Estatuto da Pessoa com Deficiência: as alterações trazidas representam o fim da interdição?

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1 Estatuto da Pessoa com Deficiência: as alterações trazidas representam o fim da interdição? GT I: Direito, Cidadania e Concretização dos Direitos Humanos e Fundamentais. Carlos José Gomes Noronha 1 Giovana Custódio Silva Marcela Damato Fonseca Maria Cristina Alves Delgado de Ávila 2 RESUMO O presente trabalho apresenta uma análise da lei /2015 denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência em face das alterações provocadas no Código Civil, enfatizando os institutos da interdição e da curatela junto às pessoas com deficiência, verificando, se com essas modificações, ocorreria o fim da interdição. Antes da análise do tema se abordará um breve contexto histórico quanto à criação do estatuto, evidenciando a intenção do legislador em agregar os deficientes ao cotidiano da sociedade. A metodologia utilizada foi pesquisa teórica, por meio de fontes primárias (investigação da legislação) e secundárias (revisão bibliográfica). Palavras-chave: Estatuto da Pessoa com deficiência. Interdição. Curatela. ABSTRACT His paper presents an analysis of the Law / known as the Statute Person with Disabilities in the face of changes brought about by the Civil Code, emphasizing the institutes of interdiction and trusteeship with the disabled, with analysis, with these modifications, take place the end of the ban. Before the subject of analysis is address a brief historical background on the status of creation, showing the intention of the legislator to add the disabled to everyday society. The methodology used was theoretical research through primary sources (research law) and secondary (literature review). Keywords: Status of person with disabilities. Interdiction. Curatorship. 1. Introdução 1 Discentes do curso de Direito do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM). Pesquisador, pela mesma instituição, do NUPED Núcleo de Pesquisa do Direito na linha de pesquisa "direito, desenvolvimento e cidadania". s: carlosjgnoronha@gmail.com; giovana-vr@hotmail.com; marcela.damato@hotmail.com. 2 Mestre em Direito pelo Centro Universitário Salesiano (UNISAL). Docente do curso de Direito do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM). Pesquisadora e orientadora do NUPED Núcleo de Pesquisa do Direito na linha de pesquisa " direito, desenvolvimento e cidadania ". cristina.delgado@uol.com.br. 1

2 Baseado na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, marco histórico na garantia e promoção dos direitos humanos, entrou em vigência no Brasil em 6 de julho de 2015, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, de número , mais comumente conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência - EPD, tornando-se importante fundamento basilar para o direito das minorias, que busca a igualdade prevista na Constituição Federal de O referido Estatuto traz em seu bojo inúmeras modificações da interdição e curatela, alterando assim a previsão existente no código de civil e, resvalando ainda no novo código de processo civil, razão pela qual, o objetivo desse trabalho é proceder a uma analise das modificações que foram introduzidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência em confronto com a legislação anteriormente em vigor, visando identificar se permanece ou não em vigência o instituto da interdição. Tal pesquisa é feita através de investigação da legislação e revisão bibliográfica. O assunto é de suma relevância no nosso ordenamento jurídico, uma vez que, traz novas bases de acesso jurídico e social àquelas pessoas consideradas deficientes e que eram relegadas a segundo plano. Vê-se, portanto, que é necessário o levantamento dos impactos e consequências causados na nova legislação para que seja possível uma análise mais apurada quanto ao tema. 2. Contexto histórico da lei nº / Estatuto da Pessoa com Deficiência O percurso trilhado pelo indivíduo com deficiência é notado por preconceitos e lutas constantes na congruência de auferir direito à cidadania, de acordo com cada cultura dentro das sociedades. Estes, sempre sofreram com discriminações e preconceitos em face de suas condições e/ou limitações. A partir da época do renascentismo, entre os séculos XIV e XVII, nota-se uma fase de grandes avanços, pois para pessoas com deficiência - PCDs foram criadas escolas especiais, tratamentos médicos específicos, oficinas especiais de produção, mas ainda assim, não estimulava nem um pouco a autonomia dessas pessoas, uma vez que impelia a adaptação das mesmas à sociedade e não ao contrário, onde se era necessário, primeiro a normalização dessas pessoas e, só depois a sua inserção no meio social, assim como no assistencialismo que vinculava a PCD à piedade. A fase de integração associa, diretamente, à PCD a ideia de tolerância e não de igualdade (LORENTZ, 2016). A fase que nos interessa neste trabalho, é a denominada fase de inclusão que surge logo após a segunda guerra mundial, com a Declaração Universal dos Direitos do Homem que em seus artigos busca resgatar a condição humana. Identifica-se assim, o reconhecimento do princípio da igualdade, que, apesar de vir sofrendo mutações ao longo da história, nesta fase, aproxima-se ao máximo da ideia inclusiva que devem articular a sociedade política e civil, como forma de conquista e afirmação da dignidade de todos os seres humanos e o direito à diferença (CRUZ, 2005). E, seguindo o reconhecimento desse princípio, a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, institucionaliza os direitos humanos, 2

3 consagrando, dentre os objetivos do país, como princípio fundamental, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, por meio da redução das desigualdades sociais e a promoção do bem de todos sem quaisquer formas de discriminação evidenciando estar na fase chamada de inclusão das pessoas com deficiência. Neste cenário, insta que em termos de ordem jurídica, a PCD já possuía amparo legal de seus direitos no texto da Magna Carta de 1988, como se constata do art. 7º, inciso XXXI, art. 37, inciso VIII e art. 227, inciso II e 2º. Já em 30 de março de 2007, ocorreu a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência CDPD que constituiu um marco histórico na garantia e promoção dos direitos humanos de todos os cidadãos e em particular das Pessoas com Deficiência, foi assinada em Nova Iorque, Estados Unidos da América e serviu de base para criação do EPD uma vez que reafirma os princípios de dignidade, integralidade, igualdade e não discriminação, baseando-se e definindo as obrigações gerais dos Governos relativos à integração dos deficientes nas suas políticas, assim como as obrigações específicas relativas à sensibilização da sociedade para a deficiência, à valorização dessas pessoas e o combate aos preconceitos. Nesse sentido, reconhece o Preâmbulo da CDPD: 3 A deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Ainda no seu art. 1º estabelece que o objetivo de "promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente". Assim, como se verifica o EPD respaldou-se na carência de serviços públicos existentes no Brasil e nas demandas da própria população além do que fora instituído pela Convenção, como o acesso à saúde, educação, trabalho, cultura, lazer, informação etc. Distinto da Convenção, um tratado de intenções, que transmite algumas lacunas sobre a aplicabilidade de direitos, o vigente Estatuto traz recursos práticos. É interessante afirmar que este, partiu do pressuposto de que os direitos já conquistados não poderia sofrer nenhum retrocesso. Conseguintemente, o texto de igual modo foi elaborado a fim de não secundar mandamentos legais outrora previstos em outras leis. O ideal buscado é auferir direitos. Portanto o Estatuto não é meramente um compilado de Leis, e sim, um documento que modifica leis já existentes, todavia que ferem a Convenção Internacional, ou seja, Leis que não observam o direito da PCD ou que simplesmente a expurga de seu intento. O estatuto objetivou homenagear o princípio da dignidade da pessoa humana, transformando a incapacidade da pessoa com deficiência em uma capacidade de fato, ainda que haja a necessidade de adoção de institutos assistenciais específicos, como a tomada de decisão apoiada e, extraordinariamente, a curatela, para a prática de atos na vida civil. Assim veremos a seguir as principais modificações advindas do novel diploma. 3. Principais modificações no diploma cível ³ Disponível em: Acesso em 01 de julho de

4 O conceito de capacidade civil foi reconstruído e ampliado com a entrada em vigor do Estatuto. A pessoa com deficiência - aquela que tem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, conforme artigo 2º do referido diploma, não deve mais ser considerada civilmente incapaz, uma vez que os artigos 6º 4 e 84 5, do mesmo, afirmam que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa. O EPD, que entrou em vigor em janeiro de 2016, representou um marco social e jurídico tanto para o portador de deficiência física quanto mental, uma vez que veio para assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais das pessoas com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania conforme se depreende do contido no art. 1º do referido diploma. O Estatuto ao afirmar que a deficiência não afeta a plena capacidade civil, redefiniu a teoria das incapacidades, tanto que alguns dos dispositivos do Código Civil de 2002 foram revogados e outros tiveram seus textos modificados, como se pode observar pela leitura do artigo 3º do Código Civil que dispunha sobre os absolutamente incapazes em que teve seus incisos revogados, mantendo-se agora como única hipótese de incapacidade absoluta, a do menor impúbere (menor de 16 anos). Também houve modificação no art. 4º, que trata da incapacidade relativa, ou seja, no inciso I, permaneceu a previsão dos menores púberes (entre 16 anos completos e 18 anos incompletos); o inciso II suprimiu a menção à deficiência mental, referindo apenas, os ébrios habituais e os viciados em tóxico ; o inciso III, que continha o excepcional sem desenvolvimento mental completo, passou a tratar, apenas, das pessoas que, "por causa transitória ou permanente, não possam exprimir a sua vontade"; por fim, permaneceu a previsão da incapacidade do pródigo. Outra inovação foi a contida no artigo 228 do Código Civil que trouxe em seus incisos, pessoas que podem atuar como testemunhas, colocando a partir de então os deficientes em condições de igualdade para testemunhar como qualquer outra 4 Art. 6º. A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 5 Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano. 4

5 pessoa capaz. Poderão, portanto, testemunhar aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, puderem exprimir a sua vontade e os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam, sendolhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva. Por outro lado, o artigo do Código Civil teve sua redação modificada, passando a prever que, até a celebração do casamento, podem os pais ou tutores revogar a autorização para o matrimônio. Não se fala mais em curadores, pois não se decreta mais a nulidade do casamento das pessoas que estavam mencionadas no antigo art , inciso I (agora revogado). O antigo artigo expressava que seria nulo o casamento do enfermo mental, sem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, o que era previsto no antigo artigo 3º, inciso II, do Código Civil, que foi também revogado, como visto, devendo agora ser ouvido o então incapaz. Foi revogado também o antigo inciso IV do art do Código Civil que possibilitava a anulação do casamento em caso de desconhecimento de doença mental grave, o que significa dizer que o casamento do enfermo mental, sem discernimento, passa a ser válido. Pode-se observar também outra mudança no artigo do Código Civil que enumera os sujeitos à curatela, reduzindo-os apenas àqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; aos ébrios habituais e aos viciados em tóxicos; e os pródigos. Percebe-se, com isso, que não existirá a curatela de absolutamente incapaz, exceto quando necessário como estabelece a lei em seu art. 84, 1º do EPD. Ressalta-se ainda que o parágrafo terceiro do artigo 84 do EPD determina que a curatela do sujeito com deficiência seja uma medida extraordinária, ou seja, aplicada em último caso, correspondendo às necessidades e às circunstâncias de cada caso. A fim de adequar a essa ordem, é que o artigo do Código Civil também passou por uma mudança prevendo que o magistrado ao fixar o alcance da curatela examine as potencialidades da pessoa, observado os limites da lei e indicando o curador. Sendo que, para escolhê-lo, o juiz levará em conta o que o interditando quer. Dessa forma favorece a participação do curatelado de modo que tenha liberdade para fazer suas escolhas e tomar suas próprias decisões. No escopo de oportunizar a curatela compartilhada a mais de uma pessoa, o EPD inseriu o artigo A no Código Civil, a fim de remover o excessivo poder das mãos de somente um indivíduo. O referido estatuto outra vez propicia aos deficientes a prerrogativa de escolha dos sujeitos que, o apoiarão, nas decisões pertinentes aos atos da vida civil. Tal procedimento, com fulcro no parágrafo 3º, darse-á pelas vertentes judiciais, atribuindo ao magistrado decidir com auxílio de uma equipe multidisciplinar, oitiva do Ministério Público, do requerente e das pessoas que lhe prestarão apoio. É evidente que haveriam desafios a serem enfrentados com a entrada em vigor do Estatuto, uma vez que, o descompasso entre a curatela e a incapacidade absoluta provoca impactos que merecem análise mais aprofundada. A partir da sua vigência, mesmo que o deficiente seja curatelado, a prescrição e a decadência correrão contra ele. Quando se trata dos artigos 198, I e 208 do Código Civil, a prescrição e a decadência não atingem os absolutamente incapazes. Haverá prejuízo para os relativamente incapazes, visto que, poderão sofrer somente a 5

6 sanção de anulabilidade (art. 171, I, Código Civil) aqueles que praticarem atos sem a presença do curador, o que antes acarretava como consequência a nulabilidade (art. 166, I, Código Civil). Depois de verificadas as alterações, nota-se que o sistema de incapacidades deixou de ter um modelo rígido, passando a ser mais maleável e em prol da inclusão das pessoas com deficiência, tutelando a sua dignidade e a sua interação social. 4. É o fim da interdição? A princípio, é de extrema importância distinguir interdição da curatela. Enquanto interdição é o instrumento legal, a última possibilidade a ser executada, isto é, é a exceção ao estado normal das coisas, uma vez que, se trata de solução drástica de restrição individual, os quais privam o indivíduo de exercer seus direitos e as liberdades que a lei prevê para cada um daqueles que atingem a capacidade plena, a curatela é definida como o encargo cometido a alguém, para dirigir a pessoa e administrar os bens de maiores incapazes (PEREIRA, p. 308), ou seja, é a medida tomada após o procedimento de interdição, que visa ao amparo e proteção do interditado, para garantir a segurança deste, de seus bens, resguardando também seu patrimônio, o mesmo autor, acresce que: O pressuposto fático da curatela é a incapacidade; o pressuposto jurídico, uma decisão judicial. Não pode haver curatela senão deferida pelo juiz. Portanto o EPD admite em caráter excepcional o modelo jurídico da curatela, se houver a impossibilidade de fato e prolongada da pessoa manifestar e entender sua vontade, porém sem associá-la à incapacidade absoluta, ou seja, agora os deficientes só poderão ser considerados relativamente incapazes. Poderá haver deficiência sem curatela e deficiência qualificada pela curatela. A deficiência tipificada como gênero compreende todas as pessoas que apresentam qualquer tipo de deficiência física, psíquica ou sensorial que tenham dificuldades de satisfazer as necessidades normais. O deficiente desfruta plenamente dos direitos civis, patrimoniais e existenciais. A curatela, entretanto, afeta apenas os aspectos patrimoniais, mantendo o portador de transtorno mental o controle sobre os aspectos existenciais da sua vida elencados no artigo 85, parágrafo 1º do Estatuto. Porém, caso a deficiência se qualifica pelo fato da pessoa impossibilitar-se de autodeterminar, o sistema normativo lhe auferirá ainda mais proteção do que aquela deferida a um deficiente capaz, requerendo o devido processo legal, ou seja, o juiz averiguará no caso concreto a autodeterminação sendo limitada a restrição da pratica de atos patrimoniais, observando que não mais se integrará ao uso o termo interditado, todavia, apenas se constituirá a pessoa como patologicamente curatelada por ser portadora de uma deficiência ou enfermidade mental, que a impeça de externar a sua vontade de forma livre a se autodeterminar. Como explica Rosenvald (2015), há três possibilidades de intervenção na autonomia: (i) pessoas sem deficiência terão capacidade plena; (ii) pessoas com deficiência se servirão da tomada de decisão apoiada; (iii) pessoas com deficiência qualificada pela curatela em razão da impossibilidade de autogoverno serão submetidas a um regime especial conforme o caso concreto. 6

7 Sendo assim, se as pessoas sofrem restrições na autodeterminação, mas são aptas a se fazer compreender, não haverá curatela, mas sim tomada de decisão apoiada que é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade conforme artigo A Código Civil. Na tomada de decisão apoiada, o beneficiário conservará a capacidade de fato, mesmo nos específicos atos em que seja coadjuvado pelos apoiadores, a pessoa com deficiência não sofrerá restrição em seu estado de plena capacidade, apenas será privada de legitimidade para praticar episódicos atos da vida civil. Esse modelo beneficiará enormemente pessoas deficientes com impossibilidade física ou sensorial, como é o caso dos tetraplégicos, obesos mórbidos, cegos, sequelados de Acidente Vascular Cerebral - AVC e portadores de outras enfermidades que as privem da deambulação para a prática de negócios e atos jurídicos de cunho econômico e pessoas com deficiência psíquica ou intelectiva que não tenham impedimento, mas possuam limitações em expressar a sua vontade. Eles não serão interditados ou incapacitados, pois a tomada de decisão apoiada veio para promover a autonomia e não para cerceá-la. Nessa ambiência o novo Código de Processo Civil - CPC revogou os artigos a do Código Civil, justamente aqueles que tratavam da promoção da curatela (interdição), aparentemente por disciplinarem assuntos de direito processual e não de direito material. Nos artigos 747 e seguintes, o novo CPC, alude a interdição e a interditando, quando não há mais nem uma nem outro. As normas advindas do novo CPC terão de ser, de modo geral, interpretadas em concordância com as da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, tendo em vista que esta tem força normativa suprema àquele, relacionada á curatela especial, como parâmetro protetivo e temporário, inadmitindo a interpretação que reaquiste o modelo rudimentar de interdição, apesar da terminologia inadequada utilizada pela lei processual vigente. Diante disso, o EPD trouxe duas inovações que escaparam dessa confusão, conquistada pelo novo CPC: a curatela compartilhada e a tomada de decisão apoiada. Pelo EPD, a pessoa com deficiência poderá contar com mais de um curador, para incumbências específicas; com o novo CPC a pessoa com deficiência poderá então eleger pelo menos duas pessoas para apoiá-lo na execução de sua capacidade. Neste ainda, dependente de decisão judicial, não se confunde com a curatela e tem por objetivo, principalmente, o apoio para celebração de determinados negócios jurídicos; se houver divergência entre os apoiadores e a pessoa apoiada, caberá ao juiz decidir. Por fim, versando como resposta para o assunto em pauta, Lobo (2015) diz que com o Estatuto: não há que se falar mais de 'interdição', que, em nosso direito, sempre teve por finalidade vedar o exercício, pela pessoa com deficiência mental ou intelectual, de todos os atos da vida civil, impondo-se a mediação de seu curador. Cuidar-se-á, apenas, de curatela específica, para determinados atos. 7

8 Complementando o pensamento acima Tartuce (2015) afirma que: na medida em que o Estatuto é expresso ao afirmar que a curatela é extraordinária e restrita a atos de conteúdo patrimonial ou econômico, desaparece a figura da interdição completa" e do "curador todo-poderoso e com poderes indefinidos, gerais e ilimitados. Vê-se, portanto, que não haverá mais a interdição como anteriormente se tinha a previsão legal para tal, passando a ser utilizada a curatela em casos excepcionais que estão dispostos no novo ordenamento agora válido (Estatuto da Pessoa com Deficiência), haja vista que atendendo a este, estamos a seguir o princípio maior da constituição em vigor dignidade da pessoa humana, já que todos devem ter acento de forma equitativa no seio social, por serem possuidores e detentores de direitos, dentro de uma sociedade que prima por ser igualitária e justa. 5. Conclusão Desde o prólogo da historia, constata-se que a pessoa portadora de deficiência trilha caminhos de constantes e frequentes lutas e conquistas no espaço social. A partir da criação da lei de nº Estatuto da Pessoa com Deficiência auferiu grande avanço na conquista de direitos inerentes a Pessoa com deficiência, vez que se objetivou transformar a incapacidade da pessoa com deficiência em uma capacidade de fato, sob um viés emancipatório, de promoção da autonomia, componente integrante da dignidade da pessoa humana e caso seja necessário poder-se-á fazer uso para determinados casos institutos assistenciais específicos, como a tomada de decisão apoiada e, extraordinariamente, a curatela, para a prática de atos na vida civil, expurgindo por sua vez, a figura da interdição. Com a análise feita no decurso do trabalho possibilitou verificar que grandes e profundas alterações foram implementadas em relação à capacidade dos que outrora eram considerados incapazes, vez que agora o limite da incapacidade absoluta se cinge apenas aos menores impúberes (menores de 16 anos). Dessa forma, foi possível constatar que embora as mudanças trazidas objetivem a inclusão dos deficientes, ainda existe um longo e dificil caminho a percorrer, visto que as profundas mudanças introduzidas além de surtirem grandes transformações sociais impactam em conceitos pré-enraizados em nossa sociedade, o que produzirão grandes impactos, inclusive quanto aos aspectos economicos. Sem dúvida a mudança é salutar e traz a pessoa com deficiência com total inclusão ao meio social, existe, entretanto, um grande abismo entre a realidade e a legislação, que só poderá ser avaliado depois de um certo tempo de sedimentação do novo sistema. 6. Referências 8

9 ABREU, Célia Barbosa. Primeiras Linhas sobre a Interdição após o Novo Código de Processo Civil. Curitiba: Ed. CRV, BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de Disponível em: Acesso em 29 Jun 2016;. Lei n , de 10 de janeiro de Institui o Código Civil. Disponível em Acesso em 29 Jun 2016;. Lei n , de 6 de julho de Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em Acesso em 29 Jun 2016;. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de Disponível em: Acesso em 01 de julho de CRUZ, Álvaro Ricardo de Souza. O direito à diferença: ações afirmativas como mecanismo de inclusão social de mulheres, negros, homossexuais e portadores de deficiência / Álvaro Ricardo de Souza Cruz. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, DIDIER JR., Fredie. Estatuto da Pessoa com Deficiência, Código de Processo Civil de 2015 e Código Civil: uma primeira reflexão. Editorial 187. [online] Disponível em Acesso em 10 Jun 2016; GAGLIANO, Pablo Stolze. O Estatuto da Pessoa com Deficiência e o sistema jurídico brasileiro de incapacidade civil. [online] Disponível em Acesso em 06 de julho de 2016., Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil - Parte Geral, Vol. I. 17 ed. São Paulo: Saraiva, LÔBO. Paulo. Com Avanço Legal Pessoas com Deficiência Mental não são mais Incapazes. [online] Disponível em 16/processo-familiar-avancos-pessoas-deficiencia-mental-nao-sao-incapazes. acesso em 01 de julho de LORENTZ, Lutiana Nacur. A norma da igualdade e o trabalho das pessoas portadoras de deficiência / Lutiana Nacur Lorentz. 2. ed. São Paulo: LTr, PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Lei Acrescenta Novo Conceito para Capacidade Civil. [online] Disponível em: ago-10/processo-familiar-lei acrescenta-conceito-capacidade-civil. Acesso em 01 de julho de 2016., Caio Mário da Silva; Instituições de Direito Civil. 3. ed. Rio de Janeiro, Forense, v. V, p

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