Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, 14 de maio de 2015

Transcrição

1 INTERVENÇÃO DA SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA E DA DEFESA NACIONAL BERTA DE MELO CABRAL Sessão Solene do Dia do Município de Mafra Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, 14 de maio de 2015 Só serão válidas as palavras proferidas pela oradora

2 2 Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Mafra, Eng.º Hélder Sousa Silva Exmo. Senhor Chefe do Estado-Maior-General da Forças Armadas, General Pina Monteiro Senhor Secretário de Estado da Cultura, Dr. Jorge Barreto Xavier Ex.ª Reverendíssima D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa Senhor Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, Tenente-General António Noé Agostinho Senhor Comandante da Escola das Armas, Coronel Morgado Batista Senhor Diretor do Palácio Nacional de Mafra, Dr. Mário Pereira Senhores Autarcas Restantes Autoridades Civis, Militares e Religiosas Ilustres Convidados Minhas Senhoras e meus Senhores, Hoje é um dia de grande satisfação para o Município de Mafra, que faz da Quinta-Feira da Ascensão o seu Dia e Feriado Municipal. Temos de recuar à pré-história para encontrar as origens de Mafra. O primeiro foral foi-lhe concedido ainda no século XII, o mesmo em que se fundou a nossa nacionalidade.

3 3 No entanto, foi à custa do palácio-convento onde nos encontramos que Mafra alcançou a tão grande e justa fama que extravasa as fronteiras de Portugal. A mais grandiosa obra do barroco português, construída no século XVIII por ordem de D. João V, é indissociável da história desta vila emblemática e de toda esta região. De igual modo, a presença dos militares desde a construção do Monumento tem sido absolutamente decisiva para a configuração de Mafra. Mesmo nos últimos 20 anos, quando as acessibilidades rodoviárias fizeram duplicar a população do concelho de Mafra, os militares continuaram a contribuir decisivamente para o ambiente humano da Vila e arredores. O registo da ocupação do Convento por militares já tem 175 anos. Foi em 1840 e, ainda no século XIX, aqui esteve instalado o Real Colégio Militar em dois períodos. A criação da Escola Prática de Infantaria e Cavalaria, em 1887, e, no ano seguinte, a construção da Tapada de Mafra e da carreira de tiro frequentada por D. Carlos também acabaram por se revelar factos marcantes na história da Vila de Mafra. Já na segunda metade do século XX, a Escola Militar de Equitação e o Centro Militar de Educação Física, Equitação e Desportos assumiram-se como projetos de extraordinária dimensão, a ponto de, ainda hoje, esta escola ser uma referência internacional na arte equestre, procurada por militares de vários continentes.

4 4 É desnecessário fazer um relato circunstanciado de todas as fortíssimas e ancestrais ligações do Município de Mafra aos militares, muito particularmente aos do Exército, para se compreender a importância da decisão e instalação aqui da Escola das Armas. Também não é necessário residir em Mafra para perceber o alcance social, económico e cultural que tem este órgão de base do Exército Português, que concebe e ministra cursos de formação e desenvolve projetos de investigação relacionados com artilharia, cavalaria, infantaria, engenharia e transmissões. Com um tão rico historial, é caso para dizer que Mafra merece a Escola das Armas e o Exército e o País só podem estar reconhecidos por esta secular hospitalidade. A presença dos militares em Mafra é uma perfeita simbiose que se materializa no desejo e na garantia de que, seguindo a vontade que existe em ambas as partes, a situação irá perdurar no tempo, com benefícios para o futuro de Mafra, das Forças Armadas e do País. Como ex-autarca de um município onde a presença militar também é muito significativa, sei bem o impacte que tem na comunidade o adequado aproveitamento das potencialidades que resultam desta presença. Os municípios dos nossos dias são centros impulsionadores do desenvolvimento e é na proatividade dos autarcas que reside grande parte da capacidade para influenciar o dia-a-dia das pessoas.

5 5 Por isso, é preciso agir, como tem feito o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Mafra, com proximidade às pessoas e às instituições, compreendendo os anseios coletivos e decidindo em conformidade com as oportunidades, aproveitando os contextos mais favoráveis. Minhas Senhoras e meus Senhores, A homenagem aos militares falecidos ao serviço da Pátria na I Guerra Mundial e na Guerra do Ultramar que a Câmara Municipal de Mafra promoverá daqui a pouco é um reconhecimento claro do papel importantíssimo que os militares assumem na vida do Município. Na continuidade do que foi feito pelos seus antecessores e por ele próprio enquanto vereador, demonstrando que esta não é uma relação de hoje nem de ontem, o senhor Presidente da Câmara dá mais uma prova de que tem a perfeita noção do alcance e profundidade da ligação maternal de Mafra aos militares. O Ministério da Defesa Nacional está-lhe reconhecido por este momento que estende a Mafra, de forma muito sentida, as Evocações do Centenário da Grande Guerra, em curso por todo o País desde o ano passado. Aliás, o Senhor Eng.º Hélder Silva distinto ex-militar tem sido um insigne contribuinte para o cumprimento da missão do Ministério da Defesa Nacional, justificando o agraciamento com a Medalha da Defesa Nacional de 1.ª Classe que lhe foi recentemente atribuída, em fevereiro.

6 6 Como deputado e membro efetivo da Comissão de Defesa, o atual Presidente da Câmara de Mafra destacou-se com importantes contributos para o Conceito Estratégico de Defesa Nacional e na revisão das leis da Autoridade Aeronáutica Nacional e da Autoridade Marítima Nacional. Como autarca, tem sido um garante da interação entre a sociedade civil e a instituição militar, sobretudo com o Exército, através da Escola das Armas. É em consequência da ação visionária do presidente da Câmara de Mafra que o conjunto patrimonial formado pelo Palácio, pelo Convento e pela Tapada pode almejar a inscrição na lista do Património Mundial da UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization). Como não podia deixar de ser, o Governo de Portugal, tal como o Exército, tem apoiado sem reservas estas iniciativas que muito valorizam Mafra e Portugal no seu conjunto. É em resultado deste bom entendimento e trabalho profícuo que ainda hoje teremos oportunidade de assistir à inauguração do Parque de Estacionamento do Alto da Vela, um importante melhoramento para o espaço envolvente do Palácio, que terá efeitos positivos na organização dos fluxos de turistas e na própria qualidade de vida dos mafrenses. Se há um ano houve o acordo necessário para que tivesse sido construído este parque de estacionamento com mais de metros quadrados, já este ano foi possível ir ainda mais longe, concedendo à Câmara Municipal de Mafra a possibilidade de utilizar mais 15 mil metros quadrados com a finalidade de acomodar

7 7 condignamente as cada vez mais numerosas viaturas ligeiras e autocarros que diariamente chegam com turistas desejosos de apreciar este maravilhoso conjunto monumental. O parque de estacionamento do Alto da Vela é um melhoramento com reflexos imediatos na segurança e na circulação rodoviária mas também no ambiente e na preservação do monumento. Trata-se de mais um motivo de orgulho para a Vila de Mafra e razão para felicitarmos todos os mafrenses, na pessoa do seu presidente neste dia que é de festa. A presença militar e o turismo têm sido, inquestionavelmente, dois vetores decisivos do crescimento de Mafra. O que propomos é que se olhe de forma integrada para estes dois fenómenos e se trabalhe no sentido de desenvolver cada vez mais o segmento do Turismo Militar, com todos os benefícios que daí advirão para a economia, o emprego e o progresso social do Município de Mafra. Termino endereçando os meus parabéns a todos os que escolheram viver nesta bela Vila e no Município de Mafra, fazendo votos de que o futuro vos traga bem-estar, desenvolvimento e oportunidades, com os olhos postos nos mais jovens. Muito obrigado.