DA CURATELA ARTIGOS 1767 A 1783 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. Ana Carine Fonseca Lopes Janaina Ribeiro da silva Vanessa Almeida Pereira

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1 DA CURATELA ARTIGOS 1767 A 1783 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Ana Carine Fonseca Lopes Janaina Ribeiro da silva Vanessa Almeida Pereira RESUMO Considerando a necessidade de proteger as pessoas que não podem exercer certos atos sem a assistência ou representação de terceiros, a curatela aparece como uma forma de proteção a alguém que, embora maior de idade, não possui a plena capacidade jurídica. As partes envolvidas são denominadas curador e curatelado. A curatela se destina, em geral, a maiores incapazes, no sentido de atribuir a alguém o encargo de reger sua pessoa e administrar seus bens pelo fato de não poderem fazê-lo por si mesmos. Como visto na análise das modificações trazidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, não existem mais absolutamente incapazes maiores. Assim, a curatela incide para maiores relativamente incapazes. Como exceção, há a curatela destinada ao nascituro e aos maiores de 16 anos e menores de 18. Assim, excepcionalmente existe a possibilidade de curatela especial para um menor de 18 anos que sofre de uma patologia psíquica que o impossibilite de manifestar a sua vontade. A nomeação de um curador se faz necessária, podendo este atuar mesmo após os 18 anos de idade. Todavia, por se tratar de previsão anterior ao Estatuto e criticada por doutrinadores, alguns juristas discordam da sua permanência, devendo ser substituída pela tomada de decisão apoiada, que será explicada mais adiante. Em razão de seu caráter protecionista, a curatela atribui ao curatelado a condição de dependente do curador. Palavras-chave: Da Curatela, incapazes, curador e curatelado.

2 INTRODUÇÂO O presente trabalho tem por objetivo trazer o regime jurídico da curatela, disciplinada no código civil brasileiro de Abordando suas peculiaridades e aplicabilidades no ordenamento jurídico brasileiro. Bem como, nas suas finalidades. Não tem por objetivo esgotar toda a matéria a ser analisada, mas sim trazer uma abordagem simples e objetiva, apresentando tópicos de grande relevância que serão apresentados no decorrer do presente texto. DESENVOLVIMENTO Considerando a necessidade de proteger pessoas que não podem exercer certos atos sem a assistência ou representação de terceiros, a curatela aparece como uma forma de proteção a alguém que, embora maior de idade, não possui a plena capacidade jurídica. As partes envolvidas são denominadas curador e curatelado. A curatela se destina, em geral, a maiores incapazes, no sentido de atribuir a alguém o encargo de reger sua pessoa e administrar seus bens pelo fato de não poderem fazê-lo por si mesmos. Como visto na análise das modificações trazidas pelo Estatuto da Pessoa com deficiência, não existem mais absolutamente incapazes maiores. Assim a curatela incide para maiores relativamente incapazes. Como exceção, há curatela destinada ao nascituro e aos maiores de 16 anos e menores de 18 anos. Assim, excepcionalmente existe a possibilidade de curatela especial para um menos de 18 anos que sofre de uma patologia psíquica que o impossibilite de manifestar a sua vontade. A nomeação de um curador se faz necessária, podendo este atuar mesmo após aos 18 anos de idade. Todavia, por se tratar de previsão anterior ao Estatuto e criticada por doutrinadores, alguns juristas discordam da sua permanência, devendo ser substituída pela tomada de decisão apoiada, que será explicada mais adiante. Em razão de seu caráter protecionista, a curatela atribui ao curatelado a condição de dependente de seu curador.

3 1. SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE TUTELA E CURATELA A curatela se assemelha à tutela pelo fato de seu caráter assistencial, voltado para a proteção de incapazes. Ambos são múnus público impostos a alguém para a proteção de outrem, em decorrência de decisão judicial. Por este motivo, são aplicáveis à curatela as disposições pertinentes à tutela, com algumas modificações. Assim, tanto quanto o tutor, o curador pede escusar voluntariamente de exercer a curatela (art. 1736). Aplica-se, também, as proibições do art Igualmente deve prestar conta. Como diferença entre os dois institutos citam-se: a) a tutela é destinada a menores de 18 anos e a curatela é deferida, em regra, a maiores; b) a tutela pode ser testamentária, sendo o tutor indicado pelos pais, enquanto que a curatela é sempre deferida pelo juiz; c) a tutela abrange a pessoa e os bens do menor, ao passo que a curatela pode compreender somente a administração dos bens do incapaz, como no caso dos pródigos; d) os poderes do curador são mais restritos do que os do tutor. 2. CARACTERÍSTICAS DA CURATELA Seus fins são assistenciais. A curatela integra o sistema assistencial disciplinado no código civil, do qual fazem parte, também, o poder familiar e a tutela. Tem caráter eminentemente publicita. Este caráter deriva da função do estado em proteger os interesses dos incapazes. Tem, também, caráter supletivo da capacidade. O curador tem encargo de assistir ou representar o curatelado, cabendo em todos os casos não supridos pela tutela.

4 É temporária, vigorando apenas enquanto perdurar a causa da incapacidade. Sua declaração exige certeza absoluta da incapacidade. Esta certeza é definida mediante processo de interdição, previsto no CPC, em seus arts. 747 e ss. 3. ESPÉCIES DE CURATELA O art do Código Civil disciplina as pessoas que estão sujeitas à curatela, tratando das situações de curatela referente a adultos relativamente incapazes, que é a forma mais comum: Inciso I Aqueles que por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade. Tais pessoas deverão estar assistidas por um curador. Parte-se do entendimento de que existem circunstâncias que provocam uma impossibilidade de se manifestar claramente, justificando a curatela. Como exemplo pessoas que estão temporariamente internadas na UTI. O inciso II foi revogado pela Lei /2015. Inciso III Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos. Aplica-se aos viciados em álcool e em tóxicos. O uso reiterado das chamadas drogas ilícitas pode ensejar uma incapacidade relativa. Inciso IV- Revogado pela Lei /2015. Inciso V- Os pródigos. Pródigos são pessoas que dilapidam seu patrimônio descontroladamente, correndo o risco de ficar na miséria. Sua interdição visa protegê-lo e não à sua família. A interdição somente se aplica aos atos de disposição e oneração do seu patrimônio (art. 1728, cc). Não há qualquer limitação quanto a pessoa do pródigo. Este poderá praticar atos da vida sem

5 cunho patrimonial, como por exemplo casar-se, fazer testamento, reconhecer filhos. Os arts 1768 a 1772 foram revogados, sendo apresentada nova redação a partir do Estatuto de Pessoas com Deficiência, tratando da atuação do Ministério Público, que passa a ser subsidiária, apenas na falta das pessoas indicadas, funcionando como substituto processual. E do pronunciamento do juiz em relação aos limites da curatela, devendo levar em conta a preferência do curatelado na escolha do curador. 4. A CURATELA ESPECIAL DE NASCITUROS (ART. 1779) O nascituro não tem personalidade, mas o ordenamento protege seus interesses. A lei prevê duas possibilidades de ser-lhe nomeado curador: se o pai falecer, estando a mulher grávida e não tendo o poder familiar. Na prática, tal dispositivo tem pouquíssima possibilidade de incidência. Existe uma série de críticas por parte de doutrinadores. Observa-se que é necessário estar grávida a mulher, ter falecido o genitor, está a mãe afastada do poder familiar e por último ter sido o nascituro beneficiado com alguma herança, ou legado, ou doação. Por outro lado, fica difícil compreender a perda do poder familiar da mãe em relação ao filho que ainda não nasceu. A hipótese seria de ter sido ela interditada e ter-lhe sido nomeado curador, curador este que seria também o curador do nascituro, conforme o parágrafo único do art Esta seria a possibilidade de ser nomeado curador ao nascituro. Regra geral cabe a mãe representar e defender os interesses do filho concebido e ainda não nascido, como ocorre, por exemplo, em relação aos alimentos gravídicos. Porém não estando a mãe no poder familiar, o juiz deverá nomear um curador para defender os interesses do nascituro. Seria, no entanto, uma curatela provisória, até o nascimento com vida, ocasião em que deverá ser nomeado tutor. 5. A AÇÃO DA CURATELA

6 A curatela é instituída através de procedimento especial de jurisdição voluntária, dependendo, assim, de ato judicial, ouvido o Ministério Público, com procedimento disciplinado nos arts. 747 a 758 do CPC. Atualmente, com base no Estatuto da Pessoa com Deficiência, em se tratando de incapacidade relativa das pessoas que não puderem exprimir sua vontade (art. 4º) haverá uma decisão judicial a ser proferida em uma ação especial, denominada de Ação de curatela, e não mais de Ação de Interdição, como anteriormente conhecida. No entanto, observa-se que alguns do novo CPC conservam a terminologia de interdição, ou de interditado. Nas palavras de Paulo Lôbo, não há que se falar mais em interdição, que em nosso direito sempre teve por finalidade vedar exercício, pela pessoa com deficiência mental ou intelectual, de todos os atos da vida civil, impondo-se a mediação de seu curador. Cuidar-se-á, apenas, de curatela específica, par determinados atos. Considerando a distinção entre incapacidade e curatela, cabe ao juiz conferir à pessoa com deficiência uma curatela proporcional à necessidade de proteção, podendo ser de maior extensão. 5.1 PESSOAS HABILITADAS PARA PROMOVER A AÇÃO DA CURATELA O art do Código Civil teve sua redação alterada em razão do Estatuto da Pessoa com deficiência, deixando de mencionar a interdição será provida, e passando a definir o processo que define os termos da curatela deve ser promovido...e o art define que a interdição deve ser promovida... A seu turno, o art. 747 do CPC define que a interdição pode ser promovida: pelo cônjuge ou companheiro, os parentes ou tutores, o Ministério Público, o representante da entidade em que se encontra abrigado o curatelando, esta última, uma novidade prevista no art. 747,III do CPC, considerando o alto número de pessoas com deficiência que são abandonadas pelos familiares em estabelecimentos. A enumeração é taxativa, mas não estabelece ordem preferencial. Segundo o art do Código Civil, também está legitimada a própria pessoa a ser curatelada, tratando-se de auto

7 interdição. O art. 750 do CPC exige que a petição inicial esteja acompanhada de um laudo médico indicativo da condição do curatelando AUDIÊNCIA PARA ENTREVISTA ART. 751 Neste item observa-se também uma inovação: anteriormente era prevista uma audiência de interrogatória, hoje considerada preconceituosa e inadequada. Ao receber a petição inicial, o juiz, verificando se está em ordem, determina a citação do curatelando para comparecer à audiência para a sua entrevista, tendo em vista o conhecimento das condições pessoais do curatelando, com vistas à preparação de seu projeto terapêutico. Como outra inovação, não podendo o interditando se deslocar, o juiz o ouvirá no local onde estiver (parágrafo do art. 751 do CPC). E sendo necessário, poderá ser requisitada a oitiva de parentes e de pessoas próximas. Após a entrevista, há um prazo de 15 dias para impugnação do pedido, por parte do curatelando, conforme o art. 752 do CPC. Neste prazo pode o curatelando fazer a sua defesa. Não tendo sido constituído advogado, será nomeado curador especial. Ou seu cônjuge (ou companheiro, ou qualquer outro parente sucessível) poderá intervir como assistente PERÍCIA Após a defesa do curatelando, por meio de advogado por ele constituído ou por curador especial (art. 752, parágrafo 2º do CPC), será realizada perícia obrigatória, tendo em vista demonstrar a condição pessoal do curatelando para a prática dos atos da vida civil, podendo ser realizada por equipe multidisciplinar. O laudo pericial indicará, especificamente, se for o caso, os atos para os quais haverá necessidade de curatela A SENTENÇA Nos termos do art. 755 do CPC, o juiz, ao determinar a curatela, nomeará curador para zelar pelos interesses do incapaz, que poderá ser o

8 requerente da interdição, ou pessoa que atenda ao melhor interesse do curatelando. Ademais, fixará os limites da curatela, considerando o estado e o desenvolvimento mental da pessoa, a fim de resguardar os direitos fundamentais e a dignidade do curatelando. É possível a curatela compartilhada, nos moldes da guarda compartilhada, conforme art A. Necessária se faz a prova cabal e suficiente da falta de compreensão, total ou parcial da pessoa, a ponto de impossibilitá-la de exprimir sua vontade. A sentença deve ser publicada, deixando clara a interdição e os limites dos atos a serem praticados pelo curatelado, conforme dispõe o art. 755, parágrafo 3º do CPC PESSOAS HABILITADAS PARA EXERCER A CURATELA ART Prioritariamente a curatela é definida ao cônjuge ou companheiro. Na falta destes, ao pai ou à mãe ou, ainda, ao descendente que demonstre maior aptidão, em caso se não haver pai ou mãe. Na falta de todos os anteriores, cabe ao juiz indicar uma pessoa idônea, configurando, assim, uma curatela dativa. A ordem é preferencial, mas não absoluta. Havendo motivos graves, o juiz poderá alterá-la, a bem do interditado. Nos termos do art A, poderá o juiz estabelecer curatela compartilhada para mais de uma pessoa 6. LEVANTAMENTO DA CURATELA Desaparecendo a causa geradora da incapacidade, será levantada a interdição e, consequentemente, a curatela, conforme o art. 756 do CPC, devendo o pedido ser dirigido ao mesmo juízo que reconheceu a incapacidade. Neste sentido, os ébrios e viciados que se libertarem do vício, poderão os próprios interditados ou seu cônjuge, companheiro, parente, requerer o levantamento da interdição, através de advogado ou da Defensoria Pública. O procedimento será iniciado pelo interessado ou por provocação do MP e será apensado aos autos da interdição. Será nomeado perito para realização de exame e, após apresentação do laudo, será designada audiência. Convencendo-se o juiz, e ouvido o Ministério Público, mandará publicar sentença pela imprensa local e pelo órgão oficial.

9 7. A PRESTAÇÃO DE CONTAS DO CURADOR Tal como na tutela, o curador deverá prestar contas de sua administração patrimonial a cada dois anos e ao final do encargo, ou a qualquer tempo por determinação judicial. A competência é a do mesmo juízo onde tramitou o processo de interdição. Porém, se o curador for o cônjuge e o regime for o de comunhão universal de bens, poderá ser dispensada a prestação de contas, conforme o art A TOMADA DE DECISÃO APOIADA (TDA) ART A 8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS E CONCEITUAÇÃO Com base no Estatuto da Pessoa com Deficiência, percebe-se que existem pessoas que possuem algum tipo de deficiência, mas podem exprimir sua vontade, motivo pelo qual não se incluem entre os relativamente incapazes. Como exemplo, uma pessoa portadora da Síndrome de Down, que pode ter um retardamento psíquico ou intelectual, porém sem perder o controle de sua vontade. Considerando a nova sistemática das incapacidades, tal pessoa é considerada plenamente capaz, podendo praticar atos jurídicos, independentemente de assistência ou representação. No entanto, é possível que, em razão do grau de deficiência psíquica, física ou intelectual, esta pessoa possa exigir uma atenção diferenciada, no sentido de assegurar a sua própria dignidade e igualdade substancial. Nesta circunstância é que se insere a Tomada de Decisão Apoiada - TDA, prevista no art A do Código Civil, como uma terceira modalidade protetiva, ao lado da tutela e da curatela. No termo do art. 115 do Estatuto da pessoa com Deficiência, o Título IV, da Parte Especial do Código Civil passa a vigorar com a seguinte redação: Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada. A TDA destina-se à assistência de pessoa com deficiência que preserve a plenitude de sua capacidade civil.

10 Trata-se de um novo modelo jurídico que figura ao lado dos tradicionais sistemas de tutela e curatela, e se situa entre os extremos das pessoas sem deficiência, e aquelas pessoas com deficiência e que foram qualificadas pela impossibilidade de exprimir sua vontade, e por esse motivo são curateladas e consideradas relativamente incapazes. Neste sentido, tornase possível perceber que a tomada de decisão apoiada é um modelo protecionista para pessoas plenamente capazes, porém em situação de vulnerabilidade por conta de uma deficiência. O art A define a tomada de decisão apoiada como o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestarlhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessárias para que possa exercer sua capacidade. Não há restrição da plena capacidade, mas, em razão de uma dificuldade, que pode ser física, psíquica ou intelectual, ou em razão de um déficit funcional (físico, sensorial ou psíquico), a pessoa sente necessidade de ser acompanhada e protegida na gestão de seus próprios interesses, e até mesmo na condução de seu cotidiano de vida. Como exemplo, tetraplégicos, obesos mórbidos, sequelados de AVC, deficientes visuais. Tais pessoas não serão interditadas, nem submetidas a curatela, mas conservam a capacidade plena de agir e se autogovernar, necessitando, porém, de apoio PROCEDIMENTO A TDA deve ser determinada pelo juiz, mediante processo de jurisdição voluntária, de competência da vara de família. A legitimidade para requerer é atribuída à pessoa a ser apoiada, indicando as pessoas aptas a prestarem o apoio (parágrafo 2º do art A). Alguns autores sugerem que também estariam legitimados os familiares e o Ministério Público, considerando que estes podem requerer a curatela, que é algo mais rigoroso. Para formular o pedido, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio e o compromisso dos apoiadores, bem como o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos

11 interesses da pessoa a ser apoiada (parágrafo 1º do art A). Ao receber a petição inicial, o juiz vai realizar uma entrevista com a pessoa interessada e com os as pessoas que prestarão o apoio. Deve designar uma equipe interdisciplinar para proceder a uma avaliação dessa pessoa interessada. O MP deve ser ouvido. Em decisão judicial, ficam expressos os limites do apoio, considerando as particularidades, a preferência e a vontade da pessoa a ser apoiada. A decisão tomada pela pessoa apoiada tem validade contra terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado, conforme o parágrafo 4º do art A. O apoiador pode ser destituído se agir com desídia ou incúria, sendo o requerimento efetuado pela pessoa apoiada, pelo MP ou qualquer outro interessado, cabendo eventual responsabilização civil e criminal. Igualmente, o próprio apoiado, os apoiadores, o MP e qualquer interessado, podem requerer a cessação da medida, com extinção do instituto protecio 9. CASO HIPOTÉTICO Curatelada: Tereza, 84 anos, 5 filhos Requerente: Lúcia, 36 anos, filha Da curatelada I. Da doença e da incapacidade I-I. Tereza tem grandes limitações funcionais e déficit de memória, o que lhe retira o discernimento para a prática de atos da vida civil, necessitando de curador para administrar seu benefício do INSS e possui, ainda, um imóvel alugado do qual recebe renda de R$1.000,00 I-II. Relatório médico/ laudo psiquiátrico (particular): A curatelada encontrava-se restrita ao leito e usufruía de cadeira de rodas para locomoção, bem como dependia totalmente de terceiros para os afazeres diários. É portadora de hipertensão arterial, osteoporose, Alzheimer e síndrome de imobilidade com grande limitação funcional. Requer o uso de cadeira de rodas, cadeira de banho, fraldas geriátricas de forma permanente. Possui déficit de memória que compromete o julgamento, autonomia e independência

12 I-IV. Laudo médico (TJDFT) (...) A periciada apresenta incapacidade absoluta e permanente para reger sua pessoa e seus bens. I-V. Do Juiz A lei /15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) diz que apenas menores de 16 anos subsistem no ordenamento brasileiro como absolutamente incapazes (arts. 6 e 84 da referida lei) Com efeito, a partir da nova lei, o conceito de curatela da pessoa com deficiência constitui medida protetiva de último caso, sendo restrita a atos de natureza patrimonial e negocial. (arts. 84, 3º e 85 da Lei /15) Baseio-me, ainda, no artigo do Código Civil. Levo, ainda, em consideração as determinações dos artigos do Código Civil. Com atenção à dignidade da pessoa humana a ser garantida, somente em casos extremos a interdição deve ser total e ilimitada. Ante o exposto, acolho o pedido e decreto a interdição plena de Tereza, declarando-lhe absolutamente incapaz e nomeando-lhe como curadora sua filha Lúcia para representa-la em todos os atos da vida civil, inclusive naqueles descritos no art do Código Civil, não se estabelecendo quaisquer limites à curatela. Advirto à curadora, ora nomeada -advertências que deverão ser reiteradas quando da prestação de compromisso- de que: a) não poderá alienar bens imóveis do interditado sem prévia autorização judicial, devendo o impedimento constar da certidão e do termo de curatela; b) toda e quaisquer importância periódica recebida pelo interditado deverá ser utilizada unicamente em benefício do mesmo, seja na manutenção, seja na constituição de reservas e todos os gastos documentalmente comprovados, sob pena de responsabilidade civil e de configurar-se, em tese, o ilícito de apropriação indébita. Imponho à curadora o dever de prestar contas de sua administração a cada dois (02) anos, até o dia 31 de junhos dos anos pares, das rendas e gastos referentes aos dois (02) anos anteriores, conforme determina os arts e do Código Civil.

13 CONCLUSÃO Conclui-se, afinal, que apesar de uma pessoa estar incapacitada de realizar ou traduzir sua vontade livremente, é dever da justiça e do direito como um todo, dar-lhe a chance de cuidar de seus interesses e bens, criando ferramentas como a curatela, dando poder a um terceiro (capaz) para cuidar dos interesses do relativamente incapaz e do incapaz maior de 18 anos. O instituto da curatela, semelhante ao da tutela, completa no Código Civil o sistema assistencial dos que não podem, por si mesmos, reger sua pessoa e administrar seus bens. Diferentemente da tutela, voltada àqueles menores de 18 anos. Como característica, tem caráter publicita que advém do fato de ser dever do Estado zelar pelos interesses dos incapazes. Tal dever, no entanto, é delegado a pessoas capazes e idôneas, que passam a exercer um múnus público, ao serem nomeadas curadoras. Também há um caráter supletivo da curatela, vindo do fato de o curador ter o encargo de representar ou assistir o seu curatelado, sendo a curatela cabível em todos os casos de incapacidade que a tutela não suprir. REFERÊNCIAS Código Civil Interpretado: artigo por artigo, pragráfo por parágrafo/costa Machado, organizador; Silmara Juny Chinellato, coordenadora. 9ª ed. Barueri, SP: Manole Manual de Direito Civil Volume Único. 3ª ed.- revista, ampliada e atualizada. Juspodvm 2015.

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