O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS

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1 O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS Artigo O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS Daniela Muscari Scacchetti * Artigo recebido em 14/09/2011 Artigo de autora convidada RESUMO: Este artigo apresenta um breve panorama sobre a questão do Tráfico de Pessoas (TP) sob a ótica dos Direitos Humanos. O texto trata das três fases através das quais o TP é cometido: recrutamento, transporte e exploração. Após, com base no Protocolo de Palermo, retrata as finalidades do TP: exploração sexual, do trabalho e para remoção de órgãos. Além disso, são analisados sucintamente os eixos para o enfrentamento desse fenômeno - prevenção, repressão e atendimento às vítimas. E, por fim, o artigo apresenta os desafios para o combate dessa grave violação de direitos humanos. Palavras-chave: Tráfico de Pessoas. Direitos Humanos. Protocolo de Palermo. Análise. ABSTRACT: A concepção contemporânea de direitos humanos, introduzida pela Declaração Universal de Direitos Humanos 1, consagra a universalidade, a indivisibilidade e a interdependência dos mesmos, reafirmando que todo ser humano é sujeito de direitos. O tráfico de pessoas representa uma das mais graves violações dos direitos humanos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, pois retira da vítima a própria condição de pessoa humana ao tratá-la como um objeto, um produto, uma simples mercadoria. Keywords: Trafficking in Persons. Humans Rights. Palermo Protocol. Analysis. * Defensora Pública Federal Regional em São Paulo, Especialista em Direitos Humanos, Mestre em Crime e Justiça Internacional pela Universidade de Torino (Itália) e pelo UNICRI (United Nations Interregional Crime and Justice Research Institute) Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/

2 SCACCHETTI, D. M. A Organização das Nações Unidas define o tráfico de pessoas como o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração, nos termos do chamado Protocolo de Parlemo 2. Numa definição mais simplificada, consiste no aliciamento e no transporte de seres humanos, utilizando-se de formas de coerção, como a força, a fraude, o abuso da situação de vulnerabilidade ou outras, com o propósito de explorá-los 3. Desse conceito é possível extrair as principais fases do tráfico de pessoas, quais sejam, o recrutamento, o transporte e a exploração. Em relação ao recrutamento, um dos pontos de maior discussão na definição do tráfico de pessoas está relacionado ao consentimento da vítima. É essencial notar que as organizações criminosas se valem de um certo grau de colaboração da vítima para a execução das fases do delito, principalmente para o aliciamento 4. No entanto, conforme o texto do Protocolo de Palermo, o consentimento da vítima é irrelevante para a caracterização do fato como tráfico de pessoas, desde que o perpetrador se utilize de ameaça, força, coação, rapto, fraude, engano, abuso de autoridade, pagamentos, benefícios ou se aproveite da situação de vulnerabilidade da vítima 5. Cumpre salientar que, neste ponto, a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas brasileira confere grau de proteção ainda maior à vítima, desconsiderando o seu consentimento em qualquer circunstância 6. Assim, ainda que a vítima não se oponha ao recrutamento e ao transporte e concorde em ser explorada, restará configurado o tráfico de pessoas. Tal disposição se adequa à necessidade de respeito à dignidade como um direito humano fundamental, refletindo um visão mais avançada e humanitária em relação àquela constante do Protocolo de Parlemo. Quanto ao transporte, o mesmo pode ser realizado dentro ou fora dos limites do país, caracterizando o tráfico como interno ou externo. Sobre essa questão, é essencial a sua diferenciação do contrabando de migrantes. Este último se refere à promoção da entrada ilegal de pessoas num país do qual elas não sejam nacionais ou residentes permanentes, com o objetivo de obtenção de benefício financeiro ou material. 7 Assim, no contrabando, o migrante paga determinado valor e o contrabandista, em troca, fornece auxílio para o ingresso em um determinado país, sem a exploração da pessoa. Nesse caso, o migrante também é considerado criminoso. 8 Cumpre salientar, todavia, que pelo fato de serem fenômenos próximos, em alguns casos se confundem, podendo haver a ocorrência de ambas as situações. Por fim, a última fase é a exploração da vítima, o que consiste no propósito primordial do tráfico de pessoas. De acordo com o Protocolo de Palermo, a exploração pode ter finalidade sexual, laboral ou para a remoção de órgãos. A diferença de tratamento de cada uma das finalidades do tráfico de pessoas é essencial para o seu enfrentamento adequado e racional, pois as medidas para prevenir o crime, resgatar as vítimas e punir os criminosos variam de acordo com cada situação. Tráfico de pessoas para exploração sexual. O Protocolo de Palermo prevê como a primeira finalidade do tráfico de pessoas a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual 9. Muitos estudiosos criticam o dispositivo em virtude da sua imprecisão, uma vez que não fornece subsídios para a sua compreensão clara. No entanto, tal inexatidão é resultado da dificuldade de entendimento entre os Estados-membros das Nações Unidas por força dos diferentes posicionamentos envolvidos acerca do tema. Assim, a previsão ampla e genérica teve o objetivo de permitir que cada Estado-parte integrasse e interpretasse a norma conforme as especificidades da sua legislação interna 10. Em relação às vítimas dessa espécie de tráfico, a maioria vão para a Europa iludidas por promessas de emprego, bons salários, estudos e, 26 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/2011

3 O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS em algumas vezes, até casamento, sem ter qualquer idéia dos riscos que corriam. Ao chegarem ao destino, têm os seus passaportes confiscados e são obrigadas a trabalhar como prostitutas, tendo que pagar enormes quantias para saldar pretensas dívidas relativas às suas passagens, comida, vestuário, estadia, etc. Diante disso, torna-se impossível fazer qualquer economia para se libertar dessa situação e voltar para casa. Estas mulheres não conhecem seus direitos no país estrangeiro e, para agravar a situação, geralmente desconhecem o idioma local. Vivem com medo, ficam vulneráveis, abandonadas e são abusadas como escravas modernas. 11 Um dos mais graves complicadores do enfrentamento ao tráfico para a exploração sexual, segundo José Gregori, é o enfoque dado à prostituição pela indústria do entretenimento e pelo incentivo ao consumismo que, comprovadamente, afeta a percepção do jovem de si mesmo e do mundo ao seu redor. Deixa-se de lado qualquer reflexão e postura crítica e se incentiva a prática de venda do próprio corpo para auferir ganhos fáceis e obter status financeiro e padrão de vida elevado. Além disso, o jurista considera que entre os jovens com diferentes preferências sexuais (GLBT) a ausência de apoio da família e o preconceito social levam à prostituição e facilitam a atuação de aliciadores. Muitas vezes, as promessas incluem ajuda para a mudança de sexo, e o sofrimento acaba por devastar a saúde física e mental do jovem. 12 Nesse sentido, o fato de pesquisas indicarem que a maioria das vítimas traficadas expressavam algum desejo de migrar e, em alguns casos, consentiram com o fato de que exerceriam atividade relacionada à prostituição, não significa que está afastada a configuração do tráfico de pessoas. É importante observar também que as vítimas normalmente acabam sofrendo violência, maus-tratos, privações, ameaças, cárcere privado. Assim, o crime subsiste ainda que haja o consentimento da vítima, em respeito à dignidade, inalienável direto humano, inerente à condição de pessoa. A prostituição é uma atividade que expõe o trabalhador a riscos físicos e de saúde, bem como ao preconceito. A maioria dos países não reconhece a prostituição como trabalho e não exerce sobre a mesma nenhum controle ou regulamentação, tornando a atividade uma das mais marginalizadas do setor informal e possibilitando diversas formas de exploração e violência. Além disso, a demanda por sexo barato e por biótipos exóticos estimula a busca de homens ou mulheres de diferentes localidades, fortalecendo a rede criminosa do tráfico para exploração sexual 13. Sobre a questão da prostituição e a melhor solução a ser adotada para a proteção das vítimas de tráfico de pessoas, há uma discussão acirrada entre os que defendem a regulamentação da atividade e os que se posicionam pela sua proibição. Um dos argumentos levantados é de que a proibição pode contribuir para o enfrentamento ao tráfico na medida em que torna ilícita também a atividade-fim, facilitando o seu combate sem haver a necessidade de distinção entre a pessoa que trabalha de maneira voluntária e aquela que é ameaçada por um ofensor, ou seja, ambas devem ser protegidas e afastadas de tal atividade. Por outro lado, movimentos de mulheres afirmam que a criminalização da prostituição aumenta ainda mais a violência que as vítimas experimentam nas mãos de criminosos e funcionários públicos, além de fixar o triplo estigma de criminosa, prostituta e imigrante o qual intensifica o desrespeito aos direitos humanos14. Outro ponto a ser mencionado no enfrentamento ao tráfico para a exploração sexual se refere ao preconceito e aos estereótipos que formam um poderoso obstáculo para o sucesso das políticas de prevenção e repressão. O preconceito impede que a vítima seja vista como ser humano e por isso é tratada como um objeto, sendo considerada como pertencente a uma outra categoria de pessoas. A complexidade dessa problemática reside no fato de que o preconceito não é demonstrado apenas pelos ofensores, mas se alastra por toda a sociedade, englobando autoridades, testemunhas, usuários de serviços e chegando, inclusive, à família, amigos e até a própria vítima que acaba por se ver como uma criminosa. O Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime) 15, indica que a exploração Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/

4 SCACCHETTI, D. M. sexual é a finalidade mais comum do tráfico de pessoas perpetrado em todo o mundo, atingindo quase 80% do total de vítimas. Além disso, o mesmo documento demonstra que o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares, sendo que, desse valor, 85% provém da exploração sexual. Em outro relatório 16, publicado em 2010, a ONU estima que 70 mil pessoas sejam traficadas por ano apenas para a Europa. Na América do Sul o comércio de seres humanos ainda está concentrado em alguns países, mas tem ocorrido de maneira intensa em tais locais. As vítimas sul-americanas têm como principais países de destino a Espanha, Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça. A maior parte dessas pessoas é direcionada para a exploração sexual e inclui transgêneros, sendo que, dentre os sul-americanos, os brasileiros são os mais detectados na Europa. No Brasil, a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual Comercial PESTRAF, maior levantamento já realizado sobre o tema, indica estatísticas importantes para a análise do tráfico de pessoas para a exploração sexual. A PESTRAF concluiu que no tráfico internacional, o número de mulheres adultas supera o de adolescentes, sendo que das 131 rotas internacionais identificadas, 120 lidam com o tráfico de mulheres para outros países como Espanha, Holanda, Venezuela, Itália, Portugal, Paraguai, Suíça, Estados Unidos, Alemanha e Suriname. Já pelas rotas intermunicipais e interestaduais, predomina o número de adolescentes traficadas, que também podem chegar até as fronteiras e serem levadas para outros países da América do Sul, principalmente Venezuela, Guiana Francesa, Paraguai, Bolívia, Peru, Argentina e Suriname. Tráfico de pessoas para exploração do trabalho. Inicialmente, para a análise dessa finalidade de tráfico de pessoas, faz-se necessária a definição dos elementos previstos no Protocolo de Palermo o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura e servidão. Tais práticas podem ser encontradas como formas de exploração laboral do tráfico de pessoas, mas também são institutos autônomos previstos nos tratados internacionais como violadoras de direitos humanos. O trabalho forçado consiste em todo trabalho ou serviço exigido de uma pessoa sob a ameaça de sanção e para o qual não se tenha oferecido espontaneamente 17. É importante ressaltar que tal atividade contém o elemento da imposição por parte do ofensor e da execução involuntária por parte da vítima, não se caracterizando apenas por baixos salários ou más condições de trabalho. A sanção, normalmente, consiste em violência, confinamento, ameaça de morte ao trabalhador e a seus familiares, confisco dos documentos pessoais, podendo assumir natureza psicológica ou financeira 18. A escravidão, por sua vez, é uma forma específica de trabalho forçado e consiste no estado ou a condição de um indivíduo sobre o qual se exercem todos ou parte dos poderes atribuídos ao direito de propriedade 19. Neste sentido, a situação de dominação de uma pessoa sobre outra ou de um grupo sobre outro é permanente e pode se basear, inclusive, na descendência. A servidão é uma das práticas análogas à escravidão, conforme a Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura 20, podendo ser caracterizada por diferentes atividades, dentre elas a condição de qualquer um que seja obrigado pela lei, pelo costume ou por um acordo, a viver e trabalhar numa terra pertencente a outra pessoa e a fornecer a essa outra pessoa, contra remuneração ou gratuitamente, determinados serviços, sem poder mudar sua condição ou toda instituição ou prática em virtude da qual ( ) [u]ma mulher é, sem que tenha o direito de recusa prometida ou dada em casamento, mediante remuneração em dinheiro ou espécie entregue a seus pais, tutor, família ou a qualquer outra pessoa ou grupo de pessoas. No tocante à forma de atuação dos perpetradores, o relatório Uma aliança global contra o trabalho forçado 21 elaborado pela OIT salienta que o endividamento induzido é um poderoso meio de coerção, reforçado por ameaças de 28 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/2011

5 O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS violência ou de castigos contra trabalhadores vítimas do trabalho forçado ou suas famílias. Além disso, a precariedade da situação legal de milhões de migrantes, mulheres e homens, tornaos particularmente vulneráveis à coação, tendo em vista a ameaça adicional e sempre presente de denúncia às autoridades. Conforme já explanado, o Protocolo de Palermo prevê que o tráfico de pessoas subsiste ainda que a vítima tenha consentido. No tocante ao tráfico com objetivo de exploração laboral, deve-se analisar o caso conforme as opções que o trabalhador possuía na ocasião, ou seja, se o trabalhador tinha apenas uma opção, a do trabalho forçado, então não há opção, não podendo, nesses casos, sequer ser considerado como consentimento a aceitação da situação pela vítima 22. É interessante verificar que o século XXI tem apresentado níveis recordes de imigração, com mais de 200 milhões de migrantes no mundo todo. Aproximadamente 55% dos migrantes internacionais vivem em países em desenvolvimento, sendo que a proporção em relação à população total tem se mantido estável. No entanto, nos países desenvolvidos, que abrigam cerca de 45% dos migrantes internacionais, a porcentagem em comparação à população duplicou 23. Isso confirma que os países desenvolvidos são pólos de atração para os imigrantes. Ainda, em relação às estatísticas dos fluxos migratórios, no Brasil, os imigrantes estrangeiros registrados, em situação migratória regular, somam pouco mais de , enquanto que os imigrantes irregulares chegam a um pouco mais de 2 milhões, o que representa quase 1% da população total do país. Quanto aos números de vítimas traficadas para a exploração do trabalho, é interessante observar que nos países industrializados e em transição, mais de 75% do total de trabalhadores forçados são vítimas do tráfico de pessoas. Ademais, comparando-se essa modalidade com as outras formas de proveito, em certas regiões da América do Sul e da Índia, o número de vítimas dessa forma de tráfico é maior do que da exploração sexual. Além disso, em alguns países da África, a única forma de tráfico identificada pelas autoridades é aquela direcionada para o trabalho forçado 24. Quanto ao trabalho infantil, a OIT 25 calcula que há mais de 5,7 milhões de crianças vítimas de exploração do trabalho no mundo. No Brasil, há muitos casos de tráfico para fins de trabalho escravo perpetrado contra bolivianos, peruanos, paraguaios e equatorianos, principalmente, em oficinas de costura localizadas no Estado de São Paulo. A quantidade crescente dessa violação fez com que a ONU classificasse como extremamente elevados os números de vítimas de tráfico para trabalho escravo e forçado no Brasil. 26 Tráfico de pessoas para remoção de órgãos. A terceira finalidade do tráfico de pessoas prevista no Protocolo de Palermo consiste na remoção de órgãos para a sua comercialização. O tráfico de órgãos tem como principal fator a insuficiência das doações em relação à demanda por transplantes, transformando os corpos humanos em produtos caros. Pessoas doentes que necessitam da doação de um órgão, mas que não podem aguardar a fila de espera ou não querem expor seus familiares aos riscos de uma cirurgia para a extração, adquirem o órgão no mercado negro. A cooptação das vítimas tem lugar, em especial, em regiões assoladas pela miséria e pela ignorância, onde as pessoas são convencidas a vender um de seus órgãos ou enganadas para tanto em troca de dinheiro ou objetos. Trata-se de um mercado cruel que explora o desespero dos receptores que lutam contra uma doença e das vítimas que resistem contra a pobreza, uns lutando contra o tempo, outros contra a fome. O UNODC 27 relatou que denúncias de tráfico para a remoção de órgãos foram detectadas principalmente na Europa, no Oriente Médio e no Sul da Ásia. No entanto, a maioria dos relatórios elaborados por organismos internacionais não apresentam dados específicos sobre o tráfico de pessoas para a remoção de órgãos, reunindo-os, normalmente, com outras formas de tráfico. No tocante à questão do enfrentamento, certamente, a remoção de órgãos é uma das fi- Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/

6 SCACCHETTI, D. M. nalidades do tráfico de pessoas com investigação mais complexa. A ausência de denúncias dificulta a investigação dessa espécie de delito, pois as vítimas traficadas são normalmente ameaçadas, enquanto os médicos e os receptores de órgãos envolvidos na cirurgia não têm interesse na sua investigação, pois agem de forma criminosa. Em relação à legislação, a comercialização de órgãos é considerada ilegal pela maioria dos Estados, sendo, geralmente, autorizada apenas a livre disposição de todos os órgãos após a morte ou dos órgãos que não tenham função vital durante a vida do doador. No Brasil, a Lei nº 9.434/97, prevê sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, bem como as sanções para os casos de desrespeito aos seus ditames. Enfrentamento ao tráfico de pessoas. Os desafios para o combate ao tráfico de seres humanos são inúmeros, mas ações contínuas, organizadas e sustentáveis podem reduzir o número de vítimas. O Protocolo de Palermo se apresenta como um instrumento essencial para a imposição de deveres aos Estados-partes e para a padronização de conceitos. É certo que a ratificação de tratados e a edição de leis não são suficientes para o enfrentamento ao comércio de pessoas, ou a qualquer outra modalidade criminosa, mas o tratado internacional possibilita o cumprimento dos três eixos de atuação: prevenção, repressão e atendimento às vítimas (em inglês, os denominados três Ps: prevention, prosecution e protection). O Protocolo de Palermo define em seu Capítulo III medidas de prevenção, cooperação e segurança. No tocante às ações de prevenção, o artigo 9 elenca: pesquisas, campanhas de informação e de difusão através de órgãos de comunicação, bem como iniciativas sociais e econômicas, incluindo planos e programas com a cooperação com organizações nãogovernamentais, outras organizações relevantes e outros elementos da sociedade civil. Além disso, o tratado prevê medidas para a redução dos fatores de vulnerabilidade das pessoas ao tráfico, especialmente mulheres e crianças, através do combate à pobreza, ao subdesenvolvimento e à desigualdade de oportunidades, incentivando a cooperação bilateral ou multilateral entre os Estados-partes. Também são mencionadas medidas legislativas, educacionais, sociais e culturais, com o objetivo de desencorajar o aliciamento para a exploração de pessoas. Assim, para que sejam evitados novos casos de tráfico de pessoas, não apenas as potenciais vítimas, mas também as pessoas que podem vir a se tornar criminosas devem receber informações, esclarecimentos e oportunidades, tendo garantidos de forma plena seus direitos civis, econômicos e sociais. As medidas preventivas elencadas pelo Protocolo também englobam a proteção das pessoas traficadas contra o fenômeno da revitimização, ou seja, a reincidência como vítima do mesmo crime. Neste ponto, cumpre citar que tal ocorrência não é incomum, uma vez que as vítimas resgatadas de seus opressores, normalmente, são devolvidas à situação de origem, e, assim, continuam sofrendo os mesmos problemas e pressões que deram causa ao tráfico. Desta forma, muitas vezes acabam retornando à atividade onde eram exploradas por não terem outra opção. A cooperação entre os Estados-partes também é prevista com o objetivo de intercâmbio de informações sobre a identificação de documentos, pessoas, meios, itinerários e ligações usadas por grupos ou organizações criminosas com o objetivo de traficar pessoas, devendo-se respeitar qualquer pedido de restrição de utilização da informação transmitida. Quanto à formação de agentes públicos, o Protocolo estimula a cooperação com organizações não-governamentais e a sociedade civil, determinando que deve ser pautada nos direitos humanos e nos métodos de proteção das vítimas, especialmente mulheres e crianças. O artigo 11 do Protocolo de Palermo prevê que, sem prejuízo dos compromissos internacionais relativos à livre circulação de pessoas, deverão ser adotadas medidas com o objetivo de reforçar os serviços de controle de fronteiras para prevenir e detectar o tráfico de pessoas e inten- 30 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/2011

7 O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS sificar a cooperação entre tais serviços através canais de comunicação diretos. Além disso, os Estados-partes deverão atuar para prevenir a utilização de meios de transporte comerciais na prática do tráfico de pessoas, obrigando os transportadores a se certificarem de que todos os passageiros sejam portadores dos documentos de viagem exigidos para a entrada no Estado de acolhimento, impondo sanções em caso de descumprimento de tal obrigação. De acordo com o direito interno de cada Estado, poderão ser adotadas medidas para recusar a entrada ou anular os vistos de pessoas envolvidas na prática de infrações estabelecidas nos termos do Protocolo. Ademais, o tratado prevê que deve ser assegurada a qualidade e a segurança dos documentos de viagem ou de identidade emitidos em nome do Estado-parte, evitando-se sua utilização ilícita, emissão indevida ou sua falsificação. Por fim, o Estado emitente, a pedido de outro Estado, deverá, conforme o seu direito interno e em prazo razoável, verificar a legitimidade e a validade dos documentos de viagem ou de identidade sobre os quais recaia suspeita de utilização para o tráfico de pessoas. A ONU lançou uma iniciativa global contra o tráfico de pessoas que recebeu o nome de UN.GIFT (que corresponde às iniciais de United Nations e Global Initiative to Fight Human Trafficking ) e defende o poder de uma mobilização mundial em torno de metas comuns como a melhor maneira de lutar contra o tráfico. Entre as metas relativas à questão da prevenção, merecem destaque as propostas de aumento da consciência sobre o problema através da informação das pessoas e da mobilização da opinião pública e o trabalho com grupos em situação de vulnerabilidade buscando atacar as causas do tráfico de pessoas, tais como a má distribuição de renda, o desenvolvimento assimétrico entre os países, a desigualdade de gênero e de raça e a conseqüente falta de oportunidades. No Brasil, em cumprimento às obrigações assumidas pela ratificação do Protocolo de Palermo, foi editada a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas 28, edificada com a participação de setores do governo e da sociedade civil. Uma das versões do documento foi publicada em três idiomas, português, espanhol e inglês, como o intuito de compartilhar o produto do trabalho com outros países e dar conhecimento geral a estrangeiros que estejam no Brasil. A Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas estabelece um conjunto de diretrizes, princípios e ações norteadoras para a prevenção, repressão e responsabilização dos criminosos, bem como atenção às vítimas do tráfico de pessoas, coordenando as ações existentes e definindo soluções necessárias e possíveis, nas mais diversas áreas. Cumpre salientar que a efetividade da Política Nacional depende da maneira como cada cidadão, seja do governo federal, estadual ou municipal seja da sociedade civil ou de organismos internacionais, utilizará esse documento como mais um instrumento permanente de promoção de direitos humanos e cidadania para todos, não apenas para alguns. 29 O segundo eixo de atuação no enfrentamento ao tráfico de pessoas diz respeito à repressão e responsabilização dos criminosos. O enfrentamento do tráfico de pessoas no mundo conta com o auxílio do UNODC que atua na coleta de dados, avaliação e cooperação técnica. A coleta de dados é o primeiro passo do processo de avaliação, a qual é realizada em parceria com o UNICRI (United Nations Interregional Crime and Justice Research Institute) 30, colhendo informações sobre rotas e métodos usados pelas organizações criminosas. A base de dados sobre traficantes, vítimas, rotas e tendências do tráfico, é essencial para que formuladores de políticas públicas, agentes da lei, pesquisadores e a comunidade de ONGs possam ser assertivos em suas ações. 31 A partir daí, é realizada a avaliação do país em relação às formas de exploração das vítimas, rotas de tráfico de pessoas, atuação dos Poderes Públicos na responsabilização dos criminosos e nas reformas legislativas. Com base nas avaliações, os países desenvolvem projetos de cooperação técnica com o UNODC no âmbito do Programa contra o Tráfico de Seres Humanos, com o objetivo de desenvolver estratégias conjuntas e ações específicas para o combate ao tráfico de seres humanos, tanto na esfera nacional quanto internacional. Além disso, Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/

8 SCACCHETTI, D. M. o UNODC também seleciona algumas boas práticas adotadas para o enfrentamento desse crime, para serem compartilhadas com outros países. São realizadas reuniões dos Estados-membros da Convenção e do Protocolo e a implementação desses tratados é monitorada através de relatórios anuais que os governos encaminham ao UNODC. O Protocolo de Palermo prevê como um de seus objetivos o combate ao tráfico de pessoas e a cooperação entre os Estados-partes. Além disso, impõe a criminalização da conduta definida como tráfico de pessoas pelo mesmo documento, incluindo a responsabilização dos cúmplices e mandantes, bem como prevendo sanção para a forma tentada do crime. Não se pode olvidar que o Protocolo em exame complementa a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, de forma que todas as disposições nela contidas se aplicam também à repressão ao tráfico de pessoas. Em cumprimento às determinações do Protocolo, os Estados-partes têm incluído em seus ordenamentos jurídicos a previsão do crime de tráfico de pessoas. O relatório global do UNODC apresentou a situação dos países no tocante à existência dessa legislação específica, demonstrando que notavelmente, em um curto espaço de tempo, foram realizados grandes progressos na luta contra o crime que só recentemente foi amplamente reconhecido. 32 O UNODC também verificou um compromisso político mais efetivo na repressão ao tráfico de pessoas, pois cerca de 52% dos países criou uma unidade policial especial ou um órgão específico para o combate ao crime. Outro fator relevante foi a aprovação por mais da metade dos países entrevistados de um plano nacional de ação sobre o tráfico de pessoas. Isso não significa que o Estado que possui um plano de ação será, necessariamente, mais eficiente do um que não o possui, mas retrata a importância dada ao tema pelo governo. O número de condenações, por sua vez, cresceu, mas de forma mais tímida, não acompanhando a melhora ocorrida na legislação e nos planos de ação. Ademais, a maior parte das condenações se realizou em apenas alguns países, de forma concentrada. Apenas 30% dos países registraram mais de 10 condenações em um ano. Embora estes países possam ter problemas mais graves com o tráfico de seres humanos, ficou demonstrado que estão tomando medidas concretas. Quanto ao demais, dois em cada cinco países abrangidos pelo relatório ainda não tinham registrado uma única condenação, demonstrando uma grave impunidade. É certo que a legislação mais abrangente é relativamente nova, mas os números de condenações ficaram abaixo das expectativas. Tais dados deixam implícito que os Poderes Executivo e Legislativo tomaram importantes medidas na repressão ao tráfico, com a aprovação das leis, planos e criação das novas unidades policiais. Já o sistema de investigação e persecução penal não demonstrou tanto sucesso, o que pode se referir à atuação da Polícia, do Ministério Público ou do Poder Judiciário. O relatório do UNODC também dividiu o mundo em regiões e analisou cada uma delas. No caso da América do Sul, foi verificado que quase todos os países incluíram dispositivos legais específicos na sua legislação para combater o tráfico de pessoas. Na Colômbia, Equador e Peru, foi inserido, inclusive, o tipo penal do tráfico de pessoas para exploração da mendicância forçada. Outro ponto importante é que a maioria das formas de tráfico de seres humanos para fins de exploração laboral, escravidão e servidão foi tipificada como outras infrações dos códigos penais ou de leis trabalhistas, mas nem sempre no âmbito do crime de tráfico de pessoas. Isso, todavia, afasta a rede de apoio à vítima e contraria a necessidade de uma resposta vigorosa da justiça penal. No tocante à legislação, o Brasil possui normas penais que abrigam a maioria das finalidades de exploração do tráfico de pessoas de forma direta, as quais estão no Código Penal, no Estatuo da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei nº 9.434/97. As previsões relacionadas à assistência e proteção às vítimas, completam o tríplice objetivo do Protocolo de Palermo para o enfrentamento 32 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/2011

9 O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS eficaz ao tráfico de pessoas. A preocupação especial com as vítimas do tráfico de pessoas é revelada em mais de um momento pelo citado tratado internacional, estabelecendo como princípio fundamental o da não discriminação. No artigo 3, alínea b, o Protocolo é incisivo ao declarar a irrelevância do consentimento da vítima para a configuração do crime, desde que sejam utilizados um dos meios coercitivos como a ameaça, força, coação ou o abuso da situação de vulnerabilidade. O tratado em comento determina, no artigo 6, que o Estado-parte deve garantir à vítima o respeito à privacidade, identidade, confidencialidade dos procedimentos judiciais, assistência jurídica e informações sobre os procedimentos pertinentes ao caso. Além disso, há previsão de medidas que auxiliem na recuperação física, psicológica e social das vítimas de tráfico de pessoas, podendo haver cooperação com organizações não-governamentais e a sociedade civil, incluindo o fornecimento de alojamento adequado, aconselhamento e informação sobre seus direitos, assistência médica, psicológica e material, bem como oportunidades de emprego, educação e formação. Tal obrigação deverá ser adequada à idade, ao gênero e às necessidades específicas das vítimas de tráfico de pessoas, principalmente em relação às crianças. O Estadoparte deverá garantir também a segurança física das vítimas enquanto estiverem em seu território. O Protocolo prevê que cada Estado deverá tomar medidas para que as vítimas de tráfico de pessoas possam obter indenização pelos danos sofridos, bem como autorizar a permanência das vítimas em seu território, de forma permanente ou temporária, levando em conta fatores pessoais e humanitários. Quanto ao repatriamento, o regresso da vítima ao Estado do qual ela é nacional ou tem direito de residência permanente deverá ser facilitado e célere, bem como garantir sua segurança, devendo ainda, os eventuais documentos necessários para a viagem serem emitidos pelo Estado de acolhimento. As pessoas que sofreram essa grave violação de direitos humanos devem receber especial atenção, pois muitas vezes não se consideram vítimas por não terem o conhecimento de que contra elas foi perpetrado um crime ou por acreditarem que fizeram uma livre escolha. Deve-se ressaltar que o tráfico atinge principalmente a população de baixa renda, proveniente de comunidades carentes. Os traficantes consideram a vítima como um produto descartável, cujo valor é determinando de acordo com as condições e o preço que pode ser obtido com seu corpo. As pessoas, desprotegidas e desinformadas, são atraídas por anúncios com oportunidades de trabalho, viagens, bolsas de estudo, concursos, propostas de casamentos, pagamento por órgãos sobressalentes. Após a ocorrência do crime, as famílias não denunciam os fatos, por desinformação, ameaças, mas também por vergonha, chegando a abandonar a vítima desamparada. O número de denúncias é ínfimo e o Poder Público e a sociedade não têm noção da real dimensão a que chegou o tráfico de pessoas. Além disso, há ainda outros fatores que reforçam a inação, como preconceitos, interpretações de ordem moral, vergonha, segredos de família, incompreensão e o poder do silêncio e da impunidade, proveniente de grandes somas de dinheiro. 33 Diante disso, as redes de atendimento devem ultrapassar tais barreiras e oferecer apoio efetivo para as vítimas do tráfico de pessoas. No tocante à temática específica das crianças e adolescentes vítimas do tráfico de pessoas, a especial situação em que se encontram impõe a necessidade de adequação das instituições e das normas para o atendimento, principalmente para o acompanhamento daquelas ameaçadas pelas redes criminosas. Inseridos na rede de atendimento às vítimas no Brasil, os Núcleos e os Comitês de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas têm papel fundamental. Apesar de cada Estado-membro ainda possuir uma formatação diversa para esses órgãos, o fato é que neles se concentram instituições e pessoas que desejam combater a problemática de forma real e efetiva, atuando desde a prevenção com a organização de seminários, cursos e congressos até a assistência às vítimas realizada por órgãos públicos e organizações não governamentais. Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/

10 SCACCHETTI, D. M. Por fim, cumpre mencionar as metas apresentadas pelo programa UN. GIFT, no âmbito do atendimento às vítimas, que propõe a garantia dos direitos humanos das vítimas, entre eles o de ir e vir, o trabalho digno, com direito a alojamento, assistência à saúde, psicológica, jurídica, prevenção ao HIV e material às vítimas, levando em conta as necessidades específicas de mulheres e crianças e outras pessoas em risco, com a preocupação de se evitar estereótipos e a revitimização. Conclusão O tráfico de seres humanos se apresenta como o estágio mais avançado de um longo processo de exclusão social, no qual a sociedade e o ofensor acabam por desconstruir a humanidade da vítima. 34 Em virtude disso, o enfrentamento do tráfico de pessoas exige ações amplas e estratégicas, que envolvam a compreensão de questões relevantes como miséria, corrupção, migração, exploração, discriminação, criminalidade, emprego, saúde, proteção à criança e ao adolescente, dentre outras. as vítimas do tráfico de pessoas devem receber a proteção do Direito Internacional dos Direitos Humanos através de instrumentos específicos e planos de ação focados nas violações sofridas e no restabelecimento de sua dignidade. Dentre as principais causas do tráfico de pessoas estão: a pobreza e as desigualdades sociais, a falta de perspectivas, a carência de empregos, o baixo grau de escolaridade, a discriminação, a violência contra a mulher e a criança, instabilidades políticas, econômicas, guerras e desastres naturais. Assim, um dos pontos primordiais é a inclusão da massa de trabalhadores no mercado de trabalho, com o objetivo de resgatar direitos e fortalecer novos contratos sociais que desmobilizem a lógica da exploração da força de trabalho em todas as suas expressões. Dessa forma, se tornará possível o enfrentamento da crise social e, como conseqüência, do tráfico de pessoas e de outras tantas violações, com objetividade e armas concretas para a construção de processos emancipatórios e a consolidação dos direitos humanos. 35 É necessária a reafirmação do respeito aos direitos humanos básicos, cujas violações acabam por permitir que as pessoas se deixem levar pelo tráfico por falta de perspectivas, de educação, de apoio, enfim, de dignidade. Urge que sejam reduzidas as vulnerabilidades das vítimas. Neste sentido, os Objetivos do Milênio representam um rol de medidas que, se foram cumpridas, poderão representar um desincentivo às vítimas que se deixam enganar na busca de seus sonhos. Ao mesmo tempo, é preciso reduzir a demanda pelos serviços ofertados por esses escravos modernos. As vítimas estão por todos os lados. 36 Retomando as dificuldades na prevenção do tráfico, verificou-se que as informações sobre o crime não podem ficar restritas ao governo e aos indivíduos que atuam nessa área. O conhecimento deve ser disseminado ao máximo, atingindo os grupos vulneráveis, para que sejam orientados de forma correta e não sejam enganados nem permitam ser transformados em mercadorias. A prevenção deve efetivamente evitar a violação dos direitos humanos. Além disso, as pesquisas representam a maior fonte de informações para que as medidas sejam tomadas de forma conexa e organizada, nas esferas internacional, regional e nacional. Neste sentido, os Estados devem fomentar a realização de pesquisas e realizar a padronização e organização de seus dados, de acordo com padrões internacionais, possibilitando a identificação dos grupos vulneráveis que devem receber especial atenção, bem como a compreensão da forma de agir das organizações criminosas que devem ser combatidas. Cumpre salientar que no Brasil muito se discute acerca da implantação de um banco de dados nacional único com informações sobre vítimas e criminosos, uma vez que os sistemas atuais são desencontrados, descentralizados e possuem elementos diversos, o que impossibilita uma visão geral da situação. Tal banco de dados é tema de um projeto, mas ainda não foi implantado. 34 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/2011

11 O TRÁFICO DE PESSOAS E O PROTOCOLO DE PALERMO SOB A ÓTICA DE DIREITOS HUMANOS No tocante à repressão, a falta de especificidade e adequação das leis internas sobre o tráfico de pessoas é apontada como um dos principais obstáculos na luta contra o tráfico. Para solucionar tal problema, há a necessidade de harmonizar as definições jurídicas com os tratados internacionais. O UNODC afirma que não é suficiente a criminalização de algumas infrações subjacentes, mas o tráfico de pessoas como um todo precisa ser criminalizado, incluindo a forma tentada do crime e a responsabilização dos cúmplices e dos mandantes. 37 Ademais, a impunidade tem relevância extraordinária no quadro do enfrentamento ao comércio de pessoas. A sociedade deve exigir que a transformação do sistema judicial e o seu envolvimento com a realidade do país e do mundo, lutando não apenas nos casos de tráfico de pessoas, mas de todos os direitos humanos envolvidos. Outro ponto a ser mencionado é o fato do Protocolo de Palermo não permitir o oferecimento de denúncias por parte dos Estados-partes e pelas vítimas em seu sistema de monitoramento. Assim, não há meios para que as vítimas ou organizações internacionais tenham acesso direto ao sistema de proteção quando um Estado não cumprir as suas obrigações. Tal lacuna pode ser sanada através de um novo Protocolo Adicional inserindo a possibilidade das comunicações individuais e interestatais como formas de monitoramento. A satisfação de todos esses desafios só será possível se a estratégia for ampla e planejada, com a coordenação entre as políticas públicas relacionadas ao enfrentamento do tráfico de pessoas. Caso contrário, haverá uso incoerente de recursos humanos e financeiros de forma que alguns pontos poderão ser tratados de forma excessiva enquanto outros restarão sem nenhuma atenção. Além disso, outro importante aspecto no cumprimento dos desafios é a cooperação entre organizações internacionais, regionais e nacionais, através de acordos, investigações conjuntas, troca de experiências e de boas práticas, além de se apresentar como uma forma de contornar eventual escassez de recursos financeiros. O Secretário das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou que com as ameaças transnacionais, os Estados não têm escolha senão trabalhar em conjunto. Somos todos afetados como países de origem ou de destino do tráfico. Por isso, temos uma responsabilidade solidária para agir. 38 O efetivo enfrentamento ao tráfico de pessoas somente será alcançado através da execução de planos estratégicos para a prevenção, repressão e proteção às vítimas de forma coordenada e sustentável, pautando-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana e buscando-se da implementação dos direitos humanos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. Notas 1 Adotada em 10 de dezembro de 1948 pela Assembléia Geral das Nações Unidas. 2 Protocolo Complementar à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças, promulgado pelo Decreto nº de 12 de março de Disponível em: < 4 FREITAS Jr., Antonio Rodrigues de. Tráfico de Pessoas e Repressão ao Crime Organizado. In: Revista Internacional de Direito e Cidadania. São Paulo: nº 3, p. 9-14, fevereiro, Artigo 3.b. do Protocolo de Palermo. 6 Artigo 2º, 7º da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, aprovada pelo Decreto nº 5.948, de 26/10/ Artigo 3º, Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, relativo ao Combate ao Tráfico de Migrantes por Via Terrestre, Marítima e Aérea, promulgado pelo Decreto nº de 12 de março de Artigo 125, Estatuto dos Estrangeiros, Lei nº 6.815/80. 9 Artigo 3, alínea a. 10 Como exemplo da diferença de entendimentos sobre a questão, pode-se citar a Suécia, que proíbe a prostituição, enquanto a Alemanha e a Holanda possuem regulamentação da mesma como atividade profissional. SALES, Lília Maia de Morais; ALENCAR, Emanuela Cardoso Onofre de. Tráfico de seres humanos, migração, contrabando de migrantes, turismo sexual e prostituição algumas diferen- Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/

12 SCACCHETTI, D. M. ciações. Itajaí: Novos Estudos Jurídicos, Disponível em: < viewfile/1225/ 1028>. 11 LEAL, Maria Lúcia; LEAL, Maria de Fátima (orgs.). Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual Comercial - PESTRAF: Relatório Nacional. Brasília: CECRIA, GREGORI, José. Tráfico de seres humanos: jovens são vítimas no país. Rio de Janeiro, Comunidade Segura, Disponível em: < node/37069>. 13 SALES, Lília Maia de Morais; ALENCAR, Emanuela Cardoso Onofre de. Tráfico de seres humanos, migração, contrabando de migrantes, turismo sexual e prostituição algumas diferenciações. Itajaí: Novos Estudos Jurídicos, Disponível em: < index.php/nej/article/viewfile/1225/1028>. 14 KEMPADOO, Kamala. Mudando o debate sobre o tráfico de mulheres. In: Cadernos Pagu. Campinas: nº 25, p , julho/dezembro, ONU Organização das Nações Unidas. UNODC Escritório sobre Drogas e Crimes das Nações Unidas. Global Report on Trafficking in Persons. [sine loco], fevereiro, Disponível em: < documents/global_report_on_tip.pdf>. 16 Tráfico de Pessoas para a Europa para fins de exploração sexual, p. 2, //Topics_TIP/Publicacoes/TiP_Europe_EN_LORES. pdf, junho de Artigo 2º, Convenção nº 29 da Organização Internacional do Trabalho OIT, de 10/06/30, ratificada pelo Brasil em 25/04/54 e aprovada pelo Decreto Legislativo nº 24 de 29/05/ SALES, Lília Maia de Morais; ALENCAR, Emanuela Cardoso Onofre de. Tráfico de seres humanos, migração, contrabando de migrantes, turismo sexual e prostituição algumas diferenciações. Itajaí: Novos Estudos Jurídicos, Disponível em: < index.php/nej/article/viewfile/1225/1028>. 19 Convenção sobre a Escravatura, de 25/09/26, emendada pelo Protocolo aberto à assinatura na sede das Nações Unidas em Nova York, em 07/12/53, e promulgada pelo Decreto nº de 1º/06/ Convenção Suplementar sobre a Abolição da escravatura do Tráfico de Escravos e das Instituições e Práticas Análogas à Escravatura, adotada em Genebra em 07/09/56 e também promulgada pelo Decreto nº de 1º/06/ OIT Organização Internacional do Trabalho. Uma aliança global contra o trabalho forçado - Relatório Global do Seguimento da Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. Brasília: OIT, FARIA, Thaís Dumêt, coordenadora do Projeto de Combate ao Tráfico de Pessoas da OIT, em palestra proferida no Seminário Internacional sobre Tráfico de Pessoas no Mercosul, em 22/06/ ILLES, Paulo; TIMÓTEO, Gabrielle Louise Soares; FIORUCCI, Elaine da Silva. Tráfico de Pessoas para fins de exploração do trabalho na cidade de São Paulo. In: Cadernos Pagu. Campinas: nº 31, p , jul./dez., 2008, p ONU Organização das Nações Unidas. UNODC Escritório sobre Drogas e Crimes das Nações Unidas. Global Report on Trafficking in Persons. [sine loco], fevereiro, Disponível em: < p OIT Organização Internacional do Trabalho. Uma aliança global contra o trabalho forçado - Relatório Global do Seguimento da Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. Brasília: OIT, ibid, p ibid, p Aprovada pelo Decreto nº 5.948, de 26 de outubro de BRASIL. Ministério da Justiça. Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Brasília: Secretaria Nacional de Justiça, 2008, p Instituto de Pesquisa Inter-regional sobre Crime e Justiça das Nações Unidas. 31 QUAGLIA, Giovanni. Tráfico de pessoas, um panorama histórico e mundial. In: Brasil. Secretaria Nacional de Justiça. Política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas. 2ª ed. Brasília: SNJ, 2008, p ONU Organização das Nações Unidas. UNODC Escritório sobre Drogas e Crimes das Nações Unidas. Global Report on Trafficking in Persons. [sine loco], fevereiro, Disponível em: < p.21/ Relatório de atividades 2007/2008 do Escritório de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos, ligado à Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, atualmente denominado Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, p RUIZ, Márcia. Tráfico de Seres Humanos. In: Polícia Civil. Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa de São Paulo. São Paulo: Roca, 2008, p LEAL, Maria Lúcia; LEAL, Maria de Fátima. Enfrentamento do tráfico de pessoas: uma questão possível? In: Brasil. Secretaria Nacional de Justiça. Política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas. 2ª ed. Brasília: SNJ, 2008, p BOLDUC, Kim; QUAGLIA, Giovanni; OLIVEIRA, Marina. Tráfico de pessoas: um alerta mundial. In: Folha de São Paulo. Caderno Opinião, São Paulo, 02/10/07, p Ibid, p ONU Organização das Nações Unidas. UNODC Escritório sobre Drogas e Crimes das Nações Unidas. International Framework for Action. [sine loco], setembro, Disponível em: < human-trafficking/framework_for_action_tip.pdf>. 36 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 11, p , outubro/2011

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