UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SETOR PÚBLICO. Por: Eliane de Jesus Menezes

Transcrição

1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SETOR PÚBLICO Por: Eliane de Jesus Menezes Orientador Prof.ª Ana Paula Alves Ribeiro Rio de Janeiro

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SETOR PÚBLICO Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Pública Por: Eliane de Jesus Menezes. Rio de Janeiro

3 AGRADECIMENTOS A Deus primeiramente porque ele é o autor e consumador de todas as coisas, a minha filha pelo incentivo e compreensão pela ausência neste período, a minha mãe que sempre foi um espelho de força para minha vida, as minhas amigas: Cleide Lima (amiga e chefe) por ser também um espelho de que podemos conseguir tudo quando estamos abertos a aprender e a Tânia a amiga que me incentivou a fazer esta especialização. 3

4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia a minha linda e amada filha, minha mãe, meus familiares, principalmente ao Paulo e a Sandra, minhas amigas do trabalho Cleide e Tânia, meus amigos do curso de Gestão Pública. 4

5 RESUMO Hoje a EaD é um grande foco de interesse e estará no centro de muitas reflexões e atualmente é vista dentro do cenário principal da globalização e de tecnologia. As mudanças são rápidas, profundas e silenciosas. Elas assinalam descontinuidades e o aparecimento de novos paradigmas. A educação a distância não fica imune às novas condições sociais. O processo de globalização aponta para novas possibilidades de estar no mundo e para novas formas de ensinar e aprender. Sob o novo paradigma, a educação a distância passa a ser vista como um diálogo aberto onde a aprendizagem ocorre mediante processos reflexivos construídos por meio do diálogo que os alunos mantém consigo mesmo e com os outros atores do processo, cabendo ao educador o desafio de garantir o movimento e a riqueza do processo, dando um significado a manutenção do diálogo permanente onde se reconhece a importância do outro, a existência de processos coletivos de construção do saber e a relevância de se criar ambientes de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento do conhecimento interdisciplinar, da intuição e da criatividade. Portanto, o ato de acessar a internet para participar de cursos de EaD levam pessoas a vivenciar e compreender melhor estas dimensões, a experimentar novas possibilidades de ensinar e aprender e uma nova filosofia de trabalho e de vida, uma nova visão de futuro inserido na globalização. 5

6 METODOLOGIA Em relação à metodologia utilizada para consecução deste trabalho, na primeira fase do estudo foi conduzida uma pesquisa bibliográfica sobre as competências da educação à distância, seu histórico, as contribuições legais de sua atividade e as questões conceituais que fundamentam as teorias ligadas aos sistemas de aprendizagem. Na segunda fase, foi realizada a pesquisa de artigos da web. Os resultados da pesquisa indicam a necessidade de inserção do sistema de aprendizagem na agenda de discussão das instituições púbicas, tendo em vista seu potencial para estimular o desenvolvimento da auto-aprendizagem e da atuação em ambientes virtuais. Ao levar em consideração as atividades da pesquisa, os resultados tendem a confirmar que não são todas as pessoas que se adaptam a esta modalidade, resultando em contribuições diferenciadas dependendo das preferências dos participantes em relação ao processo de aprendizagem. Alem disso, cabe ressaltar que os resultados deste trabalho estão atrelados às escolhas metodológicas realizadas em função do caráter exploratório do estudo, através do qual se buscou obter maior conhecimento sobre o tema, não podendo ser generalizados. 6

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 - A Evolução e a crescente importância da educação distância 1.1 Perspectivas Históricas 1.2 O Impacto Da Informação E Da Comunicação Digital CAPÍTULO 2 - O Crescimento e o Conhecimento 2.1 Análises Empíricas 2.2 A EAD Como Resposta Para Novas Demandas Do Conhecimento CAPÍTULO 3 A Proposta Ambientes Informatizados De Aprendizagem Novas Possibilidades Novas Oportunidades Proposta Para A Assessoria De Educação A Distância No Setor público Composição Da Estrutura De Gestão Em EaD No Serviço público Fluxos E Articulações Internas E Externas Da EaD Na Universidade CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 7

8 INTRODUÇÃO A Educação a Distância ao longo dos últimos anos passou a fazer parte das atenções pedagógicas. Ela surgiu da necessidade do preparo profissional e cultura de milhões de pessoas e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico influenciando o ambiente educativo e a sociedade. Hoje a EaD é usada em programas que complementam outras formas tradicionais e é vista, por muitos, como uma modalidade de ensino alternativo que pode complementar parte do sistema regular de ensino presencial. Com esta evolução, vai ficando para trás a discussão acerca da adoção ou não da Internet como ferramenta de ensino. A Educação a Distância (EaD) ressurge com força e se consolida como alternativa para o ensino, aonde literalmente vai onde o aluno está diferentemente do ensino presencial que o professor fica aguardando o aluno na sala de aula. No sistema EaD procura-se estimular a participação do estudante buscando flexibilidade de forma que possa recuperar fases da aprendizagem que ficaram para trás. Partindo daí, o estudante consegue caminhar com êxito, criando alternativas no aumento ao acesso à educação de nível superior. Estes surpreendentes avanços da tecnologia da informação e informatização coloca face a face professores e escolas com resultados imprevistos e imprevisíveis, e, principalmente para os educadores à distância, quatro inovações são importantes: aperfeiçoamento da tecnologia de computadores pessoais, tecnologia de multimídia, tecnologia de compactação digital de vídeo e tecnologia da internet, possibilitando vantagens logísticas que não esperam: a transmissão rápida de informações a qualquer momento e para toda a parte, possibilidades originais para a aprendizagem autônoma, maior interatividade, mais orientação para os alunos, maior individualização, melhor qualidade dos programas e maior eficácia na aprendizagem. Esta modalidade na situação concreta significa para esses alunos a possibilidade e a chance de aprenderem novas maneiras virtuais de contatar pessoas por toda a parte de modo rápido, fácil, seguro e econômico. Isso 8

9 significa, que o aluno a distância tem condição de trocar opiniões, discutir problemas e participar de discussões cientificas, tutoriais e sessões de aconselhamento. Desta mesma forma, fazem provas orais e batem papo com colegas criando assim grande interatividade. Novas dimensões estão surgindo se tornando disponíveis e compensando certas deficiências ligadas às formas tradicionais de educação à distância, que vive um momento crucial. No entanto, se analisarmos os processos de ensino-aprendizagem e as conseqüências destas mudanças, verão que as vantagens da educação a distância baseada no computador estão associadas a um grande número de problemas, visto que quanto mais os educadores à distância buscam novas experiências com a mídia de informação e a comunicação que cresce aceleradamente, mais tomam consciência que este formato teve uma mudança estrutural surpreendente, porque toda metodologia, conteúdo e maneira desenvolvidas anteriormente foram revistas e alteradas, quando que, no modelo presencial é o professor e a sala de aula, nos pólos de EaD ou individualmente, é preciso saber se cada etapa está funcionando, verificar se o material esta chegando, se há computador disponível para o estudante, se ele esta funcionando, se há energia elétrica, dando assim, ao professor/tutor a mesma importância antes a ele destinada, mas se não houver uma gestão, o aluno fica incomunicável. Sendo assim, é preciso cumprir toda a programação porque há alunos que precisam andar quilômetros e só tem o pólo para fazer as atividades, mas, somente seguir criteriosamente o cronograma não é tudo. A infra-estrutura é fundamental no sistema EaD, ela possui características diferenciadas do ensino presencial. Esta modalidade exige a utilização de estratégias pedagógicas e métodos diferenciados, optando pela concepção problematizadora da educação, a qual compreende o homem como ser em constante busca, capaz de lidar a novas situações e de exercer sua autonomia, inserido um contexto social e cultural, no qual pode intervir e modificar. Destaca-se a necessidade de resgatar contribuições teóricas que privilegiam a construção ativa do conhecimento, o dialogo, a colaboração e autonomia para conceber um método diferenciado e adequado a esta nova 9

10 modalidade de ensino. A metodologia da educação problematizadora tem como conceito destacar que ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho, os homens se educam em comunhão, midiatizados pelo mundo, dando ao educando a função de investigador crítico em dialogo com o educador e com outros educandos, tendo o educador o papel de proporcionar com os educandos as condições de superação do conhecimento. A proposta da EaD precisa estar baseada na tecnologia de informação e de comunicação, objetivando explorar os recursos disponíveis para o estabelecimento da interação, acompanhamento e atendimento ao aluno, publicação de conteúdo e atividades para facilitar o acesso, a atualização e disponibilização, visando promover o desenvolvimento cognitivo e social do aluno. Para se colocar em prática o projeto da modalidade da Educação a Distância e ter uma infra-estrutura satisfatória, fundamentada, precisa-se saber: - Por onde começar; - Quais vão ser as questões que precisam se definidas; - Quem precisa ser envolvido neste processo; Com certeza enfrentaremos resistências e mudanças institucionais, precisaremos de uma reengenharia no campus, com a finalidade de prepará-lo para um futuro digital, porque a EaD ainda é alvo de grande criticas. Um histórico que a associa a curso por correspondência ainda persiste, sem contar que há uma forte carga de preconceito em relação à metodologia de ensino, principalmente por parte de profissionais tecnofóbicos, que resistem ao contato com computadores e com a Internet, afirmando que EaD desqualifica a formação universitária, com isso retardando a entrada desta modalidade de aprendizagem nas instituições públicas de ensino. 10

11 CAPÍTULO 1 - A EVOLUÇÃO E A CRESCENTE IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.1. Perspectivas Históricas A Educação a Distância - EAD é uma modalidade de ensinoaprendizagem, em que o aluno e o professor não estão presentes no mesmo espaço físico. Nesta modalidade, o aluno tem ampla autonomia e independência determinando seu próprio local e tempo de dedicação ao estudo, no qual não precisa ser, o mesmo do professor, diferentemente no que acontece na modalidade de Educação Presencial. Na EAD, toda a interação e comunicação são feitas por meios tecnológicos, que podem ser desde o correio, o rádio, a televisão, o telefone, o computador, a Internet, entre outros recursos. Ao contrário do ensino presencial, em que o aluno e o professor interagem diretamente na sala de aula. Com existência a mais de 150 anos, as primeiras experiências foram marcadas de forma isoladas e singulares, e, utilizavam as tecnologias da escrita e dos meios de transporte. Por volta do meado do século XIX, surge à primeira abordagem geral da Educação a Distância, decorrente, da industrialização, que passou a se adequar as condições tecnológicas, profissionais e sociais de vida. No período de 1970, com a utilização das mídias do rádio, da televisão, do vídeo e da fita cassete, se inicia a segunda fase da Educação a Distância. O material impresso, até então único recurso disponível, foi suplementado pelas transmissões dos meios de comunicação em massa. No período de 1980, com a chegada das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação, surge a Educação on-line. Nela, mudam-se os critérios tradicionais de estudar e de ensinar. A Internet, bem como as demais tecnologias de informação e comunicação representam um impacto irreversível sobre professores e alunos. Acontece que a Educação on-line se destaca, pois 11

12 nela o foco não é mais o ensino e o professor, mas a aprendizagem e o aluno autônomo. Na Educação a Distância, a interação professor-aluno ganha novas formas, pois não é mais uma interação direta, mas mediada por recursos tecnológicos. Nesta modalidade educacional, falar e ouvir são substituídos por escrever e ler, e, esta é uma mudança pedagógica fundamental. O professor passa a incorporar novos papéis, como o de mediador, de facilitador, de incentivador, de mobilizador Nesta modalidade o docente passa a ser chamado de tutor, e ela, pode ser dividida em duas partes: tutor à distância e tutor presencial. Conforme a nomenclatura sugere, o termo Tutor a Distância refere-se àquele que acompanha os alunos no momento em que o curso se dá a distância, pelo ambiente virtual de aprendizagem. Ele acompanha, supervisiona e orienta o desenvolvimento teórico-prático do curso a distância. É responsável pelo recebimento e avaliação das atividades realizadas a distância pelos alunos, e, acompanha, presencialmente, parte das atividades de campo e práticas realizadas nos pólos. Enquanto que o Tutor Presencial se responsabiliza em esclarecer dúvidas dos alunos inerentes ao conteúdo programático do curso, auxilia o tutor a distância em aulas de laboratório e campo, recebe e valida os relatórios oriundos das atividades de laboratório e campo, realizadas sem a presença do tutor à distância e os remeter a este, além de prestar suporte tecnológico aos discentes. A cada dia vai surgindo por todo o mundo uma corrida por parte dos alunos para se inscreverem nas universidades de ensino a distância, onde existem milhares de alunos matriculados, caracterizando um fenômeno surpreendente, sendo certamente o maior desenvolvimento atual na educação superior. O avanço da EaD no terceiro período ficou caracterizado pela emergência de universidades multimídia de uma única modalidade deste método, mostrando um resultado maior que as tradicionais, no que se refere número de alunos. 12

13 È importante ressaltar que as universidades de EaD diferem uma das outras, muito embora todas sejam baseadas em tecnologia e agrupam um número considerável de estudantes, com condições socioeconômicas, tradições culturais, tradições acadêmicas diferentes, estratégias de aprendizagem culturalmente determinadas, diferentes idéias sobre o papel das universidades e da educação superior na sociedade, levando assim a versões especiais de universidades de ensino a distância com estruturas pedagógicas específicas. Várias universidades de EaD desenvolveram diferentes práticas e teorias pedagógicas que poderão ser aplicadas no planejamento das universidades do futuro, característica esta que contribuirá muito para sua importância, aonde lentamente ela vai modificando a educação superior, no qual as universidades tradicionais ainda não perceberam estas mudanças que são: - O ingresso a educação superior de adultos que trabalham; - A formação continuada sem a interrupção da atividade profissional; - Um número considerável de estudantes nas universidades. Com o impacto no desenvolvimento futuro da educação superior, fez com que as universidades tradicionais se interessassem pela EaD, se adaptando as mudanças estruturais e aos novos desenvolvimentos da sociedade pela internet ou aprendizagem on-line, de forma saber enfrentar os novos desafios. Hoje a EAD pode ser vista inserido neste cenário principal: da globalização e de tecnologia. Estamos vivendo um processo de gestação de uma civilização global, transnacional, alimentada pela exposição à tecnologia e pelas mesmas fontes de informação. O mundo torna-se pequeno e se dirige para uma aldeia global. As transformações são rápidas, profundas e silenciosas. Elas indicam descontinuidades e o aparecimento de novos paradigmas. A educação não fica imune às novas condições sociais. O processo de globalização assinalam para novas possibilidades de estar no mundo e para novas maneiras de adquirir conhecimento. A forma hegemônica de construção de saber está fundamentada em teorias de ensino aprendizagem copiadas num modelo intelectual que dá sinais de estar 13

14 ultrapassado, embora continue persistindo no cotidiano da maioria das escolas. Sob o novo paradigma a educação passa a ser vista como um diálogo aberto onde a aprendizagem ocorre mediante processos reflexivos construídos por meio do diálogo que os alunos mantém consigo mesmo e com os outros atores do processo. A educação passa a ser vista como um todo. Neste sentido, ao educador cabe o desafio de garantir o movimento, o fluxo de energia, a riqueza do processo. Isso significa a manutenção do diálogo permanente voltado para o indivíduo coletivo", que reconhece a importância do outro, a existência de processos coletivos de construção do saber e a relevância de se criar ambientes de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento do conhecimento interdisciplinar, da intuição e da criatividade. As pessoas envolvidas são vistas como um todo, constituídas de corpo, mente sentimento e espírito. Dotados de dimensão social que os leva a buscar o autoconhecimento, a auto-compreensão e a natureza dos outros. Defende-se a idéia de educar para a cidadania global, assim se expressando: Educar para a cidadania global significa formar seres capazes de conviver, comunicar e dialogar num mundo interativo e interdependente utilizando os instrumentos da cultura. Significa preparar o indivíduo para ser contemporâneo de si mesmo, membro de uma cultura planetária e, ao mesmo tempo, comunitária, próxima, que, além de exigir sua instrumentação técnica para comunicação à longa distância, requer também o desenvolvimento de uma consciência de fraternidade, de solidariedade e a compreensão de que a evolução é individual e, ao mesmo tempo coletiva. Significa prepará-lo para compreender que, acima do individual, deverá sempre prevalecer o coletivo." (Moraes, 1997, 225) Portanto, o ato de acessar a internet para participar de cursos de educação à distância levam as pessoas a vivenciar e compreender melhor estas dimensões. A experimentar novas possibilidades de ensinar e aprender e 14

15 uma nova filosofia de trabalho e de vida, uma nova visão de futuro inserido na globalidade na qual estamos envolvidos. Isto requer uma nova ética, uma nova consciência individual, social e planetária. Educar para uma cidadania global "é ensinar a viver na mudança e não querer controlá-la." (Moraes, 1997, 225) 1.2 O Impacto Da Informação E Da Comunicação Digital A globalização aponta para a construção de uma nova civilização. Traz novas perspectivas educacionais para o início deste novo século. Estamos no alvorecer da sociedade do conhecimento. Uma expressão que vem sendo utilizada para sintetizar o crescente papel da ciência, da tecnologia, dos meios de comunicação social na busca da prosperidade econômica em particular e da melhoria da qualidade de vida em geral. É preciso desenvolver competências para gerar riquezas dentro deste contexto: produzir e reproduzir conhecimentos. O conhecimento torna-se fundamental. Neste novo cenário cresce a importância dos profissionais do conhecimento, da educação formal continuada, de processos internos e externos das escolas, as quais deixam de obter o monopólio do saber e da formação profissional. As novas tecnologias de informação e de comunicação e as novas tecnologias educacionais passam a ser utilizadas com maior freqüência e segurança. As transformações sociais trazem novos desafios à sociedade e ao setor educacional. Aumenta a pressão do setor econômico sobre a educação, pois cresce a necessidade de formação de quadros próprios e desenvolvimento de treinamentos constantes nas organizações empresariais. Algumas estão criando seus cursos para atender sua clientela e interesses específicos. Cresce também a demanda por cursos de todos os níveis e a necessidade de ampliar o número de incluídos no sistema educacional. Investir em educação para desenvolver o conceito de cidadania, procurando garantir o aperfeiçoamento do sistema democrático e, sobretudo reverter o pernicioso processo de exclusão social, fundamentos para justiça e 15

16 para a paz. No ensino superior o crescimento da demanda tem se apresentado superior ao da oferta. A abertura de novos cursos e a ampliação do número de vagas vem ocorrendo, em maior proporção, nas universidades e faculdades particulares que passam a enfrentar um novo e sério problema, a inadimplência de seus alunos. Torna-se necessário encontrar soluções para este problema. Para muitos, uma política educacional favorável ao desenvolvimento da EAD poderá trazer grandes benefícios ao setor. Neste caso não seria diferente no cenário de globalização, de tecnologia, de mudanças do paradigma educacional onde se pode prever que o sistema educacional do século XXI será independente no que diz respeito à distância. As universidades brasileiras são grandes exemplos. Ultimamente elas têm direcionando seus esforços para um trabalho em conjunto, procurando aperfeiçoar, organizar, congregar pessoas para se integrar, participar e cooperar na educação à distância por meio de redes. Estas redes passaram a ser o grande referencial para a educação à distância. Elas compartilham e oferecem novos espaços de aprendizagem, possibilitam a comunicação, a participação em ambientes de aprendizagem e da educação continuada. Elas trabalham formando equipes, compartilhando infra-estrutura, atuam como grupo integrado, buscam a melhoria da qualidade de processos e de serviços, geram novos cursos e estimulam a pesquisa. Diante deste quadro fica evidenciado o grande impulso que a educação à distância está tomando no país. Dados do MEC (agosto de 2004) revelam que em 1997 existia apenas um curso de licenciatura credenciado no Brasil. Hoje, eles somam 54 cursos credenciados, dos quais 23 (42,5%) foram credenciados no primeiro trimestre de Cresce também o número de alunos matriculados. O MEC registra matrículas nos cursos credenciados de formação docente para o magistério de 1 a. a 4 a. séries, magistério e nas diversas licenciaturas. A previsão é de que chegue a 70 mil matriculados até o final do ano. A ABED (Associação Brasileira de Educação à 16

17 Distância) calcula em 1 milhão o número de pessoas que estão fazendo cursos à distância em todo o país.. Portanto, quando se fala em capacitar professores para desenvolver e incentivar esta modalidade de cursos, a aprendizagem colaborativa, em comunidades virtuais, está se pensando em prepará-los tanto para as atividades on-line quanto para o sistema presencial e semipresencial. 17

18 CAPÍTULO 2 - O CRESCIMENTO, E O CONHECIMENTO 2.1 Análises Empíricas O uso de redes de computadores na educação é encarado como uma inovação desejável e uma contribuição significativa para a reforma do ensino e da aprendizagem, com, isso podem superar as dificuldades pedagógicas e compensar suas deficiências. As Universidades acham que poderão ser capazes de reagir com mais flexibilidade e celeridades às mudanças em muitas áreas da vida e do mercado de trabalho, esperando assim um sistema mais proveitoso e menos caro de instrução acadêmica, e que o isolamento espacial e social dos alunos pode ser reduzido por meios de formas de comunicação e cooperação baseadas nas redes, removendo a imperfeição desta forma do estudo acadêmico errôneo designado a ela. A consciência deste crescimento foi estimulada quando surgem previamente as condições técnicas das redes de computadores quando ainda estavam prematuras e não se imaginava a sua importância, já prevendo assim, a desvalorização do sistema educacional contemporâneo com suas aulas expositivas, e que mais tarde iria ser substituída por seminários e jogos de simulação em situações fictícias criadas pelo computador. Pesquisas mostravam antecipadamente a reestruturação da aprendizagem e de que os computadores precisavam. Com o novo sistema de educação as pessoas tiveram que aprender a nomear e a renomear as informações, verificar a veracidade e a modificar as categorias, isto é, ir para um mundo virtual, onde as técnicas de autodidatismo se tornaram importantes nos ambientes informatizados de aprendizagem atual, se difundindo para uma aprendizagem autônoma. Sob forte influência de um pensamento construtivista, o usuário poderia ter acesso a todo material didático no ambiente doméstico, no trabalho e na escola por meio de redes de computadores, onde podemos observar que 18

19 essas novas técnicas de ensino e aprendizagem estavam ligadas ao uso e as redes de computadores. Com isso, o usuário observa a possibilidade de se aprender com redes de computadores no qual é moldada pela sociedade e influenciada em países individuais por diferentes mentalidades. 2.2 A EaD como resposta para novas demandas do conhecimento Com esta nova geração de EAD, e com o uso intensivo de tecnologias da comunicação e da informação, transformou os conceitos clássicos da EAD, até então de uma separação física entre o aluno e o professor ou a instituição de ensino, para um conceito atual de aproximação ou, mesmo, integração virtual entre os agentes dos processos de ensino-aprendizagem que se estabeleceram. Essa mudança foi permitida pela adoção de recursos tecnológicos e de estratégias de aprendizagem, voltadas para: a construção de ambientes virtuais de aprendizagem, utilizando, principalmente, a Internet e a Videoconferência como meios para as atividades de alta interatividade; a teleconferência, os serviços de telefonia e de correio, para as atividades de média interatividade, coordenados com o uso de materiais impressos; os CD-ROM e as vídeos-aula, como mídias de armazenagem para conteúdos, atividades, exercícios de aprendizagem ou mesmo ambientes para aprendizagem por simulação ou imersão. Com isso, surge uma EAD estruturada, ora em bases de Mídias Integradas, ora em bases de convergência de mídias, conceitos que dominam a cena do uso de recursos tecnológicos nesse período. A EAD, com base no conceito de Mídias Integradas, acontece quando o uso de diversas mídias é conjugado, levando em consideração os objetivos de aprendizagem, a natureza do conteúdo que será trabalhado e, principalmente, os perfis de 19

20 acesso tecnológico e de repertório de hábitos e habilidades dos alunos à distância. Os processos de EAD, com base no conceito de Convergência de Mídias ocorrem quando a disponibilidade de redes de alta velocidade permite que a Internet seja utilizada como meio multimídia, e com bom desempenho. O cenário tendencial é o de uma intensificação de processos pela Internet, agregando desempenho multimídia na proporção do aumento da velocidade de conexão para o tráfego de dados, com o usuário final. O aumento contínuo em número de usuários conectados à Internet no Brasil, que ocorre em paralelo à melhoria dos serviços de conexão, oferecidos pelos provedores de acesso, com saltos tecnológicos em velocidade de tráfego, sem uma correspondência de aumento linear nos dos custos fortalece esse cenário, pois agrega capilaridade, confiabilidade e economicidade para os serviços educacionais, via rede. Até junho de 1999, a pesquisa anual Internet Brasil, feita pelo instituto Ibope, apontava 9% da população brasileira já conectada à rede, seja por acesso doméstico, no local de trabalho, no ambiente escolar ou em locais de uso comunitário. Seis meses antes, este indicador era de 7%. Apenas no período de dezembro de 1998 a agosto de 1999, 750 mil pessoas aderiram à rede. O país oferece, assim, um cenário tecnológico favorável à expansão de atividades de educação à distância pela mídia Internet. No Brasil, o processo de inovação na EAD, com o uso regular de tecnologias da comunicação e da informação, tem a constituição de seus primeiros agentes no ano de Neste ano, foram criados ambientes próprios para o uso da Internet, como mídia educacional qualificada, aprofundando-se, também, no conceito e uso de mídias integradas, oferecendo EAD por videoconferência, teleconferência, CD-ROM, vídeos-aula, sistemas de telefonia e material impresso. Em 1996 e 1997, surgem os núcleos brasileiros de EAD, com o uso de novas tecnologias, principalmente Internet, com pesquisa em ambientes virtuais de aprendizagem, inicia também parcerias, visando a formar universidades corporativas pela Internet e adota o ambiente Learning Space, como plataforma em cursos on line, onde laboratórios de informática 20

21 pesquisam e desenvolvem ambientes Internet de ensino-aprendizagem, com o uso de ferramentas de correspondência eletrônica, nos processos de orientação de alunos de mestrado. Com isso, damos início aos primeiros registros brasileiros de universidades tecnológicas de terceira geração de educação à distância e de universidades tradicionais extensivas. O primeiro conceito Universidade Tecnológica implica oferta e expansão por sistemas computacionais de informação dos serviços e oportunidades que um campus ofereceria aos alunos e aponta para um aprendizado on line, assíncrono, efetuado através da Internet e para o maior uso dos sistemas de conferência via computador ( on line videoconferência síncrona). Esses sistemas permitem que os estudantes interajam entre si e com seus professores, assim como acessarem um crescente grupo de recursos educacionais disponíveis na web. O segundo conceito Universidade Tradicional Extensiva, implica criação de núcleos avançados de recepção de aulas em outros ambientes, o que pode ser feito com o uso de sistemas de teleconferência ou de videoconferência. Com um perfil distinto de atuação, a Educação a Distância desenvolve os primeiros trabalhos como instância de suporte metodológico e de gerenciamento de tecnologias da comunicação e informação, para cursos de extensão, de mestrado, ampliando o leque de oferta de cursos, atuando em parceria com outras áreas acadêmicas, criando programas em diversas áreas. Em seguida, houve uma estrutura de programas de especialização, oferecidos ao mercado, a partir de 1999, desenvolvendo assim seus primeiros experimentos com a oferta, via Internet aos alunos de cursos regulares de graduação da área da saúde. Os primeiros cursos de aperfeiçoamento, com acompanhamento da aprendizagem dos alunos, começaram em Indicadores de mudança de cenário na primeira metade da década de 90, mesmo antes da regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, o cenário da EAD já começava a mudar, pela iniciativa autônoma de universidades na oferta de programas especiais de graduação, à distância. Atuando pela modalidade de ensino por correspondência e atividades semipresenciais, universidades federais promovem cursos de 21

22 graduação para formar professores para o Ensino Fundamental, elas instituem cursos de graduação especiais em Pedagogia e em Ciências Naturais e Matemática, respectivamente. Paralelamente estas instituições considerando os fatores de mudança indicados na abertura deste artigo (Legislação específica; Novas Tecnologias; Inovação Pedagógica; Iniciativas Universitárias Autônomas; Demandas Sociais e Estratégicas; Competitividade Nacional e Internacional entre as IES), temos, então, um conjunto de fatores que, em tese, fornecem condições estruturais para a implantação em escala de uma EAD moderna e voltada para o ensino superior no Brasil. Ainda estão ausentes, neste cenário, estudos de viabilidade econômica para a EAD, no ensino superior. Os benefícios de redução de custos indiretos para os alunos e para a instituição são claros na EAD. Eliminam-se deslocamentos geográficos e os conseqüentes gastos adicionais em transporte, moradia e alimentação para os alunos. Da mesma forma, as instituições demandam menor investimento fixo em instalações físicas. Por outro lado, alunos e universidades devem ter à disposição equipamentos e estruturas de telecomunicação eficientes, para uma comunicação de bom desempenho nas atividades de aprendizagem nos modelos de EAD, com uso intensivo de tecnologia. Os serviços oferecidos tradicionalmente no campus, como biblioteca, entrega de trabalhos, quadro de avisos e secretaria, por exemplo, precisam ser feitos remotamente, seja por uma interface que virtualiza o campus, na Internet, seja por serviços de trocas via correio, ou telefone. Os custos de transmissão de dados e da logística necessária para dar suporte a esses serviços à distância, entram como novo fator de custo fixo para as universidades e como fator de custo variável, para os alunos. A atualização de computadores e de softwares, em algumas circunstâncias, é tão necessária que precisa ser considerada como um custo fixo. Nos custos diretos das Universidades, como a remuneração de professores, por exemplo, ao mesmo tempo em que se pode pensar numa otimização na produção dos conteúdos e instrumentos de aprendizagem básicos, para cada disciplina, é 22

23 preciso considerar que a exigência de tutoria, para o acompanhamento da aprendizagem e avaliação dos alunos, tende a ocorrer numa relação professor/aluno bastante próxima do ensino presencial, quando se oferecem programas de escolarização formal. No conjunto destes fatores, as tendências de mercado apontam para um custo final aluno/mês competitivo da EAD, em relação ao ensino presencial. Somente, com a formação de séries históricas de pesquisa de mercado esta afirmação poderá ser consolidada no cenário brasileiro. A não-disponibilidade de dados significativos, nesta área, pode estar contribuindo para retardar a implementação de um número maior de núcleos de EAD nas Universidades mantidas pela cobrança de mensalidades dos alunos. Nas Universidades públicas, projetos de interesse social, para atender parcelas com elevada carência de escolarização formal, sem a cobrança de mensalidade dos alunos, têm sido apresentados para instituições nacionais e internacionais de fomento ou, diretamente, ao poder público. Nesta linha, podemos citar os cursos de graduação oferecidos no começo da década, e o projeto Universidade Virtual, um consórcio das universidades públicas do Distrito Federal e dos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os produtos universitários de EAD, voltados para atender clientelas que buscam educação continuada, requalificação profissional ou aperfeiçoamento em nível de pós-graduação, têm encontrado mecanismos de autofinanciamento de mercado, tanto nas IES particulares, quanto nas públicas. Nesta linha, estão os produtos de EAD de terceira geração, criados pelas Universidades Federais. A proposta das Universidades Federais é a de estimular o desenvolvimento de competências em novos produtos de ensino superior à distância, junto às universidades que já estão autonomamente vocacionadas para a área e a de estabelecer redes regionais, nacionais e internacionais de universidades, para fomentar novas iniciativas. A expansão da EAD está alicerçada na parceria com empresas e instituições que possam compartilhar estruturas de telecomunicação e de docência qualificada, para os objetivos 23

24 estratégicos. A visão de futuro que orienta a pesquisa e a produção de serviços, no Laboratório de Ensino a Distância, trabalha com o cenário de cursos oferecidos em redes universitárias, com professores de diversas instituições, atuando simultaneamente, para somar e evitar a sobreposição de competências e com cooperação técnica, para viabilizar o uso de redes de telecomunicação/ informação e de critérios comuns de reconhecimento de créditos e de certificação final. As parcerias internacionais das Universidades em EAD envolvem as Universidade das Nações Unidas (Japão), a South Florida University e o Massachusetts Institute of Technology (EUA). No Brasil, a UFSC atua em parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, os Centros Federais de Ensino Tecnológico dos estados do Paraná e do Rio Grande do Norte, o Instituto Metodista Izabela Hendrix, em Belo Horizonte, a União Educacional de Brasília (Uneb), a Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas, em Varginha e Divinópolis (MG), o Centro Tecnológico do Estado do Paraná (Tecpar) e as universidades das regiões de Blumenau, Joinville, Tubarão, Chapecó e Itajaí, no estado de Santa Catarina. Em parceria com empresas, a UFSC oferece cursos para a Siemens, Petrobrás, Alumar, Eletrobrás e Fiat. Cursos específicos por EAD, em nível de complementação superior e pós-graduação, atenderam ainda demandas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Paralelamente ao atendimento que as Universidades vêm fazendo, na área de EAD, por meio de programas de requalificação profissional, educação continuada, aperfeiçoamento ou pós-graduação, sustentados por relações diretas de mercado, começam a ser desenhados programas para atendimento de numerosa clientela, também inserida no mercado de trabalho, mas com menor potencial de compra de educação. A principal clientela é a dos professores que, por força de lei, têm de obter a titulação exigida para o magistério dos níveis de ensino fundamental e médio. Todos os fóruns de discussão da educação brasileira são unânimes em afirmar que, sem o uso de 24

25 estratégias eficazes de EAD, não se consegue alcançar patamares minimamente aceitáveis de qualificação profissional. Apesar desse cenário, que indica um período de fertilidade para a EAD, no Brasil, está ainda presente a grande indagação de como e por que nosso País ainda não alcançou pleno desenvolvimento nesta área. Num período que vai do final dos anos 60 até a metade dos anos 70, a EAD consolidou-se mundialmente como estratégia válida para o ensino superior. No Brasil, porém, permaneceu como um recurso de iniciação profissionalizante aberta, de complementação para ações supletivas em ensino fundamental e médio e com alguns projetos episódicos voltados para o ensino superior ou a pósgraduação. Os estudos acadêmicos da história da EAD costumam apontar as restrições de ordem legal, a descontinuidade de políticas públicas e a utilização da EAD como tentativa de superar problemas educacionais emergenciais como determinantes para a clivagem entre a educação brasileira e o cenário internacional, na área de EAD, nos últimos 30 anos. Desde a vigência da atual LDB, editada em 1996, cujo artigo 80 legitima a EAD como equivalente ao ensino presencial, (artigo já regulamentado por decretos presidenciais e portarias ministeriais) e desde a criação e atuação da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação, em 1995, os indicadores históricos de restrição estão formalmente excluídos. Mesmo assim, as iniciativas na área, surgidas em universidades públicas ou privadas, após esse novo ambiente legal e de políticas públicas, ainda são esparsas, no Brasil. Em 1998, a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação emitiu pareceres favoráveis ao credenciamento do curso de licenciatura à distância. Esta constatação de poucas e esparsas ações de ensino superior na EAD permite incluir um novo fator no rol das possíveis determinantes do não avanço da área, no País: o preenchimento, praticamente compulsório da quase totalidade das vagas, até então ofertadas pelas Universidades. Tal fato, que, na prática, pouco exigia em termos de competitividade e diferenciação, nos serviços prestados à sociedade por uma grande parte das instituições, pode ter contribuído para que, no seu conjunto, essas instituições não viessem a 25

26 estabelecer, como prioritárias, ações coordenadas, que pudessem vir a se constituir em legislações específicas e políticas públicas de EAD. As estratégias de EAD, em programas de graduação, poderiam não significar crescimento paras as IES, uma vez que o aumento de alunos em atividades presenciais estava praticamente assegurado, a cada novo curso criado. Com isso a EAD tende a se tornar, cada vez mais, um elemento regular e necessário aos sistemas educativos, não apenas para atender demandas específicas, mas também para estabelecer-se como função de grande importância, especialmente na educação da população adulta, pela demanda crescente aos cursos supletivos, formação continuada ( lifelong learning ) e pós-graduação. As mudanças tendem a ocorrer no sentido de as Universidades aumentarem a oferta de oportunidades de acesso no ensino presencial e, paralelamente, inovar-se por meio de estratégias de acesso por EAD, que englobam desde as modalidades convencionais do início do século (ensino por correspondência, o uso de sistemas integrados com mídias complementares), mas, principalmente, com as estratégias recentes (uso de ambientes virtuais de aprendizagem, baseados em Internet e videoconferência). Essas mudanças, com certeza, vão transformar o atual modelo e a legislação de ensino superior no País, principalmente na área de EAD. Apesar de quase cem anos de história de ensino a distância, o País ainda não estruturou proativamente uma unidade que pudesse vir a estabelecer-se, como referência ou ancoragem, facilitadora da construção de novos modelos. 26

27 CAPÍTULO 3 A PROPOSTA Ambientes Informatizados De Aprendizagem Especialistas em aprendizagem de alguns países estão envolvidos em uma controvérsia sobre a natureza da aprendizagem e sobre o problema de quais reformas são necessárias no ensino e na aprendizagem. Para descrevêlas em termos simplificados, podemos dizer que os tradicionalistas acreditam que a aprendizagem ocorre quando o ensino expositivo e a aprendizagem receptiva se encaixam: o professor apresenta os conteúdos e os alunos os recebem, os armazenam na memória e os recordam quando são solicitados nos testes. Com certeza, esta modalidade de ensino e aprendizagem te uma longa tradição desde a antiguidade até os dias de hoje. Palestras em centros de estudo, material didático impresso e programas educativos no rádio e na TV são provas disso. O professor, ou o programador, determina, domina e é responsável pelo processo de ensino-aprendizagem de muitas formas, sendo chamado de dirigida ou heterônoma, onde fomos acostumados nas escolas e nas universidades. Por outro lado, há os progressistas que se opõem a este tipo de aprendizagem sob o pretexto de que é basicamente apenas cognitivos, que os alunos ficam relativamente inativos ou mesmo passivos, que a idéia de que grandes grupos de estudantes a que sejam oferecidos os mesmos conteúdos iriam aprender da mesma maneira é uma ilusão. Eles afirmam que requer estudantes atentos que sejam capazes de iniciar, planejar, implementar, controlar, avaliar e também empregar eles mesmo o que aprenderam. Não apenas o conhecimento factual é importante, também a competência para usar os métodos para adquiri-lo, assim como a competência para cooperar com os outros. Aqui, o estudante domina o processo de ensino e aprendizagem, enquanto que o papel do professor muda 27

28 para o facilitador, orientador ou conselheiro. Os estudantes têm que assumir a responsabilidade por sua própria aprendizagem. Devem também ser ativos a fim de serem capazes de aprender. Como não há qualquer interferência de uma pessoa ou de uma instituição externa, este tipo de aprendizagem poderia ser chamado de autônomo. Não estamos acostumados com ele, exige muito da pessoa e é um modo muito ambicioso de aprender. Sendo assim. podemos desta forma destacar métodos de ensino essencialmente expositiva, onde se destaca quatro novas possibilidades específica e pedagogicamente relevantes para aprendizagem abertas a distância que são: - vários métodos de apresentação podem ser combinados e interados; - a instrução multissensorial pode ser consideravelmente fortalecida; - a interatividade pode ser estendida quantitativa e qualitativamente; - o sistema de suporte pode ser estendido e melhorado Novas Possibilidades Ao reexaminarmos a combinação e a integração de métodos de apresentação em um ambiente informatizado de aprendizagem, criam-se novas possibilidades relevantes na educação à distância. Neste sistema a palavra impressa é a principal forma de apresentação, mas estão surgindo interessantes possibilidades que estão sendo disponibilizadas para a palavra falada no planejamento e no design de apresentações em ambientes informatizados de aprendizagem. Ao longo de anos esta era uma forma muito respeitada de apresentar conteúdos didáticos e hoje com ensino a distância foi automaticamente substituída pela palavra impressa rompendo com uma tradição, onde houve grandes conseqüências pedagógicas consideráveis e que hoje com a informatização dos ambientes a palavra falada tradicional esta retomando sua importância para o ensino e a aprendizagem, a princípio esporadicamente, mas com força para se intensificar no futuro, o que torna inevitável uma adaptação estrutural na educação à distância, que desta vez 28

29 será totalmente diferente e levará a conseqüências pedagógicas com as quais teremos de nos familiarizar. Com isto a conquista destas inovações poderia alterar consideravelmente os métodos e a eficácia da educação à distância, porque então ela ficaria mais estimulante, já que o resumo da apresentação por meio de correspondência e por escrito pode ser removido onde se quiser, porque a pessoa que ensina se torna visível e pode ser vivenciada, e a apresentação do conteúdo didático poderia se tornar mais variada, interessante e diversificada, concentrada, concisa e colorida, tanto literal quanto figurativamente. 3.3 Novas Oportunidades As oportunidades que o sistema multimídia disponibiliza são evidentes, o que significa que podem ser todos transmitidos, disseminados, armazenados e até integrados e processados de acordo com aspecto pedagógicos exatamente da mesma maneira e que levam a combinação e integração destas modalidades de apresentação. A impressão multissensorial pode ser usada para apresentação, reconhecimento, compreensão, processamento, verificação e experimentação, ou simplesmente para repetição. Não apenas a palavra falada e a escrita são combinadas e integradas com uma intenção pedagógica, com também, quando é necessário, imagens, informação em áudio e vídeo, animação e até a realidade virtual, por exemplo, sob a forma e espaços tridimensional. Todo o desenvolvimento destas fases requer trabalho duro, tempo e esforço, precisa-se pensar e refletir sobre critérios pedagógicos importantes antes que as seqüências de apresentação individual sejam planejadas, desenhadas e depois realizadas tecnicamente de acordo com o roteiro detalhado, por isso não pode ser feito de qualquer forma e por outro lado, o ambiente informatizado de aprendizagem isenta o professor de ter que adquirir montar, testar e operar vários materiais diferentes de apresentação, sendo um grande benefício pedagógico. 29

30 Como exemplo deste trabalho pode citar o curso multimídia, ele é apresentado em animação gráfica e é explicitada e comentada pelo palestrante que esta fazendo a apresentação, tendo um alto nível de abstração dos alunos em virtude da metodologia aplicada. Para que a experiência com multimídia em um ambiente informatizado seja vantajoso, o professor precisa conhecer outras funções pedagógicas especificas que este método inclui. O que os professores devem fazer é selecionar pontos críticos de um curso ou de uma unidade do curso no qual o trabalho exigido na utilização da multimídia é mais bem empregado para ilustrar o progresso da aprendizagem e a aquisição de conhecimento, sendo para isso empregada considerações pedagógicas genuínas. É urgente a necessidade de explicitação da política de educação a distância no espaço que abrigue toda a sua dinamicidade, conforme exposto, para "que as próprias unidades acadêmicas possam planejar suas ações com essa referência e contribuir para o seu avanço, ao mesmo tempo em que se sentem apoiadas no desenvolvimento de ações e no entendimento de sua importância. O apoio político da Administração Superior, com todo o seu corpo de Pró-Reitorias, Assessorias, Institutos, Coordenação do interior e Núcleos, torna-se fundamental para ajudar a remover preconceitos e reações conservadoras que ainda envolvem a EaD, juntamente com a coordenação das atividades necessárias a uma modalidade de ensino que inova e permite um crescimento exponencial do quadro discente, com grande mobilidade de professores tutores, decisão e capacitação permanente, com espaço de liberdade de gestão, a qual, em alguns momentos, necessita de decisão ágil da própria Reitoria. A proposta da criação de uma Assessoria vai consolidar a prática já estabelecida de um trabalho interdisciplinar e colegiado, que reúne todas as coordenações dos cursos que se entre ajudam e desenvolvem atividades comuns de modo planejado e coordenado pela equipe da futura Assessoria, favorecendo economia de tempo e recursos. Com a criação de uma forte política nacional, voltada para o fomento de cursos à distância, o Ministério da Educação recomenda que a EaD nas IFES 30

31 se estruture formal e legalmente de modo a coordenar institucionalmente as ações nessa modalidade. Por meio dessa institucionalização, o MEC pretende manter e garantir o apoio necessário à gestão e financiamento de um sistema criado com o surgimento da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que define como prioridade o financiamento dos cursos de licenciatura para formação de professores, tanto em nível de graduação quanto de formação continuada. A estrutura tecnológica e a formação de docentes em EaD favorece uma política de inserção mais forte das novas tecnologias de disciplinas à distância nos cursos presenciais, já prevista em lei, favorecendo a inovação e outros recursos didáticos mais flexíveis e alternativos, tendo em vista a melhoria da qualidade de nosso ensino Proposta Para A Assessoria De Educação A Distância No Setor Público Vinculada diretamente à Reitoria da Universidade, uma estrutura de gestão de EaD deve possuir os seguintes objetivos:. Coordenação à distância formulada pela Universidade nos diferentes níveis de ensino: graduação, pós-graduação e extensão;. Contribuir com a modernização do ensino, com a inserção das novas tecnologias de comunicação, favorecendo a interação on-line entre os sujeitos participantes dos programas de educação, independente do espaço geográfico onde se encontram;. Manter programas de capacitação permanente para formação de corpo docente e técnico para o uso da tecnologia na educação;. Garantir unidade e qualidade aos cursos de educação à distância por meio de pesquisas avaliativas e acompanhamento das ações que viabilizem ajustes e superação das dificuldades e obstáculos detectados;. Supervisionar projetos pedagógicos na modalidade (âmbito da graduação e pós-graduação lato sensu); 31