Direcção-Geral da Saúde
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- Heloísa Canto Oliveira
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1 Assunto: Acompanhamento de doentes em Pré-transplante (Gestão Integrada da Doença Insuficiência Renal Crónica) Nº: 04/DQS DATA:11/02/09 Para: Contacto na DGS: Unidades de Diálise/Hospitais do SNS/ Centros de Departamento da Qualidade na Saúde O acompanhamento de doentes em fase de pré-transplante renal está balizado, em termos processuais, pelos seguintes aspectos: O princípio do prescritor/pagador; A promoção da comunicação de dados de modo a evitar a duplicação de análises/exames; A minimização de deslocações e incómodos para os doentes renais crónicos. Nesse sentido, após parecer da Administração Central do Sistema de Saúde, Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação, das cinco Administrações Regionais de Saúde, da Comissão Nacional de Acompanhamento da Diálise, da Sociedade Portuguesa de Transplantação, da Lusotransplante, a Direcção-Geral da Saúde, no uso das suas competências técnico-normativas, determina o seguinte: NORMA: 1. O processo de referenciação de um doente para a consulta de pré-transplante é despoletado pelas Unidades de Diálise. a) Os candidatos a transplante renal podem estar inscritos simultaneamente em duas unidades de transplantação, devendo o mesmo indicar a unidade pela qual têm preferência. b) O doente ao dirigir-se à primeira consulta de pré-transplante, deve ser portador de informação clínica detalhada, incluindo exames de diagnóstico de rotina para seguimento. 1
2 2. Prescrição dos exames a) O nefrologista da consulta de pré-transplante deve requisitar os exames constantes do protocolo terapêutico definido no ponto Operacionalização da Norma da presente circular normativa. b) O nefrologista da consulta de pré-transplante da segunda Unidade de Transplantação não deverá repetir a prescrição dos exames mencionados no ponto anterior, devendo solicitar ao doente que se faça acompanhar de informação clínica detalhada incluindo os exames de diagnóstico prescritos na primeira Unidade de Transplantação e que entretanto tenha realizado. 3. Realização de exames e responsabilidade financeira Exames para (estudo inicial) Exames electivos (estudos electivos*) Exames de necessários ao acompanhamento do doente (manutenção em lista activa) Exames necessários ao: estudo de potenciais dadores (dador vivo) estudo de prétransplante renal em situação de dador vivo estudo de prétransplante duplo pâncreas e rim, que impliquem exames adicionais para além dos referenciados para o dador de rim cadáver Entidade responsável pela realização dos exames Centros de com os quais as Unidades de Transplantação se articulam Hospital ou Unidades convencionadas com o SNS Centros de Hospital ou Unidades convencionadas com o SNS Prescritor/ responsável financeiro está inscrito (unidade de preferência do doente) está inscrito Administração Regional de Saúde está inscrito 2
3 * - A realização dos exames electivos (estudos electivos) deverá ocorrer, preferencialmente, no Hospital onde se localiza a Unidade de Transplantação, excepto se: a) Existir manifesto benefício do doente em termos de comodidade e protecção da saúde; b) Se a resposta do Hospital (onde a Unidade inserida) for superior a 3 meses. Nestes casos, excepcionais, poderão ser realizados em unidades convencionadas com o Serviço Nacional de Saúde, ou com quem o Hospital (onde a Unidade inserida) tenha contrato/acordo, devendo a prescrição ser efectuada em impressos próprios do Serviço Nacional de Saúde. 4. Manutenção da inscrição do doente na lista de transplantação renal Com o objectivo de manter a informação necessária à manutenção em lista activa: a) Os Centros de : i. Previamente à realização de exames protocolados, informam as ARS da lista actualizada de doentes inscritos para transplantação renal, que necessitam de exames de acompanhamento; ii. Definem, em articulação com as Unidades de Diálise, um calendário de colheitas com periodicidade trimestral por Unidade; iii. Alertam, com antecedência mínima de duas semanas, as Unidades de Diálise, da calendarização da colheita de amostras biológicas; iv. Enviam às Unidades de Diálise os consumíveis necessários para a realização das colheitas, bem como, para o acondicionamento e expedição das amostras; v. Enviam o impresso próprio do SNS, devidamente preenchido, por cada doente, cabendo à Unidade de Diálise solicitar a assinatura do referido impresso pelos doentes. 3
4 OPERACIONALIZAÇÃO DA NORMA: 1. O protocolo terapêutico definido para inscrição e manutenção em lista activa de transplantação renal é: a. Exames no âmbito dos Centros de (Avaliação inicial): i. Tipagem ABO, Rh ( fenótipo ); ii. Tipagem HLA A, B; iii. Tipagem HLA DR; iv. PRA Pesquisa de Reactividade Linfocitotóxica anti-hla; (Cód tabela SNS) v. Pesquisa de anticorpos anti-hla; (Cód tabela SNS) vi. Identificação de anticorpos anti-linfócito por Citometria de Fluxo (Cód tabela SNS) vii. Single Antigen se resultado de identificação positivo. viii. MICA; (ainda s/ codificação na tabela SNS) ix. Serologia para CMV (IgG); x. Marcadores virais das Hepatites B e C; HIV1/2 e HTLV I/II. b. Exames no âmbito dos Centros de (Avaliação Trimestral): i. Marcadores virais (HBsAg, Anti-HCV, Anti-HIV1/2, anti-hbc, CMV-IgG e AcHBs (titulação) nos doentes negativos; ii. Serologia para CMV (IgG) e AcHBs anualmente nos positivos ; iii. PRA Pesquisa de Reactividade Linfocitotóxica anti-hla (Cód tabela SNS) iv. Pesquisa de anticorpos anti-hla; (Cód tabela SNS) v. Identificação de anticorpos anti-linfócito por Citometria de Fluxo (Cód tabela SNS ) vi. Single Antigen se resultado de identificação positivo, anualmente. vii. MICA; (ainda s/ codificação na tabela SNS) viii. Outros marcadores virais serão efectuados de acordo com os resultados analíticos, trimestralmente obtidos em cada doente. c. Exames complementares de diagnóstico de rotina (estes exames são realizados no acompanhamento regular do doente em diálise e registados na Plataforma de Gestão Integrada da Doença, pelo que não deverão ser objecto de prescrição, excepto nos casos em que não tenham ainda sido realizados): 4
5 i. Hemograma e bioquímica sérica completos; ii. Marcadores virais de Hepatite B, C e HIV1/2 (HBsAg, AcHBs, Anti-HCV, Anti-HIV1/2). iii. Rx Tórax (anual); iv. ECG (anual); v. Ecocardiograma (anual); vi. Ecografia abdominal/renal (anual). d. Exames no âmbito da medicina preventiva, com indicações específicas segundo o sexo e a faixa etária (Estes exames são realizados conforme as indicações vigentes para a sua realização pelo que não deverão ser objecto de prescrição, excepto nos casos em que não tenham ainda sido realizados): xi. Mulheres: Citologia do colo uterino; Ecografia pélvica ou transvaginal; Mamografia. xii. Homens: Antigénio específico da próstata (PSA); Ecografia prostática e. Exames electivos de acordo com as diferentes comorbilidades. Não é definida uma lista de exames uma vez que devem ser prescritos consoante as especificidades de cada doente e a sua situação clínica. 2. Os Centros de deverão registar os exames que efectuam na Plataforma de Gestão Integrada da Doença Insuficiência Renal Crónica. a. Sempre que se verifique coincidência dos exames a prescrever com os já realizados e registados na Plataforma de Gestão Integrada da Doença, para efeitos de monitorização regular do doente em diálise, deverá observar-se o princípio da racionalidade na prescrição, pelo que não deverá haver lugar à repetição dos mesmos. A presente entra, de imediato, em vigor. O Director-Geral da Saúde Francisco George 5
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