Relatório - Plano de Aula 14/03/ :57

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1 Página: 1/13 Disciplina: CCJ TÓPICOS INTERDISCIPLINARES Semana Aula: 9 Direito Penal e Processual Penal (Aula 3/5) Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de: DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA OBJETIVO Compreender os principais aspectos referentes ao estudo dos crimes contra a vida, o patrimônio e os que são cometidos contra a administração pública. TEMA Crimes contra a vida, Crimes contra o patrimônio e Crimes praticados contra a administração pública. 1. Crimes contra a vida; 2. Crimes contra o patrimônio; 3. Crimes praticados contra a administração pública. ESTRUTURA DO CONTEÚDO Nesta aula serão tratados três temas de Direito Penal, especificamente, localizados na parte especial do Código Penal e recorrentes nos Exames Unificados da OAB: os crimes contra a vida, o patrimônio e os praticados contra a administração pública. HOMICÍDIO: artigo 121 Código Penal: Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 2 Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. Conceito: É a supressão da vida de um ser humano causada por outro. O bem jurídico protegido é a vida humana extrauterina. Classificação: comum, material, de forma livre, comissivo e, excepcionalmente comissivo por omissão, instantâneo, de dano, unissubjetivo, progressivo, plurissubsistente e admite tentativa. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa. Objeto material: é a pessoa que sofre a conduta criminosa. Elemento subjetivo: dolo não se exigindo elemento subjetivo específico. Homicídio privilegiado: hipóteses do 1º. Homicídio qualificado: hipóteses do 2º. Possibilidade de homicídio privilegiado-qualificado: é possível em conformidade com a doutrina majoritária desde que as qualificadoras sejam objetivas.

2 Página: 2/13 Homicídio culposo: 3º. Causas de aumento de pena (majorantes): 4º Perdão judicial: 5º. Ação penal: Pública incondicionada. Competência para processamento e julgamento: art. 5º, XXXVIII, d, CF: XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Crimes hediondo: Lei nº 8072/90: crimes hediondos: art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no, consumados ou tentados: I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, 2o, I, II, III, IV e V) ; INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO e AUXÍLIO AO SUICÍDIO: art. 122 do CP: Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. - Conceito de suicídio: resulta, direta ou indiretamente, de um ato positivo ou negativo, realizado pela própria vítima, a qual sabia deve produzir este resultado (Durkhein). - Não se pune o autor de suicido por motivos humanitários, afinal, quem atentou contra a própria vida, não merece punição, mas, compaixão, amparo e atendimento médico. - Tipo objetivo: INDUZIR (dar a idéia); INSTIGAR (fomentar uma idéia já existente) e AUXILIAR (dar apoio material); - Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa; passivo com um mínimo de discernimento, caso contrário, é homicídio; - Elemento subjetivo: dolo; não há modalidade culposa; - Objeto jurídico e material: vida; a pessoa contra a qual se volta conduta do agente; - Classificação do crime: comum; material; comissivo; de dano. Não admite tentativa; INFANTICÍDIO art. 123 CP Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. - Conceito de infanticídio: trata-se de homicídio cometido pela mãe contra seu filho, nascente ou recém-nascido, sob a influência do estado puerperal; é uma hipótese de homicídio privilegiado; - Distinção entre infanticídio e aborto: aquele durante logo após o parto e este antes do parto (considera-se infanticídio tão logo a mulher entre em trabalho de parto); - Tipo objetivo: matar (eliminar a vida de outro ser humano): é preciso que o nascente esteja vivo; - Sujeito ativo e passivo: autora só pode ser a mãe; sujeito passivo é recém-nascido; - Objeto jurídico e material: a vida do recém-nascido e material é a criança que sofre a agressão; - Estado puerperal: é o estado que envolve a parturiente durante a expulsão da criança do ventre materno; - Circunstância de tempo: durante ou logo após o parto o CP não fixa um prazo; porém, a doutrina e a jurisprudência majoritárias significam imediatidade; - Classificação do crime: próprio, comissivo, material, de dano, admite tentativa; - Concurso de pessoas: teoria unitária ou monista: todos respondem pelo art. 123 CP. FURTO artigo 155: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 1º - A pena aumenta-se de um

3 Página: 3/13 terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. Conceito: consiste na subtração de coisa alheia móvel cujo objetivo é apoderar-se dela definitivamente. Objeto jurídico: posse, propriedade e detenção (doutrina majoritária). Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: proprietário, possuidor e detentor. Objeto material: coisa móvel (com valor econômico tal como a energia elétrica). Elemento normativo: a coisa deve ter dono (coisa abandonada ou perdida não pode ser objeto de furto). Elemento subjetivo: dolo com a finalidade de apoderar-se dela definitivamente. Consumação: quando a coisa é retirada da esfera de vigilância da vítima, ou seja, quando há a posse tranquila da res. Admite-se tentativa. Classificação: comum, doloso, de forma livre, comissivo, de dano, material e instantâneo. A ação penal é pública incondicionada. Furto simples: caput Furto noturno: 1º: aplica-se tão somente ao caput. Furto privilegiado: 2º: quando o autor é primário e é de pequeno valor a coisa furtada. Caso os requisitos estejam preenchidos o juiz deverá conceder o privilégio. Furto de energia: 3º: ficam equiparadas à coisa móvel à eletricidade e outras energias (radioatividade, genética de reprodutores, térmica, mecânica, ar comprimido, vapor, etc). Furto qualificado: 4º: destruição ou rompimento de obstáculo, abuso de confiança, fraude, escalada, destreza, emprego de chave falsa, mediante concurso de duas ou mais pessoas. Furto qualificado: 5º: qualificadora com dois requisitos: que o objeto furtado seja veículo automotor e seja transportado para outro Estado. ROUBO artigo 157: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. Objeto jurídico: inclui o patrimônio, a posse, liberdade individual e integridade física. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa (proprietário, possuidor ou a terceira pessoa que sofra a violência embora não tenha prejuízo patrimonial). Objeto material: coisa alheia móvel e pessoa.

4 Página: 4/13 Tipo subjetivo: dolo específico. Consumação do roubo próprio: ocorre quando a coisa é retirada da esfera de vigilância da vítima. Consumação do roubo impróprio: com o emprego de violência ou de grave ameaça. Tentativa de roubo próprio: admissível. Tentativa de roubo impróprio: há entendimentos divergentes. Classificação: comum, doloso, de forma livre, de dano, material e instantâneo. Ação penal pública incondicionada. Roubo qualificado: 2ºentendimento majoritário: aplicável ao caput e ao 1º. Roubo qualificado pelo resultado lesão grave: 3º 1ª parte: lesão grave (129 1º e 2º) e requer exame de corpo de delito. Roubo qualificado pela morte (LATROCÍNIO): 3º 2ª parte: trata-se de crime hediondo (Lei nº /90). PECULATO artigo 312: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Análise do Núcleo do Tipo: a) Apropriar-se: tomar como propriedade sua ou apossar-se. É o chamado peculato apropriação. b) Desviar: alterar o destino ou desencaminhar. É o chamado peculato-desvio. Sujeito Ativo e Passivo: Ativo só funcionário público. Passivo é o Estado e secundariamente a entidade de direito público ou o particular prejudicado. Dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel (ex.: jóia). Origem do bem recebido: pode ser público (pertencente à administração Pública) ou particular (pertencente a pessoa não integrante à administração, embora, em ambas as situações precise estar em poder de funcionário público no exercício da sua função. (carcereiro que fica com os bens recolhidos dos presos) Em razão de cargo: o funcionário precisa fazer uso de seu cargo para obter a posse do dinheiro, valor ou outro bem móvel (deve estar na esfera das suas atribuições, por exemplo, policial não tem atribuição para receber fiança) Elemento subjetivo do tipo: é o dolo, porém, há previsão culposa no 2º do art. 312 do Código Penal. Peculato de uso: assim como no furto não configura crime quando o funcionário público utiliza um bem qualquer infungível em seu benefício ou de outrem, mas com a nítida intenção de devolver, isto é, sem que exista a vontade de se apossar do que não lhe pertence, mas está sob sua guarda. Ex: utilizar um veículo público para coisas particulares é mero ilícito administrativo e não configura peculato. Uso de dinheiro que é coisa fungível caracteriza peculato. Lei 8429/92 punições graves para atos de improbidade administrativa. Funcionário que recebe dinheiro de particular e aplica na administração: comete peculato desvio, pois o valor foi destinado ao Estado não sendo da esfera de atribuição do funcionário, sem autorização legal, aplicá-lo na repartição, ainda que para a melhoria do serviço público. Se receber valores indevidos, porque os solicitou de particular comete corrupção passiva. Objeto material e jurídico: objeto material é o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel. O objeto jurídico é a administração pública. Classificação: próprio; material (deve aferir benefício nas duas condutas); comissivo; instantâneo e admite tentativa. Concurso de pessoas: é admissível, pois, apesar, de ser um crime próprio ser funcionário público é elementar do crime de peculato e, portanto, comunica-se entre coautores e partícipes. Parágrafo 1º: o núcleo do tipo é subtrair (tirar de quem tem a posse ou a propriedade). Denominado de peculato-furto. O funcionário não precisa estar posse do bem ao contrário do caput. O tipo considera a conduta do funcionário público a conduta principal caso contrário responderia por furto.

5 Página: 5/13 Parágrafo 2º: Peculato Culposo: negligência, imprudência ou imperícia. Participação culposa ema cão dolosa alheia. O funcionário insere-se na figura do garante do 2º do art. 13 do CP, assim, tem ele o dever de agir impedindo a ação delituosa de outrem e não o fazendo responde por peculato furto. O vigia que desvia-se da sua função, por negligência, permitindo que terceiros invadam o lugar e lá subtraiam bens responde por peculato culposo. Essa modalidade exige a concorrência de pelo menos duas pessoas, o funcionário (garante) e o terceiro que comete o crime para o qual funcionário concorre culposamente. É impossível que um só indivíduo seja autor de peculato culposo. Parágrafo 3º: Causa extintiva da punibilidade ou de redução de pena ambas aplicáveis só ao peculato culposo. Causa extintiva da punibilidade: se o funcionário reparar o dano restituindo a administração pública o que lhe foi retirado até o trânsito em julgado da sentença extingue a punibilidade. Causa de redução de pena: se após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória reduza a pena da metade. Compete ao juiz da VEP aplicar a causa de redução da pena, pois, a jurisdição do juiz de 1º grau já cessou. Peculato mediante erro de outrem: artigo 313: Art Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Peculato eletrônico: artigo 313-A: Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. CONCUSSÃO artigo 316 CP: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Análise do Núcleo do Tipo: a) Exigir: significa ordenar ou demandar, havendo aspectos nitidamente impositivos e intimidativos na conduta, que não precisa ser, necessariamente violenta. Não deixa de ser uma forma de extorsão embora colocada em prática por funcionário público. b) Espécies de Concussão: TÍPICA: prevista no caput em que se exige vantagem indevida desconectada de qualquer tributo. PRÓPRIA: 1º 1ª parte: no qual há abuso de poder exigindo-se tributo ou contribuição indevida. IMPRÓPRIA: 1º 2ª parte: em que se demanda com abuso de poder, tributo ou contribuição indevida. Sujeito Ativo e Passivo: Ativo só funcionário público. Passivo é o Estado e secundariamente a entidade de direito público ou o particular prejudicado. Utilização da função: o tipo é explícito ao exigir que o agente valha-se de sua função para demandar a atividade indevida. Deve reclamar a vantagem invocando a sua atividade profissional. Conceito de vantagem indevida: pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito podendo ser econômica ou não (por exemplo, um favor sexual, um elogio). Elemento subjetivo do tipo: é o dolo, não há previsão culposa. Objeto material e jurídico: objeto material é a vantagem indevida. O objeto jurídico é a administração pública. Classificação: próprio; formal (não precisa aferir o benefício); comissivo; instantâneo e admite tentativa. Como se trata de crime formal a prisão em flagrante deve ocorrer no momento em que o agente exige a vantagem e não por ocasião do recebimento da vantagem (neste momento pode-se decretar a prisão preventiva). Flagrante e crime impossível: na concussão não se configura o flagrante preparado (aquele que armado por policiais para incriminar alguém sendo de consumação inviável) aplicando-se a súmula 145 do STF. Quando a polícia é cientificada antecipadamente da conduta do funcionário dá voz de prisão logo após feita a exigência (é hipótese de flagrante esperado) 10 1º: Excesso de exação: a) Conceito de exação (é a cobrança pontual de tributos): quando o funcionário público cobra tributos além da quantia efetivamente devida.

6 Página: 6/13 b) Núcleo do tipo: EXIGIR (demandar, ordenar); EMPREGAR (dar emprego ou usar). c) MEIO VEXATÓRIO (é o que causa ultraje ou vergonha); GRAVOSO (é o meio oneroso). d) É uma norma penal em branco, pois, é preciso consultar outra norma para saber-se quais são os tributos e contribuições de melhoria. e) O OBJETO MATERIAL é o tributo ou a contribuição de melhoria e o objeto jurídico é a administração pública. f) Classificação: próprio. Formal (não exige a necessidade de recebimento do tributo ou da contribuição de melhoria); comissivo; instantâneo; admite tentativa. g) 2º: Excesso de exação qualificado: ocorre quando o funcionário desviar para si ou para outrem o que recebeu indevidamente; o recolhimento, ainda, que indevido destina-se sempre aos cofres públicos. PROCEDIMENTO DE ENSINO Nesta aula serão tratados três temas de Direito Penal, especificamente, localizados na parte especial do Código Penal e recorrentes nos Exames Unificados da OAB: os crimes contra a vida, o patrimônio e os praticados contra a administração pública. É importante que o docente, em sala de aula, debata com a turma cada uma das questões propostas abaixo, fornecendo, ao final do debate, o gabarito detalhado postado no campo "Avaliação". É imperioso que o debate da questão seja conduzido de forma que o aluno identifique os erros em cada uma das opções de resposta, no caso das questões objetivas. HOMICÍDIO: artigo 121 Código Penal: Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 2 Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. Conceito: É a supressão da vida de um ser humano causada por outro. O bem jurídico protegido é a vida humana extrauterina. Classificação: comum, material, de forma livre, comissivo e, excepcionalmente comissivo por omissão, instantâneo, de dano, unissubjetivo, progressivo, plurissubsistente e admite tentativa. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa. Objeto material: é a pessoa que sofre a conduta criminosa. Elemento subjetivo: dolo não se exigindo elemento subjetivo específico. Homicídio privilegiado: hipóteses do 1º. Homicídio qualificado: hipóteses do 2º. Possibilidade de homicídio privilegiado-qualificado: é possível em conformidade com a doutrina majoritária desde que as qualificadoras sejam objetivas.

7 Página: 7/13 Homicídio culposo: 3º. Causas de aumento de pena (majorantes): 4º Perdão judicial: 5º. Ação penal: Pública incondicionada. Competência para processamento e julgamento: art. 5º, XXXVIII, d, CF: XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Crimes hediondo: Lei nº 8072/90: crimes hediondos: art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no, consumados ou tentados: I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, 2o, I, II, III, IV e V) ; INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO e AUXÍLIO AO SUICÍDIO: art. 122 do CP: Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. - Conceito de suicídio: resulta, direta ou indiretamente, de um ato positivo ou negativo, realizado pela própria vítima, a qual sabia deve produzir este resultado (Durkhein). - Não se pune o autor de suicido por motivos humanitários, afinal, quem atentou contra a própria vida, não merece punição, mas, compaixão, amparo e atendimento médico. - Tipo objetivo: INDUZIR (dar a idéia); INSTIGAR (fomentar uma idéia já existente) e AUXILIAR (dar apoio material); - Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa; passivo com um mínimo de discernimento, caso contrário, é homicídio; - Elemento subjetivo: dolo; não há modalidade culposa; - Objeto jurídico e material: vida; a pessoa contra a qual se volta conduta do agente; - Classificação do crime: comum; material; comissivo; de dano. Não admite tentativa; INFANTICÍDIO art. 123 CP Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. - Conceito de infanticídio: trata-se de homicídio cometido pela mãe contra seu filho, nascente ou recém-nascido, sob a influência do estado puerperal; é uma hipótese de homicídio privilegiado; - Distinção entre infanticídio e aborto: aquele durante logo após o parto e este antes do parto (considera-se infanticídio tão logo a mulher entre em trabalho de parto); - Tipo objetivo: matar (eliminar a vida de outro ser humano): é preciso que o nascente esteja vivo; - Sujeito ativo e passivo: autora só pode ser a mãe; sujeito passivo é recém-nascido; - Objeto jurídico e material: a vida do recém-nascido e material é a criança que sofre a agressão; - Estado puerperal: é o estado que envolve a parturiente durante a expulsão da criança do ventre materno; - Circunstância de tempo: durante ou logo após o parto o CP não fixa um prazo; porém, a doutrina e a jurisprudência majoritárias significam imediatidade; - Classificação do crime: próprio, comissivo, material, de dano, admite tentativa; - Concurso de pessoas: teoria unitária ou monista: todos respondem pelo art. 123 CP. FURTO artigo 155: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 1º - A pena aumenta-se de um

8 Página: 8/13 terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. Conceito: consiste na subtração de coisa alheia móvel cujo objetivo é apoderar-se dela definitivamente. Objeto jurídico: posse, propriedade e detenção (doutrina majoritária). Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: proprietário, possuidor e detentor. Objeto material: coisa móvel (com valor econômico tal como a energia elétrica). Elemento normativo: a coisa deve ter dono (coisa abandonada ou perdida não pode ser objeto de furto). Elemento subjetivo: dolo com a finalidade de apoderar-se dela definitivamente. Consumação: quando a coisa é retirada da esfera de vigilância da vítima, ou seja, quando há a posse tranquila da res. Admite-se tentativa. Classificação: comum, doloso, de forma livre, comissivo, de dano, material e instantâneo. A ação penal é pública incondicionada. Furto simples: caput Furto noturno: 1º: aplica-se tão somente ao caput. Furto privilegiado: 2º: quando o autor é primário e é de pequeno valor a coisa furtada. Caso os requisitos estejam preenchidos o juiz deverá conceder o privilégio. Furto de energia: 3º: ficam equiparadas à coisa móvel à eletricidade e outras energias (radioatividade, genética de reprodutores, térmica, mecânica, ar comprimido, vapor, etc). Furto qualificado: 4º: destruição ou rompimento de obstáculo, abuso de confiança, fraude, escalada, destreza, emprego de chave falsa, mediante concurso de duas ou mais pessoas. Furto qualificado: 5º: qualificadora com dois requisitos: que o objeto furtado seja veículo automotor e seja transportado para outro Estado. ROUBO artigo 157: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. Objeto jurídico: inclui o patrimônio, a posse, liberdade individual e integridade física. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa (proprietário, possuidor ou a terceira pessoa que sofra a violência embora não tenha prejuízo patrimonial). Objeto material: coisa alheia móvel e pessoa.

9 Página: 9/13 Tipo subjetivo: dolo específico. Consumação do roubo próprio: ocorre quando a coisa é retirada da esfera de vigilância da vítima. Consumação do roubo impróprio: com o emprego de violência ou de grave ameaça. Tentativa de roubo próprio: admissível. Tentativa de roubo impróprio: há entendimentos divergentes. Classificação: comum, doloso, de forma livre, de dano, material e instantâneo. Ação penal pública incondicionada. Roubo qualificado: 2ºentendimento majoritário: aplicável ao caput e ao 1º. Roubo qualificado pelo resultado lesão grave: 3º 1ª parte: lesão grave (129 1º e 2º) e requer exame de corpo de delito. Roubo qualificado pela morte (LATROCÍNIO): 3º 2ª parte: trata-se de crime hediondo (Lei nº /90). PECULATO artigo 312: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Análise do Núcleo do Tipo: a) Apropriar-se: tomar como propriedade sua ou apossar-se. É o chamado peculato apropriação. b) Desviar: alterar o destino ou desencaminhar. É o chamado peculato-desvio. Sujeito Ativo e Passivo: Ativo só funcionário público. Passivo é o Estado e secundariamente a entidade de direito público ou o particular prejudicado. Dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel (ex.: jóia). Origem do bem recebido: pode ser público (pertencente à administração Pública) ou particular (pertencente a pessoa não integrante à administração, embora, em ambas as situações precise estar em poder de funcionário público no exercício da sua função. (carcereiro que fica com os bens recolhidos dos presos) Em razão de cargo: o funcionário precisa fazer uso de seu cargo para obter a posse do dinheiro, valor ou outro bem móvel (deve estar na esfera das suas atribuições, por exemplo, policial não tem atribuição para receber fiança) Elemento subjetivo do tipo: é o dolo, porém, há previsão culposa no 2º do art. 312 do Código Penal. Peculato de uso: assim como no furto não configura crime quando o funcionário público utiliza um bem qualquer infungível em seu benefício ou de outrem, mas com a nítida intenção de devolver, isto é, sem que exista a vontade de se apossar do que não lhe pertence, mas está sob sua guarda. Ex: utilizar um veículo público para coisas particulares é mero ilícito administrativo e não configura peculato. Uso de dinheiro que é coisa fungível caracteriza peculato. Lei 8429/92 punições graves para atos de improbidade administrativa. Funcionário que recebe dinheiro de particular e aplica na administração: comete peculato desvio, pois o valor foi destinado ao Estado não sendo da esfera de atribuição do funcionário, sem autorização legal, aplicá-lo na repartição, ainda que para a melhoria do serviço público. Se receber valores indevidos, porque os solicitou de particular comete corrupção passiva. Objeto material e jurídico: objeto material é o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel. O objeto jurídico é a administração pública. Classificação: próprio; material (deve aferir benefício nas duas condutas); comissivo; instantâneo e admite tentativa. Concurso de pessoas: é admissível, pois, apesar, de ser um crime próprio ser funcionário público é elementar do crime de peculato e, portanto, comunica-se entre coautores e partícipes. Parágrafo 1º: o núcleo do tipo é subtrair (tirar de quem tem a posse ou a propriedade). Denominado de peculato-furto. O funcionário não precisa estar posse do bem ao contrário do caput. O tipo considera a conduta do funcionário público a conduta principal caso contrário responderia por furto.

10 Página: 10/13 Parágrafo 2º: Peculato Culposo: negligência, imprudência ou imperícia. Participação culposa ema cão dolosa alheia. O funcionário insere-se na figura do garante do 2º do art. 13 do CP, assim, tem ele o dever de agir impedindo a ação delituosa de outrem e não o fazendo responde por peculato furto. O vigia que desvia-se da sua função, por negligência, permitindo que terceiros invadam o lugar e lá subtraiam bens responde por peculato culposo. Essa modalidade exige a concorrência de pelo menos duas pessoas, o funcionário (garante) e o terceiro que comete o crime para o qual funcionário concorre culposamente. É impossível que um só indivíduo seja autor de peculato culposo. Parágrafo 3º: Causa extintiva da punibilidade ou de redução de pena ambas aplicáveis só ao peculato culposo. Causa extintiva da punibilidade: se o funcionário reparar o dano restituindo a administração pública o que lhe foi retirado até o trânsito em julgado da sentença extingue a punibilidade. Causa de redução de pena: se após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória reduza a pena da metade. Compete ao juiz da VEP aplicar a causa de redução da pena, pois, a jurisdição do juiz de 1º grau já cessou. Peculato mediante erro de outrem: artigo 313: Art Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Peculato eletrônico: artigo 313-A: Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. CONCUSSÃO artigo 316 CP: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Análise do Núcleo do Tipo: a) Exigir: significa ordenar ou demandar, havendo aspectos nitidamente impositivos e intimidativos na conduta, que não precisa ser, necessariamente violenta. Não deixa de ser uma forma de extorsão embora colocada em prática por funcionário público. b) Espécies de Concussão: TÍPICA: prevista no caput em que se exige vantagem indevida desconectada de qualquer tributo. PRÓPRIA: 1º 1ª parte: no qual há abuso de poder exigindo-se tributo ou contribuição indevida. IMPRÓPRIA: 1º 2ª parte: em que se demanda com abuso de poder, tributo ou contribuição indevida. Sujeito Ativo e Passivo: Ativo só funcionário público. Passivo é o Estado e secundariamente a entidade de direito público ou o particular prejudicado. Utilização da função: o tipo é explícito ao exigir que o agente valha-se de sua função para demandar a atividade indevida. Deve reclamar a vantagem invocando a sua atividade profissional. Conceito de vantagem indevida: pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito podendo ser econômica ou não (por exemplo, um favor sexual, um elogio). Elemento subjetivo do tipo: é o dolo, não há previsão culposa. Objeto material e jurídico: objeto material é a vantagem indevida. O objeto jurídico é a administração pública. Classificação: próprio; formal (não precisa aferir o benefício); comissivo; instantâneo e admite tentativa. Como se trata de crime formal a prisão em flagrante deve ocorrer no momento em que o agente exige a vantagem e não por ocasião do recebimento da vantagem (neste momento pode-se decretar a prisão preventiva). Flagrante e crime impossível: na concussão não se configura o flagrante preparado (aquele que armado por policiais para incriminar alguém sendo de consumação inviável) aplicando-se a súmula 145 do STF. Quando a polícia é cientificada antecipadamente da conduta do funcionário dá voz de prisão logo após feita a exigência (é hipótese de flagrante esperado) 10 1º: Excesso de exação: a) Conceito de exação (é a cobrança pontual de tributos): quando o funcionário público cobra tributos além da quantia efetivamente devida.

11 Página: 11/13 b) Núcleo do tipo: EXIGIR (demandar, ordenar); EMPREGAR (dar emprego ou usar). c) MEIO VEXATÓRIO (é o que causa ultraje ou vergonha); GRAVOSO (é o meio oneroso). d) É uma norma penal em branco, pois, é preciso consultar outra norma para saber-se quais são os tributos e contribuições de melhoria. e) O OBJETO MATERIAL é o tributo ou a contribuição de melhoria e o objeto jurídico é a administração pública. f) Classificação: próprio. Formal (não exige a necessidade de recebimento do tributo ou da contribuição de melhoria); comissivo; instantâneo; admite tentativa. g) 2º: Excesso de exação qualificado: ocorre quando o funcionário desviar para si ou para outrem o que recebeu indevidamente; o recolhimento, ainda, que indevido destina-se sempre aos cofres públicos. Webaula, internet, data show, retroprojetor, Quadro (ou similar). QUESTÕES OBJETIVAS RECURSO FÍSICO APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA Questão 1 (VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes situações: Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio. Imbuído de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O serviço é regularmente executado. Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro o que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do estado puerperal. Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus delinquentium), é correto afirmar que A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de infanticídio. B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, e Julieta pelo crime de infanticídio. C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto Lucas quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na modalidade simples, ela na modalidade privilegiada em razão da influência do estado puerperal). D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil. No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio. Questão 2 - (VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Jaime, conhecido pelos colegas como Jaiminho mão de seda, utilizando-se de sua destreza, consegue retirar a carteira do bolso traseiro da calça de Ricardo que, ao perceber a subtração, sai ao encalço do delinquente. Ocorre que, durante a perseguição, Ricardo acaba sendo atropelado, vindo a falecer em decorrência dos ferimentos. Nesse sentido, com base nas informações apresentadas na hipótese, e a jurisprudência predominante dos tribunais superiores, assinale a afirmativa correta. A) Jaime praticou delito de furto em sua modalidade tentada. B) Jaime consumou a prática do delito de furto simples. C) Jaime consumou a prática do delito de furto qualificado. D) Jaime consumou a prática de latrocínio. Questão 3 (IV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Configura modalidade de peculato prevista no Código Penal (A) O peculato por erro de outrem, consistente na apropriação de bem ou valores que o funcionário tenha recebido pela facilidade que seu cargo lhe proporciona.

12 Página: 12/13 (B) O peculato eletrônico, modalidade anômala de peculato, consistente em inserir dados falsos, alterar ou modificar dados no sistema de informações da administração pública. (C) O peculato-culposo, consistente na apropriação de bens ou valores que o funcionário tenha recebido por erro de outrem em razão do cargo público que exerce. (D) O peculato-desvio, consistente no desvio de bens ou valores, pelo funcionário público, em benefício de terceiro. QUESTÕES DISSERTATIVAS CRIMES CONTRA A VIDA QUESTÃO 4 (VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO): Há muito tempo Maria encontra-se deprimida, nutrindo desejos de acabar com a própria vida. João, sabedor dessa condição, e querendo a morte de Maria, resolve instigá-la a se matar. Pondo seu plano em prática, João visita Maria todos os dias e, quando ela toca no assunto de não tem mais razão para viver, que deseja se matar, pois a vida não faz mais sentido, João a estimula e a encoraja a pular pela janela. Um belo dia, logo após ser instigada por João, Maria salta pela janela de seu apartamento e, por pura sorte, sofre apenas alguns arranhões, não sofrendo qualquer ferimento grave. Considerando apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada, aos seguintes questionamentos: A) João cometeu algum crime? B) Caso Maria viesse a sofrer lesões corporais de natureza grave em decorrência da queda, a condição jurídica de João seria alterada? QUESTÃO 5 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO ) Caio, funcionário público, ao fiscalizar determinado estabelecimento comercial exige vantagem indevida. A qual delito corresponde o fato narrado: I. Se a vantagem exigida servir para que Caio deixe de cobrar tributo devido; II. Se a vantagem, advinda de cobrança de tributo que Caio sabia não ser devida, for desviada para proveito de Caio? AVALIAÇÃO

13 Página: 13/13 QUESTÃO 1: letra a : trata-se de resposta correta em atenção ao disposto no artigo 30 do Código Penal: Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. O motivo de relevante valor moral não é uma elementar do crime de homicídio e, portanto, não se comunica para Ronaldo. Já em relação ao crime de infanticídio o estado puerperal é elementar do crime e, ainda, que pessoal comunica-se entre coautores e partícipes. QUESTÃO 2: letra b : configura-se o delito de furto diante da inexistência de qualquer violência contra a pessoa e na sua forma tentada, pois, o acusado não teve a posse tranquila da res (foi perseguido pela vítima). QUESTÃO 3: a única assertiva correta é a letra b. O peculato eletrônico está previsto no artigo 313-A e o objetivo é normatizar a conduta de quem é funcionário público que insere dados falsos, altera ou exclui indevidamente dados corretos dos sistemas informatizados ou dos bancos de dados da Administração Público objetivando obter vantagem indevida para si ou para outrem para causar dano. Já o peculato erro ocorrerá sempre que o agente agir por erro e não quando este apropriar-se e está revisto no artigo 313, ou seja, o agente, aproveitando-se de erro alheio, apropria-se de dinheiro ou qualquer outra utilidade recebidos indevidamente em razão de cargo. Já o peculato culposo ocorre quando o agente age culposamente e não induzido em erro. E o peculato desvio expressa a conduta de desviar, ou seja, promover o desencaminhamento dando-lhe destinação diversa. QUESTÃO 4: O examinando deve responder, no item A, que João não cometeu qualquer crime, pois o delito descrito no art. 122 do CP, o qual prevê a conduta de instigação, auxílio ou induzimento ao suicídio, não admite a forma tentada (art. 14, II do CP), sendo certo que tal delito somente se consuma com a ocorrência de lesões corporais graves ou morte. Nesse sentido, como Maria teve apenas alguns arranhões, não houve crime. Todavia, com o fim de privilegiar a demonstração de conhecimento doutrinário, será aceita como resposta correta ao item A, a indicação de que haveria crime, mas que o fato não seria punível por faltar condição objetiva de punibilidade. Nesse caso específico, o examinando deverá demonstrar conhecimento sobre o conceito analítico de crime (fato típico, antijurídico e culpável), indicando que a punibilidade não o integra. Ainda quanto ao item A, é indispensável a indicação do dispositivo em análise. Portanto, afirmações vagas e genéricas não são passíveis de pontuação. Já no item B, o examinando deveria responder que ante a ocorrência de lesões corporais de natureza grave em Maria, a condição jurídica de João seria alterada, passando ele a responder pelo delito previsto no art. 122 do CP na modalidade consumada. Ressalte-se que levando em consideração a natureza do Exame de Ordem, não será atribuída pontuação para respostas com teses contraditórias, ou mesmo sugestiva de delito na modalidade tentada. Ademais, considera-se errada a resposta indicativa de configuração de concurso de crimes ou a fundamentação isolada. Pelo mesmo motivo exposto no item A (impossibilidade de consideração de afirmações vagas ou genéricas), também não é passível de pontuação a resposta, no item B, que não indique, de maneira expressa, o artigo legal a que se refere a questão. Desse modo, a mera referência à pena de reclusão de 1 a 3 anos, ou seja, a mera indicação do preceito secundário do tipo, dissociada da tipificação da conduta, também não é pontuada. Por fim, também não será pontuada a simples transcrição do artigo, dissociada da demonstração de conhecimento doutrinário. QUESTÃO 5: Art. 3º da Lei n /90 e excesso de exação qualificada art. 316, 2º, do CP. A exigência de vantagem indevida por funcionário público em razão de sua função caracteriza, em princípio, o delito de concussão. A Lei n /90, a lei dos crimes contra a ordem tributária, criou, no que interessa à questão, dois tipos novos: inseriu no artigo 316 do Código Penal dois parágrafos, criando o excesso de exação nas hipóteses em que a vantagem indevida for ela mesma um tributo ou contribuição social indevida -, e sua forma qualificada, que se dá quando a vantagem é apropriada pelo agente. O outro novel tipo penal está no artigo 3º da Lei n /90, que tipifica uma forma específica de concussão: a exigência de vantagem indevida para deixar de cobrar tributo devido. CONSIDERAÇÃO ADICIONAL

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