UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PÂMELLA SANTOS DA SILVA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PÂMELLA SANTOS DA SILVA"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PÂMELLA SANTOS DA SILVA POSSIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE PELO CONCEBIDO POR REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA Palhoça 2012

2 PÂMELLA SANTOS DA SILVA POSSIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE PELO CONCEBIDO POR REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA Monografia apresentada ao Curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientadora: Profa. Gisele Rodrigues Martins Goedert, Msc. Palhoça 2012

3 PÂMELLA SANTOS DA SILVA POSSIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE PELO CONCEBIDO POR REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de bacharel em Direito e aprovado em sua forma final pelo Curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 07 de novembro de Profa. Orientadora Gisele Rodrigues Martins Goedert, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina Prof. Universidade do Sul de Santa Catarina Prof. Universidade do Sul de Santa Catarina

4 TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE POSSIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE PELO CONCEBIDO POR REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico e referencial conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Sul de Santa Catarina, a Coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o Orientador de todo e qualquer reflexo acerca desta monografia. Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em caso de plágio comprovado do trabalho monográfico. Palhoça, 07 de novembro de PÂMELLA SANTOS DA SILVA

5 Dedico esta pesquisa aos meus pais Josemeri e Valério, e a minhas irmãs, por todo o incentivo e ajuda recebidos durante a faculdade.

6 AGRADECIMENTOS A Deus, primeiramente, por ter me concedido saúde, discernimento e sabedoria necessária para conclusão deste curso. Ao meu pai, por todo suporte dado ao longo da minha vida, sempre me apoiando e desejando um futuro promissor. À minha querida mãe, por ser essa mulher guerreira em que me espelho, e que mesmo nos momentos difícies esteve do meu lado me ajudando da maneira que pode. Eu te amo. À minha orientadora, Professora Gisele Rodrigues Martins Goedert, pelos conselhos, informações e auxílio oferecidos, sem os quais este trabalho não se tornaria realidade. Às minhas amadas irmãs Priscilla e Patrícia, que me apoiaram e aconselharam em todos os momentos de dificuldade ao longo do curso. Por fim, e não menos importante, às minhas queridas amigas e companheiras Ana Luíza, Nathália, Priscila e Roberta que me encorajaram e me fizeram acreditar que seria possível conciliar todas as atividades em um semestre só.

7 RESUMO Trata a pesquisa monográfica sobre a possibilidade de o filho, gerado a partir das técnicas de reprodução assistida heteróloga, ou seja, aquelas em que são utilizadas sêmen de terceiro doador estranho ao casal, ingressar com ação de investigação de paternidade perante esse doador para obter a verdade a respeito da sua origem genética, levando em consideração os princípios constitucionais como o da dignidade da pessoa humana, solidariedade familiar, igualdade, afetividade e paternidade responsável, bem como o conflito com o instituto do anonimato do doador de gametas e o direito ao conhecimento da ascendência genética. O presente estudo se mostra necessário eis que, após o advento da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, e posteriormente o Código Civil de 2002, a concepção de família foi ampliada e surgiram novos arranjos familiares. Todavia, a legislação infraconstitucional não acompanhou o espírito da Carta Magna, deixando de regular os direitos dos membros dessas novas espécies familiares. Diante disso, faz-se necessário o estudo aprofundado a respeito do instituto da filiação, dos princípios pertinentes, da reprodução humana assistida, desde seu surgimento até chegar às técnicas disponíveis atualmente, do direito à intimidade do doador de gametas e do direito ao conhecimento da origem genética, circunstância que gera polêmica entre os doutrinadores, por tratar-se de situação que carece de legislação específica que a regularmente. Palavras-chave: Investigação de paternidade. Reprodução assistida heteróloga. Anonimato. Origem genética.

8 LISTA DE SIGLAS CC/2002 Código Civil de 2002 CFM Conselho Federal de Medicina CRFB/88 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 ECA Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei n , de 13 de julho de 1990

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO DIREITO DE FILIAÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FILIAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO CONCEITO DE FILIAÇÃO PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ATINENTES AO DIREITO DE FAMÍLIA Princípio da dignidade da pessoa humana Princípio da solidariedade familiar Princípio da igualdade Princípio da afetividade Princípio da convivência familiar Princípio da proteção integral a crianças e adolescentes Princípio da paternidade responsável e planejamento familiar FILIAÇÃO BIOLÓGICA E FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA Filiação biológica Filiação não biológica Filiação socioafetiva Filiação adotiva RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO Reconhecimento voluntário Possibilidades de reconhecimento voluntário Reconhecimento forçado Posse de estado de filiação REPRODUÇÃO ASSISTIDA: PRINCIPAIS ASPECTOS EVOLUÇÃO HISTÓRICA CONCEITO A FILIAÇÃO POR PRESUNÇÃO NA REPRODUÇÃO ASSISTIDA TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA Inseminação artificial Inseminação artificial homóloga Inseminação artificial heteróloga Fertilização in vitro... 40

10 Transferência de gametas para as trompas (GIFT) Transferência de zigoto para as trompas (ZIFT) BASES CONSTITUCIONAIS PARA UM DIREITO À REPRODUÇÃO ASSISTIDA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL Resolução do Conselho Federal de Medicina n , de Lei n , de 24 de março de Lei n , de 12 de janeiro de Projetos de Lei Projeto de Lei n. 90, de Projeto de Lei n , de Projeto de Lei n , de Projeto de Lei n , de INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E O DIREITO DE FILIAÇÃO NA REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITO AO CONHECIMENTO DA ORIGEM GENÉTICA DIREITO AO ANONIMATO DO DOADOR DE GAMETAS CONSENTIMENTO INFORMADO INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E O DIREITO DE FILIAÇÃO Investigação de paternidade: aspectos gerais Investigação de paternidade na reprodução assistida heteróloga POSICIONAMENTO JURISPRUDENCIAL CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 73

11 10 1 INTRODUÇÃO O art. 1597, incisos III, IV e IV do Código Civil de 2002 reconheceram outras espécies de filiação além da oriunda pela relação sexual e pela adoção, acolhendo, desse modo, a filiação proveniente das técnicas de reprodução medicamente assistida, com fulcro não só no vínculo sanguíneo, mas também na paternidade socioafetiva, baseado na vontade de ser pai/mãe. O tema deste trabalho monográfico tratar-se-á da possibilidade de o filho, oriundo das técnicas de reprodução assistida heteróloga, ou seja, quando é utilizado sêmen de doador anônimo, ingressar com ação de investigação de paternidade perante esse doador, a fim de saber sua origem genética. A escolha do tema se justifica por ser a fertilização artificial um método de concepção que vem se popularizando entre as pessoas que encontram dificuldades para realizar o sonho da maternidade e da paternidade, em razão de problemas de infertilidade e esterilidade. Mas, se por um lado, a reprodução assistida representa o desenvolvimento da área biomédica, por outro, gera questionamentos preocupantes em várias áreas do conhecimento, pois o rápido progresso da ciência no campo da procriação deu origem ao desequilíbrio entre a utilização das técnicas e a legislação vigente, demonstrando que o ordenamento jurídico é omisso diante das novas descobertas. Sendo assim, apresentar-se-á o seguinte problema de pesquisa: Existe a possibilidade do filho, concebido por reprodução assistida heteróloga, vir a investigar a paternidade biológica do doador do material genético? Diante disso, embora a prática dos métodos de fertilização artificial heteróloga não seja obstada pelo ordenamento jurídico pátrio, observa-se que a matéria gera muita polêmica, tendo em vista que a legislação civil atual é dissonante no que diz respeito à filiação e, consequentemente, aos efeitos jurídicos decorrentes dela. Desponta, diante disso, uma questão difícil de ser solucionada, pois o 6º, do art. 227 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 não faz distinção entre os filhos, garantindo, assim, tratamento igualitário independente da origem da filiação ou do vínculo entre os genitores. Para o desenvolvimento da pesquisa em tela, adotar-se-á o método de abordagem dedutivo, pois inicialmente será analisado o direito de filiação e a

12 11 reprodução medicamente assistida, para, finalmente, adentrar no direito de investigação de paternidade do concebido por reprodução assistida heteróloga. Utilizar-se-á o método de procedimento monográfico e, no tocante à técnica, elegerse-á a bibliográfica, em que foram tomadas como fonte primária de estudo as doutrinas, Constituição Federal e Código Civil, e como fonte secundária, as decisões judiciais. Assim, diante da problemática exposta, o trabalho monográfico apresentado, muito embora esteja longe de ser considerado como conclusivo, tem como objetivo geral verificar a possibilidade de o filho, concebido por meio das técnicas de reprodução assistida heteróloga, ingressar com ação de investigação de paternidade perante o doador de material genético. Dessa forma, o presente estudo desenvolver-se-á em três capítulos. O primeiro destinar-se-á a conceituação do instituto da filiação, sua evolução histórica, espécies e os princípios pertinentes ao assunto. No segundo capítulo tratar-se-á dos principais aspectos da reprodução medicamente assistida, desde sua evolução até as técnicas disponíveis atualmente, apontar-se-á, também, as bases constitucionais para um direito à reprodução assistida, e a legislação aplicável à matéria. No terceiro e derradeiro capítulo desenvolver-se-á um estudo aprofundado a respeito da proteção dos direitos da personalidade, do direito ao conhecimento da origem genética, direito ao anonimato do doador de gametas e o posicionamento doutrinário sobre a possibilidade de investigação na reprodução assistida heteróloga.

13 12 2 DIREITO DE FILIAÇÃO Iniciando-se a presente pesquisa, discutir-se-á, neste capítulo, a evolução histórica da filiação, seus princípios norteadores, quais sejam: dignidade da pessoa humana; solidariedade familiar; igualdade; afetividade; convivência familiar; proteção integral a crianças e adolescentes; e, paternidade responsável e planejamento familiar, a distinção de filiação biológica e filiação socioafetiva e o reconhecimento da filiação. Para realizar essa tarefa, serão tomadas como base a Constituição da República Federativa do Brasil e a Lei n , de 10 de janeiro 2002 (Código Civil). Também serão utilizadas algumas das principais contribuições teóricas sobre esse tema, com ênfase para as obras de Eduardo de Oliveira Leite, Fábio Ulhoa Coelho, Sílvio de Salvo Venosa, Maria Helena Diniz, Paulo Lôbo, Rolf Madaleno e Carlos Roberto Gonçalves. 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FILIAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO O Código Civil de 1916 dava ênfase à família legítima, ou seja, aquela oriunda do casamento regular, simplesmente ignorando os direitos daqueles que descendessem de relações extramatrimoniais, conforme explica Sílvio de Salvo Venosa (2004, p. 276). Roberto Senise Lisboa (2006, p. 346) elucida que este código adotava a tendência do início do século, classificando a filiação como legítima e ilegítima, sendo legítimo aquele concebido em decorrência das justas núpcias, isto é, do casamento regular e ilegítimo aquele não originário das justas núpcias, isto é, concebido fora da relação conjugal. Em estudo sobre o assunto, Fábio Ulhoa Coelho (2009a, p. 145) consigna que somente eram considerados filhos de verdade, aqueles gerados dentro do casamento, existindo, assim, uma [...] hierarquia entre os filhos, em que se privilegiava o portador da herança genética do homem e mulher casados.

14 13 Conforme leciona Roberto Senise Lisboa (2006, p. 346) o Código Civil de classificava os filhos em [...] filhos legítimos, filhos legitimados, filhos adotivos e filhos ilegítimos. Como já exposto anteriormente, filhos legítimos eram aqueles derivados do casamento regular. Como expõe Carlos Roberto Gonçalves (2009, p. 286) [...] eram os que procediam de justas núpcias. Já os filhos oriundos fora do casamento, eram chamados de ilegítimos, sendo divididos em naturais ou espúrios, este último sendo subdividido em adulterinos e incestuosos (COELHO, 2009a, p.145). Na concepção de Roberto Senise Lisboa (2006, p.346), filho natural era o [...] nascido de pais sem qualquer impedimento para contrair casamento entre si, à época da concepção. No mesmo norte, dispõe Fábio Ulhoa Coelho (2009a, p. 145) que filhos naturais são aqueles providos de uma relação em que os pais não estavam desimpedidos para o casamento, ou seja, eram viúvos ou solteiros. Para Maria Helena Diniz (2002a, p. 394) filhos espúrios eram os descendentes de um homem e mulher impedidos matrimonialmente, sendo classificados como adulterinos os [...] que nascem de casal impedido de casar em virtude de casamento anterior, resultado de um adultério [...], e incestuosos os [...] nascidos de homem e mulher que, ante parentesco natural, civil ou afim, não podiam convolar núpcias à época de sua concepção. (DINIZ, 2002a, p. 394). Os filhos espúrios podiam ser [...] adulterinos, se o impedimento resultasse do fato de um deles ou de ambos serem casados, e incestuosos, se decorresse do parentesco próximo, como entre pai e filha ou entre irmão e irmã. (GONÇALVES, 2009, p. 286). Continuando o estudo da classificação dos filhos no Código Civil de 1.916, este destinava um capítulo à legitimação, que era [...] o reconhecimento da filiação, feito conjuntamente ou em separado, pelos genitores do filho concebido de uma relação ilícita, [...] porém posteriormente regularizada pelo casamento válido e eficaz. (LISBOA, 2006, p.346). Nesse passo, urge transcrever o art. 352 que dizia: Os filhos legitimados são, em tudo, equiparados aos legítimos. Este artigo tinha o condão de conferir aos filhos havidos anteriormente as núpcias, os mesmos direitos dos filhos legítimos,

15 14 como se houvessem sido concebidos após o casamento (GONÇALVES, 2009, p. 286). Por último, dentro desta classificação, temos os filhos adotivos que eram resultantes do procedimento de adoção, mas que não podiam ser tratados igualmente aos filhos legítimos, não tendo seus direitos equiparados a estes, [...] pois tinham direito, na herança, apenas à metade da quota destes últimos. (COELHO, 2009a, p.145). Atualmente, a origem da filiação não tem mais relevância, independendo ser o filho havido dentro do casamento ou não, vigora no novo texto constitucional o princípio da igualdade entre os filhos, abrangendo também os adotados (LISBOA, 2006, p. 347). Corroborando com esse entendimento, José Afonso da Silva (1995, p. 775, apud BLIKSTEIN, 2008, p. 45) afirma que [...] ficaram banidos da legislação civil expressões como filhos legítimos, filhos naturais, filhos adulterinos, filhos incestuosos. Para denominar a filiação, permaneceu a expressão filhos. Assim, em 1988, com a vigência da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/1988), a igualdade entre todos os filhos foi estabelecida, conforme dita o art. 227, 6º: Art É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. [...] 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. (BRASIL. 1988). Para Daniel Blikstein (2008, p. 44), [...] o referido texto legal foi corroborado pela Lei n , de 29 de dezembro de (lei que revogou o art. 337 do Código Civil), que dispõe sobre a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento. Nesse sentido, elucida Regina Beatriz Tavares da Silva (2010, p. 1586): A Constituição da República de 1988, no art º, em preservação da dignidade da pessoa humana, colocou, definitivamente, fim às desigualdades entre os filhos e, por conseguinte, entre relações de parentesco diversas, estatuindo que Os filhos, havidos ou não da relação

16 15 do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Assim, como não se pode mais classificar os filhos em legítimos e ilegítimos, naturais, espúrios, adulterinos e incestuosos, a classificação que existia, na redação anterior, quanto ao parentesco legítimo ou ilegítimo passou a ser inconstitucional. No mesmo norte argumenta Maria Helena Diniz (2002a, p ) que: [...] consagrado pelo nosso direito positivo, que (a) nenhuma distinção faz entre filhos legítimos, naturais e adotivos, quanto ao nome, pátrio poder e sucessão; (b) permite o reconhecimento de filhos havidos fora do casamento; (c) proíbe que se revele ao assento do nascimento à ilegitimidade simples ou espuriedade e (d) vedações as designações discriminatórias relativas à filiação. O Código Civil de 2002 (CC/2002), em seu artigo 1.596, também pôs fim a essa distinção entre filhos legítimos ou ilegítimos, recepcionando o disposto no texto constitucional mencionado quando afirma: Os filhos havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. (BRASIL, 2002). 2.2 CONCEITO DE FILIAÇÃO Elucida Paulo Lôbo (2011, p. 216) que filiação é a relação de parentesco entre duas pessoas, uma gerada da outra, sendo chamada de paternidade aquela derivada do pai e maternidade aquela derivada da mãe, [...] filiação procede do latim filiatio, que significa procedência, laço de parentesco dos filhos com os pais, dependência, enlace. Corrobora com esse entendimento Carlos Roberto Gonçalves (2009, p. 285), conceituando filiação como [...] a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e linha reta, que liga uma pessoa àquelas que a geraram, ou a receberam como se estivesse gerado. Por outro lado, Roberto Senise Lisboa (2006, p.344), dispõe que filiação não se funda apenas no laço sanguíneo, mas também, no vínculo constituído entre o sujeito e seus pais, pouco importando o meio de sua formação. Explica Eduardo Oliveira Leite (2005, p. 206) que se a filiação não é baseada em laços sanguíneos, usa-se a expressão laços jurídicos, que nasce no terreno da afetividade, sendo uma relação que se constrói na convivência de pais e

17 16 filhos, biológicos ou não, sendo que [...] a verdade legal-afetiva sobrepõe-se à verdade biológica. (LEITE, 2005, p. 206). Diante disso, tratar-se-á a seguir dos princípios que norteiam o direito de família. 2.3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ATINENTES AO DIREITO DE FAMÍLIA Com a promulgação da CRFB/1988, o direito brasileiro teve um dos seus maiores avanços que [...] é a consagração da força normativa dos princípios constitucionais explícitos ou implícitos, superando o efeito simbólico que a doutrina tradicional a eles destinava. (LÔBO, 2011, p. 57). Os princípios constitucionais vêm em primeiro lugar e são as portas de entrada para qualquer leitura interpretativa do direito. (PEREIRA, 2006, p. 24 apud DIAS, 2007, p. 56). Determina Maria Berenice Dias: É no direito das famílias em que mais se sente o reflexo dos princípios eleitos pela Constituição Federal, que consagrou como fundamentais valores sociais dominantes. (DIAS, 2007, p. 57). Tais princípios não podem distanciar-se da atual concepção da família dentro da sua feição desdobrada em múltiplas facetas. (DIAS, 2007, p. 57). Diante do exposto, demonstrar-se-á a seguir alguns dos princípios que norteiam o direito de família, em especial os que regem o direito de filiação Princípio da dignidade da pessoa humana A dignidade da pessoa humana é princípio fundamental, segundo dispõe o art. 1º, III da CRFB/1988. Esse princípio [...] é um macroprincípio do qual se irradiam todos os demais: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade e solidariedade, uma coleção de princípios éticos. (DIAS, 2007, p. 59). Guilherme Calmon Nogueira da Gama (2008, p. 70) define o princípio da dignidade da pessoa humana como o núcleo da ordem constitucional, [...] irradiando efeitos sobre todo o ordenamento jurídico, não apenas no que tange aos atos e às

18 17 situações envolvendo a esfera pública dos atos estatais, mas também todo o conjunto de relações privadas que se verificam no âmbito da sociedade. Dispõe, ainda, que: No âmbito do planejamento familiar, o princípio em tela deve não somente ser aplicado no sentido de garantir o exercício desse direito pelo casal, como também na proteção daquele que poderá vir a nascer, e o conflito entre essas duas perspectivas deve ser solucionado, em regra, em favor desse último. (GAMA, 2008, p. 70). Na mesma esteira Carlos Roberto Gonçalves (2009, p. 7) dispõe que o princípio da dignidade da pessoa humana é baseado no dever geral de respeito e proteção, constituindo [...] a base da comunidade familiar, garantindo o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente (CF, art. 227). Nesse passo, urge transcrever o que dispõe o caput deste artigo: Art É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988, grifo nosso). Guilherme Calmon Nogueira da Gama afirma que: De se notar que, à luz do art. 1º, inciso III, da Constituição de 1988, dignidade da pessoa humana deve ser acompanhada da necessidade que as demais pessoas e a comunidade respeitem sua liberdade e os seus direitos, de modo a permitir o resguardo e a promoção dos bens indispensáveis ao desenvolvimento da personalidade humana. Na esfera da entidade familiar, incumbe a todos os seus integrantes promover o respeito e a igual consideração de todos os demais familiares, de modo a propiciar uma existência digna para todos e de vida em comunhão de cada familiar com os demais. (GAMA, 2008, p. 71). Kant (1986, p. 77, apud Lôbo, 2011, p. 60) diferencia a dignidade pelo que tem ou não preço, discorre que [...] quando uma coisa tem um preço, pode-se pôr em vez dela qualquer outra como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o preço, e, portanto, não permite equivalente, então tem ela dignidade.

19 Princípio da solidariedade familiar O princípio da solidariedade também está previsto na CRFB/1988 em seu art. 3º, inciso I, in verbis: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; [...]. (BRASIL, 1988). O princípio da solidariedade guarda relação com os [...] valores éticos do ordenamento jurídico. A solidariedade surgiu como categoria ética e moral, mas que se projetou para o universo jurídico na representação de um vínculo que compele à oferta de ajuda ao outro e a todos. (GAMA, 2008, p. 74). No mesmo norte, leciona Paulo Lôbo (2011, p. 63) que esse princípio fundamental decorre da [...] superação do individualismo jurídico, que por sua vez é a superação do modo de pensar e viver a sociedade a partir do predomínio dos interesses individuais, que marcou os primeiros séculos da modernidade, com reflexos até a atualidade. Este princípio reflete, e muito, nas relações familiares. Em estudo sobre o tema, Maria Berenice Dias (2007, p. 64) dispõe que: Ao gerar deveres recíprocos entre os integrantes do grupo familiar, safa-se o Estado do encargo de prover toda a gama de direitos que são assegurados constitucionalmente ao cidadão. Basta atentar que, em se tratando de crianças e de adolescentes, é atribuído primeiro à família, depois a sociedade e finalmente ao Estado (CF 227) o dever de garantir com absoluta prioridade os direitos inerentes aos cidadãos em formação. Conforme o artigo 226, 8º, o Estado tem de prover a proteção e assistência da família e seus integrantes, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. Flávio Tartuce e José Fernando Simão (2008, p. 32) salientam que o princípio da solidariedade [...] também implica em respeito e consideração mútuos em relação aos membros da entidade familiar Princípio da igualdade O princípio da igualdade está previsto na CRFB/1988 em seu art. 5º, que dispõe: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade

20 19 do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]. (BRASIL, 1988). Com o advento da CRFB/1988, o direito de família sofreu grandes mudanças, umas delas referente ao papel do homem nas relações familiares. Foi retirado o autoritarismo paterno e a subordinação até então existentes no âmbito familiar. A Carta magna trouxe, portanto, uma igualdade entre esses membros, não sendo mais tolerado qualquer tratamento discriminatório (MADALENO, 2008, p. 21). Nesta senda, Maria Berenice Dias (2007, p. 63) menciona que: Atendendo à ordem constitucional, o Código Civil consagra o princípio da igualdade no âmbito do direito das famílias. A relação de igualdade nas relações familiares deve ser pautada não pela pura e simples igualdade entre iguais, mas pela solidariedade entre seus membros, caracterizada da mesma forma pelo afeto e amor. O art do CC/2002 e o art. 227, 6º da CRFB/1988, com a mesma redação, prevê a igualdade entre os filhos, dispondo que: Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. (BRASIL, 2002; BRASIL, 1988). No mesmo norte, além da igualdade entre os filhos, o CC/2002 prevê a igualdade entre os cônjuges e os companheiros, especificamente no art que descreve: O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. (BRASIL, 2002). Presente também no art. 226, 5º da Constituição Federal, in verbis: Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. (BRASIL, 1988) Princípio da afetividade Paulo Lôbo (2011, p. 70) conceitua o princípio da afetividade como aquele que [...] fundamenta o direito de família na estabilidade das relações socioafetivas e na comunhão da vida, com primazia sobre as considerações de caráter patrimonial ou biológico. Conforme José Sebastião de Oliveira (2002, p. 233):

21 20 Os integrantes das famílias, não obstante a intensa liberdade com que mantêm seus relacionamentos buscam cada dia mais o fortalecimento da reciprocidade dos seus sentimentos. Essa amálgama dos laços familiares é representado pela afetividade. Essa razão não vem de nenhuma estrutura legislativa codificada. Realmente, o Direito não tem o poder de criar afetividade. Sentimentos naturais não decorrem de legislação, mas da vivência cotidiana informada pelo respeito, diálogo e compreensão. O afeto é apontado, atualmente, como o principal fundamento das relações familiares, consagrado como um direito fundamental, mesmo que não constando literalmente a palavra na CRFB/1988, pode-se dizer que o afeto decorre da valorização constante da dignidade humana (DIAS, 2007, p. 67). Pode-se encontrar o princípio da afetividade implícito na CRFB/1988, a exemplo dos seguintes dispositivos: a) todos os filhos são iguais, independente de sua origem (art. 227, 6º); b) a adoção, como escolha afetiva, alçou-se integralmente ao plano da igualdade de direitos (art. 227, 5º e 6º); c) a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, incluindo-se os adotivos, tem a mesma dignidade de família constitucionalmente protegida (art. 226, 4º); d) a convivência familiar (e não a origem biológica) é prioridade absoluta assegurada à criança e ao adolescente (art. 227). (LÔBO, 2011, p. 71). O princípio da afetividade se diferencia do afeto, pois este se trata de fato psicológico, porquanto pode ser presumida quando esse faltar na realidade das relações familiares. A afetividade é dever imposto aos pais para com os filhos e destes em relação àqueles, mesmo que não haja amor e afeto entre eles (LÔBO, 2011, p. 71). O afeto não tem sua origem na ciência, mas sim nos laços afetivos e na solidariedade entre os membros que compõe a família, derivando, portanto, da convivência familiar, não tendo relação com os laços sanguíneos (DIAS, 2007, p. 68) Princípio da convivência familiar O princípio da convivência familiar está previsto expressamente no caput do art. 227 da CRFB/1988, no caso das crianças e adolescentes, trata-se de um princípio constitucional exclusivo do Direito de Família (GAMA, 2008, p. 85).

22 21 A convivência familiar é, nas palavras de Paulo Lôbo (2011, p. 74) [...] a relação afetiva diuturna e duradoura entretecida pelas pessoas que compõem o grupo familiar, em virtude de laços de parentesco ou não, no ambiente comum. Como observa o mesmo autor, a convivência familiar: Supõe o espaço físico, a casa, o lar, a moradia, mas não necessariamente, pois as atuais condições de vida e o mundo do trabalho provocam separações dos membros da família no espaço físico, mas sem perda da referência ao ambiente comum, tido como pertença de todos. (LÔBO, 2011, p. 74). Os membros da família, mesmo que distantes, consideram o ambiente familiar um local de [...] refúgio seguro e privado, em que todos se sentem recíproca e solidariamente acolhidos e protegidos, notadamente as pessoas dos familiares vulneráveis, como as crianças e os idosos. (GAMA, 2008, p. 85) Princípio da proteção integral a crianças e adolescentes in verbis: Este princípio também está previsto no caput do art. 227 da CRFB/1988, É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988) Essa proteção é regulamentada pela Lei n de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), [...] que traz normas de conteúdo matéria e processual, de natureza civil e penal, e abriga toda a legislação que reconhece os menores como sujeitos de direito. (DIAS, 2007, p. 65). Em estudo sobre o tema Tartuce e Simão (2008, p. 39) elucidam que na esfera civil, essa proteção pode ser compreendida como o princípio de melhor interesse da criança, e está previsto, implicitamente, em dois artigos, quais sejam os arts e do CC/2002 (alterados pela Lei n , de 13 de junho de 2008), que trata da guarda, in verbis:

23 22 Art A guarda será unilateral ou compartilhada. [...] 2o A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: I afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; II saúde e segurança; III educação. 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos. Art A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: [...] II decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. [...] 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (BRASIL, 2002). Com as alterações advindas, ocorreu uma completa inversão de prioridades, antes quando havia uma separação de casal, por exemplo, os interesses dos filhos não eram relevantes, hoje qualquer decisão deve ser tomada levando em consideração o melhor interesse da criança ou adolescente (LÔBO, 2011, p. 75). Elucida, ainda, que: O princípio do melhor interesse ilumina a investigação de paternidade e filiações socioafetivas. A criança é o protagonista principal, na atualidade. No passado recente, em havendo conflito, a aplicação do direito era mobilizada para os interesses dos pais, sendo a criança mero objeto da decisão. O juiz deve sempre, na colisão da verdade biológica com a verdade socioafetiva, apurar qual delas contempla o melhor interesse dos filhos, em casa caso, tendo em conta a pessoa em formação. (LÔBO, 2011, p. 76). No tocante a ação de investigação de paternidade e ao instituto da filiação socioafetiva, estes serão posteriormente estudados Princípio da paternidade responsável e planejamento familiar O princípio da paternidade responsável significa que o pai, biológico ou afetivo, deve exercer para com seus filhos, desde sua concepção, [...] os meios para o pleno desenvolvimento de suas faculdades físicas, psíquicas e intelectuais.

24 23 Assim, responsabilizando-se pelas obrigações e direitos advindos com o seu nascimento (LISBOA, 2006, p. 49). Este princípio possui estreita ligação com o princípio da dignidade da pessoa humana e com o planejamento familiar, o qual deve ser exercido de forma igualmente responsável, conforme art. 226, 7º da CRFB/1988, in verbis: Art A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. [...] 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. (BRASIL, 1988). Planejamento familiar é o direito que os cônjuges, ou conviventes, têm de decidir livremente a respeito da formação da família, em especial sobre [...] a constituição, limitação e aumento da prole. (LISBOA, 2006, p. 49). Referente à constituição, limitação e ao aumento da prole, o planejamento familiar deverá se orientar por ações preventivas e educativas relacionadas com o acesso à informação e às técnicas e os meios de regulação de fecundidade humana. O Estado não poderá intervir em qualquer das decisões dos representantes da entidade familiar, tanto para concepção ou contracepção, garantindo o acesso aos métodos cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, assegurada sua liberdade de opção (LISBOA, 2006, p. 50). 2.4 FILIAÇÃO BIOLÓGICA E FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA Atualmente a filiação se classifica em filiação biológica e não biológica. Esta última subdivide-se em filiação socioafetiva e adotiva. Tal classificação serve apenas para delimitar a extensão do conceito, haja vista seus direitos e deveres serem semelhantes (COELHO, 2009a, p. 146). Ver-se-á adiante cada um deles Filiação biológica

25 24 A filiação é biológica quando o filho possui a herança genética do pai e da mãe identificados no registro de nascimento, sendo estes os doadores dos gametas utilizados na geração do filho. Logo, a filiação biológica é natural [...] se a concepção resultou de relações sexuais mantidas pelos genitores, ou da técnica de reprodução assistida homóloga. (COELHO, 2009a, p. 148). O mesmo autor elucida que a forma natural não é a única para se prover um filho biológico, pois também pertence a essa categoria a filiação quando a concepção ocorre in vitro. Desde que os gametas tenham sido fornecidos por quem consta do registro de nascimento da pessoa como seu pai e sua mãe [...]. (COELHO, 2009a, p. 146). O critério biológico da filiação vem sofrendo modificações decorrentes da própria mutabilidade social e da noção de família, surgindo à necessidade do reconhecimento com base não apenas nos laços sanguíneos, mas sim no critério da afetividade (LISBOA, 2006, p. 345) Filiação não biológica A filiação é não biológica, se o filho não porta a herança genética de seu pai ou sua mãe, incluindo também a forma de filiação em que apenas os gametas de um dos genitores foram utilizados para sua concepção, sendo conhecido como reprodução assistida heteróloga (COELHO, 2009a, p. 147). Para Paulo Luiz Netto Lôbo (2004) a filiação não biológica é considerada um estado de filiação ope legis, fundado, portanto, no art. 227 da CFRB/1988 e nos arts , e do CC/2002, sendo: filiação não-biológica em face de ambos pais, oriunda de adoção regular; ou em face do pai ou da mãe que adotou exclusivamente o filho; e filiação não-biológica em face do pai que autorizou a inseminação artificial heteróloga. (NETTO LÔBO, 2004). Ver-se-á a seguir as espécies de filiação não biológica Filiação socioafetiva

26 25 Rolf Madaleno (2008, p. 372) conceitua a filiação socioafetiva como uma: [...] nova estrutura da família brasileira que passa a dar maior importância aos laços afetivos, e aduz já não ser suficiente a descendência genética, ou civil, sendo fundamental para a família atual, a integração dos pais e filhos através do sublime sentimento da afeição. De forma inovadora, o CC/2002, ao se pronunciar acerca das formas de se estabelecer as relações de parentesco, trata em seu art que dispõe: O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou de outra origem. (BRASIL, 2002). Lívia Ronconi Costa (2011) elucida que na expressão outra origem do art se encontra a filiação socioafetiva, sendo uma relação que decorre de uma verdade aparente, sem levar em consideração o vínculo biológico ou civil, mas apenas o convívio afetivo. Nesta senda, Luiz Roberto de Assumpção (2004, p. 53) esclarece que: A família sociológica é aquela em que existe a prevalência dos laços afetivos, em que se verifica a solidariedade entre os membros que a compõem. Nessa família, os responsáveis assumem integralmente a educação e a proteção das crianças, que, independentemente de algum vínculo jurídico ou biológico entre eles, criam, amam e defendem, fazendo transparecer a todos que são os seus pais. Vale ressaltar que na filiação socioafetiva existem duas verdades. Uma ligada à verdade biológica, em que o filho não porta a herança genética do pai ou da mãe, e por outro lado a verdade socioafetiva, que se constitui na manifestação do afeto e cuidados comuns a qualquer filiação, preponderando nessa espécie de filiação à verdade socioafetiva (COELHO, 2009a, p. 160) Filiação adotiva A filiação adotiva é aquela estabelecida pela adoção, sendo um processo judicial [...] que importa a substituição da filiação de uma pessoa (adotado), tornando-a filha de outro homem, mulher ou casal (adotantes). (COELHO, 2009a, p. 162).

27 26 A adoção é regida pela Lei n /90 (ECA) quando o adotado tem até doze anos incompletos, ou entre doze e dezoito anos. Passados dezoito anos, a adoção rege-se pelo CC/2002 em seus arts a (COELHO, 2009a, p. 162). Na mesma esteira, Maria Helena Diniz (2002a, p. 423) conceitua de modo amplo a adoção como sendo: [...] ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente lhe é estranha. Para haver a adoção é levado em consideração o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, por isso a posição de filho será definitiva para todos os efeitos legais, e cria verdadeiro laço de parentesco entre o adotado e a família que o adotou (DINIZ, 2002a, p. 424). 2.5 RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO O CC/2002 traz, em seus arts a 1.617, o tema reconhecimento de filhos, antes tratado pela Lei n /1992, que estabelecia a lei de investigação de paternidade, que se encontra parcialmente em vigor, no que tange a matéria processual (TARTUCE; SIMÃO, 2008, p. 334). No mesmo norte, Maria Helena Diniz (2002a, p. 395) dispõe que reconhecimento de filho é ato declaratório, pois com sua confirmação gera efeitos jurídicos após instituir o vínculo de parentesco entre pai e filho. Em estudo sobre o tema, Fábio Ulhoa Coelho (2009a, p. 171) discorre: O reconhecimento de filhos é ato ligado essencialmente à filiação biológica. Não pode ter por objeto a instituição de filiação adotiva ou sócio-afetiva. Tem lugar quando o registro de nascimento de filho não confere com a verdade biológica de sua concepção, por parte da mãe ou do pai [...]. Nessa senda, importante mencionar que o reconhecimento é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser praticado contra os pais e seus herdeiros, sem quaisquer limitações (DINIZ, 2002a, p. 399).

28 27 A seguir estudar-se-ão as possibilidades de reconhecimento de filhos Reconhecimento voluntário O reconhecimento de filho é voluntário, também chamado de perfilhação, quando por manifestação dos pais, ou por um deles, é declarado conforme a lei, a vontade de ter certa pessoa como seu filho (DINIZ, 2002a, p. 395). O reconhecimento é ato personalíssimo dos genitores, não podendo ser realizado por avós ou tutores, gerando efeitos pela simples manifestação da vontade, se feito por um dos pais, o outro a ele não pode se opor (GONÇALVES, 2009, p. 308). Os filhos gerados dentro do casamento não necessitam ser reconhecidos, pois o casamento pressupõe as relações sexuais dos cônjuges e fidelidade da mulher, o filho gerado deste matrimônio tem por pai o marido da sua mãe. Caracterizando, portanto, a presunção pater is est quem iustae nuptiae demonstrant, presume-se filho o concebido na constância do casamento. (GONÇALVES, 2009, p. 306). Quando se trata da maternidade, o art do CC/2002 regulamenta nos seguintes termos: Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas. (BRASIL, 2002). Esta norma é utilizada em casos extraordinários, devida à regra de mater semper certa est, ou seja, maternidade é sempre certeza (TARTUCE; SIMÃO, 2008, p. 334). O filho não é favorecido com a presunção de paternidade quando havido fora do casamento, por mais que entre pai e filho [...] exista o vínculo biológico, falta o vínculo jurídico de parentesco, que só surge com o reconhecimento. (GONÇALVES, 2009, p. 306) Possibilidades de reconhecimento voluntário O reconhecimento voluntário será feito conforme art do CC/2002:

29 28 Art O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: I - no registro do nascimento; II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém. (BRASIL, 2002). No registro de nascimento, os genitores, em conjunto ou separadamente, perante o oficial de Registro Público, podem comparecer ao cartório e proceder ao registro do filho em nome de ambos. Caso este filho já esteja registrado em nome de um genitor, o outro poderá reconhecê-lo mediante pedido da parte ou averbação por determinação judicial (GONÇALVES, 2009, p. 309). De acordo com Fábio Ulhoa Coelho (2009a, p. 172), o filho registrado sem menção ao nome do pai poderá ser reconhecido mediante escritura pública ou escrito particular, arquivando este instrumento e lançando o nome do pai no assento de nascimento. No fato de haver falsidade dos dados fornecidos, [...] a alteração do registro depende de ordem judicial, ou seja, pressupõe processo em que seja produzida a prova de que o genitor ou genitora voluntariamente reconheceu o filho. (COELHO, 2009a, p. 172). Eduardo de Oliveira Leite (2005, p. 230) alega que o reconhecimento por testamento, ou ato de última vontade, é válido e irrevogável, se o testador indica determinada pessoa como seu filho, ele assume a condição de herdeiro e herda a legítima. Se houver a revogação do testamento, este não atinge o reconhecimento do filho, pois [...] uma vez realizado passa a integrar o âmbito da tutela jurídica do perfilhado, convertendo-se em direito subjetivo deste. (LEITE, 2005, p. 230). Este entendimento está previsto no art do CC/2002. E por fim, dentro dessas possibilidades, o reconhecimento pode ser feito por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém (GONÇALVES, 2009, p. 311). elucida: Em estudo sobre o tema, Carlos Roberto Gonçalves (2009, p. 311) O ato no qual se dá a manifestação voluntária de reconhecimento de filho pode resultar de qualquer depoimento em juízo prestado pelo genitor, incidentalmente e tomado por termo, ainda que a finalidade desse depoimento seja outra, como por exemplo, a de reduzir o valor da pensão

30 29 alimentícia paga a outros filhos, como pode decorrer ainda de qualquer manifestação dos autos, seja na contestação, seja nas alegações finais ou nas razões de recurso. O juiz, diante do reconhecimento manifestado, encaminhará certidão ao cartório de Registro Civil, para que seja providenciada a averbação no registro de nascimento do filho. filhos. No próximo item ver-se-á a outra possibilidade de reconhecimento de Reconhecimento forçado O reconhecimento forçado, judicial ou coativo, é aquele em que, não possível o reconhecimento voluntário, o filho pode a partir de um processo de investigação de paternidade obter a decisão judicial da verdade biológica de sua concepção (LISBOA, 2006, p. 352). Em estudo sobre esta ação, elucida Maria Helena Diniz (2002a, p. 406): A investigação de paternidade processa-se mediante ação ordinária movida pelo filho (legitimidade ad causam), ou seu representante legal (legitimidade ad processam), se incapaz, contra seu genitor ou seus herdeiros ou legatários, podendo ser cumulada com a de petição de herança, com a de alimentos e com a de anulação de registro civil. A investigação de paternidade é direito personalíssimo e indisponível, conforme dispõe o art. 27 do ECA: O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça. (BRASIL, 1990). Ainda que a investigação de paternidade seja imprescritível, o filho pode a qualquer tempo propô-la, mesmo que os efeitos patrimoniais do estado da pessoa prescrevam, por esta razão preceitua a Súmula 149 do Supremo Tribunal Federal (STF): É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança. (GONÇALVES, 2009, p. 317). Logo, Gonçalves (2009, p. 317) explica que o filho pode intentar a ação, para se fazer reconhecer, sem ter, contudo, direito à herança. Nessa senda, havendo dúvidas quanto à filiação, o interessado pode ingressar em juízo para investigar sua paternidade biológica, por ter o direito a sua identidade genética. Nessa ação, bastante difícil é a questão das provas da filiação,

31 30 devendo-se contar com indícios e presunções. Além do exame de DNA, que é a solução mais confiável, temos a prova baseada na posse do estado de filiação, que será tratado no próximo item (DINIZ, 2002a, p. 409) Posse de estado de filiação Denomina-se posse de estado de filiação, quando a pessoa não dispõe de meios de comprovação formal do registro de nascimento, podendo demonstrar por outros métodos a existência do vínculo de filiação, quais sejam: a reputatio, ou seja, a aparência social de existência de uma relação de filiação entre um ascendente e um descendente; a nominatio, caracterizada pela adoção do apelido ou do patronímico da família perante terceiros; e a tratactus, revelada externamente pelo tratamento dispensado entre o que aparenta ser ascendente e o descendente. (LISBOA, 2006, p. 345) A posse de estado de filiação atribui àquela situação em que [...] uma pessoa desfruta do status de filho em relação à outra pessoa, independentemente dessa situação corresponder à realidade legal. (LÔBO, 2011, p. 236). O CC/2002, em seu art (antigo art. 349 do Código Civil de 1.916), dispõe que: Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito: I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente; II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos. (BRASIL, 2002). Em estudo sobre o assunto, Daniel Blikstein (2008, p. 53) discorre que se não comprovada pelas formas descritas neste artigo, [...] a paternidade pode ser verificada pelos meios de prova existentes no processo civil, tais como: prova testemunhal, prova documental e prova pericial ou científica. Essas provas são complementares aos dois requisitos presentes no artigo antecedente, não cumulativos. Considera-se começo de prova por escrito, proveniente dos pais, quaisquer documentos que evidenciem a relação de filiação, [...] como cartas, autorizações para atos de benefícios de filhos, declaração de

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 25/10/2017. Divórcio estrangeiro. O divórcio feito no estrangeiro precisava ser homologado no STF para

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 05/11/2018

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 05/11/2018 Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 05/11/2018 Divórcio estrangeiro. O divórcio feito no estrangeiro precisava ser homologado no STF para ter validade,

Leia mais

Prof. Me. Carlos Eduardo Dipp. Advogado em Curitiba/PR e Professor de Direito de Família.

Prof. Me. Carlos Eduardo Dipp. Advogado em Curitiba/PR e Professor de Direito de Família. Prof. Me. Carlos Eduardo Dipp Advogado em Curitiba/PR e Professor de Direito de Família. carlosdipp@vsdadvogados.com.br CRONOGRAMA DO WEBINAR (i) Reconhecimento de Paternidade (extrajudicial e judicial);

Leia mais

ADOÇÃO. 1 Introdução: 1 Evolução legislativa: 12/10/2014. Filiação natural vs. Filiação adotiva. Infertilidade: Interesse dos casais

ADOÇÃO. 1 Introdução: 1 Evolução legislativa: 12/10/2014. Filiação natural vs. Filiação adotiva. Infertilidade: Interesse dos casais ADOÇÃO Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 Introdução: Filiação natural vs. Filiação adotiva Infertilidade: Interesse dos casais Melhor interesse da criança e do adolescente 1 Evolução legislativa:

Leia mais

Modificações no Estatuto das Famílias

Modificações no Estatuto das Famílias Modificações no Estatuto das Famílias Projeto de Lei 2.285/2007, apensado ao PL 675/2007 PROJETO ORIGINAL deputado Sérgio Barradas (PT-BA) Art. 91 Constituindo os pais nova entidade familiar os direitos

Leia mais

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 1) Positivismo x Normativismo Concreto 2) Interpretação e Semiótica a) Suporte Físico (Enunciado) Denis Domingues Hermida 2) Tridimensionalidade

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO SÃO PAULO/ JUNHO 2015

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO SÃO PAULO/ JUNHO 2015 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO SÃO PAULO/ JUNHO 2015 Antes de ser um fato jurídico, a adoção é um fato social, praticado desde o início da humanidade; Provimento de herdeiro x permanência

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ação negatória de paternidade.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ação negatória de paternidade. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 30/10/2017. Inseminação artificial caseira anestésico ou instrumento apropriado. é feita sem auxílio do

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Presunção legal da paternidade: É presunção relativa. Previsto no art. 1.597 do C.C. Art. 1.597.

Leia mais

RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA. PROVIMENTO Nº 63 de 14/11/2017 CNJ SEÇÃO II - Arts. 10 a 15

RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA. PROVIMENTO Nº 63 de 14/11/2017 CNJ SEÇÃO II - Arts. 10 a 15 RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA PROVIMENTO Nº 63 de 14/11/2017 CNJ SEÇÃO II - Arts. 10 a 15 DISPÕE SOBRE O RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO E A AVERBAÇÃO DA PATERNIDADE E MATERNIDADE SOCIOAFETIVA

Leia mais

Estatuto da Criança e do Adolescente

Estatuto da Criança e do Adolescente DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR O ECA define três modalidades de família. São elas: NATURAL (art. 25, Caput) EXTENSA OU AMPLIADA (art. 25, único) SUBSTITUTA (art. 28) NATURAL Entende-se por família natural

Leia mais

Da Ordem Social: da família, da criança, do adolescente e do idoso.

Da Ordem Social: da família, da criança, do adolescente e do idoso. Da Ordem Social: da família, da criança, do adolescente e do idoso. Cretella Júnior e Cretella Neto Direito Constitucional III Prof. Dr. João Miguel da Luz Rivero jmlrivero@gmail.com Base da ordem social

Leia mais

ROTEIRO DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA PARA ANALISTA DO BACEN NOÇÕES GERAIS

ROTEIRO DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA PARA ANALISTA DO BACEN NOÇÕES GERAIS ROTEIRO DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA PARA ANALISTA DO BACEN NOÇÕES GERAIS 1) Espécies de Entidade familiar a. Família matrimonial (casamento). b. Família informal (união estável). c. Família monoparental

Leia mais

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 1) Positivismo x Normativismo Concreto 2) Interpretação e Semiótica a) Suporte Físico (Enunciado) Denis Domingues Hermida 2) Tridimensionalidade

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Entre o ventre e o coração Maria Berenice Dias * Como citar este artigo: DIAS, Maria Berenice. Entre o ventre e o coração. Disponível em: http://www.blogdolfg.com.br.30 agosto. 2007.

Leia mais

Tema: Do julgamento do STF sobre parentalidade socioafetiva e suas consequências

Tema: Do julgamento do STF sobre parentalidade socioafetiva e suas consequências Curso de Férias: Direito Civil recentes transformações Tema: Do julgamento do STF sobre parentalidade socioafetiva e suas consequências Advogado em Curitiba; Mestre em Direito Civil pela UFPR; Diretor

Leia mais

Direito Constitucional

Direito Constitucional Direito Constitucional Da Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso Professor: André Vieira www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Constitucional CAPÍTULO VII Da Família, da Criança, do Adolescente,

Leia mais

A família. contemporânea. à luz do DIREITO

A família. contemporânea. à luz do DIREITO A família contemporânea à luz do DIREITO A FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA À LUZ DO DIREITO A Família é a primeira forma de relação vivenciada pelo indivíduo, é o seu primeiro contato com o mundo, no qual ele vai

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Prática de família e sucessões: A-) Casamento: a) Impedimentos matrimoniais: Previsto perante

Leia mais

RELAÇÃO DE PARENTESCO

RELAÇÃO DE PARENTESCO RELAÇÃO DE PARENTESCO Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 Introdução: Parentes não é família; Cônjuges e companheiros = família; não parentes. 1.1 Conceito de parentesco: Parentesco é a relação jurídica

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Previsão encontra-se art do C.C.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Previsão encontra-se art do C.C. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Prática de família e sucessões: B-) Parentesco: Previsão encontra-se art. 1.591 do C.C. Art.

Leia mais

A possibilidade de admissão de prova ilícita nos casos de alienação parental, considerando o Princípio da Dignidade Humana e o da Proporcionalidade

A possibilidade de admissão de prova ilícita nos casos de alienação parental, considerando o Princípio da Dignidade Humana e o da Proporcionalidade A possibilidade de admissão de prova ilícita nos casos de alienação parental, considerando o Princípio da Dignidade Humana e o da Proporcionalidade Cimara Santos da Silva RESUMO: O presente projeto tem

Leia mais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Direitos Fundamentais Poder Familiar e Direito à Convivência Familiar e Comunitária Parte 1 Profª. Liz Rodrigues - Art. 19, ECA: É direito da criança e do adolescente

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br União Estável: Surgimento e Reconhecimento Como Entidade Familiar Larissa Vilanova...E a gente vive junto E a gente se dá bem Não desejamos mal a quase ninguém E a gente vai à luta

Leia mais

1 Introdução: 1 Introdução: FAMÍLIA, ENTIDADES FAMILIARES E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA 17/08/2014

1 Introdução: 1 Introdução: FAMÍLIA, ENTIDADES FAMILIARES E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA 17/08/2014 FAMÍLIA, ENTIDADES FAMILIARES E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 Introdução: Funções da família: religiosa, econômica, social e procracional. Hoje:

Leia mais

QUESTÕES DE REVISÃO 1ª N2

QUESTÕES DE REVISÃO 1ª N2 1. (MPE-GO/2014) Assinale a alternativa incorreta: a) A adoção por ambos os cônjuges ou companheiros poderá ser formalizada, desde que um deles tenha completado dezoito anos de idade, comprovada a estabilidade

Leia mais

Escrito por Rosana Torrano Dom, 26 de Novembro de :52 - Última atualização Dom, 26 de Novembro de :54

Escrito por Rosana Torrano Dom, 26 de Novembro de :52 - Última atualização Dom, 26 de Novembro de :54 PROVIMENTO 63/2017 DO CNJ (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA) PACIFICA A POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE OU MATERNIDADE SOCIOAFETIVA, PERANTE OS OFICIAIS DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS,

Leia mais

Direito Civil Internacional:

Direito Civil Internacional: Direito Civil Internacional: : Pátrio Poder, Adoção, Alimentos, Tutela e Curatela Parte I Professora Raquel Perrota 1. Pátrio Poder - A compreensão da expressão pátrio poder permeia a sua evolução ao longo

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 17/09/2018. União estável.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 17/09/2018. União estável. Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 17/09/2018. União estável. Procedimento da ação de reconhecimento e extinção da união estável. Procedimento ordinário

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Da filiação e seus fundamentos no ordenamento jurídico pátrio Marco Antônio Garcia de Pinho * Como citar este artigo: PINHO, Marco Antônio Garcia de. Da filiação e seus fundamentos

Leia mais

O PLURALISMO FAMILIAR E A LIBERDADE DE CONSTITUIÇÃO DE UMA COMUNHÃO DA VIDA FAMILIAR

O PLURALISMO FAMILIAR E A LIBERDADE DE CONSTITUIÇÃO DE UMA COMUNHÃO DA VIDA FAMILIAR O PLURALISMO FAMILIAR E A LIBERDADE DE CONSTITUIÇÃO DE UMA COMUNHÃO DA VIDA FAMILIAR 104 Ana Paula de Araujo Carina Ana de Oliveira Elieser Leal Germano Tatiane Alves Salles dos Santos. INTRODUÇÃO O presente

Leia mais

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31 Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31 DIREITO DE FAMÍLIA Conceito é o conjunto de normas jurídicas que disciplina a entidade familiar, ou seja, a comunidade formada por qualquer

Leia mais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Conceito de Criança e Adolescente e Doutrina da Proteção Integral Parte 1 Profª. Liz Rodrigues - Art. 227, CF/88: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar

Leia mais

AULA 04 ROTEIRO CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 5º; 37-41; ; LEI DE 13/07/1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E C A PARTE 04

AULA 04 ROTEIRO CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 5º; 37-41; ; LEI DE 13/07/1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E C A PARTE 04 AULA 04 ROTEIRO CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 5º; 37-41; 205 214; 227 229 LEI 8.069 DE 13/07/1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E C A PARTE 04 CAPÍTULO VII DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (Aula 06/08/2018) Família e Sucessões.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (Aula 06/08/2018) Família e Sucessões. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (Aula 06/08/2018) Família e Sucessões. Formatos Familiares Contemporâneos. A união estável já é tratada

Leia mais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ART. 39 E SEGUINTES ECA É MEDIDA DE EXCEPCIONALIDADE, DEVENDO O MENOR PERMANECER COM A FAMÍLIA NATURAL OU EXTENSA; A ADOÇÃO É COMPETÊNCIA DO ECA; FILIAÇÃO DIREITOS HEREDITÁRIOS

Leia mais

UNIÃO ESTÁVEL. 1 Introdução: 1 Introdução: 28/09/2014. União Estável vs. Família Matrimonializada. CC/16: omisso. CF/88: art.

UNIÃO ESTÁVEL. 1 Introdução: 1 Introdução: 28/09/2014. União Estável vs. Família Matrimonializada. CC/16: omisso. CF/88: art. UNIÃO ESTÁVEL Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima União Estável vs. Família Matrimonializada CC/16: omisso CF/88: art. 226, 3º Hoje: CC/02 (arts. 1.723 a 1.726) Concubinato. Já está superada a divergência

Leia mais

PATERNIDADE PRESUMIDA

PATERNIDADE PRESUMIDA Ivan Oliveira de Sousa 1 Deborah Cristiane Domingues de Brito 2 RESUMO O objetivo deste estudo é propor uma reflexão do tema Paternidade Presumida à luz da lei n.º 12.004/09, lei esta que no nosso entender

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Casamento homossexual Marcelo Augusto Paiva Pereira Como citar este artigo: PEREIRA, Marcelo Augusto Paiva. Casamento Homossexual. Disponível em http://www.iuspedia.com.br 15 fev.

Leia mais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Conceito de Criança e Adolescente e Doutrina da Proteção Integral parte 2 Profª. Liz Rodrigues - Art. 3º, ECA: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais

Leia mais

Visão Geral do Livro IV do Novo Código Civil Maria Luiza Póvoa Cruz

Visão Geral do Livro IV do Novo Código Civil Maria Luiza Póvoa Cruz Visão Geral do Livro IV do Novo Código Civil Maria Luiza Póvoa Cruz Há muito que o nosso vigente modelo codificado (Lei nº 3.071, de 01 de janeiro de 1916), não atendia às demandas sociais e, via de conseqüência,

Leia mais

Da socioafetividade como vínculo de filiação. Patrícia Angelo Carbonero. Págs: 10 a 16. TÍTULO: DA SOCIOAFETIVIDADE COMO VÍNCULO DE FILIAÇÃO

Da socioafetividade como vínculo de filiação. Patrícia Angelo Carbonero. Págs: 10 a 16. TÍTULO: DA SOCIOAFETIVIDADE COMO VÍNCULO DE FILIAÇÃO TÍTULO: DA SOCIOAFETIVIDADE COMO VÍNCULO DE FILIAÇÃO Patrícia Angelo Carbonero 1 SUMÁRIO: 1- INTRODUÇÃO; 2- CONCEITO DE PATERNIDADE; 3- RECONHECIMENTO DOS FILHOS; 4- FILIAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL; 5-

Leia mais

DIREITO CIVIL IX FAMÍLIA I

DIREITO CIVIL IX FAMÍLIA I DIREITO CIVIL IX FAMÍLIA I PARENTESCO RELAÇÃO QUE VINCULA ENTRE SI PESSOAS QUE DESCENDEM UMAS DAS OUTRAS, OU DE AUTOR COMUM (CONSANGUINIDADE), QUE APROXIMA CADA UM DOS CÔNJUGES DOS PARENTES DO OUTRO (AFINIDADE),

Leia mais

Continuação Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Adoção- art.39 a Direito da Infância e da Adolescência

Continuação Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Adoção- art.39 a Direito da Infância e da Adolescência Continuação Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Adoção- art.39 a 50 1 2 Conceito: medida protetiva de colocação em família substituta que estabelece o parentesco civil entre adotantes e adotados.

Leia mais

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Guilherme Freire de Melo Barros Graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ; Pós-graduado em Direito Processual Civil pelo Instituto Romeu Bacellar; LLM em Contratos Internacionais e Resolução

Leia mais

Curso/Disciplina: Direito Civil (Família e Sucessões) Aula: Filiação Professor(a): Aurélio Bouret Monitor(a): Bruno Warwar Marcolino. Aula nº.

Curso/Disciplina: Direito Civil (Família e Sucessões) Aula: Filiação Professor(a): Aurélio Bouret Monitor(a): Bruno Warwar Marcolino. Aula nº. Página1 Curso/Disciplina: Direito Civil (Família e Sucessões) Aula: Filiação Professor(a): Aurélio Bouret Monitor(a): Bruno Warwar Marcolino Tema: Filiação Aula nº. 22 Leitura obrigatória: Art. 1596 até

Leia mais

DIREITOS FUNDAMENTAIS:

DIREITOS FUNDAMENTAIS: Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Aula: Direito Constitucional - 38 Professor(a): Marcelo Tavares Monitor(a): Beatriz Moreira Leite Aina Aula 38 DIREITOS FUNDAMENTAIS: Podem ser divididos

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR Juiz, Auxiliares e Partes no Processo Penal Militar Parte 2 Prof. Pablo Cruz Suspeição entre adotante e adotado Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada

Leia mais

5 Celebração e Prova do Casamento, Ritos matrimoniais, Cerimônia do casamento, Suspensão da cerimônia, 85

5 Celebração e Prova do Casamento, Ritos matrimoniais, Cerimônia do casamento, Suspensão da cerimônia, 85 Sumário Nota do Autor à lfi edição, xiii 1 Introdução ao Direito de Família, 1 1.1 Compreensão, 1 1.2 Lineamentos históricos, 2 1.3 Família moderna. Novos fenômenos sociais, 5 1.4 Natureza jurídica da

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Os direitos dos companheiros na união estável. Sandra Ressel * A União estável é um instituto que consiste na união respeitável, a convivência contínua, duradoura e pública, entre

Leia mais

TRABALHO INFANTIL E TRABALHO DO MENOR

TRABALHO INFANTIL E TRABALHO DO MENOR TRABALHO INFANTIL E TRABALHO DO MENOR www.trilhante.com.br ÍNDICE 1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.4 Criança, Adolescente e Menor...4 Vulnerabilidade... 5 2. TRABALHO DO MENOR

Leia mais

Notas sobre registo de Nascimento

Notas sobre registo de Nascimento Notas sobre registo de Nascimento O nascimento ocorrido em território português deve ser declarado no prazo de 20 dias em qualquer Conservatória do Registo Civil, ou em unidade de saúde em que esteja instalado

Leia mais

OS IMPACTOS DA CRIAÇÃO DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO COMBATE À INTOLERÂNCIA SOCIAL

OS IMPACTOS DA CRIAÇÃO DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO COMBATE À INTOLERÂNCIA SOCIAL 70 OS IMPACTOS DA CRIAÇÃO DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO COMBATE À INTOLERÂNCIA SOCIAL RESUMO ARAN, Alana Thaís. 1 SOUZA, Ieda Maria Berger. 2 O presente trabalho visa discorrer como a criação

Leia mais

Direitos da Pessoa com Deficiência

Direitos da Pessoa com Deficiência Direitos da Pessoa com Deficiência A constitucionalização dos direitos das pessoas com deficiência. A política nacional para a integração das pessoas com deficiência; diretrizes, objetivos e instrumentos

Leia mais

ALGUNS ASPECTOS QUE DIFERENCIAM A UNIÃO ESTÁVEL DO CASAMENTO

ALGUNS ASPECTOS QUE DIFERENCIAM A UNIÃO ESTÁVEL DO CASAMENTO ALGUNS ASPECTOS QUE DIFERENCIAM A UNIÃO ESTÁVEL DO CASAMENTO José Ricardo Afonso Mota: Titular do Ofício do Registro Civil e Tabelionato de Notas da cidade de Bom Jesus do Amparo (MG) A união estável,

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Noções sobre o reconhecimento de paternidade Alisson Menezes Paggoto Noções sobre o reconhecimento de paternidade1) A filiação em face da Constituição Federal de 1988 A Constituição

Leia mais

CAPACIDADE JURÍDICA E O EXERCÍCIO DE DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS. Andrea Parra

CAPACIDADE JURÍDICA E O EXERCÍCIO DE DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS. Andrea Parra Apoio: Realização: CAPACIDADE JURÍDICA E O EXERCÍCIO DE DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Andrea Parra andparra@gmail.com - @andreparrafo Sexualidade Sexualidade de pessoas con discapacidade Maternidade

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 18/09/2017. Parentesco. Os parentes em linha reta são os ascendentes e os descendentes, os graus na linha

Leia mais

O Trabalho Social com Famílias de Origem de Crianças e Adolescentes em Contexto Vulnerável

O Trabalho Social com Famílias de Origem de Crianças e Adolescentes em Contexto Vulnerável O Trabalho Social com Famílias de Origem de Crianças e Adolescentes em Contexto Vulnerável Raquel Santos Pereira Chrispino Juíza de Direito Titular da 1ª. Vara de Família da Comarca de São João de Meriti

Leia mais

VISÃO PANORÂMICA DO DIREITO DE FAMÍLIA NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

VISÃO PANORÂMICA DO DIREITO DE FAMÍLIA NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO VISÃO PANORÂMICA DO DIREITO DE FAMÍLIA NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Prof. Péricles Raimundo de Oliveira Magistrado Inativo A Lei 10.406 de 10.01.2002, que contém o novo Código Civil, foi publicada em

Leia mais

Conceito: é a relação afetiva ou amorosa entre homem e mulher, não adulterina ou incestuosa, com estabilidade e durabilidade, vivendo ou não sob o

Conceito: é a relação afetiva ou amorosa entre homem e mulher, não adulterina ou incestuosa, com estabilidade e durabilidade, vivendo ou não sob o União Estável Conceito: é a relação afetiva ou amorosa entre homem e mulher, não adulterina ou incestuosa, com estabilidade e durabilidade, vivendo ou não sob o mesmo teto, com o objetivo de constituir

Leia mais

DIÁLOGOS COM O DIREITO DE FILIAÇÃO BRASILEIRO

DIÁLOGOS COM O DIREITO DE FILIAÇÃO BRASILEIRO ELIMAR SZANIAWSKI DIÁLOGOS COM O DIREITO DE FILIAÇÃO BRASILEIRO Rodrigo Xavier Leonardo Prefácio O presente estudo analisa os aspectos polêmicos do direito de filiação contemporâneo sob os pontos de vista

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Dignidade da pessoa humana Rodrigo Hage O princípio da dignidade da pessoa humana como norteador das relações familiares "...Família, família Cachorro, gato, galinha Família, família

Leia mais

PROVIMENTO 303/CGJ/2015: O QUE MUDOU NO PROCEDIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR

PROVIMENTO 303/CGJ/2015: O QUE MUDOU NO PROCEDIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR PROVIMENTO 303/CGJ/2015: O QUE MUDOU NO PROCEDIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR *Felipe de Mendonça Pereira Cunha O Provimento 303/CGJ/2015 foi publicado no Diário do Judiciário Eletrônico

Leia mais

XXII EXAME DE ORDEM ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROF.ª MAÍRA ZAPATER

XXII EXAME DE ORDEM ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROF.ª MAÍRA ZAPATER XXII EXAME DE ORDEM ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROF.ª MAÍRA ZAPATER Noções introdutórias A doutrina da proteção integral Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Leia mais

Referência Legislativa: artigos 3º ao 5º da Lei n /02 (Código Civil)

Referência Legislativa: artigos 3º ao 5º da Lei n /02 (Código Civil) AULA 07 PONTO: 06/07 Objetivo da aula: Pessoa natural. Conceito. Começo da personalidade natural. Individualização. Capacidade e incapacidade. Conceito. Espécies. Cessação da incapacidade. Pessoa natural.

Leia mais

AULA 14. União estável. Concubinato. Arts a 1.727, CC. Art. 226, 3º, CF. Leis nº 9.278/96 e nº 8.971/94. 1

AULA 14. União estável. Concubinato. Arts a 1.727, CC. Art. 226, 3º, CF. Leis nº 9.278/96 e nº 8.971/94. 1 Quem junta com fé, casado é. (Sabedoria popular) AULA 14 União estável. Concubinato. Arts. 1.723 a 1.727, CC. Art. 226, 3º, CF. Leis nº 9.278/96 e nº 8.971/94. 1 BREVE HISTÓRICO CC/1916: UNIÃO ESTÁVEL

Leia mais

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 05

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 05 PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Famílias contemporâneas Conti.: Duração razoável do processo deve ser levada em consideração, trata-se

Leia mais

DECRETO N.º 203/XIII. Direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais de cada pessoa

DECRETO N.º 203/XIII. Direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais de cada pessoa DECRETO N.º 203/XIII Direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais de cada pessoa A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea

Leia mais

DIREITO CIVIL 12/08/2015 DIREITO CIVIL TEORIA GERAL DA RELAÇÃO PRIVADA. Prof. Nelson Rosenvald

DIREITO CIVIL 12/08/2015 DIREITO CIVIL TEORIA GERAL DA RELAÇÃO PRIVADA. Prof. Nelson Rosenvald ESTÁCIO-CERS DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL Prof. Nelson Rosenvald TEORIA GERAL DA RELAÇÃO PRIVADA Compreensão histórica e política do direito privado. As novas formas de exteorização do Direito Civil. 1)

Leia mais

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 03

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 03 PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Formatos Familiares Contemporâneos Conti.: a) Filiação Socioafetiva: Há equiparação da filiação

Leia mais

Aula 42 DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS

Aula 42 DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS Página1 Curso/Disciplina: Direito Civil Família e Sucessões Aula: Disposições Testamentárias Professor (a): Aurélio Bouret Monitor (a): Lívia Cardoso Leite Aula 42 DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS Tem de se

Leia mais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Aula 1 Sistema Jurídico dos Direitos da Criança e do Adolescente Prof. Diego Vale de Medeiros 1.1 INTRODUÇÃO Especialização da organização judiciária Contextualização

Leia mais

Introdução ao Direito de Família Casamento e União Estável Formalidades Preliminares. Habilitação para o Casamento

Introdução ao Direito de Família Casamento e União Estável Formalidades Preliminares. Habilitação para o Casamento Sumário 1 Introdução ao Direito de Família 1.1 Compreensão 1.2 Lineamentos Históricos 1.3 Família Moderna. Novos Fenômenos Sociais 1.4 Natureza Jurídica da Família 1.5 Direito de família 1.5.1 Características

Leia mais

CURSO CARREIRAS JURÍDICAS Nº 20

CURSO CARREIRAS JURÍDICAS Nº 20 CURSO CARREIRAS JURÍDICAS Nº 20 DATA 29/08/16 DISCIPLINA DIREITO CIVIL FAMÍLIA (MANHÃ) PROFESSORA REYVANI JABOUR MONITORA JAMILA SALOMÃO AULA 04/05 Ementa: Na aula de hoje serão abordados os seguintes

Leia mais

DIREITO DE FAMÍLIA ROTEIRO DE AULA Profa. Dra. Maitê Damé Teixeira Lemos

DIREITO DE FAMÍLIA ROTEIRO DE AULA Profa. Dra. Maitê Damé Teixeira Lemos DIREITO DE FAMÍLIA ROTEIRO DE AULA Profa. Dra. Maitê Damé Teixeira Lemos Direito Matrimonial o Conceito: o Natureza jurídica do casamento: o Finalidades do casamento: o Princípios do casamento: o Esponsais

Leia mais

Conceito de família. João Benício Aguiar. João Benício Aguiar

Conceito de família. João Benício Aguiar. João Benício Aguiar Conceito de família O que é família? Arranjos familiares: Família tradicional: pai, mãe e um ou mais filhos. Monoparental: composta por apenas um dos progenitores: pai ou mãe. Os motivos que possibilitam

Leia mais

A toda a Sociedade Brasileira e Seus Poderes Constituídos,

A toda a Sociedade Brasileira e Seus Poderes Constituídos, Ofício Nº.091/2013 - ANGAAD Recife, 22 de outubro de 2013. Assunto: Manifestação da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção sobre a decisão que determinou o retorno da criança Maria Eduarda para

Leia mais

Aula 21. Estatuto da Pessoa com Deficiência

Aula 21. Estatuto da Pessoa com Deficiência Turma e Ano: Direito Processual Civil - NCPC (2016) Matéria / Aula: Estatuto da Pessoa com Deficiência (Parte I). Capacidade Civil (Parte I). / 21 Professor: Edward Carlyle Monitora: Laryssa Marques Aula

Leia mais

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Bloco 01

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Bloco 01 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Bloco 01 Professora Adriane de Sousa 1.Visão Histórica e Princípios: Obs. Art.100 ECA 12 princípios expressos- Lei 12.010/09 Obs. 227 CF: É dever da família, da sociedade

Leia mais

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Corregedoria-Geral da Justiça

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Corregedoria-Geral da Justiça Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Corregedoria-Geral da Justiça Provimento Nº264 SEI Nº 0102975-68.2016.8.16.6000 O Des. EUGÊNIO ACHILLE GRANDINETTI, Corregedor-Geral da Justiça, nos usos de suas

Leia mais

OS DIREITOS CIVIS DO TRANSEXUAL E O DIREITO FUNDAMENTAL À FELICIDADE THE CIVIL RIGHTS OF TRANSEXUAL AND FUNDAMENTAL RIGHT TO HAPPINESS

OS DIREITOS CIVIS DO TRANSEXUAL E O DIREITO FUNDAMENTAL À FELICIDADE THE CIVIL RIGHTS OF TRANSEXUAL AND FUNDAMENTAL RIGHT TO HAPPINESS OS DIREITOS CIVIS DO TRANSEXUAL E O DIREITO FUNDAMENTAL À FELICIDADE THE CIVIL RIGHTS OF TRANSEXUAL AND FUNDAMENTAL RIGHT TO HAPPINESS Bruna Carolina Gonçalves Barbosa Graduanda em Direito Unisalesiano-Lins

Leia mais

O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Considerações sobre a Adoção Multiparental

O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Considerações sobre a Adoção Multiparental 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO O PRINCÍPIO DO MELHOR

Leia mais

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO CIVIL: FAMÍLIA E SUCESSÕES PROF.ª CARLA CARVALHO

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO CIVIL: FAMÍLIA E SUCESSÕES PROF.ª CARLA CARVALHO XXII EXAME DE ORDEM DIREITO CIVIL: FAMÍLIA E SUCESSÕES PROF.ª CARLA CARVALHO XXII EXAME DE ORDEM DIREITO DE FAMÍLIA Temas recorrentes FAMÍLIA casamento; regime de bens partilha Alteração SUCESSÕES vocação

Leia mais

Pós-Graduação. Direito das Famílias e das Sucessões

Pós-Graduação. Direito das Famílias e das Sucessões Pós-Graduação Direito das Famílias e das Sucessões - 2017 Disciplinas: 1) Evolução Histórica do Direito das Famílias: do Patriarcalismo à Afetividade, Avanços e Retrocessos 2) Contornos Contemporâneos

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL AULA NACIONALIDADE PROFESSOR MATEUS SILVEIRA Professor Mateus Silveira Fanpage Facebook: @professormateussilveira Instagram: @professormateussilveira Twitter: @profmateuss Canal

Leia mais

Núcleo de Pesquisa e Extensão do Curso de Direito NUPEDIR VIII MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (MIC) 20 de novembro de 2015

Núcleo de Pesquisa e Extensão do Curso de Direito NUPEDIR VIII MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (MIC) 20 de novembro de 2015 A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Scheila Schneiders Anschau 1 Letícia Gheller Zanatta Carrion 2 SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 FILIAÇÃO. 3 REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA. 4 GESTAÇÃO

Leia mais

Sumário. Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos Apresentação da Segunda Edição Apresentação... 19

Sumário. Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos Apresentação da Segunda Edição Apresentação... 19 Sumário Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos... 15 Apresentação da Segunda Edição... 17 Apresentação... 19 Abreviaturas Utilizadas... 21 Capítulo I Lei de Alimentos... 23 Lei nº 5.478, de

Leia mais

FACULDADE MULTIVIX CARIACICA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO A GUARDA COMPARTILHADA COMO SOLUÇÃO PARA A ALIENAÇÃO PARENTAL

FACULDADE MULTIVIX CARIACICA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO A GUARDA COMPARTILHADA COMO SOLUÇÃO PARA A ALIENAÇÃO PARENTAL FACULDADE MULTIVI CARIACICA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO A GUARDA COMPARTILHADA COMO SOLUÇÃO PARA A ALIENAÇÃO PARENTAL CARIACICA/ES 2018 Antonio Marcos Cunha Júnior A GUARDA COMPARTILHADA COMO SOLUÇÃO

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A união estável e sua evolução Maria Rosinete dos Reis Silva * A união de pessoas de sexo diferente, fora do matrimônio, remonta à Antigüidade, especialmente ao povo romano, onde

Leia mais

Questões Aula 2 Noções do ECA Prof. André Vieira

Questões Aula 2 Noções do ECA Prof. André Vieira Questões Aula 2 Noções do ECA Prof. André Vieira Noções do ECA 1. De acordo com o ECA, é considerada criança a pessoa com até doze anos de idade incompletos. 2. Entende-se por família natural aquela que

Leia mais

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ROBERTO REQUIÃO I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ROBERTO REQUIÃO I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2017 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, em decisão terminativa, sobre o Projeto de Lei do Senado nº 612, de 2011, de autoria da Senadora Marta Suplicy, que altera os arts.

Leia mais

Família e o mundo jurídico: repercussão do Código Civil de 2002 nas relações familiares.

Família e o mundo jurídico: repercussão do Código Civil de 2002 nas relações familiares. BuscaLegis.ccj.ufsc.br Família e o mundo jurídico: repercussão do Código Civil de 2002 nas relações familiares. Rebeca Ferreira Brasil Bacharela em Direito pela Universidade de Fortaleza -Unifor Os direitos

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direito à Igualdade Parte 2 Profª. Liz Rodrigues - Estrangeiros: como regra geral, são garantidos aos estrangeiros todos os direitos fundamentais inerentes à

Leia mais

LEI 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 Dispõe sobre os Registros Públicos e dá outras providências.

LEI 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 Dispõe sobre os Registros Públicos e dá outras providências. MINI CÓDIGO CIVIL LEI 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 Dispõe sobre os Registros Públicos e dá outras providências. Alterações pela MP 776/2017 Art. 19, 4º nova redação (Página 906) Art. 54, itens 9º e

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Formatos Familiares Contemporâneos.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Formatos Familiares Contemporâneos. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Família e Sucessões. (Aula 20/02/2018) Formatos Familiares Contemporâneos. A união estável

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 11/02/2019. Introdução ao direito de família para sucessões.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 11/02/2019. Introdução ao direito de família para sucessões. Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 11/02/2019. Introdução ao direito de família para sucessões. Formatos Familiares Contemporâneos. União Homoafetiva.

Leia mais