cinegético das ZCA s, a elaboração de planos de manutenção das ZIC s, a identificação de novas áreas para ZIC s, a análise da dinâmica populacional dos efectivos abatidos e a definição das cotas anuais de abate por ZCA. Dado que o objectivo desta acção é fundamentalmente obter e tratar informação, a mesma é classificada na tipologia Estudos; Acção IV.4 Equipamento de espantamento esta acção pretende adquirir equipamento especial de espantamento de aves, a instalar em explorações agrícolas nas áreas enquadradas nas ZIC s, de modo a minimizar os prejuízos agrícolas causados pelas populações de aves selvagens, evitando assim situações de conflito entre os proprietários rurais e a conservação dessas espécies. Dado que se trata de uma acção concreta que visa a manutenção de espécies de aves, considera-se adequado classificar esta acção como de maneio de espécies; Acção IV.5 Mudança de localização de campos de tiro aos pratos em duas ZCA s esta acção visa encerrar e reinstalar noutra localização dois campos de tiro aos pratos de dois clubes de caça, de modo a reduzir a perturbação desta actividade sobre vários casais de rapinas rupícolas. Trata-se assim de uma acção de maneio de espécies; 20 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

21 As acções de projecto desta componente encontram-se listadas na tabela seguinte. Tabela A.5 Acções da Componente IV do Projecto 1.1/00040 Acção de projecto Tipologia Custo elegível ( ) IV.1 Implementação de gestão cinegética sustentável em zonas de caça Acções de maneio IV.2 Manutenção da sinalização nas zonas de interdição à caça Ordenamento de AP s IV.3 Planos de melhoramento da gestão cinegética Estudos IV.4 Equipamento de espantamento Acções de maneio IV.5 Mudança de localização de campos de tiro aos pratos em duas ZCA s Acções de maneio Total Componente V Sensibilização da população local e divulgação Esta componente prevê a edição de diverso material divulgativo e promocional sobre o património natural e sobre as medidas do Projecto 1.1/ Estas acções têm como objectivo melhorar a imagem das espécies de aves mais ameaçadas e sensibilizar as populações locais para o aproveitamento sustentável dos recursos ecológicos do PNDI. Todas as acções desta componente de projecto enquadram-se assim na tipologia Divulgação e Sensibilização, não sendo assim relevantes para a análise das acções de maneio de espécies e habitats. Apesar disto, listam-se as acções desta componente no quadro seguinte, para referência. INVESTIMENTOS Tabela A.6 Acções da Componente V do Projecto 1.1/00040 Acção de projecto Tipologia Custo elegível ( ) V.1 Exposição temática aves rupícolas Divulgação e sensibilização V.2 Edição livro aves rupícolas Divulgação e sensibilização V.3 Edição de página na internet Divulgação e sensibilização V.4 Edição de poster Divulgação e sensibilização V.5 Edição de folhetos Divulgação e sensibilização V.6 Edição do Guia da fauna Divulgação e sensibilização Total As intervenções propostas na candidatura do Projecto 1.1/00040 compreendem um investimento total de ,02 (3% do investimento total aprovado na medida 1.1), sendo o montante totalmente elegível, ao qual corresponde uma comparticipação FEDER de ,02. A candidatura previa decorrer entre 2002 e 2005, encontrando-se no entanto atrasada e prevendo-se que continue em 2006, conforme se discute à frente. As acções de maneio de espécies e habitats, que constituem o objecto de estudo da presente análise, correspondem a 62% do investimento total do projecto, conforme se pode observar na tabela seguinte, que resume a distribuição do investimento da candidatura pelas tipologias de projecto consideradas. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 21

22 Tabela A.7 Distribuição do investimento do Projecto 1.1/00040 pelas tipologias de acções consideradas Tipologia Investimento elegível ( ) Investimento elegível (%) Acções de maneio ,7% Estudos ,5% Bases de dados ,9% Divulgação e sensibilização ,7% Infra-estruturas ,3% Ordenamento de AP s ,9% Total ,00 100,0% De acordo com o relatório de execução anual de 2004 do promotor, a despesa executada até ao momento foi de ,79, o que corresponde a 29,5% do valor total do projecto e 32,8% do valor inicialmente previsto para execução até ao ano de Em relação unicamente às acções de maneio de espécies e habitats, foi executado até ao ano de 2004 um total de 22% do investimento programado para estas medidas, o que equivale a um valor de ,11. Avaliação do Projecto no âmbito do POA Depois de analisada a informação disponível para o projecto 1.1/00040, através da consulta da candidatura e dos relatórios de execução de 2002 a 2004, foi realizada uma visita ao Parque Natural do Douro Internacional, acompanhada por um dos técnicos responsáveis pelo projecto, de modo a constatar no local a execução física já realizada e a obter as opiniões dos técnicos do PNDI sobre o processo de implementação do Projecto 1.1/ ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE ESPÉCIES E HABITATS UTILIZADAS NO PROJECTO Relembrando que o objectivo do presente estudo de caso é a avaliação das acções de maneio de espécies e habitats, a análise dos dados descritos acima revela que o Projecto 1.1/00040 apresenta 12 acções de maneio, num total de 31 acções incluídas no projecto, que constituem cerca de 62% dos investimentos previstos pelo projecto. O grupo-alvo de todas estas acções de maneio é o das aves rupícolas, que constituem um dos valores naturais mais importantes do PNDI, e em particular as rapinas rupícolas. Apenas duas das acções não são dirigidas às rapinas: a construção de pontos de água para a Cegonha-negra e o equipamento de espantamento, dirigido principalmente a passeriformes e a outras aves, como a Perdiz. A principal estratégia de gestão adoptada no Projecto 1.1/00040 é a gestão e beneficiação de espécies-presa das rapinas rupícolas, em particular do Pombo-das-rochas, do Coelho-bravo e da Perdiz-vermelha. Mais de 70% do investimento do Projecto em acções de maneio é aplicado neste tipo de estratégia, que inclui fundamentalmente três linhas principais de acção: Construção, recuperação e repovoamento dos pombais (acções III.1, III.2 e III.3) estas acções têm como objectivo directo a manutenção da presença do Pombo-das-rochas em áreas estratégicas (perto de ninhos) e o aumento dos seus efectivos populacionais no PNDI. O objectivo último é a beneficiação da Águia de Bonelli, de que o Pombo-das-rochas é uma das principais presas; Repovoamento de Coelho-bravo em estruturas especiais (acção II.8) esta acção tem como objectivo directo o aumento da densidade do Coelho-bravo em áreas estratégicas (perto de ninhos de Águia de Bonelli). O objectivo último é a beneficiação de cinco casais de Águia de Bonelli, espécie que preda também o Coelho-bravo; Fomento das populações de espécies-presa através de maneio de habitats (acções II.6 e IV.1) estas acções passam principalmente pelos protocolos com as associações de caça, e visam aumentar os efectivos populacionais das espécies presas das rapinas rupícolas (a maioria das quais também cinegéticas) através da abertura de clareiras, campos de alimentação semeados e pequenas charcas e bebedouros. 22 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

23 Os restantes 30% do investimento em acções de maneio do projecto dizem respeito a acções directas de eliminação de riscos (correcção de linhas eléctricas, desactivação de campo de tiro, instalação de equipamento anti-predação e de espantamento) e dois casos de beneficiação de habitats de alimentação (campo de alimentação de abutres e charcas para a Cegonha-negra). Note-se ainda que os protocolos com as associações de caça auxiliam ainda a reduzir o risco decorrente da actividade cinegética sobre as espécies-alvo. O foco do projecto sobre a estratégia de gestão e beneficiação das populações de espécies presa reflecte a realidade do território do Parque, onde não existem actualmente grandes pressões sobre as espécies de rapina, que não as decorrentes da fraca disponibilidade alimentar, que provoca a redução do seu sucesso reprodutor. Para além da disponibilidade alimentar, o maior impedimento à melhoria do estado de conservação destas rapinas será a mortalidade relativamente elevada, que tem sido registada nos estudos que estão a ser elaborados pelos técnicos do Parque, onde se assiste a substituições frequentes de membros dos casais de rapinas, provavelmente devido a abates ilegais, acidentais ou propositados, e a outros factores de mortalidade. O Projecto 1.1/00040 procura também controlar este risco, através dos protocolos com as ZAC s, procurando aumentar a vigilância no terreno e mudar as mentalidades dos caçadores, envolvendo na conservação das espécies de rapinas um dos principais actores na gestão corrente do território as associações de caça. De um modo geral, considera-se que as acções de maneio de espécies e habitats incluídas no Projecto 1.1/00040, bem como as estratégias adoptadas nas mesmas, encontram-se adequadas aos problemas da conservação das rapinas rupícolas que se verificam actualmente no PNDI, espécies que, lembre-se, correspondem a um dos valores a conservar que motivaram a criação do Parque e da ZPE. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO Conforme já foi referido atrás, o Projecto 1.1/00040 encontra-se relativamente atrasado em relação à programação original ( ), sendo que apenas 29,5% do investimento elegível programado para o projecto foi executado até Em relação especificamente às acções de maneio, verifica-se que apenas 22% do investimento elegível programado para as mesmas foi implementado até Das 12 acções de maneio de espécies e habitats incluídas no projecto, nenhuma se encontra já completamente executada e apenas 4 apresentam já execuções parciais: as acções III.1 e III.3 (recuperação e repovoamento de pombais), IV.1 (protocolos com ZCA s) e IV.4 (aquisição de equipamento de espantamento). Entre as restantes 8 acções que ainda não se iniciaram, 4 delas deverão iniciar-se no ano de 2006, de acordo com informações recolhidas durante a visita de campo, nomeadamente: Acção II.6 sementeiras em 30 parcelas de terreno. Esta acção está prevista para arrancar em 2006, embora no âmbito da acção IV.1 (protocolos com associações de caça) estejam a ser realizadas muitas intervenções similares, com pequenas parcelas semeadas (ver Figura A.1); Acção II.10 construção de campos de alimentação de abutres. A localização para o campo já foi seleccionada (ver Figura A.2), prevendo-se que sigam os contactos com os proprietários do terreno e a construção do campo de alimentação; Acção II.11 instalação de mecanismos anti-predação. Esta acção ainda não se iniciou, prevendo-se que seja executada em 2006; Acção II.12 criação de 50 pontos de água. Esta acção está prevista para arrancar em 2006, embora no âmbito da acção IV.1 (protocolos com associações de caça) estejam a ser realizadas algumas intervenções similares, com pequenas charcas construídas dentro das ZCA s (Figura A.3). Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 23

24 Figura A.1 Três parcelas semeadas para fomentar as populações de espécies cinegéticas no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) Figura A.2 Localização escolhida para o campo de alimentação para abutres, a ser construído em 2006, no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção II.10) Figura A.3 Duas charcas criadas em ZCA s para fomentar as populações de espécies cinegéticas no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) Por fim, das 12 acções de maneio inicialmente previstas no projecto 1.1/00040, 4 não serão implementadas. O relatório de execução de 2004 refere que as acções II.7 (correcções de linhas eléctricas) e II.8 (gestão das populações de Coelho-bravo) não serão executadas. Em relação à acção II.8, que envolve repovoamentos de Coelho-bravo em estruturas especiais colocadas no terreno para o efeito, refira-se que apesar desta acção não ser executada, o projecto encontra-se a financiar acções muito similares, através dos protocolos com as associações de caça (acção IV.1), conforme se ilustra na Figura A Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

25 Figura A.4 Criação e repovoamento de Coelho-bravo no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) À esquerda uma estrutura de refúgio implantada no terreno, servindo ainda de local de alimentação e bebedouro. Ao centro o local de criação de coelho numa zona de caça associativa e à direita as estruturas de plástico utilizadas para a criação de coelho, do tipo Majano. Para além das duas acções referidas acima, informações obtidas junto aos técnicos que acompanharam a visita indicam ainda que as acções III.2 (construção de pombais) e IV.5 (mudança de campos de tiro) também não serão executadas. Em relação à acção III.2, os técnicos do PNDI constataram que não havia necessidade de construir novos pombais, dada a disponibilidade de pombais para recuperar e utilizar. Apesar desta redução de 4 acções, o relatório de execução de 2004 do promotor do projecto refere que esta reprogramação não envolve alteração ao montante total elegível aprovado, uma vez o investimento imputado a estas acções será objecto de reforço de outras acções consideradas prioritárias, nomeadamente a acção IV.1 (protocolos com associações de caça) e a componente V (divulgação e sensibilização). Em relação às acções já em execução, as acções III.1 e III.3 (recuperação e repovoamento de pombais) e a acção IV.1 (protocolos com ZCA s) são as que assumem maior expressão no terreno. Refira-se que apenas estas três acções correspondem a mais de metade (59%) do investimento em acções de maneio previsto na programação inicial da candidatura, sendo provável que o seu peso cresça ainda mais, dado que o relatório de execução de 2004 do promotor refere que parte do investimento das acções descontinuadas será alocado à acção IV.1. Estas três acções são ainda as que abrangem maior extensão dentro do território do PNDI. Os pombais recuperados distribuem-se um pouco por toda a área do Parque, enquanto que os protocolos com as associações de caça fomentam a gestão adequada de grande parte do território do PNDI (uma vez que 80% da área rural deste encontra-se integrado em ZCA s). As acções III.1 e III.3 promovem a recuperação de pombais abandonados e o seu repovoamento, tentando fomentar as populações selvagens de Pombo-das-rochas, garantindo locais adequados para a sua alimentação e nidificação, à medida que se misturam com os pombos domésticos utilizados nos repovoamentos. A visita ao terreno permitiu constatar que os pombais recuperados encontram-se dispersos por grande parte do território do parque, tendo-se ainda acompanhado uma acção de repovoamento, conforme se observa na Figura A.5. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 25

26 Figura A.5 Recuperação e repovoamento de pombais no âmbito do Projecto 1.1/00040 (acções III.1 e III.3) Acima o repovoamento de um pombal e o interior do mesmo, em cima à direita. Em baixo três pombais tradicionais abrangidos pela recuperação da acção III.3 (ao centro, um pombal ainda por recuperar) O objectivo último desta acção é aumentar a disponibilidade alimentar para a Águia de Bonelli, uma espécie Em perigo de extinção no nosso país e de conservação prioritária no espaço europeu, segundo a legislação comunitária (Directiva Aves). As acções de repovoamento são efectuadas directamente pelos técnicos do parque e ainda através de um protocolo com a associação PALOMBAR Associação de Proprietários de Pombais do Nordeste. Segundo informações recolhidas durante a visita de campo, a auto-manutenção dos efectivos de Pombo nos pombais pelos seus proprietários não tem sido tão bem sucedida, dado o desinteresse crescente da maioria dos proprietários na columbofilia. Este insucesso deve-se, por um lado, ao envelhecimento crescente da maioria dos proprietários, mas também à diminuição da própria actividade agrícola, já que os pombais eram sobretudo utilizados para a produção de fertilizantes (excrementos dos pombos). Os protocolos com as associações de caça, no âmbito da acção IV.1, foram classificados como acções de maneio de espécies e habitats, já que ao seu abrigo é favorecida a condição de manutenção e proliferação de espécies cinegéticas que constituem também presas das rapinas rupícolas. Entre as acções de maneio de habitats realizadas pelas associações de caça contam-se parcelas semeadas (ver Figura A.1), criação de charcas (Figura A.2) e pontos de bebedouro (Figura A.6) e a criação e repovoamento de Coelho-bravo (Figura A.4). Os protocolos firmados entre o PNDI e as associações de caça permitem ainda aumentar consideravelmente a vigilância no território, graças à presença dos guardas de caça das associações (Figura A.6). Por fim, esta acção permite ainda a sensibilização e a formação dos caçadores e da população local, tentando mobilizá-las para a conservação de um valor natural regional. Um exemplo disto é o facto de as contribuições do PNDI às zonas de caça apresentarem majorações, caso no território dessa ZCA ocorram regularmente espécies protegidas. 26 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

27 Figura A6 Vigilância e colocação de bebedouros numa ZCA ao abrigo do Projecto 1.1/00040 (acção IV.1) À direita e ao centro observam-se os guardas de caça de uma ZCA. À direita um bebedouro típico para utilização de caça menor. EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Da análise de todos os elementos e informação obtida, constata-se o seguinte: 1. A ficha de apreciação da candidatura do Gabinete da Gestora do POA refere a propósito do Projecto 1.1/00040 que os investimentos que o promotor se propõe realizar justificam-se plenamente, pois referem-se a acções que visam: Proteger e valorizar o património natural, promovendo acções de gestão e recuperação de habitats e de espécies prioritárias ou ameaçadas; Sensibilizar e informar os cidadãos em matéria de ambiente para melhorar a protecção e valorização do património natural; Contribuir para o conhecimento do património natural, elaborando bases de dados utilizáveis em SIG e cartografia ; 2. No presente Estudo de Caso encontram-se em avaliação apenas as acções de maneio de espécies e habitats propostas pelo Projecto 1.1/ A este propósito verifica-se que as espécies-alvo deste projecto são as aves rupícolas, em particular as rapinas rupícolas. Este grupo constitui um dos principais valores naturais que motivou a criação do PNDI e a classificação do seu território como uma Zona de Protecção Especial para a avifauna, ao abrigo da Directiva Aves. As espécies-alvo apresentam ainda estatutos de conservação elevados em Portugal e encontram-se protegidas pela legislação comunitária (Directiva Aves). Neste sentido, as acções de maneio do Projecto 1.1/00040 enquadram-se perfeitamente nos objectivos do POA, contribuindo ainda para os objectivos da Directiva Aves. O projecto apresenta assim toda a relevância do ponto de vista da Conservação da Natureza; 3. O Projecto 1.1/00040 integra 12 acções de maneio de espécies e habitats distintas, que em conjunto representam 62% dos investimentos previstos no projecto. A principal estratégia adoptada no projecto é a gestão de populações de espécies-presa das rapinas rupícolas, que inclui 6 das 12 acções de maneio. Quatro acções pretendem reduzir riscos e factores de ameaça presentes no território do Parque e duas prevêem a beneficiação de habitats de alimentação; 4. Das 12 acções de maneio previstas, nenhuma se encontra finalizada e apenas 4 apresentam já execuções parciais. Em relação às restantes acções, prevê-se que 4 delas se iniciem em 2006, enquanto que 4 outras foram descontinuadas, algumas por apresentarem efeitos redundantes com outras acções previstas. Apesar do abandono previsto de 4 das 12 acções de maneio, não se prevê uma redução do investimento elegível aprovado, já que o mesmo será objecto de reforço de acções consideradas prioritárias, como os protocolos com as associações de caça e as acções de sensibilização e divulgação; 5. No momento actual, e especificamente no que concerne às acções de maneio de espécies e habitats, apenas se encontra executado 22% do investimento programado; 6. O projecto apresenta assim um considerável atraso em relação ao planeamento apresentado na candidatura, no que respeita às acções de maneio de espécies e habitats, que abrangia o período Apesar de ainda não ter sido apresentada a proposta de reprogramação por parte do Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 27

28 promotor, dado que apenas um quarto das acções encontram-se ainda parcialmente implementadas, é previsível que o projecto se prolongue para 2006; 7. De acordo com o Relatório de Execução do promotor do projecto de 2004, e ainda segundo informações prestadas pelos técnicos que acompanharam a visita de campo, as principais dificuldades com a implementação das acções prendem-se com cortes orçamentais, e com a morosidade dos processos administrativos, que impediram a atempada execução das acções no terreno; 8. A visita realizada aos locais de execução das acções já em curso (pombais e protocolos com ZCA s) permitiram verificar que as acções de gestão de populações-presa se encontram já significativamente implementadas no terreno, sendo previsível um impacte positivo destas acções sobre as rapinas rupícolas, embora os efeitos apenas sejam verificáveis no médio prazo; 9. Os efeitos positivos do projecto resultarão também dos efeitos sinergísticos entre as várias acções de maneio e da continuação das acções de gestão de populações de espécies-presa no tempo, pelo que será fundamental para o sucesso do projecto, dado o atraso que o mesmo apresenta actualmente, a implementação das acções ainda por executar e a continuação das acções já em curso; Com base nos elementos apresentados, é possível concluir que: 1. Para efeitos de avaliação da eficácia do projecto, resume-se na Tabela A.8 a contribuição do projecto para cada um dos objectivos definidos no POA, e na Tabela A.9 a análise da adequação dos objectivos do projecto com os objectivos estabelecidos para as candidaturas abrangidas pela Medida 1.1. Tabela A.8 Contribuição do Projecto 1.1/00040 para os objectivos do POA Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos do POA 1. Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; 2. Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes; - 3. Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; 4. Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira; - 5. Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras; - 6. Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.; - 7. Apoiar a sustentabilidade das actividades económicas através da promoção da ecogestão e da certificação ambiental, do apoio a acções inovadoras e de demonstração que proporcionem melhorias do desempenho ambiental, de acções de requalificação ambiental e da majoração de acções que - proporcionem mais-valia ambiental, relativamente à legislação em vigor. FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Tabela A.9 Contribuição do Projecto 1.1/00040 para os objectivos da Medida 1.1 do POA Objectivos da Medida Impulsionar a conservação e valorização do património natural incluído na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) ou na Reserva Ecológica Nacional, em conformidade com uma estratégia de conservação da natureza e da biodiversidade Contributo do projecto para os objectivos da Medida Promover a utilização sustentada dos recursos naturais, nomeadamente através de actividades de recreio e lazer que constituam factores de demonstração de um modelo de desenvolvimento sustentável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. O Projecto 1.1/00040 (Caracterização e Gestão do Património Natural do Douro Internacional) é justificado essencialmente pelo objectivo global do POA Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos. As suas acções, no entanto, contribuem ainda de forma secundária para promover o 28 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

29 desenvolvimento local em zonas protegidas e para apoiar a sustentabilidade das actividades económicas, fundamentalmente através dos protocolos com os clubes e associações de caça (Acção IV.1) que ajuda a aumentar a sustentabilidade da actividade cinegética e promove o desenvolvimento local, através do fomento do emprego nessas associações (guardas de caça, etc.) e de uma gestão mais adequada do território abrangido nas ZCA s; O Projecto 1.1/00040 está também em sintonia com ambos os objectivos da Medida 1.1, impulsionando a valorização e conservação do património natural incluído no Parque Natural do Douro Internacional, e promovendo, novamente através dos protocolos com as associações de caça, uma utilização mais sustentada dos recursos cinegéticos; Em relação às acções que já se encontram implementadas no terreno, e considerando a relação entre os efeitos destas acções e os objectivos da candidatura ao POA e à Medida 1.1, o projecto em estudo pode ser considerado eficaz; A eficácia do projecto como um todo, no entanto, e especificamente no que diz respeito às acções de maneio de espécies e habitats, encontra-se dependente da implementação efectiva das restantes acções de maneio previstas da continuação das acções que estão ainda apenas parcialmente executadas. Em suma, embora se considere que o Projecto em análise apresenta um considerável interesse para a conservação do património natural do PNDI, e justifica-se plenamente o seu financiamento pela Medida 1.1 do POA, a eficácia do projecto (apenas no que concerne às acções de maneio, relembrese) encontra-se dependente da efectiva implementação das acções que ainda não se iniciaram no terreno e da continuação das que se encontram parcialmente executadas; Num contexto temporal mais amplo, a eficácia deste projecto no médio a longo prazo irá ainda depender da capacidade do PNDI em continuar, independentemente do POA, a promover acções similares às contempladas neste projecto. De facto, dado que a principal estratégia adoptada no projecto 1.1/00040 é a gestão e fomento das populações de espécies-presa das rapinas rupícolas, estratégia aliás perfeitamente adaptada à realidade do território do Parque, como já foi referido atrás, torna-se fundamental que essa gestão e fomento se perpetue para além do âmbito do presente projecto, uma vez que os benefícios destas acções para as espécies-alvo (rapinas rupícolas) são indirectos e verificáveis apenas no médio prazo, dependendo da continuidade no tempo desta gestão. Para tal será fundamental a continuação da boa articulação entre o PNDI e as associações de caça que se verifica actualmente, em boa parte possibilitado pelo financiamento do POA, e a continuidade das acções de repovoamento dos pombais. Dada a capacidade técnica do PNDI julgase que estes objectivos são alcançáveis, tendo o Projecto 1.1/00040 sido fundamental para auxiliar o início deste processo; 2. Relativamente aos benefícios do projecto: O projecto traduz-se num benefício para o aumento do conhecimento e divulgação do património natural do PNDI e na beneficiação directa das populações de espécies-presa existentes em grande parte do território do parque (particularmente do Pombo-das-rochas, Coelho-bravo e Perdizvermelha) e indirecta de várias espécies de rapinas rupícolas, de elevado interesse ecológico e conservacionista. O projecto apresenta ainda benefícios no relacionamento entre o PNDI e a população que habita no seu território, especialmente em relação às associações de caça, um dos principais actores com influência na gestão efectiva do território, e com os proprietários rurais de pombais. Considerando os objectivos deste projecto, a sua coerência com os objectivos da Medida 1.1 do POA e ainda com a legislação nacional e comunitária, especialmente a Directiva Aves, e o valor legal e conservacionista dos valores naturais beneficiados, a relação custo/benefício deste projecto é positiva. Os benefícios do projecto encontram-se, no entanto, parcialmente dependentes (no que concerne às acções de maneio) da efectiva implementação das acções que ainda não se iniciaram no terreno. 3. Relativamente à eficiência do projecto: Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 29

30 A eficiência do projecto não é facilmente avaliada, uma vez que os produtos do projecto são diversos (bases de dados, estudos, material de divulgação, pombais recuperados, protocolos com associações, etc.) e os resultados de várias das acções de maneio de espécies e habitats não podem ser avaliados no imediato, já que os efeitos que se pretendem alcançar são indirectos (beneficiação das populações de rapinas) e verificáveis apenas no médio a longo prazo; Apesar disto, e em relação especificamente às acções de maneio de espécies e habitats, que é o objecto de estudo da presente análise, os recursos utilizados no projecto podem ser expressos em custos/ha, considerando apenas os custos das acções de maneio e o valor de ha de biótopo intervencionado que consta dos indicadores de realização física da ficha de apreciação à candidatura do projecto Tabela A.10. Tabela A.10 Custos unitários das acções de maneio de espécies e habitats do Projecto 1.1/00040 Indicador Custo unitário 1 Custo por hectare das acções de maneio de espécies e habitats incluídas no Projecto 1.1/00040 [ /ha] 2 A relação entre as realizações físicas e os resultados alcançados com os meios e recursos mobilizados, considerando apenas as acções implementadas no terreno até ao momento, permite considerar este projecto como eficiente. De facto, se se considerarem apenas as acções implementadas até ao momento, verifica-se que o custo unitário por hectare é inferior ao apresentado na Tabela A.10, sendo de 11,14 /ha (considerando os valores de investimento realizada e área intervencionada apresentados no relatório de execução do promotor do projecto de 2004); A eficiência do projecto na sua globalidade, no entanto, e no que concerne às acções de maneio de espécies e habitats, depende da implementação das restantes acções que ainda não se iniciaram, e de eventuais reprogramações que se venham a verificar. IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO Face aos custos inerentes às acções realizadas neste projecto, e considerando os recursos próprios do PNDI, considera-se que o POA foi indispensável à realização deste projecto. Ou seja, o mesmo não teria sido implementado sem o financiamento do POA. Esta mesma conclusão foi corroborada pelas informações prestadas pelos técnicos do PNDI que acompanharam a visita ao terreno. ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA A presente candidatura apresenta um considerável atraso na sua implementação, uma vez que a programação original se referia ao período e no momento actual, no que concerne às acções de maneio, apenas foi executado 22% do investimento programado. O relatório de execução de 2004 refere que o promotor pretende apresentar uma proposta de reprogramação, visando a alteração do prazo de execução da candidatura, passando a finalizar em Dezembro de 2006, o abandono de algumas acções de maneio e a redistribuição do investimento elegível pelas restantes acções, uma vez que não se prevê alteração do montante aprovado. 13,05 1 O cálculo dos custos unitários apresentados teve por base apenas os custos associados às acções de maneio de espécies e habitats ( ,00 ). 2 O valor deste custo unitário teve por base o valor de ha adoptado para os indicadores de realização física da apreciação da candidatura 30 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

31 Caso 2: Gestão dos Recursos Naturais da RN do Paul do Boquilobo Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O Projecto 1.1/00028 tem como promotor o ICN, através da Reserva Natural do Paul do Boquilobo (RNPB). A RNPB foi criada pelo Decreto-Lei nº 198/80, de 24 de Junho, e reclassificada pelo Decreto Regulamentar nº 49/97, de 20 de Novembro. Esta área protegida tem como principal objectivo conservar e beneficiar uma zona húmida dulçaquícola, o Paul do Boquilobo, e as comunidades biológicas dela dependentes, em particular a avifauna aquática. A biodiversidade presente neste território levou ainda à classificação desta zona húmida como uma Zona de Protecção Especial para a avifauna (através do Decreto-Lei nº 384-B/99, de 23 de Setembro, ao abrigo da Directiva Aves). A RNPB ocupa uma área de cerca de 554 ha na bacia hidrográfica do Rio Almonda (um afluente da margem direita do Tejo), correspondentes fundamentalmente a uma planície aluvial, coberta por uma rede de linhas de água e valas de drenagem que apresentam galerias ripícolas de freixos e salgueiros. O principal valor conservacionista protegido pela RNPB é a avifauna aquática. Na época de invernada destaca-se a importância do Paul para os anatídeos (patos), enquanto que na época estival esta zona húmida acolhe um grande número de aves nidificantes. O projecto 1.1/00028 engloba um conjunto de acções que têm como objectivo global a caracterização e a beneficiação de alguns dos habitats presentes na RNPB, perseguindo directamente assim dois dos objectivos definidos para esta área protegida pelo artigo 3º do Decreto Regulamentar nº49/97. O projecto encontra-se organizado em duas componentes: I. Estudos de conservação de espécies e habitats este grupo de acções engloba diversos trabalhos de inventário e avaliação da situação das comunidades biológicas da RNPB, incluindo a flora e vegetação, a ictiofauna, a avifauna e ainda o estudo de espécies infestantes (jacinto-deágua e lagostim-vermelho da Louisiana); II. Recuperação de habitats esta componente envolve várias acções que têm como objectivo beneficiar os habitats dulçaquícolas da reserva, que incluem a aquisição de terrenos, o desassoreamento da várzea, a instalação de estruturas hidráulicas, a melhoria da qualidade da água e a reconstituição de vegetação; O projecto 1.1/00028 abrange assim acções de várias tipologias, incluindo estudos e acções de maneio de espécies e habitats. Uma vez que se pretende avaliar apenas as acções de maneio, a avaliação específica destas acções passa assim pela análise criteriosa das duas componentes do projecto, de modo a identificar as acções de maneio de espécies e de habitats previstas. ENQUADRAMENTO A zona húmida do Paul do Boquilobo é protegida a nível nacional pela Reserva Natural e a nível comunitário pela Directiva Aves, através da figura de Zona de Protecção Especial para a avifauna. O Paul do Boquilobo está ainda enquadrado na Convenção de Ramsar e é considerada uma Reserva da Biosfera segundo a UNESCO. O Paul é uma zona húmida dependente das águas dos rios Tejo e Almonda, apresentando uma acentuada variação de nível entre a estação seca e chuvosa. O principal valor natural que motivou a criação desta área protegida é a avifauna, sendo o Paul um local importante Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 31

32 durante a migração outonal de passeriformes e um local de reprodução de espécies ameaçadas, como o Papa-ratos (Ardeola ralloides) e a Garça-pequena (Ixobrychus minutus) (ICN, 2004 Ficha de caracterização da PTZPE0008 Paul do Boquilobo). Ainda de acordo com ICN (2004), e também de acordo com informações prestadas pelos técnicos da RNPB que acompanharam a visita ao terreno, os principais factores de ameaça incidentes sobre esta zona húmida são a poluição da água, devida a efluentes domésticos e actividade agrícola e industrial, o assoreamento da área do Paul e a proliferação de espécies infestantes, particularmente o jacinto-de-água (Eichornia crassipes). Tendo em conta o descrito, o Projecto 1.1/00028, ao incidir sobre o estudo da avifauna e das infestantes e sobre a beneficiação dos habitats dulçaquícolas, encontra-se coerente com os objectivos da RNPB, enquadra-se nos objectivos gerais da Medida 1.1 do POA e contribui ainda para atingir os objectivos da Directiva Aves, justificando-se assim plenamente enquanto projecto financiado pelo POA. ACÇÕES No presente ponto analisam-se as várias acções do Projecto 1.1/00028, seguindo para o efeito o disposto na candidatura do projecto, com vista a identificar as acções de maneio de espécies e habitats abrangidas por este projecto. A análise é feita para as duas componentes descritas no ponto anterior, sendo que dentro de cada componente cada acção específica é analisada e classificada numa das tipologias simplificadas elegíveis na Medida 1.1 do POA, que se discutem na avaliação das componentes específicas, e que incluem: Acções de maneio de espécies e habitats; Estudos; Bases de dados; Divulgação e Sensibilização; Aquisição de terrenos; Divulgação de produtos regionais; Infra-estruturação; Ordenamento de áreas protegidas; Reabilitação de património histórico-cultural. Relembra-se que os projectos incluídos na Medida 1.1 incluem tipicamente acções de mais do que uma tipologia. Como os presentes estudos de caso têm como objectivo a avaliação apenas das acções de maneio de espécies e habitats, torna-se necessário avaliar em pormenor as componentes do Projecto 1.1/00028 de modo a identificar as acções de maneio de espécies e habitats previstas. Após a análise separada das duas componentes, é realizada uma síntese dos investimentos realizados no projecto, de acordo com as tipologias referidas. Note-se que os valores de investimentos que se apresentam de seguida para as acções do projecto são as constantes do processo de candidatura do projecto, não levando assim em conta as alterações resultantes de reprogramações, análise que é feita posteriormente. 32 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

33 Componente I Estudos de conservação de espécies e habitats Esta componente abrange quatro acções distintas que têm como principal objectivo recolher informação de base sobre a ocorrência e estado de conservação das comunidades biológicas da reserva. Todas as acções incluídas nesta componente de projecto integram-se na tipologia Estudos, não sendo assim relevantes para a análise das acções de maneio de espécies e habitats. Apesar disto, na tabela seguinte listam-se as acções desta componente para referência. Tabela A.11 Acções da Componente I do Projecto 1.1/00028 Acção de projecto Tipologia Custo elegível ( ) I.1 Estudo da Flora e Vegetação Estudos I.2 Estudo da Entomofauna Estudos I.3 Estudo da Ictiofauna Estudos I.4 Estudo da Avifauna Estudos I.5 Estudo das Espécies infestantes Estudos Total Componente II Recuperação de habitats Através desta componente pretende-se adquirir parte dos terrenos da Reserva Natural e depois implementar nesses terrenos um conjunto de acções visando a beneficiação dos habitats dulçaquícolas, dos quais dependem as comunidades biológicas protegidas pela reserva. Esta componente engloba assim acções de várias tipologias, incluindo Acções de maneio. Analisando acção por acção, verifica-se o seguinte: Acção II.1 Aquisição de terrenos esta acção visa a compra de 32 ha situados na Zona de Protecção Integral da RNPB. Estes terrenos encontram-se sujeitos a regime de protecção integral, não sendo assim autorizáveis actividades económicas, mas constituem propriedade particular. Esta acção enquadra-se assim na tipologia Aquisição de terrenos; Acção II.2 Desassoreamento esta acção pretende contrariar o processo acelerado de colmatação em algumas zonas de reserva, através do seu desassoreamento com escavações. Pretende-se garantir profundidades de água suficientes, sem invasão dos terrenos agrícolas confinantes. Dado que esta acção visa a manutenção do habitat dulçaquícola, que sustenta todos os valores conservacionistas presentes na reserva, considera-se que se trata de uma Acção de maneio de habitats; Acção II.3 Açude/comporta esta acção tem como objectivo a implantação de um açude ou comporta no rio Almonda, de modo a assegurar uma fonte de água para a zona inundada nos períodos secos mais críticos. Dado que esta acção visa a manutenção do habitat dulçaquícola, que sustenta todos os valores conservacionistas presentes na reserva, considera-se que se trata de uma Acção de maneio de habitats; Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 33

34 Acção II.4 Melhoria da qualidade da água esta acção engloba três tarefas distintas, mas cujo objectivo comum é melhorar a qualidade da água da zona húmida. Para tal esta acção prevê a implantação de uma Estação de Tratamento Através de Plantas (ETAP), o desvio de uma linha de água poluída e a implementação de um sistema de monitorização automática da qualidade da água, que permita agir em casos de poluição. Dado que esta acção visa a manutenção do habitat dulçaquícola, que sustenta todos os valores conservacionistas presentes na reserva, considera-se que se trata de uma Acção de maneio de habitats; Acção II.5 Reconstituição da vegetação ripícola e palustre esta acção engloba um conjunto de intervenções que visam beneficiar a vegetação ribeirinha para melhorar as condições do habitat para a fauna. Nesta acção prevê-se a recuperação de galerias ripícolas e de sebes, a plantação de vegetação ribeirinha em áreas temporariamente inundadas, a aquisição de equipamento para reprodução e desenvolvimento em viveiro de espécies florísticas e o controlo de espécies infestantes por recolha mecânica e outros métodos. Esta acção visa a recuperação de habitats ribeirinhos, pelo que se trata de uma Acção de maneio de habitats; As acções de projecto desta componente encontram-se listadas na tabela seguinte. Tabela A.12 Acções da Componente II do Projecto 1.1/00028 Acção de projecto Tipologia Custo elegível ( ) II.1 Aquisição de terrenos Aquisição de terrenos II.2 Desassoreamento Acções de maneio II.3 Açude/comporta Acções de maneio II.4 Melhoria da qualidade da água Acções de maneio II.5 Reconstituição de vegetação ripícola e palustre Acções de maneio Total INVESTIMENTOS As intervenções propostas na candidatura do Projecto 1.1/00028 ao POA correspondem a um investimento total de ,00 (1,4% do investimento total aprovado na medida 1.1), sendo o investimento elegível do mesmo valor. A comparticipação do FEDER é de ,00 (correspondendo a 75% do investimento elegível). A candidatura foi programada para decorrer entre 2001 e 2003, encontrando-se no entanto atrasada e prevendo-se que se prolongue até Devido ao atraso e dificuldades na execução do projecto, a candidatura foi sujeita a uma proposta de reprogramação, que de acordo com o relatório de execução anual do promotor do projecto de 2004 ainda não foi aprovada. O sentido dessa proposta, no entanto, é o da redução dos investimentos inicialmente previstos, com a aquisição de uma menor área de terrenos e um menor número de acções de renaturalização de habitats. 34 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

35 Analisando os dados actualmente disponíveis (valores da candidatura), verifica-se que as acções de maneio de espécies e habitats, que constituem o objecto de estudo da presente análise, correspondem a 62% do investimento total do projecto, conforme se pode observar na tabela seguinte, que resume a distribuição do investimento da candidatura pelas tipologias de projecto consideradas. Tabela A.13 Distribuição do investimento do Projecto 1.1/00028 pelas tipologias de acções consideradas Tipologia Investimento elegível ( ) Investimento elegível (%) Aquisição de terrenos ,00 54,0% Acções de maneio ,00 40,2% Estudos ,00 5,8% Total ,00 100,0% De acordo com o relatório de execução anual de 2004 do promotor, a despesa executada até ao momento foi de ,53 que corresponde a 28% do valor total programado na candidatura. Em relação unicamente às acções de maneio de espécies e habitats, foi executado até ao ano de 2004 um total de 65% do investimento programado para estas medidas, o que equivale a um valor de Avaliação do Projecto no âmbito do POA Depois de analisada a informação disponível para o projecto 1.1/00028, através da consulta da candidatura e dos relatórios de execução de 2003 e 2004, foi realizada uma visita à Reserva Natural do Paul do Boquilobo, onde foi realizada uma reunião com os técnicos responsáveis pelo projecto e uma visita ao terreno, de modo a constatar no local a execução física do projecto e a obter as opiniões dos técnicos da RNPB sobre o mesmo. ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE ESPÉCIES E HABITATS UTILIZADAS NO PROJECTO Relembrando que o objectivo do presente estudo de caso é a avaliação das acções de maneio de espécies e habitats, a análise dos dados descritos acima revela que o Projecto 1.1/00028 apresenta 4 acções que podem ser classificadas nessa tipologia, que constituem cerca de 40% dos investimentos previstos pelo projecto. O alvo de todas as acções é a beneficiação do habitat dulçaquícola e ribeirinho, tendo em vista a melhoria das condições para a ocorrência e aumento das populações de avifauna que ocorrem no Paul. A estratégia de intervenção adoptada é assim a de beneficiação e requalificação do biótopo composto pela zona húmida, visando a melhoria do habitat da avifauna. Esta beneficiação engloba três abordagens diferentes: Manutenção de níveis adequados de água na zona húmida através do desassoreamento (acção II.2) e da construção de um açude/comporta no rio Almonda (acção II.3), o projecto pretende garantir, em situações de maior secura, a manutenção de níveis de água adequados no paul para a ocorrência e manutenção das populações de avifauna que correspondem ao principal valor natural da reserva; Melhoria da qualidade da água dado que a qualidade da água da RNPB apresenta actualmente graves problemas, o projecto prevê um conjunto de medidas para melhorar a qualidade da água de Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 35

36 modo a que cumpra os valores mínimos recomendados para águas piscícolas. As acções previstas incluem a implantação de uma estação de tratamento através de plantas (ETAP), o desvio de uma linha de água poluída e a instalação de um sistema de alerta e monitorização da qualidade da água; Beneficiação de formações vegetais ripícolas e palustres esta acção prevê a beneficiação de vários tipos de formações vegetais na área da RNPB e o combate a espécies infestantes (como o jacinto-de-água). Uma vez que as formações vegetais constituem a base dos habitats de que depende a avifauna ocorrente na reserva, a sua beneficiação constitui uma melhoria efectiva dos valores naturais da RNPB. A estratégia de gestão adoptada pelo Projecto 1.1/00028 adequa-se à realidade do território da RNPB, onde as principais ameaças à manutenção da biodiversidade aqui existente são a poluição da água, a proliferação de espécies infestantes e o assoreamento do Paul, conforme se referiu anteriormente. Assim, de um modo geral considera-se que as acções de maneio de habitats incluídas no Projecto 1.1/00028, bem como as estratégias adoptadas nas mesmas, estão formulados de forma adequada aos problemas da conservação verificados na RNPB. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO Conforme já foi referido atrás, o Projecto 1.1/00028 encontra-se relativamente atrasado em relação à programação original. De facto, a candidatura previa a execução do projecto no período entre 2001 e 2003, verificando-se no entanto que até 2004 apenas 28% do valor total do projecto foi executado, prevendo-se que o projecto decorra até Refira-se que a principal motivação para uma percentagem de execução tão reduzida é o facto de ainda não ter sido realizada qualquer aquisição de terrenos, devido à morosidade dos processos administrativos correspondentes. A acção II.1 relativa à aquisição de terrenos corresponde a 54% do investimento total previsto no projecto, pelo que a sua não implementação tem um impacto muito significativo na taxa de execução global do projecto. Segundo informações prestadas pelos técnicos da RNPB, parte desta acção será executada em breve, tendo a RNPB recebido recentemente a autorização para adquirir a várzea dos Lázaros (8 ha Figura A.7). Das 4 acções de maneio de habitats incluídas no projecto, duas encontram-se já parcialmente executadas (desassoreamento e reconstituição de vegetação), enquanto que as restantes duas se encontram por executar, existindo neste momento dúvida se o virão a ser, segundo informações prestadas pelos técnicos da RNPB. Em relação à acção II.4, relativa à melhoria da qualidade da água, existem dúvidas se uma estação de tratamento por plantas terá a capacidade para eliminar as elevadas cargas de poluição orgânica presentes na água do Paul. As duas acções de maneio que já se encontram parcialmente executadas, no entanto, representam já 65% do investimento previsto para acções de maneio no projecto 1.1/ Em relação à acção II.2, relativa ao desassoreamento previsto de 20 ha incluídos na Zona de Protecção Integral, foram desassoreados até ao momento 3,2 ha na várzea do Luzeirão de Miranda (Braço do Cortiço ver Figura 9). Os resultados observados durante a visita de campo foram o aprofundamento dessa área em cerca de 1 m a 1,5 m, garantindo assim uma zona húmida mais profunda e de maior perenidade, face às variações sazonais naturais. Esta beneficiação do habitat dulçaquícola terá efeitos positivos significativos sobre as populações de avifauna aquática ocorrentes nesta área protegida. A visita de campo ao local foi efectuada durante o Verão, num ano de condições de secura anormais, pelo que na Figura A.8 observase a várzea que foi desassoreada totalmente seca. 36 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

37 Figura A.7 Várzea dos Lázaros (8 ha), que será adquirida pela RNPB no âmbito do Projecto 1.1/00028 (acção II.1) Figura A.8 Várzea do Luzeirão de Miranda (3,2 ha) no Braço do Cortiço (margem direita do rio Almonda), desassoreada no âmbito do Projecto 1.1/00028 (acção II.2) No que respeita à acção II.5, relativa à reconstituição das formações vegetais, foram já intervencionados cerca de 32,5 ha dos 176 ha previstos no projecto. Entre as acções efectuadas contam-se a limpeza de vegetação infestante em cerca de 20 ha de montado de sobro plantado anteriormente, permitindo o desenvolvimento das árvores plantadas (Figura A.9) e a plantação de ripícolas arbóreas (freixos) nas margens da zona desassoreada do Braço do Cortiço, em cerca de 2,5 ha (Figura A.10). Foram ainda executados trabalhos de limpeza e remoção de infestantes (essencialmente jacinto-de-água) na Vala Real. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 37

38 Figura A9 Parcela de montado onde se procedeu à limpeza de vegetação infestante no âmbito do Projecto 1.1/00028 (acção II.5) À esquerda uma vista geral da parcela (as árvores jovens são pouco visíveis no meio da vegetação herbácea desenvolvida). À direita um pormenor de um dos jovens sobreiros plantados na parcela. Figura A.10 Freixo jovem numa parcela de ripícolas arbóreas (2,5 ha) plantadas no âmbito do Projecto 1.1/00028 EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Da análise de todos os elementos e informação obtida, constata-se o seguinte: 1. O Projecto 1.1/00028 justifica-se plenamente enquanto projecto financiado pela Medida 1.1 do POA, já que os investimentos previstos referem-se a acções que visam proteger e valorizar o património natural, promovendo acções de gestão e recuperação de habitats e de espécies prioritárias ou ameaçadas, e contribuir para o conhecimento do património natural; 38 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

39 2. No presente estudo de caso encontram-se em avaliação apenas as acções de maneio de espécies e habitats propostas pelo Projecto 1.1/ A este propósito verifica-se que o alvo directo das acções propostas é a beneficiação e requalificação do biótopo zona húmida, tendo com objectivo a melhoria de habitats adequados para a avifauna aquática, um dos principais valores naturais que conduziu à criação da RNPB e à classificação do seu território como uma Zona de Protecção Especial para a avifauna, ao abrigo da Directiva Aves. Neste sentido, as acções de maneio do Projecto 1.1/00028 enquadram-se perfeitamente nos objectivos do POA, contribuindo ainda para os objectivos da Directiva Aves. O projecto apresenta assim toda a relevância do ponto de vista da Conservação da Natureza; 3. O Projecto 1.1/00028 integra 4 acções de maneio de habitats, que em conjunto representam 40% dos investimentos previstos no projecto. A principal estratégia adoptada no projecto é a beneficiação e requalificação do biótopo zona húmida, através de três tipos de intervenção diferente (modelação do terreno, melhoria da qualidade da água e beneficiação de formações vegetais); 4. Das acções de maneio previstas, nenhuma se encontra finalizada, e apenas 2 apresentam já execuções parciais. Em relação às acções II.3 e II.4 não foi até ao momento realizada qualquer intervenção, existindo actualmente algumas dúvidas sobre a viabilidade das mesmas (segundo informações prestadas pelos técnicos da RNPB). 5. No momento actual, e especificamente no que concerne às acções de maneio de habitats, encontra-se executado 65% do investimento programado; 6. Devido aos atrasos e dificuldades de execução, o projecto foi alvo de uma proposta de reprogramação por parte do promotor (ainda não aprovada segundo o relatório de execução de 2004 do promotor), com o prolongamento do prazo até 2006 e com a redução do investimento planeado, especialmente no que concerne à aquisição de terrenos; 7. O projecto apresenta assim um considerável atraso em relação ao planeamento apresentado na candidatura, no que respeita às acções de maneio de espécies e habitats, que abrangia o período O projecto será prolongado até 2006 sendo ainda possível que algumas das acções de maneio sejam descontinuadas; 8. De acordo com os relatórios de execução do projecto, e ainda segundo informações prestadas pelos técnicos da RNPB, as principais dificuldades com a implementação das acções prendemse fundamentalmente com a morosidade dos processos administrativos, especialmente em relação à aquisição de terrenos. Esta acção, aliás, apenas se irá iniciar no presente ano, tendo a reserva obtido agora autorização para adquirir uma parcela (Lázaros); 9. A visita realizada aos locais de execução das acções já em curso (desassoreamento e beneficiação de formações vegetais) permitiram verificar a implementação destas acções no terreno, embora apenas 18% da área prevista se encontre já intervencionada. Em relação à acção de desassoreamento, prevê-se um impacte positivo destas acções sobre a avifauna aquática, com o aumento da área de habitat dulçaquícola adequado para a sua ocorrência e alimentação; 10. Os efeitos positivos do projecto resultarão também dos efeitos cumulativos entre as várias acções de maneio e da continuação das acções já em curso, pelo que seria desejável para o sucesso do projecto, a implementação das acções ainda por executar e a continuação das acções já em curso; Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 39

40 Com base nos elementos apresentados, é possível concluir que: 1. Para efeitos de avaliação da eficácia do projecto, resume-se na Tabela A14 a contribuição do projecto para cada um dos objectivos definidos no POA, e na Tabela A15 a análise da adequação dos objectivos do projecto com os objectivos estabelecidos para as candidaturas abrangidas pela Medida 1.1. Tabela A14 Contribuição do Projecto 1.1/00028 para os objectivos do POA Contributo do projecto Objectivos do POA para os objectivos do POA 1. Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; 2. Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes; - 3. Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; - 4. Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira; - 5. Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras; - 6. Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.; - 7. Apoiar a sustentabilidade das actividades económicas através da promoção da ecogestão e da certificação ambiental, do apoio a acções inovadoras e de demonstração que proporcionem melhorias do desempenho ambiental, de acções de requalificação ambiental e da majoração de - acções que proporcionem mais-valia ambiental, relativamente à legislação em vigor. FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Tabela A15 Contribuição do Projecto 1.1/00028 para os objectivos da Medida 1.1 do POA Objectivos da Medida Impulsionar a conservação e valorização do património natural incluído na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) ou na Reserva Ecológica Nacional, em conformidade com uma estratégia de conservação da natureza e da biodiversidade Contributo do projecto para os objectivos da Medida Promover a utilização sustentada dos recursos naturais, nomeadamente através de actividades de recreio e lazer que constituam factores de demonstração de um modelo de - desenvolvimento sustentável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. O Projecto 1.1/00028 (Gestão dos Recursos Naturais da Reserva Natural do Paul do Boquilobo) é justificado essencialmente pelo objectivo global do POA Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos, encontrando-se ainda em sintonia com o objectivo da Medida 1.1 impulsionar a conservação e valorização do património natural incluído no Rede Nacional de Áreas Protegidas ; Em relação às acções que já se encontram implementadas no terreno, e considerando a relação entre os efeitos destas acções e os objectivos da candidatura à Medida 1.1, o projecto em estudo pode ser considerado eficaz; 40 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

41 A eficácia do projecto como um todo, no entanto, e especificamente no que diz respeito às acções de maneio de espécies e habitats, encontra-se dependente da implementação efectiva das restantes acções de maneio previstas e da continuação das acções que estão ainda apenas parcialmente executadas. Actualmente, das quatro acções de maneio de habitats, duas delas não foram ainda iniciadas, enquanto que para as duas já em implementação (desassoreamento e reconstituição de vegetação) apenas 18% da área prevista foi intervencionada. O nível de execução global do projecto é também baixo, sendo que apenas 24% do investimento global do projecto 1.1/00028 foi executado. Em suma, embora se considere que o Projecto em análise apresenta um considerável interesse para a conservação do património natural da RNPB, e justifica-se plenamente o seu financiamento pela Medida 1.1 do POA, a eficácia do projecto (no que concerne às acções de maneio) encontra-se dependente da efectiva implementação das acções que ainda não se iniciaram no terreno e da continuação das que se encontram parcialmente executadas; 2. Relativamente aos benefícios do projecto: O projecto traduz-se num benefício para o aumento do conhecimento do património natural da RNPB, e na beneficiação de uma porção importante do biótopo zona húmida do Paul, beneficiando também as populações de aves aquáticas que motivaram a criação da reserva e sua classificação como uma ZPE; Considerando os objectivos deste projecto, a sua coerência com os objectivos da Medida 1.1 do POA e ainda com a legislação nacional e comunitária, especialmente a Directiva Aves, e o valor legal e conservacionista dos valores naturais beneficiados, a relação custo/benefício deste projecto é positiva. Os benefícios do projecto encontram-se, no entanto, parcialmente dependentes (no que concerne às acções de maneio) da efectiva implementação das acções que ainda não se iniciaram no terreno e à continuação das acções em curso. 3. Relativamente à eficiência do projecto: A eficiência do projecto não é facilmente avaliada, uma vez que o projecto apresenta vários produtos (estudos, áreas recuperadas, etc.) e os resultados de várias das acções de maneio de habitats não podem ser avaliados no imediato, já que os efeitos que se pretendem alcançar são indirectos (beneficiação das populações de aves aquáticas através da melhoria do seu habitat) e verificáveis apenas no médio a longo prazo; Apesar disto, e em relação especificamente às acções de maneio de habitats, que é o objecto de estudo da presente análise, os recursos utilizados no projecto podem ser expressos em custos/ha, considerando apenas os custos das acções de maneio e o valor de 196 ha de biótopo intervencionado que consta dos indicadores de realização física do projecto Tabela A16. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 41

42 Tabela A16 Custos unitários das acções de maneio de espécies e habitats do Projecto 1.1/00028 Indicador Custo unitário 3 Custo por hectare das acções de maneio de espécies e habitats incluídas no Projecto 1.1/00028 [ /ha] ,13 Considerando que o biótopo intervencionado é uma zona húmida, o que acarreta consideráveis dificuldades de intervenção, e tendo em conta alguns dos tipos de intervenção pesada previstos (desassoreamento) a relação entre as realizações físicas e os resultados alcançados com os meios e recursos mobilizados, considerando apenas as acções implementadas no terreno até ao momento, permite considerar este projecto como eficiente. Esta avaliação, no entanto, parte do pressuposto que as acções por executar sê-lo-ão no futuro e que as acções em curso irão avançar para o restante da área prevista. Note-se que no momento actual o custo unitário é consideravelmente mais elevado 6587 (relativos aos 35,85 ha já intervencionados, considerando o investimento já executado para as acções de maneio ); A eficiência do projecto na sua globalidade depende assim, no que concerne às acções de maneio de habitats, da implementação das restantes acções que ainda não se iniciaram e da expansão das acções em curso à restante área prevista. Eventuais reprogramações poderão também alterar a eficiência do projecto. IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO Face aos custos inerentes às acções realizadas neste projecto, e considerando os recursos próprios da RNPB, considera-se que o POA foi indispensável à realização deste projecto. Ou seja, o mesmo não teria sido implementado sem o financiamento do POA. Esta mesma conclusão foi corroborada pelas informações prestadas pelos técnicos da RNPB que acompanharam a visita ao terreno. ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA A presente candidatura apresenta um considerável atraso na sua implementação, uma vez que a programação original se referia ao período e no momento actual, no que concerne às acções de maneio, apenas foi executado 28% do investimento programado. O relatório de execução de 2004 refere que o promotor apresentou já uma proposta de reprogramação, visando a alteração do prazo de execução da candidatura para 2006 e a diminuição da área de terrenos a adquirir, com a respectiva diminuição do montante elegível, que será assim libertado para a Medida O cálculo dos custos unitários apresentados teve por base apenas os custos associados às acções de maneio de espécies e habitats ( ,00 ). 4 O valor deste custo unitário teve por base o valor de 196 ha adoptado para os indicadores de realização física da candidatura 42 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

43 B- Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC (Medida 1.2.) Caso 1: Execução do esporão da praia do Areão Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O esporão da praia do Areão localiza-se no troço costeiro a Sul da Ria de Aveiro, incluído no concelho de Vagos. O troço costeiro em que se insere o projecto, à semelhança do que se verifica em praticamente toda a extensão da costa Oeste Portuguesa, em geral, e da costa a Sul do Porto de Aveiro, em particular, encontra-se num processo contínuo de erosão que tem conduzido nos últimos anos a recuos significativos da linha de costa. O Instituto da Água (INAG) uma das entidades responsáveis pela gestão do litoral, considerando a costa a Sul de Aveiro como um dos principais sectores de risco do litoral, apresentou, em consonância com o programa de intervenções previsto no POOC Ovar Marinha Grande, uma candidatura destinada ao financiamento da empreitada de construção de um esporão na praia do Areão. A construção do esporão na praia do Areão tem como principais objectivos: inverter o processo erosivo que se verifica no troço costeiro em que se insere a praia do Areão, e que nos últimos anos tem vindo a acelerar e a apresentar taxas médias de recuo muito significativas reforçar o cordão dunar que margina a praia do Areão, barreira essencial à protecção da costa e que se encontra muito fragilizada pela erosão que tem originado o seu recuo progressivo evitar a rotura do cordão dunar e a consequente ligação directa ao mar do braço Sul da Ria de Aveiro, criando condições favoráveis ao robustecimento natural do sistema dunar, e, deste modo, impedindo, quer a perda de um conjunto de terrenos agrícolas de elevada importância sócio-económica para a região (as Gafanhas), quer a alteração das condições ecológicas no interior da ria de Aveiro e, consequentemente, um desastre ecológico nesta área de elevada sensibilidade. ENQUADRAMENTO A praia do Areão insere-se num troço costeiro arenoso em que o avanço do mar sobre a terra tem conduzido ao progressivo emagrecimento das praias e do sistema dunar adjacente das praias dos concelhos de Ílhavo, Vagos e Mira. Alveirinho Dias (1994) 5, num estudo específico realizado sobre a dinâmica sedimentar do troço costeiro entre Espinho e a Nazaré, refere taxas médias de recuo do troço costeiro compreendido entre a Vagueira e o Areão e entre o Areão e Mira, para o período de 1980 a 1990, compreendidas entre 4 m/ano e 2 5 Alveirinho Dias, J.M; 1994; Estudo sintético de diagnóstico da geomorfologia e da dinâmica sedimentar dos troços costeiros entre Espinho e Nazaré. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 43

44 m/ano, respectivamente. Os eventos de recuo da linha de costa adquirem particular importância durante os temporais, em que ocorrem episódios de galgamento do mar, com a consequente afectação dos apoios de praia localizados sobre os sistemas dunares (Figura B.1). Face à gravidade do problema de erosão registado nesta praia e que tem vindo a agravar-se desde 1950, o Instituto da Água, e de acordo com o estipulado no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) entre Ovar e a Marinha Grande, apresentou uma candidatura para a execução de um esporão na praia do Areão (Código do projecto 1.2/00035). Esta estrutura de defesa costeira corresponde a uma intervenção que no Plano de Intervenções do POOC é classificada como de prioridade de grau l (intervenção a realizar a curto prazo), sendo identificada com a designação de projecto Esporão Norte entre a Praia da Vagueira e a Praia de Mira (E15a)). Esta intervenção é particularmente importante porque o prolongamento da situação de recuo acelerado que se assiste na costa a Sul da Aveiro poderá culminar com a rotura do sistema dunar que actualmente é a única barreira que impede o mar de avançar sobre as Gafanhas e de criar uma nova barra na Ria de Aveiro, nomeadamente através da canal de Mira. A ocorrer uma situação desta natureza perder-se-iam terrenos agrícolas de elevada importância sócioeconómica e estaria a ser posta em causa o ecossistema da Ria de Aveiro, que alberga grande variedade de espécies protegidas e de habitats. A importância avifaunística deste troço costeiro permitiu a inclusão da área a intervencionar na Zona de Protecção Especial Ria de Aveiro. Figura B.1 Praia do Areão: colapso de dois apoios de praia durante uma tempestade em Março de 1994 (Alveirinho Dias; 1994). ACÇÕES Segundo os elementos constantes da candidatura e do Plano de Intervenções do POOC Ovar-Marinha Grande 6, o esporão localiza-se no limite Norte da praia do Areão e abrange uma extensão do troço 6 Hidrotécnica Portuguesa; 2000; POOC Ovar-Marinha Grande, volume 2 Elementos Complementares Tomo 2 Plano de intervenções. 44 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

45 costeiro de aproximadamente 1 Km. A estrutura de defesa costeira compreende a construção de um esporão perpendicular à costa com 230 m de comprimento que inflecte ligeiramente para Sul. A candidatura foi aprovada a 11 de Agosto de 2003, estando o período de execução compreendido entre 9 de Dezembro de 2002 e 31 de Dezembro de A empreitada para a construção do esporão da praia do Areão foi lançada através de Concurso Público, de acordo com o estabelecido pelo Decreto-Lei nº, 59/99 de 2 de Março, tendo sido adjudicada a 9 de Outubro de 2002 à empresa Irmãos Cavaco, S.A. Os trabalhos incluídos nesta candidatura compreenderam: a montagem e a desmontagem do estaleiro a colocação de enrocamentos a ripagem de areias nos locais de fundação do esporão a realização de levantamentos topo-hidrográficos prévios à construção do esporão Uma vez que o local de intervenção se insere numa área de elevada importância ecológica, abrangendo uma Zona de Protecção Especial (ZPE), o Instituto de Conservação da Natureza (ICN), através de parecer emitido para o efeito 2438/DSPO-DO/2003), referiu não se opor à obra desde que implementado um conjunto de intervenções de compensação e minimização ambiental, nomeadamente incluindo o reperfilamento do cordão dunar à cota adequada. INVESTIMENTOS As intervenções inicialmente propostas na candidatura do INAG ao POA compreendem um investimento total de ,71, sendo o investimento elegível de ,71. A comparticipação do FEDER é de ,28 (correspondendo a 75% do investimento elegível). De acordo com a proposta inicial o investimento total seria distribuído da seguinte forma: em 2002 as despesas de construção do esporão seriam de ,25, sendo gastos os restantes ,46 em Não obstante a apresentação ao Gabinete da Gestora do POA de um pedido de reprogramação financeira, motivada pela destruição parcial do esporão durante os temporais de Fevereiro de 2003, não houve lugar a alterações ao investimento elegível da candidatura. No encerramento da candidatura foi descontado um valor de 6.798,52 ao montante elegível inicialmente aprovado - correspondente ao saldo dos trabalhos contratuais, tendo o valor do investimento elegível financiado pelo POA diminuído para ,19. À data do pedido de encerramento da candidatura haviam sido efectuados pagamentos no valor de ,05, correspondendo a uma taxa de execução financeira de 90%. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 45

46 Avaliação do Projecto no âmbito do POA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Analisada a informação disponibilizada, efectuada a visita ao local de execução das obras e estabelecidas as reuniões com os responsáveis pelo projecto, chama-se a atenção para os seguintes aspectos: 1. De acordo com o Gabinete da Gestora do POA os investimentos que o promotor se propõe realizar justificam-se plenamente, pois esta candidatura enquadra-se na tipologia de projectos a apoiar no âmbito da medida de 1.2, nomeadamente Projectos de defesa costeira e manutenção das estruturas existentes, contribuindo para os objectivos do eixo prioritário 1 Medida 1.2. do POA à qual se candidata. Esta candidatura contribui ainda para os indicadores que constam no Complemento de Programação, designados por protecção costeira (esporão) e extensão de costa intervencionada. 2. O esporão encontra-se já concluído, tendo sido realizada a visita física final, a 21 de Dezembro de 2004, que avaliou a concretização da estrutura de defesa costeira de acordo com os pressupostos definidos para a candidatura. De acordo com as conclusões do relatório da visita física os objectivos julgam-se alcançados, na medida em que já é evidente o aumento da extensão de areias e consequente avanço da linha de costa na direcção do mar (...), afastandose do cordão dunar. 3. De acordo com o relatório de encerramento da candidatura (datado de 12 de Janeiro de 2005), a empreitada cumpriu as condições impostas pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) condição essencial para aprovação da candidatura ao POA. De acordo com o parecer emitido pelo ICN não há oposição à execução do esporão desde que para além das medidas compensatórias e de minimização ambiental (...) seja assegurado o reperfilamento do cordão dunar à cota adequado. No encerramento da candidatura o INAG apresentou uma declaração do ICN que refere que as intervenções relativas à empreitada de execução do esporão na praia do Areão integraram as medidas propostas pelo ICN, designadamente o reperfilamento do cordão dunar. 4. O responsável pela candidatura (Engº António Rodrigues) referiu que todos os objectivos definidos para o projecto foram atingidos e a obra decorreu como o previsto, tendo-se verificado um único episódio de galgamento oceânico e de afectação da estrutura instalada. Esta ocorrência obrigou à reformulação de parte das obras já realizadas, com consequente pedido de reprogramação financeira (que não foi aprovado) não tendo contudo atrasado a finalização do esporão no prazo previsto. 5. Alguns meses depois do início das obras foram observadas alterações importantes na praia a Norte do esporão, verificando-se um aumento da largura desta praia que se estima da ordem dos 50 m. Foi referido pelo responsável pela candidatura a importância da execução desta obra, uma vez que em diversas ocasiões o INAG teve que proceder à realização de obras de emergência (a última das quais em 1999) no sentido de minimizar o recuo do sistema dunar e a criação de uma segunda barra da Ria de Aveiro na praia do Areão. 6. À semelhança de outras intervenções de defesa costeira executadas pelo INAG, e embora fosse condição essencial, imposta pelo ICN, para a execução desta obra, foram realizadas intervenções complementares de robustecimento do sistema dunar. Com o aumento da largura 46 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

47 da praia procedeu-se à ripagem de areias para colmatar as clareias identificadas no sistema dunar adjacente à praia. O robustecimento do sistema dunar foi efectuado até à cota de coroamento no local, não tendo sido efectuadas plantações tendo em vista a fixação das areias desagregadas. Esta acção teve como objectivo a reposição das condições naturais, deixando o sistema dunar evoluir naturalmente, em particular deixando a vegetação colonizar os maciços dunares formados. Figura B.2 Localização do esporão no Plano de Intervenções do POOC Ovar-Marinha Grande Figura B.3 - Aspecto geral do esporão após a sua conclusão (23/06/2005) 7. A visita ao local permite confirmar o aumento da largura da praia a Norte do esporão, sendo a actual extensão da praia um factor de minimização das investidas do mar sobre o maciço dunar e sobre os apoios de praia aí localizados. 8. Em resultado da relativa protecção conferida pelo areal verifica-se que as dunas apresentam troços em franca recuperação, não sendo visíveis situações graves de dunas com perfil em arriba situação que durante anos caracterizou a costa da praia do Areão e que expressava o fenómeno erosivo que progressivamente extraia areias ao sistema dunar para minimizar o deficit sedimentar na costa. 9. À semelhança do que acontece com todas as infra-estruturas de defesa costeira perpendiculares à costa, e contrariamente ao que se verifica a Norte, a Sul do esporão a praia apresenta um recuo significativo da sua largura. À medida que se avança para Sul do esporão são evidentes os sinais da erosão da praia e da duna. Sendo esta uma das consequências dos esporões, e pela gravidade do problema de erosão na costa a Sul da Ria de Aveiro, o POOC Ovar Marinha Grande prevê a construção de um outro esporão, na praia do Poço da Cruz. Este esporão já foi construído, tendo sido igualmente financiado pelo POA (código do projecto 1.2/00036). Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 47

48 Figura B.4 Troço costeiro a Norte do esporão (23/06/2005). Note-se a extensão do areal e o perfil das dunas com áreas em recuperação. 10. Com base nos elementos apresentados, é possível concluir que: Para efeitos de avaliação da eficácia do projecto, resume-se na Tabela B1 a contribuição do projecto para cada um dos objectivos definidos no POA, e na Tabela B2 a análise da adequação dos objectivos do projecto com os objectivos estabelecidos para as candidaturas abrangidas pela Medida 1.2. Tabela B.1 Contribuição do projecto de construção do esporão da praia do Areão para os objectivos do POA. Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos do POA 1. Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; n.a 2. Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes; n.a 3. Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; n.a. 4. Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira; 5. Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras; n.a. 6. Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.; n.a 7. Apoiar a sustentabilidade das actividades económicas através da promoção da ecogestão e da certificação ambiental, do apoio a acções inovadoras e de demonstração que proporcionem melhorias do desempenho ambiental, de acções de requalificação ambiental e da majoração de n.a. acções que proporcionem mais-valia ambiental, relativamente à legislação em vigor. n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. 48 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

49 Tabela B2 Contribuição do projecto de construção do esporão da praia do Areão para os objectivos da Medida 1.2 do POA. Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos da Medida Assegurar a manutenção da biodiversidade das áreas naturais n.a. 2. Reabilitação de áreas ambiental e paisagisticamente degradadas n.a 3. Melhoria da qualidade das praias, tanto do ponto de vista ambiental como do equilíbrio da fruição turística 4. Introdução de novas práticas de defesa costeira, reduzindo as intervenções artificializadoras e valorizando a reposição de situações naturais n.a. 5. Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC 6. Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água n.a n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. 1. Relativamente à eficácia do projecto é assim possível concluir que: O projecto de construção do esporão na praia do Areão enquadra-se no objectivo global do POA: Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira. O projecto de construção do esporão da praia do Areão está em sintonia com um dos objectivos da Medida 1.2, nomeadamente a Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC, contribuindo ainda que indirectamente para a Melhoria da qualidade das praias, tanto do ponto de vista ambiental como do equilíbrio da fruição turística. Da relação verificada entre os efeitos do esporão alargamento da praia a Norte do esporão e minimização do efeito erosivo da ondulação sobre o sistema dunar - e os objectivos da candidatura ao POA, incluindo os da Medida 1.2, o projecto em estudo considera-se eficaz. Não obstante o facto deste projecto ser particularmente importante para cada um destes objectivos definidos para a Medida 1.2., a construção de um esporão constitui uma intervenção clássica de defesa costeira, não reduzindo as intervenções artificializadoras na costa nem contribuindo para a introdução de novas práticas de defesa costeira. Importa contudo evidenciar que o grave problema de erosão na costa a Sul de Aveiro é de complexa resolução e que os potenciais efeitos do recuo da costa na perda de parcelas importantes da costa portuguesa e sobre a Ria de Aveiro são de tal ordem que justificam a decisão do POOC Ovar Marinha Grande em definir a necessidade desta intervenção como de 1ª prioridade. Por outro lado, importa ainda considerar que ao mesmo tempo que ocorrem benefícios a Norte do esporão, a Sul verifica-se um acréscimo do fenómeno erosivo, com a erosão e o recuo da largura das praias, no sentido das correntes de deriva litoral recuperarem o volume de areias retidas por esta estrutura de defesa costeira. Atendendo às repercussões deste esporão a sotamar incremento da erosão importa considerar que os impactes positivos gerados pela construção deste projecto nas praias imediatamente a Norte são inversos a Sul, ou seja, correspondem a impactes negativos sobre as praias e as dunas imediatamente adjacentes. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 49

50 Uma vez que não existem dados relativos à monitorização da evolução da costa, quer a Norte, quer a Sul do esporão, não é possível avaliar a magnitude destes impactes com sentido inverso entre si. É essencial a implementação de um programa integrado de monitorização do sistema costeiro de forma a avaliar os reais impactes deste esporão e da globalidade das estruturas de defesa costeira localizadas na costa Sul da Ria de Aveiro. Este programa de monitorização permitirá, por um lado, identificar e avaliar os impactes deste esporão na evolução da costa, e por outro lado, definir, de acordo com as necessidades, medidas de minimização e/ou de compensação dos efeitos gerados por este projecto. 2. Relativamente aos benefícios do projecto: O projecto traduz-se num benefício para a minimização do troço costeiro a Norte da intervenção, uma vez que a construção do esporão na praia do Areão potencia a acumulação das areias em trânsito litoral, o aumento da largura da praia e a minimização da erosão do sistema dunar que protege a planície costeira da acção do mar. Considerando os objectivos do projecto candidato ao POA, enquadrado nos objectivos do POOC Ovar Marinha Grande, a relação custo/benefício deste projecto é positiva. 3. Relativamente à eficiência do projecto: Os recursos utilizados para a construção do esporão podem ser expressos em custo/ml de extensão de costa a intervencionar e comprimento da estrutura instalada vide Tabela B3. Tabela B.3 Custos unitários do projecto de construção do esporão da praia do Areão Indicador Custo unitário 7 Extensão de costa a intervencionar protecção costeira esporão; Comprimento da estrutura instalada [ /ml] ,22 Este projecto contribui para dois dos indicadores de acompanhamento definidos no Complemento de Programação do POA, nomeadamente protecção costeira (esporão ) e extensão de costa a beneficiar A relação entre as realizações físicas e os resultados alcançados com os meios e recursos mobilizados permite considerar este projecto como eficiente. IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO Face ao custo inerente a uma obra de defesa costeira, que em geral ascende a mais de , o financiamento do POA teve um papel essencial para a concretização desta obra classificada no POOC Ovar-Marinha Grande como de 1ª prioridade para a protecção da costa a Sul de Aveiro. O Instituto da Água é responsável pela execução das infra-estruturas de defesa costeira previstas nos POOC s, o que face ao problema de erosão que afecta a costa portuguesa, em geral, e o troço costeiro a Sul de Aveiro, em particular, evidencia a importância do contributo do POA para a execução do esporão da praia do Areão. 7 O cálculo dos custos unitários apresentados teve por base o custo total elegível. 8 O valor deste custo unitário teve por base 230 m de comprimento do esporão 50 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

51 ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA A data do pedido de encerramento reporta-se a 14 de Janeiro de 2005, após a aprovação do Relatório de Execução Final apresentado pelo INAG em 11 de Novembro de 2004, e a visita física final, realizada em 21 de Dezembro de Por uma questão de enquadramento, importa efectuar uma análise histórica da candidatura. Após a aprovação da candidatura foi apresentada, em Março de 2004, uma reprogramação financeira com o objectivo de obter um reforço do investimento elegível em ,50 e alterar a comparticipação do FEDER para valores de ,16. Com a aprovação desta reprogramação financeira o INAG pretendia alterar o investimento elegível de ,71 para ,21. A reprogramação implicava a reformulação do cronograma financeiro do investimento elegível, prevendo gastar-se em 2002 o mesmo valor que o previsto inicialmente: ,25, aumentando o investimento em 2003 para valores de ,96. A alteração do investimento elegível devia-se essencialmente a prejuízos provocados por temporais ocorridos em Fevereiro de 2002, nomeadamente a destruição de cerca de 30 m do esporão que havia já sido construído. Como resultado da destruição parcial do molhe, o INAG teve que pagar ao empreiteiro (Irmãos Cavaco, S.A) ,02, tendo contudo necessitado de um reforço de apenas ,50 (após ter descontado um valor de 6.798,52 - correspondente ao saldo dos trabalhos contratuais). A reprogramação apresentada pelo INAG não foi aprovada, tendo a candidatura encerrado com valores de investimento elegível inferiores aqueles que foram aprovados inicialmente. Desta forma, foram libertados 6.798,52 para a Medida 1.2. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 51

52 Caso 2: Requalificação ambiental das dunas da Amorosa Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O projecto de Requalificação Ambiental das Dunas da Amorosa compreende um conjunto de intervenções de recuperação biofísica e paisagística do sistema dunar do troço costeiro da Amorosa a Sul do estuário do rio Lima (dunas inseridas no concelho de Viana do Castelo). As intervenções previstas na candidatura do Instituto da Água têm como objectivo implementar um conjunto de intervenções que garantam a manutenção e a reabilitação do sistema dunar, evitando a destruição do seu coberto vegetal, e a criação de um conjunto de infra-estruturas necessárias ao ordenamento e à requalificação ambiental deste troço costeiro, garantindo a sua articulação com planos, estudos e programas existentes e em curso. Este projecto de recuperação ambiental e estabilização das dunas, contribuindo desta forma para a recuperação e a valorização do troço costeiro. ENQUADRAMENTO O sistema dunar que se estende para Sul de Viana do Castelo até à povoação da Amorosa está sujeito a fenómenos de erosão, evidenciados ao longo da costa por diversos trechos de degradação das dunas e por situações de recuo da linha de costa. Para além da acção erosiva dos agentes naturais de evolução, a acção antrópica é, em grande parte, responsável pelo desequilíbrio e a degradação da fisiografia das dunas. O pisoteio das dunas durante a época balnear, a circulação e o estacionamento das viaturas automóveis favorecem a degradação e a baixa densidade da vegetação, o que diminui a capacidade do sistema dunar em se fixar, continuando a progredir de forma gradual à sua própria custa (Figuras B5 e B6). Fotografia aérea (INAG; 2001) Figuras B.5 e B.6 Dunas da Amorosa Neste contexto, e de forma a proteger, reabilitar e requalificar as dunas da Amorosa importante barreira de defesa da costa, o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) entre Caminha e Espinho prevê um conjunto de intervenções sobre o sistema dunar que o Instituto da Água candidatou à aprovação do POA (Código do projecto 1.2/00040). 52 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

53 A manutenção dos cordões dunares do troço costeiro entre o Rodanho e a Amorosa foi considerado no POOC Caminha Espinho como uma intervenção fundamental para a protecção do litoral 9. A candidatura apresentada pelo INAG ao POA engloba, quer os trabalhos inerentes à fase de Projecto de Execução, quer os trabalhos respeitantes à fase da empreitada de requalificação das dunas da Amorosa. O Projecto de Execução inclui toda a informação necessária à concretização da obra, nomeadamente os trabalhos preliminares e o levantamento topográfico da área de intervenção, o Estudo Prévio, o Projecto de Execução com a pormenorização das intervenções, e a elaboração de documentos para lançamento do Concurso Público para a empreitada. A empreitada de Requalificação das Dunas da Amorosa compreende a implementação do conjunto de intervenções de gestão e ordenamento do espaço dunar e a realização de intervenções de engenharia com vista à recuperação e à estabilização das dunas de acordo com o previsto no Projecto de Execução. Figuras B.7 e B.8 Plano Geral de Intervenção do Projecto de Execução e esquema do painel informativo a colocar no âmbito do sistema de informação e educação ambiental 9 FBO; 1998; POOC Caminha Espinho; Plano de intervenções e Plano de Praia 9. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 53

54 A área de intervenção foi integrada na 2ª fase da Lista Nacional de Sítios, ao abrigo da Directiva Habitats para a Rede Natura 2000 (Directiva 92/43/CEE de 21 de Maio), com a designação de Litoral Norte PTCON0017. Conjuntamente, a quase totalidade da área (da povoação da Amorosa para Norte) enquadra-se no Biótopo Corine nº 134 Foz do Lima. A importância ecológica da área de estudo deve-se sobretudo ao facto desta área possuir cinco habitats naturais a proteger, dois dos quais considerados prioritários, ao abrigo da Directiva Habitats (transposta pelo D.L. 140/99). Deste modo, no âmbito da candidatura ao POA, o INAG apresentou um parecer do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) em que refere não existir qualquer inconveniente na execução da empreitada desde que se cumpra o estabelecido no POOC Caminha Espinho, tendo sempre em atenção a conservação da vegetação autóctone e a minimização dos impactes negativos na zona dunar. ACÇÕES As medidas de gestão e ordenamento do espaço dunar compreendem essencialmente a definição de circuitos alternativos aos que actualmente se inscrevem aleatoriamente sobre o maciço dunar. Os caminhos definidos pelo trânsito de pessoas serão fechados e/ou equacionados trajectos que impeçam o acesso a áreas sensíveis do sistema dunar e que permitam controlar um dos aspectos que mais contribuem para a exploração de novas clareiras pelo vento. Neste sentido está previsto construir uma ponte pedonal, passadiços e pavimentos em madeira, delimitações de acessos, paliçadas e vedações em madeira, bem como mobiliário urbano de apoio à utilização do espaço. No que diz respeito a medidas de estabilização do sistema dunar está prevista a construção de pequenas estruturas de retenção de areias nos locais do sistema dunar activo em que a vegetação é incipiente ou degradada, de forma a permitir a fixação e o robustecimento da duna frontal. Associadas a estas obras de defesa costeira serão ainda realizadas plantações de vegetação autóctone. A empreitada inclui ainda a desmatação, o arranque e o corte de vegetação infestante, e a realização de demolições de infra-estruturas indevidas na área afecta ao domínio público marítimo, bem como a implementação de um sistema de informação e educação ambiental. A candidatura foi aprovada em Julho de 2003 pela tutela, estando o período de execução do Projecto de Execução da mesma compreendido entre Junho de 2001 e Junho de O projecto para a Requalificação Ambiental das Dunas da Amorosa foi sujeito a um Concurso Público de Âmbito Comunitário, tendo o Projecto de Execução sido adjudicado ao consórcio Impacte/Nemus a 16 de Abril de A conclusão deste Projecto de Execução verificou-se em Outubro de Para a execução da obra, foi lançado um Concurso Público, tendo a empreitada sido adjudicada em 2004 à empresa Monte e Monte que se encontra na fase actual da Actualização da Avaliação Intercalar em plena execução. De acordo com o Relatório de Execução Anual de 2004 do promotor o grande volume dos trabalhos respeitantes à empreitada de Requalificação das Dunas da Amorosa ocorrerá durante o ano de 2005, prevendo-se ainda que ocorram alguns trabalhos durante o ano de 2006 prolongando desta forma a data de conclusão da empreitada. INVESTIMENTOS As intervenções propostas na candidatura ao POA correspondem a um investimento total de ,76, sendo o investimento elegível do mesmo valor. A comparticipação do FEDER é de ,57 (correspondendo a 75% do investimento elegível). 54 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

55 O investimento total para a Requalificação Ambiental das Dunas da Amorosa distribui-se em duas componentes complementares, sendo o custo total, incluindo o IVA, de cada uma o seguinte: Projecto de Execução ,76 Empreitada De acordo com a candidatura inicial do INAG o investimento total será distribuído da seguinte forma: em 2001 as despesas seriam de ,53, em 2002 as despesas seriam de ,23, em 2003 as despesas seriam de ,00, sendo gastos ,00 em 2004 e os restantes 7.140,00 em De acordo com o Relatório de Execução do ano de 2004 do promotor, até ao final deste ano foi realizada despesa no montante de apenas , correspondendo a despesas relativas ao Projecto de Execução ( ) e a um adiantamento efectuado ao empreiteiro responsável pela empreitada ( ). Avaliação do Projecto no âmbito do POA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Analisada a informação disponibilizada na candidatura e efectuada a visita ao local de execução das obras chama-se a atenção para os seguintes aspectos: 1. De acordo com o Gabinete da Gestora do POA os investimentos que o promotor se propõe realizar justificam-se plenamente, pois esta candidatura enquadra-se na tipologia de projectos a apoiar no âmbito da medida 1.2, contribuindo para os objectivos do eixo prioritário 1 Medida 1.2. do POA à qual se candidata. Esta candidatura contribui ainda para os indicadores que constam no Complemento de Programação, designados por extensão de costa intervencionada, demolição das ocupações indevidas do Domínio Público Marítimo e recuperações dunares. O projecto contribui ainda para o indicador definido posteriormente ao Complemento da Programação Estudos, projectos, planos de pormenor e assessoria técnica. 2. Durante a visita ao local verificou-se que a implementação das intervenções previstas no Projecto de Execução para a Requalificação Ambiental das Dunas da Amorosa encontra-se em execução, tendo-se verificado um prazo bastante distanciado entre a conclusão do Projecto de Execução, o Concurso Público e o início da empreitada. 3. Até à data da presente avaliação foram construídos passadiços sobreelevados, paliçadas para contenção de areias, três miradouros localizados a cotas que permitem uma visualização do troço costeiro intervencionado, e efectuadas desmatações com o objectivo de limpar as áreas de intervenção e tratamento da acácia (espécie infestante). As plantações de vegetação dunar e ao longo da ribeira que aflui à praia do Rodanho (limite Norte da área de intervenção) deverão, de acordo com o empreiteiro, ser iniciadas no próximo Outono e na Primavera. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 55

56 Figura B.9 Aspecto das paliçadas colocadas para a retenção de areias (20/07/2005) Figura B.10 Placard colocado na obra (20/07/2005) 4. Com base nos elementos apresentados, é assim possível concluir que: Para efeitos de avaliação da eficácia do projecto, resume-se na Tabela B.4 a contribuição do projecto para cada um dos objectivos definidos no POA, e na Tabela B.5 a análise da adequação dos objectivos do projecto com os objectivos estabelecidos para as candidaturas abrangidas pela Medida Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

57 Tabela B.4 Contribuição do projecto de Requalificação ambiental das dunas da Amorosa para os objectivos do POA. Contributo do projecto Objectivos do POA para os objectivos do POA 1. Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; 2. Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes; 3. Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; n.a. 4. Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira; 5. Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras; n.a. 6. Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.; n.a 7. Apoiar a sustentabilidade das actividades económicas através da promoção da ecogestão e da certificação ambiental, do apoio a acções inovadoras e de demonstração que proporcionem melhorias do desempenho ambiental, de acções de requalificação ambiental e da majoração de n.a. acções que proporcionem mais-valia ambiental, relativamente à legislação em vigor. n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Tabela B5 Contribuição do projecto Requalificação ambiental das dunas da Amorosa para os objectivos da Medida 1.2 do POA. Contributo do projecto Objectivos do POA para os objectivos da Medida Assegurar a manutenção da biodiversidade das áreas naturais 2. Reabilitação de áreas ambiental e paisagisticamente degradadas n.a. 3. Melhoria da qualidade das praias, tanto do ponto de vista ambiental como do equilíbrio da fruição turística n.a. 4. Introdução de novas práticas de defesa costeira, reduzindo as intervenções artificializadoras e valorizando a reposição de situações naturais 5. Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC 6. Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água n.a. n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Relativamente à eficácia do projecto é assim possível concluir que: O Projecto de Requalificação Ambiental das Dunas da Amorosa enquadra-se no objectivo global do POA: Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira, bem como, e embora indirectamente, para Melhorar a gestão Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 57

58 de espécies e habitats protegidos e Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes ; O projecto está em sintonia com a globalidade dos objectivos da medida 1.2., nomeadamente: Assegurar a manutenção da biodiversidade de áreas naturais; Introdução de novas práticas de defesa costeira, reduzindo as intervenções artificializadoras e valorizando a reposição de situações naturais Implementação das intervenções previstas nos POOC. Da relação verificada entre os resultados esperados e os objectivos, quer dos POOC s, quer do POA, incluindo os da Medida 1.2, o projecto é eficaz. 4. Relativamente aos benefícios do projecto: Considerando o tipo de intervenções a realizar, o custo das mesmas e os efeitos potenciais associados à reabilitação do sistema dunar considera-se a relação custo/benefício deste projecto positiva. As intervenções de gestão e ordenamento do espaço são fundamentais para a protecção e reabilitação do sistema dunar e consequentemente dos habitats associados. As intervenções de engenharia correspondem a soluções de relativa simplicidade e custo e cujo carácter experimental constitui uma medida fundamental para a minimização do efeito artificializador a que estão associadas as intervenções de defesa costeira. 5. Relativamente à eficiência do projecto: Os recursos utilizados para a obtenção dos resultados do projecto podem ser expressos em custo/ml de extensão de costa a intervencionar, incluindo número de locais e área a recuperar, nº de locais com demolição de ocupações indevidas, nº de estruturas demolidas em domínio público marítimo (DPM) e nº estudos e de projectos realizados vide Tabela B.6. Tabela B.6 Custos unitários do projecto de Requalificação Ambiental das Dunas da Amorosa 10 Indicador Custo unitário 11 Extensão de costa a intervencionar Extensão de costa com recuperação dunar [ /ha] Demolição de ocupação indevidas em Domínio Público Marítimo [ /nº de ocupações] 928, Estudos, projectos, planos de pormenor ,76 A intervenção encontra-se em fase de obra, considerando-se que pelos objectivos subjacentes ao projecto e os resultados esperados a Requalificação das Dunas da Amorosa corresponde a um projecto eficiente. 10 O valor deste custo unitário teve por base 3900 metros de extensão de costa a intervencionar, 1170 ha de área a recuperar, 4 estruturas a demolir e a elaboração do Projecto de Execução. 11 O cálculo dos custos unitários apresentados teve por base o custo total elegível. 58 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

59 IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO O financiamento do POA é essencial para a concretização do projecto, permitindo a resolução de diversos problemas relacionados com o significativo aumento da pressão gerada sobre a zona litoral do concelho de Viana do Castelo. O impacte esperado pelas intervenções a desenvolver no âmbito do projecto será significativo, uma vez que serão definidos acessos condicionados a determinadas zonas sensíveis, e estabelecidos usos específicos para cada zona, no sentido de minimizar a pressão sobre o património natural. ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA O período previsto para a requalificação das dunas da Amorosa está compreendido entre 4 de Junho de 2001 e 30 de Junho de Até à data está concluída a 1ª fase do projecto fase de elaboração do Projecto de Execução, tendo sido adjudicado em 2004 a empreitada. De acordo com o Relatório de Execução Anual de 2004 do promotor o grande volume de trabalhos irá ser executado durante o ano de 2005, prevendo-se que os trabalhos finais se prolonguem até A visita ao local permitiu confirmar a realização de algumas das intervenções previstas no Projecto de Execução, nomeadamente as paliçadas para retenção das areias e algumas infra-estruturas de acesso sobre as dunas ponte e passadiços sobreelevados. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 59

60 Caso 3: Execução da remodelação/conservação dos esporões e das obras aderentes da costa da Caparica e da Cova do Vapor Apresentação da candidatura OBJECTIVOS A candidatura apresentada pelo Instituto da Água (INAG) visa a execução de uma empreitada de remodelação e conservação de 10 esporões (EC1 a EC7, dispostos de Sul para Norte na Costa da Caparica; e EVI a EV3 - na Cova do Vapor) e de 3 obras de defesa longitudinal aderente (OA1 Costa da Caparica; OA2 e OA3 Cova do Vapor) localizados no troço costeiro compreendido entre a Cova do Vapor e a Costa da Caparica. O principal objectivo desta obra é repor o funcionamento destas obras de defesa costeira, que desde há várias décadas têm permitido minimizar o recuo da linha de costa e o ataque pelo mar das áreas urbanas densamente ocupadas do troço de costa a Sul da embocadura do estuário do Tejo. Cova do Vapor Costa da Caparica Figura B.11 Localização dos esporões e obras de defesa costeira 60 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

61 EV3 OA2/OA3 OA1 EV2 EC7 EC4 EC2 EC1 EV1 EC6 EC5 EC3 Figura B.12 Troço costeiro (Fotografia aérea do INAG; 2001) ENQUADRAMENTO Os problemas de erosão na Cova do Vapor são conhecidos desde 1947 e no troço costeiro da Costa da Caparica desde 1958 (Veloso Gomes & Taveira Pinto, 2003) 12, tendo sido construído um campo de esporões, em 1972, com o objectivo de conter o avanço do mar sobre a terra e impedir a afectação dos núcleos urbanos adjacentes. A erosão deste troço de costa foi progressivamente agravada nas últimas décadas devido à redução de sedimentos veiculados pelo rio Tejo para a alimentação do trânsito litoral, tornando a frente urbana da Costa da Caparica numa zona vulnerável e de risco a galgamentos oceânicos, inundações e destruição de infra-estruturas. A situação de risco em que se encontra este troço costeiro foi particularmente evidente no Inverno de 2000/2001, tendo-se verificado a destruição dos apoios de praia localizados sobre as dunas da praia de S. João da Caparica. No âmbito do Plano de Ordenamento da Orla Costeira entre Sintra e Sado, e considerando o relativo estado de degradação esporões, foi proposta uma avaliação da eficácia destas obras de defesa costeira na minimização dos efeitos do recuo da linha de costa. Neste sentido, ao abrigo de um protocolo estabelecido entre o INAG e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi elaborado um Estudo de Reabilitação das obras de defesa costeira e de alimentação artificial na Costa da Caparica, que concluiu que a melhor forma de conter o processo erosivo da frente urbana da Costa da Caparica é a sua manutenção e reformulação. Estas intervenções compreendem a execução de um conjunto de obras de manutenção e de remodelação dos dez esporões da Costa da Caparica e da Cova do Vapor, bem como das três obras de defesa aderente que marginam as frentes ribeirinhas 13 de ambas as áreas urbanas. 12 Veloso Gomes, F. & Taveira Pinto, F.; 2003; Cova do Vapor Costa da Caparica (Portugal) - Eurosion 13 Plural/Hidroprojecto/Biodesign; 2003; Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sintra-Sado. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 61

62 Estas obras, promovidas pelo Instituto da Água (INAG), visam contribuir para a estabilização de um trecho da costa de grande interesse balnear e com uma frente urbana edificada susceptível de ser atingida pelas acções directas e indirectas do mar (projecto financiado pelo POA com o Código 1.2/00033). Associado a este projecto está o enchimento artificial das praias, projecto fundamental para a melhoria das praias balneares e para a protecção da frente urbana que não tem ainda financiamento assegurado. De acordo com a candidatura apresentada pelo INAG, a necessidade de uma intervenção geral de reparação e de arranjo destas obras de defesa costeira resulta da carência generalizada de areia nas praias, ficando estas praticamente imersas em preia-mar e de uma degradação clara de grande parte das obras de protecção existentes, apresentando um encurtamento generalizado dos esporões pela destruição de grande parte das respectivas cabeças e corpo, e o rebaixamento e destruição de zonas significativas das suas estruturas. Figura B.13 Praia da Costa da Caparica entre os esporões EC2 e EC3 (29/08/05). Note-se a acumulação de areia de encontro ao esporão EC2 e a ausência à medida que se avança em direcção ao esporão EC3 (Norte). ACÇÕES Os trabalhos a realizar consistem essencialmente no fornecimento e colocação de enrocamentos de várias dimensões e no reperfilamento dos esporões e das obras de defesa aderentes. A candidatura foi aprovada em Agosto de 2003, estando prevista, de acordo com a candidatura, a execução das obras entre Outubro de 2003 e Dezembro de Para a execução da empreitada designada por Reparação dos esporões e das obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor foi lançado um concurso público internacional, tendo a empreitada sido adjudicada em 2004 à empresa CPTP - Companhia Portuguesa de Trabalhos Portuários e Construções, S.A. Os trabalhos incluídos na empreitada compreendem a execução das seguintes intervenções: 62 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

63 Reperfilamento de esporões existentes, compreendendo o aumento do comprimento dos esporões que passarão a ter um papel estruturante e a reparação dos restantes Reperfilamento da obra aderente existente na frente urbana, rematando o coroamento desta obra aderente de forma a ter um tratamento de inserção no arruamento marginal, mas possibilitando futuros acessos a equipamentos pesados para efeitos de manutenção. Estas intervenções compreendem a execução das seguintes acções constantes na candidatura: Montagem e desmontagem do estaleiro Colocação de betão Levantamentos topo-hidrográficos Colocação de enrocamentos Devido à localização da área de intervenção numa zona urbana densamente ocupada no período sazonal, as obras são paradas entre Junho e Setembro. Figura B.14 Representação tridimensional das obras de defesa costeira (Projecto Base) Figura B.15 Esquema representativo tipo da cabeça de um esporão Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 63

64 INVESTIMENTOS As intervenções propostas na candidatura apresentam um investimento total de ,00, correspondendo este montante ao investimento elegível. A comparticipação do FEDER é de ,00 (correspondendo a 75% do investimento elegível). De acordo com a proposta inicial o investimento total seria distribuído da seguinte forma: em 2003 as despesas de construção dos esporões seriam de ,00, sendo gastos os restantes ,00 em Avaliação do Projecto no âmbito do POA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Analisada a informação disponibilizada, efectuada a visita ao local de execução das obras e estabelecidas as reuniões com os responsáveis pelo projecto, chama-se a atenção para os seguintes aspectos: 1. De acordo com o Gabinete da Gestora do POA os investimentos que o promotor se propõe realizar justificam-se plenamente, pois esta candidatura enquadra-se na tipologia de projectos a apoiar no âmbito da medida de 1.2, contribuindo para os objectivos do eixo prioritário 1 Medida 1.2. do POA à qual se candidata, nomeadamente Projectos de defesa costeira e manutenção de estruturas existentes. Esta candidatura contribui ainda para os indicadores que constam no Complemento de Programação, designados por extensão de costa intervencionada e protecção costeira (esporão). 2. Durante a visita ao local verificou-se que a empreitada se encontra em fase avançada de execução, estando praticamente finalizados os trabalhos relativos às obras das três estruturas de defesa aderente, bem como da grande maioria dos esporões. 3. A justificação apresentada pelo responsável pela candidatura para a empreitada estar ainda a decorrer (o prazo previsto para a execução deste projecto era 2003/2004) deve-se à complexidade do Concurso Internacional, que prolongou o período de apreciação de propostas e a selecção do empreiteiro. 4. De acordo com o responsável da candidatura do projecto ao POA encontram-se por finalizar as obras de remate da obra de defesa aderente com o passeio marginal, bem como a conclusão dos esporões EC1 e EC2 na Costa da Caparica e a cabeça do esporão EV2 na Cova do Vapor. 5. As obras iniciaram-se de Norte para Sul, tendo sido efectuadas em primeiro lugar as intervenções dos esporões da Cova do Vapor justificado pela necessidade de ao longo do período de execução da empreitada começar a reter parte das areias que são transportadas de Sul para Norte. Com a conclusão do esporão EV2 esporão estruturante é possível, em parte, substituir o papel anteriormente desempenhado pela zona da Golada estrutura morfossedimentar degradada que tem contribuído para o emagrecimento, nas últimas décadas, do Banco do Bugio e da restinga que separa a embocadura do estuário do Tejo. 6. Na fase actual das obras já são visíveis alterações na largura das praias entre os esporões EV1 e EV2 e na praia de João da Caparica. A empreitada de reparação dos esporões e das obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor está a ser sujeita a um acompanhamento por parte do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, não estando ainda disponíveis resultados 64 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

65 sobre a evolução morfológica da costa sujeita a alteração devido à reconfiguração dos esporões e das obras aderentes. Figura B.16 Obra de defesa aderente (OA1) remodelada Figura B.17 Esporão EC7 Figura B.18 Esporão EC6 e obra de defesa aderente Figura B.19 Esporão EC4 Figura B.20 Praia entre o Esporão EV1 e EV2 Figura B.21 Praia entre EV2 e EV3. 7. Com base nos elementos apresentados, é assim possível concluir que: Para efeitos de avaliação da eficácia do projecto, resume-se na Tabela B.7 a contribuição do projecto para cada um dos objectivos definidos no POA, e na Tabela B.8 a análise da adequação dos objectivos do projecto com os objectivos estabelecidos para as candidaturas abrangidas pela Medida 1.2. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 65

66 Tabela B.7 Contribuição do projecto de remodelação/conservação dos esporões e obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor os objectivos do POA. Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos do POA 1. Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; n.a 2. Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes; n.a 3. Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; n.a. 4. Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira; 5. Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras; n.a. 6. Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.; n.a 7. Apoiar a sustentabilidade das actividades económicas através da promoção da ecogestão e da certificação ambiental, do apoio a acções inovadoras e de demonstração que proporcionem melhorias do desempenho ambiental, de acções de requalificação ambiental e da majoração de n.a. acções que proporcionem mais-valia ambiental, relativamente à legislação em vigor. n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Tabela B.8 Contribuição do projecto de remodelação/conservação dos esporões e obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor para os objectivos da Medida 1.2 do POA. Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos da Medida Assegurar a manutenção da biodiversidade das áreas naturais n.a. 2. Reabilitação de áreas ambiental e paisagisticamente degradadas n.a. 3. Melhoria da qualidade das praias, tanto do ponto de vista ambiental como do equilíbrio da fruição turística 4. Introdução de novas práticas de defesa costeira, reduzindo as intervenções artificializadoras e valorizando a reposição de situações naturais n.a. 5. Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC 6. Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água n.a n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Relativamente à eficácia do projecto é assim possível concluir que: As intervenções desenvolvidas e a desenvolver no âmbito desta candidatura enquadramse no objectivo global do POA: Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira. 66 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

67 O projecto de Remodelação/conservação dos esporões e das obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor está em sintonia com o objectivo da Medida 1.2, Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC. Apesar de não ser objectivo do projecto, a remodelação/conservação dos esporões e das obras aderentes, contribuirá ainda para o objectivo da Medida 1.2. Melhoria da qualidade das praias, tanto do ponto de vista ambiental como do equilíbrio da fruição turística Da relação verificada entre os resultados esperados e os objectivos do POA, incluindo os da Medida 1.2, o projecto em estudo considera-se eficaz. 6. Relativamente aos benefícios do projecto: O projecto é essencial para a minimização do efeito erosivo da costa e da vulnerabilidade das frentes ribeirinhas. As obras de remodelação e conservação constituem uma intervenção essencial e complementar para a execução da alimentação artificial das praias da Costa da Caparica, aumentando desta forma a zona balnear que actualmente é de reduzidas dimensões. A relação custo/benefício deste projecto é positiva, uma vez que os recursos disponíveis permitirão minorar os efeitos do grave problema de erosão que afecta este troço costeiro. 7. Relativamente à eficiência do projecto: Os recursos utilizados para a obtenção dos resultados do projecto podem ser expressos em custo/ml de costa a intervencionar e comprimento de estrutura instalada vide Tabela B.9. Tabela B.9 Custos unitários do projecto de remodelação/conservação dos esporões e das obras aderentes da Costa da Caparica e da Cova do Vapor Indicador Custo unitário 14 Extensão de costa a intervencionar protecção costeira; comprimento de estrutura instalada [ /ml] ,29 Considerando a fase de desenvolvimento da empreitada e os resultados esperados considera-se que a eficiência do projecto é significativa. IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO O INAG, no âmbito das suas competências, é responsável pela remodelação e conservação dos esporões existentes na costa, tendo deste modo candidatado este projecto ao POA no sentido de obter financiamento para a execução de uma obra de elevada importância na defesa da costa Portuguesa e cujo custo ascende a mais de De acordo com o promotor da candidatura, o financiamento do POA foi fundamental para a concretização de uma obra que implica um investimento muito elevado. Esta obra em conjunto com outras obras de defesa costeira corresponde a um investimento muito significativo por parte do INAG, que sem o 14 O cálculo dos custos unitários apresentados teve por base o custo total elegível. 15 O valor deste custo unitário teve por base 6000 m de estrutura a instalar. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 67

68 financiamento do POA teria, provavelmente, de protelá-la para outro período até obter outra fonte de financiamento. ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA O período de execução da candidatura estava compreendido entre 1 de Outubro de 2003 e 31 de Dezembro de De acordo com o Relatório de Execução Anual de 2004 do promotor, e face aos condicionalismos inerentes ao processo do Concurso Público da empreitada, os trabalhos para a remodelação dos esporões e das estruturas de defesa aderente só tiveram início em Outubro de Durante o ano de 2004 foram executados os levantamentos topo-hidrográficos nas áreas de 4 esporões (EV1, EV2, EV3 e EV7) e das 3 estruturas de defesa aderente (OA1, OA2 e OA3). Foram ainda realizados trabalhos de recuperação e colocação de enrocamentos para reparação dos esporões Ev1, Ev2, EV3, e das obras de defesa aderente OA2 e OA3. Considerando que as obras se localizam em praias urbanas com elevada ocupação sazonal, durante as épocas balneares de 2005 e 2006 (Junho a Setembro) não se procedeu à realização de trabalhos, o que associado ao atraso no início da empreitada determinará o prolongamento das obras até Assim, e de acordo com o Relatório de Execução Anual do INAG, este irá apresentar ao Gabinete da Gestora do POA uma proposta de reprogramação temporal, de modo a que o período de execução seja alargado até Dezembro de Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

69 C- Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água (Medida 1.2.) Caso 1: Qualificação paisagística do vale do rio Antuã 16 Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O Projecto de Qualificação Paisagística do Vale do Rio Antuã localiza-se no concelho de São João da Madeira. De acordo com o promotor do projecto, a Câmara Municipal de São João da Madeira, a candidatura tem como objectivo principal a reabilitação e valorização do vale do rio Antuã 17 e o projecto visa genericamente os seguintes objectivos 18 : Regularização hidrológica do rio, além do seu correcto enquadramento no Vale; Limpeza e qualificação paisagística do Vale; Integração da área na estrutura verde da cidade, potenciando-a para a fruição como Parque Público, quer pela introdução de uma malha pedonal e ciclovias, quer pela implantação de um conjunto de infra-estruturas que permitem a simples contemplação do espaço verde. Foram ainda apresentados, pela Câmara Municipal de São João da Madeira, os seguintes objectivos (específicos) para o projecto de qualificação paisagística e estabilização funcional do espaço em causa 19 : Reabilitação e valorização do vale do rio Antuã; Protecção dos valores naturais e patrimoniais, com salvaguarda de habitats naturais; Interiorização do espaço do vale desenvolvendo taludes e cortinas arbóreas; Intervenção estruturante complementada com arranjo paisagístico adequado, criando espaços de fruição pelas populações como zonas de lazer e recreio; Reabilitação e requalificação de áreas degradadas e frentes urbanas ribeirinhas; Modelação do terreno, criação de clareiras relvadas, construção de percursos pedonais e ciclovias; Implementação de uma rede de drenagem fluvial ajustada às características desta paisagem e sistema de rega; 16 De notar que de acordo a informação disponibilizada pela Câmara Municipal, o rio intervencionado não se designa Antuã, mas sim Ul. 17 Formulário de candidatura / Componente FEDER. 18 Parecer da Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território Norte, de 21/02/2003, acerca do reconhecimento de interesse público. 19 Formulário de candidatura / Componente FEDER. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 69

70 Instalação de mobiliário urbano e sinalética compatível com o uso urbano mas adequado às características ambientais deste espaço. ENQUADRAMENTO O enquadramento do projecto em análise, apresentado seguidamente, teve por base os elementos constantes no Parecer da Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território Norte, de 21/02/2003. O rio Antuã, de regime irregular, apresenta um leito bastante dinâmico, com declives bastante acentuados. A intervenção proposta ocorre numa extensão do troço do rio Antuã de aproximadamente metros. Ao longo do troço em estudo existem alguns açudes de regularização que foram construídos pelos agricultores por forma a utilizarem a água. Os campos de cultivo encontravam-se abandonados, degradados e impróprios para qualquer utilização, tal como os açudes, que também se encontravam em péssimo estado de conservação. A paisagem florestal que caracteriza a orla do vale foi praticamente destruída pelas expansões urbanas. A existência de vias, como o IC2, a Avenida 1.º de Maio, a Rua do Vale e a EN 327, estrangulam o corredor do vale tirando-lhe escala, dificultando mesmo a sua recuperação, devido a impactos sonoros e visuais. A zona industrial estende-se até à margem esquerda do rio criando um impacto negativo devido à proximidade entre o arruamento da zona industrial e o leito nominal do curso de água 20. A Câmara Municipal de São João da Madeira apresentou os seguintes pontos para justificar a realização do projecto 21 : Avançado estado de degradação do Vale, devido ao abandono do uso agrícola; Intrusão de infra-estruturas rodoviárias; Disfunção de todo o espaço devoluto com o sistema urbano envolvente. ACÇÕES Segundo os elementos de candidatura disponíveis, a intervenção no âmbito da presente candidatura ocorre numa extensão do troço do rio Antuã de aproximadamente m e com esta obra a cidade de São João da Madeira passará a dispor de um parque urbano com cerca de 22 ha, com tratamento paisagístico simples de expressão naturalista e funcionalmente preparado para a utilização informal (peões e ciclistas) 22. A candidatura inclui despesas relativas a projectos, aquisição de terrenos, obras de qualificação paisagística do vale do rio Antuã e fiscalização de obras. As obras a executar consistem de um modo geral 23 : Desenvolvimento de taludes e cortinas arbóreas; 20 Parecer da Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território Norte, de 21/02/2003, acerca do reconhecimento de interesse público. 21 Parecer da Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território Norte, de 21/02/2003, acerca do reconhecimento de interesse público. 22 Parecer da estrutura de apoio técnico e no parecer da Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território Norte, de 21/02/2003, acerca do reconhecimento de interesse público. 23 Parecer da estrutura de apoio técnico. 70 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

71 Operações de plantação de espécies arbóreas e arbustivas 24, de sementeira de relvados e de cobertura para protecção do solo nas zonas arborizadas; Construção de percursos pedonais e ciclovias, e criação de estadias; Na estabilização da margem direita do rio com um muro, na zona em que o leito é mais alargado; Na implantação de uma rede de drenagem pluvial; Na implantação de um sistema de rega; Na implantação de uma rede de iluminação pública; Na implantação de mobiliário urbano. INVESTIMENTOS As intervenções propostas na candidatura, a realizar no período de , apresentam um investimento total de ,00 e um investimento elegível de ,86, com uma comparticipação do FEDER de ,65. (correspondendo a 75% do investimento elegível). Avaliação do Projecto no âmbito do POA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Analisada a informação disponibilizada, efectuada a visita e estabelecidas as reuniões com os responsáveis pelo projecto, chama-se a atenção para os seguintes aspectos: 11. No âmbito da candidatura, o promotor (Câmara Municipal de São João da Madeira) aludiu aos seguintes argumentos para enquadrar o projecto na Medida 1.2: A presente candidatura ao POA não inclui intervenção no leito do rio, referindo-se apenas à qualificação paisagística do vale do Rio Antuã, abrangendo uma área mais ampla que as margens do rio. No entanto, esta candidatura pode ser considerada no âmbito da Medida 1.2 do POA pois é também objectivo desta medida a reabilitação de áreas ambientalmente e paisagisticamente degradadas. Estão também previstas para esta medida as seguintes tipologias de projecto onde esta candidatura se enquadra: Projectos de reabilitação e requalificação de áreas degradadas e frentes urbanas, Projectos de ordenamento, requalificação e valorização de margens das linhas de água. A candidatura contribui também para o indicador definido no Complemento de Programação, designado por Requalificação/reabilitação do espaço público. A candidatura cumpre o critério de selecção do Complemento de Programação designado por Contribuição para a preservação dos valores ambientais 25 ; 24 Os responsáveis pelo projecto referiram, no decorrer da visita, que fez também parte da obra a remoção da vegetação infestante existente na cortina arbórea adjacente à Avenida do Vale. Este processo foi conduzido pelo projectista da obra, Professor Sidónio Pardal. 25 Parecer da estrutura de apoio técnico. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 71

72 12. Foi opinião do Gabinete da Gestora do POA que A candidatura cumpre as seguintes condições de acesso, no que respeita à medida 1.2: Está em conformidade com os objectivos do POA e Complemento de Programação e integra-se no Eixo Prioritário e Medida e A candidatura está de acordo com o regulamento da medida em que se insere 26 ; 13. Para a correcta avaliação desta candidatura há que distingui-la claramente dos resultados obtidos com o Projecto de despoluição do rio Antuã regularização e qualificação do rio Antuã, financiado pelo Programa Operacional da Região Norte 27, que permitirá, entre outros aspectos, a melhoria da qualidade da água do rio Antuã. Serão eliminadas as descargas clandestinas de águas residuais (vide Figura C.1. a, b) através da construção de colectores de águas residuais; Figura C.1.a.b. Local de descarga ilegal de águas residuais no rio Antuã. 14. Destaque-se, desde logo, que o projecto tem como objectivo principal a criação de uma área/parque verde para usufruto da população e não a protecção ou melhoria de valores ambientais per si. Efectivamente, não se prevêem acções específicas com vista à protecção ou criação de habitas naturais, que todavia poderão ser, subsidiariamente, beneficiados pela melhoria geral do local; 15. Realce-se, contudo, que uma parte do vale do Rio Antuã englobada no projecto oferece condições para o estabelecimento de espécies e habitats, pela existência de vegetação densa e autóctone que forma uma galeria ripícola bem constituída (vide Figuras C. 2 a 5). A galeria ripícola encontrava-se, antes das obras de limpeza e requalificação, bastante degradada (vide Figuras C - 6 e 7); 26 Check list dos critérios de acesso da Medida Este projecto caracteriza-se pela modelação dos troços do rio localizados no vale; correcção e regularização do leito normal do rio; definição, estabilização e tratamento paisagístico do leito de cheia e tratamento das suas margens. A candidatura engloba a construção de um troço do emissário nascente de São João da Madeira numa extensão de 1670 m, a regularização, limpeza e correcção e estabilização do leito do rio, modelação de um novo troço do rio para impedir a erosão de um talude de estrada, construção de dois açudes-ponte, a construção de cinco açudes de regularização, tratamento das suas margens e fundos e pavimentação de algumas áreas envolventes com encestamento de margens. 72 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

73 Figura C.2 - Galeria ripícola do rio Antuã. Figura C.3 - Galeria ripícola do rio Antuã. Figura C.4 Rio Antuã. Figura C.5 Vegetação ripícola nas margens do rio Antuã. Figura C.6 Degradação nas margens do rio Antuã, antes da intervenção. Figura C.7 Poluição do rio Antuã, antes da intervenção. 16. Foi possível constatar da visita ao local, que o anterior traçado do rio Antuã era adjacente aos taludes de suporte da Avenida 1º de Maio, o que provocava, especialmente nas alturas de cheias, a sua destruição parcial (vide Figuras C- 8 e 9), o que obrigava a constantes obras de restabelecimento. Com a realização das obras, para além da regularização do leito do rio (vide Figuras C- 10 a 15), atingiu-se o objectivo de Protecção de valores patrimoniais, definido na candidatura (vide Figuras C- 16 e 17); Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 73

74 Figura C.8 Rio Antuã adjacente à Avenida 1º de Maio. Figura C.9 Construção dos taludes de suporte da Avenida 1º de Maio. Figura C.10 - Desvio do leito do rio Antuã. Figura C.11 Desvio do leito do rio Antuã. Figura C.12 Obras de regularização do leito do rio Antuã. Figura C.13 Obras de regularização do leito do rio Antuã. 74 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

75 Figura C.14 A vegetação autóctone nas margens foi mantida. Figura C.15 Obras de regularização do leito do rio Antuã. Figura C.16 Protecção dos taludes das estradas. Figura C.17 Protecção de obras de arte: ponte sobre o rio Antuã. 17. O projecto ainda se encontra em realização, pelo que não é possível avaliar na totalidade o seu impacto. No entanto, são já visíveis melhorias significativas em termos de qualidade ambiental e paisagística e de usufruto (vide Figuras C. 24 a 29) de um local que se encontrava inicialmente abandonado e bastante degradado (vide Figuras C. 18 a 23); Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 75

76 Figura C.18 Aspecto de abandono que o rio Antuã e terrenos adjacentes apresentavam antes das obras. Figura C.19 Degradação das margens antes da intervenção. Figura C.20 Presença de vegetação infestante nas margens do rio Antuã, antes da sua limpeza. Figura C.21 Aspecto geral do leito do rio, antes das obras de regularização: taludes sujeitos a erosão. Figura C.22 Terrenos agrícolas que se transformaram em baldios com o abandono do cultivo. Figura C.23 Aspecto geral da envolvente ao rio Antuã antes das obras. 76 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

77 Figura C.24 Aspecto geral da envolvente ao rio Antuã depois das obras. Figura C.25 Local de contacto com a natureza. Figura C.26 Requalificação paisagística do local. Figura C.27 Obras de regularização e requalificação do leito do rio. Figura C.28 Local de usufruto da população. Figura C.29 Espraiamento do leito do rio, como medida de controlo dos efeitos de cheias. 18. Existe a preocupação, por parte da Câmara Municipal, de que este projecto seja abordado de um modo integrado, pois: As obras alvo desta candidatura, que correspondem de um modo geral, à construção de um Parque Verde ao longo das margens do Rio Antuã, foram acompanhadas, com apoio de outras fontes de financiamento, pela construção de emissários e colectores que permitem a drenagem das águas residuais, anteriormente descarregadas nesta linha de água sem qualquer tratamento, para a ETAR de São João da Madeira. Estas obras permitirão assim a diminuição da poluição no rio Antuã; Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 77

78 Uma pequena parcela da frente ribeirinha de São João da Madeira, localizada a Sul, foi alvo de obras de qualificação, através de financiamento Camarário. A candidatura ao POA engloba uma área a montante desta (zona Norte e Central), e a Câmara prevê que a restante área (ainda não intervencionada) seja alvo de obras futuras. A requalificação de toda a frente ribeirinha poderá corresponder não só à criação de um local privilegiado para usufruto da população, mas também de um corredor ecológico ao longo do rio. 19. Verifica-se a utilização de materiais naturais, nomeadamente na construção dos açudes de regularização (vide Figuras C. 30 e 31), no encestamento das margens (vide Figura C.32) e na utilização de pedra como material de suporte nos taludes (vide Figura C.33); Figura C.30 Construção de açudes de regularização com material natural (1). Figura C.31 Construção de açudes de regularização com material natural (2). Figura C.33 Utilização de material natural (pedra) na construção dos taludes de suporte. Figura C.32 Encestamento das margens. Com base nos elementos apresentados, é assim possível concluir que: 8. Para efeitos de avaliação da eficácia do projecto, resume-se na Tabela C.1 a contribuição do projecto para cada um dos objectivos definidos no POA, e na Tabela C.2 a análise da adequação dos objectivos do projecto com os objectivos estabelecidos para as candidaturas abrangidas pela Medida Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

79 Tabela C.1 Contribuição do projecto de Qualificação Paisagística do Vale do Rio Antuã para os objectivos do POA. Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos do POA 1. Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; n.a. 2. Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes; n.a. 3. Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; n.a. 4. Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira; n.a. 5. Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras; 6. Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.; 7. Apoiar a sustentabilidade das actividades económicas através da promoção da ecogestão e da certificação ambiental, do apoio a acções inovadoras e de demonstração que proporcionem melhorias do desempenho ambiental, de acções de requalificação ambiental e da majoração de n.a. acções que proporcionem mais-valia ambiental, relativamente à legislação em vigor. n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Tabela C.2 Contribuição do projecto de Qualificação Paisagística do Vale do Rio Antuã para os objectivos da Medida 1.2 do POA. Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos da Medida Assegurar a manutenção da biodiversidade das áreas naturais n.a. 2. Reabilitação de áreas ambiental e paisagisticamente degradadas 3. Melhoria da qualidade das praias, tanto do ponto de vista ambiental como do equilíbrio da fruição turística 4. Introdução de novas práticas de defesa costeira, reduzindo as intervenções artificializadoras e valorizando a reposição de situações naturais n.a. n.a. 5. Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC n.a. 6. Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Relativamente à eficácia do projecto é assim possível concluir que: As intervenções desenvolvidas e a desenvolver no âmbito desta candidatura enquadramse nos objectivos globais do POA: Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras e Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 79

80 O projecto Qualificação Paisagística do Vale do Rio Antuã está em sintonia com alguns dos objectivos da Medida 1.2, nomeadamente Reabilitar áreas ambiental e paisagisticamente degradadas e Promover acções de regularização e renaturalização de linhas de água. Por não estar especialmente vocacionado para a defesa, recuperação ou melhoria de uma componente ambiental, os resultados atingidos ao nível dos parâmetros ambientais (por exemplo aumento da biodiversidade, melhoria da qualidade da água ou preservação de habitats existentes), não se esperam muito significativos. Em todo o caso, promoveu-se a recuperação de uma área ambientalmente degradada e no caso de se completar as obras previstas ao longo de toda a frente ribeirinha, esta poderá vir a constituir-se um corredor ecológico ao longo da cidade. Da relação verificada entre os resultados e objectivos do POA, incluindo os da Medida 1.2, o projecto em estudo pode ser considerado eficaz. 9. Relativamente aos benefícios do projecto: O projecto de qualificação paisagística do Rio Antuã constitui uma mais valia por prever uma componente ao nível da criação de infra-estruturas, essenciais na definição de espaços específicos para o acesso e desenvolvimento de actividades de lazer e de usufruto dos visitantes. Este aspecto torna-se especialmente importante na cidade de São João da Madeira e naquela região em geral, que apresentam elevados níveis de densidade populacional e de urbanização, dado que permitirá aos residentes o acesso a uma área de contacto com a natureza. Prevê-se que a relação custo/benefício deste projecto seja positiva, ou seja, com a intervenção dos recursos disponíveis conseguir-se-á uma área verde de grandes dimensões, relevante para a cidade. 10. Relativamente à eficiência do projecto: Os recursos utilizados para a obtenção dos resultados do projecto podem ser expressos em custo/m de linha de água recuperada, custo/ha recuperado, custo/n.º de habitantes beneficiados e tempo utilizado para a realização do projecto vide Tabela C3. TabelaC.3 Custos unitários do projecto de qualificação paisagística do Rio Antuã. Indicador Custo unitário 28 Custo por metro de linha de água intervencionada [ /ml] ,08 Custo por hectare de área recuperada [ /ha] ,95 Custo por habitantes servidos pelo projecto [ /hab.] ,77 28 O cálculo dos custos unitários apresentados teve por base o custo total elegível. 29 O valor deste custo unitário teve por base metros de linha de água intervencionada. 30 O valor deste custo unitário teve por base 22 ha de área recuperada. 31 O valor deste custo unitário teve por base uma população servida pelo projecto de Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

81 Tendo em conta a diversificação de acções desenvolvidas entende-se ser pouco adequado pronunciar um juízo de valor devidamente fundamentado do grau de eficiência do projecto. IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO De acordo com os técnicos da Câmara Municipal de São João da Madeira, o contributo do POA para a concretização das acções previstas na candidatura foi imprescindível, na medida em que estas não seriam realizadas sem esse contributo. Apesar de as obras estarem ainda em realização, e segundo os técnicos da Câmara, tem-se verificado envolvimento das comunidades locais na realização do projecto. A construção de um Parque Verde com estas características corresponde a um ensejo da população local. ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA O projecto teve início em 01/01/2003 e tem data de encerramento prevista para 10/12/2006. As acções previstas realizar no âmbito desta candidatura ainda se encontram a decorrer. De acordo com os técnicos da Câmara Municipal de São João da Madeira, está actualmente concluída cerca de 20 a 30% do total da obra. Prevê-se que até Dezembro deste ano, estejam finalizados cerca de 100 metros de linha de água, correspondendo a uma área de 1,5 ha. Ainda de acordo com os responsáveis pelo projecto, apesar de se verificar um ligeiro atraso das obras (essencialmente devido a um atraso no arranque da mesma), prevê-se que esta esteja concluída no final de 2006, tal como previsto na candidatura. Como apenas existem pequenos desvios temporais, não se verificando desvios orçamentais, não se prevê a necessidade de qualquer reprogramação física ou financeira. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 81

82 Página deixada intencionalmente em branco 82 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

83 Caso 2: Requalificação paisagística das margens do rio Simão Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O Projecto de Requalificação Paisagística das margens do Rio Simão localiza-se no concelho de Valongo. De acordo com o promotor do projecto 32, a Câmara Municipal de Valongo, a candidatura teve como objectivo a reabilitação e renaturalização da linha de água designada por Rio Simão (o promotor convencionou designar globalmente por Rio Simão, a Ribeira Simão, a Ribeira da Ponte da Presa e o próprio Rio Simão) e a recuperação/requalificação de uma área degradada (superfície total de m 2 ), que faz confluência com o Rio Simão, numa extensão de 340 m. Ainda de acordo com o promotor, foram objectivos estratégicos desta intervenção 33 : A conservação e valorização do património natural, adentro de uma estratégia de conservação da natureza e da biodiversidade; A gestão sustentada dos recursos hídricos e a melhoria da sua qualidade ambiental para que pessoas beneficiem da sua proximidade; Devolução da natureza à população maioritariamente urbana, para que esta possa usufruir dos recursos naturais na sua plenitude e promover a sua consciencialização e aproximação às temáticas ambientais; Obtenção de uma imagem urbanística subordinada à plena conexão entre o homem e o seu meio ambiente; Valorização inequívoca do ambiente, no espírito da compatibilização entre o crescimento urbano e o ambiente natural, através da reabilitação de uma área ambiental e paisagisticamente degradada; Obtenção de uma imagem arquitectónica de leitura fácil, adequada aos usos e motivadora do enriquecimento cultural, da consciencialização ambiental e, logo, do aperfeiçoamento individual e colectivo; Incentivo à partilha das responsabilidades pela protecção do ambiente, através da educação e sensibilização da população para a necessidade da mudança de comportamentos, assumidos pela Câmara. ENQUADRAMENTO O enquadramento do projecto em análise apresentado seguidamente teve por base os elementos constantes na Memória Descritiva da Requalificação Paisagística das margens do Rio Simão. Reconhecida a importância dos recursos hídricos para o desenvolvimento das actividades económicas de natureza diversa, a melhoria do nível e das condições de vida, a conservação da natureza, a protecção e qualificação do ambiente e o estado de degradação actual dos ecossistemas, tornou-se urgente para a Câmara Municipal de Valongo a tomada de medidas no sentido de melhorar a qualidade dos meios hídricos e minorar as lacunas na sua preservação. Por outro lado, esta Câmara tem-se empenhado junto 32 Parecer da Estrutura de Apoio Técnico. 33 Memória Descritiva da Requalificação Paisagística das margens do Rio Simão. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 83

84 da população no sentido da salvaguarda dos recursos naturais e, consequentemente, de toda a aproximação à natureza e à ecologia. Pretende-se em suma almejar um maior envolvimento e pressão da sociedade civil com instituições que possuem responsabilidade nesta matéria. Foram identificados os seguintes problemas que afectam os cursos de água do Concelho de Valongo: Existência de inúmeras ligações clandestinas de efluentes domésticos provenientes de habitações, devido ao facto de a rede de saneamento não se encontrar concluída, o que só ocorrerá em 2005; Descargas ilegais provenientes de unidades comerciais e industriais; Abandono das explorações dos campos agrícolas sitos às margens dos rios; Despejo de resíduos e entulhos nas margens e leitos das linhas de água, hábito muito enraizado e como tal de difícil erradicação; A conjugação desses factores conduz à degradação dos leitos e margens dos rios e à diminuição da qualidade da água, com o consequente prejuízo para a biodiversidade e para a população. A Câmara Municipal tem recebido variadas queixas e reclamações, face ao estado de degradação e abandono das linhas de água do Concelho e suas margens. Durante os anos de 2001, 2002 e 2003 foram realizadas pela Autarquia algumas limpezas pontuais nos pontos mais críticos. Infelizmente, e dado que uma intervenção deste tipo implica a realização de investimentos muito elevados e a disponibilização de uma série de meios humanos e técnicos, que a Câmara não dispõe, não foi possível intervir em todos os locais em que tal seria desejável. Deste modo, tornou-se urgente envidar esforços no sentido de melhorar a qualidade dos recursos hídricos e preencher as lacunas existentes, situação para a qual a Câmara sempre esteve inteiramente sensibilizada. Conscientes dos problemas que afectam o rio Simão e a sua envolvente, e com vista a proporcionar uma efectiva aproximação e usufruto destes recursos, a Câmara desenvolveu um projecto estrutural de reabilitação desse Rio e da sua margem principal. A selecção do rio Simão como alvo de intervenção deve-se aos seguintes factores: O Rio Simão apresenta-se como a linha de água com maior relevância no Concelho de Valongo, senão a de maior importância, pois atravessa a cidade de Valongo no seu perímetro urbano. O Sítio Valongo 34 da Lista Nacional de Sítios é composto por um valioso conjunto de habitats e espécies de fauna e flora que importa preservar e recuperar, algumas delas com interesse comunitário e alvo de protecção especial. O estado actual do Rio Simão 35 e a forte poluição que o afecta compromete as intenções de conservação para este local, principalmente para as espécies que estão mais dependentes da qualidade da água. A consciência por parte do Município de Valongo da necessidade de serem tomadas medidas de preservação dos recursos hídricos concelhios no geral e no rio Simão em particular, foi decisiva para a idealização deste projecto, que integrou duas componentes distintas: a reabilitação e renaturalização da 34 As ribeiras Simão e Ponte da Pedra unem-se na Travessa da Cana, dando origem ao Rio Simão que se une ao Rio Ferreira, percorrendo cerca de 5 km em área do Sítio Valongo. 35 Descrita pormenorizadamente na Memória Requalificação Paisagística das margens do Rio Simão. 84 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

85 linha de água e a recuperação de uma área degradada com elevado potencial ambiental, designadamente porquanto sita na margem da mesma 36. A Câmara é proprietária de uma parcela de terreno marginal, no qual albergou as suas oficinas gerais e o parque de estacionamento de apoio, e que se apresentava bastante degradado, provocando um elevado impacto visual por se situar muito próximo do centro urbano de Valongo e na proximidade de uma escola. No entanto, as características morfológicas e geográficas desta área 37, tornavam-na num espaço passível de ser requalificado e transformado simultaneamente numa área urbana pública, de preservação e promoção dos valores ambientais e de educação para a cidadania. ACÇÕES Tal como referido, as acções previstas na candidatura englobaram duas componentes distintas: a reabilitação e renaturalização do rio Simão e a recuperação de uma área degradada, transformando-a num parque de lazer. Estas intervenções são de seguida descritas, com base nos dados disponíveis no Parecer da Estrutura de Apoio Técnico e na Memória Descritiva da Requalificação Paisagística das margens do Rio Simão. A reabilitação e renaturalização do rio Simão, abrangeu uma extensão de aproximadamente 7.500m, e englobou os seguintes trabalhos 38 : Corte e remoção de vegetação existente no leito e margens da linha de água; Desramação das árvores envolventes às margens, principalmente as mais próximas do leito e susceptíveis de reterem resíduos arrastados pelas correntes; Limpeza da linha de água e respectivas margens, de todo o tipo e espécie de resíduos e entulhos; Desassoreamento da linha de água, incluindo remoção de areias, entulhos e lamas numa profundidade média de 0,3 m. A recuperação da área degradada referiu-se à recuperação ambiental e urbanística de uma área em declínio que alberga um edifício degradado (antigas oficinas da Câmara Municipal), transformando essa área num parque de lazer. A autarquia destinará o parque de lazer para actividades predominantemente ligadas ao ambiente. Esta recuperação incluiu 39 : A demolição das antigas instalações das oficinas da Câmara Municipal por forma a abrir ao máximo a cidade ao espaço verde, permitindo a correcção de passeios e arruamentos e execução de alguns lugares de estacionamento; Criação de um espaço mirante área de estar aberta e percurso (espaço aberto); 36 Paralelamente a estas intervenções de maior vulto, a Câmara pretende assumir aspectos que se afiguram como fundamentais para a continuidade futura dessa intervenção: Identificação e caracterização de fontes de poluição com o objectivo da sua eliminação, que se julga que produzirá efeitos visíveis na qualidade da água do Rio Simão, a curto prazo; Divulgação e sensibilização ambiental, com a finalidade de difundir os objectivos da intervenção e incentivar a mudança de comportamentos por parte da população para o fomento do respeito para com os recursos hídricos e, em última análise, para com a natureza. 37 A morfologia suave do terreno, a confluência com o Rio Simão e a frente urbana que apresenta para a Rua da Passagem no centro da cidade e no sopé do monte de Santa Justa, a que acresce a extensão de 340 m de frente com o rio Simão, que a sul/poente delimita a propriedade. 38 Parecer da Estrutura de Apoio Técnico. 39 Parecer da Estrutura de Apoio Técnico. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 85

86 Execução de um anfiteatro ao ar livre (208 lugares sobre um palco e dotado de camarins e áreas necessárias ao seu bom funcionamento); Execução de um parque infantil; Criação de um estacionamento lugares; Incremento da área verde urbana em m 2. De acordo com os documentos consultados, as acções executadas revestiram-se de carácter correctivo, preventivo e urbanístico/paisagístico 40 : Acções correctivas: o o o o o o o Corte da vegetação existente nas margens do rio Simão na zona de intervenção, em toda a sua extensão (cerca de 7,5 km), em cerca de 1,5 metros de largura; Desramação das árvores envolventes às margens, principalmente as mais próximas do leito e susceptíveis de reterem resíduos arrastados pelas correntes, numa extensão média de 7,5 km; Limpeza e remoção de lixos e entulhos nalguns pontos mais críticos, nomeadamente junto dos locais tradicionalmente usados para a sua deposição; Desassoreamento das zonas mais problemáticas; Retirada de intrusões visuais e paisagísticas, em frente à área destinada ao parque de lazer, nomeadamente lixos, entulhos e vegetação invasora; Estudo de identificação e caracterização e caracterização de fontes poluidoras; Actuação sobre prevaricadores, entre outros responsáveis pelas descargas ilegais de resíduos e entulhos; Acções preventivas: o Acções de sensibilização junto dos utilizadores de água, nomeadamente agricultores e proprietários de campos junto às linhas de água, de modo a implementar o hábito da conservação das margens e da qualidade da água; o Divulgação das acções executadas, através dos órgãos de comunicação social, das publicações promovidas pela Autarquia, do Sítio da Internet da Câmara Municipal de Valongo, do Boletim Municipal, entre outros, para permitir um maior envolvimento da população e um tomada de consciência face aos comportamentos errados e atitudes menos próprias; o Promoção e realização de eventos, concursos e actividades lúdico-pedagógicas de carácter ambiental, após a conclusão da intervenção na zona a reabilitar Parque de Lazer; o Fiscalização regular dos locais críticos onde ocorrem descargas; Acções paisagísticas / urbanísticas: o Incremento da área verde urbana em m 2 ; o Melhoria da qualidade visual da paisagem urbana e a qualificação do espaço público; 40 Memória Descritiva da Requalificação Paisagística das margens do Rio Simão. 86 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

87 o o Recuperação ambiental e urbanística de uma área em declínio, que alberga em edifício degradado com uma área aproximadamente de 200 m 2, cuja desactivação ocorreu recentemente; Promoção de incremento da circulação pedonal, ordenamento da circulação automóvel e criação de novas áreas de estacionamento. INVESTIMENTO As intervenções propostas na candidatura, a realizar no período de , apresentam um investimento total de ,00, um investimento elegível de ,77, com uma comparticipação FEDER de ,83. (correspondendo a 75% do investimento elegível) 41. Avaliação do Projecto no âmbito do POA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Analisada a informação disponibilizada, efectuada a visita e estabelecidas as reuniões com os responsáveis pelo projecto, importa salientar os seguintes elementos, pertinentes para a presente análise: 1. No âmbito da candidatura, o promotor (Câmara Municipal de Valongo) aludiu aos seguintes argumentos para enquadrar o projecto na Medida 1.2: Os objectivos da candidatura, comparativamente com os definidos para o POA, tornaram pertinente a elaboração desta candidatura, na medida em que a intervenção concebida enquadra-se nos principais objectivos da Medida 1.2 do Eixo 1 do POA, nomeadamente: Assegurar a manutenção da biodiversidade das áreas naturais, Reabilitação de áreas ambiental e paisagisticamente degradadas e Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água 42 ; 2. Foi opinião do Gabinete da Gestora do POA que: A candidatura cumpre as seguintes condições de acesso, no que respeita à medida 1.2: Está em conformidade com os objectivos do POA e Complemento de Programação e integra-se no Eixo Prioritário e Medida e A candidatura está de acordo com o regulamento da medida em que se insere 43 ; 3. A notória preocupação da Câmara Municipal de Valongo com o ambiente, nomeadamente nas duas vertentes previamente referidas, reflecte-se nos vários prémios e distinções nacionais e internacionais que lhe foram atribuídos. Consequentemente, tem-se verificado melhorias significativas do ambiente no concelho. Decorre igualmente que esta candidatura tenha sido concebida como parte de um projecto mais vasto que integra a ligação da área recuperada à Serra de Santa Justa 44 e sua revitalização, perspectivando-se a criação de um corredor ecológico ao longo do rio que atravessa o concelho (vide Figuras C. 34 e 35); 41 Formulário de candidatura / Componente FEDER. 42 Memória Descritiva da Requalificação Paisagística das margens do Rio Simão. 43 Check list dos critérios de acesso da Medida De acordo com os técnicos da Câmara Municipal de Valongo, a preservação da Serra de Santa Justa é de importância vital para a região, constituindo-se, quer devido à sua dimensão como à sua rareza e qualidade ecológica, como o pulmão da área metropolitana do Porto. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 87

88 Figura C.34 Recuperação das margens do Rio Simão (1). Figura C. 35 Recuperação das margens do Rio Simão (2). 4. Segundo os técnicos da Câmara Municipal de Valongo, o objectivo de conservação e valorização do património natural, inserido numa estratégia de conservação da natureza e da biodiversidade, foi, ou será a curto prazo, atingido na medida em que a renaturalização da linha de água e a melhoria da qualidade da água (vide Figura C.36) no espaço intervencionado terá como consequência a melhoria da qualidade ambiental do Sítio Valongo, situado a jusante da área intervencionada (vide Figura C.37); Figura C.36 Aspecto da água do Rio Simão. Figura C.37 O Sítio Valongo localiza-se a jusante da área intervencionada. 5. Paralelamente às intervenções de maior vulto, surgiram outras que pela sua importância estratégica se afiguraram como fundamentais para a continuidade futura desta intervenção, nomeadamente a identificação e resolução da situação quanto à existência de descargas de águas residuais não tratadas, na sua maioria ilegais, para o rio Simão. De facto, a situação anterior da área de intervenção, devido à grande quantidade de vegetação e resíduos existentes, não permitia avaliar com rigor a existência e localização das descargas para o rio (vide Figura C.38), pelo que houve necessidade de complementar o projecto inicial com a identificação e caracterização das mesmas, com o objectivo de promover a sua eliminação e minimizar os danos provocados por estas na qualidade da água (vide Figura C.39). Esta acção foi executada em colaboração com a Empresa Águas de Valongo S.A., concessionária do sistema de abastecimento de águas e saneamento do concelho de Valongo; 88 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

89 Figura C.38 A vegetação e resíduos existentes não permitiam avaliar com rigor a localização das descargas. Figura C.39 Descargas de águas residuais para a linha de água. 6. A acção prevista de Corte da vegetação existente nas margens do rio Simão na zona de intervenção, em toda a sua extensão (cerca de 7,5 km), em cerca de 1,5 metros de largura poderia parecer contrária aos objectivos de conservação da natureza firmados pela Câmara Municipal na candidatura. Os técnicos responsáveis esclareceram, porém, que esta acção restringiu-se à remoção de vegetação infestante exótica ou em mau estado, sempre condicionada à aprovação da fiscalização (vide Figuras C.40 a 43); Figura C.40 Existência de vegetação infestante nas margens do rio Simão. Figura C.41 Preservação da vegetação ripícola de grande porte. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 89

90 Figura C.42 Limpeza das margens do rio Simão. Figura C.43 Aspecto geral das margens do rio Simão, no local do Parque urbano. 7. A participação dos moradores durante a fase de construção, nomeadamente na realização de obras em propriedade privada na vizinhança, foi muito positiva, de acordo com a opinião dos técnicos. Verificou-se inclusive a realização de obras, por iniciativa privada, de limpeza das margens adjacentes ao espaço intervencionado (vide Figura C.44). Com efeito, para além de um significativo usufruto e envolvimento das comunidades locais na manutenção e preservação do espaço (vide Figuras C. 45 a 47), verificou-se uma mudança de comportamentos face ao uso da linha de água como local de descarga de resíduos; Figura C.44 Limpeza das margens adjacentes ao espaço intervencionado, por iniciativa privada. Figura C.45 A área recuperada tornou-se num local de usufruto da população. Figura C.46 Parque urbano para usufruto da população local. Figura C.47 Local de contemplação da natureza. 8. Globalmente, os técnicos da Câmara Municipal de Valongo não hesitam em afirmar que o projecto correspondeu a um desejo antigo da população, que está a superar as expectativas 90 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

91 iniciais e que veio contribuir em muito para a melhoria do ambiente urbano no concelho (vide Figuras C. 48 a 53). Figura C.48 Anfiteatro ao ar livre, onde se promovem iniciativas de cariz ambiental. Figura C.49 Local de contacto com a natureza. Figura C.50 Espaço de lazer no parque urbano. Figura C.51 Qualificação paisagística de um local anteriormente bastante degradado. Figura C.52 Espaço de lazer nas margens do rio Simão. Figura C.53 Recuperação da área adjacente ao rio Simão. Com base nos elementos apresentados é possível concluir que relativamente à eficácia e eficiência do projecto: 1. Para efeitos de avaliação da eficácia do projecto, resume-se na Tabela C.4 a contribuição do projecto para cada um dos objectivos definidos no POA, e na Tabela C.5 a análise da adequação dos objectivos do projecto com os objectivos estabelecidos para as candidaturas abrangidas pela Medida 1.2. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 91

92 Tabela C.4 Contribuição do projecto de Requalificação paisagística das margens do Rio Simão para os objectivos do POA. Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos do POA 1. Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; n.a. 2. Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio aos visitantes; n.a. 3. Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; n.a. 4. Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira; 5. Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras; n.a. 6. Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.; 7. Apoiar a sustentabilidade das actividades económicas através da promoção da ecogestão e da certificação ambiental, do apoio a acções inovadoras e de demonstração que proporcionem melhorias do desempenho ambiental, de acções de requalificação ambiental e da majoração de n.a. acções que proporcionem mais-valia ambiental, relativamente à legislação em vigor. n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Tabela C.5 Contribuição do projecto de Requalificação paisagística das margens do Rio Simão para os objectivos da Medida 1.2. do POA Objectivos do POA Contributo do projecto para os objectivos da Medida Assegurar a manutenção da biodiversidade das áreas naturais n.a. 2. Reabilitação de áreas ambiental e paisagisticamente degradadas 3. Melhoria da qualidade das praias, tanto do ponto de vista ambiental como do equilíbrio da fruição turística 4. Introdução de novas práticas de defesa costeira, reduzindo as intervenções artificializadoras e valorizando a reposição de situações naturais n.a. n.a. 5. Implementação de propostas de intervenção previstas nos POOC n.a. 6. Promoção de acções de regularização e renaturalização de linhas de água n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Relativamente à eficácia do projecto é assim possível concluir que: As intervenções desenvolvidas e a desenvolver no âmbito desta candidatura enquadramse nos objectivos globais do POA Reabilitar e valorizar a rede hidrográfica nacional de albufeiras e Melhorar o ambiente urbano através da redução dos níveis de poluição, da recuperação e reabilitação das áreas degradadas, etc.. 92 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

93 O projecto de Requalificação Paisagística das margens do rio Simão está em sintonia com alguns dos objectivos da Medida 1.2, nomeadamente Reabilitar áreas ambiental e paisagisticamente degradadas e Promover acções de regularização e renaturalização de linhas de água ; A iniciativa da Câmara relativamente à resolução da problemática da descarga de águas residuais para o rio poderá conduzir a um aumento da qualidade da água, que potencia verdadeiramente o aumento da qualidade ambiental em geral e da biodiversidade em particular; Perspectivando ainda, conforme intenção expressa da Câmara, a criação de um corredor ecológico ao longo do concelho, os resultados atingidos ao nível dos parâmetros ambientais (por exemplo aumento da biodiversidade), esperam-se muito significativos; A componente de criação do espaço verde, apesar de consistir na recuperação de uma área ambientalmente bastante degradada com os efeitos perniciosos que estas situações normalmente acarretam para o ambiente e de constituir-se como um local de contacto entre a população e o meio natural o que comummente potencia a educação e sensibilização ambiental, não está especialmente vocacionado para a conservação da natureza e da biodiversidade, excepto na perspectiva de que poderá vir a contribuir para a melhoria do sítio Valongo ; Da relação verificada entre os resultados e objectivos do POA, incluindo os da Medida 1.2, o projecto em estudo pode ser considerado eficaz. 2. Relativamente aos benefícios do projecto: Se verificaram melhorias significativas em termos de qualidade ambiental e paisagística e de usufruto deste local, que se encontrava inicialmente bastante degradado (vide Figuras C.54 a 57); Como tal, prevê-se que a relação custo/benefício deste projecto seja positiva, na medida em que com a intervenção dos recursos disponíveis conseguir-se-á uma área verde de grandes dimensões, relevante para a cidade; Figura C.54 Aspecto geral do parque urbano. Figura C.55 Aspecto geral da recuperação das margens do rio Simão. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 93

94 Figura C.56 Local de contacto da população com o meio natural (1). Figura C.57 Local de contacto da população com o meio natural (2). 3. Relativamente à eficiência do projecto: Os recursos utilizados para a obtenção dos resultados do projecto podem ser expressos em custo/m de linha de água recuperada, custo/ha recuperado, custo/n.º de habitantes beneficiados e tempo utilizado para a realização do projecto vide Tabela C.6. Tabela C.6 Custos unitários do projecto de Requalificação Paisagística das margens do rio Simão. Indicador Custo unitário Custo por metro de linha de água intervencionada [ /ml] 45 11,66 Custo por hectare recuperado [ /ha] ,30 Custo por habitantes servidos pelo projecto [ /hab.] 47 22,92 Tendo em conta as reservas necessárias à correcta avaliação desta candidatura, em que não se poderá confundir conservação da natureza com criação de um espaço verde ou renaturalização de linhas de água com limpeza e remoção de vegetação, poder-se-á afirmar que, com os recursos disponibilizados, os resultados atingidos ao nível dos parâmetros ambientais podem ser considerados significativos; Tendo em conta a diversificação de acções desenvolvidas entende-se ser pouco adequado pronunciar um juízo de valor devidamente fundamentado do grau de eficiência do projecto. IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO De acordo com os técnicos da Câmara Municipal de Valongo o apoio do POA foi fundamental para a concretização das acções previstas na candidatura. Efectivamente, seria muito difícil a concretização das acções independentemente do apoio do POA. 45 O valor deste custo unitário teve por base metros de linha de água intervencionada e um investimento total de O valor deste custo unitário teve por base 1,295 ha de área recuperada e um investimento total de Não foi fornecido, nos elementos da candidatura, o valor da população servida pelo Projecto. Considerou-se, para o efeito que a população servida seria a totalidade da população residente no concelho de Valongo. Assim, o valor deste custo unitário teve por base uma população servida pelo projecto de habitantes e o custo total elegível. 94 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

95 ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA O pedido de encerramento do projecto, com início a 09/12/2003, data de 30/04/2005. No entanto, apesar de estar concluído fisicamente, não se encontra concluído a nível financeiro. De um modo geral, não se verificaram desvios temporais ou orçamentais na realização das acções previstas. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 95

96 Esta página foi deixada intencionalmente em branco 96 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

97 D Impacte das acções de sensibilização ambiental (Medida 1.3.) Caso 1: Limpar o Mundo, Limpar Portugal Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O Projecto teve como área de intervenção Portugal Continental e de acordo com o seu promotor, a Empresa Águas de Portugal (ADP), a candidatura teve como principal objectivo a realização de uma acção de sensibilização ambiental, que por sua vez visou, genericamente, os seguintes objectivos: Estimular a participação de toda a população na limpeza voluntária de praias, ruas, vilas barragens e outros locais públicos; Promover a recolha de lixo de uma forma selectiva, através da distribuição de sacos de cores diferenciadas (iguais às dos Ecopontos) por forma a que a sensibilização inclua não só a preocupação ambiental com os resíduos sólidos urbanos mas, principalmente, com a sua possível reciclagem; Realização de uma campanha nacional nos principais meios de comunicação social antes da acção de modo a fomentar a participação da população, e depois da mesma, anunciando os resultados atingidos com a recolha. Este projecto teve ainda como objectivo a edição de um livro intitulado Limpar Portugal, pretendendo com isso, para além da sensibilização ambiental, fazer a divulgação, junto da população portuguesa, dos importantes investimentos que têm sido feitos, nos últimos anos, na área dos resíduos sólidos urbanos. ENQUADRAMENTO O projecto foi desenvolvido pela Empresa Águas de Portugal, S.A. e a acção decorreu nos dias 21, 22 e 23 de Setembro de Este projecto insere-se numa campanha mundial de recolha de lixo em locais públicos, designada Clean Up the World e surgiu na Austrália, em Em 2000, a campanha contava já com a participação de 120 países e desde 1992 que tem o apoio do PNUA Programa das Nações Unidas para o Ambiente. Em Portugal a campanha era desenvolvida desde 1997, tendo como promotor o IPAMB (que se fundiu com a DGA, dando origem ao actual Instituto do Ambiente). A Empresa Águas de Portugal, S.A. promoveu este projecto em 2001, fazendo-o coincidir com a fase inicial de arranque dos sistemas multimunicipais. Embora o promotor do projecto tivesse sido a Empresa ADP, esta pôde contar com outros parceiros como o próprio Instituto do Ambiente, o Instituto dos Resíduos, Câmaras Municipais, Corpo Nacional de Escutas, Escolas, entre outros. ACÇÕES Segundo o formulário de candidatura ao POA e as informações disponibilizadas pelo promotor, as acções realizadas no âmbito deste projecto foram as seguintes: Campanha de meios, na Comunicação Social, antes e após a acção de sensibilização; Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 97

98 Distribuição de material de divulgação e promoção (sacos de plástico coloridos, T-shirts e bonés); Acompanhamento e coordenação da acção; Edição do livro Limpeza do Século ; Entregas, recolhas e envio de documentação. Foi realizada uma campanha nacional nos principais meios de comunicação social antes da concretização da acção no sentido de fomentar a participação da população, bem como após a concretização da mesma anunciando os resultados alcançados com a recolha de lixo e agradecendo a todos aqueles que participaram nas acções de recolha selectiva (tipicamente crianças e jovens). A colaboração de 81 Câmaras Municipais foi fundamental no sentido de fazer chegar às populações a informação e o material promocional necessário para o desenvolvimento das acções de recolha selectiva de lixo. O livro apresenta o investimento envolvido no encerramento das lixeiras em Portugal e na criação dos sistemas modernos de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos que tem sido feito nos últimos anos. INVESTIMENTOS O investimento total elegível aprovado pelo POA no âmbito deste projecto foi de , com uma comparticipação FEDER de , correspondente a 75% do investimento elegível. A candidatura não sofreu reprogramações a nível financeiro. Avaliação do Projecto no âmbito do POA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Avaliando os objectivos da Medida 1.3, e tendo em conta que visam duas grandes linhas de acção Obter de uma forma sistemática e integrada informações sobre os diferentes descritores ambientais e Sensibilizar e informar os cidadãos em matéria de ambiente por forma a optimizar a utilização dos recursos naturais pode considerar-se que este projecto contribui grandemente para o objectivo 2 da Medida 1.3 (cf. Tabela D.1). Contudo, o projecto tem um contributo residual ou mesmo nulo para os objectivos globais do Eixo Melhorar a gestão de espécies e habitats protegidos; Apoiar infra-estruturas de suporte ao turismo de natureza, de informação, de interpretação e de apoio a visitantes; Promover o desenvolvimento local em zonas protegidas; Proteger e requalificar a faixa costeira de acordo com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC S); Reabilitar e valorizar a Rede Hidrográfica Nacional e de Albufeiras. 98 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

99 Tabela D.1 Contribuição do projecto Limpar o Mundo, Limpar Portugal para os objectivos da Medida 1.3 do POA Objectivos da Medida Obter de uma forma sistemática e integrada informações sobre os diferentes descritores ambientais, nomeadamente através de: a) Estruturação de um Sistema de Informação Nacional para o Ambiente; b) A rentabilização da Infraestrutura Telemática Rede Alargada do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território; c) O reforço das redes de monitorização dos parâmetros ambientais e respectivos sistemas de informação; Contributo do projecto para os objectivos da Medida 1.3 n.a. 2. Sensibilizar e informar os cidadãos em matéria de ambiente de forma a optimizar a utilização dos recursos naturais n.a. não aplicável FONTE: Complemento de Programação, Programa Operacional do Ambiente, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Ao analisar a informação disponibilizada, quer pelo Gabinete de Gestão do POA (dossiers de candidaturas com toda a informação), quer a fornecida pelo promotor na reunião efectuada, pode resumir-se que, em termos de resultados e impactes, esta acção teve efeitos muito positivos. Os Kits (compostos por sacos de plástico de cor diferenciada, T-shirts e bonés) distribuídos à população pelas Câmaras Municipais e restantes parceiros, esgotaram completamente, tendo sido distribuídos na sua totalidade; Com a realização desta campanha foi possível reunir mais de 33 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos que foram recolhidos pelas empresas gestoras de sistemas multimunicipais de tratamento e valorização de resíduos sólidos do Grupo Águas de Portugal; Antes da campanha se realizar, ou seja, em 2001, os Objectivos de Recolha Selectiva de Resíduos para 2005, estavam muito longe de ser alcançados, encontrando-se Portugal muito longe da média europeia. Após a realização da campanha, a ADP notou um aumento bastante significativo (sempre crescente desde 2002) dos Índices de Recolha Selectiva, o que em muito contribuiu para que os referidos Objectivos para 2005 se encontrem já cumpridos. Essa evolução está patente nos gráficos facultados pelo promotor, onde se pode verificar que a recolha selectiva tem vindo a ser cada vez mais posta em prática, por parte da população portuguesa. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 99

100 Figura D.1 Evolução da recolha selectiva a nível nacional (Fonte: Águas de Portugal, 2005) Podem ainda enumerar-se um conjunto de factores de sucesso que permitiram a obtenção destes resultados, tais como o facto da fase de implementação dos sistemas multimunicipais de resíduos coincidir com a campanha; o fecho das lixeiras, também muito divulgado na altura da realização da acção; e a crescente preocupação da população em relação às questões ambientais. IMPACTE DO APOIO DO POA NA REALIZAÇÃO DO PROJECTO De acordo com os responsáveis pela campanha, sem o apoio do POA, este projecto poderia ter-se realizado mas a nível local, regional no máximo, ou seja, sem o apoio concedido nunca teria sido uma campanha a esta escala e, consequentemente, os resultados não teriam sido notórios. ESTADO DE PROGRESSÃO DA CANDIDATURA A totalidade das acções programadas já estão concluídas. O projecto teve início em 30/07/2001 e terminou em 30/11/2001, embora o livro só tenha sido editado em Fevereiro de O relatório de execução final do projecto também já foi entregue. No entanto, o projecto só foi encerrado em 2004 uma vez que o processo de verificação da elegibilidade de algumas despesas foi algo moroso. 100 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

101 Caso 2: Projecto de Educação e Sensibilização Ambiental Eco-escolas Apresentação da candidatura OBJECTIVOS O Projecto teve como base o Programa Eco-Escolas, que é um programa vocacionado para a educação ambiental e para a cidadania, desenvolvendo-se principalmente nas escolas do ensino básico de Portugal Continental e, de acordo com o seu promotor, a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), a candidatura ao POA deveu-se, principalmente, ao facto da Associação pretender prestar um maior apoio às escolas, promovendo um acompanhamento mais eficaz do Programa, no sentido em que as verbas facultadas pelo POA permitiram aumentar o número de deslocações às escolas e a edição de materiais didácticos em maior quantidade e qualidade e a promoção de eventos relacionados com o Programa. Os principais objectivos do Programa Eco-Escolas são: A aplicação da Agenda 21 ao nível local, educando as crianças para a sua participação activa na preservação do ambiente; Estimular a criação de parcerias locais, contribuindo para um maior envolvimento e participação, em todo o processo, das autarquias, empresas, órgãos de comunicação social, ONGA s, a própria comunidade, etc. ENQUADRAMENTO O Programa Eco-Escolas encontra-se implementado em vários países da Europa, através da Fundação para a Educação Ambiental (FEE), desde o início dos anos 90. Foi implementado em Portugal pela Associação Bandeira Azul da Europa, desde o ano lectivo 1996/97 e no ano lectivo de 2001/2002 foi alvo de financiamento por parte do Programa Operacional do Ambiente, constituindo o projecto em análise. Embora o promotor do projecto tivesse sido a ABAE, esta pôde contar com outros parceiros como o próprio Instituto do Ambiente, o Ministério da Educação, os Municípios onde as escolas estão inseridas e parceiros locais. O Programa Eco-Escolas pressupõe que cada escola adopte uma metodologia especícifa, passando pela adopção dos Sete Elementos, que se passam a enunciar (a descrição de cada um destes elementos consta no Guia do Professor, disponível no site 1. Criação de um Conselho Eco-Escola 2. Realização de uma Auditoria Ambiental 3. Desenvolvimento de um Plano de Acção 4. Realização de Monitorização na Escola 5. Trabalho Curricular 6. Informação e Envolvimento da Escola e da Comunidade Local 7. Elaboração de um Eco-Código Relativamente à abordagem temática, os Temas Base Eco-Escolas são a Água, os Resíduos e a Energia, sendo que devem constar do Plano de Acção de cada Escola candidata ao Galardão. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 101

102 No ano de 2001/ 2002, ano lectivo que contou com o apoio do POA, encontravam-se inscritas 365 escolas de todo o país e 174 foram galardoadas com a Bandeira Verde (ver mapa), símbolo que certifica a existência, na escola, de uma educação ambiental coerente e de qualidade Figura D.2 Distribuição das Escolas galardoadas em 2001/ 2002, ano em que o projecto teve o apoio do POA Para uma análise mais concreta deste Programa, seleccionaram-se duas escolas galardoadas e procedeu-se a uma análise mais detalhada, de modo a poder observar-se o que foi desenvolvido pelas mesmas, no âmbito do Programa Eco-Escolas, e de que modo essas acções contribuíram para a sensibilização ambiental dos alunos e professores e de toda a comunidade envolvente. 102 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

103 De entre as 174 escolas galardoadas em 2001/2002, escolheu-se, de modo aleatório, as seguintes escolas: o EB23 Padre Francisco Soares Torres Vedras o EB23 Conde Vilalva Évora Para uma análise mais detalhada acerca destas escolas, consultou-se, junto do promotor do projecto, toda a documentação relacionada com o Programa Eco-Escolas, de cada uma delas (desde Relatórios, a resultados de auditorias ambientais, etc.) e procedeu-se a uma visita às escolas, de modo a poder apurar, junto do professor coordenador do projecto, como decorreu a acção e que resultados foram mais visíveis. O resultado desta análise vem descrito nos pontos seguintes. ACÇÕES Segundo o formulário de candidatura ao POA e as informações disponibilizadas pelo promotor, as acções realizadas no âmbito deste projecto, em termos gerais, foram as seguintes: Acompanhamento e apoio, por parte de uma Comissão Nacional do Programa, constituída não só pela ABAE, como por diversas outras entidades que nela participam de forma voluntária, tais como Departamento de Educação Básica (DEB), Instituto da Água (INAG), Instituto dos Resíduos (INR), entre outros, às escolas inscritas no Programa Eco-Escolas. Um dos objectivos deste acompanhamento técnico e pedagógico do Programa é verificar o cumprimento da metodologia do Programa (realização dos Sete Elementos) e a pertinência da abordagem temática dos sub-temas base (anteriormente referidos), requisitos essenciais para a atribuição do Galardão; Produção de materiais didáctico-pedagógicos por parte da ABAE e distribuição dos mesmos pelas Escolas; Seminário Nacional de Professores: constitui um dos mais importantes momentos de formação e troca de experiências entre os professores e entidades envolvidas neste projecto, cujos objectivos são o incentivo ao desenvolvimento da educação ambiental no ensino básico, e o reconhecimento no final do ano, através do Galardão Eco-Escolas (Bandeira Verde), das escolas onde se realizou uma activa e participada educação pelo ambiente; Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 103

104 Figura D.3 Cartaz do Seminário Nacional de Professores do Programa Eco-Escolas, em 2001/ 2002 Cerimónia de entrega do galardão às Escolas vencedoras. Importa agora revelar as acções desenvolvidas em cada uma das duas escolas escolhidas, no sentido de ilustrar a título exemplificativo, o que foi desenvolvido e realizado, no âmbito deste projecto, em cerca de 174 escolas, por todo o país, uma vez que todas as escolas galardoadas tiveram que cumprir os mesmos requisitos que estas duas, para poderem receber a Bandeira Verde. 104 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

105 EB23 Padre Francisco Soares Torres Vedras Público-alvo e parceiros: Alunos (2º e 3º Ciclos, idades entre os 10 e 16 anos); 30 Professores e Auxiliares de acção educativa; - Associação de Pais, Autarquia, Espeleo Clube, Associação de Defesa do Património de Torres Vedras. Plano de Acção: Diagnóstico e situações a corrigir/ melhorar: - Necessidade de continuar a trabalhar as problemáticas RSU, água e energia; - Necessidade de conhecer e melhorar os espaços escolares; - Necessidade de divulgar o trabalho realizado no âmbito do Programa Eco-Escolas. Objectivos a atingir: - Sensibilizar e formar a comunidade educativa para a problemática dos RSU, a poupança de água e de energia; - Classificar as árvores da escola; - Dar a conhecer a toda a comunidade educativa e local o trabalho realizado. Actividades/ Acções a desenvolver: - Participação no Coastwatch 2001; - Continuar com a recolha selectiva de papel, vidro e pilhas; - Acção de reciclagem de papel para os alunos do Clube do Ambiente; - Participação na Acção Costa Viva Limpeza do Litoral Oeste ; - Edição do Eco-Jornal; - Acções de divulgação do Programa Eco-Escolas em todas as turmas, em formação cívica ou Ciências da Natureza; - Comemoração do Dia Eco-Escolas exposição dos trabalhos realizados; - Projecto de classificação das árvores da escola. Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente 105

106 Figura D.4 Certificados Eco-Escolas e Bandeira Verde da Escola EB23 Padre Francisco Soares Resultados / Impactes no final do ano lectivo: Todos os objectivos foram alcançados e todas as actividades previstas foram realizadas com sucesso. O grau de envolvimento de todos os participantes foi muito satisfatório. Um dos principais impactes verificados nesta escola foi ao nível dos RSU, uma vez que a empresa regional de tratamento e valorização de resíduos alega que os índices de recolha selectiva do Concelho aumentaram significativamente, possivelmente desde que as escolas locais aderiram ao Programa Eco- Escolas. No entanto, uma das principais dificuldades sentidas pela Professora Coordenadora do Programa da Escola reside no facto de os próprios funcionários se mostrarem pouco receptivos à prática da recolha selectiva do lixo dentro da escola, recusando-se até a recolher os eco-pontos espalhados pela escola, ficando essa tarefa a cargo da Professora Coordenadora, juntamente com os alunos. EB23 Conde Vilalva Évora Público-alvo e parceiros: Alunos (1º, 2º e 3º Ciclos, idades entre os 7 e 16 anos); 20 Professores; - Câmara Municipal de Évora, Direcção Regional do Ambiente e Recursos Naturais do Ambiente do Alentejo, APPCDM, Associação de Municípios, Cantinho dos Animais, Escolas do 1º Ciclo dos Canaviais. 106 Ri_t04064 Actualização do Estudo de Avaliação Intercalar do Programa Operacional do Ambiente

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