METODOLOGIA CIENTÍFICA PATRÍCIA ALVAREZ RUIZ

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1 METODOLOGIA CIENTÍFICA PATRÍCIA ALVAREZ RUIZ

2 Projeto de Pesquisa

3 Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Tudo é previsto no projeto de pesquisa Deve responder: o quê? porquê? para quê? para quem? onde? como? com quê? quanto? quando? quem? Deve ser detalhado e apresentar rigor e precisão metodológicos LAKATOS; MARCONI, 1991

4 ESTRUTURA DO PROJETO: Apresentação (Capa e folha de rosto) Sumário 1 Introdução 2 Revisão da literatura 3 Objetivos 4 Definição de termos SELLTIZ, 1965

5 ESTRUTURA DO PROJETO: 5 Hipóteses 6 Variáveis 7 Material e métodos 8 Cronograma 9 Orçamento 10 Referências SELLTIZ, 1965

6 APRESENTAÇÃO (QUEM?): Capa Nome da instituição Nome do autor Título (e subtítulo, se houver) Local e data LAKATOS; MARCONI, 1991

7 Modelo de capa INSTIUTIÇÃO AUTOR TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO BRASÍLIA ANO

8 APRESENTAÇÃO (QUEM?): Folha de rosto Nome do autor Título (e subtítulo, se houver) Natureza do trabalho Orientador Local e data LAKATOS; MARCONI, 1991

9 Modelo de folha de rosto AUTOR TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO Projeto de pesquisa entregue ao Curso de Especialização em xxxxxxxxxxxxx da Associação Brasileira de Odontologia, seção DF, como requisito parcial à obtenção do título de especialista. Orientador: Prof. Dr. Nome de Tal. BRASÍLIA ANO

10 SUMÁRIO Enumeração das principais divisões e/ou seções Deve seguir a mesma ordem em que o conteúdo aparece no texto e sua respectiva numeração, com a mesma apresentação tipográfica Elementos que o compõem: Indicativo numérico do capítulo ou seção Número da página inicial do capítulo

11 Modelo de sumário PESQUISA - PROJETO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA OBJETIVOS DEFINIÇÃO DE TERMOS HIPÓTESES VARIÁVEIS MATERIAL E MÉTODOS CRONGRAMA ORÇAMENTO REFERÊNCIAS...46

12 1 INTRODUÇÃO O QUE? COMO? POR QUE? PARA QUE? Abordar o problema proposto de forma clara Conceitos Justificar, destacando a importância e antecedentes do tema abordado Finalizar com a proposição do trabalho BULMAN, 1988; ESTRELA; SABINO, 2001

13 Modelo de Introdução 1 INTRODUÇÃO Por mais de cem anos, a guta-percha tem sido o material mais comumente usado para obturar o sistema de canais radiculares. Apesar de não ser o material ideal, ela preenche vários dos requisitos necessários de um bom material obturador dos canais radiculares, porém tem como desvantagem uma pobre habilidade de selamento, de modo que é necessário associá-la a um cimento visando um selamento mais efetivo (ESTRELA, 2004; WESSELINK, 2006). Atualmente, novos cimentos endodônticos têm sido desenvolvidos visando melhora da adesão à dentina e, conseqüentemente, do selamento apical, além de fortalecimento da raiz tratada endodonticamente. Esta melhora baseia-se na incorporação de monômeros resinosos ao cimento e associação de condicionamento das paredes dentinárias com adesivos próprios. Outras estratégias têm sido direcionadas para substitutos da guta-percha que, em associação com estes novos cimentos, se aderem à dentina, estabelecendo, assim, a chamada obturação em monobloco (TEIXEIRA et al., 2004b). Nesse contexto, este trabalho visa o estudo deste novo sistema de obturação proposto, no que diz respeito à capacidade de vedamento e resistência mecânica conferida ao dente após a terapia endodôntica, comparando-o à obturação dos canais radiculares com guta-percha e cimentos endodônticos convencionais comumente utilizados.

14 2 REVISÃO DA LITERATURA Descrição de alguns dos trabalhos mais representativos e pertinentes ao tema Embasamento teórico que justifique o problema levantado e a realização da pesquisa Artigos mais recentes Referenciar trabalhos clássicos ESTRELA; SABINO, 2001

15 Modelo de Revisão da literatura 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 TRATAMETO ENDODÔNTICO A Endodontia compreende o estudo da forma, função, saúde, injúrias e doenças da polpa dental e dos tecidos periapicais, assim como sua prevenção e tratamento. Este está indicado para polpa irreversivelmente alterada ou necrosada, com ou sem sinais clínicos e radiográficos de lesão periapical, e desvitalização eletiva (por exemplo, preparo de espaço para retenção intrarradicular). Deve ser planejado para dentes que são funcional e esteticamente importantes e têm prognóstico favorável (EUROPEAN SOCIETY OF ENDODONTOLOGY, 2006). O tipo de terapêutica a ser executada depende das condições da polpa e dos tecidos periapicais e, de forma geral, os tratamentos podem ser classificados em conservadores (capeamentos direto e indireto, pulpotomia, apicogênese e apicificação), radicais ou cirúrgicos (BARBOSA, 1999). O propósito do tratamento endodôntico, seja convencional ou cirúrgico, baseia-se na eliminação dos fatores tóxicos lesivos aos tecidos periapicais e para que a terapêutica obtenha êxito, é necessário estabelecer um correto diagnóstico da condição pulpar e/ou periapical, executar corretamente todas as fases do tratamento e avaliar as condições de prognóstico. Além disso, a conduta estabelecida deve seguir bases biológicas, com reconhecimento de suas limitações, das diferentes reações orgânicas aos materiais e técnicas empregadas e da fragilização do dente após o tratamento, mesmo sendo este muito bem realizado (BARBOSA, 1999).

16 3 OBJETIVOS Delimitação do que se propõe fazer, que aspectos analisar Objetivos geral e específicos, claramente definidos Definem: Natureza do trabalho Tipo de problema a ser elaborado Material a coletar POR QUE? PARA QUE? PARA QUEM? LAKATOS; MARCONI, 1991

17 Modelo de Objetivos 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Testar o efeito do Agregado de Trióxido Mineral sobre o processo de reparo e células do sistema imune em perfurações de soalho de câmara pulpar experimentalmente induzidas em dentes de ratos, sem e com contaminação salivar, através de análise morfológica e imuno-histoquímica. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar o processo de reparo na região adjacente à perfuração de soalho de câmara pulpar reparada com MTA sem e com contaminação salivar. Analisar a expressão imuno-histoquímica dos linfócitos B na região adjacente à perfuração de soalho de câmara pulpar reparada com MTA sem e com contaminação salivar. Analisar a expressão imuno-histoquímica dos linfócitos T na região adjacente à perfuração de soalho de câmara pulpar reparada com MTA sem e com contaminação salivar.

18 4 DEFINIÇÃO DE TERMOS Definir todos os termos que possam dar margem a interpretações errôneas O uso de termos apropriados, de definições corretas, contribui para a melhor compreensão da realidade observada Tipos de definições: Simples: traduzem o significado do termo Operacional: além do significado ajuda com exemplos na compreensão do conceito LAKATO;, MARCONI, 1991

19 Modelo de Definição de Termos 4 DEFINIÇÃO DE TERMOS AGREGADO DE TRIÓXIDO MINERAL (MTA) - pó branco ou cinza composto basicamente por óxidos minerais e íons, principalmente íons cálcio e fosfato (RUIZ et al., 2003). ANTICORPO - proteína plasmática que reage especificamente a substâncias conhecidas como antígenos (JANEWAY et al., 1999). ANTÍGENO - qualquer substância capaz de desencadear uma resposta imunológica (FIGUEIREDO, 1997). CD4 - molécula de superfície presente nos linfócitos T auxiliares (MELLO; ALVES, 1999).

20 5 HIPÓTESES Hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema (LAKATOS; MARCONI, 1991) A hipótese de trabalho é a resposta a um problema para cuja solução se realiza toda a investigação (BOURDON) Suposição que antecede a constatação dos fatos

21 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES Formulação provisória: deve ser testada para determinar sua validade Conduzem a pesquisa, indicando o que investigar Não há regras é necessário embasamento teórico guia de nova investigação Os resultados finais da pesquisa poderão comprovar ou rejeitar as hipóteses LAKATOS; MARCONI, 1991

22 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES Ex: Influência do tratamento endodôntico convencional na regressão de lesões periapicais H 0 : O tratamento endodôntico convencional não conduz à regressão de lesões periapicais H 1 : O tratamento endodôntico convencional conduz à regressão de lesões periapicais LAKATOS; MARCONI, 1991

23 Modelo de Hipóteses 5 HIPÓTESES H 0 (a) - Não existe diferença estatisticamente significativa no processo de reparo em perfurações de soalho de câmara pulpar sem e com contaminação salivar reparadas com MTA. H 1 (a) - Existe diferença estatisticamente significativa no processo de reparo em perfurações de soalho de câmara pulpar sem e com contaminação salivar reparadas com MTA. H 0 (b) - Não existe diferença estatisticamente significativa na expressão imuno-histoquímica dos linfócitos B em perfurações de soalho de câmara pulpar sem e com contaminação salivar reparadas com MTA. H 1 (b) - Existe diferença estatisticamente significativa na expressão imuno-histoquímica dos linfócitos B em perfurações de soalho de câmara pulpar sem e com contaminação salivar reparadas com MTA.

24 EXERCÍCIO INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA: INVENÇÃO E VERIFICAÇÃO. UM CASO HISTÓRICO COMO EXEMPLO

25 6 VARIÁVEIS... aspecto, propriedade ou fator em um objeto de estudo... Variáveis que podem interferir ou afetar o objeto em estudo devem ser levadas em consideração e controladas Definidas com clareza, objetividade e de forma operacional LAKATOS; MARCONI, 1991

26 INDICAÇÃO DE VARIÁVEIS Independentes Influenciam, determinam ou afetam outra variável Fatores determinantes Fatores manipulados pelo pesquisador LAKATOS; MARCONI, 1991

27 INDICAÇÃO DE VARIÁVEIS Dependentes Fatores a ser explicados ou descobertos Influenciadas pela variável independente Fatores que variam à medida que o pesquisador modifica a variável independente LAKATOS; MARCONI, 1991

28 INDICAÇÃO DE VARIÁVEIS PESQUISA - PROJETO Ex. 1: Se dermos uma pancada no tendão patelar do joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticar-se-á Variável independente: pancada no tendão patelar do joelho dobrado de um indivíduo Variável dependente: o esticar da perna Ex. 2: Influência do tratamento endodôntico convencional na regressão de lesões periapicais Variável independente: convencional Variável dependente: tratamento endodôntico regressão de lesões periapicais

29 Modelo de Variáveis 6 VARIÁVEIS 6.1 VARIÁVEL INDEPENDENTE Perfuração de soalho de câmara pulpar reparadas com MTA. 6.2 VARIÁVEIS DEPENDENTES Expressão imuno-histoquímica dos linfócitos B em perfurações de soalho de câmara pulpar reparadas com MTA. Expressão imuno-histoquímica dos linfócitos T em perfurações de soalho de câmara pulpar reparadas com MTA.

30 7 MATERIAL E MÉTODOS COMO? ONDE? QUANDO? Descrição detalhada dos procedimentos metodológicos que serão aplicados na investigação Material para investigação: formulários, questionários, roteiros Deve permitir a reprodução do experimento

31 7 MATERIAL E MÉTODOS Seleção dos métodos e técnicas Seguir esboços apresentados em outros trabalhos A escolha dependerá de: Natureza dos fenômenos Objeto da pesquisa Recursos financeiros Equipe humana PESQUISA - PROJETO LAKATOS; MARCONI, 1991

32 7 MATERIAL E MÉTODOS Informar: Caracterização do estudo: tipo de estudo a ser realizado 7.2 População: objeto de estudo, população a ser estudada, local da pesquisa 7.3 Amostra: parcela convenientemente selecionada do universo (população)

33 AMOSTRA Critérios de seleção Aleatoridade Representatividade da população alvo Critérios para inclusão e exclusão Tamanho implicações éticas LAKATOS; MARCONI, 1991

34 7 MATERIAL E MÉTODOS Informar: 7.4 Técnicas sobre a coleta dos dados 7.5 Formas de processamento dos dados coletados 7.6 Tratamento estatístico Materiais (permanentes e de consumo): especificações técnicas exatas, quantidade, fonte e forma de preparo (evitar nomes comerciais)

35 Modelo de Material e Métodos PESQUISA - PROJETO 7 MATERIAL E MÉTODOS 7.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO O presente trabalho caracteriza-se por um estudo observacional e posterior análise comparativa da expressão imuno-histoquímica da MMP-9, do VEGF e do FvW em espécimes de granulomas periapicais, cistos periapicais e cistos periapicais residuais. 7.2 POPULAÇÃO A população referente ao estudo constituir-se-á por casos de granulomas periapicais, cistos periapicais e cistos periapicais residuais biopsiados, fixados em formalina a 10% e incluídos em blocos de parafina, pertencentes ao arquivo do Serviço de Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 7.3 AMOSTRA Dentre os casos diagnosticados no serviço supracitado, serão selecionados 20 espécimes de granulomas periapicais, 20 espécimes de cistos periapicais e 10 espécimes de cistos periapicais residuais. Para inclusão na amostra da presente pesquisa, serão utilizados critérios histopatológicos e radiográficos, além da quantidade de material biológico presente no material emblocado em parafina. Em decorrência das dificuldades em se estabelecer parâmetros inquestionáveis para distinguir granulomas epitelizados e cistos radiculares incipientes, serão selecionados apenas espécimes de granulomas periapicais que não apresentavam qualquer remanescente epitelial odontogênico ao exame histopatológico. Por sua vez, para os cistos periapicais e cistos periapicais residuais, serão utilizados apenas espécimes

36 8 CRONOGRAMA QUANDO? Cronograma das diferentes etapas Previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra LAKATOS; MARCONI, 1991

37 MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ENTREGA DO PROJETO X X X X X SELEÇÃO DA AMOSTRA X ESTUDO PILOTO X COLETA DOS DADOS X X X ANÁLISE DOS DADOS TRATAMENTO ESTATÍSTICO ATUALIZAÇÃO DA BIBLIOGRAFIA / REDAÇÃO DA MONOGRAFIA X X X X X X X X X X X X X X ENTREGA DA VERSÃO PRELIMINAR X APRESENTAÇÃO X ENTREGA DA VERSÃO FINAL X

38 9 ORÇAMENTO QUANTO? Previsão de gastos Orçamento aproximado do montante de recursos necessários Não pode ser rígido LAKATOS; MARCONI, 1991

39 9 ORÇAMENTO Discriminação Quantidade Preço Unitário Preço Total MTA ProRoot (Dentsply) 02 R$ 700,00 R$ 1.400,00 Sealer 26 (Dentsply) 01 R$ 35,00 R$ 35,00 Guta-percha (Dentsply) 01 R$ 12,00 R$ 12,00 Filme radiográfico (Kodak) 40 R$ 2,00 R$ 80,00 Material para uso laboratorial (estimado) - - R$ 200,00 Filme fotográfico (Kodak Gold, Asa 100, 36 poses) 03 R$ 8,00 R$ 24,00 Filme para diapositivos (Kodak, 36 poses) 03 R$ 18,00 R$ 54,00 Moldura para diapositivos 02 R$ 8,00 R$ 16,00 Revelação de fotografias (36 poses) 03 R$ 21,60 R$ 64,80 Revelação de diapositivos (36 poses) 03 R$ 12,00 R$ 36,00 Papel Ofício (resma) 03 R$ 12,00 R$ 36,00 Cartucho para impressora HP R$ 120,00 R$ 360,00 Encadernação 07 R$ 4,00 R$ 28,00 Serviço de fotocópia 700 R$ 0,10 R$ 70,00 Serviço de Estatística 01 R$ 300,00 R$ 300,00 TOTAL R$ 2.715,80

40 10 REFERÊNCIAS Lista das obras citadas na introdução e revisão da literatura ABNT - NBR 6.023/2002 Ordem alfabética ESTRELA; SABINO, 2001; PATTUSSI; FREIRE, 2001

41 O projeto pode ser alterado no decorrer da pesquisa Os itens podem ser reduzidos, ampliados ou estruturado de outra forma de acordo com a natureza da pesquisa a ser desenvolvida SEVERINO, 2002

42 EXERCÍCIO TREINAMENTO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA