SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL

Transcrição

1 SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL OUTUBRO DE 2013

2 Outubro de Produção cresce em outubro, mas acumulação de estoques continua A produção industrial cresceu em outubro, mas a acumulação de estoques ainda é um problema. Os indicadores apresentados variam em uma escala que vai de zero a cem. Os valores acima de 50 evidenciam situação ou expectativa positiva ou estoques excessivos. A produção industrial avançou em outubro em relação a setembro, apontando 55,7 pontos, fato que ocorreu independentemente da geração de postos de trabalho. Segundo mostrou o indicador, que ficou em 49,7 pontos, o emprego mostrou estabilidade, a sexta leitura sem indicação de crescimento. A utilização da capacidade instalada (UCI) também aumentou em relação a setembro e atingiu 77%. A boa notícia é que o indicador de UCI em relação à usual ficou em 49,6 pontos em outubro, valor que pode ser considerado, pela proximidade da marca dos 50 pontos, como dentro no normal para o mês. Isso não ocorria desde o último mês de abril. Porém, vale ressaltar que o indicador deve ter sofrido o impacto da ocorrência incomum de 23 dias úteis, um a mais que média para o mês. A notícia negativa do mês, porém, é a alta disseminada de mercadorias estocadas. O indicador de estoques em relação ao planejado registrou 55,1 pontos, demonstrando estoques bem acima do desejado pelas empresas. A média histórica do índice é de 52,9 pontos e do mês, 52,6 pontos. A acumulação indesejada de estoques ocorre devido ao descompasso entre o aumento da produção e a demanda, abaixo do esperado pelas empresas, refletindo, por sua vez, a dificuldade dos empresários com relação aos seus mercados, diante do cenário de incertezas que cerca a economia brasileira. Os índices de expectativa continuaram caindo em novembro, o que mostra que um otimismo cada vez menos disseminado entre as empresas. O menor otimismo para os próximos seis meses, captado por todos os índices, têm alguma relação com a sazonalidade, de menor atividade nos próximos meses. Mas os valores dos índices, menores que a média, mostraram também um componente conjuntural influenciando negativamente. Assim, o indicador para a demanda futura recuou de 52,9 em outubro para 52,0 pontos em novembro. A média do índice para o mês é de 53,1 pontos e o valor do mesmo mês do ano Sondagem industrial Abril de Unidade de Estudos Econômicos 1

3 passado foi 55,0 pontos. No mesmo sentido, o índice de emprego recuou para 49,2 pontos, indicando expectativa de queda. O indicador para os meses de novembro historicamente projeta um ligeiro crescimento (50,8 pontos) do emprego. Vale ressaltar a grande queda em relação a outubro, das expectativas para as compras de insumos e matérias-primas, cujo índice reflete estabilidade, diante de uma avaliação habitual de crescimento (52,0 pontos) para o penúltimo mês do ano. Por fim, o indicador de expectativas das exportações (52,4 pontos), difere do roteiro descrito pelos demais. Embora projete desaceleração no ritmo das vendas externa, o otimismo é maior do que o usual. Os resultados da Sondagem industrial de novembro manteve o cenário de moderação que predominou durante todo ano. Porém, o acúmulo excessivo de estoques, assim como, as perspectivas das empresas cada vez menos otimistas para a demanda permitem projetar uma trajetória de desaceleração do crescimento para o setor industriai gaúcho nos próximos meses. Nível de atividade no mês de outubro Atividade ficou dentro do usual para o mês Os indicadores demonstram sinais que a atividade industrial gaúcha ganhou fôlego em outubro, mas o cenário ainda é de cautela. O indicador de evolução da produção do mês de outubro foi de 55,7 pontos, o mais alto em seis meses, demonstrando um forte aumento da produção industrial em relação ao mês anterior. Entretanto, grande parte desse movimento deve-se a sazonalidade positiva e efeito calendário com diferença de três dias úteis a mais em relação a setembro. A evolução da produção alcançou todos os portes de empresas, sendo mais intenso entre as pequenas (56,6 pontos) e grandes (57,3 pontos) empresas. Entre as médias (52,3 pontos), a expansão foi menos disseminada. O indicador de emprego, com 49,7 pontos, evidencia que o aumento da produção se deu sem alterar o quadro funcional. Há seis meses o indicador não apresenta expansão (acima dos 50 pontos). O comportamento do emprego foi diferenciado de acordo com o porte de empresa: as pequenas (52,2 pontos) aumentaram, as médias (46,5 pontos) reduziram e as grandes (50,3 pontos) mantiveram o quadro funcional.

4 Com o aumento da produção no mês, o nível de utilização capacidade instalada (UCI) alcançou 77,0%, subindo 2,0 pontos percentuais na passagem de setembro para outubro e aproximando-se da normalidade, pela primeira vez em cinco meses: o índice de UCI em relação ao usual de outubro cresceu 3,0 pontos e atingiu 49,6 pontos. A UCI é considerada como usual quando o valor do índice é de 50 pontos. Essa avaliação, todavia, não foi compartilhada pelas empresas de todos os portes. Entre as pequenas (47,1 pontos) e médias (48,5 pontos), a UCI ficou abaixo do usual e nas grandes (51,4 pontos), acima. Vale destacar que o índice cresceu em todos os portes. Volume de produção no mês Número de empregados no mês AUMENTO AUMENTO QUEDA QUEDA Utilização da capacidade instalada (%) UCI em relação ao usual no mês ACIMA DO USUAL ABAIXO DO USUAL Estoques no mês de outubro Estoques continuam crescendo e permanecem longe do planejado

5 Os dois indicadores que avaliam os estoques o de evolução e o que leva em consideração o planejado pelas empresas - demonstrando uma situação de estoques excessivos. O indicador de evolução (51,3 pontos) mostrou que os estoques cresceram em outubro relativamente ao mês anterior, embora o movimento tenha sido menos disseminado do que no mês de setembro (52,6 pontos). Esse menor ritmo de crescimento, todavia, teve pouco efeito sobre a forte acumulação indesejada em outubro. É que o mostrou o índice de estoques em relação ao planejado: 55,1 pontos. A grande disseminação de estoques excessivos entre as empresas foi percebida, sobretudo, entre as pequenas (61,3 pontos) e grandes (55,0 pontos). Nas médias (50 pontos), os estoques ficaram em outubro destro do planejado pelas empresas. Estoques de produto final no mês Estoques de produtos finais Planejado AUMENTO ACIMA DO PLANEJADO QUEDA ABAIXO DO PLANEJADO Expectativas em novembro de 2013 para os próximos seis meses Otimismo caiu e sugere moderação ainda maior no futuro O forte crescimento da produção no mês de outubro não foi suficiente para alterar as expectativas dos empresários que voltaram a cair, embora ainda estejam otimistas. Com relação à demanda futura, o indicador atingiu 52,0 pontos, pouco abaixo do patamar de outubro (52,9 pontos) e de novembro do ano passado (55,0 pontos), sugerindo um crescimento bastante moderado para os próximos seis meses. A proporção de empresas que projeta expansão da demanda em novembro foi de 27,7%, enquanto 17,1% esperam redução. A expectativa com relação à demanda é mais otimista entre as grandes (51,4 pontos) e,

6 principalmente entre as médias empresas (54,6 pontos). As pequenas empresas (50,0 pontos) não esperam alteração na demanda nos próximos seis meses. As perspectivas com relação ao emprego para os próximos seis meses diminuíram em relação às projeções vigentes no mês anterior, indicando queda. O indicador atingiu em novembro 49,2 pontos. A redução do emprego é esperada pelas médias (49,6 pontos) e, sobretudo, pelas grandes empresas (48,6 pontos), enquanto as pequenas (50 pontos) não pretendem alterar o quadro de empregados. O índice relativo às compras de matérias-primas é consistente com o menor ritmo de demanda projetado pelas empresas em novembro. O indicador em 50,5 pontos denota estabilidade das compras destinadas à produção nos próximos seis meses. As compras de insumos e matérias-primas deverão crescer apenas nas médias empresas (51,9 pontos). Por fim, o impacto positivo da desvalorização do real frente ao dólar nas expectativas de exportações parece estar se dissipando diante da volatilidade da moeda nacional. O índice de expectativas para a quantidade exportada, após atingir 54,6 pontos em setembro, caiu pelo segundo mês seguido e alcançou 52,4 pontos, refletindo uma expectativa bastante moderada para as exportações, impactada, principalmente, pelas projeções de queda das médias (49,3 pontos) e de pequeno crescimento das grandes empresas (51,3 pontos). Expectativas de demanda Expectativas de emprego DE AUMENTO DE QUEDA DE AUMENTO DE QUEDA nov/13 nov/13 Expectativas de compra de insumos e matérias-primas Expectativas de quantidade exportada

7 EXPECTATVA DE AUMENTO DE AUMENTO DE QUEDA DE QUEDA nov/13 nov/13 Perfil da amostra: 177 empresas sendo 35 pequenas, 74 médias e 68 grandes. Período de coleta: De 1 a 13 de novembro de GLOSSÁRIO Como é feita a pesquisa? Realizada mensalmente. Trimestralmente, um conjunto adicional de questões é avaliado. Deve ser avaliada a partir de pontos situados entre seus limites: 0 (zero) : avaliação negativa, estoque abaixo do planejado ou UCI abaixo do usual. 50 (cinquenta): indiferente, estoque dentro do planejado ou UCI dentro do usual. 100 (cem): avaliação positiva, estoque acima do planejado ou UCI acima do usual. NOTA A Sondagem industrial é elaborada pela unidade de Política Econômica da CNI em conjunto com as Federações de Indústria de 23 estados do Brasil (no caso do RS Unidade de Estudos Econômicos - FIERGS), embora sejam consultadas empresas de todo o território nacional. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão

8 associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, a evolução dos estoques tem como referência o mês anterior. As perguntas relativas a UCI usual e a estoques planejados/desejados tem como referência o próprio mês. As perguntas relativas à situação financeira, margens de lucro, acesso ao crédito e os principais problemas referem-se ao trimestre. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas freqüências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos de empresas Pequenas (entre 10 a 49 empregados), Médias (entre 50 e 249 empregados) e Grandes (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável segundo a CEE/TEM competência 2009.