Universidade de São Paulo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas Departamento de Ciências Atmosféricas Grupo de Estudos

Transcrição

1 Universidade de São Paulo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas Departamento de Ciências Atmosféricas Grupo de Estudos Climáticos - GrEC RELATÓRIO CLIMÁTICO MENSAL Monitoramento climático: Maio/2017 São Paulo 2017

2 RELATÓRIO CLIMATOLÓGICO MENSAL DO GrEC Volume 20 Número 05 Maio/2017 Responsáveis: Tércio Ambrizzi - IAG/USP Rosmeri Porfirio da Rocha - IAG/USP Colaboradores: Amanda Rehbein - IAG/USP Amanda Sabatini Dufek - LNCC Eduardo Marcos de Jesus - IAG/USP Lívia Márcia Mosso Dutra - IAG/USP Meiry Sayuri Sakamoto - FUNCEME Michelle Simões Reboita - UNIFEI Natália Machado Crespo - IAG/USP Victor Raul Chavez Mayta - IAG/USP Instituições Colaboradoras e Consultadas: Commonwealth Bureau of Meteorology CPC - Climate Prediction Center CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos Estação Meteorológica do IAG/USP FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos GEM - Grupo de Estudos Multiescalas IAG/USP INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INMET - Instituto Nacional de Meteorologia NCEP - The National Centers for Environmental and Atmospheric Administration Prediction NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration UNIFEI/IRN - Universidade Federal de Itajubá/Instituto de Recursos Naturais Endereço para Correspondências: Universidade de São Paulo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas Departamento de Ciências Atmosféricas Laboratório GrEC Rua do Matão, 1226 Cidade Universitária, São Paulo, SP, Brasil, CEP: Telefone: +55 (11) relatorio@model.iag.usp.br site:

3 1 SUMÁRIO 1 CAPITAL PAULISTA Estação Meteorológica do IAG/USP Temperatura Média do Ar ( o C) Temperatura Mínima do Ar ( o C) Temperatura Máxima do Ar ( o C) Precipitação (mm) Umidade Relativa (%) Pressão Atmosférica (hpa) BRASIL Anomalia de Temperatura do Ar e Precipitação Anomalia de Temperatura do Ar Comparação com o Mês anterior - Temperatura Anomalia de Precipitação Comparação com o Mês anterior - Precipitação Para as Capitais Para outras Estações Brasileiras AMÉRICA DO SUL Anomalia de Temperatura do Ar e Precipitação Posição e Intensidade Média dos Centros Semi-permanentes de Alta Pressão ao Nível Médio do Mar Anomalias de Pressão ao Nível Médio do Mar (PNMM) Anomalias de Vento em 850 hpa Anomalias de Geopotencial em 500 hpa Anomalias de Vento em 200 hpa AUSTRÁLIA MONITORAMENTO DOS CICLONES E ANTICICLONES NO HEMISFÉRIO SUL TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DO MAR NOTAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4 2 1 CAPITAL PAULISTA 1.1 Estação Meteorológica do IAG/USP Temperatura Média do Ar ( o C) Temperatura Média: 18,3 Anomalia ( ): 0,7 Média Climatológica e Desvio Padrão 17,6 ± 0, Temperatura Mínima do Ar ( o C) Temperatura Mínima Média (T.Min.M.): 14,8 Anomalia 1,26 Média Climatológica e Desvio Padrão 13,5 ± 1,1 Recorde Extremo da T.Min.M. 8,9 (Climatologia utilizada: 1933-presente) (ano 1935) Média das 5 Mínimas mais baixas do mês 12,9 Média Climatológica e Desvio Padrão 10,2 ± 2,0 Média das 5 Mínimas mais altas do mês 16,8 Média Climatológica e Desvio Padrão 16,4 ± 1,2 Temperatura Mínima Absoluta 12,4 (dia 15) Média Climatológica e Desvio Padrão 8,8 ± 2,1 Temperatura Mínima mais alta 17,3 (dia 14) Média Climatológica e Desvio Padrão 17,2 ± 1,2

5 3 Recordes Históricos da Temp. Mín. para o mês 1,4 (Climatologia utilizada: 1933-presente) (ano 1979) Ver Nota 1 No mês de maio de 2017 não houve nenhum dia com extremo de temperatura mínima, ou seja, nenhum dia abaixo da média histórica ( ). O número de dias em um mês com temperatura mínima menor ou igual a um limiar refere-se ao número de dias que apresentaram temperatura mínima inferior ou igual ao percentil de 10% ( ). Assim, esses dias são considerados extremos frios (Figura 1.1). Figura 1.1 Extremos de temperatura mínima (percentil de 10%: 10,5 o C) (cf. Nota 1) para o mês de maio entre 1960 e 2017 (Fonte: Estação Meteorológica do IAG/USP) Temperatura Máxima do Ar ( o C) Temperatura Máxima Média (T.Max.M.): 23,8 Anomalia 0,6 Média Climatológica e Desvio Padrão 23,2 ± 1,2 Recorde Extremo da T.Max.M. 25,8 (Climatologia utilizada: 1933-presente) (ano 1984)

6 4 Média das 5 Máximas mais baixas do mês 19,6 Média Climatológica e Desvio Padrão 18,0 ± 1,9 Média das 5 Máximas mais altas do mês 28,0 Média Climatológica e Desvio Padrão 27,8 ± 1,1 Temperatura Máxima Absoluta 29,9 (dia 26) Média Climatológica e Desvio Padrão 28,8 ± 1,1 Temperatura Máxima mais baixa 17,3 (dia 19) Média Climatológica e Desvio Padrão 16,3 ± 1,9 Recordes Históricos da Temp. Máx. para o mês 30,9 (Período: 1933-presente) (ano 2001) Ver Nota 2 Em relação ao número de dias com temperatura máxima extrema, observamos 3 dias no mês de maio de 2017, ou seja, o equivalente à média histórica ( ). O número de dias em um mês com temperatura máxima maior ou igual a um limiar refere-se ao número de dias que apresentaram temperatura máxima superior ou igual ao percentil de 90% ( ). Assim, esses dias são considerados extremos quentes (Figura 1.2).

7 5 Figura 1.2 Extremos de temperatura máxima (percentil de 90%: 27,5 o C) (cf. Nota 1) para o mês de maio entre 1960 e 2017 (Fonte: Estação Meteorológica do IAG/USP) Precipitação (mm) Precipitação Acumulada 135,9 Anomalia Média Climatológica e Desvio Padrão 57,1 78,8 ± 56,6 Precipitação Máxima Acumulada em 45,5 (dia 21) 24 horas Precipitação Máxima Acumulada em 12,6 (dia 21) 1 hora Mínimo Histórico para o mês (1933-presente) Máximo Histórico para o mês (1933-presente) 3,1 (1943) 246,3 (1987) Ver Nota 3

8 6 No mês de maio de 2017 a precipitação total foi de 135,9 mm, totalizando 12 dias com precipitação igual ou acima de 0,1 mm, ou seja, 2 dias abaixo da média climatológica ( ) (Figura 1.3). Figura 1.3 Dias com precipitação para o mês de maio de 2017, com acumulados superiores ou iguais a 0,1 mm (Fonte: Estação Meteorológica do IAG/USP) Umidade Relativa (%) Umidade Relativa Média 84,0 Anomalia 2,2 Média Climatológica e Desvio Padrão 81,8 ± 2,6 Umidade Relativa Máxima Média 96,2 98,0 Umidade Relativa Máxima Absoluta (dias 02, 04, 05, 06, 09, 19, 21, 22, 25, 28 e 29) Umidade Relativa Mínima Média 62,2 40,0 Umidade Relativa Mínima Absoluta (dia 09)

9 Pressão Atmosférica (hpa) Pressão Atmosférica Média ao Nível da Estação (Reduzida ao Nível Médio 927,3 do Mar - NMM) (1018,4) Pressão Atmosférica Máxima Absoluta 933,1 ao Nível da Estação (Reduzida ao (1024,6) NMM) (dia 01) Pressão Atmosférica Mínima Absoluta 918,7 ao Nível da Estação (Reduzida ao (1009,5) NMM) (dia 19) Ver Nota 4

10 8 2 BRASIL 2.1 Anomalia de Temperatura do Ar e Precipitação Anomalia de Temperatura do Ar Em maio a temperatura máxima manteve-se acima da média nas regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, tendo sido registrado no Nordeste os índices positivos mais significativos. Nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, prevaleceram anomalias em torno da média, intercaladas com índices negativos. A temperatura mínima manteve-se acima da média em quase todo o País, com índices positivos mais significativos.(figura 2.1). Figura 2.1 Anomalia de temperatura (a) máxima e (b) mínima para o Brasil em maio de 2017 (Fonte: CPTEC/INPE-INMET-FUNCEME/CE-AESA/PB-EMPARN/RNITEP/LAMEPE/PE-FEPAGRO/RS- CHESF-COMET/RJ-DHME/PI-CMRH/SE-SEMARHN/ASEMARH/BA-CEMIG/SIMGE/MG-SEAG/ES- SIMEPAR/PR-CLIMERH/SC-IAC/SP, cf. Nota 6) Comparação com o Mês anterior - Temperatura O campo de anomalia de temperatura máxima manteve-se similar ao observado em abril, com predomínio de anomalias positivas no centro-norte do País. Por outro lado, embora o campo de anomalia de temperatura mínima tenha mantido o padrão de anomalias positivas observou-se um significativo

11 9 aumento nos índices positivos, principalmente, nas regiões Centro-Oeste e Sul Anomalia de Precipitação Em maio, a precipitação manteve-se predominantemente abaixo da média na região Norte, na maior parte do Nordeste (excetuando-se Alagoas, Sergipe e partes de Pernambuco e Bahia) e também, no estado do Mato Grosso. Nas demais regiões prevaleceram anomalias positivas, com índices mais significativos no Rio Grande do Sul. As chuvas observadas em Alagoas e Pernambuco, no final de maio, provocaram inundações e alagamentos que deixaram populações de diversos municípios desabrigados.(figura 2.2). Figura 2.2 Anomalia de precipitação para o Brasil em maio de 2017 (Fonte: CPTEC/INPE-INMET-FUNCEME/CE- AESA/PB-EMPARN/RNITEP/LAMEPE/PE-FEPAGRO/RS-CHESF-COMET/RJ-DHME/PI-CMRH/SE- SEMARHN/ASEMARH/BA-CEMIG/SIMGE/MG-SEAG/ES-SIMEPAR/PR-CLIMERH/SC-IAC/SP, cf. Nota 6).

12 Comparação com o Mês anterior - Precipitação O padrão do campo de precipitação observado em maio manteve-se bastante similar ao do mês de abril, com predomínio de anomalias negativas nas regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste. Anomalias positivas de precipitação ainda permaneceram na região Sul. No Sudeste e nos estados de Alagoas, Sergipe, parte de Pernambuco e Bahia, o campo de anomalia alterou-se de anomalias negativas para positivas. 2.2 Para as Capitais No mês de maio a maior anomalia positiva de temperatura média foi registrada em Goiânia (+2.7 o C), em Goiás. Houve anomalia negativa de -0.3 o C em Salvador (BA). Com relação a precipitação, a capital brasileira que teve o maior acumulado de chuva foi Maceió (AL) com 813.2mm. Já o menor acumulado de chuva foi registrado em Palmas (TO) com 17.8mm. (Tabela 1). 2.3 Para outras Estações Brasileiras A estação meteorológica de Picos (PI) teve temperatura média de 29.7 o C, sendo a estação mais quente. Na cidade de Campos do Jordão (SP) a média da temperatura foi de 11.9 o C, sendo a estação brasileira mais fria neste mês. Em Maceió (AL) foi registrado 813.2mm, estação com o maior volume de chuva acumulado. Não choveu em Barra e Irecê, ambas localizadas na Bahia.

13 11 Tabela 1 Temperatura média, anomalia de temperatura média, temperatura máxima média, temperatura mínima média, precipitação, anomalia de precipitação e número de dias com chuva para as capitais brasileiras. A climatologia utilizada para o cálculo em cada estação é descrita na última coluna desta tabela. Valores anômalos de temperatura acima de +0.8 o C estão indicados em vermelho, e valores abaixo de -0.8 o C em azul. Anomalias de precipitação acima de 120% da climatologia estão indicadas em azul, e abaixo de 80% em vermelho(fonte: INMET, cf. Nota 7). Capitais Período Anom. Temp. Temp. Temp. Anom. N Temp. Máxima Mínima Precip. de Base de Média Precip. Dias de Cálculo ( o média Média Média (mm) C) ( o C) ( o C) ( o (mm) Chuva para as C) Anomalias Aracajú Belém Belo Horizonte Boa Vista Brasília Campo Grande Cuiabá Curitiba Florianópolis Fortaleza Goiânia João Pessoa Macapá Maceió Manaus Natal Palmas Porto Alegre Porto Velho Recife (Curado) Rio(Bangu) Rio Branco Salvador São Luis São Paulo Teresina Vitória

14 12 3 AMÉRICA DO SUL 3.1 Anomalia de Temperatura do Ar e Precipitação No mês de maio, anomalias positivas de temperatura do ar entre 1 o C a 3 o C predominaram sobre grande parte da América do Sul (Figura 3.1). Valores mais intensos (entre 3 o C a 5 o C) ocorreram em pequenas regiões distribuídas ao longo da região central do continente. Anomalias negativas de temperatura do ar entre -1 o C a -3 o C ocorreram sobre o litoral do Espírito Santo, extremo noroeste de Minas Gerais e sudeste da Bahia. Elas ocorreram de forma mais isolada no oeste da Bahia, sul do Chile e extremo norte da Argentina. Com relação ao mês anterior, as anomalias positivas se expandiram para o sul e oeste do continente e as anomalias negativas desta variável desapareceram sobre a região central do continente. (a) (b) Figura 3.1 Anomalias de temperatura para (a) Brasil e (b) Argentina em maio de 2017 (Fonte: CPC/NCEP/NOAA, cf. Nota 8).

15 13 Anomalias positivas de precipitação ocorreram sobre a faixa leste do continente, desde o sul do Uruguai até o norte da Bahia, e sobre o oeste do continente desde o sul da Bolívia até o norte da Colômbia (Figura 3.2). No oeste do continente também ocorreram as anomalias mais intensas do mês (acima de 200% da normal climatológica), mais especificamente sobre a região central do Chile, oeste da Bolívia, sul do Peru, centro-oeste Equador e no extremo noroeste da Colômbia. Por outro lado, no extremo sul e na faixa norte do continente e no norte do Chile predominaram anomalias negativas de precipitação. Em relação ao mês anterior, as áreas de anomalias positivas se expandiram desde a região central do continente para o leste e oeste. (a) (b) Figura 3.2 Anomalias de precipitação para (a) Brasil; (b) Argentina em maio de 2017 (Fonte: CPC/NCEP/NOAA, cf. Nota 8). 3.2 Posição e Intensidade Média dos Centros Semi-permanentes de Alta Pressão ao Nível Médio do Mar O centro semi-permanente de alta pressão no Pacífico Sul esteve centralizado em aproximadamente 30 o S e 110 o W, com intensidade de 1020 hpa. Sobre o Atlântico Sul, a Alta Subtropical esteve posicionada em 35 o S e 5 o E, com intensidade de 1020 hpa.

16 Anomalias de Pressão ao Nível Médio do Mar (PNMM) Anomalias negativas de PNMM predominaram sobre a região central e extremo sul da América do Sul (Figura 3.3). Figura 3.3 (a) Pressão ao nível médio do mar (hpa) e (b) anomalia de pressão ao nível médio do mar (hpa) para maio de 2017 (Fonte: CPC/NCEP/NOAA, cf. Nota 9).

17 Anomalias de Vento em 850 hpa Os ventos alísios sobre o oceano Pacífico Oeste estiveram intensificados, conforme mostra a Figura 3.4. Em baixos níveis sobre o continente sul-americano, os ventos também foram mais intensos durante este mês, fortalecendo a atuacão do jato de baixos níveis. Figura 3.4 Anomalia de vento em 850 hpa para maio de 2017 (Fonte: CPC/NCEP/NOAA, cf. Nota 9).

18 Anomalias de Geopotencial em 500 hpa Anomalias negativas de geopotencial ocorreram sobre o sudoeste do continente e oceano Pacífico Sul adjacente (Figura 3.5). Próximo ao sul da América do Sul, sobre o oceano Atlântico Sul, ocorreram anomalias positivas de geopotencial. Figura 3.5 Anomalia de Geopotencial em 500 hpa para o Hemisfério Sul em maio de 2017 (Fonte: CPTEC/INPE, cf. Nota 9).

19 Anomalias de Vento em 200 hpa Em altos níveis ocorreram anomalias de vento de noroeste sobre o sul do continente e anomalias de sudeste sobre o Nordeste do Brasil, configurando uma circulacão anticiclônica sobre a porcão central do continente (Figura 3.6). Figura 3.6 Anomalia de vento em 200 hpa para maio de 2017 (Fonte: CPC/NCEP/NOAA, cf. Nota 9).

20 18 4 AUSTRÁLIA O mês de Maio apresentou anomalias positivas de temperatura mínima nas regiões norte e leste do país, enquanto as anomalias negativas foram encontradas nas regiões oeste e sul (Figura 4.1). As anomalias positivas de temperatura máxima predominaram em todo o país, estas anomalias não ultrapassaram o limiar de 4 o C (Figura 4.2). Na precipitação foram observados decis predominantemente na média e abaixo da média em todo o país, exceto no norte e algumas regiões do leste que apresentaram decis abaixo da média (Figura 4.3). Figura 4.1 Anomalia de temperatura mínima média mensal sobre a Austrália para maio de 2017 (Fonte: Commonwealth Bureau of Meteorology, cf. Nota 13).

21 19 Figura 4.2 Anomalia de temperatura máxima média mensal sobre a Austrália para maio de 2017 (Fonte: Commonwealth Bureau of Meteorology, cf. Nota 13). Figura 4.3 Decis de chuva mensal sobre a Austrália para maio de 2017 (Fonte: Commonwealth Bureau of Meteorology, cf. Nota 13).

22 20 5 MONITORAMENTO DOS CICLONES E ANTICICLONES NO HEMISFÉRIO SUL A Figura 5.1 apresenta a densidade da trajetória dos sistemas ciclônicos no Hemisfério Sul no mês de maio de 2017 e as respectivas anomalias em relação à climatologia de tal mês no período de 1980 a A Figura 5.1a mostra o cinturão ciclogenético próximo da Antártica e ocorrência de sistemas nas latitudes médias/subtropicais nos três oceanos austrais, principalmente no oceano Pacífico e Atlântico Oeste. Já a Figura 5.1b apresenta anomalias negativas da ocorrência de ciclones próximas da Antártica intercaladas com anomalias positivas. Anomalias positivas também ocorreram em latitudes médias/subtropicais, principalmente nos oceanos Pacífico Oeste e Atlântico Central. O padrão geral das anomalias da densidade da trajetória de ciclones não indica o predomínio de nenhuma fase do Modo Anular Sul (MAS; em inglês: SAM ou AAO; Reboita et al. 2009). A evolução diária do índice MAS mostrada na Figura 5.2b mostra que o índice esteve preferencialmente positivo na maior ao longo do mês e ligeiramente negativo em alguns dias em meados de junho. Figura 5.1 (a) Densidade da trajetória dos sistemas ciclônicos no Hemisfério Sul e (b) anomalia de densidade de ciclones em relação à climatologia no período de 1980 a 2012, para maio de 2017 (cf. Nota 10). Na Figura 5.3 é apresentado o tracking dos sistemas ciclônicos que tiveram tempo de vida superior a 24 horas. Em maio de 2017 foram detectados 79 sistemas com os limiares estabelecidos. Os resultados da Figura 5.3 refletem os da Figura 5.1, porém é possível observar o caminho percorrido por cada sistema. Já na Figura 5.4 são apresentadas as trajetórias dos ciclones somente na América do Sul e oceanos adjacentes. No mês de maio ocorreram 30 sistemas neste domínio. A Figura 5.5 apresenta a densidade da trajetória dos sistemas anticiclônicos no Hemisfério Sul (Figura 5.5a) e as respectivas anomalias em relação à climatologia do período de 1980 a 2012 (Figura 5.5b). Similar à densidade ciclônica, nesta figura são inclusos todos os sistemas detectados pelo algoritmo com duração maior ou igual a 24 horas, mas sem a imposição de um limiar de pressão. A Figura 5.5b mostra anomalias negativas da ocorrência de anticiclones em latitudes médias, intercaladas com anomalias

23 21 Figura 5.2 (a) Primeira EOF aplicada aos dados médios mensais de altura geopotencial em 700 hpa durante o período de , representando a fase positiva do Modo Anular Sul, e (b) índice do Modo Anular Sul diários (Fonte: CPC/NCEP/NOAA, cf. Nota 11). Figura 5.3 Tracking dos sistemas ciclônicos que tiveram tempo de vida superior a 24 horas para o mês de maio de 2017 (cf. Nota 10). positivas. Na Figura 5.6 é apresentado o tracking dos anticiclones no Hemisfério Sul que iniciaram com pressão maior ou igual a 1020 hpa e que tiveram tempo de vida maior ou igual a 24 horas. Em maio, 45 sistemas foram identificados de acordo com os limiares especificados. Na análise da grade que corresponde a América do Sul e parte dos oceanos adjacentes (Figura 5.7)

24 22 Figura 5.4 Trajetórias dos ciclones na América do Sul e oceanos adjacentes em maio de 2017 (cf. Nota 10). Figura 5.5 (a) Densidade da trajetória dos sistemas anticiclônicos no Hemisfério Sul b) anomalia de densidade de anticiclones em relação à climatologia no período de 1980 a 2012, no mês de maio de 2017 (cf. Nota 10). foram identificados 16 anticiclones.

25 23 Figura 5.6 Tracking dos anticiclones no Hemisfério Sul que iniciaram com pressão maior ou igual a 1020 hpa e que tiveram tempo de vida maior ou igual a 24 horas para o mês de maio de 2017 (cf. Nota 10). Figura 5.7 Trajetórias dos anticiclones na América do Sul e oceanos adjacentes em maio de 2017.

26 24 6 TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DO MAR Durante o mês de maio de 2017 o Pacífico equatorial central (região do El Niño +3.4) continua apresentando anomalias da Temperatura da Superfície de Mar (TSM) ligeiramente positivas, perto do +0.5 o C, correspondente as condições fracas quentes (Figura 6.1). Na primeira quinzena do mês de maio se apresentaram pulsos de vento anômalos de leste no Pacífico equatorial (Figura 6.5), permitindo a formação de uma onda de Kelvin fria no Pacífico central. Seguindo as previsões dos modelos, mostrando um status de ENSO-neutral ou condições de El Niño-neutro (CPC/IRI) para o mês de maio. A região do Pacífico Leste (região do El Niño 1+2) (Figura 6.1), incluindo a costa do Peru e o Equador, mostraram anomalias positivas da TSM com média de +1.0 o C, com uma máxima registrada de +1.1 o C. Condições anômalas quentes na costa central e Norte do Peru, continuaram diminuindo com tendência de neutralidade (Figura 6.1). Durante o mês de maio, o Anticiclone Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) esteve mais intenso respeito a sua média climática, além de apresentar uma configuração zonal e ligeiramente deslocado há oeste de sua posição climatológica (Figura 6.5). O deslocamento do ASPS há costa sulamericana, tem contribuído para o enfraquecimento das anomalias positivas da TSM. Durante o mês de maio observou-se que as anomalias da Temperatura Subsuperficial do Mar (TSSM) (Figura 6.2), o núcleo de massa de água fria de -2.0 o C é observado na linha data (180 o ). Durante a primeira semana de junho de 2017, esse núcleo de massa fria se fortalece (Figura 6.2), contribuindo assim para uma desintensificação da TSM na região do Pacífico central, região do El Niño 3.4. A região do Atlântico Tropical Norte durante o mês de maio continua apresentando condições de neutralidade (Figura 6.1). A Oscilação do Atlântico Norte (NAO) para o mês de maio apresentou valores negativos (veja: mas efeitos importantes não são observados no padrão de TSM, onde a costa leste do Norte da América, apresenta condições anômalas quentes. As anomalias de TSM sobre o Atlântico subtropical Sul (costa sudeste e Leste do Sul América) para o mês de maio mostra condições de desenvolvimento de neutralidade (Figura 6.1), em parte influenciada pelo deslocamento anômalo para o norte de uma massa de água fria. Analisando o padrão de Pressão ao Nível Médio do Mar (PNMM) (Figura 6.4), o padrão de trem de ondas com alternância de circulação ciclônica e anticiclônica continua desconfigurada e com um fluxo mais zonal. Na parte continental pode-se observar o estabelecimento de uma circulação ciclônica estendendo-se até o Sudeste de América de Sul, o que poderia influenciar ao desenvolvimento de atividade convectiva. No nível de 850 hpa (Figura 6.5), basicamente é observada condições normais no Pacífico equatorial, mas com fortes anomalias do vento de oeste deslocado para o Norte, o que teria influenciado nas fortes precipitações ocorridas na Colômbia. O padrão de anomalias de Radiação de Onda Longa Emergente (ROLE) para o mês de maio, mostra atividade convectiva sobre Norte de Argentina e Chile e sul de Peru estendendo-se até o Sul e Sudeste de Brasil (Figura 6.3),?associada a uma circulação ciclônica observada na (Figura 6.4) e o transporte de umidade desde Amazônia

27 25 (Figura 6.5). Figura 6.1 Anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM, o C) para Maio de Fonte: CPTEC/INPE, cf. Nota 6. Figura 6.2 Média da temperatura subsuperficial ( o C) considerando-se profundidades de até 500 metros ao longo das longitudes de 140 o E a 100 o W, para (painel esquerdo) Maio de 2017; e (painel direito) de 4 a 8 de Junho de 2017 (média de 5 dias). Fonte: TAO Project Office/PMEL/NOAA.

28 26 Figura 6.3 Anomalia da Radiação de Onda Longa Emergente (ROLE, W m 2 ) para Maio de TEC/INPE, cf. Nota 6. Fonte: CP- Figura 6.4 Anomalia da Pressão ao Nível do Mar (hpa) para Maio de Fonte: CPTEC/INPE, cf. Nota 6.

29 27 Figura 6.5 Anomalia do Vento (m s 1 ) em 850 hpa para Maio de Fonte: CPTEC/INPE, cf. Nota 6.

30 28 NOTAS 1. Dados horários obtidos da Estação Meteorológica do IAG/USP, localizada no bairro Água Funda, Zona Sul do município de São Paulo ( A estação possui registros desde Para o cálculo da temperatura mínima média do ar toma-se apenas o registro mais baixo de cada dia para calcular a média mensal; O recorde extremo corresponde a menor temperatura mínima média mensal da série temporal (de 1981 até 2010); O recorde histórico corresponde a menor temperatura mínima diária da série temporal (desde 1933 até o presente); O número de dias num mês com temperatura mínima menor ou igual a um limiar refere-se ao número de dias que apresentaram temperatura mínima inferior ao percentil de 10% (1960- presente). 2. Dados horários obtidos da Estação Meteorológica do IAG/USP, localizada no bairro Água Funda, Zona Sul do município de São Paulo ( A estação possui registros desde Para o cálculo da temperatura máxima média do ar toma-se apenas o registro mais alto de cada dia para calcular a média mensal; O recorde extremo corresponde a maior temperatura máxima média mensal da série temporal (de 1981 até 2010); O recorde histórico corresponde a maior temperatura máxima diária da série temporal (1933- presente); O número de dias num mês com temperatura máxima maior ou igual a um limiar refere-se ao número de dias que apresentaram temperatura máxima superior ao percentil de 90% (1960-presente).

31 29 3. Dados horários obtidos da Estação Meteorológica do IAG/USP, localizada no bairro Água Funda, Zona Sul do município de São Paulo ( A estação possui registros desde O mínimo e máximo histórico de precipitação para o mês corresponde ao menor e maior acumulado mensal, respectivamente, entre 1960 até o presente. 4. Dados horários obtidos da Estação Meteorológica do IAG/USP, localizada no bairro Água Funda, Zona Sul do município de São Paulo ( A estação possui registros desde A altitude da Estação é de 799,2 metros; Para a redução da pressão ao nível médio do mar leva-se em conta a altitude da estação e a temperatura do ar para o dia que se quer reduzir; A pressão atmosférica mínima e máxima absoluta corresponde ao valor mínimo e máximo horário do referido mês, respectivamente. 5. Dados obtidos da Estação Automática do INMET Mirante de Santana, localizada no bairro Jardim São Paulo, Zona Norte do município de São Paulo 6. Figuras obtidas do CPTEC/INPE (Monitoramento Brasil): 7. Valores obtidos das estações automáticas do INMET 8. Figuras obtidas do CPC/NCEP/NOAA (Monitoring and Data > Global Climate Data > Global Regional Climate Maps > South America): 9. Figuras obtidas do CPC/NCEP/NOAA (Expert Assessments > Climate Diagnostics Bulletin > Tropics > Mean & Anomaly Fields):

32 Os campos gerados utilizam a reanálise do projeto R-1 do NCEP-NCAR (Kalnay et al. 1996) com frequência de 6 horas e o esquema automático de tracking da Universidade de Melbourne, Austrália (Murray e Simmonds 1991; Pezza e Ambrizzi 2003; Simmonds et al. 2003): Os sistemas de baixa e alta pressão são rastreados em 2 domínios: 1) Hemisfério Sul (10 o S- 90 o S, 180 o W-180 o E); e 2) América do Sul (90 o S 10 o S, 110 o W-0 o W); Para serem identificados, os ciclones e anticiclones devem apresentar isóbaras fechadas e tempo de vida maior ou igual a 24 horas; Ressalta-se que não é utilizado nenhum limiar de pressão. 11. Figuras obtidas do CPC/NCEP/NOAA (Climate & Weather Linkage > Teleconnections > Antarctic Oscillation - AAO): Figura obtida do Commonwealth Bureau of Meteorology:

33 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Kalnay, E., e Co-autores, 1996: The NCEP/NCAR 40-year reanalysis project. Bull. Amer. Meteor. Soc., 77, Murray, R. J., e I. Simmonds, 1991: A numerical scheme for tracking cyclone centers from digital data. Part I: Development and operation of the scheme. Aust. Meteor. Mag., 39, Pezza, A., e T. Ambrizzi, 2003: Behavior: Further Analysis. J. Climate, 16, Variability of Southern Hemisphere Cyclone and Anticyclone Reboita, M. S.; T. Ambrizzi; R. P. Da Rocha, 2009: Relação entre o modo anular sul e os sistemas atmosféricos no hemisfério sul. Rev. Bras. Meteorol, 24 (1), Simmonds, I.; K. Keay; E.-P. Lim, 2003: Synoptic activity in the seas around Antarctica. Monthly Weather Review, 131,