FATORES DE RISCOS E AS AÇÕES PREVENTIVAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA

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1 FATORES DE RISCOS E AS AÇÕES PREVENTIVAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA SILVA,R.B.¹; NASCIMENTO,I.O.¹; VANDERLEY,L.S.¹; LIMA,I.R.¹; MOURA,M.E.B.²; FREITAS,D.R.J. 3 ; NASCIMENTO,G.C. 4 ; MOURA,F. 5 ; SANTOS,L.C.S. 6 ; SOARES,K.A. 7 1 Acadêmico(a) de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí UFPI. 2 Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí UFPI. 3 Professora do Departamento de Parasitologia e Microbiologia da Universidade de Federal do Piauí UFPI. 4 Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí UFPI. 5 Doutoranda em Farmácia pela Universidade Federal do Piauí UFPI. 6 Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo-USP. 7 Professora Adjunto de Anatomia Humana do Departamento de Morfologia da Universidade Federal do Piauí-UFPI. RESUMO Introdução: O câncer de próstata é o aumento maligno da próstata que coloca em risco a vida do homem, representa 40% do total dos casos de neoplasias identificados no homem e constitui a segunda causa de mortalidade nessa população. O objetivo desse estudo foi identificar na literatura os principais fatores de risco desencadeadores do câncer de próstata, descrever as ações preventivas relacionadas ao câncer de próstata e os principais aspectos que cercam a doença. Metodologia: Foram analisados artigos disponíveis nos bancos de dados LILACS e SciELO, acessado pelo site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), publicados entre 2011 e 2017, escritos em inglês e português, usando os descritores câncer de próstata, fatores de risco e prevenção. Resultados e Discussão: O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais prevalente entre homens com mais de 50 anos no Brasil e necessita de intervenções que possam efetivamente preveni-lo e detectá-lo na fase inicial. A literatura aponta ainda que, dentre principais fatores de riscos desencadeadores do câncer de próstata, estão: idade avançada, história da doença na família, origem étnica e fator dietético, porém, mudanças nos hábitos com redução da ingestão de carne vermelha e gordura, aumento do consumo de fibras, diminuem a probabilidade de desenvolvimento do problema. O tabagismo também é um fator importante que eleva em 61% a chance de desenvolvimento de neoplasias e óbitos em pacientes com a doença já instalada. Conclusão: Apesar das ações destinadas ao público masculino na atenção primaria, é evidente a falta de conhecimento dos homens acerca das ações destinadas a eles, assim como a função e funcionalidade da próstata. Dessa maneira, é de fundamental importância a participação dos profissionais de saúde na divulgação de ações preventivas do câncer de próstata, utilizando para isso, elaboração de campanhas educativas, palestras, roda de conversas, consultas entre outras atividades que visem sempre à inclusão da população masculina nos projetos de saúde promovidos. Palavras-chave: Neoplasias de próstata; Educação em Saúde; Mortalidade. ABSTRACT

2 Introduction: Prostate cancer is the malignant enlargement of the prostate that puts human life at risk, accounts for 40% of all cases of neoplasms identified in man and is the second leading cause of mortality in this population. The objective of this study was to identify in the literature the main risk factors for prostate cancer, to describe the preventive actions related to prostate cancer and the main aspects that surround the disease. Methodology: It was analyzed articles available in the LILACS and SciELO databases, accessed by the Virtual Health Library website (VHL), published between 2011 and 2017, written in English or Portuguese, using the descriptors prostate cancer, risk factors and prevention. Results and Discussion: Prostate cancer is the second most prevalent type of cancer among men over 50 years old in Brazil and requires interventions that can effectively prevent and detect it in the initial phase. The literature also points out that among the main risk factors for prostate cancer are: advanced age, family history, ethnic origin and dietary factor; however, changes in habits with reduction of red meat and fat intake, increase of fiber consumption, reduce the probability of developing the problem. Smoking is also an important factor that increases in 61% the chance of developing neoplasis and deaths in patients with the disease already installed. Conclusion: Despite the actions aimed at the male public in primary care, it is evident the lack of knowledge of the men about the actions aimed at them, as well as the function and functionality of the prostate. Thus, the participation of health professionals in the dissemination of preventive actions for prostate cancer is of fundamental importance, using educational campaigns, lectures, talks, consultations among other activities that always aim at the inclusion of the male population in promoted health projects. Keywords: Prostate neoplasms; Health education; Mortality. INTRODUÇÃO O câncer de próstata (CP) é caracterizado pelo aumento maligno da próstata que coloca em risco a vida do homem. É o tipo de neoplasia mais comumente diagnosticada no mundo ocidental e, no homem, este tipo de câncer representa 40% do total dos casos de neoplasias identificadas, sendo a segunda causa de mortalidade nessa população (FILHO; NETTO, 2006). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, no ano de 2013, foram quantificadas quase 14 mil mortes por CP no Brasil e estima-se que no ano de 2016 ocorreu uma incidência de cerca de novos casos da doença no país. No entanto, é esperado um aumento de cerca de 60% no número de casos CP por conta da elevação da expectativa de vida (INCA, 2016). Diante da alta incidência, prevenir o surgimento de novos casos de câncer no mundo é um desafio urgente encarado pela comunidade cientifica e pelos gestores de saúde pública. Assim, torna-se cada vez mais importante o conhecimento gerado a respeito do percurso realizado pelo indivíduo, desde a sua entrada no serviço de saúde até o seu diagnóstico. Essa informação, por sua vez, pode contribuir substancialmente na redução do tempo entre o diagnóstico e o tratamento efetivo, reduzindo o número de óbitos ocasionados por períodos longos de espera (AQUINO; RODRIGUES, 2016). Sabe-se que os fatores de risco para o desenvolvimento do CP são: idade avançada, uma vez que 75% dos casos acometem homens acima de 65 anos de idade; histórico familiar que aumenta a probabilidade; tabagismo e o

3 excesso de peso corpóreo, apresentando aumento do risco para o desenvolvimento do câncer (CUZICK et al., 2014). Diante disso, este estudo teve o objetivo de identificar na literatura os principais fatores de risco desencadeadores do CP, descrever as ações preventivas relacionadas a esta doença e os principais aspectos que a cercam. METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa descritiva. A busca dos artigos ocorreu nas bases eletrônicas de dados da LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde), do SciELO (ScientificElectronic Library Online), acessado pelo site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Ainda foram utilizados artigos disponíveis em Revistas Eletrônicas Online. Utilizaram-se como descritores: Câncer de próstata, Fatores de risco e Prevenção. Os critérios utilizados para a seleção da amostra foram artigos completos em português e inglês que abordavam a temática, publicados no período 2011 a Os critérios de exclusão foram artigos que não estivessem na íntegra, que não abordassem o tema, escrito em espanhol e que não se enquadram no período do levantamento bibliográfico. RESULTADOS E DISCUSSÃO A literatura aponta que, dentre os principais fatores de riscos desencadeadores do CP, estão: idade avançada, história da doença na família, origem étnica e fator dietético. No entanto, mudanças de hábitos como redução da ingestão de carne vermelha e gordura, aumento do consumo de fibras, diminuem a probabilidade de desenvolvimento do problema. O tabagismo também é um fator importante que eleva em 61% a chance de desenvolvimento de neoplasias e óbito em pacientes com a doença já instalada. O excesso de peso corpóreo também contribui para o aumento do risco de desenvolvimento do câncer (PINHEIRO; CABRAL; BARBOSA, 2015). Medeiros, Menezes e Napoleão (2011) afirmam que os fatores de risco que se destacam são a idade avançada, origem étnica, maior incidência em negros e origem hereditária. Segundos os mesmos autores, considera-se que pai ou irmão com história de câncer de próstata antes dos 60 anos de idade pode aumentar o risco de desenvolver a doença de 3 a 10 vezes em relação à população em geral. A dieta pode contribuir com o desenvolvimento do câncer, porém são desconhecidos, com exatidão, quais são os fatores de influência sobre a gênese do mesmo. No entanto, há evidências de que uma dieta rica em legumes, grãos, verduras, frutas, cereais integrais e deficientes em gordura, principalmente de origem animal, tem efeitos protetores contra o desenvolvimento da doença. Aliado à dieta, outros fatores de risco também são citados, como o crescimento análogo à insulina, vasectomia, consumo excessivo de álcool e o tabagismo, mas também são relatadas controvérsias nesse assunto (OLIVEIRA; POPOV, 2012). Os fatores que determinam o risco de desenvolvimento do CP não são bem conhecidos pelos homens, apesar de alguns terem sido identificados (MEDEIROS, MENEZES E NAPOLEÃO, 2011). Todavia, é necessário enfatizar

4 que a pouca procura dos homens nos serviços de saúde também está associada ao acolhimento pouco atrativo que pode estar relacionado à baixa qualificação do profissional. Deve-se atentar para singularidade do homem devido as suas características de enfrentar a doença (GOMES et al., 2011). Para Duarte, Oliveira e Souza (2012), os profissionais que trabalham com homens devem privilegiar dinâmicas em pequenos grupos de reflexão, onde estes possam tanto falar como serem ouvidos. Essa mesma dinâmica poderia ser adotada para se discutir os principais problemas de saúde da população masculina, permitindo aos participantes compartilhar opiniões, sugestões e experiências. Com o intuito de diminuir as fragilidades encontradas no sistema de saúde, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), com objetivos bastante singulares como: qualificar a assistência à saúde masculina na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade e qualificar a atenção primária para que ela não se restrinja somente à recuperação, garantindo, sobretudo, a promoção da saúde e a prevenção de agravos evitáveis (SILVA, 2012). Neste contexto, torna-se de fundamental importância que os componentes da equipe multiprofissional de saúde assumam o compromisso de gerar estratégias que abordem a saúde do homem de forma mais inclusiva desde o rastreamento precoce de casos de CP. As ações devem ser focadas na superação de alguns obstáculos, como preconceito e a cultura machista que remete a figura do homem a de um ser indestrutível. CONCLUSÕES Para a prevenção primária do câncer de próstata, é necessária a limitação da exposição a agentes causais ou fatores de riscos como o tabagismo, sedentarismo e dieta inadequada. Na prevenção secundária, são necessários procedimentos que permitam o diagnóstico precoce ou detecção das lesões pré-cancerosas, cujo tratamento pode levar à cura ou à melhoria da sobrevida dos indivíduos acometidos. Ressalta-se ainda que, apesar das ações destinadas ao público masculino na atenção primaria, é evidente a falta de conhecimento dos homens acerca das ações destinadas a eles, assim como a função e funcionalidade da próstata. Dessa maneira, é de fundamental importância a participação do profissional de saúde na divulgação de ações preventivas do câncer de próstata, utilizando, para isso, a elaboração de campanhas educativas, palestras, rodas de conversas, consultas entre outras atividades que visem sempre à inclusão da população masculina nos projetos de saúde promovidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO,R.C.A.; RODRIGUES,M. Acesso e itinerário terapêutico dos pacientes com câncer: principais dificuldades enfrentadas para este percurso. Rev. Saúde. Com, v. 12, n. 1, CUZICK,J. et al. Prevention and early detection of prostate câncer. Lancet Oncology, v. 15, n. 11, p , DUARTE,S.J.H.; OLIVEIRA,J.R.; SOUZA,R.R. A Política Saúde do Homem e sua operacionalização na Atenção Primária à Saúde. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, v.3, n.1, p , 2012.

5 FILHO,E.T.C.; NETTO,M.P. Geriatria: fundamentos, clínica e terapêutica. 2.ed. Ribeirão Preto: Atheneu, GOMES,R. et al. Os homens não vêm! Ausência e/ou invisibilidade masculina na atenção primária. Ciência & Saúde Coletiva, v.16, Supl. 1, p , INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva Rio de Janeiro: INCA, MEDEIROS,A.P.; MENEZES,M.F.B.; NAPOLEÃO,A.A. Fatores de risco e medidas de prevenção do câncer de próstata: subsídios para a enfermagem. Rev. Bras. Enferm, v. 64, n. 2, p , mar./abr, OLIVEIRA,J.I.M.; POPOV,D.C.S. Exame preventivo do câncer de próstata: impressões e sentimentos. Rev. Enferm. UNISA, v. 13, n. 1, p , PINHEIRO,J.T.G.; CABRAL,M.C.A.; BARBOSA,H.A. Perfil dos homens participantes do ensaio comunitário sobre prevenção do câncer de próstata. Revista Bionorte, v. 4, n. 1, SILVA,P.A.S. et al. A saúde do homem na visão dos enfermeiros de uma unidade básica de saúde. Esc Anna Nery, v. 16, n. 3, p , 2012.