JULGAMENTO DE RECURSO

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1 Protocolo: 0294/2016 Processo: PREGÃO PRESENCIAL SESI/SENAI PR Nº 388/2015 Objeto: SERVIÇOS EVENTUAIS DE LIMPEZA PARA ATENDIMENTO EM CURITIBA E RMC Abertura: Recorrente: Recorrida: POLISERVICE SISTEMAS DE HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA ROZALVA GONZAGA PEREIRA ME DA TEMPESTIVIDADE É tempestivo o recurso apresentado pela empresa: 1. POLISERVICE SISTEMAS DE HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS, na Gerência de Administração e Compras no dia 30 de maio de 2016 às 14h32min. Divulgadas as razões de recurso, a proponente, ROZALVA GONZAGA PEREIRA ME, apresentou suas contrarrazões, em 01 de junho de 2016 às 09h51min, de forma tempestiva. DAS RAZÕES 2. A Recorrente POLISERVICE SISTEMAS DE HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS, alega que o Atestado de Capacidade Técnica apresentado pela recorrida, não comprovou capacidade técnica para prestação dos serviços objeto do Edital. Ressalta que o Atestado apresentado não comprova tecnicamente que a proponente prestou serviços eventuais, somente mensais, onde o emitente informa a carga de horas concomitante. Argumenta que o instrumento convocatório requer serviços de limpeza de vidros em altura, desta forma a pregoeira não poderia aceitar o Atestado de Capacidade Técnica da ora Recorrida. Ainda, relata, que o Objeto Social da Empresa ROZALVA tem a inscrição de Atividades de Vigilância e Segurança Privada (CNAE ), o qual não poderia ser aceito como documento de habilitação, pois diverge da atividade que pratica. A recorrente afirma, que no CNPJ da empresa ROZALVA, consta a inscrição de serviços domésticos (CNAE nº ), questionando se há legalidade do empregador empresa jurídica poder contratar serviços domésticos ou somente empregador pessoa física contratá-los. Requer a inabilitação da empresa ROZALVA GONZAGA PEREIRA ME. 1 / 5

2 3. DAS CONTRARRAZÕES A recorrida alega que o recurso interposto pela empresa POLISERVICE SISTEMAS DE HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS é intempestivo, tendo em vista que seu prazo se iniciou na data 14/05/2016 e findou em 16/05/2016, citou para tal, o item do edital 10.4, o qual prevê a interposição do recurso no prazo de 02 (dois) dias úteis da decisão que declarar o licitante vencedor. A Recorrida destaca que preenche todos os requisitos legais para participar do processo de habilitação de licitação do qual foi declarada vencedora. Declara que o edital exigiu atestado de capacidade técnica, emitido por pessoa jurídica de direito público ou privado, datado em folha timbrada e com assinatura do representante legal da empresa comprovando a realização de objeto compatível com o presente edita ; desta forma, explica que o edital expõe a expressão compatível, ou seja, similar. Entende que se a Recorrente tem outro entendimento quanto ao item 4, alínea a, deveria ter pleiteado impugnação ao edital. Sobre a questão das atividades descritas em seu CNAE, a Recorrida informa que a autorização da Polícia Federal é para casos de segurança armada, e referente aos serviços domésticos, comunica que serviço doméstico é diferente de empregado doméstico. Requer a intempestividade e improcedência do Recurso apresentado pela Recorrente. DO RELATÓRIO A Comissão Permanente de Licitação informa que, conforme Decisão 907/07 do Plenário do Tribunal de Contas da União: por não estarem incluídos na lista de entidades enumeradas no parágrafo único do art. 1º da Lei 8666/93, os serviços sociais autônomos não estão sujeitos à observância dos estritos procedimentos da referida lei e, sim, aos seus regulamentos próprios devidamente publicados. Portanto, a aplicação da Lei 8666/93 se dá de forma subsidiária ao Regulamento de Licitações do SESI/SENAI-PR. A Comissão de Licitação salienta ainda que os processos de licitação realizados pelo SESI/SENAI atendem aos Princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Igualdade, da Publicidade, da Probidade, da Vinculação ao Instrumento Convocatório, do Julgamento Objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo. Tais princípios estão estabelecidos no Art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI/SENAI, no qual está respaldado o presente Edital. 4. A Comissão de Licitação passa a responder o recurso apresentado ao Recorrente: Ao contrário do alegado pela Recorrente, o atestado de capacidade técnica apresentado pela Recorrida, atende ao solicitado no edital, Item 4, alínea a do Anexo II. À luz do Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório, o edital determinou a apresentação do seguinte documento: Atestado de Capacidade Técnica, emitido por pessoa jurídica de direito público ou privado, datado em folha compatível com o presente edital (entende-se como compatível: serviços de Auxiliar de Serviços Gerais feminino ou masculino, Ajudante Geral, Carregador/Montador OU Encarregado) com quantidade mínima de (quatro mil, quinhentos e oito) horas. Ainda, quando o Recorrente alega que a Recorrida não comprava em atestado técnico, o serviço de limpeza de vidros em altura, ressalta-se que em Esclarecimento publicado na data de 11/05/2016, esta Comissão respondeu o seguinte: PERGUNTA 01: No Anexo II, em seu item 4, letra a) requer Atestado de Capacidade Técnica conforme abaixo descrito: 4. Requisitos complementares para habilitação (ENVELOPE Nº. 02) a) Atestado de Capacidade Técnica, emitido por pessoa jurídica de direito público ou privado, datado em folha timbrada e 2 / 5

3 com assinatura do representante legal da empresa comprovando a realização de objeto compatível com o presente edital (entende-se como compatível: serviços de Auxiliar de Serviços Gerais feminino ou masculino, Ajudante Geral, Carregador/Montador OU Encarregado) com quantidade mínima de 4508 (quatro mil, quinhentas e oito) horas; No Anexo I, na discriminação do objeto, em seu item 7, descreve serviços com Equipe de Vidro com 5 ASG e 1 Encarregado. Perguntamos: Será requerido atestado com comprovação técnica referente a este item, uma vez que os serviços em altura são totalmente diferenciados e específicos? RESPOSTA 01: Não, pois foi solicitado como como requisito complementar de habilitação a declaração de que o licitante segue e executa a prestação de serviço, objeto desse edital, de acordo com as normas de segurança da NR 35. Portanto, resta esclarecido que, o atestado de capacidade técnica refere-se sobre serviços de Auxiliar de Serviços Gerais feminino ou masculino, Ajudante Geral, Carregador/Montador OU Encarregado, não estendendo-se ao item 7 do Lote Único do referido Edital. Destaca-se, ainda, com o respaldo no Princípio da Razoabilidade, o qual veda excessos, com a finalidade de garantir compatibilidade entre os fins e os meios de forma a evitar restrições exageradas e abusivas, vedando imposições que acarretem obrigações superiores àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, que o Atestado de Capacidade Técnica apresentado pela recorrida, tem similaridade com o objeto do referido Edital, pois em seu conteúdo certifica que prestou serviço de limpeza, conservação, serviços de copa, recepção, possuindo em seu quadro de funcionários auxiliares de serviços gerais, ajudantes e encarregada geral, totalizando mais de horas de execução de serviços. Nesse sentido, argumenta Marçal Justen Filho, o princípio da razoabilidade, prestigia a instrumentalidade das normas jurídicas em relação aos fins a que se orientam e exclui interpretações que tornem inútil a(s) finalidade(s) buscada(s) pela norma. Ainda, Humberto Ávila destaca três orientações de razoabilidade: A razoabilidade como eqüidade, quando as circunstâncias do fato estão consideradas dentro da normalidade; como congruência, devendo haver uma vinculação das normas jurídicas com o mundo ao qual elas fazem referência; como equivalência, onde a razoabilidade exige uma relação de equivalência entre a medida adotada e o critério que o dimensiona. (Grifo nosso) Em conformidade com o Princípio da Razoabilidade, verifica-se que, o Edital ao exigir o Atestado de Capacidade Técnica, evidencia a expressão compatível com o objeto, ou seja, serviços eventuais de limpeza e conservação. Sobre o Contrato Social e as respectivas atividades do objeto social da Recorrida, esta Comissão destaca que o referido edital, no item 4.1 destaca que poderão participar deste certame, as empresas do ramo pertinente ao objeto e que atenderem a todas às exigências constantes deste Edital e seus anexos, demonstrando que não fora exigido apresentação de Classificação Nacional de Atividades 3 / 5

4 Econômicas (CNAE) idênticas ao objeto, mas sim, com ramo pertinente, o que indica respeito à competividade entre os proponentes. Neste sentido, TCU, em seu Acórdão 42/2014, indica a respeito: O CNAE não deveria, sozinho, constituir motivo para a inabilitação em processo licitatório, havendo outros meios de comprovação da compatibilidade do ramo de atuação da empresa com o objeto da licitação, a exemplo o contrato social. Conforme decidiu o TCU, o código CNAE é apenas um indicador e não pode ser tomado como prova absoluta da compatibilidade entre a atividade do licitante e o objeto licitado. O Contrato Social apresentado pela empresa Recorrida tem, em seu objeto social, ramo pertinente ao objeto do Edital 388/2016. Destaca-se, por fim, que a empresa ROZALVA GONZAGA PEREIRA ME não poderá deixar de atender aos requisitos do Edital, estando associada ao Princípio da Vinculação ao Ato Convocatório, que é garantia de ambas as partes. Significa que as regras traçadas para o procedimento devem ser fielmente observadas por todos. Nesse sentido, Acórdão 3894/2009 TCU - Primeira Câmara: Observe, na elaboração dos contratos, os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. No mesmo segmento, Decisão 107/1995 TCU - Segunda Câmara: Ainda, o ensinamento de Marçal Justen Filho: Por derradeiro, importante salientar que, em se tratando de norma constante de Edital, deve haver vinculação ao instrumento convocatório, sob pena de afronta ao próprio princípio da segurança jurídica. A Administração apenas esta autorizada a estabelecer exigência aptas a evidencia a execução anterior do objeto similar. Vale dizer, sequer se autoriza exigência de objeto idêntico (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 12ª ed. Dialética, 2008, p. 431/432). Com isto, não havendo motivos para tal, a Comissão não altera sua decisão em relação à empresa ROZALVA GONZAGA PEREIRA ME, mantendo-a HABILITADA. RECORRIDA ROZALVA GONZAGA PEREIRA ME Referente à alegação de intempestividade do recurso, esta Comissão afirma o constante em edital no item Caberá recurso, no prazo de 02 (dois) dias úteis, da decisão que declarar o licitante vencedor, salvo na hipótese de a inversão prevista no item 7.5 ver a ser adotada, quando também caberá recurso da decisão que inabilitar o licitante. 4 / 5

5 Desta forma, explica-se que o Resultado é o documento que declara o proponente Vencedor, e não a Ata de Sessão Pública. A ata declara a recorrida Habilitada, e não vencedora, conforme se depreende deste documento. O Resultado fora publicado na data de 25 de maio de Tendo em vista que o dia 26 de maio de 2016 representou Feriado Nacional, o prazo para interposição de recurso começou sua contagem no dia 27 de maio, sexta-feira, e findou-se no dia 30 de maio de 2016 às 18:00 horas, contabilizando 02 (dois) dias úteis. 5. Sendo assim, comprovou-se a tempestividade do Recurso apresentado pela empresa POLISERVICE SISTEMAS DE HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA. DA CONCLUSÃO Diante das considerações acima, a Comissão Permanente de Licitações do SESI/SENAI-PR conhece do recurso, eis que tempestivo da empresa POLISERVICE SISTEMAS DE HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA, porém julga-o IMPROCEDENTE, mantendo sua decisão e considerando a empresa ROZALVA GONZAGA PEREIRA ME habilitada. Curitiba, 14 de junho de COMISSÃO DE LICITAÇÕES DO SISTEMA FIEP 5 / 5