A Bíblia e as suas línguas

Transcrição

1 O Domingo da Palavra de Deus 1.º encontro Paróquias do Candal e de Santa Marinha Vila Nova de Gaia Ano Pastoral

2 ØAs línguas originais da Bíblia são três: 1. Hebreu 2. Arameu 3. Grego

3 ØO Antigo Testamento foi escrito, na sua maior parte em hebreu, mas encontram-se alguns textos em arameu (em Daniel e Esdras; e pequenas partes em Jeremias e no Génesis) e livros escritos total ou parcialmente em grego.

4 ØO Novo Testamento está escrito totalmente em grego.

5 ØO hebreu pertence à família das línguas semíticas e escreve-se da direita para a esquerda.

6 ØO alfabeto, de forma quadrada, deriva do fenício e é composto por 22 letras com valor consonântico (a linguagem verbal tem sons consonânticos e sons vocálicos).

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8 ØNa origem as vocais não se escreviam, mas quando o hebreu falado deixou de se usar, um grupo de estudiosos hebreus, chamados masoretas acrescentaram-nas para fixar a pronúncia correta das palavras.

9 Os masoretas eram judeus que trabalharam entre os séculos VII e X de nossa era nas cidades de Tiberíades e Jerusalém como sucessores dos soferim ou escribas na responsabilidade de fazer cópias fidedignas das escrituras sagradas. O término hebreu masoret significa "tradição". Designa a compilação das tradições rabínicas relativas ao texto bíblico que os masoretas recolheram nas márgens superior e inferior de cada página de um manuscrito.

10 ØAs vocais são apresentadas por pontos pequenos e pequenos sinais em cima, debaixo ou dentro das letras.

11 ØO arameu era um idioma utilizado pelos comerciantes e diplomáticos em toda a zona do Crescente Fértil desde o século X a. C. até mais ou menos 500 anos d.c.

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13 ØDario proclamou o arameu como língua oficial do Império Persa.

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15 ØO arameu bíblico remonta-se a esta época.

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17 ØAo princípio escrevia-se seguindo o fenício, mas, com o tempo, o seu alfabeto estruturou-se de um modo mais semelhante ao hebreu. No tempo de Jesus existiam muitas formas dialéticas do arameu, com diferentes pronuncias dependendo das distintas zonas.

18 ØO grego bíblico e o grego helenista é uma evolução do grego clássico.

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20 ØDepois das conquistas de Alexandre Magno, o grego alcançou uma enorme difusão, até chegar a ser o idioma comum de todo o Mediterrânio e o segundo do Império Romano.

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22 ØO Antigo Testamento foi traduzido para grego por volta do século III na versão chamada dos SETENTA

23 ØSeptuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego koiné (= grego helenístico), entre o século III a.c. e o século I a.c., em Alexandria. Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego, língua franca do Mediterrânio oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande.

24 Ø A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos (seis de cada uma das doze tribos) trabalharam nela e, segundo a tradição, teriam completado a tradução em setenta e dois dias. A Septuaginta, desde o século I, é a versão clássica da Bíblia hebraica para os cristãos de língua grega e foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.

25 Ø A Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas bíblias da Reforma Protestante seguem o cânone hebraico e excluem estes livros adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e as Igreja ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do rei Jaime em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte separada chamada de Apocrypha.

26 Ø A Bíblia do Rei Jaime (ou Tiago), também conhecida como Versão Autorizada do Rei Jaime (em inglês: Authorized King James Version), é uma tradução inglesa da bíblia realizada em benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I no início do século XVII. É o livro mais publicado na língua inglesa, sendo considerado um dos livros mais importantes para o desenvolvimento da cultura e língua inglesa.

27 Ø Os Livros apócrifos (grego: απόκρυφος; latim: apócryphus; português: oculto), também conhecidos como Livros Pseudocanônicos, são os livros escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs (ou seja, há livros apócrifos do Antigo Testamento) nos quais os pastores e a primeira comunidade cristã não reconheceram a Pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo por serem escritos após o I século e, portanto, não foram incluídos no cânon bíblico.

28 Ø A Septuaginta foi tida em alta conta nos tempos antigos. Fílon de Alexandria considerava-a divinamente inspirada. Além das traduções latinas antigas, a Septuaginta também foi a base para as versões em eslavo eclesiástico, para a Héxapla de Orígenes (parte) e para as versões armênia, georgeana e copta do Antigo testamento. De grande significado para muitos cristãos e estudiosos da Bíblia, é citada no Novo Testamento e pelos Padres da Igreja.

29 Ø Hexapla (em grego: Ἑξαπλά - "sêxtuplo") é o nome de uma edição da Bíblia editada em seis versões diferentes alinhadas lado-a-lado. Ele se aplica particularmente para a edição do Antigo Testamento compilada por Orígenes.

30 Ø Muito embora judeus não usassem a Septuaginta desde o século II, recentes estudos acadêmicos trouxeram um novo interesse sobre o tema nos estudos judaicos. Alguns dos pergaminhos do Mar Morto sugerem que o texto hebraico pode ter tido outras fontes que não apenas aquelas que formaram o texto massorético. Em vários casos, estes novos textos encontrados estão de acordo com a LXX. Os mais antigos códices da LXX (Vativanus e Sinaiticus) datam do século IV.

31 ØTodo o Novo Testamento foi redigido em grego helenista. O alfabeto é composto por 24 letras.

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33 ØComo ocorre com todos os livros antigos, também a Bíblia foi transmitida graças a muitos manuscritos e versões traduzidas em diversas línguas. Os testemunhos textuais mais antigos estão em papiros (séculos II-IV d.c.;

34 Papiro (pelo latim papirus do grego antigo πάπυρος) é, originalmente, uma planta perene da família das ciperáceas cujo nome científico é Cyperus papyrus, por extensão é também o meio físico usado para a escrita (precursor do papel) durante a Antiguidade, Antigo Egito, civilizações do Médio Oriente, como os hebreus e babilónicos, e todo o mundo greco-romano).

35 O papiro é obtido utilizando a parte interna, branca e esponjosa, do caule do papiro, cortado em finas tiras que eram posteriormente molhadas, sobrepostas e cruzadas, para depois serem prensadas. A folha obtida era martelada, alisada e colada ao lado de outras folhas para formar uma longa fita que era depois enrolada. A escrita dava-se paralelamente às fibras.

36 ØTem especial importância os unciales, os códices escritos em letras maiúsculas, que vão desde o século IV até ao X d.c. e especialmente o Códice Vaticano e o Códice Sinaítico (do século IV), o Códice Alexandrino e o Códice de Efrén rescrito (século V) apresentam um texto antigo competente;

37 ØA seguir vêm os códices menores, escritos em itálico e fechados entre o século IX e o XV.

38 ØCitações antigas da Bíblia encontram-se também nos chamados testemunhos textuais indiretos, ou seja, nos livros litúrgicos (lecionários) que citam passagens do AT e do NT, os escritos e comentários dos Padres da Igreja e inclusive os escritos de autores cristãos.

39 ØPor meio do estudo e da comparação de todos estes testemunhos textuais, os estudiosos tentam rastrear a história do texto bíblico para chegar o mais próximo possível dos autores originais.

40 ØEntre as versões mais antigas da Bíblia recordamos a Vetus latina e a Vulgata de São Jerónimo. ØÉ também de notável interesse para o estudo a versão siríaca da chamada Peshitta.

41 Ø Vulgata : Øé a forma latina abreviada de vulgata editio ou vulgata versio ou vulgata lectio, respectivamente "edição, tradução ou leitura de divulgação popular" - a versão mais difundida (ou mais aceita como autêntica) de um texto. ØNo sentido corrente, Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerónimo, a pedido do Papa Dâmaso (foi 37º Papa da Igreja Católica de 1 de outubro de 366 a 11 de dezembro de 384), que foi usada pela Igreja Cristã e ainda é muito respeitada.

42 Ø Peshitta : ØA Peshito ou Peshitta é a versão padrão da Bíbila no idioma siríaco. ØO nome é derivado do siríaco mappaqtâ pshîṭtâ; significando literalmente "a versão simples".

43 Ø Peshitta : Ø Entretanto, é também possível traduzir o nome pshîṭtâ como "terra comum" (isto é, para todos os povos) ou "correcto", traduzido usualmente como "simples". Siríaco ("sy") é um dialecto (ou grupo de dialectos) do aramaico oriental que se escreve utilizando o alfabeto siríaco e é transliterado para o alfabeto latino de diferentes maneiras: Peshitta, Peshittâ, Pshitta, Pšittâ, Pshitto, Fshitto. Todas estas são aceitáveis, mas os termos "Peshitta" ou "Peshito" são as traduções mais convenientes em português.

44 ØHá numerosas versões noutros idiomas antigos: arameu, copta, árabe, gótico, albanês, georgiano e estes também são úteis para reconstruir uma melhor versão da Bíblia.

45 ØHoje, a Bíblia está traduzida em todos os idiomas.

46 Ø Meu pai era um arameu errante...

47 ØDeuteronómio ØCapítulo 26 ØVersículo 5

48 ØTPC... ØLer o livro do Deuteronómio

49 Ø Das cinco narrativas históricas que integram o Pentateuco (Génesis, Êxodo, Levítico, Números ), o DEUTERONÓMIO constitui a unidade literária mais heterogénea e diferenciada. Com razão, os exegetas falam de uma nova tradição ou fonte documental, que se distingue das outras fontes do Pentateuco por motivos de estilo e de teologia e se prolonga até ao fim do 2. Livro dos Reis, formando a Fonte ou História Deuteronomista.

50 NOME Ø Deuteronómio quer dizer segunda Lei. Foi o nome dado a este livro nas traduções grega e latina, porque se apresenta como a reedição ou síntese dos textos legislativos anteriores, enquadrada por um estilo diferente.

51 NOME Ø Na tradição hebraica, chama-se apenas Debarim (Palavras), pelo modo como o texto começa: «Estas são as Palavras». Mas a designação greco-latina sintetiza bem o conteúdo deste livro, o qual, mais do que um final do Pentateuco, parece representar sobretudo o começo de uma nova maneira de escrever a História do Povo Eleito.

52 TEXTO E CONTEXTO Ø O texto deste livro teve uma história complicada. Ø A sua origem é geralmente colocada no Reino do Norte, antes da conquista da Samaria, em 722, aquando da invasão dos assírios. Na bagagem dos levitas do Norte terá vindo uma primeira redação do DEUTERONÓMIO, que teria como esquema base uma celebração litúrgica da Aliança (ver a aliança de Siquém: Js 24).

53 TEXTO E CONTEXTO Ø Curiosamente, um século mais tarde, foi encontrado no templo de Jerusalém o «Livro da Lei do Senhor» ou «Livro da Aliança» (2 Rs 22,8.11; 23,2.21). Ø O rei Josias começou imediatamente a pôr esta Lei em prática, fazendo uma reforma do culto (2 Rs 23,3-20). A relação entre esta reforma e o DEUTERONÓMIO encontra-se na insistência da centralização do culto em Jerusalém e na destruição dos cultos idolátricos.

54 TEXTO E CONTEXTO Ø Mas a Lei encontrada no templo poderá ter sido uma redação posterior ao esquema da aliança que veio do Norte, onde a temática da Palavra, do profeta, da Aliança e do Sinai-Horeb se sobrepunham à temática do culto e do sacerdócio, que prevaleciam como era natural em Jerusalém.

55 TEXTO E CONTEXTO Ø No Sul, deve ter sido feita uma primeira redação elaborada depois da falhada reforma de Ezequias, ou seja, a meados do séc. VII a.c.. A última redação deve ter acontecido aquando da redação final do Pentateuco: séc. V-IV a.c.. Tudo isto denota um contexto posterior e uma finalidade catequética.

56 TEXTO E CONTEXTO Ø É no contexto destas diferentes etapas da redação do DEUTERONÓMIO que deve entender-se o constante vaivém do tu e do vós no discurso de Moisés, quando se dirige ao povo de Israel (ver 6,1-3). Ø Apesar desse tu e vós parecer por vezes ilógico, na nossa tradução preferimos respeitar o estilo do texto original hebraico.

57 DIVISÃO Ø Em três grandes discursos atribuídos a Moisés. Com estilo direto, num tom exortativo e profético, usando temas e frases estereotipadas e repetitivas, o redator final sintetiza o programa ou projeto que torna possível fazer de Israel uma nova sociedade, segundo os ideais dos tempos puros da caminhada pelo deserto, num hoje de eterno presente.

58 DIVISÃO Assim, temos: Ø I. Primeiro Discurso (1,6-4,43): de forma historicizante, recapitula o passado, desde a planície desértica da Arabá até à entrada na Terra Prometida de Canaã. Ø II. Segundo Discurso (4,44-28,68): Moisés apresenta os fundamentos da Aliança e as determinações da Lei. Código Deuteronómico: 11,29-26,15. Ø III. Terceiro Discurso (28,69-30,20): últimas instruções de Moisés. Ø IV. Apêndice (31,1-34,12): narra os últimos dias de Moisés, com cânticos e bênçãos, bem como a sua morte.

59 DIVISÃO Ø Os exegetas apresentam ainda uma outra divisão, atendendo à estrutura da Aliança que percorre o DEUTERONÓMIO do princípio ao fim: Ø Introdução: 1, Ø Recordação do passado e exortação a servir o Senhor: 1,6-11,28 2. Proclamação da Lei da Aliança: 11,29-26,15 3. Ø Compromisso mútuo entre Deus e Israel: 26, Ø Bênçãos e maldições: 27,1-30,18 5. Ø Testemunhas da Aliança: 30, Ø Este esquema vem confirmar que estamos perante o livro da Aliança por excelência.

60 TEOLOGIA Ø O DEUTERONÓMIO é, sem dúvida, um livro de grande riqueza doutrinal, sempre preocupado em inculcar a fidelidade de Israel a Deus, que é chamado Pai (1,31), e a estabelecer entre os membros do povo escolhido uma verdadeira fraternidade.

61 TEOLOGIA Ø Defende a centralização do culto, dentro do princípio da aliança, que os profetas evidenciaram. Mesmo insistindo na observância das leis, não deixa de salientar a responsabilidade da consciência individual e o compromisso pessoal, que a fé no Deus único exige.

62 TEOLOGIA Ø Apesar da visão profundamente religiosa e das preocupações teológicas mais voltadas para os problemas institucionais e nacionais, não deixa de reclamar o amor fraterno e a justiça social, apresentando leis verdadeiramente humanitárias.

63 TEOLOGIA Ø Pela sua intenção de recapitular a Lei e repropor o conceito de aliança, e pela influência que teve na reflexão sobre a História de Israel, o livro do DEUTERONÓMIO ocupa um lugar central dentro da Bíblia. E é, por conseguinte, de primeira importância para qualquer tentativa de sistematização de uma teologia bíblica.

64 Fontes... ØA Bíblia dos Capuchinhos ØCentro Bíblico Paulus, O domingo da Palavra Uma festa com a Bíblia, Paulus ØIntroducción a la Biblia, Paulinas ØBíblia YouCat, Paulus

65 ØAté dia 26 de novembro, sdq... às 17:00 horas ØGrato.