Michel Pêcheux como leitor de Saussure
|
|
- Iasmin Marques Rios
- 6 Há anos
- Visualizações:
Transcrição
1 Michel Pêcheux como leitor de Saussure (Michel Pêcheux as Saussure s reader) Pauliana Duarte Oliveira 1 1 Universidade Federal de Uberlândia (UFU) paulianaduarte@netsite.com.br Abstract: Linguistics is one of the tripods of the Discourse Analysis and because of Ferdinand de Saussure Pêcheux brought linguistic theory to his Discourse Theory. Considering these facts, we aim, in this work, to analyse the Saussure s influences on Pêcheux s work; to identify some Saussure s concepts that were problematized by Pêcheux in the Discourse Theory and also to examine the expansion of Saussure s concepts according to Pêcheux s theory. We refer to the issues raised by Saussure in the Course in General Linguistics which were discussed by Pêcheux in the development of his theory during the first and second moments of its trajectory. Keywords: language; discourse; theory; Pêcheux; Saussure. Resumo: A Linguística é um dos tripés da Análise do Discurso e foi por meio de Ferdinand de Saussure que Michel Pêcheux trouxe a teoria linguística para a sua teoria do discurso. Considerando esses fatos, objetivamos, neste trabalho, analisar as influências de Saussure na obra de Michel Pêcheux; identificar alguns conceitos saussurianos problematizados por Pêcheux na teoria do discurso e também analisar a expansão dos conceitos saussurianos à luz da teorização pecheutiana. Tomamos como referência questões abordadas por Saussure no Curso de Linguística Geral que foram problematizas por Pêcheux na elaboração da teoria da Análise do Discurso durante a primeira e a segunda época da trajetória pecheutiana. Palavras-chave: língua; discurso; teoria; Pêcheux; Saussure. Introdução A Análise do Discurso surgiu na França da década de 1960, sob forte domínio do estruturalismo tanto da Linguística quanto das ciências humanas em geral (GADET et al., 1997). Surgiu como uma teoria que coloca em uma relação mais complexa a língua e a sociedade apreendida pela História. Conforme Gregolin (2004), o projeto de Pêcheux se concretizou na busca de construir a Análise do Discurso envolvendo, neste projeto, a língua, os sujeitos e a História. Para tanto, o diálogo de Pêcheux com a Linguística se deu por meio de Saussure, com a História por meio de Marx e com a Psicanálise por meio de Freud. Considerando que a Linguística é um dos tripés da Análise do Discurso e foi por intermédio de Saussure que Pêcheux trouxe a teoria linguística para a sua teoria do discurso, objetivamos, neste trabalho, abordar as influências saussurianas na obra de Pêcheux, trazendo questões tratadas no Curso de Linguística Geral, que foram problematizas por Pêcheux na elaboração da teoria do discurso durante a primeira e a segunda época da trajetória pecheutiana. Limitamos nosso trabalho a essas duas épocas porque é nesse período que se pode observar maior influência de Saussure na teoria do discurso. Durante esse período, Pêcheux estabeleceu um diálogo com Ferdinand de Saussure por meio da obra referida, problematizando conceitos saussurianos e tentando expandi-los ao acrescentar as noções de discurso e sentido. ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
2 Para cumprir a tarefa proposta, tomamos como base os seguintes textos de Pêcheux: A Análise Automática do Discurso, Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio e A semântica e o corte saussuriano: língua, linguagem e discurso, este último escrito juntamente com Paul Henry e Claudine Haroche. De Saussure, temos como base o Curso de Linguística Geral. Pêcheux e Saussure: dois empreendimentos que partem da língua Década de 60: Saussure como referência Na década de 60, o estruturalismo estava no auge. Considerado como uma das grandes correntes de pensamento do século XX o estruturalismo, de acordo com Chauí, [...] permitiu que as ciências humanas criassem métodos específicos para o estudo de seus objetos, livrando-as das explicações mecânicas de causa e efeito, sem que por isso tivessem que abandonar a ideia de lei científica (2002, p. 274). Atribui-se a Saussure a criação do método de investigação estruturalista. Tal método tem na noção de estrutura seu conceito teórico de base. Desse modo, Saussure tornou-se uma referência forte para os intelectuais da época. Gregolin (2004) afirma que, na década de 60, a Linguística era evocada em vários campos das Ciências Humanas porque oferecia a elas o seu método e o seu programa. Segundo Normand: Para os linguistas, Saussure era certamente bem conhecido, mas antes como um estudioso da gramática comparativa, precocemente falecido, que deixou uma obra inacabada. O Curso de Linguística Geral, tal como, após sua morte, seus editores o haviam reconstruído a partir de cadernos de notas de estudantes, suscitou interesse e críticas sem que ninguém visse nele um barril de pólvora suscetível de ser ameaça à tradição universitária. Eis que, com a explosão dos anos 1960, ele se encontrava sob a mesma bandeira de Marx e Freud, frequentemente acompanhados de Nietzsche, Lautréamont e Mallarmé, contra o velho mundo e seus valores rançosos. (2009, p. 16) O interesse por Saussure colocou-o lado a lado com nomes que significavam uma ruptura contra aquilo que, no dizer de Normand (2009), era o velho mundo e seus valores rançosos. Para os jovens linguistas da época, entre os quais Normand (2009) se insere, o Curso de Linguística Geral representava uma espécie de modernidade, o advento de uma linguística científica. No entanto, inicialmente a leitura de Saussure era pouco explorada e Michel Pêcheux adiantou-se a essa adesão à obra saussuriana. Prova disso é o texto de Gadet, Léon, Maldidier e Plon (1997): Indubitavelmente, desde a época da AAD-69, MP é um leitor de Saussure muito atento, o que permanecerá na sequência de sua obra (por exemplo: LANGAGES 24 e La langue introuvable). Isso é digno de nota em uma época, no geral, caracterizada por um interesse bastante vago por Saussure, mais referência do que matéria de trabalho. (p. 40) Segundo os autores citados anteriormente, na década de 60 era comum ler Saussure por meio de teóricos que se enquadravam nas seguintes categorias: estruturalistas (Martinet, ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
3 Mounin); sociolinguistas; filólogos do texto saussuriano; e literários, destaca-se nessa categoria o trabalho de Starobinski sobre os Anagramas. Pressupomos, então, que o modelo de método criado por Saussure foi um dos motivos para Pêcheux recorrer a ele. Saussure separou a língua do empirismo e da concepção psicologizante que Pêcheux também refutava. Logo, pode-se dizer que Saussure, de certo modo, serviu para Pêcheux como inspiração e exemplo de como se trabalhar com um método próprio. O empreendimento saussuriano: o que é língua? Linguística Geral era o nome do curso que Saussure ministrava em Genebra em substituição a Joseph Wertheimer, que se aposentara. Normand (2009) conta que Saussure não inventou a expressão linguística geral. No entanto, Saussure provocou mudanças profundas na ciência linguística. Havia uma espécie de insatisfação saussuriana por uma ordenação : Inúmeras vezes ouvimos Ferdinand de Saussure deplorar a insuficiência dos princípios e dos métodos que caracterizavam a Linguística, em cujo ambiente seu gênio se desenvolveu, e ao longo de toda sua vida pesquisou ele, obstinadamente as leis diretrizes que lhe poderiam orientar o pensamento através desse caos. (BALLY; SECHEHAYE, 1915 apud SAUSSURE, 2001, p. 1) Normand (2009) classifica como radical a mudança ocorrida na linguística. Tal mudança foi inaugurada por Saussure a partir de uma pergunta que parece, a princípio, simples e evidente, mas que moveu todo um campo teórico: o que é a língua? (SAUSSURE, 2001, p. 25). O próprio Saussure respondeu essa pergunta, afirmando que a língua é um sistema: Como a língua é um sistema e possui um funcionamento, e isso se dá nas trocas, é nas interlocuções entre os usuários que se dá o funcionamento do mecanismo linguístico. A língua é uma instituição social devido às suas características. Ela é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la; ela não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade. (2001, p. 22) Saussure definiu a língua como sistema que possui um funcionamento, uma ordem própria. Essa definição é extremamente relevante para a Análise do Discurso, pois Pêcheux fez reflexões sobre essa noção e encontrou brechas para uma teoria do discurso. As três épocas de Michel Pêcheux A obra de Pêcheux é dividida em três períodos denominados pelos estudiosos da teoria do discurso como três épocas. Ao contrário de Saussure, Pêcheux escrevia bastante e durante sua trajetória acadêmica analisou, refletiu, retificou e reelaborou sua própria teoria. Assim, cada época pode ser considerada um ciclo que se encerra para dar início a outro. Trazemos resumidamente as três épocas de Michel Pêcheux de acordo com a organização de Gregolin (2004): (01) Antes de elaborar a teoria do discurso, Pêcheux escreveu com o pseudônimo de Thomas Herbert. Tais textos tratam de estudos sobre epistemologia das ciências sociais. Podem ser considerados como pré-análise do discurso ; ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
4 (02) A primeira época ocorre em 1969 e é marcada pela publicação da Análise Automática do Discurso. Nesse texto, Pêcheux lança sua proposta de teoria e metodologia de análise. Essa é a fase que possui maior influência saussuriana porque é quando Pêcheux analisa com mais profundidade questões relacionadas à língua; (03) Na década de 1970 se dá a segunda época pecheutiana. Segundo Gregolin (2004), houve um movimento em direção à heterogeneidade, ao Outro, à problematização metodológica. Pêcheux analisa as relações entre língua, discurso, ideologia e sujeito, e elabora a teoria dos esquecimentos. Em 1975 é publicada a obra Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio, um marco importantíssimo para os estudos discursivos. Saussure ainda é referência, especialmente o corte saussuriano (langue/parole) sobre o qual Pêcheux, Henry e Haroche escrevem um texto publicado na revista Langages nº 24, em 1971, intitulado A semântica e o corte saussuriano: língua, linguagem, discurso. Pêcheux retoma a questão da ruptura saussuriana e da semântica em Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio; (04) A terceira época acontece no período de 1980 a 1983, ano de sua morte. Segundo Gregolin (2004), Pêcheux afasta-se das posições dogmáticas sustentadas anteriormente, vai em direção à nova História e se aproxima de Foucault. Uma das obras mais importantes desse período é O discurso: estrutura ou acontecimento. O Pêcheux dessa fase é mais psicanalítico e está mais distante de Saussure. Ainda assim, retoma questões saussurianas em A língua inatingível: o discurso na história da linguística, escrito em conjunto com Françoise Gadet. Observando a trajetória teórica de Michel Pêcheux, percebe-se forte influência de Saussure. Isso se dá devido ao fato de, além de ser um leitor de Saussure bastante interessado, desse contato Pêcheux absorveu a noção de língua sobre a qual fará releituras. O empreendimento pecheutiano: o que quer dizer esse texto? Pêcheux possuía, sobretudo, um devir político. Era motivado talvez por sua militância política, ou pela filiação ao marxismo ou, ainda, por sua formação como filósofo. O fato é que, como intelectual, naquele momento em particular, ele se viu como os demais intelectuais da época, especialmente os da França, influenciados pelo estruturalismo. A concepção que Michel Pêcheux possuía sobre a língua era baseada em alguns representantes da conjuntura linguística da França dos anos 1960: Saussure e o estruturalismo, Chomsky e a gramática gerativa, Benveniste e a enunciação, além de Harris, Jakobson e Culioli, por exemplo. Pêcheux marcou a origem da ciência linguística com o Curso de Linguística Geral. Antes dessa obra, estudar uma língua significava estudar textos. Havia uma prática escolar chamada compreensão de texto e a atividade do gramático resumia-se à norma e à descrição. Saussure introduziu um deslocamento conceitual que, para Pêcheux: [...] consiste precisamente em separar essa homogeneidade cúmplice entre a prática e a teoria da linguagem: a partir do momento em que a língua deve ser pensada como um sistema, deixa de ser compreendida como tendo a função de exprimir sentido; ela torna-se um objeto do qual uma ciência pode descrever o funcionamento (retomando a metáfora do jogo de xadrez utilizada por Saussure para pensar o objeto da linguística, diremos que não se deve procurar o que cada parte significa, mas quais são as regras que tornam possível qualquer parte, quer se realize ou não). A consequência desse deslocamento é, como se sabe, a seguinte: o texto, de modo algum, pode ser o objeto pertinente para a ciência linguística pois ele não funciona; o que funciona é a língua, isto é, um conjunto de sistemas que autorizam combinações e substituições reguladas por elementos definidos, ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
5 cujos mecanismos colocados em causa são de dimensão inferior ao texto: a língua, como objeto de ciência, se opõe à fala, como resíduo não-científico da análise. Com o separar a língua da fala, separa-se ao mesmo tempo: 1º, o que é social do que é individual; 2º, o que é essencial do que é acessório e mais ou menos acidental (Saussure, 1915, 13ª ed., 1987, 22) (PÊCHEUX, 1997, p. 62, grifos do autor) Pêcheux perseguiu sempre a noção de funcionamento, isto é, da mesma forma que a língua funciona em um sistema de regras, ele percebeu que também havia uma espécie de funcionamento não no texto, mas em uma instância maior que o texto, na questão do sentido, da significação, das ideias presentes em um texto, na semelhança e diferença entre os enunciados de um texto. Então questionou: O que quer dizer este texto?, Que significação contém esse texto?, Em que o sentido deste texto difere daquele de tal outro texto? (PÊCHEUX, 1997, p. 63). A partir daí, Pêcheux (1997) fez uma análise dos diferentes tipos de métodos de análise de textos existentes até então: (05) métodos não linguísticos: respondem à questão sob uma forma pré-saussuriana ; portanto, estão defasados em relação à linguística atual. São eles: o método de dedução frequencial (consiste em recensear o número de ocorrências de um mesmo signo linguístico no interior de uma sequência e em definir uma frequência que pode ser comparada com outras; a análise por categorias temáticas (se dá por objeto uma espécie de demografia dos textos, visa não o funcionamento de um sistema de elementos mas a pura existência de tal ou tal material linguístico); (06) métodos para-linguísticos. Ao terminar essa análise, Pêcheux (1997) apresentou as seguintes questões (grifos do autor): (07) Se se considera como adquirido o fato de que toda ciência que trata do signo só pode se constituir pelo abandono do terreno da função de expressão e de sentido para se situar no do funcionamento, que tipo de funcionamento se pode designar para o objeto que aqui se encontra em questão? (08) Em que o conceito de instituição importa para a construção do conceito desse objeto? (09) Se entendemos por texto qualquer objeto linguístico organizado submetido à análise, poder-se-ia conservar esse conceito para designar o objeto de uma prática analítica que levasse em conta as respostas às duas questões precedentes? Pêcheux (1997) também enumerou algumas orientações conceituais para uma teoria do discurso. São elas: (10) Consequências teóricas induzidas por certos conceitos saussurianos; (11) As condições de produção do discurso; (12) Por uma análise do processo de produção do discurso. Tratamos, aqui, da orientação que está mais de acordo com a natureza deste artigo: Consequências teóricas induzidas por certos conceitos saussurianos, que serão abordadas nos próximos itens. ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
6 Saussure na Análise do Discurso: o que há de Saussure na Análise do Discurso Como vimos no item As três épocas de Michel Pêcheux, é especialmente na primeira e na segunda fase da teoria do discurso pecheutiana que ocorre a maior influência de Saussure na obra de Pêcheux. Logo, trazemos aqui conceitos saussurianos problematizados por Pêcheux durante a primeira e a segunda época de sua teoria do discurso. A Análise Automática do Discurso Na primeira época da teoria da Análise do Discurso, Pêcheux elaborou o arcabouço teórico e a metodologia de análise de discursos. A linguística é um elemento constitutivo da Análise do Discurso porque, para chegar aos conceitos sobre discurso problematizados em sua teoria, Pêcheux partiu da análise de questões concernentes à língua que permitiram a problematização de elementos do mecanismo discursivo. A primeira questão linguística analisada por Pêcheux foi o conceito saussuriano de língua: A língua... é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que por si só não pode nem criá-la nem modificá-la (SAUSSURE apud PÊCHEUX, 1997, p. 70) e também: [...] a língua é uma instituição social: mas se distingue, por vários traços, das outras instituições políticas, jurídicas etc. Para compreender sua natureza especial, uma nova ordem de fatos precisa intervir. A língua é um sistema de signos que exprimem ideias, e por isto comparável à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez, aos sinais militares etc. Ela é somente o mais importante desses sistemas. Pode-se pois conceber uma ciência que estuda a vida dos signos no seio da vida social; ela formaria uma parte da psicologia social e consequentemente da psicologia geral; nós a nomearemos semiologia. (SAUSSURE, 2001, p. 24) As consequências decorrentes da definição saussuriana de língua, na visão de Pêcheux, são: a exclusão da fala e a exclusão das instituições não semiológicas. Segundo Pêcheux, ao excluir a fala, Saussure autorizou o surgimento do sujeito. Se a língua é um sistema de regras determinadas e encontra-se em oposição à fala, o sujeito, que se localiza no polo da fala, desfruta de liberdade porque não está submetido às regras próprias do sistema da língua; estas encontram-se no polo oposto, a língua: [...] mesmo que explicitamente ele não o tenha desejado, é um fato que esta oposição autoriza a reaparição triunfal do sujeito falante como subjetividade em ato, unidade ativa de intenções que se realizam pelos meios colocados a sua disposição; em outros termos, tudo se passa como se a linguística científica (tendo por objeto a língua) liberasse um resíduo, que é o conceito filosófico de sujeito livre, pensado como o avesso indispensável, o correlato necessário do sistema. A fala, enquanto uso da língua, aparece como um caminho da liberdade humana; avançar no caminho estranho que conduz dos fonemas ao discurso é passar gradatim da necessidade do sistema à contingência da liberdade [...]. (PÊCHEUX, 1997, p , grifos do autor) Pêcheux prosseguiu problematizando a definição saussuriana de língua até chegar ao conceito de condições de produção do discurso: É preciso atribuir à língua, e não à fala, todos os tipos de sintagmas construídos por formas regulares... acontece exatamente o mesmo com as frases ou grupos de palavras estabelecidas sobre padrões regulares; combinações como a terra gira, o que ele está ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
7 dizendo? etc., respondem a tipos gerais que têm por sua vez seus suporte na língua sob a forma de lembranças concretas (Saussure, op. cit., p. 173). Seja, pois, a frase a terra gira : um linguista pré-copernicano, que, por milagre, conheça as gramáticas gerativas e os trabalhos atuais dos semanticistas, teria certamente colocado uma incompatibilidade entre as partes constitutivas da frase e declarado o enunciado anômalo. Isso significa que nem sempre se pode dizer da frase que ela é normal ou anômala apenas por sua referência a uma norma universal inscrita na língua, mas sim que esta frase deve ser referida ao mecanismo discursivo específico que a tornou possível e necessária em um contexto científico dado [...]. (PÊCHEUX 1997, p. 73, grifos do autor) Ao fazer essa análise, Pêcheux considerou o papel das circunstâncias e do contexto em que um discurso é produzido na determinação do sentido dos enunciados e demonstrou a necessidade de conhecimento desse contexto para a compreensão dos enunciados. O que Pêcheux percebeu no conceito saussuriano é que há um mecanismo discursivo sempre operando: Propomos designar por meio do termo processo de produção o conjunto de mecanismos formais que produzem um discurso de tipo dada em circunstâncias dadas. Resulta do que precede que o estudo dos processos discursivos supõe duas ordens de pesquisas: - o estudo das variações específicas (semânticas, retóricas e pragmáticas) ligadas aos processos de produção particulares considerados sobre o fundo invariante da língua. [...] - o estudo da ligação entre as circunstâncias de um discurso chamaremos daqui em diante suas condições de produção e seu processo de produção [...]. (PÊCHEUX 1997, p , grifos do autor) No texto da Análise Automática do Discurso, Pêcheux discorreu também sobre as implicações do conceito saussuriano de instituição. De acordo com Saussure, a língua é uma instituição social com uma diferença específica: ela é uma instituição semiológica. As demais instituições podem ser classificadas como funcionais, pois possuem uma finalidade específica determinada por sua própria natureza, porém a língua, não. Para Saussure: A língua é um sistema de signos que exprimem ideias, [...] um sistema especial no conjunto dos fatos semiológicos (SAUSSURE, 2001, p. 24). Pêcheux observou que Saussure ignorou noções da Sociologia que tratam da distinção entre a função aparente de uma instituição e seu funcionamento implícito; as normas dos comportamentos sociais não são mais transparentes a seus autores do que as normas da língua o são para o locutor (PÊCHEUX 1997, p. 76, grifos do autor). Pêcheux encontrou aí consequências que produziram efeitos na teoria discursiva e reforçaram a noção de condições de produção do discurso: Seja, por exemplo, o discurso de um deputado na Câmara. Do estrito ponto de vista saussuriano, o discurso é, enquanto tal, da ordem da fala, na qual se manifesta a liberdade do locutor, ainda que, bem entendido, seja proveniente da língua enquanto sequência sintaticamente correta. Mas o mesmo discurso é tomado pelo sociólogo como uma parte de um mecanismo em funcionamento, isto é, como pertencente a um sistema de normas nem puramente individuais nem globalmente universais, mas que derivam da estrutura de uma ideologia política, correspondendo, pois, a um certo lugar no interior de uma formação social dada. Em outras palavras, um discurso é sempre pronunciado a partir de condições de produção dadas: por exemplo, o deputado pertence a um partido político que participa do governo ou a um partido da oposição; é porta-voz de tal ou tal grupo que representa tal ou tal interesse, ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
8 ou então está isolado etc. [...] a mesma declaração pode ser uma arma temível ou uma comédia ridícula segundo a posição do orador e do que ele representa [...]. (1997, p , grifos do autor) Percebe-se que Pêcheux reafirmou a ideia de que há um conjunto de elementos exterior à língua e que determina o discurso. A semântica e o corte saussuriano A teoria do discurso de Michel Pêcheux possui, desde sua origem, um viés político e social. Em Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio, Pêcheux reafirmou esse traço político e social quando lançou mão de elementos oriundos das ciências humanas que fundamentam sua teoria e fornecem suporte teórico necessário para que a teoria do discurso se constitua como um campo do conhecimento que leva à problematização, à reflexão, à construção de relações do que está posto em um dado enunciado e considera, ainda, a exterioridade do discurso. Haroche, Henry e Pêcheux (2008) discutiram o lugar que a semântica ocupa no contexto do corte saussuriano langue/parole e encontraram aí brechas para uma semântica discursiva. Pêcheux continuou desenvolvendo essa noção de semântica discursiva e mais tarde, em 1975, publicou Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio e, nessa obra, retomou Saussure em vários pontos. Para Haroche, Henry e Pêcheux (2008), a ruptura saussuriana permitiu a constituição da fonologia, da morfologia e da sintaxe, mas deixou acontecer um retorno do empirismo no campo da semântica e chamaram a atenção para o fato de que a palavra semântica não figura no Curso de Linguística Geral. A partir daí, os autores tentaram desenvolver esse ponto abandonado por Saussure, a semântica, e trataram de questões relacionadas à língua como analogia e valor, e, ainda, discutiram esses conceitos saussurianos buscando encontrar caminhos para o estudo da significação. Ainda com relação ao corte saussuriano, Pêcheux deu continuidade àquilo que Saussure esboçou: Pêcheux não desprezou a dicotomia langue/parole, mas ele a ultrapassou, foi além: A proposta do autor é que a relação língua/exterioridade seja resolvida para além do aspecto dicotômico definido por Saussure, fazendo-se trabalhar no próprio objeto língua aquilo que a linguística considerava como não pertinente para análise. O modo como as palavras têm sentido em AD, tem a ver então com a língua, o sujeito e a história. (TEIXEIRA, 2005, p. 38) O ponto de partida das reflexões sobre o sentido, em Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio, é a consideração de que a língua como sistema se encontra contraditoriamente ligada, ao mesmo tempo, à história e aos sujeitos falantes, sendo devido a essa contradição que as pesquisas linguísticas moldam-se sob diferentes formas, que constituem precisamente o objeto do que se chama Semântica. As intervenções não sistêmicas (exteriores à linguística) se opõem ao sistema e intervêm nele. Segundo Guimarães (2005), quando Saussure separou langue/parole, foram excluídos da língua o sujeito, o objeto e a História. Pêcheux, ao trazer sua interpelação política para a teoria do discurso, colocou a História na base de sua teoria e o sujeito como elemento primordial na teoria do discurso. ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
9 Considerando que, para Pêcheux, [...] o gesto fundador de Saussure é, desde o início, tomado como essencial ao campo onde se recortará o objeto discurso (TEIXEIRA, 2005, p. 96), destaco a noção de funcionamento da língua, instituída por Saussure, como ponto de partida para Pêcheux elaborar o mecanismo discursivo. Considerando que há um funcionamento da língua e que o texto em si não funciona, para responder às questões sobre o texto que careciam de uma resposta da Linguística (a simples análise de conteúdo não responde tais questões), foi necessário compreender que existe um mecanismo discursivo funcionando no discurso. Tal reflexão teve como partida a ideia de funcionamento da língua como sistema e foi tomando corpo até chegar à teorização sobre o discurso. Considerações finais Segundo Teixeira (2005), para Pêcheux o gesto fundador de Saussure é tomado como elemento essencial para o campo onde ele recortaria o objeto discurso. O gesto fundador de que fala Teixeira seria, então, a noção de funcionamento da língua instituída por Saussure e que constituiu o ponto de partida para Pêcheux pensar o mecanismo discursivo: Pêcheux chegou à conclusão de que existe um funcionamento da língua, isto é, o texto em si não funciona. Logo, para responder às questões sobre o texto que careciam de uma resposta da Linguística, questões essas para as quais a simples análise de conteúdo de um texto não era suficiente, tornava-se necessário, então, compreender que existe um mecanismo discursivo funcionando no discurso. Em sua teoria do discurso, Pêcheux em momento algum refutou Saussure. O que ele fez foi uma problematização que partiu da teoria de Saussure para tentar chegar às questões deixadas de lado pela Linguística. Seguindo essa linha de pensamento, no dizer de Teixeira: Pêcheux inclui-se entre os estudiosos que pensam com Saussure, tentando ir além, para usar a expressão de Authier-Revuz (1995) (2005, p. 96, grifos da autora). O trabalho de Pêcheux consistiu, de modo geral, em recortar conceitos saussurianos que o instigavam e se debruçar sobre eles, sem perder de vista seu objetivo: a interpelação política. É necessário destacar o viés político na constituição da teoria da Análise do Discurso, porque para Pêcheux existia relação entre prática política e as ciências sociais e também ligação entre prática política e discurso. A teoria saussuriana também foi valiosa para Pêcheux no sentido de caráter científico (trabalho minucioso) que Saussure conferiu à Linguística, de definir língua, de estabelecer princípios. Isso foi ao encontro do objetivo pecheutiano de definir um instrumento científico para as ciências sociais. Para finalizar, reitero que a questão central do interesse de Pêcheux pela obra de Saussure estava nas brechas encontradas no Curso de Linguística Geral e que possibilitaram a problematização de questões acerca da Linguística, bem como a posterior elaboração de conceitos sobre o mecanismo discursivo. Nesse sentido, o trabalho de Saussure é visto como abertura para outros campos. Segundo Nunes (2005 ), Saussure é fundador de um espaço de reflexão que considera o próprio da língua, o seu real específico. Observando por esse prisma, Ferdinand de Saussure é ainda um autor muito atual. Após quase um século ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
10 de publicação do Curso de Linguística Geral, a teoria saussuriana possibilita, ainda hoje, valiosas reflexões e problematizações no campo dos estudos linguísticos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 12. ed. São Paulo: Editora Ática, p. GADET, F.; LÉON, J.; MALDIDIER, D.; PLON, M. Apresentação da conjuntura em linguística, em psicanálise e em informática aplicada ao estudo dos textos na França. In: GADET, F.; HAK, T. (Orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradução de Bethania S. Mariani et al. 3. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, p (Coleção Repertórios). GREGOLIN, M. do R. Foucault e Pêcheux na construção da análise do discurso: diálogos e duelos. São Carlos: Claraluz, p. GUIMARÃES, E. Os limites do sentido: um estudo histórico e enunciativo da linguagem. 3. ed. Campinas, SP: Pontes, p. HAROCHE, C; HENRY, P.; PÊCHEUX, M. A semântica e o corte saussureano: língua, linguagem, discurso. Tradução de Roberto Leiser Baronas e Fábio César Montanheiro. Revista Linguasagem, São Carlos, SP, n. 3, out./nov Disponível em: < ufscar.br/linguasagem/edição 03/tradução - hph.php>. Acesso em: 13 jan NORMAND, C. Saussure. Tradução de Ana de Alencar e Marcelo Diniz. São Paulo: Estação Liberdade, p. NUNES, J. H. A semântica e o corte saussuriano: língua, linguagem, discurso. In: INDUSRKY, F.; LEANDRO FERREIRA, M. C. (Orgs.). Michel Pêcheux e a análise do discurso: uma relação de nunca acabar. São Carlos: Claraluz, p PÊCHEUX, M. A análise automática do discurso. In: GADET, Françoise; HAK, T. (Orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradução de Bethania S. Mariani et al. 3. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, p (Coleção Repertórios). SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. Organizado por Charles Bally e Arbert Sechehaye com a colaboração de Albert Riedlinger. 5. ed. São Paulo: Cultrix, 2001, 279 p. TEIXEIRA, M. Análise de Discurso e Psicanálise: elementos para uma abordagem do sentido no discurso. 2. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, p. ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 40 (3): p , set-dez
Foi análise de discurso que você disse?
Foi análise de discurso que você disse? Silmara Dela Silva ORLANDI, Eni Pulcinelli. Foi análise de discurso que você disse? Análise de discurso: Michel Pêcheux. Textos selecionados por Eni Puccinelli Orlandi.
Linguagem em (Dis)curso LemD, v. 9, n. 1, p , jan./abr. 2009
Linguagem em (Dis)curso LemD, v. 9, n. 1, p. 187-191, jan./abr. 2009 RESENHA DE INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM: DISCURSO E TEXTUALIDADE [ORLANDI, E.P.; LAGAZZI- RODRIGUES, S. (ORGS.) CAMPINAS, SP:
COM PÊCHEUX PENSANDO A SIGNIFICAÇÃO A PARTIR DO CORTE SAUSSUREANO
COM PÊCHEUX PENSANDO A SIGNIFICAÇÃO A PARTIR DO CORTE SAUSSUREANO Renata MANCOPES UNIVALI SC Pela língua começa a confusão (J.G. Rosa. Tutaméia) Gostaria de iniciar minha reflexão sobre o texto La semantique
10/06/2010. Prof. Sidney Facundes. Adriana Oliveira Betânia Sousa Cyntia de Sousa Godinho Giselda da Rocha Fagundes Mariane da Cruz da Silva
Teoria Gramatical Análise do Discurso Prof. Sidney Facundes Adriana Oliveira Betânia Sousa Cyntia de Sousa Godinho Giselda da Rocha Fagundes Mariane da Cruz da Silva Análise do Discurso Conforme Maingueneua
(RE) LENDO AAD69 HOJE
(RE) LENDO AAD69 HOJE Érica Karine RAMOS QUEIROZ Universidade Estadual de Campinas A Análise do Discurso para Pêcheux se constitui como um instrumento que busca analisar os discursos ideológicos e intervir
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES PARA A REALIZAÇÃO DO CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS
Linguística e Discurso? Heranças epistemológicas e mudanças terrenas
LinguísticaeDiscurso? Herançasepistemológicasemudançasterrenas LucasdoNascimento (MestrandoemLinguística/UFSCar/CAPES) (LaboratóriodeEstudosdoDiscurso UFSCar/CNPq) Comaciênciaemritmodeaceleraçãoecrescimentonoâmbitode
PÊCHEUX E A PLURIVOCIDADE DOS SENTIDOS 1
1 PÊCHEUX E A PLURIVOCIDADE DOS SENTIDOS 1 Silmara Cristina DELA-SILVA Universidade Estadual Paulista (Unesp)... as palavras, expressões, proposições etc., mudam de sentido segundo as posições sustentadas
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO ESPAÇO SOCIAL PARA A MANIFESTAÇÃO DE IDEIAS
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO ESPAÇO SOCIAL PARA A MANIFESTAÇÃO DE IDEIAS AZAMBUJA, Cintia Victória 1 ; WEBLER, Darlene Arlete 2 1 Pós-Graduanda do Curso de Especialização em Línguística e Ensino
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA ORIENTAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA PROFESSOR
A SEMÂNTICA E A RELAÇÃO ENTRE LINGUÍSTICA E ANÁLISE DO DISCURSO Fábio Araújo Oliveira *
A SEMÂNTICA E A RELAÇÃO ENTRE LINGUÍSTICA E ANÁLISE DO DISCURSO Fábio Araújo Oliveira * Neste trabalho, analisamos o lugar da semântica na Análise do Discurso, através da abordagem da presença da linguística
O DISCURSO NO CINEMA: FORMULAÇÃO E CIRCULAÇÃO DE SENTIDOS
19 de 663 O DISCURSO NO CINEMA: FORMULAÇÃO E CIRCULAÇÃO DE SENTIDOS Adielson Ramos de Cristo (UFBA/UFRB) RESUMO Objetiva-se entender o cinema como materialidade discursiva, constituída pelo imbricamento
AS DEPRESSÕES NA ATUALIDADE: UMA QUESTÃO CLÍNICA? OU DISCURSIVA?
Anais do V Seminário dos Alunos dos Programas de Pós-Graduação do Instituto de Letras da UFF AS DEPRESSÕES NA ATUALIDADE: UMA QUESTÃO CLÍNICA? OU DISCURSIVA? Amanda Andrade Lima Mestrado/UFF Orientadora:
RESENHA - ANÁLISE DO DISCURSO: PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS REVIEW - DISCOURSE ANALYSIS: PRINCIPLES AND PROCEDURES
RESENHA - ANÁLISE DO DISCURSO: PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS 200 REVIEW - DISCOURSE ANALYSIS: PRINCIPLES AND PROCEDURES Elizete Beatriz Azambuja Doutoranda em Linguística UEG Unidade de São Luís de Montes
Questões-chave da lingüística da enunciação A lingüística da enunciação constitui um campo científico de estudos?...
Sumário Apresentação... 7 Por que um livro sobre enunciação?... 11 O primeiro pós-saussuriano: Charles Bally... 15 O lingüista da comunicação: Roman Jakobson... 21 A lingüística comporta a enunciação:
O MEMORÁVEL NA RELAÇÃO ENTRE LÍNGUAS
Artigo recebido até 15/01/2012 Aprovado até 15/02/2012 O MEMORÁVEL NA RELAÇÃO ENTRE LÍNGUAS Soeli Maria Schreiber da Silva 1 (UFSCar) xoila@terra.com.br Estudar o sentido significa estudá-lo na relação
Linguagem, subjetividade e história: a contribuição de Michel Pêcheux para a constituição da análise do discurso
Linguagem, subjetividade e história: a contribuição de Michel Pêcheux para a constituição da análise do discurso Language, subjectivity and history: the contribution of Michel Pêcheux to the constitution
OS DISCURSOS SOBRE EDUCAÇÃO NAS PROPAGANDAS GOVERNAMENTAIS BRASILEIRAS
Anais do VIII Seminário dos Alunos dos Programas de Pós-Graduação do Instituto de Letras da UFF Estudos de Linguagem OS DISCURSOS SOBRE EDUCAÇÃO NAS PROPAGANDAS GOVERNAMENTAIS BRASILEIRAS Milene Maciel
Michel Pêcheux e Ferdinand Saussure: existe um diálogo possível? 1
Michel Pêcheux e Ferdinand Saussure: existe um diálogo possível? 1 Lisiane Alcaria de Oliveira Doutoranda/Universidade Federal de Alagoas Ufal Ahiranie Sales Manzoni Doutoranda/Universidade Federal de
Aula6 MATERIALIDADE LINGUÍSTICA E MATERIALIDADE DISCURSIVA. Eugênio Pacelli Jerônimo Santos Flávia Ferreira da Silva
Aula6 MATERIALIDADE LINGUÍSTICA E MATERIALIDADE DISCURSIVA META Discutir língua e texto para a Análise do Discurso. OBJETIVOS Ao fi nal desta aula, o aluno deverá: Entender a língua como não linear e que
A LÍNGUA NA ANÁLISE DO DISCURSO
A LÍNGUA NA ANÁLISE DO DISCURSO LANGUAGE IN DISCOURSE ANALYSIS Edmundo Narracci Gasparini 1 RESUMO: O objetivo deste artigo é discutir o lugar e a relevância da língua no campo da Análise do Discurso.
Não se destrói senão o que se substitui
1 Não se destrói senão o que se substitui Vanise G. MEDEIROS (Uerj, Puc-Rio) Gostaria de destacar um fragmento do texto de Pêcheux e Fuchs A propósito da análise automática do discurso: atualização e perspectivas
ANÁLISE DE TEXTO: UM OLHAR DE SEMANTICISTA. Sheila Elias de Oliveira 1
ANÁLISE DE TEXTO: UM OLHAR DE SEMANTICISTA Sheila Elias de Oliveira 1 Eduardo Guimarães 2 tem se dedicado desde a década de 1980 à reflexão sobre o sentido na linguagem e nas línguas de um ponto de vista
DACEX CTCOM Disciplina: Análise do Discurso. Profa. Dr. Carolina Mandaji
DACEX CTCOM Disciplina: Análise do Discurso cfernandes@utfpr.edu.br Profa. Dr. Carolina Mandaji Análise do Discurso Fernanda Mussalim Objetivos da aula DISCURSO IDEOLOGIA SUJEITO SENTIDO Teoria da Análise
Atividades de Leitura: Uma Análise Discursiva
Atividades de Leitura: Uma Análise Discursiva Jeize de Fátima Batista 1 Devido a uma grande preocupação em relação ao fracasso escolar no que se refere ao desenvolvimento do gosto da leitura e à formação
APONTAMENTOS SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA AUTORIA EM RESENHAS ACADÊMICAS
221 de 297 APONTAMENTOS SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA AUTORIA EM RESENHAS ACADÊMICAS Carla da Silva Lima (UESB) RESUMO Inscrito no campo teórico da Análise do Discurso francesa, o objetivo deste trabalho é defender
A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO DE LEITURA DE ARQUIVOS NO DISCURSO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DO SCIENCEBLOGS BRASIL 12
61 de 664 A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO DE LEITURA DE ARQUIVOS NO DISCURSO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DO SCIENCEBLOGS BRASIL 12 Gerenice Ribeiro de Oliveira Cortes 13 (UESB) RESUMO O estudo analisa o funcionamento
O DISCURSO CITADO: UM ESTUDO SOBRE A OBRA DE BAKHTIN
103 de 107 O DISCURSO CITADO: UM ESTUDO SOBRE A OBRA DE BAKHTIN Priscyla Brito Silva 7 (UESB) Elmo Santos 8 (UESB) RESUMO Dentre as várias maneiras de abordagem do fenômeno discursivo, surgem, a partir
Painel: A semântica e o corte saussuriano: língua, linguagem, discurso
Painel: A semântica e o corte saussuriano: língua, linguagem, discurso José Horta NUNES UNESP São José do Rio Preto O texto La sémantique et la coupure saussurienne: langue, langage, discours, de C. Haroche,
ANÁLISE DE DISCURSO de origem francesa. Circulação e textualização do conhecimento científico PPGECT maio 2015 Henrique César da Silva
ANÁLISE DE DISCURSO de origem francesa Circulação e textualização do conhecimento científico PPGECT maio 2015 Henrique César da Silva Por que análise de discurso no campo da educação científica? Análise
DO ESTÁVEL AO EQUÍVOCO: O LUGAR DA MULHER NO DISCURSO DOS MEMES
Página 443 de 488 DO ESTÁVEL AO EQUÍVOCO: O LUGAR DA MULHER NO DISCURSO DOS MEMES Geisa de Andrade Batista (UESB) Gerenice Ribeiro de Oliveira Cortes (UESB) RESUMO Neste trabalho, ancorado teoricamente
Sujeito e ideologia para Pêcheux e para Bakhtin: bordando fronteiras. Mikhail Bakhtin e Michel Pêcheux: breves considerações
SujeitoeideologiaparaPêcheuxeparaBakhtin: bordandofronteiras FrancisLampoglia 1 ValdemirMiotello 2 LucíliaMariaSousaRomão 3 MikhailBakhtineMichelPêcheux:brevesconsiderações Este trabalho estuda as noções
FIORIN, José Luiz; FLORES, Valdir do Nascimento e BARBISAN, Leci Borges (orgs). Saussure: a invenção da Linguística. São Paulo: Contexto, p.
FIORIN, José Luiz; FLORES, Valdir do Nascimento e BARBISAN, Leci Borges (orgs). Saussure: a invenção da Linguística. São Paulo: Contexto, 2013.174 p. Adriana Pucci Penteado de Faria e Silva Universidade
A PROPÓSITO DA ANÁLISE AUTOMÁTICA DO DISCURSO: ATUALIZAÇÃO E PERSPECTIVAS (1975)
1 A PROPÓSITO DA ANÁLISE AUTOMÁTICA DO DISCURSO: ATUALIZAÇÃO E PERSPECTIVAS (1975) Marilei Resmini GRANTHAM Fundação Universidade Federal do Rio Grande Nesta brevíssima exposição, procuramos abordar alguns
EFEITOS DE SENTIDO DE GOLPE NO CASO DILMA ROUSSEFF: UMA ANÁLISE DISCURSIVA
Página 453 de 481 EFEITOS DE SENTIDO DE GOLPE NO CASO DILMA ROUSSEFF: UMA ANÁLISE DISCURSIVA Danilo Sobral de Souza (PPGLin/UESB) Adilson Ventura (PPGLin/UESB) Gerenice Ribeiro de Oliveira Cortes (PPGLin/UESB)
OS ESTUDOS DA ENUNCIAÇÃO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS
OS ESTUDOS DA ENUNCIAÇÃO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS Kelly C. Granzotto Werner kcgbr@yahoo.com.br RESUMO Este trabalho apresenta algumas reflexões a respeito de como os estudos da enunciação,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL IV SEAD - SEMINÁRIO DE ESTUDOS EM ANÁLISE DO DISCURSO 1969-2009: Memória e história na/da Análise do Discurso Porto Alegre, de 10 a 13 de novembro de 2009 LÍNGUAS,
DISCURSO COM ÊNFASE NO PENSAMENTO DE FOUCAULT: CONTRIBUIÇÕES PARA A ANÁLISE DE PRÁTICAS DISCURSIVAS NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
IX CONGRESO INTERNACIONAL SOBRE INVESTIGACIÓN EN DIDÁCTICA DE LAS CIENCIAS Girona, 9-12 de septiembre de 2013 COMUNICACIÓN DISCURSO COM ÊNFASE NO PENSAMENTO DE FOUCAULT: CONTRIBUIÇÕES PARA A ANÁLISE DE
1 Introdução. 1 Foucault, M. O sujeito e o poder. In: Dreyfus, e Rabinow, P. Michel Foucault. Uma trajetória
1 Introdução Pretende-se, neste estudo, demonstrar a coerência interna do percurso filosófico de Michel Foucault, quando considerado desde o ponto de vista utilizado pelo filósofo, ao definir toda a sua
IDEOLOGIA: A DEMARCAÇÃO DA SINGULARIDADE NAS TEORIAS DA LINGUAGEM
1 IDEOLOGIA: A DEMARCAÇÃO DA SINGULARIDADE NAS TEORIAS DA LINGUAGEM CONSIDERAÇÕES PARA UM DEBATE A PARTIR DO TEXTO OBSERVAÇÕES PARA UMA TEORIA GERAL DAS IDEOLOGIAS, DE THOMAS HERBERT Elizabeth FONTOURA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGÜÍSTICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGÜÍSTICA DISCIPLINA: Tópicos em relação língua/história/sujeito: objeto e método de pesquisa em Michel Foucault.
Introdução. Adriana Trindade Vargas
Cadernos de Letras da UFF - Dossiê: Tradução n o 48, p. 283-290 283 ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE SUJEITO NA TEORIA BAKHTINIANA E NA TEORIA PECHETIANA Adriana Trindade Vargas RESUMO Este trabalho
Quando dividimos uma oração em partes para estudar as diferentes funções que as palavras podem desempenhar na oração e entre as orações de um texto, e
MORFOSSINTAXE Quando analisamos a que classe gramatical pertencem as palavras de determinada frase, estamos realizando sua análise morfológica. A morfologia é a parte da gramática que estuda a classificação,
CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS DOS CONCEITOS DE CRIANÇA E ADOLESCENTE EM MATERIALIDADES LEGISLATIVAS. José Ricardo de Souza Rebouças Bulhões 1 INTRODUÇÃO
CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS DOS CONCEITOS DE CRIANÇA E ADOLESCENTE EM MATERIALIDADES LEGISLATIVAS José Ricardo de Souza Rebouças Bulhões 1 INTRODUÇÃO O presente resumo apresenta os resultados parciais de pesquisa
Prefácio. Karina Falcone 1 Mônica Nóbrega 2
Prefácio Karina Falcone 1 Mônica Nóbrega 2 A Revista Investigações, em seu número especial, resolveu juntar se às homenagens feitas a Ferdinand de Saussure no centenário da sua morte, em 2013. Os artigos
MICHEL PÊCHEUX E MIKHAIL BAKHTIN: LEITURAS DO CURSO DE LINGUÍSTICA GERAL
90 MICHEL PÊCHEUX E MIKHAIL BAKHTIN: LEITURAS DO CURSO DE LINGUÍSTICA GERAL MICHEL PÊCHEUX AND MIKHAIL BAKHTIN: INTERPRETATIONS OF COURSE IN GENERAL LINGUISTICS Edmundo Narracci Gasparini Doutor em Linguística
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL Nível Mestrado e Doutorado
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL Nível Mestrado e Doutorado PROGRAMA DA DISCIPLINA CURSO: MESTRADO E DOUTORADO EM HISTÓRIA SOCIAL
Aula7 MEMÓRIA DISCURSIVA. Eugênio Pacelli Jerônimo Santos Flávia Ferreira da Silva
Aula7 MEMÓRIA DISCURSIVA META Apresentar o conceito de memória discursiva como um dos conceitos fundamentais para a Análise do Discurso OBJETIVOS Ao fi nal desta aula, o aluno deverá: Compreender que a
NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1
NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1 Profa. Gláucia Russo Um projeto de pesquisa pode se organizar de diversas formas, naquela que estamos trabalhando aqui, a problematização estaria
LÍNGUAS E ESPAÇOS DE ENUNCIAÇÃO
DOSSIÊ LÍNGUAS E ESPAÇOS DE ENUNCIAÇÃO Pensar a enunciação é, como o sabemos desde Benveniste 1, pensar a relação constitutiva estabelecida entre a língua e o sujeito, relação que é, a um só tempo, simbólica
EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM LETRAS MESTRADO E DOUTORADO (Resolução nº 182/2017-CI/CCH 31/10/2017)
EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM LETRAS MESTRADO E DOUTORADO (Resolução nº 182/2017-CI/CCH 31/10/2017) A constituição do texto oral Estudo da constituição do texto oral, seus processos
A DISCURSIVIZAÇÃO DO SUJEITO TRABALHADOR NA REFORMA TRABALHISTA DO GOVERNO TEMER
Página 459 de 481 A DISCURSIVIZAÇÃO DO SUJEITO TRABALHADOR NA REFORMA TRABALHISTA DO GOVERNO TEMER Saulo Silva Teixeira (PPGLIN/UESB) Gerenice Ribeiro de Oliveira Cortes (UESB/ PPGLIN/ DELL) RESUMO Analisamos,
ENUNCIAÇÃO, DESIGNAÇÃO E METÁFORA: UM ESTUDO SOBRE O POLÍTICO NA LINGUAGEM 1
ENUNCIAÇÃO, DESIGNAÇÃO E METÁFORA: UM ESTUDO SOBRE O POLÍTICO NA LINGUAGEM 1 GABRIEL LEOPOLDINO DOS SANTOS Programa de Pós-Graduação em Linguística (Doutorado) Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
ELEMENTOS DE ORDEM PROSÓDICA NO FUNCIONAMENTO DISCURSIVO
ELEMENTOS DE ORDEM PROSÓDICA NO FUNCIONAMENTO DISCURSIVO Luciana Iost Vinhas 1 Situar um estudo na ciência linguística significa, necessariamente, ter a linguagem como objeto. Para a linguagem são lançados
EFEITO-MEMÓRIA DA LINGUÍSTICA NO DIREITO: SAUSSURE NO PENSAMENTO DE KELSEN E DE LUHMANN
Página 471 de 549 EFEITO-MEMÓRIA DA LINGUÍSTICA NO DIREITO: SAUSSURE NO PENSAMENTO DE KELSEN E DE LUHMANN Ricardo Pereira Vieira (UESB/GPADis/PPGMLS/CAPES) Maria da Conceição Fonseca-Silva (UESB/GPADis/PPGMLS/PPGLin/CNPq)
DA ESTRUTURA AO ACONTECIMENTO: UMA REFLEXÃO SOBRE A INSERÇÃO DO SUJEITO RESUMO
DA ESTRUTURA AO ACONTECIMENTO: UMA REFLEXÃO SOBRE A INSERÇÃO DO SUJEITO Joelma Aparecida Bressanin 1 Márcia Regina de Souza 2 RESUMO O objetivo deste artigo é descrever de que forma Ferdinand de Saussure,
A relação língua, sujeito e discurso nos estudos sobre a linguagem...
A RELAÇÃO LÍNGUA, SUJEITO E DISCURSO NOS ESTUDOS SOBRE A LINGUAGEM: A CONCEPÇÃO PECHETIANA E BENVENISTIANA THE RELATION LANGUAGE, SUBJECT AND DISCOURSE IN THE STUDIES ON LANGUAGE: THE PECHETIANIAN AND
UMA NOÇÃO DE TEXTO. por Gabriele de Souza e Castro Schumm
ARTIGO UMA NOÇÃO DE TEXTO por Gabriele de Souza e Castro Schumm Profa. Dra. Gabriele Schumm, graduada e doutora em Linguística pela Unicamp, é professora do curso de Licenciatura em Letras do Centro Universitário
DISCIPLINA: EPISTEMOLOGIA DA LINGUÍSTICA PROFESSORES: LUIZA MILANO SURREAUX E VALDIR DO NASCIMENTO FLORES Créditos: 04 4ª.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - ESTUDOS DA LINGUAGEM TEORIAS DO TEXTO E DO DISCURSO - ANÁLISE TEXTUAIS E DISCURSIVAS DISCIPLINA: EPISTEMOLOGIA DA
EMENTÁRIO DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE LETRAS-PORTUGUÊS - IRATI (Currículo iniciado em 2015)
EMENTÁRIO DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE LETRAS-PORTUGUÊS - IRATI (Currículo iniciado em 2015) ANÁLISE DO DISCURSO 68 h/a 1753/I Vertentes da Análise do Discurso. Discurso e efeito de sentido. Condições de
PELO VIÉS DA SINTAXE, O ACESSO AO ACONTECIMENTO DISCURSIVO 1
PELO VIÉS DA SINTAXE, O ACESSO AO ACONTECIMENTO DISCURSIVO 1 Rosely Diniz da Silva MACHADO Fundação Universidade Federal do Rio Grande Pêcheux (1981), ao referir a questão da heterogeneidade discursiva,
ANÁLISE DO DISCURSO UMA ENTREVISTA COM DOMINIQUE MAINGUENEAU
MAINGUENEAU, Dominique. Análise do Discurso: uma entrevista com Dominique Maingueneau. Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL. Vol. 4, n. 6, março de 2006. Tradução de Gabriel de Ávila Othero.
Gustavo Grandini BASTOS * Fernanda Correa Silveira GALLI **
DOI: 10.5433/2237-4876.2013v16n2p355 ROMÃO, Lucília Maria Sousa. Exposição do Museu da Língua Portuguesa: arquivo e acontecimento e(m) discurso. São Carlos: Pedro & João Editores, 2011. 236 p. Nas exposições
Curso: Letras Português/Espanhol. Disciplina: Linguística. Docente: Profa. Me. Viviane G. de Deus
Curso: Letras Português/Espanhol Disciplina: Linguística Docente: Profa. Me. Viviane G. de Deus AULA 2 1ª PARTE: Tema 2 - Principais teóricos e teorias da Linguística moderna Formalismo x Funcionalismo
Tema: (i) Introdução ao curso de sintaxe do português de base gerativa
SINTAXE DO PORTUGUÊS I AULA 1-2015 Tema: (i) Introdução ao curso de sintaxe do português de base gerativa Profa. Dra. Márcia Santos Duarte de Oliveira FFFLCH-DLCV/ USP marcia.oliveira@usp.br n O linguista
Professora: Jéssica Nayra Sayão de Paula
Professora: Jéssica Nayra Sayão de Paula Conceitos básicos e importantes a serem fixados: 1- Sincronia e Diacronia; 2- Língua e Fala 3- Significante e Significado 4- Paradigma e Sintagma 5- Fonética e
Encontro 6a. Pós-estruturalismo
Encontro 6a Pós-estruturalismo Plano da aula Pós-estruturalismo, pósmodernismo Foucault Deleuze Outros pós-modernistas Crítica de Habermas Fontes Postmodernism Stanford Encyclopedia on Critical Theory
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL Nível Mestrado Disciplina eletiva
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL Nível Mestrado Disciplina eletiva PROGRAMA DA DISCIPLINA CURSO: HISTÓRIA SOCIAL PERÍODO: 2016/1
III SEAD ANÁLISE DO PROCESSO DE DESIGNAÇÃO DO PROFESSOR: O MOVIMENTO ENTRE LÍNGUA, HISTÓRIA E IDEOLOGIA
III SEAD ANÁLISE DO PROCESSO DE DESIGNAÇÃO DO PROFESSOR: O MOVIMENTO ENTRE LÍNGUA, HISTÓRIA E IDEOLOGIA Kátia Maria Silva de MELO Universidade Federal de Alagoas katia-melo@uol.com.br Neste texto abordamos
Análise de discurso e os pontos de encontro tecidos na convergência das teorias
Análise de discurso e os pontos de encontro tecidos na convergência das teorias Elizabeth Fontoura Dornele Universidade de Cruz Alta Cruz Alta - RS Introdução Resumo: Este texto mostra as convergências
DACEX CTCOM Disciplina: Análise do Discurso. Profa. Dr. Carolina Mandaji
DACEX CTCOM Disciplina: Análise do Discurso cfernandes@utfpr.edu.br Profa. Dr. Carolina Mandaji Análise do Discurso Fernanda Mussalim Origens Condições de produção do discurso Formação discursiva, formação
sábado, 11 de maio de 13 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO LEITURA, INTERAÇÃO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS Introdução l A linguagem, por realizar-se na interação verbal dos interlocutores,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL IV SEAD - SEMINÁRIO DE ESTUDOS EM ANÁLISE DO DISCURSO 1969-2009: Memória e história na/da Análise do Discurso Porto Alegre, de 10 a 13 de novembro de 2009 RELAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL IV SEAD - SEMINÁRIO DE ESTUDOS EM ANÁLISE DO DISCURSO 1969-2009: Memória e história na/da Análise do Discurso Porto Alegre, de 10 a 13 de novembro de 2009 A LÍNGUA
Análise do Discurso e Psicanálise:
Análise do Discurso e Psicanálise: Diálogos possíveis p. 39-47 Kátia Alexsandra dos Santos 1 Resumo Este trabalho pretende discutir as noções de língua e sujeito, tal como são vistas pela Análise do Discurso
ANÁLISE DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL: IMPLÍCITOS E NÃO-DITOS
211 de 297 ANÁLISE DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL: IMPLÍCITOS E NÃO-DITOS Marília Flores Seixas de Oliveira (UESB) RESUMO Na vida moderna, uma profusão de signos invade a existência humana, repletos de conteúdos
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO LIN TÓPICOS ESPECIAIS EM PRÁTICAS DE LINGUAGEM
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO LIN410076 TÓPICOS ESPECIAIS EM PRÁTICAS DE LINGUAGEM Nome da Código da TÓPICOS ESPECIAIS EM PRÁTICAS DE LINGUAGEM LIN410076 Créditos 4 Carga Horária Nível em que a disciplina é oferecida
V SEMINÁRIO DE PESQUISA E ESTUDOS LINGUÍSTICOS FUNCIONAMENTO DISCURSIVO SOBRE ALIENAÇÃO PARENTAL NA MÍDIA BRASILEIRA
Página 185 de 315 FUNCIONAMENTO DISCURSIVO SOBRE ALIENAÇÃO PARENTAL NA MÍDIA BRASILEIRA Beatriz Rocha de Oliveira 73 (UESB) Maria da Conceição Fonseca-Silva 74 (UESB/Fapesb) RESUMO Neste trabalho, objetivamos
O QUE É A LINGÜÍSTICA TEXTUAL
O QUE É A LINGÜÍSTICA TEXTUAL O estudo da coesão textual tem sido predominantemente desenvolvido dentro do ramo da Lingüística a que se denomina Lingüística do Texto. Cabe, assim, inicialmente, dizer algumas
O SENTIDO DE INDISCIPLINA NO DISCURSO DA COMUNIDADE ESCOLAR
O SENTIDO DE INDISCIPLINA NO DISCURSO DA COMUNIDADE ESCOLAR Solange Almeida de Medeiros (PG UEMS) Marlon Leal Rodrigues (UEMS) RESUMO: O presente artigo se baseia em um projeto de pesquisa, em desenvolvimento,
BAKHTINIANA, São Paulo, v. 1, n. 1, p , 1 o sem. 2009
BARONAS, R. L. (org.). Análise do discurso: apontamentos para uma história da noção-conceito de formação discursiva. São Carlos: Pedro & João Editores, 2007, 222 p. Sidnay Fernandes dos Santos* As pesquisas
GRAMÁTICA E DISCURSIVIDADE EM PÊCHEUX: ALGUNS COMENTÁRIOS 1
GRAMÁTICA E DISCURSIVIDADE EM PÊCHEUX: ALGUNS COMENTÁRIOS 1 Mônica Oliveira SANTOS Universidade Estadual de Campinas Ao ler o texto de Pêcheux Materialités Discursives: L enoncé: Enchâssement, articulation
A FORMA-SUJEITO DO/NO DISCURSO NO PROCESSO METAFÓRICO DE CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS DO NOME PORTUGUÊS NA ARGENTINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL IV SEAD - SEMINÁRIO DE ESTUDOS EM ANÁLISE DO DISCURSO 1969-2009: Memória e história na/da Análise do Discurso Porto Alegre, de 10 a 13 de novembro de 2009 A FORMA-SUJEITO
MICROLINGUÍSTICA 1 : UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA. Miguel Eugênio ALMEIDA (UEMS)
MICROLINGUÍSTICA 1 : UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA Miguel Eugênio ALMEIDA (UEMS) O estudo microlinguístico da língua compreende basicamente a busca dos elementos dos mecanismos internos dessa língua, ou conforme
Resolução da Questão 1 Item I Texto definitivo
Questão No Curso de linguística geral, Saussure opõe a língua à fala; porém, ele mesmo reconhece que a língua não se realiza senão na fala. Além disso, a fala é feita por meio de frases, que,
O conhecimento linguístico em livros introdutórios: uma reflexão sobre o modo de conceber a linguística 1
O conhecimento linguístico em livros introdutórios: uma reflexão sobre o modo de conceber a linguística 1 Caroline M. Schneiders (UFSM) 2 Resumo: No presente estudo, observaremos como a Linguística é definida
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS PORTUGUÊS E ESPANHOL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS PORTUGUÊS E ESPANHOL MATRIZ CURRICULAR NOTURNO Fase Nº. Ordem Código COMPONENTE CURRICULAR Créditos Horas 1. Leitura e produção textual I 4 60 2. Introdução a informática 4
DACEX CTCOM Disciplina: Análise do Discurso. Profa. Dr. Carolina Mandaji
DACEX CTCOM Disciplina: Análise do Discurso cfernandes@utfpr.edu.br Profa. Dr. Carolina Mandaji Análise do Discurso Fernanda Mussalim Condições de produção do discurso Formação discursiva, formação ideológica
A Filosofia e a Sociologia: contribuições para a Educação
A Filosofia e a Sociologia: contribuições para a Educação Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Semana I Prof. Ms. Joel Sossai Coleti O que é? O que é? Filosofia: disciplina que tem como objeto
ENUNCIAÇÃO: entraves para os estudos discursivos 1. Palavras-chave: Enunciação. Aparelho formal. Discurso. Acontecimento.
Número 05-2012 Departamento de Letras Universidade Federal do Maranhão ENUNCIAÇÃO: entraves para os estudos discursivos 1 Luis Rodolfo CABRAL 2 Resumo: Neste artigo, apresentamos uma discussão teórica
UM ESTUDO DISCURSIVO DOS BLOGS: SENTIDOS DE/SOBRE. Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade
UM ESTUDO DISCURSIVO DOS BLOGS: SENTIDOS DE/SOBRE HOMOFOBIA Autor: Gustavo Grandini Bastos Orientadora: Profa. Dra. Lucília Maria Sousa Romão Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade
ANÁLISE DO DISCURSO. Suzana Oliveira Martins 1. Resumo
ANÁLISE DO DISCURSO Resumo Suzana Oliveira Martins 1 Este trabalho tem por finalidade discutir o Análise do Discurso e todas as teorias que o compõem. O objetivo é conhecer cada um dos elementos que fazem
Conteúdo. Histórico. Linguagem Verbal e Não-Verbal. O que é a Linguística? Linguística e Gramática. O Estruturalismo. O Objeto de Estudo de Saussure
Conteúdo Histórico Linguagem Verbal e Não-Verbal O que é a Linguística? Linguística e Gramática O Estruturalismo O Objeto de Estudo de Saussure Signo Significado Significante Disponível em: http://profsandroalex.blogspot.com.br/2013/03/palavra-linguagem-esentido.html
ALGUNS (CONTRA)PONTOS (IN)DESEJÁVEIS SOBRE LÍNGUA E DISCURSO
ALGUNS (CONTRA)PONTOS (IN)DESEJÁVEIS SOBRE LÍNGUA E DISCURSO LINCK, Ieda Márcia D 1.; VERISSIMO, Fabiane da Silva. 2 Resumo: Apresentamos uma retomada dos conceitos de língua e discurso. Para tanto, tomamos
Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo
Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo Sintaxe do Português I 1º semestre de 2015 sim, ele chegou! Finalmente! Prof. Dr. Paulo Roberto
GÊNEROS TEXTUAIS: A PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AULA DE LP
GÊNEROS TEXTUAIS: A PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AULA DE LP Janaína da Costa Barbosa (PIBID/CH/UEPB) janne3010@hotmail.com Edna Ranielly do Nascimento (PIBID/CH/UEPB) niellyfersou@hotmail.com
Uma via alternativa para a compreensão da sintaxe: o discurso
Uma via alternativa para a compreensão da sintaxe: o discurso PATRÍCIA DE BRITO ROCHA Doutoranda em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia. e-mail: patriciabrporto@gmail.com Resumo:
Sumário. Apresentação... 7 Alice Cunha de Freitas Maria de Fátima F. Guilherme de Castro
Sumário Apresentação... 7 1 a parte Estudos lingüísticos e estudos literários: fronteiras na teoria e na vida... 13 Beth Brait Referente e discurso literário: a história de Jó Joaquim e o Desenredo de
1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO
1ª Fase PROVA OBJETIVA FILOSOFIA DO DIREITO P á g i n a 1 QUESTÃO 1 - Admitindo que a história da filosofia é uma sucessão de paradigmas, a ordem cronológica correta da sucessão dos paradigmas na história
A circulação do conhecimento lingüístico na sociedade: a revista Língua Portuguesa 1
A circulação do conhecimento lingüístico na sociedade: a revista Língua Portuguesa 1 Ingrid Iara Deüner Piuco Universidade Católica de Brasília Este trabalho integra o projeto de pesquisa de natureza interdisciplinar