INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA INMET 5º DISME BELO HORIZONTE
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- Vagner Ribeiro Lencastre
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1 BOLETIM AGROMETEOROLÓGICO DE MAIO E PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O TRIMESTRE JUNHO, JULHO E AGOSTO DE I. DIAGNÓSTICO Maio foi um mês seco e com temperaturas amenas em Minas Gerais. As chuvas foram raras, fracas e localizadas, decorrentes da passagem de sistemas frontais pelo litoral e do transporte de umidade do oceano para o Centro-leste mineiro. Em grande parte do Estado não choveu e, nas áreas com registros de chuva, o total acumulado foi inferior a 40 mm, como ilustra a Figura 1(a). Climatologicamente, as chuvas foram inferiores à média histórica em praticamente todo o Estado, Figura 1(b). (a) (b) Figura 1 Total acumulado (a) e anomalia (b) de chuvas no mês de maio de Com a estação seca estabelecida em todo o Estado, no final do mês de maio, localidades de todas as regiões mineiras contabilizavam mais de 30 dias secos consecutivos. Em grande parte da faixa Norte, este número já ultrapassava 40 dias, Figura 2.
2 Figura 2 Maior intervalo de dias secos consecutivos, sem registros de chuva igual ou superior a 5 mm, após o registro da última chuva. Umidade Relativa do Ar A umidade relativa do ar apresentou decréscimo gradativo ao longo do mês em quase todo o Estado, padrão comumente observado durante a estação seca. Na média mensal, os valores diários variaram entre 70% e 90%, na Zona da Mata e Leste, entre 60% e 80%, no Sul, Centro, Nordeste e Norte, situando-se abaixo de 70% no restante do Estado, Figura 3(a). Os índices de umidade estiveram abaixo da média histórica no Triângulo, Noroeste, Centro e Nordeste, Figura 3(b). (a) (b) Figura 3 Média mensal (a) e anomalia (b) da umidade relativa do ar diária. Os valores mínimos, normalmente registrados à tarde, decaíram principalmente do segundo para o terceiro decêndio no Oeste, Noroeste, Centro e Norte. Na média mensal, situaram-se acima de
3 40% em quase todo o Estado, como se vê na Figura 4(a). Valores inferiores a este limiar limitaram-se ao Pontal do Triângulo. Em relação à média histórica, prevaleceram valores de umidade relativa abaixo da média, Figura 4(b). (a) (b) Figura 4 Média mensal (a) e anomalia (b) da umidade relativa do ar registrada às 15:00 horas local. Temperaturas O declínio de temperatura observado da primeira para a segunda quinzena do mês foi o destaque do mês de maio. No primeiro decêndio, houve maior variação de nebulosidade no Centro e Leste, prevalecendo dias claros no restante do Estado. Na segunda quinzena, a atuação quase consecutiva de duas massas de ar frio manteve as temperaturas amenas em todo o Estado. O primeiro episódio frio do mês foi de fraca intensidade, iniciando-se no dia 17 e persistindo até o início do terceiro decêndio. No dia 27, outra massa de ar frio, desta vez com intensidade moderada, desencadeou um rápido episódio frio, cuja intensidade foi suficiente para derrubar a temperatura mínima no Sul do Estado em até 7 C, do dia 28 para o dia 29, ocorrendo aí o primeiro registro de temperatura negativa do ano. Além disso, registrou-se também a primeira geada do ano em Minas Gerais, observada no dia 30, em Caldas. As temperaturas permaneceram baixas até o final do decêndio. A formação de nevoeiros foi recorrente na faixa Leste. Em todo o Estado, as temperaturas variaram entre 20 C e 32 C, a máxima, e entre 6 C e 20 C, a mínima, Figuras 5 (a) e 5(c), respectivamente. Em relação à climatologia, prevaleceram valores de temperatura máxima de normal a ligeiramente acima da média em Minas Gerais, Figura 5(b). Já a temperatura mínima apresentou-se de normal a acima da média em grande parte do Estado, Figura 5(d).
4 (a) (b) (c) (d) Figura 5 Médias mensais (a e c) e anomalias (b e d) das temperaturas máximas e mínimas Condições Hídricas dos Solos e Índices de Aridez No final do mês de maio, observava-se déficit hídrico e baixo armazenamento de água no solo, inferior a 40%, no Centro-norte e em parte do Triângulo Mineiro, Figura 6(a) e 6(b), respectivamente. A escassez de chuva observada ao longo do mês deixou todo o Estado sob condições de aridez, Figura 7, e favorável à ocorrência de queimadas e incêndios, Figura 8.
5 (a) (b) Figura 6 Condições hídricas do solo (a) e armazenamento de água no solo (b) em Minas Gerais, no final do mês de maio. Figura 7 Índice de Aridez Agrometeorológico no final do mês de maio.
6 Figura 8 Índice de Inflamabilidade em 31 de maio de 2011, em Minas Gerais. II CONDIÇÕES CLIMATOLÓGICAS EM MINAS GERAIS, PARA OS MESES DE JUNHO, JULHO E AGOSTO. O conjunto de mapas representados na Figura 9 ilustra os valores climatológicos das temperaturas máximas e mínimas, valores médios mensais, para os meses de junho, julho e agosto.
7 Figura 9 Campos de temperaturas máximas e mínimas para Minas Gerais, meses de junho, julho e agosto, médias climatológicas referentes ao período de A Tabela 1 sintetiza os limites extremos das temperaturas máximas e mínimas esperadas para os meses de junho, julho e agosto. De fato, os maiores destaques são para as temperaturas mínimas, que atingem limites médios iguais e inferiores a 5 C, nos meses de junho e julho e, limites superiores, entre 17ºC e 18 C, para todo o trimestre. Quanto às máximas, de julho para agosto, há um pequeno aumento, chegando a 32 C. Portanto, este trimestre apresenta grande amplitude térmica diurna, que é a diferença entre as temperaturas máximas e mínimas. Normalmente, as temperaturas são altas à tarde e amenas no período da noite e madrugada, favorecendo a formação de nevoeiros. As massas de ar frio podem chegar ao Estado com intensidade suficiente para provocar episódios frios, ocasiões em que poderá ocorrer queda brusca de temperatura de um dia para outro e permanência de temperaturas amenas por dias consecutivos. A formação de geadas nas áreas serranas do Sul do Estado torna-se recorrente, principalmente durante os episódios frios.
8 LIMITES SUPERIORES E INFERIORES DAS TEMPERATURAS MÁXIMAS E MÍNIMAS EM MINAS GERAIS, PARA OS MESES DE JUNHO, JULHO E AGOSTO COM BASE NAS NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DE 1961 A MESES TEMPERATURAS MÁXIMAS ESPERADAS ( C) TEMPERATURAS MÍNIMAS ESPERADAS ( C) LIMITE SUPERIOR LIMITE INFERIOR LIMITE SUPERIOR LIMITE INFERIOR JUNHO JULHO ,7 AGOSTO Tabela 1 Limites superiores e inferiores das temperaturas máximas e mínimas em Minas Gerais, meses de junho, julho e agosto, médias climatológicas para o período Na Figura 10 estão representados os campos das chuvas normalmente esperadas para o trimestre junho, julho, agosto, para o Estado de Minas Gerais, sendo este o trimestre mais seco do ano, com chuvas raras e distribuição espacial irregular, normalmente associadas ao avanço de sistemas frontais. Os totais esperados em todo o Estado são inferiores a 60 mm e, em áreas do Norte, não chove nos meses de julho e agosto. Há redução gradativa da umidade relativa do ar ao longo do trimestre, sendo comum a ocorrência de valores críticos, inferiores a 30%, principalmente no período da tarde, no bimestre julho-agosto, condição que piora a qualidade do ar e favorece a ocorrência de incêndios em florestas, campos, cerrados e matas, o que agrava ainda mais a qualidade do ar.
9 Figura 11 Distribuição das chuvas em Minas Gerais, para os meses de junho, julho e agosto, médias climatológicas para o período III. PROGNÓSTICO TRIMESTRAL PARA MINAS GERAIS Com base nos modelos numéricos de previsão climática, assim como na evolução das condições atmosféricas e oceânicas nos últimos meses, a previsão de consenso, elaborada conjuntamente pelo INMET e CPTEC/INPE, para o trimestre junho a agosto, é de chuvas e temperaturas próximas à média histórica. EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE: Rubens Leite Vianello, Anete dos Santos Fernandes, Cléber Afonso de Souza, Lizandro Gemiacki, Claudemir de Azevedo Félix e Jorge Luiz Batista Moreira.
10 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: As análises contidas neste Boletim são baseadas nos dados meteorológicos diariamente coletados nas redes de estações de superfície, convencionais e automáticas, pertencentes ao Instituto Nacional de Meteorologia, INMET. Como a densidade das redes de observações é limitada, a tomada de decisão, em nível de propriedade, deve ser também baseada em observações locais, onde o conhecimento do agricultor e do extensionista é igualmente importante. Portanto, o uso das informações aqui contidas é de inteira responsabilidade do usuário.
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