Relatório Anual Comércio Internacional de Joias do Brasil 2016

Transcrição

1 Relatório Anual Comércio Internacional de Joias do Brasil 2016 Preparado pelo Centro de Estudos, Pesquisas, e Desenvolvimento CREBi.com Nota: Este trabalho desenvolvido pelo CREBi.com pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

2 Índice 1. Introdução 3 2. Estatísticas 5 3. Análise 7 4. Previsões e Conclusões 10 O CREBi.com como faz todos os anos, apresenta sua pesquisa de compilação de dados elaborados pela Secretaria do Comércio Exterior. MDIC. Um serviço de utilidade pública que visa mostrar em formato mais facilmente compreensível, simples e elucidativo, dentro de uma metodologia que dividiu o Capítulo 71, ou o do Ouro e das Joias em três grandes grupos: Pedras ou Gemas, Matérias-Primas e Manufaturados. Resumidamente, o Comércio Exterior do Brasil em 2016 apresentou uma estabilidade geral nas importações (exceto para os Manufaturados) e uma aceleração acentuada nas exportações em relação ao ano anterior. O maior destaque na exportação vai para o astro principal do Capítulo 71 que devia ser chamado como o Capítulo do Ouro e Outros como já dizemos mais de uma vez, enquanto que nas importações, as Joias de Prata surpreendeu também este ano, pois se tornar o 3º produto mais importado da pauta, superando as bijuterias que mantinha essa posição a mais de 12 anos graças em parte ao trabalho desenvolvido pelo CREBi.com. Agora, o objetivo é fazer o mesmo com joias de ouro, o que já está ocorrendo. Outro detalhe que não pode ser deixado de se mencionar se refere a exportação de diamantes, que alcançou quase S$ 40 milhões. Como no petróleo, que se dizia que o Brasil não o possuía, o que mesmo vale para os diamantes. O Brasil tem muito diamantes não ao ar livre, nas profundezas de sua terra. Agora, a mecanização das minas, os resultados começam a brotar. No relatório anual do ano passado, nossas projeções indicavam que as exportações de 2016 superariam US$ 3 bilhões e as importações estariam num patamar um pouco inferior a Relatório Anual do Comércio Internacional de

3 Realmente, as previsões do CREBi.com se confirmaram plenamente. Foi isto que realmente ocorreu. No mesmo relatório, incitamos as empresas a se dedicarem com mais afinco a conquistar mercados fora do Brasil, porque o mercado brasileiro ainda viverá anos difíceis. O mesmo apelo continua 1. Introdução Este relatório abrange o Capítulo 71 da NBM (Nomenclatura Brasileira de Mercadorias) correspondente a pedras preciosas, matérias primas de metais preciosos e produtos manufaturados de metais preciosos e comuns que o CREBi.com denomina simplesmente como Capitulo de Joias, que poderia ser chamado de Capítulo do Ouro, pois este representa mais de 85% de todo o movimento O comércio internacional brasileiro de joias nos seus últimos nove anos tem apresentado estes resultados tanto para exportações como para importações:. Note que as exportações totais do Capítulo 71 que caíram nos últimos 4 anos, se recuperaram bem em 2016 com 21% de aumento. 3

4 Por outro lado, as importações têm mostrado três resultados diferentes, sendo que antes de 2011 o mercado interno indicava instabilidade, e depois de 2011, os dados indicaram que a economia interna estava em queda livre contínua. A partir de 2015, ocorreu uma descida brusca de 36% e em 2016, essa queda se estabilizou no mesmo patamar, ou seja, não ocorreu piora, -1,7%, exatamente.. As importações podem ajudar tanto o mercado interno como as exportações se forem adotadas medidas adequadas, como fazem a maioria dos países joalheiros, ou seja, importar para exportar. Até a Argentina se beneficia disso. Esta é a recomendação do CREBi.com; Por outro lado, as exportações mostram os resultados em períodos diferentes: exportações em alta num período e exportações em baixa noutro período. O quadro de 2016 apresenta dois cenários diferentes: - importações estabilizadas em US$ 370/380 milhões, quando a média devia ser de US$ 550 a US$ 650 milhões. - exportações crescendo acima de US$ 3.2 bilhões mostrando um dos melhores superávits da economia brasileira. O quadro geral a seguir das exportações e importações dos últimos 2 anos mostra os valores por item. 4

5 2. Estatísticas Comércio Internacional Brasileiro do Capítulo 71 Export Import Gemstones (pedras) Pearls (perolas) Industrial Diamonds (diamantes industriais) Rough Diamonds (Diamantes brutos) Polished Diamonds (Diamantes lapidados) Rough Gemstones (Gemas brutas) Polished Gemstones (Gemas lapidados) Rubys, Saffires, Emeralds (Rubis, Safiras, Esmeraldas) Other Stones (Outras Pedras) Stones Artfacts (Artefatos de Pedras) Total Raw Material (Matérias Primas) Silver (Prata) Gold (Ouro) Platina (Platina) Other metals of Platine Group (Outros metais do grupo Platina) Precious Metals Supplies (Insumos Metais Preciosos) Ash/Waste Precious/Common Metals (Cinzas/Resíduos de Metais Prec.) Total

6 Export Import Manufactured (Manutaturados) Gold Jewelry (Joias de Ouro) Sterling Silver Jewelry (Joias de Prata) Gold Plated Jewelry (Joias Folheadas) Costume Jewelry (Bijuterias) Precious Metal Artifacts (Artefatos de Metais Preciosos) Coins (Moedas) Others (Outros manufaturados) Total Grand Total (Total Geral) * Notas importantes: 1. Fonte: SECEX-DECEX-MDIC para compilação dos dados conforme metodologia CREBi.com 2. Valores em US$ 1.000,00 Foram retiradas do Capítulo 71, itens que não pertencem de nenhuma forma ao setor de joias, como telas ou grades catalisadoras de platina, usadas na indústria de papel e celulose, principalmente. Outros ficaram impossibilitados de retirada, por ter pequena ou média aplicação na indústria de joias. Os dados acima mostram este cenário: - Importações de joias decresceram 36% Embora tenha ocorrido um crescimento até 2011, porém a partir de 2012 acontece uma queda continuada nas importações de 9%, o que se repetiu em 2013 com uma baixa de 11% e em 2014, mais uma queda de 4% em 2015, a queda foi ainda mais acentuada de 36%. Contudo, em 2016, houve uma estabilização em US$ 380 milhões. No entanto, a queda foi brutal em 100% em relação a 2011, quando se obteve quase US$ 670 milhões. - Exportações de joias estão estabilizadas As exportações de joias têm tido um crescimento constante até 2012 e nem a crise econômica de 2008 conseguiu reduzir esse crescimento, graças ao ouro em suas diversas modalidades de fornecimento. Assim, não se pode deixar de ressaltar que o crescimento deve-se unicamente a uma matéria prima, ouro que tem aumentado nos últimos anos. Em outras palavras, o setor de jóias não é um exportador de jóias, mas sim de uma commodity: o ouro. Contudo, esse panorama começa a se alterar em 2013, com a queda dos preços da commodity Ouro. 6

7 Mesmo com queda do preço do ouro (responsável por 80% da pauta do Capítulo 71), os produtores de ouro obtiveram um crescimento em volume de 16% em Mas isto não se repetiu em 2014 e Em 2016, o crescimento desta commodity foi surpreendente um aumento de 30%; 3. Análise A metodologia CREBi.com dividiu o Capítulo 71 em três grandes grupos: pedras ou gemas, matérias-primas e manufaturados. Nota: Essa metodologia foi adotada como padrão pelo setor por ser a mais prática, simples e elucidativa. Dos quadros acima, podem-se extrair estes valores abaixo quanto à participação de cada grupo no total da pauta: Export Import Export Import Export Import Pedras 7% 7% 7% 0.5% 7% 0.5% Matérias-primas 90% 75% 91% 75.5% 91% 70.5% Manufaturados 3% 18% 2% 24% 2% 30% Com estes valores, pode-se dizer que o Capítulo 71 continua pertencendo ao grupo das commodities: ouro, prata e família platina tanto para exportações como para importações. Contudo, as importações de manufaturados crescem na base anual de 6% nos últimos 3 anos. A seguir, apresenta-se a análise de cada grupo e seus segmentos: Pedras ou Gemas Nas exportações, esse grupo obteve uma queda de 22% em relação ao ano anterior, enquanto nas importações, ocorreu uma queda de 2%,aproximadamente. Exportações Em 2016, todos os itens do grupo tiveram queda, exceto o item Diamantes que teve um aumento extraordinário de 350% em relação ao ano anterior que foi causa do superávit do grupo. O Brasil deverá entrar nos próximos para grupo dos países diamanteiros, como já foi no passado. 7

8 Importações 2015 e 2016 apresentaram cenários de valores muito parecidos de depressão, todos os itens do grupo tiveram pequena queda em Para conhecer a situação atual do mercado brasileiro de joias, a importação de diamantes para joalherias serve como exemplo. O patamar das importações deste produto estava na ordem de US$ 25 milhões até 2013, a partir de 2014 apresentou a primeira queda de 15%, contudo em 2015, a queda foi catastrófica em 60%, indicando que a venda interna de joias finas necessita ser energizada, principalmente o mercado de diamantes, o maior de todos. A mesma situação continuou em A importação pode ser um meio de o Brasil sair do atoleiro que se encontra o setor. Outros itens não são representativos em valor. Matérias primas e insumos Nas exportações, o ouro, como sempre, salva o Capítulo 71, aumentando cada vez mais sua participação que chegou em 2012 a 77% de todas as exportações deste Capítulo e em 2013 cresceu para 80% e 2014 para 83% e em 2015 e 2016 para 81%. Em outras palavras, a commodity ouro domina o Capítulo. Nas importações, a prata e a família platina são os metais que representam mais de 75% do Capítulo. Manufaturados O cenário das exportações de manufaturados em 2016 foi muito próximo do ocorrido Por isso, nada a destacar. Uma queda de 2% em 2016 em contraste com Na importação, todos os itens do grupo tiveram queda. No total, a queda foi de 22%, indicando uma piora no mercado interno em relação ao anterior. Exportação Joias de Ouro Entre 2011 e 2015, o decréscimo das exportações de joias de ouro foi em 48%. A quantidade de joias de ouro vendidas por quilo vem caindo a cada ano drasticamente, contudo o preço das joias de ouro ficou mais alto. Em 2008, o quilo do ouro era de US$ 32 mil por jóia manufaturada e em 2015, esse valor chegava a US$ 61 mil. Contudo, em 2016, houve uma estabilização. A seguir, quadro com quantidade e valor do ouro desde

9 O quadro acima mostra que a crise de 2008 atingiu de forma cada vez mais drástica as joias de ouro, mas ficou estabilizada em Menos pior, como se diz. Se forem analisados os anos anteriores, os dados serão piores. Por exemplo, em 2007 foram exportados mais de 2 toneladas de ouro em joias de ouro, em 2006 mais de 3.1 toneladas e em 2005 mais de 5.2 toneladas. Joias Folheadas As joias de metais folheados tiveram uma queda acentuada de 50% em Se o preço do ouro está alto, a tendência é a troca da joia de ouro para ouro folheado, mas se o preço do ouro baixar, a tendência é o retorno da joia de ouro. Mas essa lógica não está funcionando agora. Como dizem os indianos, tudo brilha, mas o ouro brilha melhor. Bijuterias Após a queda de 70% entre 2012 e 2011, o item Bijuterias nos últimos 3 anos mostrou uma recuperação,mas essa perdeu o ritmo no último ano com uma queda de 18%. Contudo, em 2016, houve um reduzido aumento de 1.5% Os resultados dos últimos 6 anos foram os seguintes: Importações Depois do crescimento das jóias de prata em quase 100% em 2014, repete-se em 17% em 2015 com um valor de quase US$ 36 milhões, tornando as jóias de prata, o 3º produto mais importado da pauta do Capítulo, superado somente pelas commodities Platina e Prata, com, e superando as bijuterias que até então era o produto mais importado no grupo Manufaturados. 9

10 No entanto, em 2016, ocorreu uma queda de 5% indicando também dificuldades de venda neste item Todos os outros itens desse grupo em 2016 decresceram em relação a 2015: - joias de ouro: 27% - joias de ouro: 7% - joias de ouro: 16% - joias folheadas também caíram, mas o valor é insignificativo. 4. Previsões e Conclusões O objetivo deste estudo atende os grupos: Pedras e Manufaturados, pois o grupo Matérias Primas é composto principalmente de commodities. O movimento total da exportação brasileira do Capítulo 71 em 2015 teve um aumento de 22% em relação a 2016 alcançando respectivamente a US$ bilhões e US$ bilhões. Ao consideramos os grupos Pedras e Manufaturados, nota-se que a história é outra, pois a queda foi mais acentuada. Exportação de Manufaturados Desde 2012, acumula-se uma queda de quase 60% nas exportações de manufaturados, embora em 2016 ficassem estabilizadas. O quadro abaixo mostra o cenário desde 2008: Exportação de Produtos Manufaturados Jóias de Ouro Jóias de Prata 3, Folheados Bijuterias Artefatos Metal Total Com o aumento do valor do dólar é esperado um aumento de exportação em 2016 de manufaturados, mas isto não aconteceu com o setor de joias. Para 2017, o mercado deve continua estabilizado. 10

11 Exportação de Pedras As exportações de Pedras ou Gemas apresentaram estes resultados nos últimos 6 anos: Diamantes para Joias Gemas brutas Gemas lapidados Rubis, Safiras, Esmeraldas Outras Pedras Artefatos de Pedra 13, Toral A queda do consumo de jóias de ouro em 2015 continua refletindo na venda de gemas em 2016, depois de um período áureo em 2012/13, com uso abundante de pedras devido ao preço do ouro. Para Pedras em 2017, nossa previsão continua a mesma de 2016: sem crescimento, exceto para diamantes. Por favor, se tiver alguma informação ou consulta, estamos a postos pelo e- mail crebi@crebi.com. 11