Revisões de Literatura / Bibliography Review

Transcrição

1 Revisões de Literatura / Bibliography Review Efeitos do tratamento clareador sobre a dureza e o módulo de elasticidade dos tecidos dentais: Revisão de literatura Effects of bleaching upon hardness and elastic modulus of dental tissues: Literature review Julliana Cariry Palhano Freire I Marina Tavares Costa Nóbrega I Eduardo Dias Ribeiro II Fabíola Galbiatti de Carvalho I Ana Karina Maciel de Andrade I Hugo Lemes Carlo I RESUMO O clareamento dental é um procedimento clínico amplamente utilizado na Odontologia estética moderna e seus efeitos nos tecidos dentários mineralizados ainda são controversos. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar os efeitos da técnica clareadora sobre a dureza e o módulo de elasticidade dos tecidos dentais, por meio de revisão de literatura. Material e Métodos: Inicialmente 32 artigos foram selecionados e, após a filtragem, 20 foram utilizados no estudo. Palavras-chave utilizadas: Português esmalte; dentina; clareamento dental; peróxido de hidrogênio; peróxido de carbamida; dureza; módulo elástico e módulo de Young. Foram empregadas as bases de dados PUBMED, Portal de Periódicos CAPES, SCIELO, BBO, BIREME e LILACS. Resultados: Foi verificada redução significativa nas propriedades mecânicas do esmalte e dentina submetidos a tratamento clareador com peróxido de hidrogênio ou peróxido de carbamida em diferentes concentrações. Conclusão: Conclui-se que os agentes clareadores promovem alterações nas propriedades dos tecidos dentais e cuidados devem ser considerados para um correto protocolo clínico. Palavras-chave: Esmalte dentário; Dentina; Clareamento Dental; Peróxido de hidrogênio; Dureza. ABSTRACT Tooth whitening is a clinical procedure widely used in modern cosmetic dentistry and its effects upon mineralized dental tissues are still controversial. Objective: This study aims to analyze the effects of bleaching technique upon hardness and elastic modulus of dental tissues, through literature review. Material and Methods: Initially 32 articles were selected, and after filtering, 20 were used in the study. Key-words used: Portuguese esmalte; dentina; clareamento dental; peróxido de hidrogênio; peróxido de carbamida; dureza; módulo elástico e módulo de Young. The following databases were used: PUBMED, CAPES Journals Portal, SCIELO, BBO, BIREME and LILACS. Results: There was a significant reduction in the mechanical properties of enamel and dentin subjected to bleaching treatment with hydrogen peroxide or carbamide in different concentrations. Conclusion: It was concluded that bleaching agents promote changes in dental tissues properties and care should be considered for a correct clinical protocol. Key-words: Dental Enamel; Dentin; Tooth bleaching; Hydrogen peroxide; hardness. I Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB Brasil II Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande/PB Brasil FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez

2 Julliana Cariry Palhano Freire et al. Introdução Há algum tempo era aceitável possuir dentes amarelados ou com pequenas alterações de cor. 1 Entretanto, as necessidades estéticas atuais exigem dentes cada vez mais brancos e, devido a isso, o tratamento clareador tornou-se bastante requisitado nos consultórios odontológicos. A técnica do clareamento dental pode ser indicada de duas formas distintas quando sob a supervisão do cirurgião-dentista: uso de elevadas concentrações de peróxido de hidrogênio (PH) ou de peróxido de carbamida (PC) em menor número de aplicações (técnica de consultório) e/ou baixas concentrações dos peróxidos em maior número de aplicações (técnica caseira). 2 O clareamento dental ocorre por meio de uma reação de óxido-redução mediada pelo peróxido de hidrogênio, seja em sua forma pura, ou na forma de um de seus precursores, como o peróxido de carbamida. O peróxido de hidrogênio é um composto altamente reativo que libera radicais livres (oxigênio e peridroxil), os quais, pela ausência de um elétron na última camada, são extremamente eletrofílicos, instáveis e capazes de atacar moléculas orgânicas de alto peso molecular e ligações químicas insaturadas (pigmentos escuros) para adquirir estabilidade e convertê-las em pigmentos claros (moléculas de baixo peso molecular e ligações saturadas). Os radicais livres se difundem pelo esmalte e dentina e reagem transformando os pigmentos em subprodutos, moléculas menores, mais simples e mais claras que a original. Esses subprodutos são novamente transformados em novos subprodutos, ou seja, moléculas ainda menores, promovendo o clareamento dental. 3 O mecanismo de ação proposto atualmente para o clareamento dental é aquele em que o peróxido e as moléculas resultantes da sua degradação, como os radicais livres e espécies reativas de oxigênio, mais comumente os íons hidroxila (OH - ), peridroxil (HO -2 ) e superóxido (O -2 ), penetrem pelo esmalte atuando na quebra das duplas ligações dos cromóforos. Dessa maneira, ocorre uma diminuição na absorção de luz, pois esta passa a ser refletida de maneira diferente nos tecidos dentais, caracterizando assim o clareamento dental. 4 Com a imensa popularidade assumida hoje pelos tratamentos de clareamento dental e fácil disponibilidade dos produtos, pacientes e profissionais muitas vezes fazem uso dessa tecnologia de forma indiscriminada, o que pode trazer questionamentos com respeito à segurança de uso e sua repercussão sobre as estruturas dentais. 5 A literatura relata diversos efeitos adversos ligados ao processo clareador, como sensibilidade dentinária, alterações na superfície dos tecidos dentais, como o aumento da rugosidade, presença de erosão e porosidades. Alguns estudos indicam mudança significativa nas propriedades mecânicas desses tecidos, como a dureza e o módulo de elasticidade. 6,7,8 Tais alterações podem ser devidas à perda de conteúdo mineral, bem como a desnaturação e degradação da matriz orgânica pela reação de oxidação. 9 Assim, a capacidade das proteínas da matriz do esmalte para a dissipação de tensões é diminuída. Portanto, a destruição ou a desnaturação desses componentes orgânicos conduz a uma diminuição na capacidade do esmalte para a redistribuição das tensões e resistência à fratura. 7 A dureza é uma propriedade mecânica definida como uma medida da resistência dos materiais a uma deformação plástica causada pela penetração de uma ponta ou por um risco. 10 A dureza dos tecidos dentais varia dependendo do grau de mineralização. 11 Hoje, já existem estudos em que se verifica a redução da dureza em níveis nanométricos por meio de ensaios de nanodureza. 12 A razão entre a tensão que é aplicada e a deformação 84 FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez. 2016

3 Efeitos do tratamento clareador sobre a dureza e o módulo de elasticidade dos tecidos dentais: Revisão de literatura elástica da superfície do dente é definida como módulo de elasticidade. Um material com alto módulo de elasticidade, como o esmalte humano, indica que, para grandes tensões, o mesmo apresentará pequenas deformações elásticas e estará mais susceptível à fratura. 13 Estudos foram realizados com o intuito de identificar os efeitos do clareamento sobre os tecidos dentários mineralizados. Porém, são muitos os resultados contraditórios em relação a esses efeitos. Tendo em vista a importância das propriedades mecânicas dos tecidos dentais, o presente estudo teve por objetivo realizar uma revisão de literatura a respeito dos principais efeitos causados na dureza e no módulo de elasticidade do esmalte e dentina, após tratamento clareador. Material e Métodos Para o preparo da revisão da literatura foram analisados artigos científicos obtidos das bases de dados PUBMED, Portal de Periódicos CAPES, SCIELO, BBO, BIREME e LILACS, no período compreendido entre 2005 a Inicialmente 32 artigos foram selecionados e, após filtragem criteriosa, onde foi observado se os artigos pré-selecionados enquadravamse no objetivo da revisão, 20 foram utilizados no estudo, os quais abordaram os efeitos do clareamento dental acerca das propriedades de dureza e módulo de elasticidade dos tecidos dentais (Figura 1). As palavras-chave utilizadas foram: esmalte; dentina; clareamento dental; peróxido de hidrogênio; peróxido de carbamida; dureza; módulo elástico e módulo de Young. Para a seleção dos estudos foram observados os títulos e abstracts, sendo escolhidos e lidos na íntegra os que trataram do tema da revisão de literatura e que estavam de acordo com os critérios de inclusão. Foram excluídos os artigos que não se encontraram no período compreendido da pesquisa (2005 a 2016), assim como os que não abordavam o objetivo desta revisão. Resultados e Discussão De acordo com a Tabela 1, vinte artigos científicos abordaram os efeitos dos dois tipos de peróxidos sobre as propriedades mecânicas dos tecidos dentais. Porém, apenas três estudos verificaram a ação dos agentes clareadores a respeito do módulo de elasticidade e nanodureza, sendo as demais pesquisas realizadas acerca da microdureza (Tabela 2). Além disso, os efeitos em relação ao esmalte foram mais pesquisados do que na dentina. Figura 1: Fluxograma Metodológico FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez

4 Julliana Cariry Palhano Freire et al. Tabela 1 Relação dos estudos com a dureza no tecido dental. PH Peróxido de Hidrogênio; PC Peróxido de Carbamida. 86 FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez. 2016

5 Efeitos do tratamento clareador sobre a dureza e o módulo de elasticidade dos tecidos dentais: Revisão de literatura Os campos em branco se referem ao artigo que não pesquisou a propriedade em questão. Tabela 2 Relação dos estudos com o módulo de elasticidade no tecido dental. PH Peróxido de Hidrogênio; PC Peróxido de Carbamida. Os campos em branco se referem ao artigo que não pesquisou a propriedade em questão. Pode-se constatar que os artigos que não obtiveram reduções nas propriedades estudadas tratavam-se de concentrações menores de peróxidos. 2,14-17 Alguns artigos verificaram a diminuição das propriedades dos tecidos mesmo em concentrações baixas de peróxidos, como os estudos de Al Salehi et al. 18 (2007), Soldani et al. 19 (2010), Mondelli et al. 20 (2015), Sasaki et al. 21 (2015) e Elfallah et al. 7 (2015). A pesquisa de Klaric et al. 22 (2013) relatou que os agentes clareadores têm efeito sobre a estrutura física, química e morfológica do esmalte e dentina. Corroborando com os trabalhos de Ulukapi et al. 17 (2007), Borges et al. 23 (2010), Magalhães et al. 24 (2012), Arruda et al. 25 (2012), Soares et al. 26 (2013), Araujo et al. 27 (2013) e Nascimento et al. 28 (2014), os quais concluíram que o PH a 35% reduziu significativamente a dureza do esmalte. Essas alterações nas propriedades mecânicas são presumivelmente devido à dissolução da hidroxiapatita 18 e destruição da matriz proteica pelos radicais livres de peróxido. 9,29 Essa redução das propriedades mecânicas, após clareamento, se dá devido à desnaturação ou perda da estrutura na proteína. 29 Em resumo, os produtos de clareamento dos dentes têm demonstrado a oxidação dos componentes proteicos do esmalte, comprometendo suas propriedades mecânicas e reduzindo sua capacidade de resistir à deformação e à fratura, pois a matriz proteica impede a propagação de fissuras, reduz as tensões e aumenta a resistência à fratura do esmalte e dentina. 7 Sasaki et al. 16 (2009) não verificaram alteração na microdureza do esmalte para o peróxido de carbamida a 10% e peróxido de hidrogênio a 7,5%, atribuindo esse resultado à presença de saliva artificial utilizada como meio de imersão, capaz de manter o equilíbrio entre des-remineralização. Porém, em 2015, 21 alguns desses mesmos autores realizaram um estudo com o peróxido de hidrogênio a 7,5% e observaram redução da microdureza do esmalte dental. No primeiro estudo, as amostras foram expostas ao tratamento clareador por 1 hora durante 21 dias, e no segundo estudo o clareamento foi realizado por 1 hora e meia por 35 dias. Os autores 16,21 fazem a ressalva de que o tempo de exposição e a frequência de uso dos géis clareadores devem ser considerados quando o tratamento é realizado, pelo fato de as substâncias apresentarem caráter ácido. Determinados protocolos indicam a utilização do agente clareador durante 1 a 4 horas por dia, dependendo do nível desejado de clareamento. Esse tempo de tratamento pode apresentar resultados em períodos mais curtos e é possível em decorrência do aumento de tempo de contato do agente de clareador com a superfície do esmalte. Embora apresentem resultados mais rápidos, também se observam alterações na microdureza e micromorfologia de superfície no esmalte submetido a tal tipo de tratamento. 23 O uso de géis remineralizantes após o clareamento pode aumentar a microdureza do esmalte clareado. 23 Estudos como os de Klaric et al. 22 (2013), Alkhtib et al. 6 (2013), Lia Mondelli et al. 20 (2015) afirmaram que o uso dos géis remineralizantes são capazes de FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez

6 Julliana Cariry Palhano Freire et al. minimizar os efeitos do clareamento sobre a dureza do esmalte. Porém, Soares et al. 26 (2013), Araujo et al. 27 (2013) e Nascimento et al. 28 (2014) concluíram que o uso desses produtos não foi capaz de impedir a diminuição significativa da dureza do esmalte e citam que agentes espessantes podem agir como desmineralizantes, uma vez que se ligam ao cálcio inibindo sua capacidade de se ligar à hidroxiapatita. Os resultados desta revisão corroboram com a afirmação de Deng et al. 30 (2013), em que agentes de clareamento dental podem causar danos à estrutura do dente, portanto, é importante minimizar os riscos e danos no tecido duro dos dentes causados pelo clareamento, como a utilização de gel remineralizante durante o tratamento. Estudos in vitro demonstram o potencial remineralizador da saliva. A presença de saliva, de fluoretos ou outras soluções remineralizantes, mantém o equilíbrio entre os processos de remineralização e desmineralização. 22,16,20 A realização de estudos que contemplam a ação remineralizadora da saliva e sua ação num período após o tratamento sobre as propriedades dos dentes é importante para que ocorram melhores esclarecimentos acerca desse procedimento clínico tão requisitado atualmente. Embora haja achados que indiquem a diminuição das propriedades dos tecidos dentais clareados, são poucos os artigos que estudaram os efeitos a respeito do módulo de elasticidade, havendo uma necessidade de mais pesquisas nesse aspecto e que analisem também a dentina, por ser esse o tecido mais relacionado à sensibilidade relatada pelos pacientes após o tratamento clareador. Pelos estudos avaliados, os produtos de clareamento produzem efeitos potencialmente prejudiciais sobre as propriedades mecânicas do esmalte e dentina, como consequência da destruição ou desnaturação das proteínas da matriz orgânica dos tecidos dentais. Sugere-se cuidado no protocolo do tratamento clareador, observando o tempo e a frequência que esse tratamento é realizado para que se evitem alterações nas propriedades mecânicas dos tecidos dentais. Conclusões Os estudos analisados verificaram redução significativa na dureza e no módulo de elasticidade do esmalte e dentina. Ainda há poucas pesquisas que investigam as alterações no módulo de elasticidade desses tecidos submetidos ao clareamento, ao contrário da dureza, em que há uma vasta gama de estudos. São necessários cuidados nos protocolos clínicos utilizados, e uma correta indicação do tratamento clareador para que se evitem alterações nas propriedades mecânicas dos tecidos dentais. Referências 1. Boaventura JMC, Padovani GC, Lima JPM, Brisighello LC, Andrade MF. Microdureza e rugosidade superficial do esmalte submetido ao clareamento uma revisão de literatura. Rev Odontol da UNICID, 2011, 23(2): Toteda M., Philpotts CJ, Cox TF, Joiner A. Evaluation of a 6% hydrogen peroxide toothwhitening gel on enamel microhardness after extended use. Quint Int., 2008, 39: Goldstein RE, Garber DA. Complete Dental Bleaching. Chicago: Quintessence Books, 1995: Sulieman MA. An overview of tooth-bleaching techniques: chemistry, safety and efficacy. Periodontol., 2008, 48: Agostinho FLF, Guimarães RP, Silva CHV. Alterações na microestrutura do esmalte pós-clareamento. Int J Dent., 2003, 2(2): Alkhtib A., Manton DJ, Burrow MF, Saber-Samandari S., Palamara JE, Gross KA, Reynolds EC. Effects of bleaching agents and Tooth Mousse ( ) on human enamel hardness. J Investig Clin Dent., 2013, 4(2): FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez. 2016

7 Efeitos do tratamento clareador sobre a dureza e o módulo de elasticidade dos tecidos dentais: Revisão de literatura 7. Elfallah HM, Bertassoni LE, Charadram N., Rathsam C., Swain MV. Effect of tooth bleaching agents on protein content and mechanical properties of dental enamel. Acta Biomater, 2015, 20: Nizam BRH, Lim CT, Chng HK, Yap AU. Nanoindentation study of human premolars subjected to bleaching agent. J Biomech., 2005, 38: Jiang T., Ma X., Wang Y., Tong H., Shen X., Hu Y., Hu J. Investigation of the effects of 30% hydrogen peroxide on human tooth enamel by Raman scattering and laser-induced fluorescence. J Biomed Opt., 2008, 13: Brotzen FR. Mechanical testing of thin films. Int Mater Ver., 1994, 39(1): Cuy JL, Mann AB, Livi KJ, et al. Nanoindentation mapping of the mechanical properties of human molar tooth enamel. Arch Oral Biol., 2002, 47: Francci C., Marson FC, Briso ALF, Gomes MN. Clareamento dental Técnicas e conceitos atuais. Rev assoc paul cir dent., 2010, ed. esp. (1): Vieira DF. Propriedades dos materiais odontológicos: (noções fundamentais). Editora da Universidade de São Paulo, Duschner H., Gotz H., White DJ, Kozak KM, Zoladz JR. Effects of hydrogen peroxide bleaching strips on tooth surface color, surface microhardness, surface and subsurface ultrastructure, and microchemical (Raman spectroscopic) composition. J Clin Dent., 2006, 17(3): Gotz H., Duschner H., White DJ, Klikowska MA. Effects of elevated hydrogen peroxide strip bleaching on surface and subsurface enamel including subsurface histomorphology, microchemical composition and fluorescence changes. J Dent., 2007, 35(6): Sasaki RT, Arcanjo, AJ, Florio FM, Basting RT. Micromorphology and microhardness of enamel after treatment with home-use bleaching agents containing 10% carbamide peroxide and 7.5% hydrogen peroxide. J Appl Oral Sci., 2009, 17(6): Ulukapi H. Effect of different bleaching techniques on enamel surface microhardness. Quint Int., 2007, 38: Al-Salehi SK, Wood DJ, Hatton PV. The effect of 24h non-stop hydrogen peroxide concentration on bovine enamel and dentine mineral content and microhardness. J Dent., 2007, 35: Soldani P., Amaral CM, Rodrigues JA. Microhardness evaluation of in situ vital bleaching and thickening agents on human dental enamel. Int J Perio and Rest Dent., 2010, 30(2): Lia Mondelli RF, Garrido Gabriel TR, Piola Rizzante FA, Magalhães AC, Soares Bombonatti JF, Ishikiriama SK. Do different bleaching protocols affect the enamel microhardness? Eur J Dent., 2015, 9(1): Sasaki RT, Catelan A., Bertoldo Edos S., Venâncio PC, Groppo FC, Ambrosano GM, et al. Effect of 7.5% hydrogen peroxide containing remineralizing agents on hardness, color change, roughness and micromorphology of human enamel. Am J Dent., 2015, 28(5): Klarić E., Marcius M., Ristić M., Sever I., Prskalo K., Tarle Z. Surface changes of enamel and dentin after two different bleaching procedures. Acta Clin croata., 2013, 52(4): Borges AB, Yui KC, D avilla TC, Takanashi CL, Torres CR, Borges AL. Influence of remineralizing gels on bleached enamel microhardness in different time intervals. Oper Dent., 2010, 35: Magalhães JG, Mariomoto AR, Torres CR, Pagani C., Teixeira SC, Barcellos DC. Microhardness change of enamel due to bleaching with in-office bleaching gels of different acidity. Acta Odontol Scand., 2012, 70(2): Arruda AM, Santos PH, Sundfeld RH, Berger SB, Briso AL. Effect of hydrogen peroxide at 35% on the morphology of enamel and interference in the de-remineralization process: an in situ study. Oper Dent., 2012, 37(5): Soares DG, Ribeiro AP, Sacono NT, Loguércio AD, Hebling J., Costa CA. Mineral loss and morphological changes in dental enamel induced by a 16% carbamide peroxide bleaching gel. Braz Dent J., 2013, 24(5): Araujo NC, da Costa Soares MU, Nery MM, Sales WS, Gerbi ME. Effect of ph values of two bleaching gels on enamel microhardness. Gen Dent., 2013, 61(4):55-8. FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez

8 Julliana Cariry Palhano Freire et al. 28. Nascimento WC, Gomes Ydo S, Alexandrino LD, Costi HT, Silva JO Jr, Silva CM. Influence of fluoride concentration and ph Value of 35% hydrogen peroxide on the hardness, roughness and morphology of bovine enamel. J Contemp Dent Pract., 2014, 15(4): Zimmerman B, Datko L., Cupelli M., Alapati S., Dean D., Kennedy M. Alteration of dentin enamel mechanical properties due to dental whitening treatments. J Mech Behav Biomed Mater, 2010, 3(4): Deng M., Wen HL, Dong XL, Li F., Xu X., Li H., et al. Effects of 45S5 bioglass on surface properties of dental enamel subjected to 35% hydrogen peroxide. Int J Oral Sci., 2013, 5(2): Submetido em: Aceito em: FOL Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep 26(2) jul.-dez. 2016