por Mário Sérgio Ribeiro Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "por Mário Sérgio Ribeiro Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública."

Transcrição

1 Análise comparativa entre as metodologias de monitoramento da infestação do Aedes aegypti, associadas à transmissão de dengue nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro por Mário Sérgio Ribeiro Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública. Orientadora principal: Prof.ª Dr.ª Nildimar Honório Rocha Segunda orientadora: Prof.ª Dr.ª Cláudia Torres Codeço Rio de Janeiro, julho de 2013

2 Esta dissertação, intitulada Análise comparativa entre as metodologias de monitoramento da infestação do Aedes aegypti, associadas à transmissão de dengue nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro apresentada por Mário Sérgio Ribeiro foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros: Prof. Dr. Oswaldo Gonçalves Cruz Prof.ª Dr.ª Andréa Sobral de Almeida Prof.ª Dr.ª Nildimar Honório Rocha Orientadora principal Dissertação defendida e aprovada em 31 de julho de 2013.

3 Catalogação na fonte Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica Biblioteca de Saúde Pública R484 Ribeiro, Mário Sérgio Análise comparativa entre as metodologias de monitoramento da infestação do Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera:Culicidae) associadas à transmissão de dengue nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro. / Mário Sérgio Ribeiro xii,93 f. : il. ; tab. ; graf. ; mapas Orientador: Rocha, Nildimar Honório Codeço, Cláudia Torres Dissertação (Mestrado) Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, Dengue - epidemiologia. 2. Dengue transmissão. 3. Aedes. 4. Controle de Mosquitos - métodos. I. Título. CDD - 22.ed

4

5 Agradecimentos Em primeiro lugar, agradeço a Deus pela oportunidade de ter uma família que me apoia e me sustenta com amor, carinho e compreensão. À minha querida e amada esposa Céia Ribeiro, pelo seu incondicional apoio e incentivo em todos os momentos da minha vida, não me negando carinho, compreensão e paciência, principalmente durante esses dois anos de curso. À Drª. Nildimar Honório, minha orientadora, pela dedicação persistente com que me motivou durante a elaboração deste trabalho, sempre incansável nas atividades de campo e correções textuais, paciente nas minhas dificuldades, proferindo palavras de carinho e compreensão. À Drª. Cláudia Codeço, minha segunda orientadora, pelo apoio incondicional e fundamental nas análises estatísticas e aprimoramento textual. À subsecretária de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Drª Hellen Miyamoto, pela indicação, autorização e compreensão nos momentos de ausência no trabalho, para dedicar-me aos estudos. Aos colegas de turma, que compartilharam comigo suas potencialidades, amizade e incentivo durante os momentos em que passamos juntos em sala de aula, nas reuniões para estudo e elaboração dos trabalhos em grupo, e, sobretudo, pela oportunidade de tê-los conhecido. À minha querida amiga Cristina Giordano, pela amizade e colaboração e paciência com todos os colegas de turma. Aos profissionais do programa de controle da dengue dos municípios de Itaboraí e Guapimirim, em especial ao Raul, Franklin e Nilton, pela inestimável colaboração na execução das atividades de campo, bem como na disponibilização das informações que foram imprescindíveis para a qualidade deste trabalho. Aos profissionais do Laboratório de Transmissores de Hematozoários (LATHEMA/IOC) e Núcleo de Apoio às Pesquisas em Vetores (NAPVE), em especial ao Célio Pinel e Marcos Pereira, pela participação nas atividades de iii

6 campo, organização e disponibilização do material para as coletas de campo e identificação do material coletado e auxílio na tabulação dos resultados. Aos amigos da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, pelo apoio, incentivo, amizade e dedicação durante as atividades de campo e pelas informações e suporte técnico dispensado para subsidiar a elaboração deste trabalho. A todos os professores, que ao longo do curso, dispensaram, com dedicação e empenho, seus conhecimentos em benefício de todos os alunos, para facilitarlhes o aprendizado e consequente aplicação em serviço. À Drª. Andréa Sobral, pela participação na elaboração da análise espacial e por aceitar participar da banca de qualificação do projeto e da banca examinadora do trabalho final. Ao Dr. Oswaldo Gonçalves Cruz, pela participação na banca de qualificação e na banca examinadora e pela criteriosa análise e contribuições ao texto final. Aos demais membros da banca examinadora, Drª. Marilia Sá Carvalho e Drª. Tamara Nunes Lima Câmara, pelas contribuições ao texto final. Ao Dr. Giovanini Evelim Coelho, pela participação como convidado, representando o Programa Nacional de Controle da Dengue/MS e pelas contribuições no aprimoramento do texto final. Ao amigo Waldemir Vargas pelas contribuições na elaboração da análise espacial dos dados. À coordenação do curso em especial aos Drs. Luciano Toledo, Paulo Sabroza, André Perissé e a sempre atenciosa Lidia Vidal, pela competência, tolerância, pelo rigor e pela capacidade de mobilizar e motivar a todos os alunos, nos proporcionando o cumprimento de nossas obrigações com oportunidade e zelo ao longo de todo o curso. iv

7 Sumário Resumo 01 Abstract Introdução Dengue Dengue no Brasil e Rio de Janeiro Itaboraí e Guapimirim: Municípios situados na área de 07 influência do Complexo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro - COMPERJ 1.4. Vetores do dengue Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) e 08 Aedes albopictus (Skuse, 1894) Aedes aegypti vetor primário Aedes albopictus vetor potencial Pesquisas domiciliares para a obtenção dos índices de 10 Stegomyia 1.6. Índices de infestação do Ae. aegypti obtidos a partir de 11 dados produzidos por armadilhas 1.7. Proposta deste estudo Justificativa Objetivos Objetivo Geral Objetivos Específicos Metodologia Delineamento do estudo Comitê de Ética Áreas de estudo Município de Itaboraí Município de Guapimirim Seleção dos estratos do LIRAa Inquérito Entomológico LIRAa Implantação e coleta das ovitrampas Coleta dos mosquitos adultos Análise das atividades operacionais do LIRAa 26 v

8 4.7.Análise dos dados Resultados Caracterização sócio-econômica das áreas de estudo Dados epidemiológicos de Itaboraí e Guapimirim Dados entomológicos LIRAa (Itaboraí) LIRAa (Guapimirim) Monitoramento com Ovitrampas Índices de Positividade da ovitrampa em 42 Itaboraí Índices de Densidade da ovitrampa em 44 Itaboraí Índices de Positividade da ovitrampa em 47 Guapimirim Índices de Densidade da ovitrampa em 49 Guapimirim Aspiração de mosquitos adultos LIRAa x Ovitrampas Análise da distribuição espacial do LIRAa, ovitrampas e 55 captura de mosquitos adultos em Itaboraí 5.5.Análise da distribuição espacial do LIRAa, ovitrampas e 62 captura de mosquitos adultos em Guapimirim 5.6. Análise das atividades operacionais do LIRAa Discussão Considerações finais Conclusões Referências Bibliográficas 83 vi

9 Lista de Figuras, Tabelas e Quadro Figura 1 Mapa da área de abrangência da distribuição do dengue e do Ae. aegypti no mundo. Figura 2 Série histórica do número de casos notificados de dengue no estado do Rio de Janeiro, período de 2002 a Figura 3 Taxa de incidência de casos notificados de dengue /100 mil habitantes, no estado do Rio de Janeiro em Figura 4 Circulação viral dos sorotipos dengue no estado do Rio de Janeiro em Figura 5 Imagem aérea da construção do Pólo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro COMPERJ. Figura 6 Percentual de municípios do estado do Rio de Janeiro que realizaram o LIRAa, em março nos anos de 2009 a 2012, em relação aos IIP. Figura 7 Mapa do município de Itaboraí, localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Fonte: Laboratório de Monitoramento Epidemiológico-ENSP/FIOCRUZ Figura 8 Mapa do município de Guapimirim, localizado na região serrana do Rio de Janeiro. Fonte: Laboratório de Monitoramento Epidemiológico-ENSP/FIOCRUZ Figura 9 Mapa do município de Itaboraí com os 18 estratos do LIRAa, em Fonte: SES-RJ. Figura 10 Mapa do município de Guapimirim com os 4 estratos do LIRAa, em Fonte: DCV/SES-RJ. Figura 11 Foto ilustrativa de uma ovitrampa. Figura 12 Mapa de Itaboraí com a distribuição das ovitrampas na 1ª e 2ª semana de coletas (círculos pretos) e nos imóveis onde o LIRAa foi realizado (triângulo rosa). Figura 13 Mapa de Guapimirim com a distribuição das ovitrampas na 1ª e 2ª semana de coletas (círculos pretos) e nos imóveis onde o LIRAa foi realizado (triângulo rosa). Figura 14 Foto ilustrativa do aspirador movido à bateria, que foi utilizado na coleta de mosquitos adultos. vii

10 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Mapa com a distribuição dos imóveis onde os mosquitos adultos foram coletados com os aspiradores movidos à bateria, nos meses de agosto e outubro de 2012, nos municípios de Guapimirim e Itaboraí, Rio de Janeiro. Porcentagem de domicílios com cobertura dos serviços de água, esgoto e coleta de lixo no município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Fonte: IBGE Porcentagem de domicílios com cobertura dos serviços de água, esgoto e coleta de lixo no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Fonte: IBGE Taxa de incidência de casos notificados de dengue, por semana epidemiológica, nos municípios de Guapimirim, Itaboraí e estado do Rio de Janeiro, no ano de 2012 e nas semanas epidemiológicas de 1 a 23, no ano de Fonte: SINAN/SES- RJ. Classificação dos estratos de acordo com o LIRAa realizado nos meses de março (a), maio (b), agosto (c) e outubro (d) de 2012, no município de Itaboraí. Fonte: SES-RJ. Classificação dos estratos de acordo com o LIRAa realizado nos meses de março (a), agosto (b) e outubro (c) de 2012, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Fonte: SES-RJ. Proporção de Ae. aegypti e Ae. albopictus em cinco bairros de Itaboraí, nos meses de março, maio, agosto e outubro de Proporção de Ae. aegypti e Ae. albopictus em cinco bairros de Guapimirim, nos meses de agosto e outubro de Índice de Positividade de Ovos (IPO) obtido no monitoramento por ovitrampas realizado em março, maio, agosto e outubro de 2012, Itaboraí, Rio de Janeiro. Índice de Positividade de Ovos nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de março, maio, agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Itaboraí, Rio de Janeiro. Índice de Densidade de Ovos (IDO) obtido no monitoramento por ovitrampas realizado em março, maio, agosto e outubro de 2012, viii

11 em bairros de Itaboraí, Rio de Janeiro. Figura 26 Índice de Densidade de Ovos (IDO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de março, maio, agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Itaboraí, Rio de Janeiro. Figura 27 Correlação linear de Pearson entre IDO e IPO da 1ª e 2ª semanas, em 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Figura 28 Índice de Positividade de Ovos (IPO) obtido no monitoramento por ovitrampas realizado em agosto e outubro de 2012, Guapimirim, Rio de Janeiro. Figura 29 Índice de Densidade de Ovos (IDO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Guapimirim, Rio de Janeiro. Figura 30 Índice de Densidade de Ovos (IDO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Guapimirim, Rio de Janeiro. Figura 31 Índice de Densidade de Ovos (IDO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Guapimirim Rio de Janeiro. Figura 32 Correlação linear de Pearson entre IDO e IPO da 1ª e 2ª semanas, Guapimirim Figura 33 Índice de Positividade de Adultos (IPA) de Ae. aegypti (a) e Ae. albopictus (b) nas coletas realizadas nos meses de agosto e outubro de 2012, por bairro, no município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Figura 34 Índice de Positividade de Adultos (IPA) de Ae. aegypti (a) e Ae. albopictus (b) nas coletas realizadas nos meses de agosto e outubro de 2012, por bairro, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Figura 35 Mapa com delimitação dos estratos e identificação dos Índices de Infestação Predial, aferidos durante o LIRAa, nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. Figura 36 Mapa com delimitação dos estratos e identificação dos Índices de ix

12 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Figura 40 Figura 41 Figura 42 Figura 43 Infestação Predial, aferidos durante o LIRAa, no mês de agosto de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. Número médio de ovos coletados na 1ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Número médio de ovos coletados na 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Número médio de ovos coletados na 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Número médio de ovos coletados na 1ª e 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado e na 2ª semana onde o LIRAa foi realizado, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa no mês de agosto de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Distribuição espacial de adultos de Ae. aegypti e Ae. albopictus, capturados na semana após a realização do LIRAa, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante o LIRAa de 2012, no município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Mapa com delimitação dos estratos e identificação dos Índices de Infestação Predial, aferidos durante o LIRAa, nos meses de agosto e outubro de 2012, em Guapimirim Rio de Janeiro. Número de ovos coletados na 1ª e 2ª semanas, nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado, e na 2ª semana onde o LIRAa foi realizado, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de agosto e outubro de 2012, no município de Guapimirim, Rio de x

13 Figura 44 Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Janeiro. Distribuição espacial de adultos de Ae. aegypti e Ae. albopictus, capturados na semana após a realização do LIRAa, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante o LIRAa de 2012, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Descrição de cada estrato do LIRAa de março de 2012, contendo informações dos bairros, número de quarteirões e imóveis, nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro. População e casos notificados de dengue em Itaboraí e Guapimirim, no período de 2002 a 2013 (até a 23ª semana epidemiológica). Descrição dos índices de infestação predial, índice de Breteau e depósitos predominantes aferidos pelo LIRAa nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, nos municípios de Itaboraí e Guapimirim. Fonte: SES-RJ. Número total de ovos de Aedes e porcentagem de Ae. aegypti e Ae. albopictus coletados nas ovitrampas nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Medidas descritivas dos resultados das coletas de ovos de Aedes em cinco bairros de Itaboraí, nos meses de março, maio, agosto e outubro de Número total de ovos e porcentagem de Ae. aegypti e Ae. albopictus coletados nas ovitrampas nos meses de agosto e outubro de 2012, município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Medidas descritivas dos resultados das coletas de ovos de Aedes em cinco bairros de Guapimirim, nos meses de agosto e outubro de Índices de positividade e de densidade de ovos de Aedes nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012 no município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Índices de positividade e de densidade de ovos de Aedes nos meses de agosto e outubro de 2012 no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. xi

14 Tabela 10 Comparação entre ovitrampas positivas e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados, por bairro, nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. Tabela 11 Comparação entre ovitrampa positiva e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. Tabela 12 Comparação entre ovitrampas positivas e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados, por bairro, nos meses de agosto e outubro de 2012, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Tabela 13 Comparação entre ovitrampas positivas e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados, nos meses de agosto e outubro de 2012, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Quadro 1 Roteiro de observação do planejamento e execução do LIRAa, utilizado nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro. xii

15 RESUMO O dengue é considerado a mais importante doença viral transmitida por mosquitos ao homem e apresenta-se de forma endêmica no estado do Rio de Janeiro. Aedes aegypti, vetor primário do dengue, está amplamente associado às atividades antrópicas, que disponibilizam sítios de oviposição artificiais e permitem a manutenção da sua infestação em áreas urbanas. O monitoramento dos níveis de infestação do Ae. aegypti é feito através de pesquisas larvárias domiciliares, com posterior construção de índices de infestação predial e Breteau. Atualmente, um componente das ações de vigilância em dengue é o Levantamento de Índice Rápido do Ae. aegypti LIRAa. Embora, seja considerado um método rápido para estimar o nível de infestação do Ae. aegypti, sua estratégia tem sido muito questionada. O presente estudo avaliou o LIRAa e comparou-o com indicadores de positividade da ovitrampa (IPO) e a proporção de adultos de Ae. aegypti, além de densidade de ovos de Aedes (IDO) em dois municípios do Rio de Janeiro. O inquérito entomológico foi realizado durante quatro ciclos do LIRAa em Itaboraí e dois ciclos em Guapimirim. Para tal, em cinco bairros de cada município, foram implantadas 200 ovitrampas distribuídas nos quarteirões e imóveis onde o LIRAa foi realizado, além da aspiração de adultos em 10 imóveis do LIRAa. Observações sobre a operacionalização do LIRAa foram obtidas em cada município. Como resultados, observou-se que o LIRAa apresentou baixa capacidade de detecção do Ae. aegypti em Itaboraí. Diferenças de mais de 22% em Itaboraí e mais de 10% em Guapimirim foram observadas entre imóveis com ovos de Ae. aegypti e imóveis com a presença de larvas e/ou pupas de Ae. aegypti. Diferenças dos IPO e IDO foram observadas quando comparados os resultados entre as coletas das duas semanas, porém com tendência de semelhança entre as coletas realizadas dentro da mesma semana. Correlações significativas foram observadas entre IPO e IDO em Itaboraí e Guapimirim. Observou-se grande variabilidade na produtividade de ovos de Aedes dentre os bairros estudados, em Itaboraí de 11,07 ± 23,68 a 32,47 ± 70,56 ovos/ armadilha, porém em Guapimirim a variabilidade foi menor, de 8,7 ± 23,2 a 18,1 ± 57,5 ovos/armadilha. O mês de maio apresentou-se com maior número de ovos coletados e também o mês com maiores índices de infestação aferidos pelo LIRAa, e Ae. aegypti foi a espécie mais frequente em ambos os municípios comparado com Ae. albopictus. Um total de 87 Ae. aegypti adultos foram capturados em 32 imóveis de Itaboraí, com índices de positividade que variaram de 10 a 80%. Já em Guapimirim foram coletados 58 Ae. aegypti distribuídos em 20 imóveis. Nossos resultados em relação à análise do padrão espacial do número de ovos de Aedes, revelaram alta densidade em estratos onde o LIRAa apresentou índices de infestação predial entre <1 e 4%, apontando para a presença e elevadas densidades do Ae. aegypti, mesmo em estratos onde o LIRAa apresenta situação satisfatória ou de alerta. Os resultados da avaliação do planejamento e execução do LIRAa evidenciaram a necessidade de atualização das bases cartográficas, qualificação profissional dos agentes de saúde e uniformidade na estratificação dos estratos do LIRAa. Esse trabalho aponta para a necessidade e viabilidade de se executar estratégias integradas de monitoramento da infestação do Ae. aegypti e subsidiar as ações de intervenção para essa grave doença que acomete nossa população, o dengue. Palavras-chave: Dengue, Ae. aegypti, LIRAa, metodologias alternativas. 1

16 ABSTRACT Currently, dengue is considered the most important mosquito-borne human viral disease and is endemic in the state of Rio de Janeiro. Aedes aegypti, the primary vector in the state, is commonly associated with anthropogenic activities, which provide artificial oviposition sites and allow for the maintenance of its infestation in urban areas. Monitoring of Ae. aegypti infestation levels is conducted using immature and adult forms, with subsequent construction of infestation rates and Breteau index. Today, a component of dengue surveillance includes the Ae. aegypti infestation index rapid survey (LIRAa). Although considered a rapid method for estimating the level of Ae. aegypti infestation, the usage of this strategy remains questionable. The present study evaluated LIRAa and compared this index with the ovitrap positive index (OPI), the proportion of Ae. aegypti adults and egg density index (EDI) in two municipalities of Rio de Janeiro, Itaborai and Guapimirim. The entomological survey was conducted for four LIRAa cycles in Itaboraí and two cycles in Guapimirim. For this study, in five districts of each municipality, 200 ovitramps were distributed in blocks and buildings where LIRAa had been previously performed and the aspiration of adults were conducted in 10 buildings where LIRAa had also been performed. LIRAa management strategies and results were obtained for each municipality. For the comparison between LIRAa and ovitramp results, LIRAa was shown to present low Ae. aegypti detection capacity in Itaborai. Differences of more than 22% in Itaboraí and more than 10% in Guapimirim were observed between buildings with Ae. aegypti eggs and properties with the presence of larvae and/or pupae of Ae. aegypti. Differences in OPI and EDI were found when comparing results between the two collection weeks, but tended to be similar between collections of the same week. Significant correlations were observed between OPI and EDI in Itaboraí and Guapimirim. Large variability was demonstrated in the productivity of Aedes eggs among the districts studied. In Itaboraí, there were ± to ± eggs/trap and in Guapimirim the variability was smaller, with ± 8.7 ± 57.5 eggs/trap. The month of May presented the highest number of eggs collected and also represented the month with the highest rates of infestation standardized by LIRAa. Aedes aegypti was the most frequently observed species in both municipalities when compared with Ae. albopictus. A total of 87 Ae. aegypti adults were captured in 32 buildings of Itaboraí, with positivity rates ranging from 10% to 80%. In Guapimirim, the 58 collected Ae. aegypti were distributed among 20 buildings. Spatial pattern analysis of Aedes egg counts revealed a high density in strata where LIRAa presented infestation rates between <1% and 4%, highlighting the presence and high densities of Ae. aegypti even in strata where LIRAa presents as a satisfactory or alert situation. Our results suggest the need for evaluation of LIRAa planning and execution, updating of cartographic databases, professional training of health workers and uniformity in the stratification of LIRAa layers. This work also points to the need for integrated strategies for monitoring Ae. aegypti infestation and subsidized dengue entomological surveillance. Keywords: Dengue, Ae. aegypti, LIRAa, alternative methodologies. 2

17 1. INTRODUÇÃO 1.1. Dengue O dengue é atualmente considerado a mais importante arbovirose transmitida por mosquitos ao homem, em função da sua morbidade e mortalidade (Gubler & Kuno 1997). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência global do dengue cresceu exponencialmente nas últimas décadas. As estimativas sugerem que poderão ocorrer de 50 a 100 milhões de casos anuais de dengue, ocasionando aproximadamente a casos de febre hemorrágica e mortes/ ano em todo o mundo (OMS 1997, 2012, Halstead 2008). É caracterizado como uma doença infecciosa aguda causada por vírus (DENV), de genoma RNA, pertencente à família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus. Até o momento, são conhecidos quatro sorotipos antigenicamente distintos, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 (Gubler 1998, Halstead 2008). Os sorotipos do vírus dengue estão presentes em vários países tropicais e subtropicais (Gubler & Kuno 1997) (Figura 1). São transmitidos aos seres humanos por mosquitos do gênero Aedes. A principal espécie vetora é o Aedes aegypti (Christophers 1960, Consoli & Lourenço-de- Oliveira 1994). Figura 1. Mapa da área de abrangência da distribuição do dengue e do Ae. aegypti no mundo. As linhas azuis definem os limites da área tropical e subtropical. Fonte: OMS

18 1.2. Dengue no Brasil e no Rio de Janeiro Surtos e notificações comparáveis ao dengue são registrados no Brasil desde o século XIX, nos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul (Meira 1916, Mariano 1917, Figueiredo et al. 2000). Várias décadas se passaram até a ocorrência de novo registro de dengue no Brasil. Durante os anos de 1981 e 1982, em Boa Vista, Roraima, foram isolados os vírus DENV-1 e DENV-4 durante uma epidemia com 11 mil casos notificados de dengue, os quais ficaram restritos à cidade de Boa Vista (Osanai et al. 1983). Embora medidas de controle e prevenção contra o Ae. aegypti tenham sido implementadas em Roraima, quatro anos depois, o estado do Rio de Janeiro registrou sua primeira epidemia causada pelo vírus DENV-1 (Schatzmayr et al. 1986). A partir desse episódio, a doença se disseminou para outras regiões do país, sendo considerado um grave problema de saúde pública e de extrema relevância para as autoridades no âmbito nacional (Nogueira et al. 1999). Após a entrada do vírus DENV-1 no Rio de Janeiro em 1986, sucederam-se vários episódios com a entrada de novos sorotipos, o que ocorreu em 1990 com a entrada do vírus DENV-2 (Nogueira et al. 1990) e DENV-3 em dezembro de 2000 (Nogueira et al. 2001, Lourenço-de-Oliveira et al. 2002), ambos na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro e, posteriormente, a reemergência do DENV-4 no Brasil (MS Nota Técnica 2010) e introdução, em 2011, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro (Nogueira & Eppinghaus 2011). A Figura 2 apresenta a série temporal do número de casos notificados de dengue no estado do Rio de Janeiro desde 2002 até a 23ª semana epidemiológica de 2013 (de 01/01 a 08/06). 4

19 Casos notificados de dengue Nº casos Figura 2. Série histórica do número de casos notificados de dengue no estado do Rio de Janeiro, período de 2002 a Fonte: SES-RJ/2013. Hoje, os sorotipos DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 circulam simultaneamente no Rio de Janeiro, o que reforça este estado como o mais receptivo para introdução e disseminação de novos sorotipos de dengue no Brasil (Honório et al. 2009a). Com efeito, os anos considerados epidêmicos (2002, 2008, 2011 e 2012) foram precedidos pela introdução de um novo sorotipo viral, como, por exemplo, DENV-3, isolado em dezembro 2000, e DENV-4, em 2011, ou houve reintrodução de um sorotipo após um determinado período sem ser detectado, como, por exemplo, DENV-2, em 2007/2008, e DENV-1, em 2011 (SES-RJ 2012). Durante o período de estudo, em 2012, foram notificados casos notificados de dengue, com 41 óbitos confirmados, o que possibilitou a caracterização desse ano como o terceiro ano com o maior número de casos, superando o ano de Acredita-se que a intensa transmissão do dengue, nos anos de , se estabeleceu pela presença predominante do DENV-4, detectado no estado, na cidade de Niterói (Nogueira & Eppinghaus 2011). A Figura 3 apresenta a distribuição da taxa de incidência de dengue por habitantes no estado do Rio de Janeiro em 2012, um dos anos considerados epidêmicos. Adicionalmente, é importante ressaltar que o DENV- 4 também foi isolado em outros 22 municípios do estado do Rio de Janeiro, dentre eles, o município de Itaboraí (SES-RJ 2012) (Fig. 4). 5

20 Figura 3. Taxa de incidência de casos notificados de dengue/ 100 mil habitantes, no estado do Rio de Janeiro em Em destaque o município de Itaboraí. Fonte: SINAN/GDTVZ/SES-RJ. Figura 4. Circulação viral dos sorotipos dengue no estado do Rio de Janeiro em Fonte: SES/RJ. 6

21 1.3. Itaboraí e Guapimirim: Municípios situados na área de influência do Complexo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro - COMPERJ Em 2006, o município de Itaboraí foi escolhido para sediar o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), considerado um dos maiores empreendimentos industriais do mundo, onde serão produzidos derivados de petróleo e produtos petroquímicos. O COMPERJ está em construção em uma área de 45 km², o que equivale a 10,5% da área de Itaboraí, o qual será constituído por uma refinaria e unidades geradoras de produtos petroquímicos e um Arco Metropolitano, que ligará Itaboraí ao Porto de Itaguaí, atraindo indústrias para as esferas municipais da região (Fig. 5) (http//. Acredita-se que a construção do Pólo Petroquímico poderá transformar a paisagem urbana de Itaboraí passando a ser um dos maiores centros de geração de emprego e renda do Rio de Janeiro. Sabe-se que o empreendimento será construído na mesma região do Macacu, onde outrora existiu a Vila de Santo Antônio de Sá, que foi responsável, no século XIX, pela formação de diversos municípios fluminenses, como Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Tanguá, Rio Bonito, Maricá e Itaboraí (Prefeitura do Município de Itaboraí 2012). De fato, a construção do COMPERJ pode favorecer uma transformação do perfil socioeconômico da região, além da ocorrência de impactos sobre o ambiente biológico, produzidos pela construção e operação do empreendimento, o que causará importantes mudanças relacionadas com a qualidade ambiental e o perfil das doenças veiculadas por vetores como, por exemplo, o dengue. Além de Itaboraí, outros municípios sofrem o impacto do COMPERJ, como o município de Guapimirim, através de mudanças na paisagem urbana da cidade. Cabe ressaltar que as alterações no ambiente urbano podem propiciar aumento da densidade do Ae. aegypti em áreas consideradas de baixa infestação ou até mesmo a presença em áreas antes indenes. 7

22 Figura 5. Imagem aérea da construção do Pólo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro COMPERJ. Foto: Frederico Bailoni (site Vetores do dengue Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes albopictus (Skuse, 1894) O Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes albopictus (Skuse, 1894) são espécies do subgênero Stegomyia, originadas da região da Etiópia e Ásia, respectivamente, que se dispersaram para fora de sua área zoogeográfica, adaptando-se às condições de outras regiões, incluindo o Brasil. (Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994) Aedes aegypti vetor primário Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) é um mosquito originário da África, tendo sido descrito pela primeira vez no Egito. Ao longo do tempo, acompanhou o homem em sua migração pelo mundo e, hoje, é considerado um mosquito cosmopolita (Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994). Aedes aegypti foi introduzido no Brasil durante o período colonial, provavelmente através do tráfico de escravos. Por ser também vetor da febre amarela, foi intensamente combatido e erradicado em nosso território em Uma reinvasão do Aedes aegypti em território brasileiro ocorreu no final da década de 60, quando após campanhas de controle foi novamente considerado erradicado. Porém, a partir de 1976, o Ae. aegypti reiniciou sua expansão no Brasil, provavelmente a partir do litoral. Hoje em dia, essa espécie é encontrada em todos os estados do 8

23 Brasil, sendo considerado o principal vetor dos quatro sorotipos do vírus dengue circulantes em território brasileiro (Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994, Lourenço-de-Oliveira et al. 2002, Nogueira et al. 2001, Teixeira et al. 2002). Aedes aegypti está associado a ambientes urbanos e suburbanos, onde há elevada concentração populacional humana e alta concentração de residências (Braks et al. 2003, Lima-Camara et al. 2006). Com efeito, sua distribuição pelo mundo se deu de forma passiva, sendo o homem o principal responsável por sua disseminação, tornando a espécie presente no domicílio e peridomicílio, onde encontrou condições favoráveis para a sua permanência e proliferação, provavelmente devido à oferta abundante de criadouros produzidos e por seu comportamento antropofílico (Christophers, 1960). Aedes aegypti apresenta alta antropofilia, alimentando-se com elevada frequência do sangue humano, demonstrando assim sua importância na transmissão do vírus dengue ao homem (Scott et al. 1993, Hoeck et al. 2003). As fêmeas de Ae. aegypti colocam seus ovos em criadouros artificiais, como pneus usados, garrafas, latas, potes, vasos de plantas e reservatórios de água destampados como caixas d água, cisternas e tonéis contendo água parada (Christophers 1960, Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994) Aedes albopictus - vetor potencial O Ae. albopictus é uma espécie oriunda da Ásia, onde atua como vetor primário do vírus dengue em diversos países (Hawley 1988, Gratz 2004, Ponlawat & Harrington 2005). Sua descrição original foi feita na Índia e, assim como o Ae. aegypti, é encontrado em áreas tropicais e temperadas (Hawley 1988). No Brasil, o Ae. albopictus foi primeiramente encontrado na década de 1980, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Aos poucos, foi invadindo estados vizinhos, como Espírito Santo e São Paulo (Gomes & Marques 1988, Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994). Aedes albopictus também apresenta sua distribuição associada à presença humana. Entretanto, é um mosquito que também ocupa ambientes urbano, suburbano e rural e, diferentemente de Ae. aegypti, tem maior frequência nos locais de menor concentração humana e maior cobertura vegetal (Hawley 1988, Braks et al. 2003, Honório et al. 2009b). No Brasil, Ae. 9

24 albopictus é considerado vetor potencial do dengue (Schatzmayr et al. 2000) e trata-se de um mosquito que, frequentemente, é capturado no lado de fora das casas, preferindo o peridomicílio ao intradomicílio (Lima-Camara et al. 2006). Quanto à alimentação, Ae. albopictus é considerado eclético, podendo se alimentar do sangue de outros vertebrados, além do homem (Niebylski et al. 1994), além de utilizar criadouros artificiais produzidos pelo homem, como o Ae. aegypti (Honório et al. 2006), também utiliza os criadouros naturais, como bromélias, internódios de bambu, formados por depressões em plantas, encontrados no peridomicílio e vegetações distantes do ambiente domiciliar (Hawley 1988, Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994, Marques et al. 2001) Pesquisas domiciliares para a obtenção dos índices de Stegomyia Os índices utilizados na vigilância entomológica, visando avaliar os níveis de infestação do Ae. aegypti são conhecidos como índices de Stegomyia (revisado por Focks 2003). Alguns dos índices de Stegomyia mais empregados são o índice de infestação predial (IIP) e o índice de Breteau (IB). O primeiro deles - IIP - é definido como o percentual de imóveis positivos para imaturos de Ae. aegypti em uma dada localidade, enquanto o segundo - IB - quantifica o número de recipientes contendo larvas de Ae. aegypti por 100 imóveis pesquisados. Tradicionalmente, durante os inquéritos para a determinação destes índices, um agente inspeciona um em cada 10 imóveis ou mais, de uma rua e quarteirão (Focks et al. 2000). Estes índices consideram tanto o imóvel quanto o recipiente positivo independentemente do número de imaturos neles encontrados. Com efeito, existem múltiplos fatores envolvidos na transmissão do dengue que não são totalmente cobertos por estes indicadores, como, por exemplo, a medida da abundância do adulto fêmea e a estimativa do risco de transmissão do dengue. O Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti - LIRAa, é um método de amostragem cujo objetivo principal é a obtenção de indicadores entomológicos de maneira rápida. No LIRAa é empregada uma técnica de amostragem randômica na qual uma unidade de amostra corresponde a ou imóveis. Na amostragem randômica do LIRAa, 450 imóveis de uma localidade são sorteados e visitados pelos agentes de endemias. Durante a 10

25 % de municípios inspeção, os imóveis são vistoriados para a busca de larvas ou pupas de Ae. aegypti e, em seguida, são calculados os índices de IIP e IB (Coelho et al. 2008). De acordo com as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (MS 2009), os parâmetros para definição de risco de um município, considerando o indicador do LIRAa, o Índice de Infestação Predial IIP, são os seguintes: IIP < 1% = satisfatório; IIP > 1% e < 4% = alerta; > 4% = alto risco. Esses parâmetros são representados em mapas ou gráficos pelas cores verde, nível satisfatório, amarelo, representando o nível de alerta, e vermelho, o nível de alto risco. A Figura 6 apresenta a porcentagem de municípios do estado do Rio de Janeiro que realizaram o LIRAa (IIP) do mês de março nos anos de 2009 a < 1% > 1% < 4% > 4% Figura 6. Percentual de municípios do estado do Rio de Janeiro que realizaram o LIRAa do mês de março nos anos de 2009 a 2012, em relação aos IIP. Fonte: SES- RJ Índices de infestação do Ae. aegypti obtidos a partir de dados produzidos por armadilhas Visando aperfeiçoar e facilitar o processo de monitoramento da infestação do Ae. aegypti, métodos de captura utilizando armadilhas têm sido desenvolvidos para a captura tanto de formas imaturas quanto de adultos de 11

26 Ae. aegypti. Vários métodos e armadilhas inovadores e tradicionais têm sido propostos e empregados. O monitoramento baseado nas coletas de formas imaturas, as ovitrampas foram pioneiras neste sentido. A utilização da ovitrampa como ferramenta para detectar a presença do Ae. aegypti foi primeiramente proposta por Fay & Perry (1965), que demonstraram que o uso dessa armadilha de ovos era um método mais sensível do que a pesquisa larvária para o levantamento de índices de infestação (índices de positividade e de densidade de ovos de Aedes). Hoje, índices calculados a partir de ovitrampas são utilizados para estimar a distribuição dos vetores do dengue, bem como a densidade populacional de Ae. aegypti em áreas infestadas (Gomes 1998). O uso da ovitrampa vem ocorrendo na vigilância indireta das populações adultas de Ae. aegypti, além de representar importante instrumento de avaliação e do monitoramento do impacto de certas medidas de controle (Fay & Perry 1965, Braga et al. 2000). Por outro lado, iniciativas mais recentes sugerem o uso de armadilhas para adultos (MosquiTrap, Adultrap, BG-Sentinel, dentre outras), que teriam a vantagem de estimar diretamente essa população (Fávaro et al. 2006, Gomes et al. 2007, Honório et al. 2009a) Proposta deste estudo Planejou-se avaliar a metodologia que estabelece os indicadores entomológicos que subsidiam o rumo das ações a serem desencadeadas no âmbito federal, estadual e municipal. São 3 os indicadores entomológicos usados pelos órgãos de vigilância, aferidos pelo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti-liraa, a saber: o índice de infestação predial-iip, o Índice de Tipo de Recipiente-ITR, e o Índice de Breteau-IB. O Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti, o LIRAa, avalia primeiramente o nível de infestação do Ae. aegypti nos imóveis de uma determinada área, definida como estrato, gerando o Índice de Infestação Predial (IIP). Posteriormente, a proporção de recipientes positivos por tipo de criadouro é avaliada pelo Índice de Tipo de Recipiente (ITR). E finalmente a frequência do tipo de criadouro é verificada através do índice de Breteau (IB). Procurou-se no presente estudo avaliar a concordância entre os indicadores gerados pelo LIRAa e aqueles obtidos por outras metodologias. 12

27 Cabe ressaltar que não há padrão-ouro para mensuração de indicadores de infestação e que, por causa disso, não é possível medir a sensibilidade e valor preditivo do LIRAa. Contudo, sabe-se que a ovitrampa é um dos métodos mais sensíveis de detecção de presença de Ae. aegypti e ao desenvolver esse estudo, partimos do pressuposto de que os índices baseados em ovitrampa seriam relevantes parâmetros de comparação. Por fim, investigamos também a metodologia baseada em captura de adultos, por meio de aspiração, com uso de equipamento específico. Essa metodologia, embora empregada em diversos estudos focais, não é usualmente utilizada para monitoramento em larga escala. Por fim, pretendeu-se discutir aspectos socioambientais, operacionais e gerenciais que podem interferir e influenciar nos resultados finais alcançados, podendo comprometer o planejamento geral no nível local. Essa interferência poderá ser sentida até mesmo em outras instâncias onde são definidas as prioridades quanto ao direcionamento de suporte técnico, físico e financeiro para a execução das ações. Com base nos resultados por nós encontrados, objetivamos ainda apontar e sugerir medidas possíveis para a superação das limitações identificadas durante o estudo. 13

28 2. JUSTIFICATIVA As ações de vigilância em dengue têm um custo alto para o Brasil, com cerca de um bilhão de dólares gastos por ano (Pepin et al. 2013). A execução das ações de vigilância em dengue requer uma série de ações e estratégias integradas, com vistas a minimizar o impacto dessa arbovirose em áreas urbanas e endêmicas do país. Um componente importante das ações de vigilância em dengue é o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti LIRAa, recomendado pelo Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD/MS). Embora seja considerado um método rápido para estimar o nível de infestação do Ae. aegypti, sua estratégia tem sido muito questionada. Um dos questionamentos se refere aos índices larvários, os quais são considerados ineficazes para estimar o risco de transmissão do dengue, por serem de baixa sensibilidade e pouca associação com a população de adultos, responsáveis pela transmissão do dengue. Para ampliar a sensibilidade e o poder de detecção do monitoramento de vetores, propõe-se a combinação dos métodos tradicionais com métodos baseados em armadilhas, que são mais sensíveis e menos custosos, que permitiriam uma amostragem mais frequente da população de vetores para nortear as estratégias de monitoramento da infestação do Ae. aegypti e subsidiar as ações de intervenção do dengue. Sendo assim, a questão iminente é: A metodologia de medição da infestação do Ae. aegypti, baseada na utilização do LIRAa, é considerada um marcador entomológico capaz de definir áreas de maior abundância do Ae. aegypti de forma nortear as intervenções e direcionar as ações de controle do dengue? 14

29 3. OBJETIVOS 3.1. OBJETIVO GERAL Comparar o método atual de Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) para monitoramento de Aedes aegypti com metodologias entomológicas alternativas, visando subsidiar possíveis estratégias de maior precisão às ações de vigilância entomológica nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, no estado do Rio de Janeiro OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Identificar nas áreas urbanas de Itaboraí e Guapimirim fatores socioambientais que podem estar associados à infestação do Ae. aegypti que favorecem sua presença em alta densidade. - Comparar os índices de infestação do Ae. aegypti baseados em armadilhas de oviposição e mosquitos adultos, com os índices de infestação predial aferidos pelo LIRAa. - Mapear a distribuição espacial e temporal do Ae. aegypti e comparar com os índices obtidos no LIRAa. - Descrever os fatores que podem interferir na qualidade das coletas e na produção das informações do LIRAa. 15

30 4. METODOLOGIA 4.1. Delineamento do estudo O trabalho foi desenvolvido nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, localizados nas regiões Metropolitana II e Serrana do estado do Rio de Janeiro, respectivamente. A pesquisa apresentou uma avaliação quali-quantitativa, considerando cada um dos objetivos específicos apresentados. O critério de seleção dos bairros respeitou a sua conformação urbana, onde geralmente ocorre a maioria dos casos notificados de dengue e onde os índices de infestação predial estão acima de 1%, quando comparados aos outros bairros do município Comitê de ética O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP) em 17 de dezembro de 2012, sob número CAEE Áreas de estudo Município de Itaboraí O município de Itaboraí pertence à Região Metropolitana II do estado do Rio de Janeiro e apresenta uma área total de 429,32 km² (Fig. 7). Itaboraí fica aproximadamente a 48 km de distância da capital do Rio de Janeiro, de coordenadas geográficas 22 44' 51" sul, 42 51' 21" oeste e altitude média de 17m em relação ao nível do mar. O município de Itaboraí faz divisa com os municípios de São Gonçalo a oeste, Cachoeiras de Macacu e Guapimirim ao norte, Tanguá a leste e Maricá ao sul. A população estimada é de habitantes (estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/ IBGE ), densidade demográfica de 506,6 hab/ km² e aproximadamente domicílios. A área urbana de Itaboraí é de 98,8%, enquanto a rural é de 1,2% (IBGE, 2010). 16

31 Em sua divisão territorial, o município é constituído por 8 distritos: o 1º distrito corresponde ao Centro, o 2º distrito a Porto das Caixas, o 3º distrito a Itambi, o 4º distrito a Sambaetiba, o 5º distrito a Visconde, o 6º distrito a Cabuçu, o 7º distrito a Manilha e o 8º distrito a região de Pachecos. As principais atividades econômicas de Itaboraí são: serviços, comércio, transporte, comunicação, construção civil, indústria de transformação, apicultura, pecuária, agroturismo, gastronomia e citricultura (IBGE 2010, Prefeitura Municipal de Itaboraí 2012). Figura 7. Mapa do município de Itaboraí, localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Fonte: Laboratório de Monitoramento Epidemiológico-ENSP/FIOCRUZ

32 Município de Guapimirim O município de Guapimirim está localizado na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro e dista da capital do estado cerca de 50 km, apresentando uma área total de km², em um vale formado pela Serra dos Órgãos (Fig. 8). Guapimirim faz limite com os municípios de Teresópolis e Petrópolis ao norte, Itaboraí ao sul, Cachoeiras de Macacu a leste e Magé e fundos da Baía de Guanabara a oeste, de coordenadas geográficas 22º 32' 14" sul, 42º 58' 55" oeste e altitude média de 60m em relação ao nível do mar. Apresenta uma população estimada de habitantes, com densidade demográfica de 142,70 habitantes/ km² distribuída em aproximadamente domicílios. Do total de domicílios do município 96,71% está em área urbana e 3,29% em área rural (IBGE, 2010). O município de Guapimirim foi desmembrado do município de Magé pela Lei Estadual nº 1772, de 21/12/1990, sendo constituído em distrito sede desde 1995 e não apresenta oficialmente divisão distrital (Prefeitura Municipal de Guapimirim 2012). Figura 8. Mapa do município de Guapimirim, localizado na região serrana do Rio de Janeiro. Fonte: Laboratório de Monitoramento Epidemiológico-ENSP/FIOCRUZ

33 4.4. Seleção dos estratos do LIRAa O LIRAa é um método de amostragem que tem como objetivo principal a obtenção de indicadores entomológicos, de maneira rápida. Os critérios para delineamento da amostra do LIRAa em cada município são determinados em função de sua densidade populacional, do número de imóveis e de quarteirões existentes, considerando sempre como unidade primária de amostragem o quarteirão. Em municípios de médio e grande porte, a amostragem é de conglomerados em dois estágios: quarteirões (unidade primária) e imóveis (unidade secundária). Essa forma de amostragem permite menor concentração de imóveis nos quarteirões sorteados, propiciando a divisão dos municípios de médio e grande porte em estratos de, no mínimo, imóveis e de, no máximo, imóveis, sendo o ideal imóveis. Em cada estrato, sorteia-se uma amostra independente de, no máximo, 450 imóveis, número que poderá variar de acordo com o número de imóveis do estrato (MS, 2009). Para a escolha dos estratos e respectivos bairros, foram utilizadas as mesmas áreas definidas no processo de estratificação do LIRAa, limitando-se àquelas no entorno do eixo urbano, onde há maior concentração de imóveis e adensamento populacional, garantindo uma representatividade da área urbana do município. Rotineiramente em Itaboraí, o LIRAa é realizado em 18 estratos (Fig. 9). Para o atual estudo, foram selecionados os estratos 2, 3, 16 e 17, que correspondem aos bairros do Centro, Outeiro das Pedras, Rio Várzea, Areal e Venda das Pedras. Em Guapimirim, o LIRAa é realizado em 4 estratos urbanos (Fig. 10). Para o presente estudo, foi selecionado o estrato 1, que inclui os bairros do Capim, Centro, Parada Modelo, Jardim Modelo e Quinta Mariana. A Tabela 1 apresenta a descrição de cada estrato com o número de quarteirões, imóveis e os bairros correspondentes. 19

34 Figura 9. Mapa do município de Itaboraí com os 18 estratos do LIRAa, em Fonte: SES-RJ. Figura 10. Mapa do município de Guapimirim com os 4 estratos do LIRAa, em Fonte: SES-RJ. 20

35 Tabela 1. Descrição de cada estrato do LIRAa de março de 2012, contendo informações dos bairros, número de quarteirões e imóveis, nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro. ITABORAI Nº. do estrato Nome dos bairros Nº. quarteirões Nº. imóveis 16 Areal Centro Outeiro das Pedras Rio Várzea Venda das Pedras GUAPIMIRIM Capim 52 Centro Jardim Modelo Parada Modelo 16 Quinta Mariana Inquérito entomológico Em Itaboraí, foram realizados quatro inquéritos entomológicos pelas equipes de vigilância entomológica nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, enquanto em Guapimirim foram realizados dois inquéritos nos meses de agosto e outubro de 2012, concomitantes à realização do LIRAa. Nesses inquéritos, foram obtidos índices de infestação de formas imaturas e adultas de mosquitos do gênero Aedes, por meio do LIRAa (índices de infestação predial), de armadilhas de oviposição (índices de positividade e de densidade de ovos de Aedes) e de aspiração de mosquitos adultos (proporção de Ae. aegypti e Ae. albopictus). Todas as atividades de campo foram realizadas uma semana antes, durante e após a execução do LIRAa realizado pelas equipes de vigilância entomológica do município. 21

36 LIRAa Como é rotina durante a vigilância entomológica realizada pela autoridade municipal a cada ciclo do LIRAa, em cada estrato são sorteados os quarteirões que serão incluídos na pesquisa domiciliar. Durante a semana de execução do LIRAa, o agente de saúde visitou os imóveis selecionados em busca de criadouros contendo formas imaturas de Ae. aegypti e Ae. albopictus, respeitando um percentual de 50% do total de imóveis de cada quarteirão. Para a realização dessas visitas, define-se o quantitativo de agentes necessários, visando a cobertura do número de imóveis programados para a realização do LIRAa em um período máximo de cinco dias, cabendo a cada agente realizar uma média de 20 visitas por dia. Se o agente identificar um imóvel positivo, as formas imaturas são coletadas, colocadas em tubinhos contendo álcool a 70% e transportadas para o laboratório do município para identificação. Após a identificação das espécies coletadas, foram obtidos os indicadores de infestação preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que são Índice de Infestação Predial (IIP), Índice de Tipos de Recipientes (ITR) e Índice de Breteau (IB). Mapas com o resultado dos índices de infestação predial de cada LIRAa e estrato foram construídos, utilizando o programa ArcGIS versão Todas as etapas do LIRAa foram realizadas nos estratos incluídos nesse estudo, seguindo os procedimentos de rotina da autoridade de vigilância entomológica do município. Os dados obtidos nesse monitoramento de rotina, referentes aos estratos de estudo, foram incluídos para comparação na presente análise Implantação e coleta das ovitrampas Para o inquérito entomológico utilizando armadilhas de oviposição (ovitrampas), definiu-se um quantitativo de 200 armadilhas por município de Itaboraí e Guapimirim (Fig. 11). As ovitrampas consistem em vasos pretos de plásticos com capacidade de 500 ml, as quais foram preenchidas com 270 ml de água e 30 ml de infusão de feno. Em cada ovitrampa é presa uma palheta de Eucatex (5 mm de espessura X 12,5 cm de comprimento X 2,5 cm de 22

37 largura), com auxílio de um grampo, utilizada como substrato de postura para as fêmeas de Aedes. O esquema de instalação das ovitrampas se deu da seguinte forma: Nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, foram implantadas no ambiente peridomiciliar, um total de 100 ovitrampas na semana anterior ao LIRAa, distribuídas entre os estratos selecionados. Na semana seguinte, ou seja, na semana de averiguação do LIRAa, foram trocadas as palhetas das ovitrampas instaladas anteriormente e implantadas mais 100 ovitrampas, dessa vez em imóveis onde o LIRAa foi realizado. A coleta das 200 ovitrampas foi realizada na semana seguinte após a realização do LIRAa. Na ocasião da troca das palhetas, as ovitrampas foram lavadas e escovadas cuidadosamente antes de serem novamente preenchidas com água e feno. As palhetas foram encaminhadas para o laboratório para triagem de positividade e contagem dos ovos, com o propósito de calcular os índices de positividade (IPO) e de densidade de ovos (IDO). As palhetas positivas, contendo pelo menos um ovo de Aedes, foram submersas em água limpa e, após a eclosão, as larvas foram mantidas até o 4º estádio, para contagem e identificação da espécie. As larvas foram identificadas através da chave dicotômica de Consoli & Lourenço-de- Oliveira (1994). As figuras 12 e 13 apresentam a distribuição das ovitrampas em Itaboraí e Guapimirim, respectivamente, na primeira e segunda semanas nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado (círculos pretos) e nos imóveis onde o LIRAa foi realizado (triângulos rosas). Todas as ovitrampas foram georreferenciadas com o auxílio do sistema de posicionamento global (GPS) e mapas de densidade de ovos de Aedes foram construídos a partir do número de ovos coletados nas ovitrampas. Para a confecção dos mapas utilizou-se o programa ArcGIS versão Figura 11. Foto ilustrativa de uma ovitrampa. 23

38 Figura 12. Mapa de Itaboraí com a distribuição das ovitrampas na 1ª e 2ª semana de coletas (círculos pretos) e nos imóveis onde o LIRAa foi realizado (triângulo rosa). Figura 13. Mapa de Guapimirim com a distribuição das ovitrampas na 1ª e 2ª semana de coletas (círculos pretos) e nos imóveis onde o LIRAa foi realizado (triângulo rosa). 24

39 Coleta dos mosquitos adultos A aspiração dos mosquitos adultos foi realizada no 3º e 4º LIRAa, correspondente aos meses de agosto e outubro de 2012, nos municípios de Itaboraí e Guapimirim. Os mosquitos adultos foram coletados com aspiradores movidos à bateria (Fig. 14), considerando um tempo mínimo de 10 minutos no intradomicílio das residências selecionadas. A aspiração foi realizada na quarta semana, em 10 imóveis onde o LIRAa tinha sido realizado. Todos os mosquitos coletados foram armazenados em gaiolas plásticas, etiquetadas por área, endereço do imóvel e data. As gaiolas foram transportadas para o Núcleo de Apoio às Pesquisas em Vetores (NAPVE), onde os mosquitos foram separados por sexo e identificados por espécie a partir da chave dicotômica de Consoli & Lourenço-de-Oliveira (1994). Todas as informações foram registradas em formulários específicos, elaborados para os momentos de atividades de campo. A figura 15 apresenta a distribuição dos imóveis vistoriadas para coleta de adultos em agosto e outubro de 2012 em cada município de estudo. Todas as residências foram georreferenciadas com o auxílio do sistema de posicionamento global (GPS). Mapas de densidade de adultos de Ae. aegypti e Ae. albopictus foram construídos a partir do número de mosquitos coletados com auxílio do programa ArcGIS versão A B C B D D Figura 14: Foto ilustrativa do aspirador movido à bateria (A), que foi utilizado na coleta de mosquitos adultos, e outros materiais: (B) bateria; (C) gaiola de plástico usada para transporte dos mosquitos capturados; (D) ovitrampa. 25

40 Guapimirim Itaboraí Figura 15. Mapa com a distribuição dos imóveis onde os mosquitos adultos foram coletados com os aspiradores movidos à bateria, nos meses de agosto e outubro de 2012, nos municípios de Guapimirim e Itaboraí Rio de Janeiro Análise das atividades operacionais do LIRAa Para a avaliação qualitativa da execução do LIRAa nos municípios de Itaboraí e Guapimirim foi elaborado um roteiro de observação, visando registrar e descrever fatores que pudessem interferir na qualidade das atividades realizadas durante a execução do LIRAa. O roteiro elaborado inclui questões sobre aspectos operacionais, relacionados à estrutura, planejamento e etapa de execução do LIRAa (Quadro 1). Trata-se de um questionário estruturado onde foram considerados quinze itens essenciais para a sua execução com notas de 0 a 5, sendo "0" para nenhuma conformidade, "1 e 2" para o mínimo de conformidade, 3 e 4 para uma conformidade aceitável e "5" para o máximo de conformidade. Para que fosse possível comparar as informações reunidas no roteiro referentes aos três aspectos mencionados (operacional, processo e estrutura), foram estabelecidos os seguintes critérios para o somatório das pontuações atribuídas aos doze itens: Satisfatório - 45 e 60, Razoável - 30 e 45 (> 50% < 75%) e Ruim- <

41 Quadro 1. Roteiro de observação do planejamento e execução do LIRAa, utilizado nos municípios de Itaboraí e Guapimirim, Rio de Janeiro. Formulário de registro das observações da operacionalização do LIRAa RJ MUNICÍPIO: MÊS: Critérios: "0" para nenhuma conformidade; "1 e 2" para o mínimo de conformidade; 3 e 4 para uma conformidade aceitável; e "5" para o máximo de conformidade. Resultado da Pontuação Tópicos observados do Planejamento observação Existência de mapas atualizados. 2. Realização da estratificação com antecedência de 30 dias. 3. Consideração dos critérios de continuidade e contiguidade durante a estratificação. 4. Consideração do critério de equivalência no sorteio dos quarteirões. 5. Existência de viaturas em nº suficientes para apoiar as ações de campo. 6. Quantitativo de agentes suficiente para realização do LIRAa no período de cinco dias, incluindo supervisores para o acompanhamento. 7. Identificação para os agentes. 8. Disponibilidade de todos os materiais e insumos necessários para a realização de Pesquisa LIRAa. 9. Realização do LIRAa em 100% dos Estratos do município. 10. Visitação de todos os imóveis programados por QT, como planejado. 11. Realização do LIRAa no prazo preconizado. 12. Detecção da presença de supervisores acompanhando as atividades no campo. 13. Detecção de agentes devidamente identificados, 14. Detecção da ausência de materiais ou insumos que comprometem a execução da pesquisa. 15. Execução sem detecção de ocorrência que comprometam os resultados. (ex.: falso registro) Sub total TOTAL 0 Equipe responsável pela observação: DATA: / /. Parâmetros de avaliação: Satisfatório: se a pontuação for > que 45 e < ou = 60 (> 75% do total); Razoável: se a pontuação for > que 30 e < 45 (> 50% = 74%); Ruim: se a pontuação for < que 30 (< 50%). 27

42 4.7. Análise dos dados A partir dos inquéritos entomológicos por nós realizados, gerou-se uma coleção de indicadores entomológicos: índice de infestação predial, baseado no inquérito larvar do LIRAa, como o número de imóveis com larvas e/ou pupas de Ae. aegypti, dividido pelo número de imóveis pesquisados x 100. índice de positividade de ovitrampas (IPO), definido como a proporção de casas com ovitrampas contendo, pelo menos, 1 ovo. índice de densidade de ovos (IDO), definido como o número total de ovos coletados na semana dividido pelo número de armadilhas. índice de positividade de domicílios na aspiração (IPA), definido como a proporção de casas com coleta de, pelo menos, um adulto na aspiração. índice de densidade de adultos (IDA), definido como o número total de adultos aspirados na semana dividido pelo número de casas aspiradas. Para medir a correlação entre os índices de positividade e de densidade de cada armadilha, foram utilizados testes de correlação de Pearson. Também usou-se a correlação de Pearson para comparar os índices IPO e IDO entre a primeira semana e a segunda semana de cada inquérito, considerando as armadilhas colocadas nos mesmos imóveis. O objetivo foi avaliar se havia variância significativa no índice medido entre semanas, que pode indicar a necessidade de realizar mais de um inquérito para gerar uma medida robusta. De forma complementar, mediu-se a correlação entre IDO e IPO gerado na segunda semana nos imóveis do LIRAa e nos imóveis fora do LIRAa (os mesmos da primeira semana). Aqui, o objetivo foi avaliar se havia variância entre amostras coletadas na mesma semana, no mesmo local, porém em imóveis diferentes. Para os mosquitos adultos foi calculada a proporção de Ae. aegypti e Ae. albopictus capturados por área, semana e período de estudo (Índice de Positividade de Adultos - IPA). Mapas de densidade contendo o número de ovos de Aedes e número de adultos de Ae. aegypti e Ae. albopictus foram construídos, com vistas a obtenção da distribuição espacial da infestação 28

43 desses mosquitos vetores nos municípios estudados, ambos sobrepostos a classificação dos índices de infestação predial aferidos nos estratos pelo LIRAa dos meses estudados. Todas as análises estatísticas foram feitas usando o programa R for Windows (R Core Team 2012) e R-Studio (RStudio Team 2012). 29

44 % de domicílios 5. RESULTADOS 5.1. Caracterização sócio-econômica das áreas de estudo. O município de Itaboraí, com domicílios, apresenta precariedade no serviço de esgotamento sanitário, com cobertura de 40,24%. A cobertura da rede geral de distribuição de água também é baixa (27%), com 62,41% dos domicílios utilizando água de poço ou nascente e 10,58% (7.342 domicílios) utilizando outras formas de abastecimento. Já a coleta de lixo apresenta ampla cobertura (92,91%), embora sem indicações do nível de regularidade deste serviço (IBGE 2010) (Fig.16) Água Esgoto Lixo Figura 16. Porcentagem de domicílios com cobertura dos serviços de água, esgoto e coleta de lixo no município Itaboraí, Rio de Janeiro. Fonte: IBGE O município de Guapimirim tem domicílios. Considerando a oferta ampla de água proveniente de mananciais de rios e cachoeiras, esse município apresenta uma cobertura de abastecimento de água relativamente baixa (55,7%), com 34% dos domicílios utilizando poços ou nascentes e 10,29% utilizando outras fontes de abastecimento. O percentual de domicílios ligado à rede de esgoto é de 46,57%, enquanto a coleta de lixo tem 93,22% de cobertura, o que é considerada alta, embora não haja informação quanto à regularidade da oferta desse serviço (IBGE/CENSO-2010) (Fig. 17). 30

45 % de domicílios Água Esgoto Lixo Figura 17. Porcentagem de domicílios com cobertura dos serviços de água, esgoto e coleta de lixo no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Fonte: IBGE Dados epidemiológicos de Itaboraí e Guapimirim. Durante o período de 2002 a 2013 (até a 23ª semana epidemiológica), casos de dengue foram notificados no estado do Rio de Janeiro. Desses, ocorreram em Itaboraí e Guapimirim, sendo 2,09% ( casos) em Itaboraí e 0,12% (1.437 casos) em Guapimirim. Em Itaboraí, as taxas de incidência variaram de 7,8 casos/ 100 mil hab. em 2004 a 3.240,9 casos/ 100 mil hab. em 2002, porém com picos de altas taxas em 2008 (1.555,6 casos/ 100 mil hab.), 2010 (1.024,8), 2011 (2.377,6) e 2013 (2.184,7). Durante esse período, foram registrados 11 óbitos por dengue, todos entre os anos de 2007 a 2011, com destaque para o ano de 2010, com 5 óbitos (Tab. 2). Em Guapimirim, as taxas de incidência por 100 mil habitantes variaram entre o mínimo de 0,0, em 2005 e 2009, e o máximo de 894,9, em Os anos de 2002, 2008 e 2013 também apresentaram taxas de incidência acima de 400 casos de dengue notificados por 100 mil habitantes (Tab. 2). Nenhum óbito por dengue foi registrado em Guapimirim desde 2002 até a 23ª semana epidemiológica de 2013 (Tab.2). 31

46 Tabela 2. População e casos notificados de dengue em Itaboraí e Guapimirim, no período de 2002 a 2013 (até a 23ª semana epidemiológica). ITABORAÍ Anos População Nº casos notificados Taxa Incidencia / 100 mil hab. Óbitos por dengue , , , , , , , , , , , ,7 0 Total * ,6 11 GUAPIMIRIM Anos População Nº casos notificados Taxa Incidencia/ 100 mil hab. Óbitos por dengue , , , , , , , , , , , ,7 0 Total * ,9 0 Fonte: Casos notificados e óbitos DATASUS/MS; População - IBGE - Estimativas populacionais para o Tribunal de contas da união (TCU). (*) Média aritmética da população nos anos de 2002 a No período de estudo, em 2012 e 2013, os dados de incidência por semana epidemiológica mostraram que o município de Itaboraí apresentou taxas superiores em comparação a Guapimirim e ao estado do Rio de Janeiro. Essa observação teve como exceção apenas as semanas epidemiológicas 13 a 15 de 2012, quando as taxas de incidência do estado foram, 32

47 Incidência de casos notificados de dengue respectivamente, (52,7; 56,6; 69,7) maiores que aquelas observadas em Itaboraí. Em 2012, Guapimirim não apresentou transmissão importante, porém, em 2013, entre as semanas 8 e 15 as taxas de incidência de Guapimirim foram maiores que a média das taxas do estado (Fig. 18). Observou-se, também, que a transmissão em 2013 em Itaboraí, quando analisada por semana epidemiológica, apresentou maiores taxas de incidência em relação ao ano de 2012, entre as semanas 1 e 17, enquanto as taxas de incidência em 2012 ainda apresentavam tendência de elevação após a semana 17 (Fig. 18) Guapimirim2012 Itaboraí 2012 Estado 2012 Guapimirim 2013 Itaboraí 2013 Estado 2013 Figura 18. Taxa de incidência de casos notificados de dengue, por semana epidemiológica, nos municípios de Guapimirim, Itaboraí e estado do Rio de Janeiro, no ano de 2012 e nas semanas epidemiológicas de 1 a 23, no ano de Fonte: SINAN/SES-RJ Dados entomológicos LIRAa (Itaboraí). O LIRAa foi realizado em Itaboraí nos meses de março, maio, agosto e outubro de O índice de infestação predial do Ae. aegypti do município variou de 1,5% em agosto e 3,4% em maio. Quando analisado por estrato, 33

48 observou-se índices entre 1,2% e 7,9%, valores que classificam os estratos como situação de alerta e alto risco, respectivamente, de acordo com o PNCD/MS (IIP < 1% = satisfatório; entre 1% e 3,9% = alerta; > 4% = alto risco). No mês de maio, foram observados os maiores IIP por estrato, sendo: 4,4% no estrato 1; 5,2% no estrato 2; 7,9% no estrato 7; 4,3% no estrato 8; 4,8% no estrato 11; e 5,1% no estrato 16. No mês de março e outubro, embora não tenham sido identificados índices acima de 4%, apenas 4 dos 18 estratos ficaram com índices abaixo de 1% em ambos os meses, e os demais apresentaram classificação de alerta, com índices entre 1% e 3,9% (Fig.20). Nos meses de março, maio e outubro de 2012, quando tivemos acesso aos dados sobre criadouros predominantes, em Itaboraí predominou o tipo A2 (depósito usado para armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo, como, por exemplo, barris, tonéis, galões), seguido do tipo D2 (depósitos passíveis de remoção/ proteção lixo) (Tab. 3). Foram trabalhados 18 estratos em cada um dos meses de março, maio e outubro e 15 estratos em agosto, totalizando 69 estratos trabalhados nos 4 meses. De acordo com os parâmetros do PNCD, dos 69 estratos pesquisados no LIRAa durante os meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, 6 estratos (8,7%) foram identificadas como de alto risco (IIP > 4%), todos no mês de maio. Nesses mesmos meses de março, maio, agosto e outubro, 42 estratos (60,9%) apresentaram IIP entre 1% e 3,9%, situação de alerta, enquanto 21 (30,4%) apresentaram IIP < 1%, situação satisfatória (Fig.19). 34

49 (a) (b) Risco por estrato Risco por estrato (c) Risco por estrato (d) Risco por estrato Figura 19. Classificação dos estratos de acordo com o LIRAa realizado nos meses de março (a), maio (b), agosto (c) e outubro (d) de 2012, no município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Fonte: SES-RJ. 35

50 LIRAa (Guapimirim). No ano de 2012, o LIRAa foi realizado em Guapimirim em três momentos: março, agosto e outubro. Os Índices de Infestação Predial para o Ae. aegypti em Guapimirim foram predominantemente baixos, variando entre 0,3% em março a 1,0% em outubro (Tab. 3). Em todos os meses, o criadouro predominante foi do tipo B (depósitos móveis - prato xaxim, garrafas), (Tab. 3). De acordo com os parâmetros do PNCD, dos 4 estratos pesquisados no LIRAa durante os 3 meses em que foram realizados (n=12), não houve estrato em alto risco, 3 (25,0%) apresentaram IIP entre 1% e 3,9% (alerta) e 9 (75,0%) apresentaram IIP < 1% (satisfatório) (Fig.20). Tabela 3. Descrição dos índices de infestação predial, índice de Breteau e depósitos predominantes aferidos pelo LIRAa nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, nos municípios de Itaboraí e Guapimirim. Fonte: SES-RJ. MÊS 2012 MUNICIPIOS MARÇO MAIO AGOSTO OUTUBRO IIP Ae. aegypti Nº Estratos em situação de Risco Depósito predominante Satisfatório Alerta Alto risco 1º 2º Itaboraí 1, A2 D2 Guapimirim 0, B A2 Itaboraí 3, A2 D2 Guapimirim* Itaboraí 1, ** ** Guapimirim 0, B A2 Itaboraí 1, A2 D2 Guapimirim 1, B D2 *O município de Guapimirim não realizou o LIRAa no mês de maio. **O município de Itaboraí não disponibilizou as informações dos depósitos predominantes obtidos no LIRAa de agosto. 36

51 (a) (b) (c) Figura 20. Classificação dos estratos de acordo com o LIRAa realizado nos meses de março (a), agosto (b) e outubro (c) de 2012, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Fonte: SES-RJ. 37

52 Monitoramento com Ovitrampas Dados entomológicos gerais. Em Itaboraí foram coletados nas armadilhas de oviposição ovos de Aedes, sendo 30,1% de Ae. aegypti, 9,8% de Ae. albopictus. Um total de 60,1% dos ovos estavam inviáveis. O mês de maio teve o maior número de coletas, com ovos identificados de Aedes, representando 36,8% do total de ovos coletados. Agosto foi o mês com menor número de coletas (3.613 / 17,4%) (Tab. 4). Tabela 4. Número total de ovos e porcentagem de Ae. aegypti e Ae. albopictus coletados nas ovitrampas nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Mês (%) (%) Total de Ae. Ae. Ae. Ae. ovos aegypti albopictus aegypti albopictus Março (37,1) 261 (7,1) Maio (22,0) (14,3) Agosto (41,0) 277 (7,7) Outubro (29,3) 414 (7,2) Total , ,8 Os bairros apresentaram variabilidade na produtividade de ovos de Aedes, com médias (± desvio padrão) que variaram de 11,07 ± 23,68 a 32,47 ± 70,56 ovos/ armadilha. Diferenças no total de ovos de Aedes coletados por bairro foram significativas (Kruskal Wallis = , df= 4, p< 0.001), sendo o mínimo de e máximo de ovos coletados. Ae. aegypti apresentou variação de 23,6% a 39,0% de produtividade de ovos por bairro e de Ae. albopictus variou de 7,2% a 17,5% por bairro, mas com diferença espacial não significativa (Ae. aegypti: Kruskal Wallis = , df = 4, p = 0.17; Ae. albopictus: Kruskal Wallis = 3.609, df = 4, p = 0.46) (Tab. 5). Porém, quando analisado por mês o percentual de produtividade de ovos por bairro para Ae. aegypti variou de 22,0% a 41,0%, enquanto o de Ae. albopictus variou de 7,1% a 14,3%, (Tab. 4). Essa diferença entre meses não foi significativa para Ae. aegypti (Kruskal Wallis = , df = 3, p= ), mas marginalmente 38

53 significativa para Ae. albopictus (Kruskal Wallis = , df = 3, p = 0.057) por causa da alta infestação no bairro do Areal. Tabela 5. Medidas descritivas dos resultados das coletas de ovos de Aedes em cinco bairros de Itaboraí, nos meses de agosto e outubro de Ovitrampas Areal Centro Rio Várzea Outeiro das Pedras Venda das Pedras Total de ovos Min - Máx ± ± 209 Média ± DP 16,02 ± 45,19 12,73 ± 29,87 32,47 ± 70,56 11,07 ± 23,68 13,85 ± 25,55 %paletas positivas 36,6% 28,3% 47,9% 32,9% 41,6% % Ae. aegypti 23,6% 39,0% 30,0% 27,8% 31,0% % Ae. albopictus 17,5% 9,3% 7,2% 10,6 7,3% % ovos inviáveis 58,8 % 51,7% 62,8% 61,6% 61,7% % perdas 0% 6% 4% 0% 0% Em Guapimirim, foram coletados nas ovitrampas ovos de Aedes, sendo 52% de Ae. aegypti, 22,7% de Ae. albopictus. Desse total, 25,3% dos ovos estavam inviáveis. Foram feitas duas coletas apenas nos meses de agosto e outubro de Outubro foi o mês com o maior número de ovos de Aedes (6.186), representando 78,6% do total de ovos coletados (Tab. 6). Os bairros apresentaram variabilidade na produtividade de ovos de Aedes, com médias (± desvio padrão) que variaram de 8,7 ± 23,2 a 18,1 ± 57,5 ovos/ armadilha. O total de ovos por bairro variou entre a Ae. aegypti foi a espécie com maior proporção, exceto no bairro Capim, onde Ae. albopictus apresentou maior proporção (Tab. 7). 39

54 Tabela 6. Número total de ovos e porcentagem de Ae. aegypti e Ae. albopictus coletados nas ovitrampas nos meses de agosto e outubro de 2012, município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Total de Ae. (%) Ae. Ae. (%) Ae. Mês ovos aegypti aegypti albopictus albopictus Agosto (43,3) 452 (26,8) Outubro (54,4) (21,6) Total , ,7 Tabela 7. Medidas descritivas dos resultados das coletas de ovos de Aedes em cinco bairros de Guapimirim, nos meses de agosto e outubro de Ovitrampas Capim Centro Jardim Modelo Parada Modelo Quinta Mariana Total de ovos Min - Máx Média ± DP 11.9± 25,6 8.7± 23,2 16.6±44,8 18.1±57,5 10.4±24,7 %paletas positivas 35% 27% 44% 31% 34% % Ae. aegypti 16% 52% 56% 62% 66% % Ae. albopictus 57% 10% 12% 18% 18% % ovos inviáveis 26% 37% 31% 19% 15% % perdas 0% 0% 0% 0% 16% Em Itaboraí, do total de ovos de Aedes que eclodiram, o maior percentual foi de Ae. aegypti em relação a Ae. albopictus em todos os bairros. A proporção de Ae. aegypti foi menor no mês de maio, com exceção do bairro Outeiro das Pedras. Em geral, Ae. albopictus foi mais abundante em Areal e menos presente em Rio Várzea (Fig. 21). 40

55 Figura 21. Proporção de Ae. aegypti e Ae. albopictus em cinco bairros de Itaboraí, nos meses de março, maio, agosto e outubro de Em Guapimirim, o maior percentual de ovos que eclodiram pertence a espécie Ae. aegypti em relação ao Ae. albopictus. Aedes aegypti apresentou maior proporção em outubro, exceto o bairro do Capim, enquanto Ae. albopictus apresentou valores maiores no mês de agosto, com exceção do bairro Capim que apresentou maior proporção em outubro (Fig. 22). Figura 22. Proporção de Ae. aegypti e Ae. albopictus em cinco bairros de Guapimirim, nos meses de agosto e outubro de

56 Índices de Positividade da ovitrampa em Itaboraí Essa seção apresenta os resultados dos índices de positividade de Aedes por imóvel (IPO), medido pelas armadilhas de oviposição. Em Itaboraí, o mês de maio registrou o maior IPO (52,3%) (Tab. 8) enquanto agosto apresentou o menor índice (22%). Os meses de outubro e março, correspondendo à primavera e verão, apresentaram valores intermediários (em torno de 36%). A figura 23 mostra o cálculo do IPO discriminado por semana. Para a segunda semana, o cálculo do IPO foi feito por imóvel pertencente ou não à amostra LIRAa. Na comparação semana 1 (linha preta) x semana 2 imóvel não-liraa (linha verde) tem-se a medida do IPO realizada exatamente nos mesmos imóveis em semanas subsequentes. Nota-se que, com exceção de março, em geral a semana 2 apresentou 10 a 20% maior positividade do que a primeira semana num inquérito realizado exatamente nos mesmos imóveis, com diferença significativa (Wilcoxon = 116, df=1, p=0,02). Comparouse também os imóveis onde o LIRAa foi realizado e os imóveis onde o LIRAa não foi realizado, na segunda semana (vermelha x verde). Os indicadores coletados simultaneamente tiveram uma tendência a ser mais semelhantes do que indicadores medidos nos mesmos imóveis em semanas subsequentes (Wilcoxon = 174, df=1, p =0.48). Tabela 8. Índices de positividade e de densidade de ovos de Aedes nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012 no município de Itaboraí, Rio de Janeiro. Mês IPO IDO Março 36,3 12,2 Maio 52,3 25,4 Agosto 22,0 12,0 Outubro 38,7 19,3 Total 37,3 17,2 42

57 Figura 23. Índice de Positividade de Ovos (IPO) obtido no monitoramento por ovitrampas realizado em março, maio, agosto e outubro de 2012, Itaboraí, Rio de Janeiro. A linha preta mostra o IPO mensurado na semana pré-liraa. A linha verde mostra o IPO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. A linha vermelha mostra o IPO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa. Quando o IPO é estratificado por bairro, observa-se significativa heterogeneidade espacial (Fig. 24). Apesar da heterogeneidade, observou-se um padrão temporal semelhante nos resultados do IPO da 2ª semana mensurados em conjuntos distintos de imóveis (Pearson r= 0,61, p = 0,003). Já na comparação da primeira com a segunda semana, nota-se uma tendência de aumento do IPO na segunda semana mesmo considerando as coletas feitas nos mesmos imóveis (onde o LIRAa foi realizado e onde não foi realizado), sem afetar a correlação entre os índices x e y (Pearson r= 0,6, p=0,004) (Fig. 24). 43

58 Sem 1 Sem 2 mesmos imóveis Sem 2 imóveis LIRAa Figura 24. Índice de Positividade de Ovos nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de março, maio, agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Itaboraí, Rio de Janeiro. O primeiro painel mostra o IPO mensurado na semana pré-liraa. O segundo painel mostra o IPO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. O terceiro painel mostra o IPO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa Índices de Densidade da ovitrampa em Itaboraí Com base nos ovos de Aedes coletados no monitoramento por ovitrampas, calculou-se o índice de densidade de ovos (IDO), definido como a média de ovos por ovitrampa válida. A perda de ovitrampas foi muito pequena e o número de ovitrampas válidas foi maior que 90% em todas as coletas. A tabela 8 mostra o IDO geral por mês de estudo. O pico foi em maio, com IDO=25, seguido de outubro com IDO=19,3. Os meses com menores índices foram março e agosto, com IDO=12,2 e 12,0, respectivamente. Ao se estratificar os indicadores por semana (Fig. 25), observa-se que na segunda semana de inquérito realizado exatamente nos mesmos imóveis (linha preta x linha verde), o número de ovos coletados foi em geral muito maior na segunda 44

59 semana, porém sem diferença significativa (W = 174, p= 0.49). Na comparação entre medidas observadas concomitantemente na segunda semana, em conjuntos de imóveis diferentes (linha vermelha x preta), a diferença foi pequena e não significativa (W = 152.5, p= ). Figura 25. Índice de Densidade de Ovos (IDO) obtido no monitoramento por ovitrampas realizado em março, maio, agosto e outubro de 2012, em bairros de Itaboraí, Rio de Janeiro. A linha preta mostra o IDO mensurado na semana pré-liraa. A linha verde mostra o IDO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. A linha vermelha mostra o IDO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa. Na análise por bairro, os IDO apresentaram grande heterogeneidade tendo em geral, o bairro de Rio Várzea os maiores valores, porém sem diferença significativa (Kruskal-Wallis chi-squared= 4.867, df= 4, p= ). Os valores mínimos e máximos se apresentaram bem distantes entre os bairros, principalmente no mês de maio, e bem próximos entre outros bairros, demonstrando a variedade de resultados desse indicador (Fig. 26). 45

60 Sem 1 Sem 2 mesmos imóveis Sem 2 imóveis LIRAa Figura 26. Índice de Densidade de Ovos (IDO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de março, maio, agosto e outubro de 2012, em cinco bairros de Itaboraí, Rio de Janeiro. O primeiro painel mostra o IDO mensurado na semana pré-liraa. O segundo painel mostra o IDO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. O terceiro painel mostra o IDO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa. Os valores dos IPO e IDO apresentaram correlação significativa em Itaboraí (Pearson r=0,63, p<=0,003) nas duas semanas de coleta (Fig. 27). 46

61 Figura 27. Correlação linear de Pearson entre IDO e IPO da 1ª e 2ª semanas, em 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro Índices de Positividade da ovitrampa em Guapimirim Em Guapimirim, o monitoramento de ovitrampas se restringiu aos meses de agosto e outubro de O mês de outubro registrou IPO maior que o mês de agosto (48,7%) em Guapimirim, mesmo padrão observado em Itaboraí, com diferença marginalmente significativa (Wilcoxon=3.5, p= 0,07) (Tab. 9). Quando medido no mesmo conjunto de casas, os valores de IPO da segunda semana foram maiores do que os da primeira semana (linha preta x verde), porém sem diferença significativa (Wilcoxon=30.5, p=0,14). Dentro da mesma semana, conjunto de casas diferentes (LIRAa versus não LIRAa) também apresentaram índices de positividade semelhantes (Wilcoxon = 33,5, p= 0,22) tanto para Guapimirim quanto para Itaboraí (Fig. 28). Tabela 9. Índices de positividade e de densidade de ovos de Aedes nos meses de agosto e outubro de 2012 no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. Mês IPO IDO Agosto 19,7 8,4 Outubro 48,7 20,6 Total 34,2 13,1 47

62 Figura 28. Índice de Positividade de Ovos (IPO) obtido no monitoramento por ovitrampas realizado em agosto e outubro de 2012, Guapimirim, Rio de Janeiro. A linha preta mostra o IPO mensurado na semana pré-liraa. A linha verde mostra o IPO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. A linha vermelha mostra o IPO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa. Quando analisados por bairro, observa-se um IPO semelhante para os bairros de Capim, Quinta Mariana e Parada Modelo no município de Guapimirim. O bairro do Centro apresentou pouca variação entre agosto e outubro enquanto Jardim Modelo teve resultados diferentes quando foi comparado o IPO de uma semana com a semana seguinte (Fig. 29). Esses resultados discrepantes não afetaram o cálculo da correlação que foi de 0,82 (p=0,003) quando comparada a primeira versus a segunda semana (mesmas casas) e de 0,86 (p=0,001) quando comparadas aos imóveis LIRAa x não LIRAa, na segunda semana. 48

63 Sem 1 Sem 2 mesmos imóveis Sem 2 imóveis LIRAa Figura 29. Índice de Positividade de Ovos (IPO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Guapimirim, Rio de Janeiro. O primeiro painel mostra o IPO mensurado na semana pré-liraa. O segundo painel mostra o IPO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. O terceiro painel mostra o IPO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa Índices de Densidade da ovitrampa em Guapimirim O IDO médio observado em Guapimirim foi quase três vezes maior em outubro do que em agosto de 2012 (Tab. 9), devido aos valores obtidos na segunda semana (Fig. 30). O IDO médio foi registrado tanto nas casas sem realização do LIRAa (que haviam sido vistoriadas na semana anterior) como nas casas LIRAa. Esse resultado sugere uma mudança drástica no nível de infestação da localidade. A diferença entre os dois meses, de acordo com o valor estimado na primeira semana do mês, não foi significativo (Wilcoxon=7, p=0,31). No entanto, de acordo com a coleta da segunda semana, há diferença significativa entre os meses de agosto e outubro de 2012 (Wilcoxon=1, p=0,01). 49

64 Figura 30. Índice de Densidade de Ovos (IDO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Guapimirim, Rio de Janeiro. A linha preta mostra o IDO mensurado na semana pré-liraa. A linha verde mostra o IDO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. A linha vermelha mostra o IDO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa. O grande aumento do IDO na segunda semana deve-se ao bairro Jardim Modelo, dentre os imóveis LIRAa, apenas (Fig. 31). Resultados diferentes foram observados com os valores do IDO em relação ao observado para o IPO. A correlação não foi significativa (Pearson r=0,40, p=0,24) do IDO nos imóveis onde o LIRAa foi realizado, comparado com os dos imóveis onde o LIRAa não foi realizado. E dentre o mesmo conjunto de imóveis, não houve correlação significativa entre o IDO medido na primeira e na segunda semana (Pearson r=0,50, p=0,14). 50

65 Sem 1 Sem 2 mesmos imóveis Sem 2 imóveis LIRAa Figura 31. Índice de Densidade de Ovos (IDO) nas três coletas realizadas nas duas semanas, durante os LIRAa de agosto e outubro de 2012, nos cinco bairros pesquisados, Guapimirim Rio de Janeiro. O primeiro painel mostra o IDO mensurado na semana pré-liraa. O segundo painel mostra o IDO mensurado na semana do LIRAa nos mesmos imóveis da semana pré-liraa. O terceiro painel mostra o IDO mensurado na segunda semana, nos imóveis em que foi realizado o LIRAa. Os valores dos IPO e IDO apresentaram forte correlação nas duas semanas da pesquisa, com valores de r=0,70 (p=0,02) e r=0,94 (p=0,001), respectivamente (Fig. 33). Figura 33. Correlação linear de Pearson entre IDO e IPO da 1ª e 2ª semanas, Guapimirim

66 Aspiração de mosquitos adultos Os resultados do levantamento de índices são apenas aqueles utilizando método de aspiração de agosto e de outubro de Apesar das coletas terem sido feitas nos meses de março e maio, não foi possível considerá-las, pois os mosquitos aspirados foram agregados em uma única gaiola, não nos permitindo a identificação dos imóveis onde foram coletados. As aspirações foram realizadas na semana seguinte à execução do LIRAa e do uso das ovitrampas. Em Itaboraí, foram feitas aspirações em 100 imóveis que estavam dentro do conjunto de imóveis inspecionados pelo LIRAa. No total, foram coletados culicídeos nas duas coletas, agosto e outubro, a saber: 993 (91,8%) Culex quinquefasciatus, 87 (8,04%) Ae. aegypti e 1 (0,09%) Ae. albopictus. Os 87 Ae. aegypti foram coletados em 32 imóveis, o que representa um índice de positividade de 32% para essa espécie em Itaboraí. Nesse conjunto de imóveis, apenas em 1 (um) imóvel foram encontradas formas imaturas de Ae. aegypti durante a pesquisa do LIRAa. O Índice de Positividade de Adultos (IPA) de Ae. aegypti foi muito maior que o de Ae. albopictus, com valores que variaram de 10% a cerca de 80%, com destaque para os bairros Centro e Venda das Pedras em outubro (Fig. 33). Houve pouca diferença na coleta de agosto e outubro nos bairros de Rio Várzea, Outeiro das Pedras e Areal. (a) (b) Figura 33. Índice de Positividade de Adultos (IPA) de Ae. aegypti (a) e Ae. albopictus (b) nas coletas realizadas nos meses de agosto e outubro de 2012, por bairro, no município de Itaboraí, Rio de Janeiro. 52

67 Em Guapimirim, nos meses de agosto e outubro de 2012 foram coletados mosquitos adultos nos aspiradores, sendo Cx. quinquefasciatus (96,0%), 58 Ae. aegypti (3,78%) e 3 Ae. albopictus (0,19%). Dos 58 Ae. aegypti capturados, 30 eram machos e 28 fêmeas, distribuídos em 20 imóveis dos 72 pesquisados, ou 27,77% de positividade. Nos mesmos 72 imóveis, 6 apresentaram formas imaturas de Ae. aegypti durante o LIRAa, representando 8,33% de positividade para essa espécie. Entre os 20 imóveis com Ae. aegypti, 19 ocorreram no mês de outubro e apenas 1 (um) em agosto. O Índice de Positividade de Adultos (IPA) de Ae. aegypti foi maior que o de Ae. albopictus em todos os bairros de Guapimirim. Ae. aegypti apresentou maior proporção no mês de outubro de 2012, exceto no bairro Capim. Ae. albopictus não foi encontrado nas capturas dos dois meses nos bairros Centro e Jardim Modelo (Fig. 34). (a) (b) Figura 34. Índice de Positividade de Adultos (IPA) de Ae. aegypti (a) e Ae. albopictus (b) nas coletas realizadas nos meses de agosto e outubro de 2012, por bairro, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro LIRAa x Ovitrampas Em Itaboraí, dos 400 imóveis que foram alvo tanto da instalação de ovitrampas quanto da pesquisa larvária, 101 (25,3%) ovitrampas estavam positivas para Ae. aegypti e apenas 12 (3%) imóveis foram positivos para formas imaturas (larvas e pupas) de Ae. aegypti no LIRAa. Quando os resultados foram observados por bairro, destacou-se o bairro Rio Várzea, com 35,0% dos imóveis positivos nas ovitrampas, enquanto apenas 1,25% dos 53

68 mesmos imóveis foram positivos na pesquisa do LIRAa (Tab.10). Observando os resultados por mês, constatou-se positividade das ovitrampas de 37% para Ae. aegypti no mês de outubro, enquanto apenas 1,0% dos mesmos imóveis foram positivos na pesquisa do LIRAa (Tab. 11) Tabela 10. Comparação entre ovitrampas positivas e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados, por bairro, nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. Bairros Nº de imóveis com ovitrampas instaladas Imóveis com ovitrampa positiva para Ae. aegypti % de imóveis com ovitrampa positiva Ae. aegypti Imóveis positivos no LIRAa % de imóveis positivos no LIRAa Areal ,8 2 2,5 Centro ,8 2 2,5 Rio Várzea ,0 1 1,25 Outeiro das Pedras ,0 7 8,75 Venda das Pedras , Total , ,0 Tabela 11. Comparação entre ovitrampa positiva e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados nos meses de março, maio, agosto e outubro de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. Mês Nº de imóveis com ovitrampas instaladas Imóveis com ovitrampa positiva para Ae. aegypti % de imóveis com ovitrampa positiva Ae. aegypti Imóveis positivos no LIRAa % de imóveis positivos no LIRAa Março ,0 3 3,0 Maio ,0 8 31,0 Agosto ,0 0 0,0 Outubro ,0 1 1,0 Total , ,0 54

69 Em Guapimirim, dos 200 imóveis onde foram instaladas as ovitrampas e realizado inquérito larvar, 27 (13,5%) imóveis estavam positivos de acordo com a ovitrampa e apenas 6 (3%) imóveis foram positivos com achado de formas imaturas (larvas e pupas) durante o LIRAa (Tabs. 12 e 13). Tabela 12. Comparação entre ovitrampas positivas e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados, por bairro, nos meses de agosto e outubro de 2012, no município de Guapimirim Rio de Janeiro. Bairros Nº de ovitrampas instaladas Ovitrampa positiva para Ae. aegypti % Ovitrampa positiva Ae. aegypti Imóveis positivos no LIRAa % de imóveis positivos no LIRAa Capim ,5 0 0,0 Centro ,5 2 5,0 Parada Modelo ,5 0 0,0 Jardim Modelo ,0 1 2,5 Quinta Mariana ,0 3 7,5 Total ,5 6 3,0 Tabela 13. Comparação entre ovitrampas positivas e imóveis positivos no LIRAa (Ae. aegypti) em 20 imóveis pesquisados, nos meses de agosto e outubro de 2012, no município de Guapimirim Rio de Janeiro. Mês Nº de ovitrampas instaladas Ovitrampa positiva para Ae. aegypti % Ovitrampa positiva Ae. aegypti Imóveis positivos no LIRAa % de imóveis positivos no LIRAa Agosto ,0 0 0,0 Outubro ,0 6 6,0 Total ,5 6 3, Análise da distribuição espacial do LIRAa, ovitrampas e captura de mosquitos adultos em Itaboraí Na análise espacial dos dados das ovitrampas em Itaboraí foi necessário separar o mapa de agosto, pois a quantidade de estratos foi diferente dos demais meses, o que dificultou a conformação dos mapas de cada LIRAa com os outros meses de março, maio e outubro. A figura 35 define as bases que foram consideradas no processo de estratificação do LIRAa em Itaboraí, e mostram à direita a classificação dos estratos, segundo os valores dos índices de infestação predial aferidos no LIRAa de março, maio e outubro e o mesmo foi feito com os dados do LIRAa de agosto (Fig. 36). A partir desses mapas, 55

70 foram plotadas as coordenadas das ovitrampas instaladas nos cinco bairros selecionados para o estudo. Esses bairros correspondem aos estratos de número 2 (Centro e Outeiro das Pedras), 3 (Rio Várzea), 16 (Areal) e 17 (Venda das Pedras) nos meses de março, maio e outubro, e em agosto os estratos 2 e 3 foram agregados em um único estrato, permanecendo apenas o estrato 2. Figura 35. Mapa com delimitação dos estratos e identificação dos Índices de Infestação Predial, aferidos durante o LIRAa, nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. 56

71 Figura 36. Mapa com delimitação dos estratos e identificação dos Índices de Infestação Predial, aferidos durante o LIRAa, no mês de agosto de 2012, em Itaboraí Rio de Janeiro. Na análise dos meses de março, maio e outubro, na 1ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado (Fig. 37), observou-se que houve coleta semelhante de ovos de Aedes nos meses de março e outubro, porém com diferenças entre a localização das áreas de maior concentração. O mês de maio apresentou maior quantidade de ovos de Aedes coletados, com distribuição mais homogênea em relação aos meses de março e outubro. Comparando os resultados das coletas realizadas entre os três meses, na 1ª semana (círculos pretos), nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado, observou-se que, no mês de março, as áreas com índices de infestação aferidos no LIRAa entre 1 e 3,9% (situação de alerta) apresentaram densidade de ovos de Aedes até de 250 ovos, e coincidiram com as áreas identificadas no mês de maio, quando os índices de infestação do LIRAa foram superiores a 4% (risco de surto). Não foi observada a mesma característica quando a comparação foi feita entre os meses de maio e outubro, mesmo tendo o mês de outubro apresentado índices aferidos pelo LIRAa entre 1 e 3,9%, como em março (Fig. 37). As coletas da 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado (círculos azuis) foram mais elevadas quando comparadas com a primeira semana e o mês de maio apresentou altas densidades (Fig. 38). 57

72 Figura 37. Número médio de ovos coletados na 1ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. 58

73 Figura 38. Número médio de ovos coletados na 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. As coletas na 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa foi realizado apresentou maior dispersão de positividade no mês de maio em relação a março e outubro. Maio e outubro apresentaram maior positividade das ovitrampas em relação a março (Fig. 39). 59

74 Figura 39. Número médio de ovos coletados na 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa foi realizado, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de março, maio e outubro de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. A figura 40 mostra a distribuição das ovitrampas positivas para Aedes na 1ª e 2ª semanas, nos imóveis não LIRAa, e 2ª semana, nos imóveis LIRAa, no mês de agosto, e revela que as coletas nos imóveis não LIRAa apresentaram maior positividade em relação a 2ª semana nos imóveis LIRAa. Nas três coletas observou-se positividade de ovitrampas coincidindo com os índices aferidos no LIRAa, onde os valores estiveram entre 1 e 3,9% (situação de alerta). 60

75 Figura 40. Número médio de ovos coletados na 1ª e 2ª semana nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado (círculos pretos e azuis) e na 2ª semana onde o LIRAa foi realizado (círculos cinzas), com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa no mês de agosto de 2012, em Itaboraí, Rio de Janeiro. A análise espacial das coletas de mosquitos adultos em Itaboraí apresentou predominância de Ae. aegypti em comparação ao Ae. albopictus. O número de Ae. aegypti variou de 0 a 12 adultos, enquanto de Ae. albopictus não foi encontrado nos dois meses. A elevada densidade de Ae. aegypti foi observada em outubro, enquanto em agosto a maioria dos imóveis aspirados estava negativo. Os dados revelaram que a presença de elevada densidade do Ae. aegypti coincidiu com os índices considerados em situação de alerta, aferidos no LIRAa (Fig. 41). 61

76 Figura 41. Distribuição espacial de adultos de Ae. aegypti e Ae. albopictus, capturados na semana após a realização do LIRAa, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante o LIRAa de 2012, no município de Itaboraí, Rio de Janeiro Análise da distribuição espacial do LIRAa, ovitrampas e captura de mosquitos adultos em Guapimirim A figura 42 define as bases que foram consideradas no processo de estratificação do LIRAa em Guapimirim, e mostram, à direita, a classificação dos estratos, segundo os valores dos índices de infestação predial aferidos no LIRAa de agosto e outubro. A partir desse mapa, foram plotadas as coordenadas das ovitrampas instaladas nos cinco bairros selecionados para o estudo. Durante a construção dos mapas de pontos em Guapimirim, encontramos dificuldade na adequação das coordenadas de pontos em relação à base de polígonos que define os estratos do LIRAa, de forma que os imóveis georeferenciados aparecem incorretamente no estrato 2, vizinho ao estrato 1. Acredita-se que a base cartográfica utilizada para a estratificação do LIRAa encontra-se completamente desatualizada. 62

77 Figura 42. Mapa com delimitação dos estratos e identificação dos Índices de Infestação Predial, aferidos durante o LIRAa, nos meses de agosto e outubro de 2012, em Guapimirim Rio de Janeiro. A análise espacial dos dados obtidos nas ovitrampas na semana pré- LIRAa (1ª. semana) e durante a realização do LIRAa (2ª. semana), apresenta densidades diferentes de Aedes nos dois meses avaliados (agosto e outubro). O número de ovos de Aedes variou de 0 a 400 e a segunda semana do mês de outubro apresentou elevadas densidades, compreendendo a faixa de 150 a 400 ovos (Fig. 43). Os resultados do LIRAa para o estrato 1 foram classificados como alerta (IIP 1-3,9%), enquanto o estrato 2 apresentou IIP < 1% classificado como satisfatório. Os dados das ovitrampas apresentaram heterogeneidade espacial e demonstram que a densidade de ovos aumenta na segunda semana (imóvel não LIRAa). Por outro lado, na semana LIRAa o mês de outubro apresentou elevado número de ovos de Aedes, mesmo nos imóveis onde houve a intervenção do LIRAa. 63

78 1ª sem imóveis não LIRAa 2ª sem imóveis não LIRAa 2ª sem imóveis LIRAa Figura 43. Número de ovos coletados na 1ª e 2ª semanas, nos imóveis onde o LIRAa não foi realizado, e na 2ª semana onde o LIRAa foi realizado, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante a realização do LIRAa nos meses de agosto e outubro de 2012, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro. 64

79 A análise espacial das coletas de mosquitos adultos apresentou predominância de Ae. aegypti em comparação ao Ae. albopictus. O número de Ae. aegypti variou de 0 a 12 adultos, enquanto de Ae. albopictus de 0 a 2 mosquitos. A elevada densidade de Ae. aegypti foi observada em outubro, enquanto em agosto a maioria das residências aspiradas estava negativa. Os dados revelaram que mesmo com índices considerados satisfatórios foi registrada a presença e elevada densidade do Ae. aegypti (Fig. 44). Figura 44. Distribuição espacial de adultos de Ae. aegypti e Ae. albopictus, capturados na semana após a realização do LIRAa, por mês, com sobreposição aos índices de infestação predial aferidos durante o LIRAa de 2012, no município de Guapimirim, Rio de Janeiro Análise das atividades operacionais do LIRAa Os parâmetros considerados durante a realização do LIRAa levaram em conta a sua importância e relevância para obter as condições necessárias para a operacionalização do LIRAa. Os parâmetros avaliados foram operacionalização do LIRAa e planejamento, onde são observadas as condições de infraestrutura, logística de apoio aos agentes de saúde, disponibilidade de mapas atualizados, dentre outros. 65

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2015

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2015 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2015 Assessoria de Informação Epidemiológica

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 002/2015

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 002/2015 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL Assessoria de Informação Epidemiológica e Ambiental LIRAa

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 004/2015

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 004/2015 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 004/2015 Assessoria de Informação Epidemiológica

Leia mais

Cenário Epidemiológico da Dengue no Rio Grande do Norte

Cenário Epidemiológico da Dengue no Rio Grande do Norte GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA COORDENADORIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE DA DENGUE NO RN Cenário Epidemiológico da Dengue no Rio Grande

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2014

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2014 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2014 Assessoria de Informação Epidemiológica

Leia mais

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE DE ENDEMIAS SUCEN

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE DE ENDEMIAS SUCEN SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE DE ENDEMIAS SUCEN INTENSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE DE VETORES DA DENGUE NO ESTADO DE SÃO PAULO PARA O SEGUNDO SEMESTRE DE 2015 Julho de 2015

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE ANGRA DOS REIS

PREFEITURA MUNICIPAL DE ANGRA DOS REIS 1 Estado do Rio de Janeiro PREFEITURA MUNICIPAL DE ANGRA DOS REIS Secretaria de Saúde de Angra dos Reis Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Ambiental Coordenação de Fatores

Leia mais

DENGUEDEDENGUE BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE. Dengue é um grave problema de saúde pública enfrentado em diversos países.

DENGUEDEDENGUE BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE. Dengue é um grave problema de saúde pública enfrentado em diversos países. Ano 2 Nº 4 16 de Junho de 2009 BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE Dengue é um grave problema de saúde pública enfrentado em diversos países. A transmissão da doença se dá através da picada do mosquito transmissor

Leia mais

1. DENGUE. Gráfico 1 Incidência de casos de dengue por Distrito Sanitário em Goiânia-GO, até a SE 48, 2015.

1. DENGUE. Gráfico 1 Incidência de casos de dengue por Distrito Sanitário em Goiânia-GO, até a SE 48, 2015. 1. DENGUE Em 2015, até a 48ª semana epidemiológica foram notificados 78.040 casos, com incidência de 5.525,5/100.000 habitantes. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior observa-se um aumento

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 004/2018

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 004/2018 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL Assessoria de Informação Epidemiológica e Ambiental LIRAa

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2018

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2018 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2018 Assessoria de Informação Epidemiológica

Leia mais

Avaliação da infestação predial do aedes aegypti por localidade no município de Assis Chateaubriand PR, 2007

Avaliação da infestação predial do aedes aegypti por localidade no município de Assis Chateaubriand PR, 2007 Avaliação da infestação predial do aedes aegypti por localidade no município de Assis Chateaubriand PR, 2007 Edmar da Silva Oliveira * Resumo: Este trabalho avaliou a ocorrência do mosquito Aedes aegypti

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2019

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2019 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE Divisão de Dados Epidemiológicos e Ambientais LIRAa Levantamento de

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2017

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2017 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 003/2017 Assessoria de Informação Epidemiológica

Leia mais

Boletim Semanal da Dengue

Boletim Semanal da Dengue Prefeitura de Nova Lima Secretaria Municipal de Saúde Departamento de Vigilância em Saúde Vigilância em Saúde Boletim Semanal da Dengue Semana Epidemiológica Este boletim tem por objetivo apresentar o

Leia mais

INFORME TÉCNICO SEMANAL: DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E MICROCEFALIA RELACIONADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA

INFORME TÉCNICO SEMANAL: DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E MICROCEFALIA RELACIONADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA 1. DENGUE Em 2016, até a 6ª semana epidemiológica (SE) foram notificados 7.478 casos suspeitos de dengue. No ano de 2015, o município superou o registro de número de casos de anos anteriores, revelando

Leia mais

Dengue em Dois Municípios de Pequeno Porte da Região Norte do Estado de São Paulo

Dengue em Dois Municípios de Pequeno Porte da Região Norte do Estado de São Paulo Dengue em Dois Municípios de Pequeno Porte da Região Norte do Estado de São Paulo Oliveira, R. C 1., Michelin, R. M 1., Fonseca, M.G 2. 1 Graduação - Faculdades Integradas Fafibe, Bebedouro, São Paulo

Leia mais

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Aedes aegypti, Zika vírus e Microcefalia epidêmica ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Alexandre Otavio Chieppe Aedes aegypti Aedes albopictus Indicadores Entomológicos LIRAa de outubro de 2015 Mapa: IIP para Aedes

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2019

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2019 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2017

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2017 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2017 Assessoria de Informação Epidemiológica

Leia mais

Boletim Semanal da Dengue

Boletim Semanal da Dengue Prefeitura de Nova Lima Secretaria Municipal de Saúde Departamento de Vigilância em Saúde Vigilância em Saúde Boletim Semanal da Dengue Semana Epidemiológica 09 Este boletim tem por objetivo apresentar

Leia mais

Memorias Convención Internacional de Salud Pública. Cuba Salud La Habana 3-7 de diciembre de 2012 ISBN

Memorias Convención Internacional de Salud Pública. Cuba Salud La Habana 3-7 de diciembre de 2012 ISBN MONITORAMENTO DOS ÍNDICES DE VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA E INDICADORES DE CONTROLE DO VETOR DA DENGUE Aedes aegypti EM MANAUS-AM-BRASIL EM TEMPO REAL USANDO O SISTEMA NOKIA DATA MONITOREO ÍNDICES DE VIGILANCIA

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO POR WILSON ROGÉRIO BRAUN E COLABORADORES

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO POR WILSON ROGÉRIO BRAUN E COLABORADORES MONITORAMENTO DE ARBOVIROSES ANO 2019 N 02 28 de janeiro de 2019. Disponível em https://www.epigeo.com.br INTRODUÇÃO A dengue, a febre de chikungunya e a febre pelo zika são doenças classificadas como

Leia mais

A construção de um Website como ferramenta de educação em saúde e de combate ao mosquito da dengue (Aedes aegypti) em Salinas MG

A construção de um Website como ferramenta de educação em saúde e de combate ao mosquito da dengue (Aedes aegypti) em Salinas MG A construção de um Website como ferramenta de educação em saúde e de combate ao mosquito da dengue (Aedes aegypti) em Salinas MG José Carlos de Oliveira Júnior¹, Patrícia de Oliveira e Lucas 2, Ronaldo

Leia mais

Eliane F. da Silveira Prof. Dra Curso de Ciências Biológicas. Rafael L. Martins - Coord. Curso de Geografia

Eliane F. da Silveira Prof. Dra Curso de Ciências Biológicas. Rafael L. Martins - Coord. Curso de Geografia Anais Expoulbra 20 22 Outubro 2015 Canoas, RS, Brasil INVESTIGAÇÃO GEOGRÁFICA DE ÁREAS DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EPIDÊMICAS NO MUNICÍPIO DE CANOAS, NOS ANOS DE 2013 A 2014: OS FOCOS DE DENGUE Jussara A.

Leia mais

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 002/2018

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 002/2018 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 002/2018 Assessoria de Informação Epidemiológica

Leia mais

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Aedes aegypti (LINNAEUS) EM CAMPINA GRANDE, ESTADO DA PARAÍBA

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Aedes aegypti (LINNAEUS) EM CAMPINA GRANDE, ESTADO DA PARAÍBA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Aedes aegypti (LINNAEUS) EM CAMPINA GRANDE, ESTADO DA PARAÍBA Claudemir Gomes Gonçalves (1); Larissa Rayanne Nascimento Rodrigues (1); Salomão Felipe Da Silva (2); Danielle Patrício

Leia mais

Dengue em Mato Grosso do Sul: lições da epidemia de Rivaldo Venâncio da Cunha Faculdade de Medicina Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Dengue em Mato Grosso do Sul: lições da epidemia de Rivaldo Venâncio da Cunha Faculdade de Medicina Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Dengue em Mato Grosso do Sul: lições da epidemia de 2007 Rivaldo Venâncio da Cunha Faculdade de Medicina Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Dengue em Mato Grosso do Sul: lições da epidemia de 2007

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2017

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2017 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS

Leia mais

Verificação epidemiológica da infestação do Aedes aegypti em Assis Chateaubriand (PR)

Verificação epidemiológica da infestação do Aedes aegypti em Assis Chateaubriand (PR) Verificação epidemiológica da infestação do Aedes aegypti em Assis Chateaubriand (PR) Edmar da Silva Oliveira * Resumo: Este trabalho tem como objetivo demonstrar a distribuição e infestação do Aedes aegypti,

Leia mais

Mortes de macacos e a prevenção da febre amarela no Brasil, 2007 e 2008.

Mortes de macacos e a prevenção da febre amarela no Brasil, 2007 e 2008. MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA COORDENAÇÃO GERAL DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Esplanada dos Ministérios, Edifício Sede, 1º andar, Ala Sul 70.058-900

Leia mais

Parâmetros Epidemiológicos para o Monitoramento do Processo de Implantação do COMPERJ

Parâmetros Epidemiológicos para o Monitoramento do Processo de Implantação do COMPERJ SITUAÇÃO E TENDÊNCIA DE ALGUMAS CAUSAS DE ADOECIMENTO E MORTE NOS MUNICÍPIOS DE CACHOEIRAS DE MACACU, GUAPIMIRIM E ITABORAÍ: Parâmetros Epidemiológicos para o Monitoramento do Processo de Implantação do

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 002/2018

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 002/2018 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 007/2015

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 007/2015 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS

Leia mais

MONITORAMENTO E CONTROLE VETORIAL DE Aedes aegypti

MONITORAMENTO E CONTROLE VETORIAL DE Aedes aegypti SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE VIGILÂNCIA DE ROEDORES E VETORES (EVDT/EVRV) MONITORAMENTO E CONTROLE VETORIAL DE Aedes aegypti Monitoramento Vetorial Fonte: MIAedes/ECOVEC

Leia mais

Contagem Automática de Ovos de Aedes Aegypti Através de Processamento de Imagens de palhetas em Ovitrampas

Contagem Automática de Ovos de Aedes Aegypti Através de Processamento de Imagens de palhetas em Ovitrampas Universidade Federal de Pernambuco Centro de Informática Graduação em Ciências da Computação Contagem Automática de Ovos de Aedes Aegypti Através de Processamento de Imagens de palhetas em Ovitrampas Proposta

Leia mais

Incidência de infecções pelos vírus v 1998-2000. Universidade Federal da Bahia Instituto de Saúde. Coletiva

Incidência de infecções pelos vírus v 1998-2000. Universidade Federal da Bahia Instituto de Saúde. Coletiva Universidade Federal da Bahia Instituto de Saúde Coletiva Incidência de infecções pelos vírus v da dengue em pré-escolares de Salvador/Ba 1998-2000. Florisneide Barreto Vanessa Morato Maria Glória Teixeira

Leia mais

Belo Horizonte/MG Outubro, 2009

Belo Horizonte/MG Outubro, 2009 Programa Nacional de Controle da Dengue Centro de Informações Estratégicas em Vig. em Saúde Resposta Coordenada no Monitoramento da Dengue Belo Horizonte/MG Outubro, 2009 Antecedentes Ações de fortalecimento

Leia mais

PEAa já ter sido confirmada pela realidade concreta no momento de início da

PEAa já ter sido confirmada pela realidade concreta no momento de início da APRESENTAÇÃO Este trabalho representa parte dos requisitos exigidos pelo Colegiado de Cursos do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) para obtenção do grau de Doutor em Saúde

Leia mais

Boletim epidemiológico de monitoramento dos casos de Dengue, Febre Chikungunya e Febre Zika. Nº 2, Semana Epidemiológica 02, 11/01/2016

Boletim epidemiológico de monitoramento dos casos de Dengue, Febre Chikungunya e Febre Zika. Nº 2, Semana Epidemiológica 02, 11/01/2016 Boletim epidemiológico de monitoramento dos casos de Dengue, Febre Chikungunya e Febre Zika. Nº 2, Semana Epidemiológica 02, 11/01/2016 Dengue Introdução A dengue é uma doença febril aguda, causada pelos

Leia mais

Aedes: criadouros e soluções

Aedes: criadouros e soluções Aedes: criadouros e soluções Prefeitura Municipal de Porto Alegre Secretaria Municipal de Saúde Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde Equipe de Vigilância de Roedores e Vetores Porto Alegre - 2016

Leia mais

Informe Epidemiológico 008/2017

Informe Epidemiológico 008/2017 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL Informe Epidemiológico 008/2017 Centro de Informações Estratégicas

Leia mais

COBERTURA VACINAL E FREQUÊNCIA DE ÓBITOS POR FEBRE AMARELA NAS MACRORREGIÕES DO BRASIL

COBERTURA VACINAL E FREQUÊNCIA DE ÓBITOS POR FEBRE AMARELA NAS MACRORREGIÕES DO BRASIL COBERTURA VACINAL E FREQUÊNCIA DE ÓBITOS POR FEBRE AMARELA NAS MACRORREGIÕES DO BRASIL Ákissy Aline Uchiyama Nomura 1 Jéssica Coimbra Cangussu 2 Isabella Machado Fleury Jubé 3 Melissa Carvalho Martins

Leia mais

Aedes aegypti: temos competência para controlar, afinal somos Agentes de Saúde

Aedes aegypti: temos competência para controlar, afinal somos Agentes de Saúde Aedes aegypti: temos competência para controlar, afinal somos Agentes de Saúde Paulo Roberto Urbinatti Laboratório de Entomologia em Saúde Pública/FSP/USP urbinati@usp.br Aedes aegypti - fêmea BIOECOLOGIA

Leia mais

Secretaria de Vigilância em Saúde 5 VIGILÂNCIA E RESPOSTA AO SURTO

Secretaria de Vigilância em Saúde 5 VIGILÂNCIA E RESPOSTA AO SURTO 5 VIGILÂNCIA E RESPOSTA AO SURTO 34 Preparação e Resposta à Introdução do Vírus Chikungunya no Brasil O principal objetivo da vigilância é detectar, em tempo adequado, casos de CHIKV nas Américas. A detecção

Leia mais

31º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo

31º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo 31º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo Curso: Vigilância em Saúde planejamento e organização da gestão municipal e regional para o enfrentamento das arboviroses Tema: Gestão

Leia mais

Aedes: criadouros e soluções

Aedes: criadouros e soluções Aedes: criadouros e soluções Prefeitura Municipal de Porto Alegre Secretaria Municipal de Saúde Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde Equipe de Vigilância de Roedores e Vetores Porto Alegre - 2016

Leia mais

PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL PARA EPIDEMIAS DE DENGUE

PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL PARA EPIDEMIAS DE DENGUE MUNICÍPIO DE PATO BRANCO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE EPIDEMIOLOGIA PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL PARA EPIDEMIAS DE DENGUE Setembro 2017 Prefeito Municipal - Augustinho

Leia mais

HETEROGENEIDADE ESPACIAL COMO INDICADOR DE RISCO PARA DENGUE. Regina Fernandes Flauzino Reinaldo Souza-Santos

HETEROGENEIDADE ESPACIAL COMO INDICADOR DE RISCO PARA DENGUE. Regina Fernandes Flauzino Reinaldo Souza-Santos HETEROGENEIDADE ESPACIAL COMO INDICADOR DE RISCO PARA DENGUE Regina Fernandes Flauzino Reinaldo Souza-Santos OBJETIVO: Identificar fatores associados à ocorrência da dengue levando-se em conta a unidade

Leia mais

Palavras chave: Prevenção, Controle, Dengue. 1 INTRODUÇÃO

Palavras chave: Prevenção, Controle, Dengue. 1 INTRODUÇÃO MONITORAMENTO DOS CAMPUS I E II DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PARA A DETECÇÃO DE PROVAVÉIS FOCOS DO MOSQUITO TRANSMISSOR DA DENGUE GRUPO DE AÇÕES CONTRA A DENGUE TEIXEIRA, Ana Paula Viana 1iii1 ; LIMA,

Leia mais

Integração das Ações de Endemias e Atenção Básica no Município de Canindé-CE

Integração das Ações de Endemias e Atenção Básica no Município de Canindé-CE PREFEITURA MUNICIPAL DE CANINDÉ SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE Integração das Ações de Endemias e Atenção Básica no Município de Canindé-CE Aline Macedo de Oliveira Jocélia Maria de Oliveira José Vanderlan

Leia mais

Resposta Coordenada de Monitoramento da Dengue MT Informe técnico n 12 Atualizado em 11/05/2010 ás 11:00 h.

Resposta Coordenada de Monitoramento da Dengue MT Informe técnico n 12 Atualizado em 11/05/2010 ás 11:00 h. Governo Federal Ministério da Saúde Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Saúde Distribuição restrita aos gestores e técnicos das secretarias de saúde, com o objetivo de monitorar a

Leia mais

PERSPECTIVAS DE NOVAS ESTRATÉGIAS NO CONTROLE DO AEDES AEGYPTI

PERSPECTIVAS DE NOVAS ESTRATÉGIAS NO CONTROLE DO AEDES AEGYPTI PERSPECTIVAS DE NOVAS ESTRATÉGIAS NO CONTROLE DO AEDES AEGYPTI 03 DE SETEMBRO DE 2018. XXVII CONGRESSO BRASILEIRO E X CONGRESSO LATINO AMERICANO DE ENTOMOLOGIA JOSÉ BRAZ DAMAS PADILHA MINISTÉRIO DA SAÚDE

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 009/2015

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 009/2015 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS

Leia mais

Distribuição dos casos notificados de dengue MRJ

Distribuição dos casos notificados de dengue MRJ Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde AP Janeiro

Leia mais

1- Dengue. Casos prováveis

1- Dengue. Casos prováveis Nº 3, Semana Epidemiológica 03, 18/01/2016 1- Dengue Introdução A dengue é uma doença febril aguda, causada pelos vírus DENV1, DENV2, DENV3, DENV4 transmitida pela picada de mosquitos do gênero Aedes,

Leia mais

Inquérito domiciliar de basepopulacional. infecção pelo vírus do dengue em três áreas do Recife.

Inquérito domiciliar de basepopulacional. infecção pelo vírus do dengue em três áreas do Recife. Inquérito domiciliar de basepopulacional de prevalência da infecção pelo vírus do dengue em três áreas do Recife. Carlos Feitosa Luna¹, Maria Cynthia Braga¹, Wayner Vieira de Souza¹, Maria de Fátima P.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ- SETOR LITORAL MARCELLY XAVIER DE FARIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ- SETOR LITORAL MARCELLY XAVIER DE FARIAS 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ- SETOR LITORAL MARCELLY XAVIER DE FARIAS ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL NO LEVANTAMENTO DE VETORES DA DENGUE NO MUNÍCIPIO DE PARANAGUÁ-PR MATINHOS/ PR 2014 2 UNIVERSIDADE FEDERAL

Leia mais

Uso da estatística como método de análise das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti

Uso da estatística como método de análise das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti Uso da estatística como método de análise das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti *Rayane Tayná da Costa Torres 1 (IC), Gleicimara de Souza Ferreira 2 (IC), Michel Rodrigo Santana de Barros 3 (IC),

Leia mais

UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO (VANT) PARA O MONITORAMENTO AMBIENTAL DE FOCOS DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO (VANT) PARA O MONITORAMENTO AMBIENTAL DE FOCOS DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO (VANT) PARA O MONITORAMENTO AMBIENTAL DE FOCOS DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO José Guilherme M. Araújo¹; Aurélio Pessoa Picanço² ¹Aluno do

Leia mais

SITUAÇÃO E PANORAMA DA DENGUE EM SANTA CATARINA E IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DE CONTROLE VETORIAL. João Augusto Brancher Fuck

SITUAÇÃO E PANORAMA DA DENGUE EM SANTA CATARINA E IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DE CONTROLE VETORIAL. João Augusto Brancher Fuck apresentam SITUAÇÃO E PANORAMA DA DENGUE EM SANTA CATARINA E IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DE CONTROLE VETORIAL João Augusto Brancher Fuck Características da dengue Doença causada por um Flavivirus; Período de

Leia mais

Informe Epidemiológico 076/2017

Informe Epidemiológico 076/2017 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL Informe Epidemiológico 076/2017 Centro de Informações Estratégicas

Leia mais

Análise espacial da distribuição do dengue no município do Rio de Janeiro e os fatores associados à ocorrência do Aedes aegypti.

Análise espacial da distribuição do dengue no município do Rio de Janeiro e os fatores associados à ocorrência do Aedes aegypti. Análise espacial da distribuição do dengue no município do Rio de Janeiro e os fatores associados à ocorrência do Aedes aegypti. Izabel Cristina dos Reis Resumo O objetivo desse trabalho é identificar

Leia mais

NOTA TECNICA SAÚDE-N. 25-2015

NOTA TECNICA SAÚDE-N. 25-2015 NOTA TECNICA SAÚDE-N. 25-2015 Brasília, 30 de novembro de 2015. Área: Área Técnica em Saúde Título: Surto de Microcefalia- o que você precisa saber. Fonte: Dab/MS/SAS 1- Cenário atual O Ministério da Saúde

Leia mais

PROJETO MOSQUITO DA DENGUE

PROJETO MOSQUITO DA DENGUE PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Secretaria da Educação e Cidadania EMEF PROF. SILVANA MARIA RIBEIRO DE ALMEIDA PROJETO MOSQUITO DA DENGUE Professora Maria José Pereira 2018 Alunos Participantes do Projeto:

Leia mais

Boletim. Epidemiológico

Boletim. Epidemiológico Boletim 13 Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde Volume 50 Abr. 2019 Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e Zika) até

Leia mais

INFORME SEMANAL DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA

INFORME SEMANAL DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA INFORME SEMANAL DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA 1. 1 minutos, uma vez por semana, em nome de sua saúde. Você sabia que com apenas 1 minutos por semana você pode afastar o perigo da dengue, chikungunya e

Leia mais

ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A INCIDÊNCIA DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE-MS

ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A INCIDÊNCIA DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE-MS ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A INCIDÊNCIA DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE-MS Suely Franco Siqueira Lima Elisabete Caria Moraes Gabriel Pereira Instituto Nacional de Pesquisas

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 004/2018

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 004/2018 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS

Leia mais

ANALISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS OBTIDAS ATRAVÉS DE SATÉLITES NO AUMENTO DA DENGUE: ESTUDO DE CASO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, MS.

ANALISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS OBTIDAS ATRAVÉS DE SATÉLITES NO AUMENTO DA DENGUE: ESTUDO DE CASO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, MS. ANALISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS OBTIDAS ATRAVÉS DE SATÉLITES NO AUMENTO DA DENGUE: ESTUDO DE CASO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, MS. Suely Franco Siqueira Lima Elisabete Caria Moraes Gabriel

Leia mais

Plano de Ensino-Aprendizagem Roteiro de Atividades Curso: Medicina

Plano de Ensino-Aprendizagem Roteiro de Atividades Curso: Medicina Plano de Ensino- Curso: Medicina CÓDIGO RCG 0436 NOME DA DISCIPLINA Medicina Preventiva Períodos de oferecimento PRESENCIAL ESTUDO DIRIGIDO TOTAL Turma A: 23.09 a 27.09.2019 Turma B: 12.08 a 16.08.2019

Leia mais

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA INFORME Nº 35/2017 MONITORAMENTO DOS CASOS E ÓBITOS DE FEBRE AMARELA NO BRASIL INÍCIO DO EVENTO: Dezembro de 2016

Leia mais

Aedes aegypti: temos competência para controlar

Aedes aegypti: temos competência para controlar Aedes aegypti: temos competência para controlar Dra. Dalva Marli Valério Wanderley Superintendência de Controle de Endemias-Sucen-SES-SP 23/09/2016 1º Painel Agentes de Saúde COMPETÊNCIAS - PORTARIA 1378

Leia mais

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA INFORME Nº 34/2017 MONITORAMENTO DOS CASOS E ÓBITOS DE FEBRE AMARELA NO BRASIL INÍCIO DO EVENTO: Dezembro de 2016

Leia mais

Casos de FHD Óbitos e Taxa de letalidade

Casos de FHD Óbitos e Taxa de letalidade Casos de dengue Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total 2003 20.471 23.612 - - - - - - - - - - 44.083 2002 94.447 188.522 237.906 128.667 60.646 23.350 12.769 10.149 6.682 7.138 9.246 9.052

Leia mais

Revista ISSN

Revista ISSN 143 Revista ISSN 2179-5037 A OCORRÊNCIA DE CASOS DE DENGUE E INFESTAÇÃO DO AEDES (STEGOMYIA) AEGYPTI (LINNAEUS, 1762) DIPTERA CULICIDAE EM BAIRROS DO MUNICÍPIO DE ASSIS CHATEAUBRIAND-PR. Edmar da Silva

Leia mais

Reunião CIB arboviroses / de abril de 2017

Reunião CIB arboviroses / de abril de 2017 Reunião CIB arboviroses / 2017 06 de abril de 2017 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Região Residência Notificações de Dengue, Chikungunya e Zika em 2017. Casos Notif. DENGUE CHIKUNGUNYA ZIKA Incid/100 mil hab

Leia mais

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO TÍTULO: MONITORAMENTO DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI (LINNAEUS, 1762) (DIPTERA: CULICIDAE), POR MEIO DE OVITRAMPAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, SÃO MATEUS, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO CATEGORIA:

Leia mais

Semana Nacional de Combate ao Aedes Aegypti

Semana Nacional de Combate ao Aedes Aegypti Semana Nacional de Combate ao Aedes Aegypti A PREVENÇÃO É A ARMA CONTRA A DOENÇA Todos Juntos no Combate ao Aedes Aegypti! SEMANA NACIONAL DE COMBATE AO AEDES AEGYPTI A Sala Nacional de Coordenação e Controle

Leia mais

INFORME SEMANAL DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA

INFORME SEMANAL DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA INFORME SEMANAL DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA 1. O Agente de Controle de Endemias: aliado de sua saúde Vistoria de imóveis, depósitos, terrenos baldios para buscar foco de doenças transmitidas por vetores,

Leia mais

Boletim Epidemiológico

Boletim Epidemiológico Boletim Epidemiológico Análise Epidemiológica dos casos de Febre Amarela. Referente às seis primeiras Semanas Epidemiológicas de 2018. Volume 1 Nº 02 Introdução A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa

Leia mais

AEDES AEGYPTI: Mosquito avança e leva doença a 45 dos 92 municípios do estado

AEDES AEGYPTI: Mosquito avança e leva doença a 45 dos 92 municípios do estado AEDES AEGYPTI: Mosquito avança e leva doença a 45 dos 92 municípios do estado Durante a 13ª semana epidemiológica de 2013 (de 1º de janeiro até 30 de março), foram notificados 79.587 casos suspeitos de

Leia mais

Boletim Semanal da Dengue

Boletim Semanal da Dengue Prefeitura de Nova Lima Secretaria Municipal de Saúde Departamento de Vigilância em Saúde Vigilância em Saúde Boletim Semanal da Dengue Semana Epidemiológica 12 (01/01/13 A 22/03/13) Nova Lima já está

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 005/2016 Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 005/2016 Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO

Leia mais

INTEGRAÇÃO ENTRE A ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO COMBATE A DENGUE E A FEBRE AMARELA.

INTEGRAÇÃO ENTRE A ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO COMBATE A DENGUE E A FEBRE AMARELA. INTEGRAÇÃO ENTRE A ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO COMBATE A DENGUE E A FEBRE AMARELA. NOSSA CIDADE Cruzília - Sul de Minas Gerais (Berço do Cavalo Mangalarga e Mangalarga Marchador) IBGE 2010:

Leia mais

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HEPATITE A NOTIFICADOS EM UM ESTADO NORDESTINO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HEPATITE A NOTIFICADOS EM UM ESTADO NORDESTINO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HEPATITE A NOTIFICADOS EM UM ESTADO NORDESTINO Rayana Cruz de Souza; Universidade Federal da Paraíba; rayana_souza@hotmail.com Maira Ludna Duarte; Universidade Federal

Leia mais

Info Dengue Relatório de situação da dengue no Estado do Rio de Janeiro

Info Dengue Relatório de situação da dengue no Estado do Rio de Janeiro Info Dengue Relatório de situação da dengue no Estado do Rio de Janeiro Data: 2016-03-07 Situação da dengue em todos os municípios do estado do Rio de Janeiro referentes a semana epidemiológica 07-2016,

Leia mais

Michel Lacerda Baitelli. Posicionamento Competitivo dentro dos Grupos Estratégicos da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos

Michel Lacerda Baitelli. Posicionamento Competitivo dentro dos Grupos Estratégicos da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos Michel Lacerda Baitelli Posicionamento Competitivo dentro dos Grupos Estratégicos da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para

Leia mais

AEDES AEGYPTI NO BRASIL Relação entre a saúde e meio ambiente FERREIRA, A.T.N.; VILELA, V.L.D.

AEDES AEGYPTI NO BRASIL Relação entre a saúde e meio ambiente FERREIRA, A.T.N.; VILELA, V.L.D. AEDES AEGYPTI NO BRASIL Relação entre a saúde e meio ambiente FERREIRA, A.T.N.; VILELA, V.L.D. RESUMO A dengue é uma doença viral de regiões tropicais com importância na Saúde Pública. Tendo como levantamento

Leia mais

A definição de áreas rurais no Brasil SUBSÍDIOS AO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL

A definição de áreas rurais no Brasil SUBSÍDIOS AO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL A definição de áreas rurais no Brasil SUBSÍDIOS AO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL J O S É IRINEU R A N G E L R I G OT T I ( U F M G ) R E N ATO H A DAD (PUC-MINAS) DESAFIOS: País imenso, heterogêneo

Leia mais

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA INFORME Nº 33/2017 MONITORAMENTO DOS CASOS E ÓBITOS DE FEBRE AMARELA NO BRASIL INÍCIO DO EVENTO: Dezembro de 2016

Leia mais

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS EBAPE - ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS EBAPE - ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS EBAPE - ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL INFLUÊNCIA CULTURAL NO VALOR SUBJETIVO EM NEGOCIAÇÃO: ESTUDO COMPARATIVO

Leia mais

Informação, mobilização e responsabilidade social na dengue: espaço para ações educativas

Informação, mobilização e responsabilidade social na dengue: espaço para ações educativas Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde Equipe de Vigilância de Roedores e Vetores Informação, mobilização e responsabilidade social na dengue: espaço para ações educativas Porto Alegre, agosto de 2015

Leia mais

Info Dengue Relatório de situação da dengue no Estado do Rio de Janeiro

Info Dengue Relatório de situação da dengue no Estado do Rio de Janeiro Info Dengue Relatório de situação da dengue no Estado do Rio de Janeiro Data: 2016-02-28 Situação da dengue em todos os municípios do estado do Rio de Janeiro referentes a semana epidemiológica 06-2016,

Leia mais

INFORME TÉCNICO 001/2016

INFORME TÉCNICO 001/2016 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE INFORME TÉCNICO 001/2016 Vigilância Epidemiológica da Febre do ZIKA Vírus no Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro,

Leia mais

Avaliação da efetividade do Programa de. do dengue. Brasil,

Avaliação da efetividade do Programa de. do dengue. Brasil, Avaliação da efetividade do Programa de Erradicação do Aedes aegypti sobre a circulação do vírus v do dengue. Brasil, 2004-2005 2005 Juarez Pereira Dias, Maria Glória Teixeira, Maria Conceição N. Costa,

Leia mais

A INCIDÊNCIA DO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ ASSOCIADO ÀS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

A INCIDÊNCIA DO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ ASSOCIADO ÀS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS A INCIDÊNCIA DO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ ASSOCIADO ÀS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CZUY, Daniele Crislei 1, BALDO, Maria Cleide 2, MARTINS, Maria de Lourdes Orsini Fernandes 3, NERY, Jonas Teixeira

Leia mais

MICHELE CAPUTO NETO Secretário de Estado da Saúde do Paraná

MICHELE CAPUTO NETO Secretário de Estado da Saúde do Paraná MICHELE CAPUTO NETO Secretário de Estado da Saúde do Paraná Setembro/2016 Série Histórica Paraná A incidência de dengue no Paraná aumentou três vezes de 2013 a 2015. Em relação ao último período epidemiológico

Leia mais

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 010/2014

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 010/2014 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL GERÊNCIA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ZOONOSES -

Leia mais

UFGD/FCBA Caixa Postal 533, 79, Dourados-MS, 1

UFGD/FCBA Caixa Postal 533, 79, Dourados-MS,   1 SITUAÇÃO DOS DOMICÍLIOS NA CIDADE DE CORUMBÁ-MS Andressa Freire dos Santos 1 ; Graciela Gonçalves de Almeida 1 ; Daniella de Souza Masson 1 ; Joelson Gonçalves Pereira 2 UFGD/FCBA Caixa Postal 533, 79,804-970-Dourados-MS,

Leia mais