REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

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1 REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL POSSA, G 1 Acadêmicas do curso de Engenharia Civil das Faculdades de Cacoal UNESC SALVIANO, A. A. A. 1 Acadêmicas do curso de Engenharia Civil das Faculdades de Cacoal UNESC BASTOS, D. C. O. 1 Professor Me. do curso de Engenharia Civil das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC INTRODUÇÃO Atualmente, o ramo da construção civil está cada vez mais alastrado no mercado, sendo um dos segmentos mais importantes para o desenvolvimento social e econômico do país. Mas, é fato que tal atividade é grande geradora de impacto ao meio ambiente, pois, produzem-se muitos resíduos. Percebe-se facilmente nas construções civis, sejam de grande ou pequeno porte, resíduos, comumente conhecidos como entulhos, que podem ser na forma sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se de acordo com a ABRECON Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição, que 60% dos entulhos gerados nas cidades são provenientes da construção civil, sendo deste percentual mais de 50% podendo ser reutilizável. Há leis e até mesmo políticas públicas com a finalidade de minimizar os impactos causados ao meio ambiente por estes resíduos. Visto que, o setor da construção civil possui um papel importante na realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo. O Brasil possui em seus grandes centros empresas que fazem o tratamento, ou seja, a reutilização destes resíduos sólidos em usinas especializadas, a reciclagem destes resíduos origina em: Areia; Bica Corrida; Brita; Pedrisco e outros mais, os quais servem para fabricação de novos produtos, sendo muito utilizados na pavimentação. Cacoal - RO Sabe-se que há qualidade de vida em um ambiente construído é proveniente da relação construção e meio ambiente. Desta forma, o presente trabalho busca mostrar os impactos gerados pelos resíduos produzidos pela construção civil.

2 É de grande importância para os engenheiros civis que conheçam e proporcionem na execução de seus trabalhos a conscientização de um canteiro de obras limpo e gastando menos recursos, podendo reutilizar os resíduos existentes, a partir da reciclagem. RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL É de fácil percepção em canteiros de obras e até mesmo em pontos da cidade, a existência de resíduos. Segundo o site Dicionário in Formal, resíduos é tudo aquilo não aproveitado nas atividades humanas, proveniente das indústrias, comércios e residências. Entretanto, alguns destes resíduos podem ser muito perigosos ao meio ambiente, devido serem produzidos de diversas formas e contaminarem além do solo, a água e a atmosfera. Os resíduos da construção civil são decorrentes de obras em construções, demolições, reformas e reparos. É o resultado de um processo produtivo que ainda não tem políticas adequadas para o descarte do mesmo. A busca por soluções na área de resíduos reflete a demanda da sociedade que pressiona por mudanças, motivadas pelos elevados custos socioeconômicos e ambientais (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). Os resíduos são gerados de diversas formas, como destacado por Leite (2001): A falta de qualidade dos bens e serviços, podendo isto dar origem às perdas de materiais, que saem das obras na forma de entulho; A urbanização desordenada que faz com que as construções passem por adaptações e modificações gerando mais resíduos; O aumento do poder aquisitivo da população e as facilidades econômicas que impulsionam o desenvolvimento de novas construções e reformas; Estruturas de concreto mal concebido que ocasionam a redução de sua vida útil e necessitam de manutenção corretiva, gerando grandes volumes de resíduos; Desastres naturais, como avalanches, terremotos e tsunamis; Desastres provocados pelo homem, como guerras e bombardeios. TIPOS DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Segundo a Resolução nº 307/2002 do CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente, os resíduos da construção civil são:

3 Os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliças ou metralha. Ainda segundo a Resolução nº 307/2002 do CONAMA, os resíduos da construção civil devem ser divididos em quatro classes distintas, a fim de que sejam tratados com materiais que possuem as mesmas propriedades, buscando um melhor reaproveitamento destes resíduos. I. CLASSE A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; e processo de fabricação e/ou demolição de peças prémoldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II. CLASSE B: Resíduos recicláveis utilizados para outras destinações, tais como: gesso, madeiras, metais, papel, papelão, plásticos e vidros; III. CLASSE C: Resíduos que não tiveram tecnologias ou aplicações economicamente viáveis desenvolvidas, a fim de permitir a reciclagem ou a recuperação; IV. CLASSE D: Resíduos perigosos originários das construções, tais como: tintas, solventes, óleos e aqueles que sejam contaminados ou prejudiciais à saúde provenientes de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, bem como telhas e demais objetos e materiais que tenham amianto em sua composição ou que seja nocivo à saúde. Para a NBR Norma Brasileira Regulamentadora, (ABNT, 2004a), os resíduos sólidos são classificados de acordo com a atividade que lhe deu origem, bem como com os seus componentes. Sendo assim, pode-se dizer que são definidos em: CLASSE I: Perigosos CLASSE II: Não Perigosos RECICLAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

4 Atualmente, há uma preocupação com os resíduos gerados nas obras, pois não se tem uma conscientização de reutilizá-los, reciclar. Essa preocupação é decorrente de um mau gerenciamento e planejamento da obra, o que como consequência ocasiona em um impacto negativo à sociedade. Sendo assim, vêm-se buscando investir na reutilização e reciclagem dos resíduos da construção civil, pois, além de haver um menor índice de extração dos recursos naturais (matéria-prima), contribui para uma menor taxa de poluição e redução dos custos de processamento, o que consequentemente irá gerar benefícios ambientais e econômicos. O conceito transcende a sustentabilidade ambiental, que enfatiza a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). Os resíduos que se enquadram na classe A, como descrito na resolução nº 307/2002 do CONAMA, podem ser processados e transformados em matéria-prima em usinas, sejam estas fixas ou móveis. Estima-se que atualmente o Brasil possui mais de 130 mil usinas de reciclagem de resíduos sólidos: USINAS FIXAS: Assim como outros tipos de usinas estas são construídas em um terreno, em que o seu tamanho vai variar de acordo com a sua capacidade de processamento. USINAS MÓVEIS: É um caminhão do tipo Roll On Roll Off, ou seja, consiste em uma britadeira móvel e uma peneira rotatória também móvel, em que ambas ficam interligadas. O processo de reciclagem dos resíduos pode ser descrito na figura abaixo: Figura 1: Modelo de Usinas Fixas. Figura 2: Modelo de Usinas Móveis

5 Figura 3: Reciclagem de resíduos sólidos da construção civil. Fonte: Portal Resíduos Sólidos, Com o processo de reciclagem concluído, estes novos materiais originados são muito utilizados em diversos setores da construção civil, como por exemplo: na forma de agregado para o concreto e argamassa, e principalmente na pavimentação. O fato de ser sustentável, de ter a responsabilidade social, garante ao setor um crescimento além do esperado e ainda proporciona facilidade nas negociações com os órgãos públicos e potenciais parceiros. (ABRECON, 2017). CONSIDERAÇÕES FINAIS O ramo da construção civil, nos últimos anos, vem crescendo em um ritmo acelerado, sendo um dos principais responsáveis na geração de resíduos. É bem verdade que atualmente essa realidade tem proporcionado a busca da conciliação entre o desenvolvimento na área da construção civil e a sustentabilidade social, econômica e ambiental. Tal demanda tem feito fruir inovações nesse ramo, pois a busca na reutilização dos resíduos produzidos pela construção civil, por meio de ferramentas, equipamentos e mecanismos tecnológicos não só possibilita que isso aconteça, mas o faz com qualidade, uma vez que os resíduos não mais são encarados como problema, e sim como fonte de renda. Por isso são tão importante estudos nessa área, pois quanto mais se conhece métodos de reutilização de resíduos produzidos pela construção civil, mais se equaciona o problema de gerenciamento dessa parte tão relevante da engenharia civil.

6 REFERENCIAS ABRECON Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição. Legislação. Disponível em: < Acesso em: 28 de Março de ABRECON Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição. Mercado. Disponível em: < Acesso em: 08 de Abril de ABRELPE - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil Disponível em: < Acesso em: 29 de Março de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR : Resíduos sólidos Classificação. Rio de Janeiro, 2004ª CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente (2002). Resolução Nº 307, de 5 de julho de Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação. Publicada no Diário Oficial da União em 03/07/2002. CREA SANTA CANTARINA. Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei n /2010. Disponível em: < Acesso em: 01 de Maio de DICIONÁRIO INFORMAL. Resíduos. Disponível em: < Acesso em: 09 de Abril de LEITE, M. B. Avaliação de propriedades mecânicas de concretos produzidos com agregados reciclados de resíduos de construção e demolição. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, (tese de doutorado) MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Cidades Sustentáveis. Disponível em: < Acesso em: 31 de Março de PORTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Reciclagem de resíduos sólidos da construção civil. Disponível em: Acesso em: 04 de Abril de 2017.