Exmo. Senhor Juiz de Instrução
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- Aurélia Anjos Padilha
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1 Serviços do Ministério Público de [ ] Processo N.º [ ] Exmo. Senhor Juiz de Instrução [ ], Queixosa e Ofendida nos autos acima referenciados, estando em tempo, e sendo sua intenção apresentar requerimento de abertura de instrução, vem requerer a V. Exa. a sua constituição enquanto Assistente, nos termos dos artigos 68.º n.º 1 alínea a) do Código de Processo Penal. JUNTA: comprovativo do pagamento da taxa de justiça devida pela constituição enquanto assistente. Espera Deferimento A Advogada
2 Serviços do Ministério Público de [ ] Processo N.º [ ] Exmo. Senhor Juiz de Instrução [ ], Queixosa e Assistente nos autos acima identificados, notificada do despacho de fls., que declarou encerrado o Inquérito e de acordo com o qual foi também decidido arquivar o presente processo, vem, cautelarmente, nos termos e para os efeitos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 287.º do Código de Processo Penal ( CPP ), requerer a ABERTURA DE INSTRUÇÃO, o que faz nos termos e com os fundamentos seguintes: 1. ENQUADRAMENTO 1. No dia [ ], a [ ] apresentou Queixa-Crime contra desconhecidos, pela prática de factos que se afiguravam como sendo susceptíveis de integrarem a prática de um dos seguintes crimes, consoante os factos que viessem a ser dados como provados na investigação criminal: a) um crime de furto qualificado, previsto e punido nos termos do artigo nos termos dos artigos 204.º e seguintes do Código Penal ( CP ) caso se provasse que
3 existiu uma apropriação por parte de terceiro dos bens da propriedade da queixosa; b) um crime de burla qualificada, prevista e punida nos termos do artigo 218.º do CP caso se provasse que o agente agiu por meio de erro ou engano sobre os factos que astuciosamente provocou, e teve intenção de obter para si um enriquecimento ilegítimo. 2. Posteriormente, foi a [ ] notificada para se pronunciar se, tendo em conta que [ ], declarou que se opunha a que o processo fosse terminado nos termos do artigo 206.º do Código Penal. 3. Discordando com o arquivamento do processo, por entender que os pressupostos para a punição criminal se mantinham e por estarem em causa prejuízos que não se reconduziam somente aos relativos a [..]. 4. Porém, por despacho de fls., datado de [ ] e notificado à [ ] em[ ], foi proferido despacho de arquivamento e, consequentemente, encerrado o inquérito. 5. A [ ] não se conforma com a decisão de arquivamento do processo, com base em dois fundamentos essenciais, primeiro, porque o despacho de arquivamento está ferido de nulidade e, segundo (ii) é seu entendimento que existem elementos suficientes no processo para o Ministério Público, ao invés de proferir despacho de arquivamento, ter antes optado por proferir despacho de acusação contra [ ] ou para, no mínimo, ter continuado o inquérito realizando, consequentemente, diligências de investigação e de prova adicionais, visando o apuramento da verdade material face ao facto irrefutável de que [ ]. Vejamos. 2. VICIOS DO DESPACHO DE ARQUIVAMENTO
4 6. Conforme supra se referiu, por despacho de fls., datado de [ ], o Ministério Público decidiu encerrar o presente processo, arquivando-o. 7. Entendeu o Ministério Público que no processo [transcrever trecho do despacho]. 8. Sucede, porém, que o Ministério Público não fundamentou devidamente o despacho, limitando-se a tecer considerações genéricas quanto ao processo e não indicando as concretas razões pelas quais não decidiu proferir acusação. 9. [inserir todos ao aspectos que deveriam ter sido atendidos quer em sede de fundamentação, quer dos meios de prova] 10. Do exposto, resulta que não basta indicar os elementos de prova constantes dos autos. É preciso indicar as razões, os fundamentos para considerar que tais elementos não serviram para provar os factos em investigação e porque é que os mesmos não possuem a força necessária para substanciar uma acusação. 11. Este despacho de arquivamento não se encontra fundamentado, uma vez que, entre outros, nele não se descrevem os factos, não se indicam as provas, não se indicam com precisão as razões para os factos em investigação não se encontrarem provados, nem as razões para não se ter proferido acusação. 12. Naturalmente que tal ausência de indicação de factos e de fundamentos, tendo em conta a obrigatoriedade de fundamentação dos actos decisórios no processo penal, não poderá acarretar outra consequência que não seja a da nulidade do despacho de arquivamento, 13. nulidade essa que aqui expressamente se argui para todos os efeitos legais. Senão, vejamos.
5 3. CAUTELARMENTE: 3.1 RAZÕES DE FACTO PARA A DISCORDÂNCIA DO DESPACHO DE ARQUIVAMENTO 14. [indicar razões de facto que sustentam a discordância com o despacho de arquivamento] 15. Como tal, está em crer a Assistente que o presente inquérito deverá prosseguir, desde logo através da constituição da [ ] como Arguida. 3.2 RAZÕES DE DIREITO PARA A DISCORDÂNCIA DA DECISÃO 16. Dispõe o artigo 283.º, n.º 1 do CPP que se durante o inquérito tiverem sido recolhidos indícios suficientes de se ter verificado o crime e de quem foi o seu agente, o Ministério Público, no prazo de 10 dias, deduz acusação contra aquele. 17. Por sua vez, dispõe o n.º 2 do mesmo preceito que [consideram-se suficientes os indícios sempre que deles resultar uma possibilidade razoável de ao arguido vir a ser aplicada, por força deles, em julgamento, uma pena ou uma medida de segurança. 18. Os indícios suficientes são aqueles em face dos quais seja possível considerar altamente provável a condenação do acusado, ou quando esta seja mais provável do que a absolvição. 19. Ora, em função dos factos supra narrados, resulta claro que no presente processo estamos perante indícios que permitem de forma manifesta aplicar uma pena/sanção [ ], sendo que os factos constantes do processo conduzem-nos a uma elevada probabilidade de tal punição efectivamente acontecer. 20. Assim: 21. [Expor razões de direito].
6 22. Por todo o quanto foi exposto, deverá ser aberta a instrução. Nestes termos, vem a Assistente, ao abrigo do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 287.º do CPP, requerer a abertura de instrução no âmbito do presente processo, em virtude de, face ao que supra se expôs, e salvo o devido respeito, o despacho de arquivamento proferido nestes autos carecer em absoluto de fundamento, tornandose indispensável a sua não comprovação judicial. Consequentemente, requer a V. Exa. se digne constituir a [ ] como Arguida e proferir contra elas despacho de pronúncia. ACTOS DE INSTRUÇÃO QUE A ASSISTENTE PRETENDE QUE SEJAM REALIZADOS UMA VEZ DECLARADA ABERTA A FASE DE INSTRUÇÃO: Nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 287.º n.º 2 e 292.º n.º 1, ambos do CPP, requer-se a realização das seguintes diligências probatórias, requerendo a Assistente por este meio a abertura de instrução sobre todos os factos constantes do presente requerimento, o que se afigura essencial para a descoberta da verdade material. CONSTITUIÇÃO E AUDIÇÃO DE ARGUIDO: A [ ] requer que a [ ] seja ouvida na qualidade de arguida, nos termos e para os efeitos previstos no artigo 58.º do Código de Processo Penal.
7 OUTRAS DILIGÊNCIAS: Face ao já exposto no presente requerimento de abertura de instrução considera a Assistente serem essenciais para a descoberta da verdade, pelo que requerem-se, desde já, as seguintes diligências: (I) (II) (III) (IV) (V) Inquirição do Sr. Dr. [ ], a notificar na [ ]; Apurar [ ], Oficiar entidades públicas e/ou privadas nas pessoas dos representantes legais; Oficiar entidades públicas e/ou privadas para juntarem aos autos documentos; [ ]. JUNTA: comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça pela apresentação do requerimento de abertura de instrução e duplicados legais A Advogada Assinatura e carimbo profissional
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