IMPORTÂNCIA DO PIBID NA ESCOLA: PRESENÇA NECESSÁRIA PARA FORMAÇÃO DOCENTE

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1 IMPORTÂNCIA DO PIBID NA ESCOLA: PRESENÇA NECESSÁRIA PARA FORMAÇÃO DOCENTE Ricardo Meza Gomes Graduando em Licenciatura em Geografia UEA Eubia Andréa Rodrigues Professora Assistente de Geografia do Centro de Estudos Superiores de Tefé 1. INTRODUÇÃO Este artigo relata a experiência como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), no período de 2012 a 2013 vinculado à Universidade do Estado do Amazonas no Centro de Estudos Superiores de Tefé, que adotou a Escola Estadual Deputado Armando de Souza Mendes (GM3), situada na Estrada do Bexiga, sem número, no Bairro de Jerusalém, para o desenvolvimento do projeto de Geografia, que participaram quinze bolsistas, dois supervisores e um coordenador de área que organizava as atividades quinzenais para as discussões dos textos. Do total de bolsistas participantes somente sete desenvolviam suas atividades na escola citada, considerando que o projeto de Geografia foi desenvolvido em duas escolas que, neste período estavam com índices educacionais inferiores ao que é proposto pelo MEC (Ministério de Educação e Cultura). Este descaso reflete nos índices baixos que as escolas apresentam uma vez que a falta de qualificação profissional, remuneração baixa, salas sem o mínimo de conforto para os alunos, falta de formação continuada, falta de laboratórios, metodologias ultrapassadas, professores analfabetos tecnologicamente, tudo isso somado à falta de interesse do aluno são fatores que promovem uma deficiência no processo ensino/aprendizagem. Faz-se necessário um acompanhamento do processo nas escolas, uma vez que os professores são provenientes da UEA, além de verificar que tipo de profissional a

2 instituição está formando, particularmente, em Geografia. Para futuros educadores é necessária essa experiência porque ao assumir o papel de professor não possam permanecer nos erros metodológicos e práticos como vem ocorrendo no ensino de Geografia, considerando que, ainda se ensina uma Geografia dividida (Física e Humana), como se não houvesse uma integração entre sociedade e natureza, esse tipo de ensino e com base nesses compêndios de uma geografia destituída de criticidade e considerações sobre a realidade é baseada em uma pedagogia também inútil, notadamente de memorização e com tendência de impressionar por notícias e fatos nem sempre objetos de uma investigação mais adequada (CASTELLAR, VILHENA, 2010). A Geografia permite que o professor tenha a oportunidade de ensinar na prática os conteúdos aplicados em sala de aula enriquecendo os conhecimentos dos alunos. Portanto, o PIBID, proporciona aos acadêmicos, conhecimento e oportunidade dentro da sala de aula ganhando experiências de como trabalhar o processo ensino/aprendizagem, além do crescimento acadêmico considerando que na maioria das vezes ao concluir o curso de licenciatura este não sabem como ministrar uma aula, pois o tempo de Estágio Supervisionado é pouco. É necessário que tanto os professores regentes quanto aos pibidianos possam traçar como objeto de análise, investigação e reflexão sobre o processo ensino/aprendizagem. Sendo bolsista do PIBID o acadêmico têm pela primeira vez a oportunidade de ter a atribuição sobre turmas reais e começar a trabalhar como professor, além de permitir uma primeira aproximação à prática profissional e promover a aquisição de um saber, um saber fazer e de um saber avaliar as consequências das ações didáticas e pedagógicas desenvolvidas no cotidiano profissional. Portanto, possibilita o envolvimento experiencial e interativo com alunos na sala de aula, professores regentes, pedagogos, gestor e toda a comunidade escolar, em situações pré e pós-ação do ensino, cria condições para a realização de aprendizagens que podem proporcionar a aquisição de saberes. Passini na introdução do livro Prática de ensino em geografia e estágio supervisionado (PASSINI et al., 2007) argumenta o quanto é importante a aproximação do acadêmico com a realidade escolar, não só como

3 estagiário, mas como membro integrante no processo ensino/aprendizagem através de projetos de pesquisa e extensão. 2. OBJETIVO Contudo este artigo possibilitará refletir, compreender e despertar para um novo processo de ensino aprendizagem desenvolvendo práticas metodológicas com qualidade no ensino para o desenvolvimento da aprendizagem, especialmente na área de Geografia. Neste sentido se tem como objetivo uma reflexão a respeito da educação brasileira e o descaso das autoridades competentes em proporem uma educação de qualidade, participação do acadêmico nas escolas selecionadas, aproximação do processo ensino/aprendizagem, primeira experiência antes do estágio como profissional de educação. 3. METODOLOGIA O PIBID de Geografia no Centro de Estudos Superiores de Tefé (CEST) iniciou com um processo seletivo sendo aprovados 14 alunos do curso de Geografia, estes distribuídos em duas escolas estaduais de nível fundamental e médio (Escola Estadual Getúlio Vargas e Escola Estadual Deputado Armando de Souza Mendes), supervisionados por duas professoras das referidas escola (Hilkia Alves e Sandra Lima Pinheiro) com uma coordenação de área. Os acadêmicos foram apresentados às escolas para desenvolverem suas atividades conforme a carga horária estabelecida, sendo necessário ter nas escolas todos os dias as atividades ou monitoramento dos pibidianos, nos três turnos. Na Escola Estadual Dep. Armando de Souza Mendes, inicialmente alguns professores não aceiram, e até rejeitaram por não terem conhecimento do programa, muitos pensavam que seria uma forma do governo avaliar e controlar o trabalho deles durante certo período, mas com o passar do tempo acabaram aceitando, viram que não era nada do que de início pensavam. Os acadêmicos não sabiam o que iriam encontrar

4 nesse período, e como se comportar dentro de uma sala de aula. É conveniente dizer que ocorreram muitas dúvidas, principalmente com relação aos educandos para com os bolsistas. Apesar do que já foi falado, seria normal se sentir nervoso e bastante tímido no início, nunca haviam passado por esse tipo de experiência, mas ao longo desse período o desejo de fazer parte do desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem foi fundamental para uma boa relação entre professores e alunos, visando melhorias para o bem de todos, que possam entender o que é ter cidadania e sair de uma escola com o objetivo de entrar numa universidade, buscando melhores conhecimentos através de estudos, enfim tudo isso veio para os pibidianos, que foi uma peça fundamental na sala de aula junto ao professor, dessa forma percebeu-se o quanto é importante o Programa para melhorar a aprendizagem dos alunos. Como bolsista detectou-se que o professor deve ter vários métodos de ensino porque todos os alunos tem a capacidade de aprender e assimilar os conteúdos de uma só vez, é convenientes ressaltar que os alunos estão bastante contentes não só como bolsista mas pela oportunidade de aprender junto com os professores regentes e alunos do ensino básico, e isso leva a crer que os representantes do Programa devem continuar com o projeto para melhorar e desenvolver a vontade de descobrir, explorar e capacitar o conhecimento dos educandos, em prol de uma melhor educação. Todo o envolvimento e experiências adquiridos proporcionou o planejamento de uma atividade que promovesse o envolvimento dos professores regentes, alunos e pibidianos. Desta forma surgiu a ideia de apresentação de práticas pedagógicas desenvolvidas pelos pibidianos e alunos, a partir do tema escolhido em sala de aula e que estivesse na proposta curricular de Geografia para o Ensino Médio. Na Escola Estadual Deputado Armando de Souza Mendes (GM3), foi realizada pelos pibidianos do curso de Geografia uma feira de exposição de práticas pedagógicas a partir do Projeto- I Feira de Geografia com o tema: Descortinando a ciência geográfica: saberes e práticas nas escolas públicas aprovado pela PROEX-UEA, com bastante interação das escolas do município, que não mediram esforços para

5 participarem do evento, assim como professores, autoridades, alunos, acadêmicos e a comunidade de modo geral. O evento foi desenvolvido em doze horas com intervalo para o almoço e jantar (Tabela 1). Como resultado final do projeto, foram sorteados dois acadêmicos para apresentarem o projeto de Geografia no evento macro do PIBID, que ocorreu em Manaus-AM, além da elaboração de um relatório final de cada pibidianos, para a redação da apresentação ao coordenador institucional. Tabela 1 Programação do evento PROGRAMAÇÃO Manhã 8:00h Solenidade de abertura Hino Nacional 8:15h Fala da Coordenadora local do PIBID em Geografia MSc. Eubia Andréa Rodrigues (UEA CEST) 8:25h Fala do Coordenador Geral do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência - da Universidade do Estado do Amazonas UEA Prof. Dr. Valteir Martins. 8:45h- Palestra Prof. Mestre Kristian Queiroz (UEA-CEST) Tema - O Ensino da Geografia 9:15h Coreografia músicas regionais 3º Ensino Médio A da Escola Armando Mendes. 9:30h as 11:30h Exposição de Trabalhos 11:31h Intervalo para Almoço TARDE 14:00h Palestra Tema: Educação e práxis sociais Professora MSc.Cilene de Miranda Pontes (UEA CEST) 14:30h Dramatização de uma mesa redondo com os alunos do 3º Ensino Médio B da Escola Armando Mendes. 15:00h Exposição dos Trabalhos pelos alunos 17:30h - Encerramento O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), está proporcionando não apenas uma contribuição de renda aos acadêmicos, mais também trouxe a oportunidade de entrar em uma sala de aula e conhecer o que é ser professor e até mesmo ganhar experiências e aprendizagem de como trabalhar na educação, podendo observar as práticas pedagógicas dos professores, e que possam usar essas experiências quando forem assumir o posto de professor, o que é provável que aconteça, não da mesma forma, mais algumas metodologias com certeza serão lembradas e aplicadas. Pontuschka et al. (2009, 101) esclarece que:

6 [...] o trabalho do professor na escola básica envolve atividades que vão desde a preparação de um programa de curso e o planejamento de aulas até a participação na produção e na execução de projeto pedagógico institucional, além de projetos didático-pedagógicos que impliquem uma atividade investigativa. Esta, via de regra, envolve a elaboração de diagnósticos, caracterização de situação-problema, levantamento bibliográfico, etc. Essas são atividades que os pibidianos estarão experienciando no decorrer da realização do projeto de Geografia. É importante ressaltar também que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência está oportunizando ao acadêmico, desde os períodos iniciais esta aproximação e a descoberta como futuro profissional, aonde este vai aprendendo todas as atividades desenvolvidas pelo professor no contexto escolar e fora dele. Proporciona um maior crescimento para o acadêmico que na maioria das vezes termina o curso de licenciatura e não sabe como ministrar uma aula, por falta de experiência ou que o tempo de estágio é pouco para sair dominando uma sala de aula, que proporciona um melhor aproveitamento no cotidiano universitário. O trabalho se desenvolveu a partir da ida efetiva dos acadêmicos nas escolas selecionadas. Como foram selecionados sete pibidianos para a Escola Estadual Deputado Armando de Souza Mendes, tendo que cumprir oito horas semanais nas escolas, foram distribuídos nos três turnos e nos cinco dias da semana. Geralmente, em alguns dias da semana a escola era agraciada por dois pibidianos que cumpriam o horário do professor regente, mesmo não sendo supervisor. O importante era o professor regente ter sempre um acadêmico que o ajudasse nas atividades escolares. Para os estudos teóricos, exposições das experiências, planejamentos das atividades do projeto, ocorreram às reuniões quinzenais, que geralmente, eram realizadas alternadamente nas casas das supervisoras e coordenadora, com uma duração de quatro horas, sempre regada com um café da manhã. Nestas reuniões cada pibidiano argumentava suas angústias e anseios, relatava o que ocorria durante sua ida à escola. Percebeu-se muito sobre as insatisfações quanto ao ensino de Geografia por parte de alguns professores, ou seja, docentes que atuavam dentro de uma prática totalmente tradicional, promovendo o descaso do aluno em relação à disciplina Geografia.

7 Este programa facilita a análise do processo ensino/aprendizagem no cotidiano dos professores e alunos, percebe-se que o processo não pode avançar porque falta comprometimento dos professores, ainda se verifica nas escolas, aulas sem motivação, sem interesse e o pior, é que os alunos são aprovados para série seguinte, sem realmente conhecerem todos os conteúdos da proposta curricular de forma aprofundada. A escola em questão acolhe educandos das comunidades ribeirinhas, mais próximas da cidade de Tefé- AM, pessoas que vem em busca de novas e melhores oportunidades e, consideram o ensino da cidade mais avançado que das comunidades rurais, e a maioria das vezes, o ensino só chega ao nível Fundamental, havendo realmente, esta necessidade migratória. Dessa forma, é conveniente dizer que surgiram muitas dúvidas sobre a atuação na escola. Percebeu-se o a importância do programa para melhorar o processo ensino/aprendizagem, ressaltando a satisfação dos acadêmicos que aprendendo junto com os alunos e professores uma vez que, quinzenalmente, foram feitas as reuniões onde se discutiam metodologias aplicadas, além dos debates teóricos, referentes ao ensino de Geografia (Castellar, Pantuska, Castrogiovanni, Kimura, Lana Cavalcante, entre outros). Como bolsista é possível aprender bastante como: planejamento de aula, que para Libâneo o planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social (1994, p. 222), elaboração de provas para melhor aproveitar as qualidades dos alunos, avaliação de comportamento nas aulas, e tudo isso está ajudando no crescimento acadêmico dos bolsistas, como também é conveniente ressaltar que os alunos estão bastante contentes não só com um bolsista especifico mais com todos bolsistas participantes e isso leva a crer que os representantes do Programa devem continuar como o projeto para melhor desenvolver a vontade de descobrir e explorar o conhecimento dos educandos, em prol de um melhor desempenho deles não apenas nas suas escolas, mas também com relação à educação nacional. 4. RESULTADO FINAL

8 A diferença do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), em relação à estrutura básica de ensino brasileiro está na oportunidade que o mesmo dá para que os educandos possam sair do ambiente escolar e realizar em parceria com os bolsistas uma pesquisa de campo fora da escola, mas que continuem aprendendo, metodologia essa que as universidades tanto prezam como fundamental para o crescimento educacional, e para a Geografia é importantíssimo, uma vez que o professor tem a oportunidade de ao ensinar também mostrar-lhes na prática, conteúdos como: erosão do solo; urbanização; poluição e etc., enriquecendo o conhecimento deles e tornando as aulas mais atraentes e até mesmo divertidas, quebrando um pouco da rotina da escola mais jamais a desrespeitando, como afirma Freire: Refiro-me a que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela. De alguma maneira, porem, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mais por uma certa forma de escrevê-lo ou de reescrevê-lo, quer dizer, de transforma-lo através de nossa prática consciente (FREIRE, 2002, p,22). É oportuno ressaltar que o PIBID, está proporcionando não apenas uma contribuição financeira aos acadêmicos, mais trouxe a oportunidade de pensar a sala de aula como um lugar de experiências e aprendizagem, de como trabalhar a educação e as metodologias pedagógicas, dando oportunidade de observar um professor que está em pleno gozo de suas atividades, e que os pibidianos possam usar ou não essas experiências quando forem assumir o posto de professor futuramente, o que é provável que aconteça, não da mesma forma, mais alguns métodos com certeza serão lembrados e aplicados durante a caminhada com educadores. BIBLIOGRAFIA

9 CASTELLAR, Sonia; VILHENA, Jerusa. Ensino de geografia. São Paulo: Cengage Learning, (Coleção Idéias em Ação, coordenadora Anna Maria Pessoa de Carvalho). FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Prática Educativa São Paulo 24º ed. Editora Paz e Terra LIBÂNEO, J.C. Organização e Gestão da Escola Teorias e Prática. 4º ed. Goiânia: alternativa PASSINI, Elza Yasuko et al (org). Práticas de ensino em geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender geografia. São Paulo: Cortez, 2009.