UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Curso de Graduação em Enfermagem Liga de Enfermagem em Neurologia. A Percepção da Dor
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- Jorge Mendonça Tavares
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Curso de Graduação em Enfermagem Liga de Enfermagem em Neurologia A Percepção da Dor Av. Pará n 1720, Bloco 2A sala 2A 01 Campus Umuarama CEP: Uberlândia MG (34) mail:ligaenfneuro@yahoo.com.brligaenfneuro@yahoo.com.br
2 Introdução A Dor é, uma submodalidade da sensação somática ligada ao tato, pressão e propriocepção e tem uma função importante: Ela alerta sobre os danos que devem ser evitados e tratados. (mamanuneskoinonia.blogspot.com)
3 ( m/2009/03/cefaleia1.jpg) A dor pode ser: Persistente ou Crônica; Existem três classes de nociceptores: 1-Nociceptores Térmicos, 2-Nociceptores Mecânicos 3-Nociceptores Polimodais
4 A Informação Nociceptiva é transmitida da Medula Espinal ao Tálamo e Córtex Cerebral ao longo de Cinco Vias Ascendentes Trato Espinotalâmico: Formado por axônios de neurônios nociceptivos e neurônios de amplo espectro nas lâminas I e V VII do corno dorsal. Trato Espinorreticular: Composto por axônios dos neurônios das lâminas VII e VIII. Trato Espinomesencefálico: Composto por axônios dos neurônios das lâminas I e V. Trato Cervicotalâmico: Se origina de neurônios do núcleo cervical lateral, localizado na substância branca lateral dos dois segmentos cervicais superiores da medula espinal. Trato Espino hipotalâmico: Axônios de neurônios da lâmina I, V e VIII.
5 Núcleos Talâmicos retransmitem a informação aferente para o Cótex Cerebral Vários núcleos do tálamo processam a informação nociceptiva. Dois desses núcleos são particularmente importantes: Grupo Nuclear Lateral: Composto pelos núcleos ventroposterior medial, ventroposterior lateral e pelo núcleo posterior. Recebem aferências através do Trato Espinotalâmico. Lesões do trato espinotalâmico e seus alvos causa uma dor grave denominada de Dor Central. Grupo Nuclear Medial: Consiste no núcleo lateral central do tálamo e do complexo intralaminar. A sua principal aferência é originada deneurônios das lâminasvii e VIII do corno dorsal
6 O Córtex Cerebral Contribui para o Processamento da Dor ( nervoso/cerebro/cerebro_2.html ) Neurônios de muitas regiões do Córtex cerebral respondem seletivamente à entrada de informação nociceptiva. Alguns desses neurônios estão localizados no córtex somatossensório e têm campos receptivos pequenos, não podendo assim contribuir para dores difusas. Existem outras duas regiões do córtex envolvidas na resposta a nocicepção: O Giro do Cíngulo e o Córtex Insular.
7 A Dor pode ser controlada por Mecanismos Centrais O Encéfalo possui circuitos modulatórios cuja função principal é a de regular a percepção da dor. O Sítio inicial da modulação é a medula espinal, onde as inter - conexões entre vias Aferentes Nociceptivas e Não Nociceptivas podem controlar a transmissão da informação nociceptiva para centros superiores no encéfalo. ( rdpress.com/2007/10/medula1.jpg)
8 Teoria da Comporta Formulada em Fornece uma base neurofisiológica para a observação de que um estímulo vibratório, que ativa seletivamente fibras aferentes de grande diâmetro, pode reduzir a dor. É a base lógica para o uso da estimulação elétrica transcutânea (TENS) e da estimulação da coluna dorsal para o alívio da dor A área do corpo em que a dor é regulada está ligada anatomicamente aos segmentos da medula espinal onde aferências nociceptivas e não nociceptivas terminam. Sendo assim esse mecanismo de analgesia topograficamente específico.
9 A Estimulação Elétrica Direta do Encéfalo produz Analgesia A estimulação da região da substância cinzenta periaquedural, a substância cinzenta que circunda o terceiro ventrículo e o aqueduto cerebral, produz uma analgesia profunda e seletiva. Essa estimulação também bloqueia reflexos de retirada mediados pela medula espinal que são geralmente provocados por estímulos nocivos. ( orpo)
10 A estimulação do Bulbo retroventral inibe neurônios do corno dorsal, inclusive neurônios do trato espinotalâmico que respondem à estimulação nociceptiva. Outros sistemas inibitórios descendentes que inibem as atividades dos neurônios nociceptivos do corno dorsal originam se em neurônios noradrenérgicos do Locus ceruleus e em outros núcleos do bulbo e ponte. (
11 Analgesia induzida por Opióides envolve as mesmas vias que a Analgesia produzida por Estimulação Desde a descoberta do ópio da papoula, sabe-se queosopióides, como a morfina e a codeína, são agentes analgésicos eficientes. A analgesia induzida pela morfina é bloqueada pela injeção do antagonista opióide nalaxone, tanto na região da substância cinzenta periaquedural quanto no núcleo serotonérgico magno da rafe. A Transecção bilateral do funículo lateral dorsal na medula espinal bloqueia tanto a analgesia induzida por estimulação quanto a analgesia induzida pela morfina. (
12 A Ativação de Receptores Opióides pela Morfina Controla a Dor O Corno Dorsal tem uma alta concentração de receptores opióides e a administração de morfina inibe o disparo dos neurônios do Corno Dorsal responsivos a estímulos nociceptivos. A Injeção intratecal ou epidural de morfina no fluido cerebroespinal do espaço subaracnóide da medula espinal produz uma analgesia profunda e prolongada. A morfina atua mimetizando as ações dos opióides endógenos nesta região. (capitalideas.medicalillustration.com/imagesco )
13 Os receptores opióides não estão restritos ao terminal central das fibras aferentes primárias, mas também estão localizados nos terminais periféricos na pele, articulações e músculos.
14 A Tolerância e a Dependência a Opióides são fenômenos distintos Dois principais problemas estão associados ao uso da morfina: a Tolerância e a Dependência. A tolerância adquirida é diferente do vício, que se refere a uma dependência pscicológica. Tem sido proposto que a tolerância é o resultado do desacoplamento do receptor opióide da sua proteína G associada. O naxolone que se liga ao receptor opióide, pode precipitar sintomas de abstinência em indivíduos com tolerância
15 O Estresse induz analgesia através de mecanismos opióides e não opióides Alguns exemplos de analgesia induzida por estresse são sensíveis ao bloqueio dos receptores opióides pelo naxolone enquanto outros não. O naxolone administrado sozinho não causa dor, mas pode aumentar significamente a percepção da intensidade de uma dor clínica prolongada. Existe uma evidencia ilustrativa da analgesia induzida pelo estresse em humanos. Exemplos: soldados feridos e atletas machucados.
16 Conclusão Podemos concluir que o equilíbrio da atividade em fibras de pequeno e grande diâmetros é importante na transmissão da informação dolorosa. A descoberta experimental de que a estimulação de sítios específicos no tronco encefálico produz analgesia profunda. Opióides aplicados diretamente na medula espinal exercem efeitos analgésicos potentes. Sendo assim, obtivemos bases mais lógicas para terapias com drogas em várias síndromes dolorosas.
17 Cuidados de Enfermagem O enfermeiro é o profissional da área da saúde que permanece mais tempo junto ao paciente com dor, portanto, tem a oportunidade de contribuir muito para aumentar o conforto do paciente e aliviar sua dor, através de cuidados especiais oferecidos para o conforto do paciente, de modo que ele possa desenvolver sua capacidade funcional e sobreviver sem dor. O enfermeiro deve acreditar quando o paciente diz estar com dor. (
18 A avaliação da enfermagem é feita através dos seguintes aspectos: a) Determinação da dor: Aguda ou Crônica; b) Atitudes do paciente; c) Identificação de fatores que influenciam a dor e a resposta do paciente a ela. Esta avaliação proporciona ao enfermeiro a realização de um planejamento de enfermagem, voltado para a melhoria dos sintomas. (sobreendo.blogspot.com)
19 Avaliações e Intervenções de Enfermagem 1. Avaliar o tipo de dor do paciente: localização, duração, qualidade e influência nas atividades do cotidiano; 2. Usar uma escala de intensidade da dor que vai de 0 (ausência de dor) a 10 (pior dor possível). Obter uma investigação cuidadosa dos medicamentos já utilizados e atuais, a resposta e os efeitos colaterais destes; 3. Explorar intervenções para a dor que tenham sido usadas e sua eficácia. Correlacionar a dor e sua intensidade ao analgésico prescrito; 4. Os analgésicos poderão ir diminuindo a partir do momento que se associa ao tratamento. Exemplo: quimioterapia e radioterapia; 5. Intervir a fim de minimizar os riscos de ocorrência, gravidade e complicações da dor; 6. Usar medidas alternativas para alívio, como: construção de imagem, relaxamento e biofeedback;
20 7. Incentivar medidas que promovam o relaxamento: massagem superficial, compressiva ou vibratória; 8. Transmitir a sensação de que a dor do paciente é compreendida e que pode ser controlada; 9. Promover o conforto físico através de camas, protetores de colchões, aparelhos de apoio e demais equipamentos necessários; 10. Procurar ajudar paciente, familiares e equipe médica em relação à necessidade de apoio para controlar a doença; 11. Buscar ajuda de religiosos (quando o paciente professar uma determinada religião e for receptivo); 12. Controlar estímulos ambientais que possam prejudicar o paciente, tais como: barulho, calor, luz etc., evitando bater portas ao entrar ou sair do quarto ou enfermaria e controlando o volume da própria voz ao falar com o paciente;
21 13. Incentivar ajuda de um especialista, nos casos de dor intratável; 14. Ajudar o paciente a imaginar que está se livrando da dor, sempre que expira lentamente; 15. Esclarecer o paciente sobre as medidas tomadas a fim de reduzir e eliminar sua dor; 16. Estimular medidas relacionadas à terapia ocupacional, leituras, televisão, música e, se possível, trabalho com argila, aquarela, crochê, tricô; 17. Comprometer-se com o paciente a não abandoná-lo, caso a dor persista, continuando a buscar alternativas para controlá-la; 18. Usar técnicas que ajudem no relaxamento, evitando fadiga, promovendo a descontração do músculo esquelético, que reduz a intensidade da dor ou aumenta a tolerância à ela; 19. Sempre que possível, usar a via oral para administração dos medicamentos, evitando a via IM; 20.Administrar analgésicos previamente, antes do ressurgimento dos sintomas da dor, a fim de evitar dor severa; 21. Solicitar ajuda de outros profissionais da saúde, caso apareça dor em outras regiões do corpo, ou mesmo o aumento desta;
22 22.Orientar quanto aos métodos de administração dos medicamentos, determinados pelo pico de ação e duração do medicamento no organismo, conforme necessidade do paciente e a prescrição médica; 23. Observar e orientar o paciente a respeito dos efeitos colaterais dos medicamentos de controle da dor, tais como, constipação, náuseas e tolerância aos remédios; a fim de preveni-los e minimizá-los; 24. Sugerir combinações de medicamentos narcóticos e nãonarcóticos; 25. Entrar em contato com profissionais de saúde que fazem uso de métodos não farmacológicos no alívio da dor; 26. Qualquer alteração de resposta ao esquema de controle da dor - tal como nível de consciência, depressão respiratória (menor que oito inspirações/minuto), constipação, vômitos incontroláveis e retenção urinária - deve ser imediatamente comunicada ao médico assistente; 27. Medicações analgésicas devem ser administradas em horários padronizados e não apenas em momentos de crise;
23 28. Procurar proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida, fornecendo condições de um sono tranqüilo, aliviando sua dor, controlando o emocional e o fluxo de visitas; 29. Manter o paciente em posição confortável, mudar decúbito sempre que necessário, dar banhos de aspersão ou leito, trocas diárias de curativo, cuidados com higiene oral e monitorização de sinais vitais; 30. Observar sentimentos de tristeza, irritabilidade, medo, ansiedade e solidão, buscando subsídios para compreender o estado emocional do paciente e possibilitar-lhe apoio; 31. O trabalho de assistência ao paciente com dor envolve uma equipe multidisciplinar composta por assistente social, psicólogo, nutricionistas, médicos e enfermeiros empenhados em acompanhar, orientar, instruir, medicar e alimentar o paciente e oferecendo suporte para aumentar a sua sobrevida com qualidade. (
24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Akil H, Watson SJ, Young E, Lewis ME, Khachaturian H, Walker JM Baumann TK, Simone DA, Shain CN, LaMotte RH Neurogenic hyperalgesia. The search for the primary cutaneous afferent fibers that contribute to capsaicin induced pain and hyperalgesia. SOFAER, Beatrice. Dor: manual prático. 2. ed. Rio de Janeiro: RevinteR, Manual de condutas diagnósticas e terapâuticas em oncologia/apresentação de Luiz Paulo Kowalski...et al.; prefácio de Ricardo Renzo Brentami. São Paulo: Âmbito Editores, NETTINA, Sandra M. Prática de enfermagem. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, SILVA, Rosilda Veríssimo; FORKERT, Elsie C. O.... et al. Grupo de assistência em dor aguda do Hospital Sírio Libanês. Nursing: Revista Técnica de Enfermagem. v. 2, n. 8, p , jan
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