[Ano] Riscos das Instituições Financeiras. Campus Virtual Cruzeiro do Sul
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1 [Ano] Riscos das Instituições Financeiras
2 Unidade - Riscos das Instituições Financeiras MATERIAL TEÓRICO Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. João Paulo Cavalcante Lima 2
3 1. Riscos Financeiros Os principais riscos financeiros atualmente enfrentados pelos bancos em suas atividades de intermediação financeira são classificados da seguinte forma: Risco de Variação das Taxas de Juros Risco de Crédito Risco de Mercado Risco Operacional Risco de Câmbio Risco Soberano Risco de Liquidez Risco Legal Desde que não seja possível ou, muitas vezes desejável, eliminar totalmente o risco, é importante que a instituição financeira planeje uma boa administração de seus riscos, avaliando o potencial de perda possível associada a um evento (alteração de preços ou de taxas de mercado, por exemplo) e sua respectiva probabilidade de ocorrência. As perdas de uma instituição se potencializam quando certos eventos ocorrem ao mesmo tempo e de forma conflitante, por exemplo, se uma instituição financeira atua em mais de um mercado ao mesmo tempo e o comportamento de ambos é contrário à sua posição assumida, isso determina perdas mais relevantes aos resultados do banco. Ambientes econômicos de altas taxas de juros, associadas às baixas taxas de crescimento da economia, costumam também contribuir para a elevação do risco de crédito. 3
4 1.1. Risco de Variação das Taxas de Juros Uma instituição financeira está exposta ao risco de variação de taxas de juros quando trabalha descasada de prazos entre seus ativos (aplicações) e passivos (captações). Admita, por exemplo, uma instituição financeira que tenha aplicado $ 100 milhões na concessão de créditos com prazo de dois anos. Para financiar estes ativos, o banco captou o mesmo montante de $ 100 milhões com prazo de resgate de um ano. Esta situação demonstra um descasamento de prazos entre ativos (créditos) e passivos (captações) do banco, expondo ao risco de variação das taxas de juros. Quando vencer o passivo, a instituição não terá ainda recebido o capital aplicado, gerando uma necessidade de renovar a dívida. O descasamento de prazos de ativos e passivos expõe o banco ao risco de variação das taxas de juros: Quando o prazo do ativo (aplicação) for maior que o do passivo (captação), um aumento dos juros reduz a margem financeira do banco, e uma redução das taxas promove maiores ganhos; O contrário se verifica quando o prazo do ativo for menor que o do passivo. Um aumento dos juros permite que o banco renove seus créditos concedidos seguindo as taxas mais altas de mercado, reforçando seus resultados financeiros. Ao contrário, em cenário de queda nos juros as receitas dos ativos (créditos) diminuem, promovendo menor margem financeira Risco de Crédito É a possibilidade de uma instituição financeira não receber os valores (principal e rendimentos e juros) prometidos pelos títulos que mantém em sua carteira de ativos recebíveis. Como exemplos desses ativos, apontam-se, principalmente, os créditos concedidos pelos bancos e os títulos de renda fixa emitidos pelos devedores. 4
5 O risco de crédito é afetado pela política de concessão de crédito e gestão de risco e eficiência administrativa da instituição. Os juros cobrados nas operações de crédito pelas instituições financeiras concedentes devem, em essência, atender a três objetivos: cobrir todas as despesas administrativas e de pessoal alocadas ao crédito; cobrir o risco de crédito determinado pela inadimplência esperada (provisão para devedores duvidosos); remunerar os acionistas pelo capital aplicado. Uma forma de gestão de risco é a diversificação dos ativos de crédito, reduzindo a probabilidade de risco de inadimplência da carteira. Uma carteira bem diversificada pode reduzir a inadimplência e, em consequência, o seu risco a um nível mínimo presente em todas as empresas da economia. O risco de crédito no mercado financeiro é explicado, entre outras, pelas seguintes importantes origens: não-pagamento da dívida (default risk) por parte do devedor; transações de instrumentos de crédito nos mercados futuros e de opções; risco legal que envolve o compromisso das partes com a estrutura legal do contrato, legislação do país, entre outras; risco de país que deriva principalmente de aspectos regulatórios, políticos e econômicos; carteira de crédito com baixa diversificação, elevando o risco pela concentração dos contratos em termos de perfil do devedor, setor de atividade ou região. 5
6 1.3. Risco de Mercado O risco de mercado será relacionado com o preço que o mercado estipula para ativos e passivos negociados pelos intermediários financeiros, ou seja, com o comportamento verificado no preço de um bem no dia a dia. Este risco exprime quanto pode ser ganho ou perdido quando da aplicação em contratos e outros ativos diante de mudanças em seus preços de negociação. Em outras palavras, o risco de mercado pode ser entendido como as chances de perdas de uma instituição financeira decorrentes de comportamentos adversos nos índices de inflação, taxas de juros, indicadores de bolsas de valores, preços de commodities etc Risco Operacional A gestão de risco pode ser entendida como um processo de medição e controle dos riscos presentes nas atividades normais de uma organização. O gerenciamento envolve pessoas, sistemas e padrões de controle. O risco operacional, por seu lado, é o risco de perdas (diretas ou indiretas) determinadas por erros humanos, falhas nos sistemas de informações e computadores, fraudes, eventos externos, entre outras. Ou seja, é a perda estimada caso a gestão de riscos não atinja seu objetivo de evitar perdas. No contexto de atuação de um banco, o risco operacional pode se originar de três segmentos: pessoas, processos e tecnologia. A atuação de pessoas é crítica na gestão dos bancos, podendo representar, em muitos casos, a variável mais relevante de risco. Erros e fraudes são oriundos de transações e decisões envolvendo pessoas, muitas vezes influenciadas por pressões administrativas, fixação de metas ousadas, manuseio de grande quantidade de dinheiro etc. Esses erros são, geralmente, minimizados por meio de um sistema mais rígido de controles internos. 6
7 Além dos erros e fraudes de funcionários, é considerado ainda no estudo o risco de capacitação das pessoas, cuja origem pode ser atribuída a falhas no processo de seleção e recrutamento e também a deficiências na política de treinamento interno. Ao mesmo tempo em que a inovação tecnológica trouxe ganhos aos bancos, principalmente os ganhos de escala e escopo, essa evolução trouxe também um risco verificado sempre que deixa de funcionar adequadamente. As transações dos bancos, envolvendo compra e venda de dinheiro, são geralmente feitas por sistemas eletrônicos de forma on-line. Normalmente, esses sistemas funcionam com eficiência; porém, podem ocorrer falhas ou erros nas transmissões, deixando de registrar mensagens relevantes para o sucesso das operações. Embora essas falhas sejam pouco frequentes, quando ocorrem costumam promover fortes turbulências nas instituições e em todo o sistema financeiro. Uma instituição necessita, como garantia de sua eficiência e identificação de seu risco operacional, de um bom sistema eletrônico de controle e acompanhamento de suas operações. Os processos devem ser revistos e atualizados de maneira a reduzir as possibilidades de falhas. Uma área mais recente incorporada ao risco operacional é o risco de mudanças nos procedimentos legais e práticas do mercado financeiro. Por exemplo, alterações repentinas nas exigências mínimas de garantias para operar com determinado instrumento financeiro exigem do investidor uma nem sempre disponível alta liquidez. A gestão do risco operacional costuma embutir algumas dificuldades adicionais em sua definição. Não é simples um entendimento menos questionável de risco operacional, principalmente ao se tentar separar esse tipo de risco financeiro de eventos incertos, geralmente, presentes nas atividades de um banco. Por exemplo, uma inadimplência pode ser atribuída ao risco padrão esperado do crédito ou a erro humano presente na avaliação da concessão do crédito. A desconsideração, ou minimização da importância do risco operacional, pode determinar perdas elevadas às instituições financeiras. 7
8 1.5. Risco de Câmbio Ao operar com investimentos no exterior, a instituição financeira expõese, além de outros riscos (taxas de juros, crédito etc.), também ao risco de câmbio. Por exemplo, se uma instituição financeira no exterior utilizar seus recursos próprios para adquirir títulos da dívida brasileira no mercado, irá incorrer em quatro tipos de riscos financeiros: Risco de variação das taxas de juros. Risco de crédito. Risco de câmbio. Risco soberano. O risco de câmbio surge quando uma instituição que tenha aplicado no exterior, por exemplo, verifica a tendência de a moeda desse país se desvalorizar em relação à moeda de sua economia, determinando um retorno menor na operação. Este risco pode também ser chamado de risco de variação cambial. A possibilidade de desvalorizações cambiais em países emergentes, como o Brasil, tem gerado grandes preocupações nos investidores. Por exemplo, uma depreciação do real em relação ao dólar promove o ingresso de menos dólares ao aplicador e maior desembolso ao devedor em dólar. Pode-se entender ainda o risco cambial pelo descasamento de posições em moedas estrangeiras de ativos e passivos de uma instituição financeira. Uma instituição financeira apresenta uma posição ativa líquida quando possui mais ativos expressos em determinada moeda que passivos (obrigações). A diferença é coberta por recursos em outra unidade monetária. Por outro lado, quando a instituição possuir mais passivos que ativos referenciados em determinada moeda, diz-se apresentar uma posição passiva líquida. 8
9 Para se proteger desse risco, a instituição financeira deve procurar trabalhar com ativos e passivos expressos em mesma moeda. O descasamento de moeda de ativos e passivos sugere um risco cambial, da mesma forma que o descasamento de prazo expõe um banco ao risco de variação de taxas de juros Risco Soberano Ao operar em outros países, uma instituição financeira se expõe também ao denominado risco soberano, determinado principalmente por restrições que o país estrangeiro pode impor aos fluxos de pagamentos externos. Essas restrições podem ocorrer em termos de volume máximo de pagamento, tipo de moeda ou, até mesmo, da decretação de moratória de dívidas. O risco soberano pode ainda ser entendido como um tipo de risco de crédito. A decisão de um governo em declarar unilateralmente a suspensão de qualquer pagamento de dívida em moeda estrangeira e credores externos é uma explicação clara de risco soberano. Nesse caso, para agravar mais a situação, percebe-se que há tribunais internacionais competentes para julgar pedidos de falência de qualquer nação do mundo. Os recursos dos credores para acionar um governo devedor são bastante limitados. Dessa forma, nas operações com países estrangeiros, deve ser avaliado, além do risco de crédito do tomador de recursos, o risco soberano do país no qual se situa o devedor. A qualidade dos dois riscos deve ser boa para a operação ser aprovada. A taxa de juros dessa decisão deve conter um prêmio pelo risco do tomador e também um prêmio pelo risco soberano. Mesmo que o tomador tenha o crédito aprovado, a operação pode não se realizar se o risco soberano for elevado. 9
10 1.7. Risco de Liquidez O risco de liquidez está relacionado com a disponibilidade imediata de caixa diante de demandas por parte dos depositantes e aplicadores (titulares de passivos) de uma instituição financeira. Quando os recursos de caixa disponíveis de um banco são minimizados por não produzirem retornos de juros, o risco de liquidez aumenta pela possibilidade de retiradas imprevistas dos depositantes do banco. Nesses casos, deve a instituição ter a flexibilidade de poder captar recursos adicionais no mercado sempre que essas retiradas se verificarem. Por outro lado, diante de instabilidade de mercado ou mesmo de uma avaliação negativa da própria instituição, podem ocorrer solicitações de saques em montante superior ao normal, deflagrando uma efetiva crise de liquidez no banco. Nesses casos, o custo de captação dos bancos para cobrir essas retiradas imprevistas eleva-se e, ao mesmo tempo, há uma natural retração de oferta de fundos aos bancos. Essa situação descreve uma crise de liquidez ainda mais grave, obrigando a instituição a vender seus ativos, geralmente a preços mais baixos, para lastrear as retiradas exigidas pelos titulares de passivos. O extremo dessa crise de liquidez verifica-se quando todos os titulares de passivos passarem também a solicitar, ao caixa da instituição, a retirada de seus fundos aplicados, podendo levar o banco à falência Risco Legal O risco legal vincula-se tanto à falta de uma legislação mais atualizada e eficiente com relação ao mercado financeiro como a um eventual nível de desconhecimentos jurídico na realização dos negócios. Um outro aspecto inerente ao risco legal é a falta de padronização jurídica e termos nos contratos financeiros elaborados em diferentes países, dificultando as transações internacionais. 10
11 2. Compliance e Risco de Compliance Compliance pode ser entendido como estar em conformidade com as normas e procedimentos legais impostos às instituições. Significa atender ao que for determinado por leis e cumprir regulamentos internos e externos de responsabilidade da instituição. Diz-se que uma instituição está em compliance quando tem como objetivo principal o cumprimento das leis e decide ainda implantar procedimentos que assegurem o atendimento das normas aplicáveis em geral. Os riscos de compliance são representados pelas sanções legais ou regulatórias possíveis de serem aplicadas a uma instituição diante de alguma falha no cumprimento da aplicação de leis, regulamentos e código de conduta. O compliance complementa a função de auditoria interna em uma organização, estabelecendo um trabalho em conjunto. Para certificação do cumprimento das normas, regulamentações e processos de uma organização, a auditoria desempenha uma atividade independente, de consultoria, trabalhando de forma aleatória e utilizando técnicas estatísticas de amostragem. O compliance, por seu lado, executa seu trabalho de forma permanente, apresentando-se como responsável pela certificação de que as diversas áreas da empresa estejam atendendo a todas as regras e normas aplicáveis. Os principais benefícios da função de compliance em uma organização podem ser resumidos: evita o descumprimento de leis e normas e de suas consequências punitivas; protege a imagem da empresa perante o mercado, colaborando para a formação de seu caráter ético; colabora na formação de uma cultura de controle interno e cumprimento dos regulamentos aplicáveis a cada unidade; 11
12 desenvolve uma relação mais transparente e de atendimento imediato com os órgãos reguladores e fiscalizadores; avalia a observância de princípios éticos e normas de conduta. 3. Governança Corporativa e os Comitês de Auditoria As empresas, de uma maneira geral, e em especial as instituições financeiras, então se adaptando às novas exigências de mercado de monitoramento de seus valores e padrões de comportamento. Após os escândalos financeiros, envolvendo grandes e reconhecidas corporações, passou a ser uma preocupação dos governos de todo o mundo, o relacionamento entres Acionistas, Conselho Fiscal e de Administração, Diretoria e Auditoria das empresas. Neste contexto, foram estabelecidas as ideias fundamentais daquilo que se denomina de Governança Corporativa. Pode-se entender a Governança Corporativa como a preocupação pela transparência da forma como uma empresa deve ser dirigida e controlada e sua responsabilidade nas questões que envolvem toda a sociedade. Em outras palavras, a Governança Corporativa é a criação dos Comitês direcionados a controlar as diversas áreas da empresa. Uma dessas áreas selecionadas é a Auditoria, que revela grande importância, pois é responsável pela qualidade das informações econômico-financeiras da sociedade refletidas nos demonstrativos contábeis. Nos Estados Unidos, todas as empresas de capital aberto são obrigadas a manterem um Comitê de Auditoria com o intuito de atribuir maior transparência aos acionistas das companhias em suas operações e a aprimorar os trabalhos de seus Conselhos. No Brasil, a legislação dispõe da obrigatoriedade de constituição de Comitês de Auditorias somente para Instituições Financeiras (resolução do Banco Central). 12
13 Apesar dessa não obrigatoriedade de criação de Comitês de Auditorias para empresas não financeiras, a Comissão de Valores Mobiliários e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) vêm, através de documentos próprios, destacando a sua importância para as companhias brasileiras, e recomendando fortemente a sua criação. A função básica do Comitê de Auditoria é a de supervisionar e controlar a Contabilidade, os procedimentos de elaboração das demonstrações contábeis e a auditoria efetuada, tendo sempre por objetivo a transparência das informações e os atos da administração. Os Comitês de Auditoria são compostos por membros dos Conselhos de Administração e por profissionais com vivência em Finanças e Contabilidade contratados no mercado, sendo sua competência e responsabilidade (exceto para instituições financeiras) determinadas pela própria companhia, através de seus estatutos sociais ou por regulamento preparado pelo Conselho de Administração. Os Comitês de Auditoria têm dado maior segurança aos acionistas, garantindo que os reflexos das decisões empresariais estejam corretamente refletidos nas demonstrações contábeis. 4. Lei Sarbanes Oxley (SOX) A lei conhecida por Sarbanes-Oxley (SOX), editada em 2002 pelo Congresso dos Estados Unidos, veio como uma resposta do governo aos diversos escândalos empresariais ocorridos (como a falência de grandes companhias como a Enron e WorldCom em 2000) que atingiram a credibilidade dos mercados financeiros em todo o mundo. A insolvência dessas empresas é grave para a economia dos EUA, principalmente pelo fundamento do mercado acionário que se apoia na cultura de companhias abertas com ações negociadas livremente em bolsas de valores. 13
14 O mercado acionário capta imensos volumes de recursos que financiam o crescimento da economia e, ao mesmo tempo, se apresenta como uma importante alternativa de aplicação das poupanças das famílias norteamericanas. A quebra de grandes empresas ocorrida abalou a credibilidade dos valores de mercado em todo o mundo, e a Sarbanes Oxley foi um esforço no sentindo de recuperar a confiança dos investidores. A lei torna as boas práticas de governança corporativa e os bons princípios éticos obrigatórios, visando garantir ao mercado maior transparência aos resultados das empresas. A Sarbanes Oxley atinge todas as companhias dos EUA e, a partir de 2005, também todas as companhias estrangeiras com ações negociadas no mercado financeiro norte-americano. A rigidez da legislação determinou a necessidade de muitas companhias em reavaliarem suas estruturas para adotarem as novas regras estabelecidas. Além da exigência de maior transparência contábil, as companhias foram pressionadas a adotarem estratégias competitivas de criação de valor e maior crescimento e participação de mercado. A Sarbanes Oxley agrupa diversas medidas visando à criação e aperfeiçoamento dos controles internos, administrativos, de auditoria e de risco das empresas. É objetivo principal da SOX, com esses procedimentos, inibir toda e qualquer prática lesiva aos interesses dos acionistas, como expô-los a riscos mais elevados. Em essência, a lei impõe maiores responsabilidades aos executivos das empresas, introduz práticas mais exigentes de auditoria, contabilidade e governança corporativa, institui punições severas contra fraudes corporativas e dispensa maior autonomia ao segmento de auditoria. A SOX no Brasil se aplica às companhias que tenham ações (e outros valores mobiliários) negociadas no mercado de capitais dos EUA. Apesar de inicialmente restrita aos EUA, a lei Sarbanes Oxley atende aos interesses de todas as economias, prevendo-se sua ampla adoção pelos mercados de capitais globais. 14
15 5. Acordo de Basileia O Acordo de Basileia foi originalmente assinado em 1988 pelos dez maiores bancos centrais do mundo e previa forte adequação do capital dos bancos em todo o mundo ao novo ambiente dos mercados financeiros. Apesar do documento firmado ser apenas um tratado de intenções aos bancos centrais, signatários desse documento conseguiram transformar em leis, em seus respectivos países, as recomendações firmadas. A preocupação maior que norteou o Acordo de Basiléia, ao propor um ajuste no capital próprio dos bancos na proporção de suas aplicações, era de privilegiar a solvência das instituições financeiras e a estabilidade do sistema financeiro internacional. Outro objetivo perseguido por esse acordo era o de criar referências comparativas internacionais. Por exemplo, instituições de um país operavam com forte alavancagem (alta participação de capital de terceiros), enquanto as de outro país mantinham elevada participação de capital próprio, induzindo a um desnivelamento competitivo entre as instituições. 15
16 Anotações 16
17 Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, São Paulo SP Brasil Tel: (55 11)
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