AO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO LICITANTE ALBERTO ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA GRANATO RAZÕES DE RECURSO ADMINISTRATIVO

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1 AO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM REFERÊNCIA AO PREGÃO ELETRÔNICO 007/ LICITANTE ALBERTO ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA GRANATO RAZÕES DE RECURSO ADMINISTRATIVO I DOS FATOS SUBJACENTES: A licitante participou do presente pregão eletrônico, compreendendo atender a todas as exigências editalícias, e todas as exigências legais, uma vez que possui experiência na formação e qualificação de pessoas e profissionais em diversas áreas. E, importante destacar, tem desenvolvido tal feita ao longo de quase doze anos, em todo o território nacional. Ao ser convocada para encaminhar os documentos exigidos nas obrigações editalícias, esclarece que assim o fez, tempestivamente. Em seguida, foi realizada uma diligência a esta empresa, sobre o esclarecimento dos conteúdos programáticos trabalhados nos cursos os quais foram apresentando em seus respectivos Atestados de Capacidade Técnica. Os quais, diga-se, esta empresa também apresentou, detalhadamente. Contudo, após análise da comissão técnica, foi desclassificada com o entendimento de que seus atestados apresentados não atendem às especificações técnicas descritas no edital. Ora, em seu entendimento, e será demonstrado a seguir, esta empresa apresentou, sim, documento compatível com as especificações. Ao menos, conforme as Decisões e Pareceres do Tribunal de Contas da União. II DAS RAZÕES DA REFORMA Há que se caracterizar, primeiramente, o objeto solicitado para a contratação do pregão em epígrafe, a fim de entendimento da argumentação. Para tal, retomamos ao Termo de Referência, cujo Objeto relata: O objeto do presente é a prestação de serviço de treinamento in company para os funcionários do CRCRJ, sobre a Instrução Normativa MP nº 05/2017. Ao mesmo tempo, é importante ressaltar que a Instrução Normativa 05 de 2017, OBJETO desta contratação, propõe em suas diretrizes gerais o seguinte abaixo, assim como sua caracterização* **: I - as fases de Planejamento da Contratação, Seleção do Fornecedor e Gestão do Contrato; Página 1

2 II - os critérios e práticas de sustentabilidade; e III - o alinhamento com o Planejamento Estratégico do órgão ou entidade, quando houver. *Fonte: Ministério do Planejamento ** R/IN-n-05-de-26-de-maio-de Hiperlink.pdf Todavia, a empresa Alberto Antonio apresentou os atestados de capacidade técnica, logo abaixo, que além de correlatos aos temas e objeto, foram acrescidos das seguintes explicações: Tema (A) Conceito - A IN 05 e a Terceirização: I. Atestado Fiocruz: Curso de Análise de Planilha de Custo IN 02/08 I. Atestado Fiocruz: Curso de Análise de Texto IN 02/08 II. Atestado SP Turismo: Curso de Atualização da Lei Trabalhista e Seus Reflexos III. Atestado SP Turismo: Curso de Novidades nas Licitações e Contratos Públicos Tema (B) A IN 05 e os Custos dos Serviços Previstos: I. Atestado Fiocruz: Curso de Análise de Planilha de Custo IN 02/08 I. Atestado Fiocruz: Curso de Análise de Texto IN 02/08 I. Atestado Fiocruz: Curso de Execução Orçamentária, Contábil e Financeira Tema (C) Procedimentos e Planejamento da contratação: I. Atestado Fiocruz: Curso de Gestão de Contratos II. Atestado Ministério da Saúde - Maranhão: Curso de Gestão e Fiscalização de Contratos III. Atestado SP Turismo: Curso de Novidades nas Licitações e Contratos Públicos Tema (D) Das Atividades da Gestão e Fiscalização da Execução dos Contratos: I. Atestado Fiocruz: Curso de Gestão de Contratos Página 2

3 II. Atestado Ministério da Saúde - Maranhão: Curso de Gestão e Fiscalização de Contratos III. Atestado SP Turismo: Curso de Novidades nas Licitações e Contratos Públicos Tema (E) Aplicação de sanções por descumprimento do contrato: I. Atestado Conselho Regional de Medicina Veterinária: Curso de Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar Isto posto, é válido dizer que esta empresa possui experiência, comprovada, em treinamentos diversos, com alta complexidade de realização, sendo que tal complexidade é, no mínimo, SIMILAR aos exigidos no pregão em Epígrafe. Também é valido dizer que a empresa demonstrou capacidade técnica em treinamentos voltados ao (...) Planejamento da Contratação, Seleção do Fornecedor e Gestão do Contrato (...), objeto no qual a Normativa 05/2017 está caracterizada. Desta forma, como pode, uma empresa comprovadamente experiente na organização e realização de treinamentos, não estar habilitada a ministrar o curso de IN 05 / 2017? Contudo, vale esclarecer que os objetivos dos Atestados de Capacidade Técnica apresentados por um Licitante, durante o Processo Licitatório, é para demonstrar a COMPETÊNCIA TÉCNICA DA LICITANTE PARA A REALIZAÇÃO DO OBJETO ORA LICITADO. Entretanto, tal argumento está embasado na legislação vigente, que rege os processos licitatórios, senão, vejamos. No campo jurídico, vale ressaltar, conforme Parecer Número 30 do Tribunal de Contas da União Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos n. 30, das Sessões 17 e 18 de agosto de 2010, quanto à exigência editalícia dos atestados: Exigência editalícia de que um dos atestados envolva objeto idêntico ao licitado: O relator comunicou ao Plenário haver adotado medida cautelar determinando à Prefeitura Municipal de Ibatiba/ES que se abstivesse de praticar quaisquer atos visando dar execução aos contratos decorrentes das Tomadas de Preços n os 3 a 8/2010, até que o Tribunal decida sobre o mérito das questões levantadas em processo de representação. Os referidos certames tiveram como objeto, em síntese, a construção de praças e a execução de obras de drenagem e pavimentação em ruas do município. Em seu despacho, o relator chamou a atenção para o fato de que o edital exigia que um dos atestados apresentasse objeto idêntico ao licitado, ao passo que a Lei Página 3

4 n.º 8.666/93, em seu art. 30, 1º, I, estabelece que a comprovação de aptidão para execução de obra ou serviço deve ser pertinente e compatível, em características, quantidades e prazos, com o objeto da licitação. Para o relator, a melhor exegese da norma é a de que a referida comprovação de aptidão deva ser demonstrada exclusivamente mediante a comprovação de serviços similares, e não idênticos àqueles a serem contratados. Os quesitos a serem exigidos nos atestados devem, ainda, ficar restritos ao mínimo necessário a assegurar a competência técnica da licitante. De acordo com o relator, este e outros fatos mencionados pela representante, somados ao pequeno número de empresas que acorreram a cada um dos certames, suscitavam questionamentos acerca da real disputa entre os participantes. Por fim, considerou presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, requisitos indispensáveis ao deferimento da medida cautelar, referendada pelo Plenário. Decisão monocrática no TC /2010-9, rel. Min. Benjamin Zymler, Uma vez mais, conforme o próprio parecer do Relator, acima, os quesitos a serem exigidos nos atestados devem ficar restritos ao necessário a assegurar a competência técnica da licitante. E, diante dos Atestados de Capacidade Técnica apresentados pela Alberto Antonio, há que se concordar que estão em pleno acordo com as exigências e especificações contidas no Edital do Pregão 007/. Ressalta-se ainda que o art. 30, da Lei 8.666/93, estabelece: 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior. Vejamos, se são serviços SIMILARES ou EQUIVALENTES, então novamente a empresa Alberto Antonio atende às exigências. Ainda nesse sentido seguem as seguintes decisões do Tribunal de Contas da União, que tratam sobre a aceitação dos atestados de capacidade técnica para a celebração de contratos administrativos: Com efeito, esta corte tem firmado entendimento de que a exigência de comprovação de capacidade técnico-operacional por meio de atestados que demonstrem experiência na execução dos serviços deve referir-se às parcelas de maior relevância técnica e corresponder a percentuais razoáveis, sob pena de restringir a competitividade do certame, em afronta ao art. 3º, par. 1º, inciso I, da Lei 8.666/93. (Acórdão nº 585/2009, Plenário, rel. Min. Benjamin Zymler) As exigências de comprovação de qualificação técnico-profissional devem se restringir às parcelas que sejam, cumulativamente, de maior relevância e valor significativo e indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Acórdão nº 1.876/2006, Plenário, rel. Min. Augusto Nardes) Página 4

5 Seguindo, cita-se o saudoso mestre Hely Lopes Meirelles, in Direito Administrativo, 20ª ed., 1995, p. 270, que assim preleciona: "A comprovação da capacidade técnico-operacional continua sendo exigível, não obstante o veto aposto à letra "b", do 1, do art. 30. Na verdade, o dispositivo vetado impunha limitação a essa exigência e a sua retirada do texto legal deixou a critério da entidade licitante estabelecer, em cada caso, as exigências indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, exigências, essas, que devem ser PERTINENTES e COMPATÍVEIS com o objeto da licitação". COMPATÍVEIS, e, NÃO, IDÊNTICAS. Ainda, sobre a questão da Análise do Atestado de Capacidade Técnica, o entendimento do TCU é de que o administrador não pode julgar a compatibilidade dos atestados em critérios subjetivos, uma vez que o mesmo está adstrito ao princípio da vinculação ao edital e da imparcialidade, ambos expressos no art. 3º da Lei de Licitações. Nesse sentido, temos o julgamento do TC /2015-1, no qual os Ministros do TCU Aroldo Cedraz (Presidente), Benjamin Zymler, Raimundo Carreiro, José Múcio Monteiro e Vital do Rêgo (Relator), decidiram que caso o administrador não expresse publicamente os itens de maior relevância que serão considerados, não cabe a ele fazer restrições injustificadas. Segue abaixo a decisão: Além disso, e em consequência, verifica-se a violação dos princípios da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo, previstos no art. 3º da Lei 8.666/1993, tendo em vista que o Edital do PE 10/2015 não fixou quaisquer parâmetros específicos para aferição da qualificação técnica dos licitantes, limitando-se às exigências normativas padrões, devidamente atendidas, em princípio, pela representante Por conseguinte, e tendo em vista que a licitação ainda se encontra em andamento e que outras licitantes foram desclassificadas na habilitação técnica em razão do mesmo entendimento do ME aplicado sobre a representante, segundo registrado na Ata do Pregão (peça 1, p , e peça 3, p. 3-5), considera-se oportuno determinar, com base no art. 250, II, do Regimento Interno deste Tribunal (RI/TCU), que o órgão adote providências para anular as fases posteriores à habilitação técnica, reexaminando os atestados apresentados, desta vez em conformidade com os termos editalícios e com o entendimento desta Corte. (...) Em que pese isso, o Edital do PE 10/2015 não definiu, previamente, quaisquer parâmetros específicos para aferição da qualificação técnica das licitantes, tampouco quais serviços seriam considerados compatíveis aos do objeto licitado, circunstância impeditiva de fixações restritivas a posteriori, como ocorreu no caso fático, uma vez que na avaliação da qualificação técnica das Página 5

6 licitantes exigiu-se identidade entre o serviço licitado e os serviços demonstrados nos atestados, exigência não prevista no edital, e em desacordo com precedentes deste Tribunal, como o Acórdão 1.443/2014-TCU-Plenário. (...) Por fim, no julgamento em comento a decisão dos Ministros foi no sentido de que ato administrativo que inabilitou a licitante deveria ser revisto e seu atestado de capacidade técnica deveria ser considerando como válido, conforme verifica-se na transcrição da citada decisão: INFORMAR AO MINISTÉRIO DO ESPORTE QUE OS DOCUMENTOS DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DEVERÃO SER REEXAMINADOS A PARTIR DA OFERTA DE MELHOR LANCE ENTRE AS LICITANTES INABILITADAS EM RAZÃO DO ENTENDIMENTO EQUIVOCADO DE SE BUSCAR IDENTIDADE ENTRE OS SERVIÇOS ATESTADOS E O OBJETO LICITADO; (grifo nosso) Ante o acima exposto, temos que o objeto do edital que é a realização de prestação de serviço de treinamento in company para os funcionários do CRCRJ, sobre a Instrução Normativa MP nº 05/2017", bem como aos Atestados fornecidos por esta Licitante, identificamos que SÃO COMPATÍVEIS OU EQUIVALENTES, de modo que cumpre o valor significativo e indispensável à garantia do cumprimento das obrigações. Ora, se o objeto da licitação é a contratação de serviços de treinamentos e a empresa licitante apresentou diversos atestados de capacidade técnica, todos relativos ao ramo de treinamentos, nas mais diversas áreas do conhecimento, qual seria o fundamento legal para a sua inabilitação? Portanto, nota-se que a decisão da nobre Pregoeira, que desclassificou o Licitante Alberto Antonio Alves de Oliveira Granato, agiu em desconformidade com as decisões e entendimento do tribunal de contas da união. Assim sendo, sua desclassificação não possui justificativa justa e cabível, e, tampouco, qualquer justificativa ou embasamento legal. III DO PEDIDO A - Diante do exposto, requer-se que seja julgado provido o presente recurso; B - Que a empresa Alberto Antonio Alves de Oliveira Granato seja declarada habilitada, considerando que cumpriu todas as exigências editalícias; C - Que a empresa Alberto Antonio Alves de Oliveira Granato seja declarada vencedora deste certame, considerando que cumpriu todas as exigências editalícias. Página 6

7 Na inesperada hipótese de o pregoeiro manter a sua decisão inicial, a recorrente requer, por fim: D Que o presente recurso seja encaminhado à autoridade competente, ao qual cabe decidir sobre os recursos impetrados contra os atos do pregoeiro, quando este mantiver sua decisão, nos termos do art. 8º, IV do Decreto nº 5.450/2005. ALBERTO ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA GRANATO Diretor Geral CNPJ nº / CPF nº RG nº Rio de Janeiro, 04 de Junho de. Página 7