SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA E DA DEFESA NACIONAL

Transcrição

1 INTERVENÇÃO DA SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA E DA DEFESA NACIONAL BERTA DE MELO CABRAL Assinatura de Protocolo entre a AED-Associação Nacional de Aeronáutica, Espaço e Defesa e a Fundación Hélice Sevilha, Fundación Hélice, 26 de maio de 2015 Só serão válidas as palavras proferidas pela oradora

2 2 Senhor Presidente da Fundación Hélice Senhor Presidente da AED Senhores Empresários Espanhóis e Portugueses Entidades Civis e Militares Ilustres Convidados Minhas Senhoras e meus Senhores, O Ministério da Defesa Nacional tem feito um grande esforço para estimular o crescimento da indústria de defesa portuguesa, consciente dos efeitos positivos que este sector pode ter em numerosas áreas de atividade a ele associadas. Ao acompanhar esta visita de empresários portugueses, como Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional pretendo dar mais um sinal do envolvimento do nosso Ministério nesta cruzada da internacionalização da indústria de defesa portuguesa, em particular do emergente sector aeronáutico e aeroespacial, onde já existem empresas com significativo know how. Portugal tem um conjunto diversificado de competências no sector aeronáutico que vão desde os revestimentos do interior de aviões em cortiça até sofisticados sistemas tecnológicos para monitorizar sistemas críticos, passando pelo fabrico de aviões não tripulados (UAV) e o desenvolvimento de aeroestruturas. Estas competências estão reconhecidas pelos maiores players da indústria, incluindo a própria Agência Espacial Europeia.

3 3 Entre outros, o sector aeronáutico português foi capaz de dar vida ao projeto LIFE, que torna os interiores dos aviões mais leves, ecológicos e confortáveis. Quase 100 anos depois de ter oferecido ao mundo o Sextante, Portugal continua a gerar novos e sofisticados produtos para o sector da aviação. Temos no sector das indústrias de defesa mais de uma centena de empresas que empregam 20 mil colaboradores e uma faturação na ordem dos 1,7 mil milhões de euros, 88 por cento dos quais resultam de exportação. Muitas destas empresas apenas aguardam a oportunidade certa para poderem revelar todo o seu enorme potencial. Temos a convicção de que este passo agora dado com a assinatura do protocolo poderá resultar no estabelecimento de parcerias com empresas do cluster de Sevilha, iniciando uma cooperação de terá inegáveis benefícios para ambas as partes. Sem perda de identidade de cada lado da fronteira, é possível construir um cluster de indústrias do espaço com dimensão ibérica e fazer dele uma relação win-win para espanhóis e portugueses. Existem capacidades complementares em Portugal e em Espanha e, acima de tudo, existem relações privilegiadas de cada um dos nossos países com diferentes mercados. Portugal e o seu Governo estão disponíveis para ajudar a abrir portas às empresas nacionais e suas associadas em todo o universo da lusofonia, sobretudo em África e na América do Sul,

4 4 onde também esperamos reciprocidade do Governo Espanhol relativamente aos espaços da hispanidade. O Governo Português, e em particular o Ministro da Defesa Nacional e eu própria, tem desenvolvimento diversas ações de promoção das indústrias portuguesas pelo mundo, pois sabemos que os negócios na área da defesa dependem bastante da chancela institucional dos Estados. Nunca recusámos este apoio, tal como estamos disponíveis para facilitar a coordenação de operações conjuntas com nuestros hermanos espanhóis, com quem partilhamos uma cultura semelhante e com quem gostaríamos de aprofundar as relações de vizinhança. O relacionamento entre Estados é bom, com se tem verificado nas reuniões da Comissão Luso-espanhola de Segurança e Defesa (CLESD), que tem mais uma edição agendada já para o próximo mês. Está na hora de estender esta cooperação às empresas que operam dos dois lados na nossa fronteira. Internamente, em Portugal, temos investido bastante na divulgação de oportunidades para as empresas que, mesmo quando ainda não integrem formalmente o universo das indústrias da defesa, podem contribuir de alguma forma para dar escala a este sector muito significativo de qualquer economia. Ganhar dimensão é muito importante nesta fase, até porque os nossos competidores diretos do aeroespacial e da aeronáutica são normalmente gigantes no cenário internacional.

5 5 É preciso atuar com inteligência e determinação, escolhendo bem as parcerias, fazendo as apostas certas e evitando a duplicação de recursos que podem estar acessíveis mesmo ao nosso lado. A idd Plataforma das Indústrias de Defesa Nacionais foi criada para promover as empresas portuguesas ligadas ao sector da Aeronáutica, Segurança e Defesa e tem em marcha um roadshow por todo o país, não só para ajudar estas empresas a encontrarem oportunidades em mercados estratégicos ou convidá-las a participarem em missões no exterior como também para promover o intercâmbio entre elas. A equipa do Eng.º Eduardo Filipe, a quem aproveito para saudar pelo esforço desenvolvido no sentido da internacionalização das empresas da Base Tecnológica da Indústria de Defesa portuguesa, tem apoiado importantes ações nesse sentido. Na mesma linha surge a assinatura deste protocolo entre a AED e a Fundación Hélice, entidades com especiais responsabilidades no que respeita à aviação. Faço votos que o acordo agora rubricado entre a AED Associação Nacional de Aeronáutica, Espaço e Defesa e a Fundación Hélice venha a ser recordado como o passo decisivo para o incremento de acordos bilaterais, com vista a tornar as nossas empresas mais robustas e capazes de competir num mercado cada vez mais global. Não posso deixar de registar com muita satisfação a disponibilidade de ambas as partes para se constituírem como motores da divulgação das capacidades, recursos e oportunidades que existem tanto aqui na Andaluzia como em Portugal.

6 6 A todos, espanhóis e portugueses, desejo bom trabalho e bons negócios.