LEI Nº 8.072/90 CRIMES HEDIONDOS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "LEI Nº 8.072/90 CRIMES HEDIONDOS"

Transcrição

1 LEI Nº 8.072/90 CRIMES HEDIONDOS Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984) I homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, 2º, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) II latrocínio (art. 157, 3º, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) III extorsão qualificada pela morte (art. 158, 2º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) IV extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) V estupro (art. 213, caput e 1º e 2º); (Redação dada pela Lei nº , de 2009) VI estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei nº , de 2009) VII epidemia com resultado morte (art. 267, 1º). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) VII-A (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) VII-B falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e 1º, 1º-A e 1º-B, com a redação dada pela Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL Influenciada por uma postura político-criminal ingênua, que insiste em apresentar o Direito Penal como a fórmula mágica capaz de resolver todos os conflitos sociais, solucionando os males causados por uma péssima distribuição de rendas, pela miséria, pela fome, pelo desemprego, pela corrupção e pela impunidade, a Constituição Federal dispôs em seu art. 5º, inciso XLIII, que a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. Como se percebe, a norma constitucional impõe um regime jurídico mais gravoso aos crimes de tortura, tráfico de entorpecentes e terrorismo, assim como aos delitos definidos como crimes hediondos. Neste último caso, a aplicabilidade do referido preceito está condicionada à definição dessa novel categoria de infrações penais pelo legislador comum. Daí a importância da análise da Lei nº 8.072/90, objeto de nosso estudo neste Capítulo. 2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS COMO CRIMES HEDIONDOS Há diversas formas de classificação de determinado delito como crime hediondo, a saber:

2 Art. 1º RENATO BRASILEIRO DE LIMA a) sistema legal: por meio desse sistema, cabe ao legislador enunciar, de forma exaustiva (numerus clausus), os crimes que devem ser considerados hediondos. Assim, por meio de um rol taxativo de crimes, não se confere ao juiz qualquer discricionariedade para atestar a natureza hedionda do delito. Em outras palavras, se o crime praticado pelo agente constar do rol de crimes hediondos, outro caminho não há senão o reconhecimento de sua natureza hedionda, ainda que, no caso concreto, a conduta delituosa não se revele tão gravosa. Logo, mesmo que o crime não se revele repugnante, asqueroso, sórdido, depravado, horroroso ou horrível, se for etiquetado como crime hediondo pelo legislador, deve ser tratado como tal pelo magistrado. O aspecto positivo desse primeiro sistema é a segurança na aplicação da lei. Afinal, somente serão considerados hediondos os delitos constantes do rol taxativo elaborado pelo Poder Legislativo. O ponto negativo é que, por meio desse sistema, o Congresso Nacional goza de ampla liberdade para definir qualquer infração penal como hedionda, sendo livre para elevar à referida categoria um delito qualquer, simplesmente em virtude da pressão exercida pela mídia ou pela população. Aliás, foi exatamente isso o que ocorreu com o crime de falsificação de remédios (CP, art. 273) o qual abrange, inclusive, a falsificação de cosméticos (CP, art. 273, 1º-A), que passou a ser hediondo com a entrada em vigor da Lei nº 9.695/98, em virtude da repercussão negativa que a falsificação de anticoncepcionais produziu à época; b) sistema judicial: levando-se em consideração os elementos do caso concreto, confere-se ao magistrado ampla liberdade para identificar a natureza hedionda de determinada conduta delituosa. Logo, a depender das circunstâncias gravosas do caso concreto por exemplo, gravidade objetiva da conduta, modo ou meio de execução, motivos e consequências do crime, dimensão do bem jurídico lesado, poder-se-ia considerar hediondo inclusive um crime contra a administração pública. O ponto positivo desse critério é que o magistrado não fica adstrito a um rol taxativo fixado em abstrato pelo legislador, o que acaba por permitir maior flexibilidade na classificação (ou não) de determinada conduta delituosa como hedionda, tudo a depender das circunstâncias fáticas do caso concreto. No entanto, esse modelo acaba por trazer certa insegurança jurídica, porquanto os critérios adotados por cada magistrado são subjetivos, o que poderia dar ensejo a uma possível violação ao princípio da legalidade. Deveras, para a garantia do próprio cidadão e o Direito Penal nada mais é do que uma limitação do poder repressivo estatal diante do direito de liberdade de cada pessoa a incidência dos gravames penais e processuais penais da Lei dos Crimes Hediondos não pode ficar subordinada aos humores (ou aos azares) interpretativos do magistrado; c) sistema misto: ao invés de preestabelecer um rol taxativo de crimes hediondos, o legislador apresenta apenas um conceito, fornecendo alguns traços peculiares dessas infrações penais. Com essa definição prévia de crime hediondo, caberia ao juiz, então, enquadrar determinada conduta delituosa como hedionda. Nos mesmos moldes que o critério anterior, este modelo também confere certa liberdade ao juiz para aferir a natureza hedionda de determinada conduta delituosa à luz das circunstâncias fáticas do caso concreto. Porém, este sistema também traz consigo certa insegurança jurídica, já que, dificilmente, seria possível a elaboração, por parte do legislador, de um conceito de crime hediondo imune a dúvidas e críticas Nessa linha, Toron sugere a criação de uma cláusula salvatória, permitindo que, a depender das circunstâncias do caso concreto, o juiz afastasse a natureza hedionda de um crime constante do rol fixado pelo legislador, mas jamais sua ampliação para inclusão de crimes que não foram enumerados previamente pelo legislador como crimes hediondos. (TORON, Alberto Zacharias. Crimes hediondos: o mito da repressão penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 98). 30

3 Lei nº 8.072/90 Crimes Hediondos Art. 1º Sistema adotado pela Lei nº 8.072/90 O critério adotado pela legislação brasileira para rotular determinada conduta como hedionda é o sistema legal. De modo a saber se uma infração penal é (ou não) hedionda, incumbe ao operador tão somente ficar atento ao teor do art. 1º da Lei nº 8.072/90: se o delito constar do rol taxativo de crimes ali enumerados, a infração será considerada hedionda, sujeitando-se a todos os gravames inerentes a tais infrações penais, independentemente da aferição judicial de sua gravidade concreta. Lado outro, se a infração penal praticada pelo agente não constar do art. 1º da Lei nº 8.072/90, jamais será possível considerá-la hedionda, ainda que as circunstâncias fáticas do caso concreto se revelem extremamente gravosas. Afinal, por força da adoção do sistema legal, os crimes hediondos constam do rol taxativo do art. 1º da Lei nº 8.072/90, que não pode ser ampliado com base na analogia nem por meio de interpretação extensiva. Na prática, a adoção desse sistema legal, associada à consequente impossibilidade de apreciação judicial acerca da gravidade concreta do fato delituoso, acabam dando ensejo a certas injustiças, como se dá com um beijo lascivo, que, em tese, tipifica o crime de estupro (CP, art. 213, caput, com redação dada pela Lei nº /09), etiquetado como hediondo por força do art. 1º, inciso V, da Lei nº 8.072/90. Como o juiz não tem liberdade para aferir a natureza hedionda do crime à luz das circunstâncias do caso concreto, é muito comum a manipulação do juízo de tipicidade por parte do magistrado de modo a evitar todo esse rigor decorrente da adoção do sistema legal. Por isso, no exemplo citado, ao invés de tipificar o beijo lascivo como crime de estupro, sujeitando o agente aos ditames gravosos da Lei dos Crimes Hediondos, é muito comum que o juízo de subsunção seja feito com a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor (Dec.-Lei nº 3.688/41, art. 61) ou de perturbação de tranquilidade (Dec.-Lei nº 3.688/41), a depender da execução da conduta em local público ou acessível ao público Natureza não hedionda dos crimes militares Ao se referir aos crimes hediondos, o art. 1º da Lei nº 8.072/90 indica o nomen iuris da infração penal, colocando em parênteses, na sequência, sua previsão legal. Basta ver o exemplo do art. 1º, III, da Lei dos Crimes Hediondos: extorsão qualificada pela morte (art. 158, 2º). Nos incisos do art. 1º da Lei nº 8.072/90 foram inseridos crimes que constam apenas do Código Penal, ao passo que o único delito hediondo previsto na legislação especial genocídio (Lei nº 2.889/56) foi elencado no art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.072/90. Portanto, hedionda será apenas a infração penal prevista no Código Penal ou na Lei nº 2.889/56, jamais a mesma infração penal que encontre tipificação em outro diploma legal. É o que ocorre, por exemplo, com o crime de homicídio qualificado previsto no Código Penal Militar e com o crime político de matar o Presidente da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (Lei nº 7.170/83, art. 29), que não vêm referidos nos parênteses do art. 1º, I, da Lei nº 8.072/90, daí por que não podem ser considerados hediondos. Perceba-se, então, que o legislador da Lei nº 8.072/90 não teve o cuidado de conferir natureza hedionda aos crimes militares. Logo, os crimes militares de homicídio qualificado (CPM, art. 205, 2º), latrocínio (CPM, art. 242, 3º), extorsão qualificada pela morte (CPM, art. 243, 2º), extorsão mediante sequestro (CPM, art. 244, caput e 1º, 2º e 3º), estupro (CPM, art. 232), 2. Nessa linha: JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique. Legislação penal especial. Vol. 1. São Paulo: Editora Saraiva, p

4 Art. 1º RENATO BRASILEIRO DE LIMA atentado violento ao pudor (CPM, art. 233) e epidemia com resultado morte (CPM, 1º) não são considerados hediondos, por mais que sua descrição típica seja bastante semelhante às figuras delituosas constantes do Código Penal. Raciocínio semelhante também se aplica ao crime militar de genocídio, previsto no art. 208 do Código Penal Militar, que também não pode ser considerado hediondo, já que o art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.072/90, ao rotular como hediondo o crime de genocídio, refere-se apenas àquelas figuras delituosas previstas nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889/56. Assim, caso um militar da ativa, no interior de uma determinada organização militar, constranja uma mulher (civil) à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça, ter-se-á crime militar de estupro, nos termos do art. 232, c/c art. 9º, inciso II, alínea b, do Código Penal Militar. Nessa hipótese, o detalhe peculiar é que o crime militar de estupro tem pena de reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, pena esta que, quando comparada com o delito comum de estupro (CP, art. 213, caput), causa certa perplexidade, na medida em que o preceito secundário do dispositivo do Código Penal estabelece uma pena de reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos, além de se tratar de crime hediondo (Lei nº 8.072/90, art. 1º, inciso V, com redação dada pela Lei nº /09). Explica-se: a pena originalmente prevista para o crime de estupro no Código Penal comum era idêntica à do Código Penal Militar: reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. Ocorre que o preceito secundário do art. 213 do CP foi alterado pela Lei nº 8.072/90, tendo o legislador, todavia, se esquecido do preceito secundário do crime militar de estupro, o que, na prática, acabou por criar patente violação ao princípio da proporcionalidade, mormente se considerarmos que o autor do crime militar não estará sujeito aos ditames gravosos da lei dos crimes hediondos. 3 A disparidade de tratamento do crime militar e do crime comum já foi questionada perante o Supremo Tribunal Federal, que, no entanto, concluiu que a diferença de tratamento legal entre os crimes comuns e os crimes militares, mesmo em se tratando de crimes militares impróprios, não revela inconstitucionalidade, pois o Código Penal Militar não institui privilégios. Ao contrário, em muitos pontos, o tratamento dispensado ao autor de um delito é mais gravoso do que aquele do Código Penal comum. Portanto, aos olhos da Suprema Corte, não se afigura possível a aplicação do Código Penal Militar apenas na parte que interessa ao acusado, sob pena de se criar uma norma híbrida, em parte composta pelo Código Penal Militar e, em outra parte, pelo Código Penal comum, o que representaria evidente violação ao princípio da reserva legal e ao próprio princípio da separação de poderes ROL DE CRIMES HEDIONDOS (CONSUMADOS OU TENTADOS) Os crimes hediondos estão listados no rol taxativo do art. 1º da Lei nº 8.072/90, que preferiu colocar nos incisos os crimes constantes do Código Penal e no parágrafo único o delito de genocídio, que está tipificado em legislação extravagante (Lei nº 2.889/56). Antes de ingressarmos na análise específica de cada um desses crimes, convém ressaltar que o art. 1º, caput, da Lei nº 8.072/90 deixa evidente que, para fins de reconhecimento de sua natureza 3. Apesar do esquecimento do legislador, não é possível uma reclassificação tipológica do delito, sob pena de violação ao princípio da reserva legal. Portanto, se um crime de estupro for cometido por militar fora de seu horário de serviço e de suas funções, como se trata de crime comum (e não militar), sujeitar-se-á o agente aos rigores da Lei de Crimes Hediondos. Por outro lado, se um outro crime de estupro for praticado por policial militar em serviço e, portanto, no exercício de suas funções, como se trata de crime militar impróprio, não há falar em aplicação da Lei nº 8.072/90. Nesse sentido: STJ, 6ª Turma, HC /RJ, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ 23/05/2005 p Nessa linha: STF, 2ª Turma, HC /RJ, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 02/02/2007 p

5 Lei nº 8.072/90 Crimes Hediondos Art. 1º. hedionda, pouco importa que o delito seja consumado ou tentado. Exemplificando, se determinado agente der início à execução de um homicídio qualificado por motivo torpe, que não se consumar por circunstâncias alheias a sua vontade, deverá responder pelo crime de homicídio qualificado tentado (CP, art. 121, 2º, inciso I, na forma do art. 14, II), sujeitando-se a todos os gravames constantes da Lei nº 8.072/90, que incide sobre crimes consumados e tentados Natureza hedionda do crime de homicídio (Lei nº 8.930/94) Quando a Lei nº 8.072/90 entrou em vigor em 26 de julho de 1990, o crime de homicídio, mesmo que qualificado, não era etiquetado como hediondo. Ocorre que, em virtude das chacinas da Candelária e de Vigário Geral, e do assassinato da artista da Rede Globo Daniela Perez, fato este ocorrido no final do ano de 1992, houve enorme clamor social provocado pela mídia para que o crime de homicídio fosse incluído no rol dos crimes hediondos. Surge, então, a Lei nº 8.930/94, conferindo nova redação ao art. 1º da Lei nº 8.072/90. Assim, passa a constar como crime hediondo o homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, 2º, I, II, III, IV e V). Trata-se, a Lei nº 8.930/94, de evidente exemplo de novatio legis in pejus. Logo, se tais crimes foram cometidos antes de sua vigência, não é possível a sujeição do agente aos gravames constantes da Lei nº 8.072/90, sob pena de violação ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa (CF, art. 5º, XL). Daí o motivo pelo qual o STJ concluiu que o crime de homicídio qualificado cometido em 16 de janeiro de 1994 não pode ser considerado hediondo, pois tal crime passou a integrar o rol previsto na Lei nº 8.072/90 com o advento da Lei nº 8.930/94, cuja vigência se deu apenas em 7 de setembro de Homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio (Lei nº 8.072/90, art. 1º, I, 1ª parte, com redação dada pela Lei nº 8.930/94) e a entrada em vigor da Lei nº /12 (CP, art. 121, 6º) À época em que a Lei nº 8.930/94 entrou em vigor, ao invés de arrolar a prática do crime de homicídio em atividade típica de grupo de extermínio como qualificadora desse delito, acrescentando mais um inciso ao 2º do art. 121, ou até mesmo como uma causa de aumento de pena, enfim, criando um tipo penal especial de homicídio simples, o legislador simplesmente optou por tachar essa figura delituosa com o rótulo da hediondez. Com efeito, após se referir ao crime de homicídio, o art. 1º, inciso I, 1ª parte, da Lei nº 8.072/90, com redação determinada pela Lei nº 8.930/94, faz menção tão somente ao art. 121 em parênteses, sem fazer qualquer referência ao seu 2º, onde estão inseridas as qualificadoras desse crime, do que se conclui que o crime de homicídio simples podia ser considerado hediondo, desde que praticado em atividade típica de grupo de extermínio. Na prática, todavia, a hipótese revela-se inviável. Afinal, é praticamente impossível se conceber um crime de homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de 5. Como se pronunciou o STJ, a progressão de regime prisional para o cumprimento de pena pela prática de crime hediondo, ainda que na forma tentada, deve observar os parâmetros do art. 2º, 2º, da Lei nº 8.072/1990, com a redação dada pela Lei nº /2007, porquanto o fato de não ter sido consumado o crime não afasta a hediondez do delito: STJ, 5ª Turma, HC /RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 16/10/ STJ, 5ª Turma, HC /RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 19/04/2007, DJ 21/05/2007 p

6 Art. 1º RENATO BRASILEIRO DE LIMA extermínio no qual não esteja presente uma das qualificadoras subjetivas ou objetivas relacionadas nos incisos I a V do 2º do art. 121 do Código Penal (v.g., motivo torpe, recurso que tornou impossível a defesa do ofendido, etc.). Nesse caso, por força do princípio da especialidade, deverá prevalecer a figura do homicídio qualificado, o que acaba por demonstrar o quanto foi inócua esta mudança produzida pela Lei nº 8.930/94. Insistimos em dizer que, à época, tal fato não fora inserido como qualificadora nem tampouco como circunstância do crime de homicídio, porquanto, em data de 28 de setembro de 2012, o fato de o crime de homicídio ser praticado por grupo de extermínio passou a vigorar como causa de aumento de pena do referido delito. Por força da Lei nº /12, foi introduzida uma nova causa de aumento de pena no 6º do art. 121, com a seguinte redação: A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. Daí a importância de se distinguir os crimes de homicídio praticados por grupo de extermínio sob a égide da Lei nº 8.930/94 e os fatos delituosos cometidos a partir da vigência da Lei nº /12. O primeiro questionamento decorrente das mudanças produzidas pela Lei nº 8.930/94 diz respeito à criação (ou não) de um novo tipo penal especial de homicídio. Sobre o assunto, uma primeira corrente sustenta que teria sido criado, à época, um novo tipo penal especial de homicídio simples, de natureza hedionda, nos seguintes termos: Matar alguém em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que o crime seja cometido por um só agente. É nesse sentido a lição de Alberto Silva Franco, para quem não basta que a conduta típica encontre expressão no verbo matar e que o objeto dessa conduta seja um ser humano. Para além disso, para que o crime de homicídio simples seja rotulado como hediondo, aduz o autor que é mister acrescer à conduta de matar alguém a circunstância fática de que o agente tenha executado o homicídio em atividade típica de grupo de extermínio. A locução mencionada na Lei nº 8.930/94 denuncia a presença de um elemento da realidade fática que anormaliza o tipo do homicídio simples na medida em que o exclui, nessa situação especial, dos tipos de composição puramente objetiva. 7 Em sentido diverso, uma segunda corrente entende que o fato de o homicídio simples ter sido praticado em atividade típica de grupo de extermínio não foi inserido pela Lei nº 8.930/94 como elementar nem tampouco como circunstância do referido delito. Trata-se, na verdade, de mero pressuposto para que o crime de homicídio simples seja considerado hediondo. Explica-se: elementares são dados essenciais da figura típica, cuja ausência pode acarretar a atipicidade absoluta (a conduta é atípica) ou a atipicidade relativa (desclassificação). De seu turno, circunstâncias são dados periféricos que gravitam ao redor do tipo básico: podem aumentar ou diminuir a pena do delito, mas não têm o condão de alterar a tipificação básica da conduta delituosa (v.g., qualificadoras, causas de aumento ou de diminuição de pena, etc.). Como ensina Bitencourt, para que se possa diferenciar uma elementar do tipo penal de uma simples circunstância, basta exclui-la, hipoteticamente: se esse raciocínio levar à descaracterização do fato como crime (atipicidade absoluta) ou fizer surgir outro tipo de crime (atipicidade relativa), estaremos diante de uma elementar. Se, todavia, a exclusão de determinado requisito não alterar a caracterização do crime, tratar-se-á de uma circunstância do delito. Exemplificando, no crime de 7. FRANCO, Alberto Silva; LIRA, Rafael; FELIX, Yuri. Crimes hediondos. 7ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p

7 Lei nº 8.072/90 Crimes Hediondos Art. 1º. peculato, a qualidade de funcionário público é uma elementar do delito, visto que, diante de sua ausência, haverá a desclassificação para apropriação indébita. Por outro lado, no furto, o fato de o delito ter sido praticado durante o repouso noturno autoriza a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 155, 1º, do CP. Suprimido o repouso noturno, o tipo fundamental continuará o mesmo, ou seja, furto. Logo, trata-se de mera circunstância. 8 Como se percebe, à época em que a Lei nº 8.930/94 entrou em vigor (07/09/94), o fato de o delito ser praticado em atividade típica de grupo de extermínio não foi inserido no Código Penal como elementar do crime de homicídio. Afinal, ainda que o crime não fosse praticado em atividade típica de grupo de extermínio, isso não acarretaria a atipicidade absoluta nem tampouco relativa da conduta. Também não fora introduzido como circunstância do crime de homicídio, uma vez que, à época, não tinha o condão de modificar a pena do crime de homicídio. Daí por que grande parte da doutrina se referia a esse crime como homicídio condicionado, pois o reconhecimento de sua natureza hedionda dependia da verificação de um requisito (ou condição): que o ilícito tivesse sido praticado em ação típica de grupo de extermínio. 9 Com o advento da Lei nº /12, o tema está a merecer novas considerações. Com vigência a partir do dia 28 de setembro de 2012, esta Lei introduziu no Código Penal a novel figura delituosa do crime de constituição de milícia privada, valendo-se de fórmula vaga e imprecisa na definição dos elementos do tipo, o que, certamente, irá gerar questionamentos acerca de possível violação à garantia da taxatividade inerente ao princípio da legalidade. Eis a redação do art. 288-A: Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código. 10 Para além da criação desse novo tipo penal, a Lei nº /12 também introduziu uma nova causa de aumento de pena para o crime de homicídio: Art º. A pena é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 11 Perceba-se que, doravante, o fato de o crime de homicídio ser praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio, passa a funcionar como circunstância do crime de homicídio, autorizando a incidência da causa de aumento de 1/3 (um terço) até metade, quantum este de majoração que pode incidir inclusive nos crimes de homicídio qualificado (CP, art. 121, 2º) BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. Parte Geral. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, p Ainda segundo o autor, somente os tipos básicos contêm as elementares do crime, porquanto os chamados tipos derivados qualificados contêm circunstâncias especiais que, embora constituindo elementos específicos dessas figuras derivadas, não são elementares do crime básico, cuja existência ou inexistência não alteram a definição deste. Assim, as qualificadoras, como dados acidentais, servem apenas para definir a classificação do crime derivado, estabelecendo novos limites mínimo e máximo, cominados ao novo tipo. 9. JESUS, Damásio Evangelista. Homicídio simples, crime hediondo e Júri. Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), nº 29, abril de Para mais detalhes acerca dos conceitos de organização paramilitar, milícia particular, ou grupo ou esquadrão, remetemos o leitor ao capítulo referente às organizações criminosas. 11. A Lei nº /12 também acrescentou uma causa de aumento de pena ao crime de lesão corporal, nos seguintes termos: Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos 4º e 6º do art. 121 deste Código (CP, art. 129, 7º). 12. Como observa Cleber Masson (Código Penal comentado. São Paulo: Editora Método, p. 476), a novel causa de aumento de pena do art. 121, 6º, do do CP, incide no homicídio doloso simples, privilegiado ou qualificado, consumado ou tentado. 35

8 Art. 1º RENATO BRASILEIRO DE LIMA Evidentemente, cuida-se de novatio legis in pejus, daí por que esta causa de aumento de pena e o novel crime do art. 288-A poderão incidir apenas em relação aos fatos delituosos cometidos por milícias privadas ou por grupos de extermínio a partir do dia 28 de setembro de 2012, data da vigência da Lei nº /12. Nesse caso, evidenciada a estabilidade e permanência do grupo de extermínio, o agente deverá responder pelo crime de homicídio (simples ou qualificado), com a aplicação da majorante do 6º do art. 121 que continua sendo considerado hediondo com fundamento no art. 1º, I, 1ª parte, da Lei nº 8.072/90, em concurso material com o novel delito do art. 288-A, todos do Código Penal, o que, a nosso ver, não caracteriza bis in idem, na medida em que estamos diante de crimes autônomos, que tutelam bens jurídicos distintos, quais sejam, a vida e a paz pública, respectivamente Conceito de grupo de extermínio Revelando péssima técnica legislativa, apesar de ter rotulado o homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio como crime hediondo, a Lei nº 8.930/94 não teve o cuidado de definir esse pressuposto da hediondez, tarefa esta que acabou ficando a cargo da doutrina e dos Tribunais. Grupo significa um conjunto de pessoas ou coisas dispostas proximamente e formando um todo, um conjunto de indivíduos com características, objetivos, interesses comuns. 14 Portanto, se o art. 1º, I, primeira parte, da Lei nº 8.072/90, refere-se à existência de um grupo, forçoso é concluir que se trata de crime plurissubjetivo, ou seja, hipótese de concurso necessário de agentes. A redação da Lei dos Crimes Hediondos deixa claro que este delito será considerado hediondo ainda que o crime seja cometido por um só agente. No entanto, é necessário comprovar que este executor faz parte de um grupo de extermínio. A controvérsia gira em torno da quantidade de pessoas necessárias para que se possa atestar a presença de um grupo: 02 (duas), 03 (três) ou 04 (quatro)? A nosso juízo, com todas as mudanças provocadas pela Lei nº /13, o ideal é concluir que são necessárias pelo menos 3 (três) pessoas para que se possa atestar a presença de um grupo de extermínio, ainda que a execução direta da conduta de matar alguém seja delegada a apenas um de seus membros. Quando o legislador quer se referir à necessidade de duas pessoas, o faz de maneira expressa. A título de exemplo, basta atentar para a redação da qualificadora do crime de furto constante do art. 155, 4º, inciso IV, do CP: mediante o concurso de duas ou mais pessoas. Portanto, grupo de extermínio não se confunde com o concurso de agentes (CP, art. 29), para o qual são necessárias ao menos duas pessoas De mais a mais, é óbvio que a ideia de apenas duas pessoas, ou seja, de um par, colide frontalmente com a de grupo, que, como visto acima, exige a presença de um conjunto de indivíduos. Referindo-se a lei à atividade típica de grupo de extermínio, 13. Valendo-se de um exemplo aleatoriamente escolhido, podemos dizer que este raciocínio referente à ausência de bis in idem é bem semelhante àquele atinente ao concurso material entre o crime de roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (CP, art. 157, 2º, I) e o delito de associação criminosa armada (CP, art. 288, parágrafo único), hipótese esta que, segundo o próprio Supremo, não configura dupla punição pelo mesmo fato, seja porque não há nenhuma relação de dependência ou subordinação entre as referidas condutas delituosas, seja porque visam à proteção de bens jurídicos diversos. A propósito: STF, 2ª Turma, HC /SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 16/10/2012, DJe /11/2012. E ainda: STF, 1ª Turma, RHC /RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 08/02/2011, DJe 86 09/05/ Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, p

9 Lei nº 8.072/90 Crimes Hediondos Art. 1º. o único parâmetro que pode ser utilizado é aquele constante da nova redação do art. 288 do Código Penal, que demanda a presença de 3 (três) ou mais pessoas para a tipificação do crime de associação criminosa, visto que a associação de duas ou mais pessoas prevista no art. 35 da Lei nº /06 é norma especial aplicável apenas aos crimes de tráfico de drogas. Por fim, não se revela possível a utilização do número mínimo de 4 (quatro) pessoas, indispensável para a tipificação do novel crime de organização criminosa (Lei nº /13, art. 1º, 1º, c/c art. 2º, caput), porquanto o grupo de extermínio não tem como elementares a estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas Sujeito passivo do grupo de extermínio Para além da necessidade de se explicitar, quantitativamente, o número mínimo de pessoas necessárias para a caracterização do grupo, também se impõe analisar o conceito de atividade típica de grupo de extermínio. A palavra extermínio pode ser compreendida como a chacina, o aniquilamento, a destruição com mortandade de pessoas. Esse extermínio tem como característica principal a impessoalidade, isto é, mata-se uma pessoa sem que o executor do delito sequer saiba seu nome. Na verdade, a vítima é assassinada em virtude de alguma característica especial de natureza política, social, religiosa, étnica, ou qualquer outro traço peculiar capaz de identificá-la como membro de um grupo a ser exterminado (v.g., menores de rua, mendigos, prostitutas, etc.). Nesse sentido, como observa Bitencourt, extermínio é a matança generalizada, é a chacina que elimina a vítima pelo simples fato de pertencer a determinado grupo ou determinada classe social ou racial, como, por exemplo, mendigos, prostitutas, homossexuais, presidiários etc. A impessoalidade da ação genocida é uma de suas características fundamentais. 15 Nada diz a lei acerca do número de pessoas que precisam ser mortas para que se possa reconhecer a existência de atividade típica de grupo de extermínio. Logo, se a lei não restringiu, não é dado ao intérprete fazê-lo. Por isso, é de todo irrelevante a unidade ou pluralidade de vítimas. A atividade típica de grupo de extermínio estará caracterizada ainda que seja morta uma única pessoa, desde que presente a impessoalidade da conduta delituosa, ou seja, que a vítima tenha sido morta pelo fato de pertencer ou ser membro de determinado grupo social, racial, econômico, étnico, etc (Des) necessidade de quesitação dos jurados acerca da prática de homicídio em atividade típica de grupo de extermínio À época da Lei nº 8.930/94, como o fato de o homicídio simples ser praticado em atividade típica de grupo de extermínio não fora inserido como elementar, nem tampouco como circunstância do crime do art. 121 do CP, funcionando tão somente como um pressuposto de hediondez, sempre preponderou o entendimento de que não havia necessidade de se formular quesito aos jurados acerca do assunto, já que a matéria estaria relacionada tão somente à aplicação da pena, logo, de competência do juiz presidente BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, 2: parte especial dos crimes contra a pessoa. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, p Em sentido diverso, por entender que se tratava de um tipo penal especial, Alberto Silva Franco sempre sustentou que não era possível deixar ao talante do juiz presidente decidir se o crime fora cometido ou não em ação típica de grupo de extermínio, sob pena de violação à soberania do próprio Tribunal do Júri, a quem compete o julgamento de questões fáticas atinentes aos crimes dolosos contra a vida. (Crimes hediondos. 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 266). 37

10 Art. 1º RENATO BRASILEIRO DE LIMA No entanto, a partir do momento em que a Lei nº /12 passou a prever que, doravante, o fato de o crime de homicídio ter sido cometido por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio, autoriza a incidência da causa de aumento de pena do art. 121, 6º, do CP, é evidente que esta circunstância deverá, doravante, ser quesitada aos jurados, nos termos do art. 483, V, e 3º, II, do CPP. Em síntese, diante das recentes mudanças introduzidas no Código Penal, pode-se trabalhar com o seguinte quadro comparativo entre o grupo de extermínio à época da Lei nº 8.930/94, e depois da vigência da Lei nº /12: GRUPO DE EXTERMÍNIO À ÉPOCA DA LEI Nº 8.930/94 LEI Nº 8.072/90, ART. 1º, INCISO I, 1ª PARTE o fato de o homicídio simples ser praticado em atividade típica de grupo de extermínio não fora inserido como elementar, nem tampouco como circunstância do art. 121 do CP, mas sim como pressuposto para o reconhecimento de sua natureza hedionda; como era praticamente impossível se conceber um crime de homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio no qual não estivesse presente uma das qualificadoras subjetivas ou objetivas do 2º do art. 121, a figura do homicídio qualificado acabava prevalecendo sobre o homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio com fundamento no princípio da especialidade; como o fato de o homicídio ser praticado em atividade típica de grupo de extermínio era mero pressuposto da hediondez, prevalecia o entendimento no sentido de que não havia necessidade de se formular quesito aos jurados acerca do assunto, já que matérias referentes à aplicação da pena são da competência do Juiz Presidente do Tribunal do Júri. GRUPO DE EXTERMÍNIO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº /12 CÓDIGO PENAL, ART. 121, 6º o fato de o homicídio ser praticado por grupo de extermínio passa a funcionar como causa de aumento de pena (um terço até a metade); a localização topográfica da causa de aumento de pena do art. 121, 6º, do Código Penal, permite sua aplicação a qualquer hipótese de homicídio doloso (simples, privilegiado ou qualificado, consumado ou tentado). Logo, se o crime for praticado com o emprego de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido, o agente deverá responder pelo crime do art. 121, 2º, IV, com a incidência da majorante do 6º; como o fato de o homicídio ser praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio, passa a funcionar como causa de aumento de pena, sua existência deve ser quesitada aos jurados, nos termos do art. 483, V, e º, II, do CPP Homicídio qualificado A Lei nº 8.930/94 também acrescentou ao rol de crimes hediondos o delito de homicídio qualificado, previsto no art. 121, 2º, do Código Penal Homicídio qualificado-privilegiado É dominante o entendimento no sentido da possibilidade de reconhecimento da figura do homicídio qualificado-privilegiado, combinando-se os 1º e 2º do art. 121 do Código Penal, desde que a qualificadora tenha natureza objetiva (incisos III e IV). A título de exemplo, basta pensar em um crime homicídio eutanásico cometido com o emprego de veneno, hipótese em que estaria presente o relevante valor moral, que funciona como causa de diminuição de pena (CP, art. 121, 1º) e a qualificadora listada no inciso III do 2º do art

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988 TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL Seção II Da Saúde Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 1º As instituições

Leia mais

LEI N.º 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

LEI N.º 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 LEI N.º 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: LEI DOS CRIMES HEDIONDOS Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras

Leia mais

Estupro e atentado ao pudor, nas formas típicas simples, são hediondos?

Estupro e atentado ao pudor, nas formas típicas simples, são hediondos? SEM REVISÃO Estupro e atentado ao pudor, nas formas típicas simples, são hediondos? Damásio Evangelista de Jesus Professor SP Há duas orientações: 1ª) O estupro e o atentado violento ao pudor, em suas

Leia mais

A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011.

A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011. A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011. Jorge Assaf Maluly Procurador de Justiça Pedro Henrique Demercian Procurador de Justiça em São Paulo.

Leia mais

ARTIGO 14 da Lei nº 6368/76: CRIME HEDIONDO!

ARTIGO 14 da Lei nº 6368/76: CRIME HEDIONDO! ARTIGO 14 da Lei nº 6368/76: CRIME HEDIONDO! ELIANE ALFRADIQUE O artigo 14 da Lei nº 6.368/76 tem causado certa dificuldade em sua aplicação prática. O enunciado do artigo em questão, tipifica a associação

Leia mais

ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS

ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ENUNCIADOS ELABORADOS PELA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ÁREA CRIMINAL CRIMES CONTRA OS COSTUMES 1. CRIMES CONTRA OS COSTUMES. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. TODAS AS FORMAS. CRIMES HEDIONDOS.

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 3.966, DE 2004 Modifica a Lei nº 9.609, de 1998, que dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador. Autor:

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2011

PROJETO DE LEI Nº DE 2011 PROJETO DE LEI Nº DE 2011 Altera a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, a Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 e a Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º O art. 4º

Leia mais

Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra.

Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra. Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra. Victória Sulocki, Indicação nº 056/2012, sobre o "Projeto de Lei nº 3901/2012, de

Leia mais

LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS

LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS ALESSANDRO CABRAL E SILVA COELHO - alessandrocoelho@jcbranco.adv.br JOSÉ CARLOS BRANCO JUNIOR - jcbrancoj@jcbranco.adv.br Palavras-chave: crime único Resumo O presente

Leia mais

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Omissão de Notificação da Doença DIREITO PENAL - Omissão de Notificação de Doença CP. Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 EXTORSÃO Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter

Leia mais

O bem jurídico tutelado é a paz pública, a tranqüilidade social. Trata-se de crime de perigo abstrato ou presumido.

O bem jurídico tutelado é a paz pública, a tranqüilidade social. Trata-se de crime de perigo abstrato ou presumido. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA CONCEITO Dispõe o art. 288 do CP: Associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. No delito em apreço, pune-se

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO José Afonso da Silva 1. A controvérsia 1. A condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Penal 470, de alguns deputados federais tem suscitado dúvidas relativamente

Leia mais

REGIME PRISIONAL FECHADO NO DELITO DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES. Autor: Fábio Soares Valera. Promotor de Justiça. Comarca de Araxá.

REGIME PRISIONAL FECHADO NO DELITO DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES. Autor: Fábio Soares Valera. Promotor de Justiça. Comarca de Araxá. REGIME PRISIONAL FECHADO NO DELITO DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES. Autor: Fábio Soares Valera. Promotor de Justiça. Comarca de Araxá. Em sede do julgamento do habeas corpus n. 97.256/RS, o Supremo Tribunal

Leia mais

No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação do artigo 2º, da lei nº 8.072, de 28 de julho de 1990.

No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação do artigo 2º, da lei nº 8.072, de 28 de julho de 1990. A NOVA DISCIPLINA DA PROGRESSÃO DE REGIME TRAZIDA PELA LEI Nº 11.464/07. MAURICIO MAGNUS FERREIRA JUIZ DE DIREITO DO TJ/RJ No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação

Leia mais

CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA PARECER PRÉVIO

CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA PARECER PRÉVIO CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA PROC. Nº 3279/11 PLL Nº 160/11 PARECER PRÉVIO Trata-se de Projeto de Lei de iniciativa parlamentar que estabelece regras para o licenciamento urbanístico das

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV AULA DIA 25/05/2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com DIREITO PROCESSUAL PENAL IV Procedimento Sumaríssimo (Lei 9.099/95) - Estabelece a possibilidade de conciliação civil,

Leia mais

FIXAÇÃO DO NÚMERO DE VEREADORES PELOS MUNICÍPIOS MÁRCIO SILVA FERNANDES

FIXAÇÃO DO NÚMERO DE VEREADORES PELOS MUNICÍPIOS MÁRCIO SILVA FERNANDES FIXAÇÃO DO NÚMERO DE VEREADORES PELOS MUNICÍPIOS MÁRCIO SILVA FERNANDES Consultor Legislativo da Área I Direito Constitucional, Eleitoral, Municipal, Administrativo, Processo Legislativo e Poder Judiciário

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS 1.547 E 1.589, DE 2015)

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS 1.547 E 1.589, DE 2015) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS 1.547 E 1.589, DE 2015) Acrescenta inciso V ao art. 141 do Decreto- Lei nº 2.848, de 7 de dezembro

Leia mais

<CABBCBBCCADACABCCBBABBCCACBABCADBCAAA DDADAAAD>

<CABBCBBCCADACABCCBBABBCCACBABCADBCAAA DDADAAAD> EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO RECURSO NÃO PROVIDO. - O crime previsto no art. 35 da Lei

Leia mais

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 2.016-F DE 2015. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 2.016-F DE 2015. O CONGRESSO NACIONAL decreta: REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 2.016-F DE 2015 Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais

Leia mais

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 1 PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL Prof.Dr.Luís Augusto Sanzo Brodt ( O autor é advogado criminalista, professor adjunto do departamento de Ciências Jurídicas da Fundação Universidade Federal

Leia mais

TEMA: CONCURSO DE CRIMES

TEMA: CONCURSO DE CRIMES TEMA: CONCURSO DE CRIMES 1. INTRODUÇÃO Ocorre quando um mesmo sujeito pratica dois ou mais crimes. Pode haver um ou mais comportamentos. É o chamado concursus delictorum. Pode ocorrer entre qualquer espécie

Leia mais

Súmulas em matéria penal e processual penal.

Súmulas em matéria penal e processual penal. Vinculantes (penal e processual penal): Súmula Vinculante 5 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Súmula Vinculante 9 O disposto no artigo

Leia mais

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7:

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1. CONCURSO DE CRIMES 1.1 DISTINÇÃO: * CONCURSO

Leia mais

Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual

Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual 645. (CESPE / Promotor de Justiça - MPE - ES / 2010) No ordenamento jurídico brasileiro, apenas o homem pode ser autor do delito de estupro; a mulher pode

Leia mais

A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MILITAR DIREITO PENAL MILITAR PARTE ESPECIAL MARCELO VITUZZO PERCIANI A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO Marcelo Vituzzo Perciani

Leia mais

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade TEORIA GERAL DO CRIME FATO TÍPICO Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Resultado Nexo de causalidade Tipicidade RESULTADO Não basta existir uma conduta. Para que se configure o crime é necessário

Leia mais

Crimes praticados por militares estaduais contra civis Procedimentos a serem adotados, CPP ou CPPM?

Crimes praticados por militares estaduais contra civis Procedimentos a serem adotados, CPP ou CPPM? Crimes praticados por militares estaduais contra civis Procedimentos a serem adotados, CPP ou CPPM? A Justiça Militar Estadual por força de expressa vedação contida no art. 125, 4º, da CF/88, não tem competência

Leia mais

TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS

TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS Autora: Idinéia Perez Bonafina Escrito em maio/2015 TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS Nas relações internacionais do

Leia mais

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal 202 O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal Juliana Andrade Barichello 1 O objetivo deste trabalho é discorrer sobre os principais pontos das palestras, enfatizando a importância das alterações

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014 PROJETO DE LEI Nº, DE 2014 (Do Sr. Arthur Oliveira Maia) Altera a redação do art. 3º da Lei nº 8.650, de 20 de abril de 1993, para suprimir qualquer restrição ou preferência legal na contratação de treinador

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2015

PROJETO DE LEI Nº DE 2015 PROJETO DE LEI Nº DE 2015 Incluir Sinais de Tvs a Cabo ao 3º do art. 155, do Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Inclua-se sinais de Tvs à cabo ao 3º,

Leia mais

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de constitucionalidade Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: há diversas modalidades de controle de constitucionalidade previstas no direito brasileiro.

Leia mais

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PEÇA D E S P A C H O 1. Autue-se o Auto de Prisão em Flagrante; 2. Dê-se o recibo de preso ao condutor; 3. Autue-se o Auto de Apresentação

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL COMPETÊNCIAS

DIREITO PROCESSUAL PENAL COMPETÊNCIAS DIREITO PROCESSUAL PENAL COMPETÊNCIAS Atualizado em 03/11/2015 4. Competência Material Ratione Materiae: Divide-se em competência da Justiça Estadual, Federal, Eleitoral e Militar (não falamos da Justiça

Leia mais

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG. Como amplamente noticiado nestes últimos dias, o Supremo Tribunal Federal, em decisão

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 003 II. Aplicação da Lei Penal... 005 III. Teoria Geral do Crime... 020 IV. Concurso de Crime... 027 V. Teoria do Tipo... 034 VI. Ilicitude...

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Aspectos penais em tópicos sintéticos: QUEM É O FUNCIONÁRIO PÚBLICO OU EQUIPARADO?

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Aspectos penais em tópicos sintéticos: QUEM É O FUNCIONÁRIO PÚBLICO OU EQUIPARADO? Do que trata? * Crimes contra a administração pública, cometidos por funcionário público. QUEM É O FUNCIONÁRIO PÚBLICO OU EQUIPARADO? Considera-se funcionário público, para os efeitos penais (Conforme

Leia mais

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL CRISTIANE APARECIDA ROSA DIALUCE 1 GUILHERME JORGE DO CARMO SILVA 2 VÂNIA MARIA BEMFICA GUIMARÃES PINTO COELHO 3 RESUMO O presente estudo vem à lume apresentar

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 2.479 RIO DE JANEIRO RELATOR AUTOR(A/S)(ES) PROC.(A/S)(ES) RÉU(É)(S) PROC.(A/S)(ES) : MIN. ROBERTO BARROSO :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA :MINISTÉRIO PÚBLICO

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BELO HORIZONTE APELAÇÃO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BELO HORIZONTE APELAÇÃO EXMO.SR(a).DR(a). JUIZ(a) DE DIREITO DA 2 ª SECRETARIA CRIMINAL DO JUIZADO ESPECIAL DE BELO HORIZONTE -MG Réu: Autor: Ministério Público Processo n. APELAÇÃO O Ministério Público do Estado de Minas Gerais,

Leia mais

MANUAL TEÓRICO DAS TABELAS PROCESSUAIS UNIFICADAS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Diretoria de Modernização Judiciária

MANUAL TEÓRICO DAS TABELAS PROCESSUAIS UNIFICADAS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Diretoria de Modernização Judiciária MANUAL TEÓRICO DAS TABELAS PROCESSUAIS UNIFICADAS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Diretoria de Modernização Judiciária Aracaju, 29 de agosto de 2008 1 1 APRESENTAÇÃO Este Manual tem por escopo apresentar

Leia mais

NORMA PENAL EM BRANCO

NORMA PENAL EM BRANCO NORMA PENAL EM BRANCO DIREITO PENAL 4º SEMESTRE PROFESSORA PAOLA JULIEN OLIVEIRA DOS SANTOS ESPECIALISTA EM PROCESSO. MACAPÁ 2011 1 NORMAS PENAIS EM BRANCO 1. Conceito. Leis penais completas são as que

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL PODER LEGISLATIVO

DIREITO CONSTITUCIONAL PODER LEGISLATIVO DIREITO CONSTITUCIONAL PODER LEGISLATIVO Atualizado em 03/11/2015 PODER LEGISLATIVO No plano federal temos o Congresso Nacional composto por duas casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). No âmbito

Leia mais

INTERVENÇÃO FEDERAL ARTIGO 34 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

INTERVENÇÃO FEDERAL ARTIGO 34 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL INTERVENÇÃO FEDERAL ARTIGO 34 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL É o ato de intervir (tomar parte), toda vez que a ação de um Estado- Membro perturbe o sistema constitucional federativo ou provoque grave anormalidade

Leia mais

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO FALANDO SOBRE NEXO EPIDEMIOLOGICO Um dos objetivos do CPNEWS é tratar de assuntos da área de Segurança e Medicina do Trabalho de forma simples de tal forma que seja possível a qualquer pessoa compreender

Leia mais

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Leia mais

Outrossim, ficou assim formatado o dispositivo do voto do Mn. Fux:

Outrossim, ficou assim formatado o dispositivo do voto do Mn. Fux: QUESTÃO DE ORDEM Nos termos do art. 131 e seguintes do Regimento do Congresso Nacional, venho propor a presente QUESTÃO DE ORDEM, consoante fatos e fundamentos a seguir expostos: O Congresso Nacional (CN)

Leia mais

NOTA TÉCNICA JURÍDICA

NOTA TÉCNICA JURÍDICA 1 NOTA TÉCNICA JURÍDICA Obrigatoriedade de dispensa motivada. Decisão STF RE 589998 Repercussão geral. Aplicação para as sociedades de economia mista e empresas Públicas. Caso do BANCO DO BRASIL e CAIXA

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 3.405, DE 1997 (apensados os de nºs 2.204/1999, 3.503/2008 e 5.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 3.405, DE 1997 (apensados os de nºs 2.204/1999, 3.503/2008 e 5. Autor: Dep. Celso Russomanno Relator: Dep. Ricardo Tripoli COMPLEMENTAÇÃO DE VOTO EM SEPARADO Li, com bastante atenção, o bem elaborado voto do Relator, Dep. RICARDO TRÍPOLI, que buscou dar ao tema tratado

Leia mais

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Como se sabe, a legislação vigente prevê uma série de limitações referentes à realização de despesas em ano eleitoral, as quais serão a seguir

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal Iv 2 ROUBO 3 - Roubo Qualificado/Latrocínio 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de

Leia mais

PARECERES JURÍDICOS. Para ilustrar algumas questões já analisadas, citamos abaixo apenas as ementas de Pareceres encomendados:

PARECERES JURÍDICOS. Para ilustrar algumas questões já analisadas, citamos abaixo apenas as ementas de Pareceres encomendados: PARECERES JURÍDICOS Partindo das diversas obras escritas pelo Prof.Dr. AURY LOPES JR., passamos a oferecer um produto diferenciado para os colegas Advogados de todo o Brasil: a elaboração de Pareceres

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS Cácito Augusto Advogado I INTRODUÇÃO Após quatro anos de vigência do Novo Código Civil brasileiro, que

Leia mais

ROTEIRO DE AULA TEORIA GERAL DAS PRISÕES CAUTELARES.

ROTEIRO DE AULA TEORIA GERAL DAS PRISÕES CAUTELARES. CURSO DIREITO DISCIPLINA PROCESSO PENAL II SEMESTRE 7º Turma 2015.1 ROTEIRO DE AULA TEORIA GERAL DAS PRISÕES CAUTELARES. 1. DO CONCEITO DE PRISAO A definição da expressão prisão para fins processuais.

Leia mais

Espelho Penal Peça. Endereçamento correto da interposição 1ª Vara Criminal do Município X 0 / 0,25

Espelho Penal Peça. Endereçamento correto da interposição 1ª Vara Criminal do Município X 0 / 0,25 Espelho Penal Peça O examinando deve redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I, do Código de Processo Penal. A petição de interposição deve ser endereçada ao juiz de direito da 1ª vara criminal

Leia mais

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Quanto à fonte: a) Alimentos legais: fixados pela lei, fundamentados no direito de família, decorrentes do casamento, ou união estável ou da relação de parentesco

Leia mais

A importância da Senha. Mas por que as senhas existem?

A importância da Senha. Mas por que as senhas existem? 1 A importância da Senha Atualmente a quantidade de sistemas (Bancos, E-mail, Intranet, Rede Local etc) que precisamos utilizar no dia-a-dia é extremamente grande e ao mesmo tempo acaba sendo um tanto

Leia mais

Interessado: Conselho e Administração do Condomínio. Data: 17 de Agosto de 2007. Processo: 01/2007

Interessado: Conselho e Administração do Condomínio. Data: 17 de Agosto de 2007. Processo: 01/2007 Interessado: Conselho e Administração do Condomínio. Data: 17 de Agosto de 2007. Processo: 01/2007 Atribuição de multa aos condôminos infratores. Modo de aplicação. Eficácia da multa. O Senhor Síndico,

Leia mais

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF)

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) Prof. Alberto Alves www.editoraferreira.com.br O art. 149, caput, da Lei Maior prescreve a possibilidade de a União instituir Contribuições

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 300.092 - DF (2001/0005267-3) RELATÓRIO EXMO. SR. MINISTRO VICENTE LEAL(Relator): Eldo Pereira Lopes, por possuir condenação anterior por crime contra a pessoa e contra o patrimônio,

Leia mais

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início.

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 08 Professora: Ana Paula Vieira de Carvalho Monitora: Mariana Simas de Oliveira AULA 08 CONTEÚDO DA AULA: Teorias da (cont). Teoria social

Leia mais

Tribunal de Justiça do Distrito Federal

Tribunal de Justiça do Distrito Federal Tribunal de Justiça do Distrito Federal Circunscrição :4 - GAMA Processo :2011.04.1.003085-4 Vara : 11 - TRIBUNAL DO JÚRI E VARA DOS DELITOS DE TRÂNSITO DO GAMA Autos nº: 2011.04.1.003085-4 AUTORA: JUSTIÇA

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Dois pais e uma mãe: É possível registrar? Rafael D'Ávila Barros Pereira * No dia 09/04/08, no capítulo da novela "Duas Caras", da Rede Globo, foi apresentada uma situação, se não

Leia mais

Direito Penal. Prof. Davi André Costa TEORIA GERAL DO CRIME

Direito Penal. Prof. Davi André Costa TEORIA GERAL DO CRIME TEORIA GERAL DO CRIME 1. Conceito de infração penal: a) Unitário (monista): infração penal é expressão sinônima de crime. Adotado pelo Código Penal do Império (1830). b) Bipartido (dualista ou dicotômico):

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO

DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO SUMÁRIO 1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2. TEORIA DA EMPRESA 3. ATIVIDADE EMPRESARIAL 4. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 5. ATIVIDADE RURAL 6. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL REGULAR X

Leia mais

DISCIPLINA: DIREITO PENAL

DISCIPLINA: DIREITO PENAL ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DISCIPLINA: DIREITO PENAL QUESTÃO Nº 109 Protocolo: 11913003657-0 Não existe qualquer erro material na questão. Nada a ser alterado. O recorrente

Leia mais

O art. 96, III da CF prevê o foro por prerrogativa de função dos membros do MP, incluindo os Promotores e Procuradores de Justiça.

O art. 96, III da CF prevê o foro por prerrogativa de função dos membros do MP, incluindo os Promotores e Procuradores de Justiça. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 11 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Foro por Prerrogativa de Função; Conexão e Continência. 3.5 Foro por Prerrogativa de Função: b) Juízes

Leia mais

PROJETO DE LEI N o 6.622, DE 2013 (Apenso o Projeto de Lei nº 7.490, de 2014)

PROJETO DE LEI N o 6.622, DE 2013 (Apenso o Projeto de Lei nº 7.490, de 2014) COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI N o 6.622, DE 2013 (Apenso o Projeto de Lei nº 7.490, de 2014) Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) para tipificar

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 5171, DE 2001

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 5171, DE 2001 COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 5171, DE 2001 Modifica o Decreto-lei 3689, de 3 de outubro de 1941 Código de Processo Penal tornando da competência do júri os crimes que

Leia mais

DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA

DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA O Princípio da Territorialidade Temperada informa a aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no território nacional I, mas não é absoluta, admitindo

Leia mais

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 Marcela Furtado Calixto 1 Resumo: O presente artigo visa discutir a teoria

Leia mais

JURISPRUDÊNCIA FAVORÁVEL:

JURISPRUDÊNCIA FAVORÁVEL: TRF 2 COMPETÊNCIA PENAL - PROCESSO PENAL - DECISÃO QUE REJEITA EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - INEXISTÊNCIA DE RECURSO - APELAÇÃO CRIMINAL NÃO CONHECIDA - PEDIDO RECEBIDO COMO HABEAS CORPUS - REDUÇÃO À CONDIÇÃO

Leia mais

NÚMERO DE SÉRIE DE MERCADORIAS NA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO

NÚMERO DE SÉRIE DE MERCADORIAS NA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO NÚMERO DE SÉRIE DE MERCADORIAS NA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO Colaboração: Domingos de Torre 11.11.2014 Há entendimento no seio da RFB (algumas unidades aduaneiras) de que o importador deverá informar o número

Leia mais

LEI PENAL X NORMA PENAL VIGÊNCIA A PERSECUÇÃO PENAL. -A persecução penal no Brasil é dividia em 5 fases: LEIS PENAIS INCOMPLETAS

LEI PENAL X NORMA PENAL VIGÊNCIA A PERSECUÇÃO PENAL. -A persecução penal no Brasil é dividia em 5 fases: LEIS PENAIS INCOMPLETAS 1 DIREITO PENAL PONTO 1: LEI PENAL X NORMA PENAL PONTO 2: VIGÊNCIA PONTO 3: FASES DA PERSECUÇÃO PENAL PONTO 4: LEIS PENAIS INCOMPLETAS PONTO 5: APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO PONTO 6: LEIS INTERMINTENTES

Leia mais

JORNADA DE TRABALHO/PONTO ELETRÔNICO

JORNADA DE TRABALHO/PONTO ELETRÔNICO JORNADA DE TRABALHO/PONTO ELETRÔNICO 1 O art. 19 da Lei nº 8.112/90, com a redação dada pela Lei nº 8.270/91, estabelece que os servidores públicos deverão cumprir jornada de trabalho fixada em razão das

Leia mais

2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa

2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa 2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa classificação, entretanto, apresentaremos a seguir aquela que

Leia mais

MATERIAL DE AULA LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.

MATERIAL DE AULA LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. MATERIAL DE AULA I) Ementa da aula Interceptação Telefônica. II) Legislação correlata LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 3.962, DE 2012 Altera e inclui dispositivos na Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994, e no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940,

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br O Estatuto do idoso em Benefício do Réu. Roberto Dantes Schuman de Paula * DA NOVATIO LEGIS IN PEJUS Em outubro de 2003 a ordem jurídica foi inovada com o advento da lei 10741/03,

Leia mais

ACIDENTES DE TRABALHO

ACIDENTES DE TRABALHO ACIDENTES DE TRABALHO CONCEITOS - PROCEDIMENTOS INTERNOS - Divisão Administrativa Serviço de Segurança e Higiene no Trabalho Índice CÂMARA Nota Prévia...2 1. Legislação Aplicável...2 2. Âmbito...3 3. Conceitos...3

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Furto de aparelho de som instalado em automóvel. 1. Problema jurídico Edison Miguel da Silva Jr. Ao quebrar o vidro do automóvel subtraindo apenas o aparelho de som nele instalado,

Leia mais

RESUMIDAMENTE ESTAS SÃO AS DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS:

RESUMIDAMENTE ESTAS SÃO AS DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS: DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Não existe posicionamento formal de nosso Supremo Tribunal Federal acerca da quantidade de espécies tributárias vigentes hoje em dia, alguns autores

Leia mais

MPE Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo e no Espaço Emerson Castelo Branco

MPE Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo e no Espaço Emerson Castelo Branco MPE Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo e no Espaço Emerson Castelo Branco 2013 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO

Leia mais

PARECER Nº, DE 2008. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS VALADARES I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2008. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS VALADARES I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2008 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, sobre o Projeto de Lei do Senado nº 370, de 2008, do senador Papaléo Paes, que altera o Código Penal, para incluir o crime de induzir

Leia mais

COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS

COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA ASSUNTO COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS QUESTÃO A autarquia pretende que a CCDR LVT se pronuncie relativamente à possibilidade de existência

Leia mais

O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E OS INSTITUTOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA NO ART. 40 DO REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E OS INSTITUTOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA NO ART. 40 DO REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MILITAR DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR MARCELO VITUZZO PERCIANI O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E OS INSTITUTOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA NO

Leia mais

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO PARECER N, DE 2009 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, em decisão terminativa, sobre o PLS n 260, de 2003, de autoria do Senador Arthur Virgílio, que altera art. 13 da Lei nº 8.620, de 5

Leia mais

Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010

Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010 Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010 * Rodrigo Corrêa da Costa Oliveira 1. INTRODUÇÃO A contratação de Agências de Propaganda pela Administração Pública sempre se pautou pela Lei Geral

Leia mais

Direito Penal III. Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE. 2.3.1 Introdução

Direito Penal III. Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE. 2.3.1 Introdução Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 2.3.1 Introdução a) Crime de perigo os da periclitação da vida e da saúde são denominados como crimes de perigo, cuja consumação se dá com a exposição

Leia mais