Ex.mo Senhor Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Processo de Contra-ordenação nº.
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- Gilberto Peixoto Pinhal
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1 Ex.mo Senhor Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária Processo de Contra-ordenação nº..[nome completo], arguido no processo de contraordenação à margem referenciado, vem, nos termos e para os efeitos do disposto no artº 175º nº 2, do Código da Estrada, apresentar defesa escrita, o que faz nos termos e com os fundamentos seguintes: 1. º O arguido vem acusado de no dia../../.., às..h m, na [identificação da estrada], conduzir o veiculo ligeiro de passageiros de matricula , à velocidade de.. km/h, correspondente à velocidade registada de.. Km/h, deduzido o valor de erro máximo admissível, sendo a velocidade máxima permitida no local de.. Km/h. 2. º A alegada velocidade foi apurada através do Radar.., aprovado pela ANSR em../ /.., p/ IPQ através do Desp. De Aprovação Mod. Nº , D.R. de 21 de Junho de 2012, verificado em 2 de Outubro de º O arguido é um condutor cuidadoso e diligente, que, no âmbito da sua vida pessoal e atividade profissional, percorre centenas de quilómetros por ano, 4. º cumprindo escrupulosamente as regras de condução do Código da Estrada. 5. º Conhece muito bem o local da alegada infração, por onde passa habitualmente, e tem plena consciência de não ter causado, com o seu comportamento, qualquer perigo para terceiros. 6. º Tem, ainda, plena consciência que, atendendo às características da via e do seu veículo, conjugado com as condições meteorológicas existentes naquele dia e hora, conduzia em perfeita segurança, tanto para si como para terceiros. 7. º
2 Não se pode deixar de duvidar sobre os factos de que é acusado, porquanto é seu apanágio cumprir os limites impostos por lei. 8. º Por outro lado, a descrição sumária dos factos constante no auto de notícia, não discrimina o rolo fotográfico do qual consta o registo da alegada velocidade, 9. º não refere qual o número de fotografia obtida, através do radar - elemento de prova imprescindível do auto de notícia, conforme prevê o n.º 4 do artigo 170º. do Código da Estrada. 10. º Nos termos do n.º 1 do artigo 170º. do Código da Estrada, o auto de noticia deve conter, entre outros, os factos que constituem a infracção, o dia, a hora, o local e as circunstâncias em que foi cometida. 11. º Já o n.º 3 do citado artigo, prescreve que o auto de noticia levantado nos termos do disposto no nº. 1, faz fé sobre os factos presenciados pela entidade autuante, até prova em contrário, o mesmo se aplicando aos elementos de prova obtidos através de aparelhos ou instrumentos aprovados nos termos legais e regulamentares, conforme o consagrado no n.º 4 do mesmo artigo 170º do Código da Estrada. 12. º Na descrição da infração cometida não se discrimina qual o número da fotografia obtida, através do aparelho utilizado, elemento de prova imprescindível do auto de notícia, conforme prevê o n.º 4 do artigo 170º do Código da Estrada. 13. º Conforme a descrição dos autos, o radar utilizado foi o sistema Radar. 14. º Este sistema realiza o controlo do tráfego e monitoriza a velocidade dos veículos em determinados locais das vias de rodagem. 15. º A velocidade dos veículos é medida através de um feixe de radar que opera segundo o princípio Doppler onde um sinal é emitido por uma antena parabólica acoplada ao equipamento e refletido quando o veículo passa. 16. º
3 Sempre que o limite de velocidade estabelecido é excedido, o aparelho regista a imagem do veículo, que será utilizado mais tarde como prova da infração. 17. º Nessa imagem consta a velocidade medida (km/h), a velocidade regulamentada para o local (km/h), número de identificação do equipamento, local, número e imagem, o dia e a hora da infração. 18. º Ora, na descrição do auto de notícia supra referenciado não se refere a existência de qualquer prova fotográfica específica, tudo levando a crer que a mesma não existe. 19. º Consagra o artigo 4 n.º 3 do DL 207/2005, de 29 de Novembro, que Os dados obtidos através dos equipamentos de vigilância, podem ser usados, a partir dos respetivos registos, para efeitos de prova em processo penal ou de contraordenação... e o artigo 15º. n.º 1 do mesmo diploma que Os dados gravados e os elementos probatórios acompanham os respetivos autos e processos, 20. º pelo que os registos obtidos através dos aparelhos de radar deverão acompanhar e inserir-se no respetivo auto, neste caso a prova obtida através de radar e a prova fotográfica. 21. º O arguido desconhece se no presente auto de notícia existe algum meio de prova que possa ser valorado. 22. º Inexistindo meios de prova significa que o levantamento do auto à margem identificado viola um dos mais elementares direitos e garantias dos cidadãos constitucionalmente protegidos, devendo, por essa razão, o presente procedimento por contraordenação ser considerado nulo. Sem prescindir 23. º Se porventura se vier a verificar a existência dos elementos probatórios referidos, cumpre salientar, de qualquer modo, a necessidade de aferir da rigorosidade do aparelho de medição utilizado, da sua conformidade metrológica, nomeadamente da sua calibração por entidade competente, erro máximo admissível, incerteza e registos do controlo diário necessários para limitar a existência de valores anómalos.
4 24. º Relativamente à descrição sumária dos factos constante do auto de notícia, cumpre referir que a mesma, pese embora contendo alguns dos elementos indispensáveis a que alude o art. 170º do C. da Estrada, encontra-se formulada em termos conclusivos, vagos e genéricos, não permitindo ao arguido o efetivo exercício do direito de defesa consagrado constitucionalmente. 25. º De facto, a descrição dos factos não enquadra as circunstâncias em que foi cometida a alegada infração, elemento essencial para a apreciação do caso em concreto, nomeadamente mas sem limitar se aquele comportamento causou perigo para terceiros, quais as condições climatéricas naquela data e hora ou qual o volume de tráfego. 26. º Todas estas circunstâncias ou outras que pudessem ser verificadas pelo agente autuante são elemento fundamental na descrição do auto de notícia não só para a justa defesa do arguido, como para a determinação da medida da sanção a aplicar, conforme determina o n º 1 do artigo 139º do Código da Estrada, encontrando-se tal acusação, por isso mesmo, ferida de nulidade. Ainda sem prescindir 27. º Na eventualidade, que não se admite, de não ser este o entendimento relativamente à falta de elementos essenciais na descrição sumária do auto, caso o meio de prova exista e tenha sido obtido de forma legal, o arguido, então, aceitará a contra ordenação de que vem acusado. 28. º Quando notificado do auto de notícia, efetuou de imediato o pagamento voluntário da coima (cfr. doc. 1). 29. º Como já atrás se referiu, o arguido considera-se um condutor cuidadoso e diligente, que tem plena consciência de não ter causado, com o seu comportamento, qualquer perigo para terceiros. 30. º O arguido exece as funções é.[inserir atividade profissional]..
5 14. Ora, as funções e as actividades exercidas pelo arguido, determinam que o mesmo necessita de se deslocar diariamente, para vários pontos da cidade / do país, com vista a visitar., tal como decorre da declaração que se junta e cujo o conteúdo se dá aqui por integralmente reproduzido para todos os efeitos legais (Cfr. Doc. n.º 2). 31. º Dada a sua atividade profissional, tem, pois, necessidade de utilizar o seu veículo diariamente, seja para se deslocar da sua residência para o local de trabalho, seja para cumprir as obrigações e serviços inerentes à atividade que desempenha. 32. º Ora, a necessidade de utilização diária do seu veículo é imprescindível para o exercício da sua atividade profissional, pelo que a aplicação da sanção acessória de inibição de conduzir lhe trará avultados transtornos e prejuízos, tanto a nível pessoal como profissional. 33. º Com efeito, do seu trabalho provem o seu sustento e o da sua família, bem como os fundos necessários e imprescindíveis para fazer face a encargos de natureza vária, nomeadamente às despesas necessárias ao dia-a-dia, como renda de casa, água, luz, gás, alimentação, etc 34. º O arguido sempre conduziu, e conduz, com todo o zelo e diligência exigidos, sendo especialmente atento, cuidadoso, prudente e sensato, nunca dando origem a situações ou manobras perigosas. 35. º O arguido é primário, não tendo sido condenado, nos últimos cinco anos, pela prática de qualquer crime rodoviário ou por qualquer contraordenação grave ou muito grave. 36. º Assim, afigura-se-lhe que face às circunstâncias acima alegadas, relativas à sua personalidade, atividade e condição de vida, às circunstâncias em que a infração foi praticada, deve concluir-se que o pagamento da coima, a censura do facto e a ameaça da sanção realizam de forma adequada e suficiente a finalidade da punição. Pelo exposto, 37. º Vem requerer a consulta à prova presumivelmente obtida através do aparelho Multanova MUVR- 6FD.
6 Mais, Requer-se a V. Exas. se digne a proferir decisão de arquivamento do procedimento por contraordenação e consequente devolução ao arguido do montante da coima paga, devidamente fundamentado na insubsistência de acusação, dada: a) A inexistência dos meios de prova obtidos pelo aparelho de controlo e subsequente nulidade do auto noticia; b) A nulidade do auto de notícia por falta de elementos determinantes na descrição sumária dos factos. Sem prescindir, se tal não for o caso, vem Requerer que, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 141º, do Código da Estrada, e atentos às circunstâncias da prática da infração, lhe seja aplicada a suspensão da execução da sanção acessória de inibição de conduzir, não condicionada ao cumprimento de outros deveres legalmente previstos. Junta:.. documentos. Testemunhas: -.. [nome], [morada], relativamente a toda a matéria de facto constante dos artigos..º a..º da presente defesa. O arguido
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