I N F O R M A T I V O O F I C I A L D A A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E A N G U S

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1 MARÇO/ABRIL 2012 ANO 13 - Nº 56 news Impresso Especial DR/RS Associação Brasileira de Angus CORREIOS I N F O R M A T I V O O F I C I A L D A A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E A N G U S

2 2 EDITORIAL Pecuária já usa mais genética de qualidade. Paulo de Castro Marques Mas ainda é pouco Duas informações superimportantes para a pecuária brasileira saltam aos olhos de quem avalia o relatório do uso de genética (sêmen) referente a 2011 divulgado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial. Em primeiro lugar, não há dúvida que o crescimento de 23% em apenas um ano, atingindo 11,9 milhões de doses contra 9,6 milhões em 2010, é a demonstração inequívoca do processo de melhoria do gado brasileiro sob o ponto de vista da produtividade. Sim, porque usar genética independe da raça criada. Trata-se de um passo somente dado pelos pecuaristas que estão convencidos da necessidade de produzir mais e melhor, de produzir carne de qualidade, caso da raça Angus, que progride e ganha o Brasil com seu Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus. Mas além desse índice de crescimento realmente espetacular no uso do sêmen, há um outro indicador a ser festejado. Trata-se do uso de inseminação artificial por mais de 10% das vacas. Este é um grande avanço para a pecuária brasileira. Historicamente, sempre se falou em uso de sêmen entre 5% e 7% das fêmeas. O crescimento detectado coloca a atividade em um novo caminho, que, esperamos, seja de mão única. O rebanho bovino brasileiro gira em torno de 200 milhões de cabeças, pelo levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estima-se que sejam cerca de 40 a 50 HUMOR - LUCA RISI milhões de fêmeas em idade reprodutiva, incluindo para corte e para leite (de raças puras ou cruzadas). Considerando os dados divulgados pela Asbia, em torno de 4 a 5 milhões de vacas são inseminadas no Brasil. Porém, sobram ainda no mínimo 35 milhões de fêmeas cobertas nas fazendas. Esse é o grande desafio da pecuária brasileira, especialmente avaliando a necessidade de alimentos para suprir a demanda global e o excepcional potencial do País para contribuir para atender esse consumo crescente. Afinal, já não basta que cada uma dessas fêmeas tenha um bezerro por ano o que efetivamente não ocorre. É preciso que essa cria cresça rápido, ganhe peso e ganhe musculatura o mais rápido possível. Em outras palavras, a inseminação artificial tem grande importância no processo, mas a produção de touros avaliados para cruzamento com as fêmeas que estão fora da estatística da Asbia está entre as prioridades da pecuária nacional. Há, indiscutivelmente, vários projetos de seleção de touros espalhados pelo Brasil, mas o rebanho de reprodutores ainda é insuficiente para atender as necessidades da atividade. Nesse cenário, há compromissos que precisam ser assumidos tanto pelos produtores de touros, que precisam ampliar a oferta, quando pelos pecuaristas em geral, que devem dar preferência aos machos avaliados. Os benefícios são comprovadamente indiscutíveis. Uma boa leitura a todos nesta edição, que mostra os avanços da raça Angus Brasil afora. Paulo de Castro Marques Presidente da Associação Brasileira de Angus E X P E D I E N T E Associação Brasileira de Angus Diretoria Biênio 2011/2012 Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1ºVice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Mariana Franco Tellechea - Diretor Vice Presidente: Eduardo Macedo Linhares - Diretor Vice Presidente: Valdomiro Poliselli Junior - Diretor Administrativo e Financeiro: Marco Antônio Gomes da Costa - Diretor de Marketing: Felipe Moura - Diretor de Núcleos: Sérgio Colaço da Silva - Diretor do Programa Carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato Zancanaro, Renato Ramirez, Antonino de Souza Dornelles, Carlos Alberto Martins Bastos - Membros Natos (Ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto, Hermes Pinto, José Roberto Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: João Francisco Bade Wolf, Ronaldo Zechlinski de Oliveira, Fábio Luiz Gomes - Membros Suplentes: Roberto Soares Beck, Frederico Fittipaldi Pons, Elio Sacco - Conselho Técnico: Susana Macedo Salvador Presidente (ciaazul@terra.com.br), José Fernando Piva Lobato, Ricardo Macedo Gregory, Rogério Rotta Assis, Roberto Vilhena, Ângela Linhares, Amilton Cardoso Elias - Representante ANC (amilton@herdbook.org.br). Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes (gerencia@angus.org.br) Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834 Colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Ana Esteves, jorn. Marina Corrêa, Jorn. Nelson Moreira, Nicolau Balaszow e articulistas - Diagramação: Jorge Macedo Departamento Comercial: Agência Ciranda // Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone Av. Getúlio Vargas, conj CEP Porto Alegre - RS :: ciranda@agenciaciranda.com.br Associação Brasileira de Angus - Largo Visconde de Cairu, 12 - conj CEP Porto Alegre - RS angus@angus.org.br - Fone: * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Foto de Capa: Eduardo Rocha / ABA

3 3 CARNE Novilho precoce 20 anos uma tecnologia que se renova Fotos: Divulgação/Angus Brasil O novilho jovem está mais jovem do que nunca: em 2012 completam-se 20 anos desde que pesquisadores e produtores pioneiros deram a largada numa nova tecnologia que veio revolucionar a pecuária nacional. E ao contrário do que se imagina, o tempo passa, mas o novilho precoce continua se renovando ano após ano, através da adoção de novas ferramentas tecnológicas, quer seja pela genética, pelo incremento do manejo, pelo uso de técnicas de melhoramento animal, campos mais nutritivos e total vigilância em termos de sanidade. Collares recorda ainda que um dos fatores que contribui para que esses animais ganhassem força e aceitação foi o fato de a cooperativa Cicade, de Bagé, RS, pagar preço diferenciado para novilhos de até 30 meses. Essa vantagem, aliada à possibilidade de liberar os campos mais rápido, se consagrou no Rio Grande do Sul e depois se espalhou para o Brasil afora. A tecnologia e a genética evoluíram e, hoje, temos know how para abater os animais com idade ainda mais baixa, entre 15, 16 meses de idade e com as fêmeas chegando à idade de acasalamento entre 14, 15 meses e não mais com dois anos como era de costume. >>> Por Ana Esteves O pesquisador e chefe administrativo da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, entidade pioneira no desenvolvimento do novilho jovem no Brasil, Roberto Collares, recorda que a necessidade de se buscar animais precoces surgiu frente a um problema econômico e de abastecimento de carnes durante a entressafra. A demanda por tecnologia nos anos 70 se aguçou pela lei de mercado: na safra, os preços reduziam, pois o governo brasileiro usava ferramentas para compra dessa carne, para estocá-la e vendê-la na entressafra. Isso tudo tinha um custo alto, pois armazenagem pelo frio é muito caro. Então iniciou trabalho de ter estoque regulador através do novilho jovem, explicou o especialista. A tecnologia para a criação desses animais se baseava no uso de pastagem cultivada para nutrição, consorciação de forrageiras como azevém, trevo branco e cornichão. Além disso, era essencial que se trabalhasse intensamente com controle estratégico de endo e ectoparasitos, através de medidas sanitárias. Esses fatores juntos, permitiram que passássemos a produzir novilho jovem de até 30 meses com bom nível de acabamento, carcaças de 220 kg a 240 kg, relembra Collares. Para que tal criação se desenvolvesse e ganhasse força, os técnicos foram incansáveis, tanto nos trabalhos de aperfeiçoamento de pesquisa como na divulgação dessa nova tecnologia para os maiores interessados: os produtores. Promovíamos constantemente dias de campo, palestras para transferir essa tecnologia aos criadores, fazendo com que eles acreditassem no novilho jovem. Ganhos em genética, no manejo e na nutrição tornaram realidade o novilho precoce Roberto Collares

4 4 CARNE Ainda antes da Embrapa Fotos: Divulgação/Angus Brasil Joal Brazzale Leal O pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Joal Brazzale Leal, conta que a produção de novilhos jovens começou a partir de experimentos do Ministério da Agricultura, antes ainda da criação da Embrapa, com a produção de um novilho de dois anos com 500 kg, que ficava um período em campo nativo e outro em pastagem. Isso ainda na década de 70. Naquela época era difícil conseguir esse peso, mas o uso de pastagens de trevo e azevém mostraram que isso era viável. Era caro, mas alguns se aventuraram, lembra Joal. Com a entrada da Embrapa no processo, na década de 80 foi realizada uma jornada com a cooperativa Cicade, com a Emater e associações de criadores de gado de corte. Esse evento foi o divisor de águas da produção do novilho precoce, pois foi a partir dele que a produção se firmou, diz o pesquisador. Na década de 90, os pesquisadores demonstraram que era possível produzir novilho jovem em campo natural, não com a mesma intensidade que se produzia com a pastagem, mas animais com 450 kg, com lotação e programa sanitário controlados, além da mineralização do solo, que possibilitou abater animais com 450 kg aos dois anos e meio. Frente ao sucesso, muitos entraram no processo e não voltaram mais atrás. Hoje temos entre 25% a 30% de abate de novilhos jovens, índice considerado Tudo começou com a Cicade, em Bagé alto e bom. Com a criação de programas como o Carne de Qualidade, a tendência é de que os abates cresçam ainda mais, diz Leal. Sobre o papel da Embrapa no processo de criação do novilho jovem, o pesquisador frisa que a entidade não para e está em constante processo de desenvolvimento de novos experimentos para aprimorar ainda mais esse tipo de criação. Trata-se de um processo dinâmico que não para nunca. Hoje, temos trabalhado muito com o conceito de consorciação lavoura/pecuária, técnica que é possível fazer apenas com novilho e não com gado de cria, pois o mesmo não permite o manejo intensivo uma vez que tem que parar quando entra lavoura. Mas com o novilho precoce é diferente: a lavoura cresce e cresce o abate de novilho de idade mais baixa. I D A D E / M A C I E Z Sobre o sentimento dos criadores em relação à adoção da tecnologia de cria do novilho jovem, Joal acredita que quem entrou no novilho de dois anos não volta mais atrás, pois a relação custo-benefício é muito favorável. Qualquer produtor está habilitado para essa atividade, desde que tenha programa de fomento por atrás liderando o processo. Além do mais, os frigoríficos têm interesse em produzir carne de melhor qualidade, associada com idade mais baixa do novilho. Essa atividade vai continuar crescendo por exigência do mercado, apontou. Sobre a utilização do Angus para produção de novilho precoce, Joal diz que se bem manejada, com rotação controlada e boa sanidade, a raça cobre perfeitamente a condição do novilho de dois anos, com boa terminação, marmoreio e gordura adequados. O administrador da Estância Ana Paula DFHA SA Uruguai, Fernando da Rosa Severo, diz que a história do novilho jovem pode ser dividida em duas etapas: a primeira quando a cooperativa Cicade lançou o programa novilho selecionado, através do qual eram premiados em até 10% novilhos tipificados com no máximo seis dentes, ocorrendo um grande percentual de animais abatidos com dois e quatro dentes, isso ocorreu no início dos anos 80. A segunda etapa foi quando começaram a aparecer os projetos de produção de novilhos superprecoces, pelos quais eram abatidos animais dente de leite com no máximo dois dentes, no abate de novilhos superprecoces. A Estância Ana Paula foi uma das pioneiras no Brasil e certamente no RS, a primeira empresa a colocar no mercado carne identificada com nomenclatura super jovem. Este projeto foi desenvolvido no fim da década de 90, lembra o empresário. O pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Alfredo Pinheiro, conta que na época em que começou a se pensar no desenvolvimento do novilho jovem, não existia pastagem cultivada e que havia falta de animais para abate no inverno. Naquela época fazíamos estoque de carnes. A safra de outono a gente estocava a carne no gelo. Eu era da diretoria da Cicade e precisávamos ir a Brasília para conseguir dinheiro para estocar, recorda. Os pesquisadores então conseguiram provar que era possível, com a pastagem de inverno, produzir esse novilho no primeiro inverno e no segundo inverno, ele era abatido nos dois anos. Era uma carne melhor porque era de animal mais novo e com dois anos tinha o mesmo peso do de quatro anos. Hoje tem várias alternativas de novilho jovem, de campo natural, de pastagem. Cada frigorífico tem um plus. Ele é jovem, mas tem que ter peso e acabamento. Não adianta ser jovem, mas não tem peso para os cortes de carcaça. O novilho tinha que ter, no mínimo, 400 kg para dar 200 kg, mas tem que ter cobertura e estar gordo senão não tem maciez na carne, determina o pesquisador. >>> Estância Santa Eulália - Animais mais novos possuem carne mais macia, saborosa, mais fácil de ser preparada. Concluindo, mais atrativa ao consumidor. Maragogipe Pratica e cientificamente está confirmado que o animal quanto mais jovem, mais tenra sua carne. Cooperaliança A carne de novilhos mais jovens apresenta maior qualidade principalmente por possuir maior maciez e suculência. VPJ Pecuária Porque quanto mais velho o animal, maior a rigidez de sua musculatura, assim uma das principais características da qualidade da carne que, é a maciez, fica prejudicada. Fazendas Califórnia e Rio Preto Porque a carne fica mais macia.

5 5 CARNE O início da pesquisa, nos anos 60 Pinheiro conta que a cultura do novilho jovem foi baseada nos trabalhos da Estação Cinco Cruzes, hoje Embrapa, que pertencia ao Ministério da Agricultura. Começou na década de 1960, quando se produziu o primeiro novilho O médico veterinário e professor adjunto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Leonir Pascoal, diz que a produção de novilhos precoces iniciou pela necessidade de encurtar o ciclo da produção do boi e de antecipar a vida reprodutiva da fêmea, na busca de maior taxa de desfrute, maior giro do estoque, diluição dos custos fixos e consequentemente maior margem para o pecuarista. Aliado a isso, surgiram oportunidades de mercado sinalizadas pelo consumidor que demandava carne com melhor maciez. A principal e mais famosa oportunidade, da época, foi a Cota Hilton para a qual somente eram selecionados animais precoces jovem de pastagem sem ração com peso aproximado de 500 kg com dois anos de idade, com dois invernos de pastagem. O terneiro foi desmamado com cerca 200 kg, no primeiro inverno recebeu pastagem e no segundo também e depois com Encurtar o ciclo significa ganhar mais em prazos menores Alfredo da Cunha Pinheiro dois anos foi para o abate. Foi o primeiro novilho jovem do Rio Grande do Sul e possivelmente do Brasil. O técnico recorda que o início do uso dessa tecnologia pelos produtores foi muito lento, porque no princípio os frigoríficos não ofereciam um plus no preço. Foi a partir da integração da Cicade com a Embrapa que a cooperativa pagava a mais. Os produtores não se importavam em gastar um pouco mais em pastagem porque havia esse adicional. Depois eles se deram conta que ao invés de produzir um novilho de quatro anos, poderiam produzir dois novilhos no mesmo tempo. Aí se começou a utilizar o novilho jovem em massa. Entre as principais linhas de pesquisa desenvolvidas pela Embrapa estão pastagem cultivada permanente, trabalhos de sanidade e parasitologia. Mesmo em pastagem cultivada, se não fizessem controle da verminose não ganhavam peso. Esse trabalho foi realizado pela nossa equipe. O novilho Pecuária de giro mais rápido que eram mais bem remunerados pelo frigorífico, que por sua vez, se beneficiava da exportação com agregação de valor a carne. O especialista lembra que no início da década de 80, com maior foco em gestão, produtores da região de Bagé e Dom Pedrito, RS, eram pioneiros e propaladores do Leonir Pascoal Fotos: Divulgação/Angus Brasil novilho precoce. Suas fazendas eram visitadas por comitivas de pecuaristas e de professores e estudantes universitários das ciências rurais, todos na busca de informações que a academia ainda não havia produzido. Posteriormente a isso se difundiu de forma lenta para outros estados do Brasil, mas o novilho precoce surgiu foi nos campos sulinos. Segundo o professor, para ser considerado como novilho precoce, a fêmea deve conceber antes dos 36 meses de idade, e no caso do novilho que esteja em condições de abate também antes dos 36 meses. Também é preciso atingir cobertura de gordura avaliada como satisfatória, e ainda ter bom peso de carcaça, e nestes dois quesitos é que ocorrem as maiores dificuldades que decorrem principalmente da genética e alimentação, afirma. Entre as vantagens desse tipo de criação, Pascoal destaca a diluição dos custos fixos pelo maior giro do estoque e o melhor preço recebido por quilo de carcaça se este for de uma raça que tenha um programa de carne certificada reconhecido pelo consumidor. Sobre o uso da Angus para produção de novilho precoce, Pascoal diz que se trata de uma raça de ponta para este fim porque alia às boas características de produtividade e precocidade dos machos e fêmeas à excelente qualidade de carne, estando esta última característica extremamente consolidada em estudos científicos. >>> ia para o abate e a novilha ia mais cedo para a reprodução. Para Pinheiro, a Angus pode ser considerada como a raça que melhor se adapta à produção do novilho jovem, pois não basta boa alimentação e sanidade para se chegar ao novilho ideal: Tem que ter potencial genético para alcançar as condições necessárias. A Angus é conhecida mundialmente por ser a melhor carne de qualidade. É um animal que muito novo tem acabamento de gordura, com um ano já tem gordura suficiente que permite o abate, enquanto que outras raças, mesmo tendo peso não tem a gordura suficiente para dar maciez à carne. Hoje já há produtores que abatem novilho jovem angus com 14 meses, completa o especialista. Características do novilho precoce - Ciclo de produção menor; - Maior produtividade por área; - Maior valorização da produção; - Produção totalmente alinhada com a demanda mercadológica por carne de qualidade; - Maior rentabilidade do sistema de produção; - Com maior rentabilidade, maior produtividade o produtor esta no caminho da sustentabilidade do negócio, desde que atenda as questões ambientais, sociais e bem-estar animal.

6 6 CARNE Criadores destacam vantagens da criação de novilho precoce Fotos: Divulgação/Angus Brasil Joaquim Mello foi um dos pioneiros do Novilho Precoce, então chamado de Novilho Selecionado A excelência da genética Angus, reconhecida mundialmente, ganhou a adesão de muitos produtores brasileiros. Um dos pioneiros na introdução do novilho precoce Angus, o agropecuarista Joaquim Mello, proprietário da Estância Santa Eulália, em Pelotas, RS, iniciou seu trabalho na década de Seus primeiros registros de vendas de novilhos para a Cicade (Cooperativa Industrial de Carnes e Derivados, de Bagé), que tinha um comércio de novilhos chamados novilhos selecionados, são do fim dos anos 70 e início de Mello conta que eram animais de 4 a 6 dentes, que tinham que ter um bom acabamento de gordura e, portanto, ser uma carne tenra, macia e saborosa, própria para churrasco. A carne era ofertada no comércio, embalada em pequenas caixas de isopor, e os cortes eram basicamente picanha e costela. Essa nova modalidade de ofertar carne, criada pela Cicade, foi na época uma inovação importante para o setor, bem como obteve importante sucesso, relata. De acordo com o produtor, esse trabalho iniciou tendo como suporte de alimentação pastagens de azevém feitas em restevas de soja. Há, portanto, uma integração lavoura-pecuária, que iniciou em 1972 na Estância Santa Eulália, com o plantio da primeira lavoura de soja, lembra Mello, que é Engenheiro Agrônomo e, por conta disso, sempre leva em conta a integração da agricultura com a pecuária. Ele destaca que quando se começaram a produzir animais precoces, o retorno financeiro da pecuária passou a ser bem mais rápido. Diante disto, passamos a ter um investimento financeiro bem mais atrativo. Ao mencionar o padrão adotado em sua propriedade, Mello observa que as características mais importantes que definem um animal precoce são a idade de abate, de 18 a 24 meses, peso de Fotos: Divulgação/Angus Brasil carcaça ideal (240 kg) e um bom acabamento de gordura (3 a 6 mm). Também integrante do rol dos pioneiros na introdução do novilho precoce, o produtor Wilson Brochmann, diretor da Agropecuária Maragogipe, de Camaquã, RS, se dedica ao tema desde 1973, ano em que se formou na Faculdade de Agronomia, na Ufrgs. De lá pra cá, pode observar e contribuir para a evolução do rebanho Angus, contabilizando inúmeras vantagens nos animais que atingem o acabamento precocemente. Retorno rápido do investimento, maior giro do estoque e maior suporte na propriedade são alguns dos benefícios evidenciados pelo produtor. Os animais, Os irmãos Flor Desde 2006, as que se caracterizam pela precocidade sexual, conformação da fazendas Califórnia, no estado de Goiás, e Rio Preto, no Mato Grosso, carcaça, marmoreio desenvolvem e acabamento o trabalho com o de gordura, novilho precoce. agregam a essa As propriedades genética diferenciada vantagens mãos pecuaristas Wilson Brochmann pertencem aos ir- econômicas. São muitas e se traduzem na bonificação do Programa da Carne Angus, resume Brochmann. O diretor da Agropecuária Maragogipe aponta a padronização da produção como uma das principais mudanças que verificou depois de ter iniciado a criação de novilhos precoces. Obtivemos a padronização da produção, uma vez que utilizamos somente cruzamento industrial com Aberdeen Angus, além do incremento no giro do estoque bovino, destaca. A Agropecuária Maragogipe trabalha com o cruzamento industrial terminal - abate os animais 1/2 sangue Angus e Nelore, machos e fêmeas, no Programa da Carne Angus, na Marfrig, em Bataguassu (MS). O rebanho é terminado em confinamento, num período variável de 70 a 90 dias para os machos e de 50 a 70 dias para as fêmeas, dependendo do peso de entrada. Brochmann acrescenta que a variação do Angus para as outras raças, normalmente, é de menos 10 a 15 dias no confinamento, o que representa uma diferença no custo muito grande no final do Romão e Sebastião Flor. Eles destacam que a maior heterose do animal garante mais rentabilidade e maior facilidade de comercialização. Essa condição advém justamente do fato de não haver recria, o que faz girar mais o rebanho e torna os ganhos mais compensadores, pois o animal já adquiriu peso ao desmame e engorda aos 15 meses, com acabamento da carcaça, acrescenta Romão. Eles observam ainda que a adoção da técnica do novilho precoce impõe à propriedade uma nova rotina. Exige mais trabalho e implica aumento do custo de produção, completa Sebastião. Mas todo esse investimento tem retorno. As fazendas registraram um aumento de 10% na produtividade. A alimentação também tem papel importante no diferencial genético do novilho precoce Angus. Nas propriedades dos irmãos Flor, o animal oriundo do confinamento está pronto para o abate entre os 15 e os 24 meses, enquanto que os criados a campo costumam estar finalizados entre 30 e 42 meses. >>> ano. Produtor deve reduzir a idade de abate, obter peso ideal de carcaça, com gordura de 3 a 6 mm

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8 8 CARNE Angus x Zebu, o casamento perfeito A VPJ Pecuária, de Valdomiro Poliselli Júnior, começou, há mais de 20 anos, o trabalho com o cruzamento Angus e Zebu (hoje chamado de casamento perfeito) em busca do novilho precoce, nas propriedades localizadas no estado de Goiás, utilizando sêmen e touros PO e da seleção VPJ que tem sede no município de Mococa, SP. Poliselli afirma que não se pode falar em pecuária nos dias de hoje sem mencionar lucratividade, e esta é a grande vantagem dos animais que têm acabamento precoce. Eles realmente trazem lucro ao produtor, pois seu ciclo é muito mais curto dentro da fazenda e seu desempenho é muito mais rápido. O novilho precoce, ressalta o pecuarista, vai ser tanto mais bem acabado quanto tiver a capacidade de reunir as características que lhe são próprias, como peso e idade Fotos: Divulgação/Angus Brasil Valdomiro Poliselli Júnior, ao abate e cobertura de gordura. Não adianta termos um animal pesado no desmame e no abate que não tenha cobertura de gordura e marmoreio. Não adianta termos um animal com cobertura de gordura, mas com pouco peso ao abate, pondera. Na opinião de Poliselli, Angus é a raça que, no cruzamento com Zebu, obteve a perfeição na qualidade de produção de animais precoces (pesados e com cobertura de gordura) e, com excelente qualidade de carne (muito macia e com excepcional marmoreio). Assim, além de ter o animal precoce, que já gera a lucratividade por si só, o produtor recebe uma bonificação pela certificação do Programa Carne Angus, pela qualidade de carcaça e de carne, aumentando ainda mais o seu lucro. Nas propriedades da VPJ Pecuária, os animais cruza Angus (50% Angus x 50% Zebu) são criados e destinados somente ao abate, pois sabemos que, geneticamente, seu potencial é para isso. Poliselli observa ainda que, para reprodutor, somente deve-se utilizar animais puros Angus, que são os que realmente foram selecionados (com um crivo rigoroso da Angus Brasil - Associação Brasileira de Angus - e também dos criadores de genética), e que irão transmitir estas características melhoradoras aos seus descendentes. A VPJ Pecuária produz fêmeas prontas para o abate com média de 15 arrobas e 20 meses de idade, em regime de engorda a pasto com suplementação protéica no cocho. Já os machos ficam prontos para o abate com 18 arrobas, apresentando também as características de cobertura e marmoreio, aos 24 meses (castrados). No caso de animais sem este diferencial genético, Poliselli afirma que as fêmeas ficarão prontas para o abate em média com 3 anos e os machos com 3,5 anos. Indústria: de olho nos animais precoces Tudo começou com a cooperativa de carnes Cicade, de Bagé/RS, que nos idos dos anos 70 se dispunha a bonificar os produtores que optassem pela produção dos novilhos precoces, então chamados de novilhos jovens. Hoje, a indústria con- Fernando da Rosa Severo tinua interessada nessa tecnologia, pela qualidade da carne desses animais e também pela rapidez do giro da produção. O administrador da Estância Ana Paula, Fernando da Rosa Severo, afirma que a indústria tem papel fundamental no desenvolvimento do projeto do novilho jovem, já que a consolidação do mesmo ocorre quando os consumidores conseguem distinguir a qualidade diferenciada dos cortes produzidos por estes animais e para que isto ocorra é obrigatória a presença do processo industrial. Houve casos em que os produtores ou as associações de raça iniciaram os programas sem a participação da indústria para gerar demanda e aí sim ser valorizado pela indústria, lembra. Foi, assim no caso da Estância Ana Paula e da raça Angus. A contribuição da indústria ocorre no momento em que ela visualiza o potencial do programa em agregar valor aos seus produtos, coloca este produtos em nichos de mercado de maior valor agregado, gerando demanda do produto, passando a valorizar a produção com melhores preços, destaca Severo. Segundo ele, a indústria pode criar linhas de produtos premium certificados ou não, que tem maior valorização, mesmo com um custo maior da matéria prima comparando com outros padrões animais, o valor agregado geralmente melhora a rentabilidade industrial, fidelizando o cliente, compradores e posicionando marcas reconhecidas por qualidade no mercado consumidor. Maciez, a grande característica O professor da UFSM, Leonir Pascoal, lembra que a indústria conta com a vantagem de que animais precoces têm a possibilidade real de agregação de valor à carne, uma vez que o item de qualidade mais apreciado pelo consumidor é a maciez da carne, que é determinada por vários fatores, mas principalmente pela tenra idade de abate, grau de acabamento e raça. A indústria somente vai remunerar com bônus por qualidade em situações que o consumidor reconhecer essa qualidade e aceitar receber o repasse do maior custo com a bonificação e com o maior custo de processo, avalia Pascoal. >>>

9 CARNE 9 de

10 10 CARNE Na Cooperaliança, aumentar o giro e ganhar tempo Fotos: Divulgação/Angus Brasil O trabalho de aperfeiçoamento do rebanho de novilho precoce Angus é realizado há 14 anos pela Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão (Cooperaliança), de Guarapuava (PR). De acordo com a médica veterinária Marina Azevedo, do departamento técnico da Cooperaliança, a principal vantagem oferecida por essa genética é aumentar o giro na propriedade, ter mais animais acabados em menos tempo, aumentando também o ganho por área. Além de ter em mãos um produto de maior qualidade que é valorizado pelo mercado, complementa. Marina Azevedo Marina observa que a precocidade traz benefícios em dois aspectos complementares. Do ponto de vista da genética, pela raça do animal, há a vantagem da precocidade reprodutiva, de crescimento e até de acabamento. Já quanto à precocidade de terminação, observa que, mesmo tendo relação direta com as características inatas do animal, está intimamente relacionada com o manejo, principalmente nutricional, desde o nascimento, desmame, até a terminação. Aí sim entram as características para definir um novilho precoce, que é um animal jovem, de até 18 meses que apresenta peso e acabamento de gordura ideais para ser abatido, resume. Animais que possuem a genética Angus já estão com cobertura de gordura ideal no momento em que atingem o peso de abate, enquanto que outros cruzamentos têm grande dificuldade na fase final, justamente pela deposição de gordura mais tardia e menos eficiente. O volume de cortes observados nas carcaças de novilho precoce cruza Angus também é um aspecto importante e muito positivo a ser destacado, além do marmoreio que é a principal característica que confere maior qualidade da carne nessa genética. Todas essas características produtivas geram vantagens econômicas, pois o consumidor já reconhece a qualidade diferenciada de animais cruza Angus e não se preocupa em pagar mais por isso, enfatiza veterinária da Cooperaliança. Marina observa que, ao adotar o novo sistema de produção, muitas coisas mudaram na propriedade. A produção se tornou mais intensiva, logo a necessidade de melhorar a qualidade das pastagens, de usar ração de boa qualidade e de adequar o manejo dos animais, relata. A mão-de-obra também precisou ser treinada para que o novo sistema funcionasse com sucesso. A principal vantagem, destaca, foi a diminuição de categorias a pasto, animais na recria em várias faixas de idade, que dependiam de grandes áreas de pastagens. Na produção do novilho precoce há apenas uma categoria de recria, animais desmamados que permanecem em média 120 dias a pasto para aí terminarem seu acabamento no confinamento, o que facilita muito o manejo dentro da propriedade, avalia Marina. Como a terminação de um animal depende de uma série de fatores, a veterinária ressalta que é difícil determinar o tempo exato que levará pra ter acabamento e peso ideais, mas afirma que o novilho precoce Angus consegue com mais facilidade chegar em peso e cobertura ideal aos 13, 14 meses se comparado a outros cruzamentos. Isso vai depender muito do manejo adotado. Hoje temos animais sendo abatidos com 12, 13 até 18 meses, e o que mais difere é o sistema de produção adotado desde a cria até a terminação, pondera Marina.

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12 12 CARNE Certificação garante qualidade da carne O Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) é considerado hoje referência nacional em qualidade de carne e nos processos técnicos que culminam pela certificação da carne segundo critérios internacionais. Todo o processo industrial, dentro dos frigoríficos parceiros, é realizado sob a supervisão permanente dos técnicos da Angus Brasil. Estes são os parceiros da Angus Brasil O processo de certificação, que iniciou de forma quase artesanal, passou por um completo processo de padronização e profissionalização no período de 2005 a 2007, que culminou com a obtenção de um reconhecimento inédito no Brasil para um Programa de Carnes, o Certificado de Acreditação Ausqual, mantido desde então através de auditorias periódicas de todo Unidades com certificação Unidades em implementação o processo nas indústrias parceiras, onde são avaliados tanto a realização prática dos procedimentos de controle da identidade e da qualidade dos produtos que recebem o selo de certificação da carne Angus, quanto a documentação e registros do processo, informa Fábio Medeiros, Coordenador Nacional do Programa Carne Angus Certificada e responsável pelo desenvolvimento do Sistema de Gestão pela Qualidade do Programa Carne Angus. Segundo ele, auditores da Brasil Certificação Ltda., subsidiária da Ausqual no Brasil, percorrem as unidades certificadas avaliando todo o Foto: Divulgação/Angus Brasil O Programa hoje atua em 14 unidades frigoríficas no Brasil com três grandes parceiros Carne Angus Certificada na rede Zaffari no Rio Grande do Sul processo de certificação, que conta hoje com 24 funcionários altamente qualificados e dedicados em tempo integral à certificação e garantia da identidade e da qualidade do produtos recebem o selo de certificação da Associação Brasileira de Angus, coordenados por um grupo de Supervisores regionais, de fundamental importância para a qualidade e manutenção do processo. O Programa hoje atua em 14 unidades frigoríficas no Brasil (veja o mapa) através da parceria com Marfrig Group, Frigorífico Silva e VPJ Alimentos. O processo de certificação inicia nos currais da indústria, de madrugada, antes do início das operações. Lá os animais são previamente inspecionados pelos certificadores de abate para avaliação das características raciais e grau de acabamento, num procedimento preparatório para o processo de certificação. Durante o abate, cada animal é avaliado individualmente quanto às características raciais, de idade, grau de acabamento e conformação de carcaça, sendo identificados com o carimbo de certificação da Angus Brasil, que acompanhará esta carcaça durante todo o processo industrial. Na sequência, após o período de resfriamento, é realizada a separação dos animais aprovados em todos os exigentes critérios do processo de certificação e então, com acompanhamento permanente dos certificadores responsáveis pelo processo de desossa, são produzidos os cortes nobres da Carne Angus Certificada, assim como as matérias primas altamente selecionadas direcionadas à produção das diferentes linhas de Hambúrguer Angus, realizadas em unidades especializadas para este fim, onde a Angus Brasil mantém certificadores em tempo integral acompanhando a identidade e o rigoroso padrão de qualidade destes produtos. (Veja o filme em tube.com/ watch?v=ikpxxtv2ctk) O resultado prático de todos esses processos que em volvem a certificação da Carne Angus é a certeza de contar com as características diferenciadas da autêntica Carne Angus Certificada, que encanta os mais exigentes consumidores de Norte a Sul. >>>

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14 14 CARNE A palavra dos certificadores Fotos: Divulgação/Angus Brasil Daiane Flores É de extrema importância a presença do supervisores e certificadores nas plantas frigoríficas para garantir que todas as especificações, procedimentos e padrões sejam cumpridos, aponta a veterinária Daiane Flores, Supervisora no Froigorífico Silva, em Santa Maria/RS. Segundo ela, desde a chegada dos animais (bem estar animal, manejo e higiene), a tecnologia de abate (insensibilização, eletro estimulação e instalações) e a desossa (instalações, temperaturas, procedimentos com a carne e embalagens); bem como garantir o padrão racial, classificação deste por dentição e acabamento de gordura e a qualidade do mesmo. Nosso papel é verificar todo o processo de seleção e transformação do produto, para assim garantir a identidade, qualidade e inocuidade, descreve a técnica. Para Daiane, como as exigências pela qualidade da carne estão cada vez maiores por parte dos consumidores, a missão dos técnicos em certificação dentro da indústria é garantir que esses animais selecionados passem adequadamente por toda cadeia pro- Nesta edição, ouviu os supervisores do Programa Carne Angus Certificada, profissionais de nível superior, veterinários e zootecnistas, responsáveis pela coordenação do programa nas diferentes regiões do Brasil, auxiliados por uma equipe de técnicos e inspetores que realizam no dia a dia todos os procedimentos envolvidos no processo de certificação. Ana Doralina Menezes dutiva, visando o bem estar animal, manter o valor nutritivo da carne, sua maciez, sabor e aroma. Daiane enfatiza que um produto de qualidade é aquele que atende as expectativas do consumidor final de forma confiável, acessível e segura. Ana Doralina, que participa do programa Carne Angus desde o inicio de suas operações de produção de cortes com o selo de certificação da Angus Brasil e uma das grandes colaboradoras no processo de padronização e profissionalização do Programa, hoje responsável pela supervisão das quatro unidades Marfrig no Rio Grande do Sul, sustenta que seu trabalho é responsável pela aplicação, na prática, das avaliações de qualidade realizadas durante todo o processo de certificação, além da questão de identidade do produto, tão importante para diferenciação, valorização e identificação ao longo da cadeia produtiva. A Veterinária Ana Paula Rodrigues Messias, Supervisora em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, afirma que o trabalho da equipe é essencial para garantir não só a identidade do produto, mas o Ana Paula Messias processo de certificação Angus como um todo. São os certificadores e supervisores que respondem por toda a estrutura do processo dentro da indústria, de ponta a ponta, e isso exige muita responsabilidade, dedicação e compromisso com as diretrizes do Programa. Credibilidade é fundamental O zootecnista Maychel Borges, Supervisor em Goiás, defende que o objetivo do Programa Carne Angus Certificada é disponibilizar a carne de alta qualidade dos animais da raça Angus. Para ele, os certificadores e supervisores são os profissionais capacitados para atuar na parte operacional, selecionando os animais desde o abate até o produto final, conforme seu padrão racial, idade e acabamento de gordura, tendo sempre a responsabilidade de garantir a identidade e a qualidade diferenciada, características marcantes que distinguem a carne Angus. Outro ponto destacado pelo técnico é o elo que os certificadores fazem entre os pecuaristas e a indústria, que precisam ser cada vez mais unidos, consolidados. A credibilidade do processo de certificação junto a todos os elos da cadeia produtiva é fundamental. E isso se comprova na prática, no dia a dia na indústria, assegura ele. Daiane Flores lembra que as dúvidas mais frequentes dos pecuaristas são quanto ao padrão racial e o acabamento de gordura. A impressão deles é totalmente diferente após conhecer todo o processo de certificação, pois muitos comentam que no Brasil as coisas só acontecem no papel e que na prática é outra coisa, argumenta a técnica. Ela observa que os produtores ficam impressionados com todos os detalhes que compõem o funcionamento do processo de certificação, além do comprometimento e da seriedade dos funcionários envolvidos. Trabalho criterioso Ana Paula comenta que todos os envolvidos na cadeia produtiva notam a seriedade e compromisso do Programa Carne Angus em garantir que todo o produto que leva o selo Carne Angus Certificada foi criteriosamente trabalhado, tanto pela indústria, como pelos certificadores, que garantem todo o processo. Os funcionários dos vários setores e o SIF reconhecem a responsabilidade e competência que temos em assegurar todo o processo produtivo, pela nossa presença constante nas produções, e pelos procedimentos que seguimos sempre, com muito critério, Maychel Borges como deve ser em todo programa de qualidade, salienta a técnica. Declaração semelhante também vem do técnico Maychel Borges. Ele diz que a credibilidade no trabalho de certificação é alta e que na indústria todos tem noção de como o Programa é conduzido e o que deve ser feito. Recentemente estivemos conversando com o médico veterinário do SIF de nossa unidade, Dr. Márcio Tadeu, que elogiou bastante a credibilidade do nosso Programa. Ele nos relatou que estava em um congresso em Brasília e ouviu colegas dizendo que não sabiam se o Programa era confiável, e logo ele interveio dizendo que nosso trabalho é serio e totalmente confiável, pois no frigorífico onde atua o processo é acompanhado pela Angus Brasil do curral até o produto final, relata ele. Concluindo a conversa, o coordenador do Programa Fábio Medeiros pontua: É fundamental a presença permanente dos produtores nas unidades. Sempre que conversamos com os pecuaristas, fazemos questão de convidálos a conhecer na prática o Programa Carne Angus Certificada, visitando as unidades frigoríficas, acompanhando seus abates e vendo no dia a dia como funciona o processo de certificação da Angus Brasil, e como garantimos a identidade e a qualidade da Carne Angus Certificada, que encanta cada vez mais consumidores de todo o Brasil. Fábio Medeiros

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16 16 CARNE Se a carne é Angus, prove! Fotos: Divulgação/Angus Brasil Paulo de Castro Marques A Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) está lançando nesta edição do uma campanha publicitária de valorização das marcas parceiras da Carne Angus Certificada. Com o slogan Se a Car- Reynaldo Titoff Salvador ne é Angus, prove! a campanha apresenta peças de marketing que serão divulgadas através do jornal da ABA o, do Programa Angus News na TV e nas redes sociais, além de outros veículos focados no público consumidor. A campanha visa a valorização da garantia de qualidade conferida pelo processo de certificação da Angus Brasil para a Carne Angus. O Projeto, que é uma das metas propostas pelo presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, tem como alvo: falar diretamente com o consumidor.... Carne é Angus Para o diretor do Programa Carne Angus Certificada e selecionador Reynaldo Titoff Salvador, a campanha visa chamar a atenção das pessoas e valorizar a marca de certificação da Carne Angus. É um processo de garantia de qualidade que tem reconhecimento nacional e internacional, com mais de dez anos de existência, nas mãos de uma equipe de especialistas, para proteger o produtor, a indústria e o consumidor, aponta o dirigente. Tendo participado do Programa Carne Angus Certificada desde o embrião, Reynaldo Salvador não tem dúvidas de que a certificação da Carne Angus cumpre ainda o importante objetivo de fortalecer toda a cadeia produtiva e assim levar à mesa do consumidor final brasileiro uma proteína vermelha nobre, de alto valor nutritivo e de inquestionável qualidade, que é a carne Angus certificada. Hoje, no Brasil, carne de qualidade, é carne Angus, fulmina Salvador. Angus para o Brasil O Brasil precisa ter pressa em conhecer melhor a genética Angus e a carne Angus, sai dizendo o presidente da Angus Brasil, o empresário e pecuarista Paulo de Castro Marques. Ele garante que a Angus tem muito a contribuir para elevar o nível qualitativo da pecuária brasileira. E sobre a campanha publicitária de valorização das marcas parceiras da Carne Angus Certificada, Castro Marques resume o alvo numa frase: Levar ao pecuarista e ao consumidor as vantagens da raça Angus. Sua produtividade, qualidade dos animais e o inigualável sabor da Carne Angus.

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18 18 REPORTAGEM Com Angus, Paraná rumo à modernidade Fotos: Divulgação/Angus Brasil Com aproximadas 8 milhões de cabeças de gado, o Paraná possui o sexto maior rebanho bovino do Brasil. Por sua infraestrutura, localização e vocação histórica para a pecuária, o estado se mostra num período de franco desenvolvimento na criação da raça Aberdeen Angus. Isto é visível, não só pela demanda cada vez maior por sêmen, por matrizes e reprodutores, mas também pela visão apurada dos pecuaristas, que têm investido na formação de cooperativas, entendendo ser esta a melhor estratégia para o momento. De lá surgem notícias como: Fazenda Rio da Paz e Estância Ponche Verde arrecadam mais de R$ 600 mil em remate, além de outras relativas ao aumento continuado da oferta de matrizes e reprodutores em leilões, numa demonstração clara do potencial do Estado, mas também fica evidenciada a necessidade de realizar um upgrade para expandir os negócios que ainda encontram algumas dificuldades. Para isso, a Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) está trabalahndo junto aos pecuaristas, buscando fortalecer ainda mais a cadeia produtiva do estado. Um longo caminho já foi percorrido mas ainda há muito por fazer e com as características de trabalho de seu povo e os investimentos realizados até agora, é fácil prognosticar dias ainda melhores para os produtores. E em se tratando de carne de qualidade, eles já sabem: a Angus entra como item absoluto de modernidade. Décadas atrás Nos anos 80 o Paraná faz os seus primeiros movimentos mais consistentes com a finalidade de trazer e agregar a raça Angus em seus pastos. Na ponta desta iniciativa está a família Filippon, de Guaraniaçu, no sudoeste do Estado. Naquele período as observações quanto ao desempenho dos animais permitiram concluir pelo seu aproveitamento no cruzamento industrial pois, como disse o criador Cristopher Filippon, com a raça Angus não existem modismos, ela se adapta muito bem e produz excelentes resultados. Também deve ser lembrado o nome, entre outros, de Antonio Carlos Pugliese, decisivo incentivador da participação da raça em exposições, além de ter presidido, por longo período, o Núcleo Paranaense de Criadores de Angus. Visão de progresso Na visão do presidente da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), Paulo de Castro Marques, o potencial de crescimento da raça ganha destaque no Paraná e, particularmente, o que vem chamando a sua atenção é a integração lavoura/pecuária na produção de novilhos super precoces. E mais, as iniciativas na criação da raça continuam a se expandir. Recentemente foi instalado um núcleo de criadores no sudeste do Estado, com sede na Sociedade Rural de Pato Branco, divisa com Santa Catarina. E este núcleo abrangerá aproximadamente 30 municípios. Conforme o seu presidente, Neilor Antonelli, foram dois anos de negociações para esta importante conquista dos pecuaristas da região. Ele informou também a incorporação de 11 produtores rurais à entidade e a expectativa, após a inauguração do espaço, é de que novos empreendedores venham a se beneficiar com o projeto. Vermelhinhos e Pretinhos Há alguns anos levava meus bezerros para a feira e os preços oferecidos eram baixos, inicia o agropecuarista Cláudio Marques de Azevedo, da Fazenda Palmeira, em Guarapuava, região central do estado paranaense. Ao explicar a desconfiança dos outros produtores em relação aos animais cruzados da raça Angus, ele recordou: aí vem os vermelhinhos e os pretinhos, ilustra Azevedo, repetindo os comentários de então. Mas hoje o quadro é bastante diferente, pois quando o comprador percebe a chegada de mais um lote, os preços se elevam. Aqui cabe ressaltar que o município é o pólo que agrega as demais cidades da região e, em todo o mês de maio acontece a conhecida feira de Guarapuava, concorrido ponto de vendas e divulgação dos criadores de bezerros de cruza industrial dos vermelhinhos e pretinhos, agora renovados e valorizados. Esta tradicional venda de bezerros segue o exemplo dos negócios no Rio Grande do Sul, diz Azevedo, informando que durante o evento são comercializados de cinco a seis mil cabeças, com a participação dos criadores de toda a região central. Com experiência acumulada de 10 anos na produção exclusiva de bezerros, o pecuarista um dia ouviu falar de um animal de alta precocidade e qualidade de carne e, depois de alguma pesquisa resolveu investir. Isto permitiu a redução de meu rebanho de vacas e aí passei a privilegiar o que o mercado sinalizava: a qualidade do produto carne, justifica Azevedo, que começou com 400 matrizes. O rebanho cresceu e a inseminação artificial também faz parte dos investimentos do criador, que disse com satisfação ter realizado a escolha certa ao optar por Angus. >>> Cláudio Marques de Azevedo, da Fazenda Palmeira

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20 20 REPORTAGEM Do pasto ao confinamento, garantia de bons preços Fotos: Divulgação/Angus Brasil Os animais, criados a pasto, quando ainda bezerros são vendidos para, na maioria dos casos, serem terminados no sistema de confinamento. A principal razão desse procedimento se justifica pela falta de pastos de inverno na região. E aí é que entra em ação a cooperativa, chamada de Cooperaliança. Os compradores realizam um período de adaptação dos animais a pasto e mais a suplementação, seguindo posteriormente para o confinamento e comercialização, informa o criador, ressaltando a importância da cooperativa na garantia de bons preços e colocação do produto no mercado consumidor, que é cada vez mais exigente. Na realidade - descreve Azevedo - os parceiros ter- minadores da cooperativa buscam a precocidade da raça, isto é, já existem os animais precoces no mercado e a nossa meta é chegar ao hiper precoce como um diferencial a mais. Ele disse ainda já ter planejado para este ano a utilização do confinamento em sua propriedade como teste, acreditando melhorar o seu faturamento. Azevedo igualmente informa que a Cooperaliança está determinada a fazer um investimento na parte industrial, possibilitando realizar todo o processo, incluindo-se aí até o de embalagem dos cortes da carne, embarcando no Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil. Este é um caminho sem volta e, para possibilitar o crescimento deste empreendimento, novas ações deverão ser efetivadas, além, é claro, de suprir uma demanda crescente pelo produto carne de qualidade com a certificação da Angus Brasil, revela o criador. ponsabilidade de presidir a cooperativa Cooperaliança desde a sua fundação em Mas antes disso, e também sob a sua direção, foi constituída uma aliança mercadológica, em 2000, que teve inicialmente o propósito de eliminar o frigorífico como intermediário de seus negócios, e criar uma perspectiva melhor para o produtor. Posso dizer que esta iniciativa valeu o esforço e culminou por gerar a necessidade de criar a atual cooperativa, reforça e complementa Sander, afirmando ser este projeto a maneira pela qual os criadores já conseguiram produzir uma carne de qualidade superior e também suprir, em parte, um mercado em franca alta. Agregando 35 criadores da região, a cooperativa quer se fortalecer produzindo com qualidade, regularidade e propiciando renda ao produtor. Num tom divertido, Sander arremata dizendo que não foram eles os produtores - que escolheram a Angus. Quem escolheu foi o consumidor... E, segundo ele, agora é preciso se adaptar às condições que satisfaçam a ponta final da cadeia. Para isso, já vem acontecendo diversas reuniões com os responsáveis pelo Programa Carne Angus Certificada da Angus Brasil e, conforme justifica o dirigente, antes não havia volume e nem regularidade de produção para assumirmos qualquer compromisso. Mas hoje já podemos garantir estas condições para que o Programa seja rapidamente implantado, confirma. Carne Angus: a hora é agora Alguns fatores ainda precisam ser enfrentados, como por exemplo a correta compreensão do funcionamento do Programa Carne Angus pelos produtores. Mas o dirigente da Cooperaliança acredita que o mais difícil era a falta da oferta diante de uma demanda crescente. Pontualmente, a questão crucial que se mostra a mais urgente, neste momento, é justamente a falta de um frigorífico de porte para abrigar um montante de pecuaristas que descobriram o caminho das pedras ou melhor dizendo, de como faturar mais. Significa, em última análise, implementar uma área atualmente sem cobertura e que seja eficiente e dê fluência para a cadeia produtiva da carne. O mercado nacional, e em especial, o mercado exportador, já não aceitam um produto sem rastreabilidade, qualidade e padrão. >>> Há predisposição em investir no industrialização, embarcando no Programa Carne Angus Certificada Dedicação, desde o início Edio Sander, proprietário da Chácara Bela Vista, em Guarapuava, é daqueles criadores abnegados a tal ponto de assumir a res-

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22 22 REPORTAGEM Na cooperativa, os melhores preços Fotos: Divulgação/Angus Brasil Enquanto isso, informações provenientes do noroeste do Estado, mas precisamente de Moreira Sales, cidade próxima a Umuarama, dão conta de que naquela região a Cooperativa Agroindustrial Caiua Carnes Nobres, com seus 23 associados, acelera forte para se alinhar com o que há de mais moderno na produção de carne Angus. Quem afiança isso é o tecnólogo em agronegócio Flávio Vilella, da Fazenda Moreira Sales, de propriedade da pecuarista Glória Maria Pereira Sales. Ele explica que as razões para a formação da cooperativa se alicerçam em cinco pontos principais: honestidade no abate; preço, confiabilidade, agregar valor e o aumento de leque de compradores, isso sem falar na garantia de qualidade do produto. Com estas justificativas é possível depreender que os criadores da região há muito desejam se estabelecer de modo definitivo. A demanda tem animado sobremaneira os pecuaristas atentos ao que o mercado mostra como um caminho confiável e duradouro. Até aqui os resultados estão acima das expectativas. Temos um dos melhores preços do Paraná, justifica Vilella. Num primeiro momento a cooperativa quer passar dos atuais 280 animais abatidos/mês para um patamar de 400, limite suportável pela estrutura disponível; mas falta a matéria-prima e isto tem feito acender a luz de alerta: como aproveitar a ocasião favorável e se organizar de modo a satisfazer o mercado e ao mesmo tempo atender às exigências do Programa Carne Angus Certificada? Pois chegou o momento em que, além de muita organização e firmeza de propósito, a Angus Brasil entra em campo para dar o suporte necessário ao projeto. Os primeiros movimentos nesse sentido já estão em andamento, até porque a intenção dos associados é num futuro breve, alcançar a meta de realizar o ciclo completo da produção de carne. Ainda precisamos dar mais alguns passos para chegarmos até este objetivo. O primeiro deles é ter uma escala de abate que possa ser prevista com antecedência e, não menos importante é definir o padrão de animais no pré abate para não gerar prejuízos e atrasos no fornecimento da carne, afirma. Ao final, Vilella reiterou a idéia sobre a qual o pecuarista não deve pensar em preço para matar o boi na cooperativa. Este é um dos melhores negócios que estamos fazendo. Comprar em conjunto é agregar valor, até porque é muito mais prazeroso ganhar dinheiro do que contar para o seu vizinho que vendeu mais caro que o outro. No seu entendimento, isto é um fato que está enraizado na cultura do criador tradicional e é como dar um tiro no próprio pé e, óbvio, uma maneira de perpetuar um ciclo pouco virtuoso. Demanda por Angus ferve em Cascavel O produtor rural Renato Zancanaro, da Fazenda Rio da Paz, de Cascavel, 1º tesoureiro do Núcleo de Criadores do Oeste do Paraná é mais um a entender e apoiar o que está acontecendo: uma forte demanda pelo produto Angus. A procura de animais desta raça é grande e daqui para a frente só tende a crescer, atesta e garante ser este o momento para os pecuaristas dar um salto e organizar a sua produção. A cooperação no seu entendimento é a melhor maneira de trabalhar em conjunto e, assim, agregar valor. É importante lembrar que o padrão de qualidade da carne é um dos itens exigidos pelo Núcleo e pelo Programa Carne Angus Certificada, sendo também uma necessidade básica a regularidade no fornecimento dos animais. Esta surrada definição de qualidade e regularidade precisa ser constantemente lembrada, pois só desta forma é que todos os que pretendem aproveitar o que a raça tem de melhor, avançarão e obterão sucesso em seus negócios. Zancanaro acredita nisso e diz que a certificação da carne é o passo seguinte. O marketing é a chave do sucesso Com 25 anos de experiências acumuladas e, presentemente também atuando a um ano como técnico da Angus Brasil na região de Cascavel, o médico veterinário Luis Augusto Copetti dá um depoimento bastante elucidativo quanto às razões que colocam a raça Angus no topo dos interesses dos pecuaristas do Paraná. Quem está mexendo com a raça aqui no estado é aquele agropecuarista mais organizado, que vem assimilando o que há de mais moderno em matéria de tecnologia e já realiza a integração lavoura/pecuária faz tempo, percebendo no cruzamento desta raça a sua melhor alternativa para agregar valor à produção e às propriedades, inicia. Em outras palavras, o proprietário rural passou a realizar investimentos pesados, e isto acontece em apenas dois anos. Como não acreditar na raça se a promoção de leilões tem apresentado um expressivo retorno financeiro? E, da mesma forma, a procura por tourinhos é expressiva, culminando com a falta da mercadoria. Para Copetti a região de Guarapuava é a que se mostra com as melhores perspectivas de ganhos por apresentar um clima bastante semelhante ao do RS. O produtor rural é muito responsável e não se lança em projetos sem ter a certeza do que está fazendo. Naquela localidade o sistema é o mais organizado, tanto é que a raça Angus já está sedimentada e eles já estão colhendo ótimos resultados, garantia de continuidade e prováveis novos investimentos, afirma o técnico. No entanto, o que mais chama a atenção do técnico da Angus, em função do crescente interesse pela raça, é mesmo o marketing. Isto vem acontecendo muito através do tradicional boca a boca, testemunhado em rodas de amigos nos fins de semana na hora de escolher uma carne para o churrasco. Só dá Angus!, diz Copetti. Outro termômetro são os supermercados que já estão dispondo fartamente a carne Angus certificada em suas gôndolas. A rede Beal, por exemplo, é uma empresa da região que vende as carnes certificadas oriundas dos frigoríficos Silva e Marfrig, do RS e região Central do Brasil, respectivamente, que são justamente os parceiros da Angus Brasil em seu Programa Carne Angus Certificada. >>> Recria realizada sobre pastagem Tifton 85

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24 24 REPORTAGEM Qualidade para combater amadorismo Nascido no Paraná, atuando como médico veterinário há 22 anos e como técnico da Angus Brasil há 14, Antonio Francisco Chaves Neto conhece como poucos a história da pecuária paranaense. Em suas andanças ele reafirma a importante colaboração de Carlos Pugliese na divulgação e disseminação do Aberdeen Angus. Conhecido como Batata, Pugliese e sua família foram os maiores criadores da raça no período de 1995 e Ele chegou a ter 400 matrizes PO e CA, sendo um grande batalhador que realizou inúmeras exposições e leilões em Londrina, afirma haves Neto, conhecido entre os Animais cruza Angus x Nelore criadores como Toninho. Quanto à importância regionalizada da raça, o técnico informa ser Cascavel o município que detém o maior número de animais Angus puros, enquanto que os de cruzamento já estão bastante difundidos em todo o estado paranaense. No seu entendimento, a crescente melhora dos negócios se deve a organização da cadeia produtiva em alianças mercadológicas ou cooperativas. Com isto, os produtores eliminaram os atravessadores e realizam a sua própria comercialização, sendo que a grande maioria dos pecuaristas são usuários da genética Angus, destaca. A motivação desta nova ordem se deveu ao fato da Fotos: Divulgação/Angus Brasil Antônio Chaves Neto recusa dos frigoríficos em aceitar animais cruzados, os produtores possuíam esta mercadoria e sabiam que era de qualidade e quando queriam colocá-la a venda, além de não valorizada os compradores faziam pouco caso, lembra e diz ter sido a região de Guarapuava a pioneira neste tipo de iniciativa. Pensando num futuro próximo, o médico veterinário entende que, tanto as alianças mercadológicas como as cooperativas deverão ingressar no Programa de Carne Angus Certificada e assim ter a certeza do caminho a seguir. Os confinadores de Cascavel estão levando os seus animais para aquela localidade e os três principais criadores daqui estão comercializando entre 300 e 350 touros por ano e ainda sentem a falta de mais para o atendimento do mercado, que é comprador, informa o técnico da Angus, Luis Copetti. Ele diz que a produção está a todo vapor, inclusive com o uso de inseminação artificial para tentar suprir a demanda. O fomento da raça está acontecendo de inúmeras maneiras e o próprio veterinário está organizando um leilão que acontecerá entre os dias 12 e 14 de maio próximo, no Parque de exposições de Cascavel. Até o momento já foram inscritos mais de 600 animais exclusivamente da cruza Angus. Outro fato que merece destaque é a ampliação do espaço nos campos para a produção de pasto de inverno. Isto tem permitido uma maior oferta dos sub produtos oriundos da lavoura, o que tem facilitado e barateado os custos na terminação em confinamento. Uma coisa puxa a outra, quer dizer, como a gauchada veio para o Paraná na busca de terras para o plantio de soja, milho e trigo, a pecuária foi perdendo espaços importantes. Mas ela retorna com força e a percepção de que o trigo, por questões de solo e clima, não se adaptou bem e está em baixa, abriu-se o espaço necessário para resolver a questão das pastagens. Hoje já se vê em muitas fazendas a substituição do trigo pelas plantações de aveia e azevém como forma de integrar a lavoura à pecuária. Eles saíram de uma cultura de risco para algo mais sólido que é utilizar as áreas para pastagem e assim agregar valor, reforça. Com a abundância de pastagens será possível produzir animais hiper precoces com maior facilidade, sendo o método bastante simples: o animal desmamado vai para a pastagem e lá permanece por dois meses e, em seguida são levados ao confinamento para estarem prontos para o abate em 15 meses. Quanto às questões de sanidade, Luis Copetti não vê problemas, pois hoje existe um controle rigoroso, especialmente quanto à vacinação e monitoramento da fronteira com o Paraguai. O pecuarista aprendeu muito com o revés da aftosa, há seis anos, salienta. Programa Carne Angus no Paraná Depois de todo esse apanhado de informações fica evidenciado um monocórdio, isto é, conversar com um criador é como conversar com todos e o tema vai se repetindo, com as mesmas demandas. Portanto, é em uníssono que se houve a palavra do produtor rural paranaense: é preciso que algo dê um norte para tornar a pecuária do Paraná, que já é pujante, também rentável. É aí que o Programa Carne Angus Certificada entra em campo. Para quem ainda não sabe a Angus Brasil já vem se reunindo com os produtores, representantes de frigoríficos e de cooperativas do Paraná, oferecendo as informações necessárias para que o programa seja implantado no estado. Já estão em contato com a Angus Brasil as cooperativas de Umuarama, Campo Mourão, Cascavel e Guarapuava. De forma concisa, o Programa Carne Angus Certificada é uma parceria entre a Angus Brasil e a indústria frigorífica, para produção de carne de alta qualidade e o mais importante: certificada a partir de padrões internacionais. Os objetivos se concentram na valorização dos animais Angus e suas cruzas e, ao mesmo tempo, busca remunerar pela qualidade aos produtos engajados. Fomentar a raça, fortalecer e integrar a cadeia produtiva, do mesmo modo são fatores determinantes para o sucesso do Programa que está empenhado em satisfazer plenamente ao consumidor. A parceria é o segredo das vitórias e a Angus Brasil entende que, em tempos de alta competitividade esse sistema atende integralmente os processos ao longo da cadeia produtiva, beneficiando os elos e gerando um diferencial marcante. O comprometimento dos produtores da carne Angus, a partir de 2003, vem garantindo mais e melhores resultados para os que acreditam nesta filosofia de trabalho. O Programa de Carne Angus não apresenta nenhum mistério em sua efetivação e para que haja uma maior facilidade do seu entendimento, a entidade oferece suporte e orientação técnica permanentes. Entre as metas da Associação para 2012 está em primeiro plano a Certificação da Carne Angus no Paraná, afirma Reynaldo Salvador, diretor do Programa. Junto com este objetivo, diz o dirigente, a ABA quer atingir a marca de 300 mil certificações em 2012 e isso acontecerá também com a adesão dos pecuaristas do Paraná que estão dando um retorno excelente em todas as tratativas e se mostrando bastante animados com a perspectiva de crescer junto com a gente. Afinal de contas, o Programa de Carne Angus hoje é referência e se consolidou como um dos melhores do País, ressaltou.

25 25 EXPOSIÇÕES Setembro/Outubro Março/Abril de

26 26 MELHORAMENTO GENÉTICO CP CRV Lagoa prepara 6ª Prova para touros Angus Já consagrada entre os produtores que tem foco na eficiência em produção pecuária no Brasil, a edição deste ano da Prova para touros Angus promovida pelo Centro de Performance CRV Lagoa já está com inscrições abertas, anunciando ainda algumas novidades. A prova, segundo Cristiano Leal, gerente de taurinos da central CRV Lagoa, terá como novidades, além do uso do Grow Safe (equipamento que mede a eficiência alimentar, apontando quais animais são mais eficientes), o aumento em um mês da data de nascimento dos exemplares: agora é de 1º de agosto a 30 de novembro de E diga-se de passagem: a prova representa também uma excelente oportunidade de dar visibilidade à genética da propriedade, a partir da colocação de touros nacionais em coleta na central, lembra o técnico. Com a meta de prover o mercado de animais avaliados, o Centro de Performance CRV Lagoa já está recebendo até o dia 8 de junho as inscrições dos animais, com a recepção programada para 1º a 15 de Junho. O período mínimo de adaptação será de 42 dias, enquanto a avaliação será realizada dentro do período de 180 dias. O leilão dos animais classificados como Top 30% também já tem data marcada: será no dia 20 de outubro. Na raça Angus a meta é reunir 80 tourinhos para a prova deste ano. Ganhos comprovados Nos últimos três anos a CRV Lagoa já comercializou dezenas de milhares de doses de sêmen de touros Angus que passaram pelos testes de performance realizados entre 2008 e A empresa contratou os três melhores reprodutores testados no primeiro e no segundo ano e os dois melhores de 2010 e de 2011 e quer continuar contratando, porque a genética Angus é a produtora de carne de qualidade que o mercado quer, salienta Cristiano Leal. Para o técnico, quem cruza com Angus quer animais de desempenho comprovado. Infelizmente muitas vezes o criador reserva seus melhores animais para as pistas, ao invés de mandá-los para os testes de avaliação, cuja repercussão vai alavancar a imagem propriedade e da raça. Na CRV Lagoa, duas de cada quatro doses de sêmen vendidas são de touros nacionais, e uma dessas duas é de touros da prova. Fotos: Divulgação/Angus Brasil Equipe técnica afiada A equipe técnica do Centro de Performance conta com integrantes do departamento de Corte da CRV Lagoa, em parceria com a Coan Consultoria (nutrição) e GenSys (avaliação genética). Segundo Ricardo Abreu, gerente de produto Corte Zebu da CRV Lagoa, o Centro de Performance consolida-se como a avaliação mais completa em um teste de desempenho por ser totalmente democrática e abrangente na participação de pequenos, médios e grandes criadores e também por identificar jovens talentos com predição do valor genético em características de interesse econômico, atendendo à demanda do mercado por genética provada e nacional. Cristiano Leal destaca que no CP CRV Lagoa, todos os criadores participantes conhecem a avaliação genética de seus animais e podem compará-la com o rebanho de diferentes criatórios dentro da mesma raça, o que fornece um parâmetro sobre o posicionamento do processo de seleção e uma melhor comercialização. Características de interesse Na prova são avaliadas 12 características diretamente correlacionadas ao resultado econômico da atividade. Essas são harmonizadas através do Índice de Seleção CP especifico para cada raça e contempla as seguintes características: peso, ganho médio diário, perímetro escrotal, qualidade de carcaça (avaliação por ultrassonografia) AOL (Área de Olho de Lombo) e EGS (Espessura de Gordura Subcutânea), avaliação por escores visuais (conformação, precocidade, musculosidade, umbigo e temperamento), morfologia e eficiência alimentar. GrowSafe O CP CRV Lagoa 2012 terá novamente a inovação GrowSafe, que irá mensurar a eficiência alimentar dos animais participantes do teste, fornecendo informações complementares aos índices de seleção, como o consumo individual de alimentos, considerando o ganho obtido em relação ao desempenho realizado no grupo. O GrowSafe oferece uma medida precisa sobre o custo do crescimento. Com o Grow Safe consegue-se diferenciar o animal que ganha dois quilos de peso por dia comendo 20 quilos de ração, de outro que ganha gramas/dia comendo 15 quilos de ração ou menos, esclarece Cristiano. Resultados Os números comprovam o interesse do mercado pela genética nacional e devidamente avaliada. Nas cinco edições já realizadas, entre os touros Top do CP, mais de 30 animais de 12 diferentes raças de corte (zebuínas e taurinas) foram contratados e mais de 300 mil doses de sêmen foram comercializadas. Em 2011, no Leilão Virtual do CP CRV Lagoa, realizado dia 22 de outubro, Angus fez a maior média: R$ ,42, deixando cada vez mais clara a preferência pela Angus entre as raças bovinas no Brasil. A média dos touros Angus foi puxada pelo máximo de R$ 50,4 mil, pagos pelo touro VPJ Black Bryan, da VPJ Pecuária, segundo lugar na prova, que teve 50% de sua propriedade vendida por Valdomiro Poliselli Júnior. Outro valor de destaque foi obtido pelo touro nacional vencedor da prova em 2011, touro Catanduva Urbano 1640, da Cabanha Catanduva, de Fábio e Fabiana Gomes, de Cachoeira do Sul. Esse touro foi valorizado em R$ 48 mil, adquirido pelos irmãos Henrique e Humberto Teixeira, criadores de Goiás/GO, que também investem em touros de ponta e diferenciados para deixar na Central da CRV Lagoa para coleta e comercialização de sêmen. Avaliação democrática O CP CRV Lagoa consolida-se como uma grande referência na avaliação de touros jovens e totalmente democrática. A cada ano, agregamos aspectos técnicos como a inclusão da avaliação do GrowSafe realizada no Angus, além de aspectos comerciais. Mais informações sobre a prova para touros do CP CRV Lagoa podem ser obtidas pelo telefone (16) , pelo cp@ crvlagoa.com.br ou pelo site Ou ainda na sede da Angus Brasil pelo fone >>>

27 27 EDITORIAL

28 28 Março?Abril 2012 MELHORAMENTO GENÉTICO SÊMEN ANGUS De novo a superação Fotos: Divulgação Nos últimos cinco anos a venda de sêmen Angus simplesmente triplicou no País. A raça comercializou doses de sêmen em 2011, resultado 33% superior às vendas realizadas em 2010, de doses. Assim, a Angus atingiu a fatia de 34% de mercado total de inseminação no gado de corte, a segunda colocação entre todas as raças de corte, só perdendo para o Nelore, além de deter a liderança entre as raças taurinas de corte de origem européia, com uma fatia de 86% deste mercado no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). E são resultados dignos de comemoração pelos criadores de Angus e dirigentes da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil). Por Marina Corrêa Se em 2007 foram vendidas , houve um crescimento expressivo de 174,5% nas vendas até o ano passado. Resultado largamente festejado por toda a cadeia que envolve a genética Angus, chegando até as centrais de sêmen, de modo geral. Tamanho crescimento mostra fundamentalmente que a experiência dos produtores na utilização da genética Angus tem sido produtiva e positiva, acreditam especialistas. As vantagens de utilizar a genética Angus não se restringem apenas às expressivas de valorizações que os novilhos recebem no abate dentro do Programa Carne Angus Certificada (onde as premiações podem chegar a 10% acima do mercado), como também nos resultados realizados por esta genética dentro da porteira das propriedades. É unanimidade entre os pecuaristas focados na produção de carne de qualidade que genética Angus resulta em animais produtivos em termos de desempenho, fertilidade e precocidade de terminação, tanto na raça pura como no cruzamento industrial. No momento da comercialização, seja de animais terminados, bezerros, novilhos para terminação, ventres para reprodução, ou animais para confinamento, o pecua- rista se depara com excelente liquidez e valorização em todos os elos da cadeia. Angus X Nelore: casamento perfeito! O Angus é a raça preferida dos pecuaristas que focam o seu trabalho na fertilidade, precocidade sexual e de terminação, musculosidade e rápido ganho de peso, garante o empresário rural e criador de Angus Paulo de Castro Marques, presidente da Angus Brasil, amparando-se não só em sua própria experiência com a raça e em dados de desempenho que conhece, mas especialmente no resultado de venda de sêmen Angus. Castro Marques reforça que nenhuma outra raça bovina de corte teve este desempenho, atestando sua viabilidade para a produção de bezerros de alta qualidade genética, tanto na raça pura como no cruzamento industrial, o que contribui para multiplicar a oferta de carne de padrão superior. Atualmente, trabalhamos com a marca de que quatro em cada cinco bezerros nascidos de cruzamento industrial trazem genética Angus embarcada na carcaça, ressalta o dirigente, que não tem dúvidas de que o cruzamento Nelore X Angus é o casamento perfeito. Crescimento constante Analisando os números divulgados pela Asbia, Felipe Moura, diretor de marketing da Angus Brasil, percebe que o crescimento é constante e vertical. O documento prova que quem usou sangue Angus, se consolidou no uso e não troca. Acabou o período da pecuária de experimentos. Hoje não existe mais tentativa e erro. Somente o acerto de usar uma raça de destaque, completa. No Rio Grande do Sul, berço da raça no Brasil, por exemplo, mais de 50% do total das doses de sêmen de gado de corte utilizadas são da genética Angus. No Brasil Central, o grande interesse dos pecuaristas é resultado da excelente complementaridade da genética Angus com as raças zebuínas criadas naquela região. Os animais cruzados com Angus apresentam excelentes índices zootécnicos, alcançando acabamento superior precocemente, com ótimos pesos de carcaça, compatíveis com os mais exigentes mercados. Mais carne, mais sêmen Angus Não dá outra: quanto maior a demanda por carne de qualidade superior, mais cresce a demanda por sêmen Angus no Brasil. Os especialistas que acompanham a pecuária brasileira com olhares atentos a todos os detalhes e mudanças não hesitam em afirmar que o processo começou lento, como sempre ocorre quando não há o conhecimento >>>

29 29 MELHORAMENTO GENÉTICO e a informação necessárias para detonar um quadro de mudanças, de evolução. Mas agora a assimilação dos ganhos com a genética Angus já ostenta velocidade e é um processo sem volta, alegam esses experts. Esse interesse por parte dos produtores e de seus técnicos se deve em parte ao Programa Carne Angus Certificada, que vem organizando toda a cadeia de forma lucrativa para todos os envolvidos, do produtor ao prato, há mais de 15 anos. O programa, coordenado e que acontece em conjunto com a Angus Brasil e seus parceiros, conscientizou o mercado ao longo desses anos de que carne de qualidade é carne Angus, conforme ressalta o diretor do Programa, Reynaldo Titoff Salvador. O resultado desse esforço conjunto foi o aumento da demanda pela carne Angus. Cresce a demanda, a oferta pelo produto tem que aumentar também e produtores gaúchos e do Brasil Central estão cada vez mais ligados nesse crescimento, que traz consigo vários outros benefícios. Por isso é que viemos nessa escala constante de incremento na venda de sêmen da raça, explica Salvador, um dos idealizadores e grandes incentivadores do Programa Carne Angus. Quem cria sabe, e enaltece a raça Foi através do Programa Carne Angus Certificada - lembra o proprietário da Cabanha Catanduva, RS, Fábio Gomes - que o Brasil descobriu a carne de qualidade, que é Angus. Os brasileiros escolhiam a carne por sua aparência. Mas a partir da identificação da Carne An- gus Certificada nas gôndolas, passaram a perceber a enorme diferença de qualidade, e isso foi fundamental para o fomento do crescimento da raça no País. Para o futuro, tenho certeza que esses índices de vendas de sêmen, que já vem há vários anos aumentando, só vão crescer ainda mais, diz o selecionador gaúcho, que se destaca por trabalhar e produzir uma genética Angus premiada e genuinamente nacional. Ele acrescenta ainda que os frigoríficos começaram a se adaptar à demanda do mercado, valorizando a carne da raça fornecida pelo criador. Ainda temos o que avançar. No Japão, por exemplo, só entra carne Angus, fornecida pela Austrália. O crescimento da raça aqui é tão grande que temos toda potencialidade para, cada vez mais, explorar o mercado internacional também, expõe. Essas posições são compartilhadas com outro criador de ponta de Angus, Valdomiro Poliselli Junior, proprietário da VPJ Pecuária, de Jaguariúna, em São Paulo/SP. O programa de certificação da carne Angus, somado à parceria com os frigoríficos e o trabalho da Angus Brasil, são uma tríade que contribuiu com essa alavancada na venda de sêmen, acredita Poliselli Junior. O produtor também destaca como contribuição ao aumento das vendas a Inseminação Artificial em Tempo Fixo. O Angus é um animal que se adapta bem ao clima na região central do Brasil; tem ótima genética. O futuro da pecuária brasileira é o processo de intensificação, que acaba com o período de recria e o Angus é ideal para isso, explica o selecionador. Proprietário da tradicional Cabanha Umbu, em Uruguaiana/RS, Angelo Bastos Tellechea é criador de Angus há mais de 30 anos. Ele comenta que está mais que satisfeito de ver a raça crescer. É mérito da associação, da Angus Brasil. A carne é excelente e o trabalho da associação está mostrando isso para o mercado. O resultado não poderia ser outro: crescimento anual na venda de sêmen da raça, conclui o criador, alegando que ainda vem muita coisa boa por aí. >>>

30 30 MELHORAMENTO GENÉTICO Genética Nacional: Eu acredito! O objetivo desta coluna do seu é apresentar objetivamente o pensamento de importantes selecionadores da raça que defendem o uso de genética nacional na seleção dos rebanhos Angus. Fotos: Divulgação/Angus Brasil Ângelo Tellechea e esposa Com o aval do Conselho Técnico e da direção da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), este espaço estará sempre aberto a todos os criadores e selecionadores de Angus que desejarem manifestar suas idéias e opiniões sobre este assunto. O resultado esperado é o contínuo aperfeiçoamento da genética nacional da raça, uma das metas que vem sendo perseguidas e incentivadas pela Angus Brasil. Nesta edição temos os argumentos do tradicional e competente técnico e criador de Angus Ângelo Bastos Tellechea, da Cabanha Umbu, de Uruguaiana, RS (conhecido por estar sempre à frente no uso das mais modernas tecnologias à serviço da pecuária) e do técnico e criador de Angus Flávio Montenegro Alves, da Cabanha Santo Antão, do Alegrete, RS, respeitado por suas posições quando à seleção dos melhores animais da raça em suas escolhas como tradicional jurado de Angus em importantes exposições. Ambos tem familiaridade com a pista, mas também tem olhos treinados na seleção de animais rústicos. ÂNGELO BASTOS TELLECHEA Cabanha Umbu, Uruguaiana, RS Sim, eu acredito no que vem sendo feito por muitas cabanhas criadoras de Aberdeen Angus no Brasil, onde sem falsa modéstia incluo a minha Umbu, no propósito de desenvolvermos alternativas genéticas a partir de produtos realmente melhoradores nascidos no País. Creio que essa situação tem avançado de forma contínua, crescente e satisfatória, mesmo reconhecendo que ainda faltam importantes estágios para que a mesma possa ser considerada como estabelecida e portanto aceita de maneira significativa, a ponto de poder mesmo superar as de fontes externas. Identifico alguns fatores que julgo contribuírem para que esse avanço não esteja ocorrendo na velocidade desejada: - A contínua importação de sêmen pelas principais centrais distribuidoras, com a predominância da crença: é importado, é melhor; - O período longo que se faz necessário para que um touro nacional, de preferência em segunda geração, possa ser considerado reconhecido pelos seus valores transmitidos à progênie; - A eventual indisponibilidade desse reprodutor como fonte de sêmen quando isso acontece; Como criador, para utilizar nos rodeios de cria da Umbu, de há muito tenho utilizado tanto reprodutores próprios, como diversos adquiridos de outros produtores (ABN, Azul, Catanduva, Carumbé, Casualidade, GAP, Paineiras, Reconquista, Rincón del Sarandy, Santa Eulália e São Bibiano). Felizmente essas escolhas, com raras e normais exceções, tem apresentado resultados animadores, a ponto de alguns destes terem sido congelados para proporcionar um maior número de produtos. Neste momento há dois internamente muito conceituados, um próprio e outro comprado, cujas crias logo deverão estar destacando-os nas avaliações do Promebo, sintetizadas no Sumário de Touros Angus. Este, a meu ver, é a melhor fonte para que os touros nacionais, transmissores da nossa genética, levem mais pessoas a dar pleno crédito à mesma. Paralelamente, até pela imperiosa necessidade de renovação de sangues, a utilização mais de sêmen do que de touros e mesmo de ventres importados deverá continuar ocorrendo, o que deveria ser em menor escala e sobre produtos realmente reconhecidos. Quando isso estiver expresso nas estatísticas produzidas, teremos realmente atingido o patamar de uma genética nacional, que eu acredito já ser muito competitiva. FLÁVIO MONTENEGRO ALVES Cabanha Santo Antão, Alegrete, RS Sim, eu acredito na genética Angus Nacional. São animais já adaptados Flávio Montenegro Alves ao nosso clima e às nossas condições, frutos de um trabalho de seleção muito bem feito pelos nossos criadores, que contam com o acompanhamento de técnicos especializados e que produzem resultados confiáveis. É aquela visão de que a galinha do vizinho é sempre mais gorda que a nossa que leva muitos criadores a optarem por genéticas de animais importados, quando temos aqui os melhores produtos que a genética pode oferecer ao nosso meio. A genética nacional não sofre problemas com adaptação. Os touros nacionais produzem melhor, mas nunca é descartada a busca de alternativas de fora, quando isto for realmente necessário na busca do atingimento de metas específicas. Vale elogiar com merecido destaque o trabalho de divulgação da Angus Brasil sobre as qualidades dos animais filhos de touros e matrizes nacionais. Nesta linha, deixo aqui meu repúdio à valorização que alguns criadores atribuem a exemplares importados, por uma mera questão de status. Temos que valorizar o que é produzido aqui e funciona muito bem, porque são reprodutores que já foram testados e aprovados. >>>

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32 32 INFORME Depois de fazer enorme sucesso com o jornal, distribuído a cada dois meses há mais de 12 anos para todo o Brasil, agora a Associação Brasileira de Angus, sempre inovando no intuito de divulgar as qualidades e características da raça que mais cresce no País, lançou no dia 30 de março mais um canal de Comunicação com o mundo da pecuária nacional. Trata-se do programa Angus Circuito Feicorte em quatro capitais A Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) está participando ativamente do Circuito Feicorte 2012 (Nutrition for Tomorrow). Programado para ser realizado em quatro capitais, o evento que já passou por Cuiabá e Salvador, precede a realização da Feicorte em São Paulo de 11 a 15 de junho, juntamente com a Exposição Nacional do Angus, onde a raça programa inúmeras atividades para mostrar ao Brasil as qualidades de sua genética e a qualidade da carne que produz. O circuito, organizado com o formato de feira de negócios, com workshops para a discussão dos principais temas relativos ao mercado, tem contado com a participação ativa da Angus Brasil, aliada com os objetivos de informar e gerar novos negócios na Angus NewS agora na TV O Workshop Beef Point, realizado em São Paulo/SP nos dias 14 e 15 de fevereiro com o tema Tipificação de Carcaças e Comercialização de Gado para Abate, contou com a participação do Coordenador do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, que representou a Angus Brasil no evento. Na oportunidade Medeiros destacou, em sua palestra, que a integração da cadeia produtiva é fundamental para valorizar o novilho e a carne de qualidade, objetivos que a Associação Brasileira de Angus vem destacando como uma das suas principais prioridades. Considerado um dos cases de maior sucesso da pecuária brasileira, o Programa Carne Angus Certificada conta com o reconhecimento dos frigoríficos parceiros, que remuneram de forma diferenciada e oferecem premiações ainda melhores aos participantes. Com isso mais animais são integrados ao programa, gerando melhoria de renda para os pecuaristas, que é um dos objetivos da associação, destacou Medeiros. Isto além da produção da melhor carne do Brasil, completou. bovinocultura, transmitindo conhecimentos sobre as qualidades do cruzamento industrial com o zebu e viabilizando o crescimento do mercado de carne bovina de qualidade. Na analise da gerente administrativa e financeira da Angus Brasil, Juliana Brunelli, que juntamente com o técnico Tito Mondadori participou da etapa de Cuiabá, o evento superou as expectativas tanto no número de participantes quanto no interesse das pessoas pela raça Angus. Nosso maior objetivo foi divulgar o Programa Carne Angus Certificada e informar aos criadores como obter melhores resultados com animais cruzados, dirigindo a produção para o Programa, destacou Juliana. O frigorífico Marfrig tem duas plantas no Estado de News, veiculado pelo Canal Rural todas as sextas-feiras, a partir das 20h50min. O programa aborda o dia-a-dia no campo, com reportagens inéditas, dicas de manejo, mercado da pecuária, opinião de especialistas e entrevistas com quem vive e conhece a realidade da pecuária e do Angus criado no Brasil. É mais um espaço que a Angus Brasil viabiliza para mostrar as qualidades da carne Angus e incentivar o uso da genética Angus para a produção de carne de qualidade, destaca o presidente da entidade, selecionador Paulo de Castro Marques. Para ele, o Angus News reforça a visibilidade nacional da raça e cria mais um canal direto com os criadores e usuários da raça. Além de se fazer presente no prato do brasileiro, a raça Angus agora também está na televisão, vibrou Castro Marques. Mato Grosso que atendem os abates de carne Angus conforme a demanda. A subgerente administrativa da Angus Brasil, Katiulci Santos, e a supervisora técnica do Programa Carne Angus Certificada, Ana Paula Messas, estiveram presentes no encontro de Salvador/ BA, dias 21 e 22 de março, por ocasião da realização da segunda etapa do evento. E o coordenador do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, estará presente nos dias 18 e 19 de abril na etapa de Goiânia/GO e 22 e 23 de maio em Campo Grande/MS. O circuito se encerra na Feicorte, em São Paulo, de 11 a 15 de junho, juntamente com a 12ª Exposição Nacional de Angus, oportunidade em que toda a equipe da Angus Brasil estará presente. Workshop Beef Point Encontro de Confinamento em São Paulo A Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) participou nos dias 14 e 15 de março, do Encontro de Confinamento, na cidade de Ribeirão Preto/SP. O evento, promovido pela Scot Consultoria, reuniu os principais representantes da pecuária brasileira para expor as tendências do mercado, ferramentas de proteção ao preço, gerenciamento de riscos, logística e competitividade no confinamento. O coordenador do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, que juntamente com o diretor de Marketing da Angus Brasil, Felipe Moura, estiveram presentes no evento, destacou que a Angus Brasil teve por objetivo a troca de informações com os técnicos e pecuaristas presentes, apresentando os resultados sobre os cruzamentos industriais da raça que mais cresce no Brasil. CEO da Semex Alliance visita o Brasil De 5 a 9 de março o Presidente da Semex Brasil, Nelson Eduardo Ziehlsdorff, recebeu a visita do CEO da Semex Alliance, Paul Larmer, na sede da empresa situada em Blumenau/SC. Em sua vinda ao Brasil, Paul conheceu as futuras instalações da Semex que já está sendo construída na mesma cidade, e avaliou os projetos de crescimento do mercado para os próximos anos. Segundo Nelson, a Semex já está desenvolvendo um projeto de expansão das vendas dos produtos tropicais em toda a América do Sul e Central. Com as diretrizes em andamento as perspectivas de crescimento nas exportações desses produtos irão gerar uma grande demanda e crescimento das parcerias com os proprietários de touros das raças tropicais de corte e de leite comenta Nelson. Paul Larmer também analisou os resultados obtidos em 2011, oportunidade em que a Semex Brasil bateu recorde de vendas, com aumento de 42% em relação ao ano anterior.

33 33 MELHORAMENTO GENÉTICO

34 34 INFORME Seleção Genômica Fotos: Divulgação na Reunião Anual dos Técnicos Com a preocupação de estar sempre na vanguarda das novidades da área técnica, a Seleção Genômica foi um dos temas de grande destaque durante a Reunião Anual dos Técnicos da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), realizada de 19 a 21 de março, na sede da Associação Nacional de Criadores (ANC) - Herd Book Collares - em Pelotas/RS, e também contando com visitas à pro- priedades na região: Cabanha Santa Amélia e Parceria Rotta Assis, em Santa Vitória do Palmar. A seleção genômica vai prestar enorme contribuição para o apuro genético de nossos rebanhos. Vamos comparar a avaliação do genótipo com o banco de dados fenotípicos do Promebo, o que vai nos proporcionar uma maior acurácia nos resultados, indicando caminhos ainda mais seguros para a seleção dos animais, sustentou a presidente do Conselho Técnico da Angus Brasil, Susana Macedo Salvador. Susana também destacou que a reunião deste ano contou com grande participação dos envolvidos, reunindo todos os técnicos e todos os conselheiros, além do presidente da Angus Brasil e do dirigente da ANC. O evento é realizado anualmente visando a atualização de informações e troca de experiências entre todos os participantes da arda técnica da associação. O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, juntamente com o presidente da ANC, Mário Ubirajara Anselmi, na abertura do encontro, colocaram os participantes a par das últimas estatísticas e falaram sobre os avanços da raça no Brasil. No encerramento do evento, foi realizada uma grande mesa redonda entre os técnicos e os conselheiros, onde todos os temas abordados durante os três dias do encontro foram repassados e discutidos. Remate Angus Três Fronteiras No dia 28 de abril acontece o Remate de Elite Angus Três Fronteiras, durante a forte Exposição de Outono de Uruguaiana, RS. Segundo o técnico Renato Paiva, serão comercializadas doses de sêmen de reprodutores importantes e também poderão ser ofertados reprodutores na ocasião. Outono Angus Show O 8º Leilão Outono Angus Show está marcado para o dia 19 de maio, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, RS, às 15h, durante a Fenasul. A oferta será de mais de 200 animais rústicos entre machos e fêmeas e 70 animais de argola, entre machos e fêmeas. Umbu em seu Vendas Diretas No dia 26 de maio acontece o Vendas Diretas, promoção da Cabanha Umbu, de Ângelo Bastos Tellechea, no local Umbu, em Uruguaiana, RS. Na pista, o melhor da produção genética da tradicional propriedade criadora de Angus. Leilão Prime Angus E encerrando este ciclo de chancelados do primeiro semestre, realiza-se o Leilão Prime Angus, no dia 13 de junho, durante a Feicorte e 12ª Exposição Nacional do Angus, em São Paulo, SP. TÉCNICOS CREDENCIADOS Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação UF CIDADE NOME TELEFONES PR Arapongas Antônio Francisco Chaves Neto / SC Lages Aristorides Tadeu Ribeiro de Melo RS Porto Alegre Dimas Correa Rocha RS Bagé Fábio Azeredo RS Porto Alegre Fernando Furtado Velloso / RS Alegrete Flávio Montenegro Alves / RS Vacaria Ivan Pedro Verdi Guazzelli RS Cachoeira do Sul Joel Rocha Scroferneker / Estância recebe missão estrangeira Destaque mundial na criação de gado Angus e exemplo de melhoramento genético da raça, o Brasil recebeu em janeiro um grupo de 24 pecuaristas da Austrália, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Escócia, que estão realizando um tour pelos países do cone sul com a intenção de conhecer a realidade da produção na região. Os visitantes conheceram a Estância Campos da Barra, de Rio Grande, RS, quando foram recebidos pelo proprietário, Ronaldo Zechlinski de Oliveira, integrante do Conselho fiscal da Associação Brasileira de Angus. No primeiro momento da visita à estância, os pecuaristas conheceram o plantel de Angus Puro de Origem e Puro por Cruza, foram apresentados ao sistema de produção de touros nos campos nativos e com suplementação estratégica, manejos de Inseminação Artificial e repasse com reprodutores de genética premiada. Pude apresentar meu manejo de engorda em vacas de campo nativo e suplementação de animais jovens com destino ao programa de Carne Angus Certificada, lembra Zechlinski de Oliveira. Ele assinalou que o programa de certificação da associação chamou muito a atenção dos integrantes da delegação. Eles ficaram encantados com a modernização, tecnificação e organização dos pecuaristas brasileiros em relação ao programa. E o fato do programa receber as carcaças de vacas Angus com preço de boi e ainda bonificar por idade e cobertura de gordura impressionou os criadores estrangeiros, finaliza. UF CIDADE NOME TELEFONES RS Cachoeira do Sul José Carlos Guasso / RS São Borja Josemin de Lima Guerreiro / PR Cascavel Luis Augusto Copetti RS Pelotas Luiz Sérgio Santos de Faria / RS S. do Livramento Luiz Walter Leal Ribeiro / RS Sto. Antônio Patrulha Pedro Adair F. dos Santos / SP S. J. do Rio Preto Rednilson Morelli Goes RS Uruguaiana Renato Pinto Paiva / SP Promissão Tito Mondadori

35 INFORME 35 O requintado Catanduva Red Concert Na sua quinta edição, o leilão Catanduva Red Concert está agendado para o dia 25 de maio. Irão para oferta os produtos da já renomada genética da Cabanha Catanduva, de Fábio e Fabiana Gomes, estabelecimento que obteve expressivas vitórias em Na pista estarão filhos e filhas de Nostradamus - Melhor Pai Nacional, Urbano - Melhor Performance na Prova de Performance para Touros Angus da CRV Selo para touros A ABS Pecplan lançou no início do ano um selo para identificar touros com melhores resultados na IATF Inseminação Artificial a Tempo Fixo. Os três níveis que compõem essa certificação resultam de mais de quatro anos de trabalho e mais de 140 mil avaliações informadas e cerca de 500 mil assistidas. Para receber um dos selos, o touro precisa atender aos critérios estipulados, passando também por análises capazes de garantir a confiabilidade dos resultados. Leilões Chancelados A Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), dando seguimento à sua política de valorização da raça e incentivo aos investimentos em animais Angus garantidos, chancelou nove leilões neste primeiro semestre de O primeiro, Leilão Virtual Angus Produção, foi realizado no dia 7 de abril, com uma oferta de fêmeas Angus PO, prenhas ou com cria ao pé. O estava em processo de fechamento e os resultados serão divulgados na próxima edição. Elite Santa Clara Fotos: Divulgação/Angus Brasil Lagoa, Maya TE 131 Florida - mãe da Grande Campeã de Esteio e da Feicorte e também algumas fêmeas importadas da Argentina e do Uruguai, uma delas mãe inteira do Grande Campeão do Prado. No dia 20 de abril é a vez do Remate de Elite Santa Clara e Convidados, em São Borja/ RS. Vão a pista 600 novilhas Angus, Red Angus e 30 touros e 250 novilhas Angus PO e CA. Entre as cabanhas convidadas, alguns nomes de destaque como Corticeira, Galvão Bueno, Guajuviras, São João, entre outras. Angus é destaque do Anuário DBO A Associação Brasileira de Angus foi destaque do Anuário 2011 da Revista DBO de fevereiro. A reportagem Raça obtém melhor resultado em cinco anos faz alusão especial ao crescimento expressivo do Angus nos últimos anos. Dentre os dados apresentados pela equipe da Revista DBO, está o aumento na vendas de lotes da Raça Angus nos leilões, 3,3% superior em comparação a 2010, com faturamento total de R$ 25 milhões. A valorização dos reprodutores Angus nas pistas, com incremento observado de 12% alcançando a média de R$ 6.192, para os quase 2,3 mil lotes acompanhados pela reportagem da DBO mostra esta valorização. A comercialização das fêmeas Angus também teve forte incremento no ano, alcançando um salto de 12,3%. Esta é uma clara sinalização do crescimento dos plantéis para atender a uma demanda crescente pela raça que hoje é a raça taurina de maior importância no cenário nacional e a que mais vende reprodutores e sêmen, pondera Felipe Moura. Na Região Sul, principal produtor da raça, foram vendidos lotes de reprodutores, o que equivale a 64,42% do mercado dentre as taurinas destacadas pela publicação. Segundo levantamento, o Angus é responsável por expressivos 54,58% do faturamento em leilões das raças taurinas no Brasil. Conexão e Royal Angus em Londrina No seguimento, agora nos dias 12 e 13 deste abril, nesta Expolondrina, principal exposição do Paraná e integrante do Ranking Nacional da Angus Brasil, se realizam o V Leilão Conexão Angus e o 3º Leilão Royal Angus. O Royal Angus reúne a oferta das cabanhas Reconquista, Corticeira e Terra Costa. As duas primeiras são integrantes tradicionais da elite do Angus brasileiro, e a Terra Costa, embora ainda nova no criatório, já apresenta uma produção de animais de qualidade para oferta em leilão chancelado, informou o técnico e criador Felipe Cassol. São 25 lotes de fêmeas de elite e 20 fêmeas rústicas, todas PO. No Conexão Angus, organizado pelo técnico Antônio Chaves Neto, além de touros da Reconquista, o forte da oferta são animais cruzas Angus de várias regiões brasileiras. Cabanha Pedra Só: rigorosa seleção garante um plantel de exceção Baseado em muita pressão de seleção, a Pedra Só em mais de meio século formou um plantel que hoje é reconhecido nacionalmente. O foco foi sempre formar animais diferenciados, bem adaptados ao meio e realmente melhoradores. E deste plantel foram retirados os reprodutores para trabalhar no rebanho comercial e produzir carne, o principal objetivo da cabanha. A seleção dos animais começa bem cedo, ainda ao pé da mãe, quando são pesados e avaliados dentro do seu lote. Neste momento quando são descartados os animais inferiores, suas mães identificadas e se na segunda cria produzirem novamente um animal de performance inferior, também são descartadas do rebanho de cria. No desmame, estes animais são inscritos no Promebo, onde são novamente pesados e avaliados fenotipicamente (conformação, musculatura, precocidade, Tamanho). Após o retorno dos relatórios são descartados os animais cola (deca 9 e 0). Depois disso os animais passam em pastagem de inverno e em campo nativo até os 15 meses aproximadamente, quando os machos são submetidos a exame andrológico, onde os que estão aptos à reprodução aprendem a trabalhar, sendo utilizados no repasse da IA do gado comercial. Os demais são descartados (que tenham defeitos irreversíveis). A próxima avaliação é realizada logo após este período e antes do preparo para o leilão. No caso das fêmeas, também são preparadas para o período reprodutivo, sendo acasaladas aos 2 anos. Nesta avaliação o procedimento é parecido com o realizado no desmame (pesagem, avaliação fenotípica e descarte dos deca 9 e 0). Além das avaliações pontuais (ao pé da mãe, desmame, andrológico (machos) e sobreano) sempre que algum animal fica para trás é descartado do plantel. Dos machos que se destacam dentro de seu grupo (dupla marca) sempre são eleitos 1 ou 2 indivíduos para a coleta de sêmen, para utilização no rebanho comercial. Nas fêmeas, além de todas as avaliações que já citadas (individuais e como mãe), é primordial que cada uma possa parir um terneiro por ano. E caso isso não ocorra, ela é eliminada do plantel. Com esta metodologia de seleção, muitas vezes a Pedra Só sofreu críticas pelo exagero, mas com a certeza de ter escrito uma história consistente, pelo reconhecimento nas pistas de julgamentos (12 anos de premiações ininterruptas nas Exposições de Pelotas e região), o leilão de reprodutores na primavera e pelo diferencial recebido pelo frigorífico no abate dos novilhos produzidos. A Pedra Só considera bastante gratificante o reconhecimento de novos investidores, os cabanheiros tradicionais que buscam na cabanha a genética para formar ou incorporar a seus planteis. Informações: Juliano Leon, Cabanha Pedra Só. A Cabanha Pedra Só realiza a liquidação de seus plantéis Angus e Brangus no dia 12 de maio, na Associação Rural de Pelotas.

36 36 PERFIL Valorização do homem do campo: satisfação e bons resultados Fotos: Divulgação Ricardo de Almeida Brochado e o filho, na Estância São Miguel do Sarandy, em Livramento, RS Por Nicolau Balaszow Para o homem do campo palavra dada é o bastante. O conhecido fio de bigode empresta ao meio rural uma característica única e que se mantém até hoje. Neste sentido podese reconhecer a autenticidade das relações e o apego aos velhos costumes. Mas, será possível a este mesmo indivíduo, já no século XXI, conciliar a sua bagagem cultural às necessidades do mundo moderno? Será que este trabalhador rural continuará recebendo ordens do patrão sem mesmo ser animado por um olhar ou atenção? Alguns diriam que isto é o normal nas relações entre os viventes do campo e preferem deixar como sempre foi; para que mexer no que vem dando certo? Por outro lado, o produtor rural e criador de Angus Ricardo de Almeida Brochado, da Estância São Miguel do Sarandy, em Santana do Livramento, pensou léguas adiante e propôs uma nova ordem que, em resumo, oferece ao seu colaborador uma nova visão de si mesmo através do conhecimento e, ao mesmo tempo, vem possibilitando à estância transformar-se numa verdadeira empresa rural, tocada por colaboradores informados e motivados. A esposa de Ricardo, Beatriz Helena Romariz Brochado (Bia) que pega junto na administração do negócio, encabeça o projeto que já rendeu até um livro intitulado: Crescer no Campo Semeando Conhecimento Transformando uma Fazenda em uma Empresa Rural (Profissionalismo e Capacitação Rural), da Martins Livreiro Editora. Além disso, pelo pioneirismo e qualidade, este projeto conquistou em 2007 o prêmio Top Ser Humano, da Associação Brasileira de Recursos Humanos/RS. O perfil deste criador da raça Angus mostra um homem sensível ao seu tempo, apegado às raízes, mas com o olhar voltado à informação, ao crescimento pessoal e a um elevado nível de satisfação no trabalho. E também corajoso - característica marcante do fronteiriço. Passei a minha infância em São Miguel do Sarandy, livre, brincando de bodoque, com os cachorros, fazendo arte de guri, andando de petiço, ajudando nas lidas campeiras, dormindo nos pelegos e tomando mate naquelas madrugadas infindáveis e no inverno, frias de bater queixo. Mateava ao pé de fogo nas enfumaçadas cozinhas galponeiras, oráculos sagrados das tradições gaúchas, espalhados por este Rio Grande velho, modelando gerações. E antes de sair para o campo churrasqueava com o pessoal. Assim começa o relato de Ricardo, médico veterinário, estancieiro, homem de família ligada às tradições gaúchas e uma mente privilegiada pela sensibilidade no trato humano, além de um pensador de soluções para o momento de transformações porque passa o negócio rural. Filho de Léo Jesus Brochado de Brochado (falecido) e Clementina Sophia Almeida Brochado, de quem herdou parte das terras e o gosto pelo campo, ele mantém firmes as rédeas de seu empreendimento no aprimoramento genético da variedade Red Angus. A descrição que ele faz de experiências passadas demonstra claramente o porquê do seu aquerenciamento na região: Mais taludito, comecei a andar em cavalo grande. Aí vinham as férias e com elas os meus irmãos e primos. Então ficava mais divertido, com banhos de sanga, correrias a cavalo, brincadeiras, acampamentos no mato, doces de tacho, plantando árvores com minha mãe, que se dedicou ao pomar e que, a todo o momento chegava com variadas mudas frutíferas, transmitindo a tradição de doces que até hoje saboreamos. E para completar até o Papai Noel aparecia... E, assim, os anos foram passando, me formei em Medicina Veterinária, casei e vim trabalhar na estância. As lembranças vão se transformando em palavras de reconhecimento da gente da terra que prestou e continua oferecendo valiosa colaboração para o sucesso de sua propriedade. Ricardo conta que naquela época o pessoal era todo antigo, bom de lida, amigos, como o lendário capataz João Pinto, que acompanhou a família por mais de sessenta anos, permitindo fixar um estilo de trabalho que marcou as gerações que vinham chegando e assim o serviço ia sendo feito com naturalidade. Hoje nos damos conta, a Bia e eu, que já estamos por aqui há 35 anos, diz com satisfação. Comparsa dos Tauras Com bases genéticas definidas, com os campos bem subdivididos, com boas aguadas e boas sombras para as casas e os animais, Ricardo se propôs aumentar a escala de produção e junto com isso, o fortalecimento da equipe de colaboradores que ele denomina de Comparsa dos Tauras. Aqui vale salientar, mais uma vez, que este trabalho de Gestão de Recursos Humanos foi desenvolvido pela Bia, primeiramente ajudada pela nossa filha Helena, naquela época finalizando seu curso de Psicologia e, logo a seguir, com grande capacidade técnica e humana, pela nossa querida Sandra Farias de Moraes, afirma o criador. Ricardo explica que este trabalho, todo ele customizado, veio como uma luva para padronizar a sua equipe, qualificando os diferentes setores, integrando as pessoas nas metas da empresa, conscientizando o colaborador que precisa evoluir muito como pessoa e também como profissional para ser melhor remunerado, e assim poder atender dignamente a sua própria família. A intenção é despertar em cada um dos colaboradores o sentimento de ser um chefe de família, com direitos e responsabilidades, de ser um cidadão brasileiro e gaúcho, onde a sociedade é amparada e regida por leis constituídas as quais devem ser observadas e seguidas, sentenciou. As empresas precisam produzir e ter lucro suficiente para atender seus compromissos, inclusive os trabalhistas, com a pontualidade necessária. No entendimento de Bia, este trabalho está usando, experimentando e adaptando as ferramentas que há muito são empregadas nas empresas urbanas. É como um laboratório: estamos aculturando e acomodando aos moldes campeiros. E está dando certo. Como é fácil observar, ninguém faz nada sozinho; a persistência de um legado é fundamental nas empresas familiares. Por isto é que a São Miguel do Sarandy está trabalhando, inovando e resistindo a várias gerações. Sempre buscando conservar os valores do homem do campo, mas com a atenção voltada para as melhorias que o mundo moderno nos disponibiliza. >>>

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38 38 PERFIL Fotos: Divulgação As origens A Estância São Miguel do Sarandy é parte de uma antiga sesmaria que a família Brochado recebeu da Coroa Portuguesa no terço final do século XIX, por relevantes serviços à pátria. A nossa família Brochado, portuguesa, foi se desenvolvendo nesta atividade da pecuária e eu já sou a quinta geração aqui. O meu filho Bento Manoel, que se formou em Administração é, então, a sexta geração que segue com este legado, com um gosto bárbaro, uma dedicação grande e com o mesmo orgulho de ser um produtor rural, produzindo alimento nobre, gerando empregos e facilitando a muitas famílias a viverem de forma digna, cidadã, enfatiza. Pioneirismo Já o seu pai, Léo Jesus Brochado de Brochado, também Médico Veterinário, integrou projeto de ponta na inseminação artificial em bovinos, utilizando a técnica Cervical Profunda. No início dos anos 1960, a partir de uma visita de criadores e técnicos gaúchos às instalações da ABS, nos Estados Unidos, surge em Livramento uma Cooperativa de Inseminação Artificial: a pioneira Cosial, que marcou seu trabalho em prol da pecuária gaúcha, no aprimoramento das raças bovinas, de corte e de leite. Foi então que começou a pastar na Estância São Miguel do Sarandy o gado Red Angus, aquele mesmo que o pai de Ricardo conheceu melhor na sua ida aos EUA e pelo qual se apaixonou. Eram da Cabanha Beckton, situada no estado de Wyoming, numa região montanhosa, de solos rasos parecidos com os de basalto, da nossa região da Fronteira Oeste, onde os animais demonstravam sua rusticidade e eficiência produtiva natural. Fomos selecionando nossos animais e, em decorrência, comercializamos ventres e touros para diversos locais, inclusive para outros estados brasileiros. Assim, o Red Angus passou a fazer parte das nossas vidas, do nosso trabalho para a sustentabilidade da São Miguel do Sarandy, relata o selecionador. Este gado foi tendo que enfrentar secas profundas, verões de altas temperaturas (como o deste ano) e longos e frios invernos, campos pelados, enfim todas as dificuldades conhecidas. Os animais mais adaptados eram selecionados formando um gado muito eficiente nas condições de campo nativo e, deste modo, Ricardo ia percebendo qual a genética que funciona melhor no sistema produtivo do RS. O técnico da Angus Brasil, Luís Walter Leal Ribeiro, amigo e lindeiro de campo, ajuda nas decisões de sangues a serem usados e na seleção e manejo dos animais. Firmando o olho Para chegar até este momento um longo caminho foi trilhado, onde muitas pessoas colaboraram direta ou indiretamente. Muito foi aprendido com aquelas informações que não se encontram em livros. Vivências e histórias de criadores abnegados, referências na arte de criar animais e desenvolver pessoas, de uma persistência férrea, anos e anos, sempre motivados e vislumbrando situações melhores. Também acompanhamos o trabalho de muitos técnicos de diferentes associações de raças das espécies bovinas, ovinas e equinas; desde sua sempre alegre e respeitosa chegada à Estância. O saboroso desenrolar da lida nas mangueiras e as ponderações sobre o que se via e se decidia. Depois, mateando, fluíam as conversas gostosas sobre animais de destaque que estavam por aparecer na próxima temporada de exposições e os remates já acontecidos, os amigos, os conhecidos, as notícias rurais. E assim se ia pegando gosto pelo melhoramento zootécnico da criação, aperfeiçoando o rumo da seleção, firmando o olho no tipo ideal, conhecendo os animais realmente adaptados e melhoradores. E pelo trabalho destes homens o Rio Grande construiu este maravilhoso e importantíssimo banco genético, referência na pecuária nacional, para ser desfrutado pelas novas gerações, destaca Ricardo. A São Miguel do Sarandy integra o Grupo Touros da Fronteira, reunião de dez cabanheiros da região que tem o objetivo comum de melhorar os rebanhos Angus e Brangus e se ajudarem nos negócios, realizando um remate anual. Este ano será o 11º Remate do grupo. Diversificar Outra particularidade da Estância e que faz parte do gosto pessoal de Ricardo é a criação de ovinos Corriedale, que acontece desde a década de 40. Outra paixão de Ricardo são os cavalos Crioulos. O afixo de sua manada é Do Sul e tem origem na antiga criação santa-vitoriense de Conrado Alves Guimarães, avô de Bia. Missão do Produtor Rural Ao final da entrevista, Ricardo ainda deixou um depoimento, algumas palavras que referendam a ideia de missão e de responsabilidade social do homem de campo. Vejam. Uma propriedade rural, que não deixa de ser uma empresa, precisa ter sustentabilidade técnica e financeira, exigindo atenção dos seus administradores em todas as gestões, inclusive na Gestão de Recursos Humanos, para que possa ir superando os desafios do clima, mercado e políticas governamentais que invariavelmente respingam no setor. O ruralista deve estar atento, adaptando-se à globalização que vai adentrando porteiras e mudando as condições do jogo. Deste modo, os produtores rurais, na sua maioria, são profissionais competentes, altamente especializados e que têm garra, persistência e uma enorme identificação com o que fazem (até porque isto é fruto de uma cultura secular), possuem estas condições que são a base para a superação das constantes mudanças e desafios do seu dia a dia, na busca contínua de produzir mais e melhor para o exigente mercado consumidor. O produtor rural gera commodities, sendo um tomador de preços, e isto lhe diferencia dos empresários dos outros setores da economia do País que, ao formarem o preço do seu produto embutem todos os seus custos e o lucro que desejam. O produtor não tem condições de repassar os seus custos para o consumidor, carecendo cobri-los com o valor que o mercado atribuir. Também não recebe subsídios, como os seus colegas de outros países, com quem têm de competir, na busca e manutenção de mercados. Este homem do campo, na sua singeleza, isolado em seu mundo e em sua lida rural, deve ser bem compreendido pelo papel social que ocupa. Assim, se sentido valorizado, fortalecido, compreendido e respeitado continuará respondendo aos desafios enfrentados há anos e será naturalmente o guardião do meio-ambiente, produzindo alimentos saudáveis, gerando empregos e ajudando a ancorar a economia do nosso País. O produtor rural trabalha em prol da Vida, cuidando o seu meio ambiente, produzindo alimentos limpos, produtos medicinais e vestimentas, oferecendo a sua contribuição fundamental para a continuidade da Vida em nosso planeta.

39 39 MELHORAMENTO GENÉTICO

40 40 EXPOSIÇÕES Avaré Angus São Paulo, Renato Ramires (Agropecuária 3E, em José Bonifácio, SP), enfatizou que os criadores estão motivados e já eliminaram dúvidas que tinham sobre a criação e seleção da raça. Isso ficou evidente em Avaré, onde as filas tanto de machos quanto de fêmeas apresentaram aniabriu o Ranking Angus 2012 Fotos: Luiz Amaral/Angus Brasil Primeira mostra de Angus em 2012, abrindo a competição do Ranking Nacional, a Exposição de Avaré, realizada nos dias 8 a 10 de março, no interior de São Paulo (SP), durante o segundo turno da 47ª Emapa, reuniu 104 animais - 42 machos e 62 fêmeas, apresentados por 13 expositores do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Por Eduardo Fehn Teixeira Promoção conjunta da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) e o Núcleo de Criadores de Angus de São Paulo (Núcleo Angus São Paulo), a exposição contou na admissão dos animais, no dia 8, com o trabalho dos técnicos da Angus Brasil. Técnico e criador de Angus, o presidente do Núcleo de Criadores Angus do Oeste do Paraná, Chistopher Filippon (titular da Estância Ponche Verde, em Guaraniaçu, PR) atuou como jurado de classificação do certame, apontando os campeões machos e fêmeas no dia 10. Mais e melhores Cada vez mais os criadores estão atentos às orientações dos técnicos e dos jurados, buscando produzir melhores animais. E foi o que se viu em Avaré, que a cada ano se supera em quantidade e em qualidade, observa o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques. Segundo ele, o melhoramento genético é um trabalho continuado e as exposições funcionam como vitrines da fazenda, onde os criadores comparam seus animais. Para o dirigente, com o sucesso do Programa Carne Angus Certificada e a excelente venda de sêmen (a raça se superou novamente em 2011), os criadores estão cada vez mais motivados, vislumbrando um mercado valorizado e crescente no Brasil. Já o presidente do Núcleo mais superiores aos do ano passado, apontou Ramires. Ele atribui o sucesso da mostra ao comprometimento e dedicação dos selecionadores e afirmou que o grande objetivo da mostra foi alcançado: do julgamento da raça Angus funcionar como uma vitrine para as raças zebuínas, fomentando o cruzamento industrial Angus/zebu= o casamento perfeito. O Grande Campeão Macho Angus de Avaré foi MC Insano Defesa, um touro de 33 meses de idade do selecionador Eloy Tuffi, da Fazenda MC, de Espírito Santo do Pinhal/SP. Esse resultado mostra que a Fazenda MC está de volta com força total neste E a meta é repetir o sucesso do ano passado, quando ganhamos o prêmio de Campeã Nacional de Expositores do Ranking Angus, disse Tuffi. O Reservado Grande Campeão foi Reconquista 1575, de José Paulo Dornelles Cairoli, da Reconquista Agropecuária, de Alegrete/ RS, e o 3º Prêmio ficou com o touro júnior FSL 962 Duke 476, do criador Antônio Maciel Neto, da FSL Angus Itu, de Itu/SP. >>> As exposições funcionam como vitrines da fazenda

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42 42 EXPOSIÇÕES Nas fêmeas, um vencedor inédito Fotos: Luiz Amaral/Angus Brasil Na mostra de Avaré 2012, entre as fêmeas, o Grande Campeonato ficou com a vaca jovem LC Scarlet TES 161, de 31 meses, de Érick Evandro Donatto, da Fazenda Santa Helena, de Santa Adélia/SP, cujo trabalho com a raça Angus está completando apenas dois anos. Conquistar este prêmio mostra que estamos no caminho certo. É resultado da dedicação da minha família com a raça, num sonho que estamos realizando com cada vez mais alegria, avaliou o criador, já de olho na Expolondrina e Feicorte, ambas exposições nacionais ranqueadas pela Angus. Em pouco tempo ele pretende estar ofertando touros de sua produção ao mercado de sua região. A Reservada Grande Campeã foi FLS I Ellys 770, de Antônio Maciel Neto, e o 3º Prêmio ficou com a Casa Branca Agropastoril, de propriedade do presidente da Angus Brasil, Paulo Marques, em Fama/MG, em parceria com Luis Anselmo Cassol, da Cabanha da Corticeira, de São Borja/RS e Três Marias, na Argentina, com a vaca jovem com cria ao pé LC Selina TE S169. Neloristas de olho Acompanhando de forma discreta o desenvolvimento dos julgamentos de classificação de Angus na pista de Avavé, estava o conhecido pecuarista Luis Carlos Marinho, nada menos que o presidente do destacado Núcleo de Criadores de Nelore de Avaré. Assim, no estilo eu ia passando e resolvi olhar um pouco (ou me engana que eu gosto), flagrado pela reportagem do, ele saiu dizendo de pronto que Angus é hoje a segunda raça mais importante do País. (A primeira é algo óbvio, não?). Para ele, Angus e Nelore o chamado casamento perfeito não é mais futuro. É realidade. Isto porque, entre outras características vantajosas, o cruzamento do Nelore com o Angus resulta num novilho azebuado, mas portador de uma carcaça melhor e com o ganho do marmoreio na carne, que igualmente apresenta maior qualidade em acabamento, elogiou o dirigente nelorista. Ele também destacou as excelentes vendas de sêmen da raça Angus nos últimos anos, assim como os acertos e avanços do Programa Carne Angus Certificada. >>> Com a ultrassonografia, cresce a área de olho de lombo A intensificação da prática das avaliações das carcaças através da técnica da ultrassonografia já resulta no aumento da área de olho de lombo dos animais Angus. É no que acredita a veterinária Ana Carolina Winder Marques, da Ultrabeef Ultrassonografia de Carcaça, de Catanduva, SP, que trabalhou no exame das carcaças durante a admissão dos animais inscritos para a primeira exposição ranqueada Angus, realizada de 7 a 11 de março, durante o segundo turno da Exposição Municipal Agropecuária de Avaré (Emapa), no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em Avaré, SP. Ana Carolina observa que esse ganho na área de olho de lombo é conseqüência de sen- síveis mudanças na seleção genética dos animais, que está levando em conta a realização desses exames das carcaças através da ultrassonografia. Em Avaré, ela trabalhou com o apoio do técnico agropecuário Thalles Gomes Coelho, integrante de sua equipe. Hoje encontramos animais que apresentam de 90 cm até 100 cm de AOL, aponta. A especialista aponta que é de suma importância para uma raça de corte estar permanentemente monitorando o padrão de carcaça apresentado pelos animais. Até porque a carcaça é a razão de ser de tudo que se faz na criação de uma raça de corte. Ana Carolina lembra que a avaliação da carcaça é fundamental à adequação do gado às exigências do mercado. Segundo ela, essas avaliações já vem sendo feitas nas fazendas, porque os técnicos e os criadores já tem a avaliação de carcaça por ultrassonografia como uma ferramenta importante para a seleção genética dos rebanhos. A própria Associação Brasileira de Angus custeia as avaliações nos machos de sobreano. Mas o ideal é que o criador faça esse trabalho rotineiramente em todos os seus animais, recomenda. Para a veterinária e especialista em avaliação de carcaças por ultrassonografia, é altamente positivo que o produtor já veja programas de avaliação de rebanhos como o Promebo por exemplo, não como forma de obter valorização maior por seus animais em leilões, mas sim para ter sinalizações técnicas e cada vez mais precisas, capazes de orientar com segurança as necessidades e direções da seleção genética dos rebanhos. A partir desta seleção dentro da propriedade, o selecionador vai ter condições técnicas mais precisas para alcançar rendimentos maiores nas carcaças, melhor adequação a seu mercado (Programa Carne Angus Certificada, por exemplo) e animais mais precoces, aumentando o giro nos campos e assim as receitas da propriedade.

43 EXPOSIÇÕES 43 Jurado viu tipos diferentes, mas bons animais Fotos: Luiz Amaral/Angus Brasil Christopher Filippon, um trabalho tranquilo Com inquestionável conhecimento técnico e larga experiência na seleção de Angus, o jurado de classificação da mostra de Avaré, Christopher Filippon, realizou um trabalho tranqüilo na formação das filas de pista e escolha dos melhores animais. Ele começou observando que nos últimos cinco anos a pista se aproxima mais do campo, o que em sua opinião, é bastante positivo. São exemplares cada vez mais funcionais, rotulou. Disse também que na atualidade a raça Angus tem um tipo definido. Assim, os animais que não estão dentro deste padrão, estão fora, ratificou. Dentro desta linha, Filippon descreve o tipo ideal como um animal de bom desenvolvimento, boa estrutura e aprumos, boa caracterização racial, bom grau de acabamento e boa cobertura muscular. Nas fêmeas, a feminilidade é fundamental, assim como a altivez dos machos. Em Avaré encontrei animais de tipos diferentes, mas todos de qualidade e enquadrados no que se busca na raça, definiu. Para ele, os criadores precisam prestar atenção nos ponteiros, nos campeões, porque esses são os biótipos de excelência, que reúnem os padrões raciais ideais, que devem ser buscados nas criações. Ele recomenda ainda que os criadores façam os tratadores caminhar mais com os animais na fazenda. Por mais dócil que seja, o animal precisa deste treinamento para que possa se apresentar com mais desenvoltura nas exposições, apontou. Dados dos animais campeões de Avaré 2012 GRANDE CAMPEÃ Nome: LC SCARLET TES161 Tat: TES161 Registro: O Nasc: 24/07/2009 Idade: 958 Dias Est. Gest.: C/Cria Peso: 853 Pai: SAV NET WORTH 4200 Mãe: NEGRITA 370 DA CORTICEIRA Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: ÉRICK EVANDRO DONATTO Estabelecimento: FAZENDA SANTA HELENA Cidade: SANTA ADELIA /SP RESERVADA GRANDE CAMPEÃ: Nome: FSL I ELLYS 770 Tat: I 770 Registro: O Nasc: 15/10/2009 Idade: 875 Dias Est. Gest.: Prenha Peso: 766 Pai: SAV HEAVY HITTER 6347 Mãe: FSL D EURECA TE E25 Criador: ANTÔNIO MACIEL NETO Expositor: FSL ANGUS ITU LTDA. Estabelecimento: FAZENDA SÃO LUIZ Cidade: ITU /SP TERCEIRA MELHOR FÊMEA Nome: LC SELINA TE S169 Tat: TES169 Registro: O Nasc: 06/10/2009 Idade: 884 Dias Est. Gest.: C/Cria Peso: 696 Pai: SAV NET WORTH 4200 Mãe: NEGRITA 370 DA CORTICEIRA Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: PARC. PAULO MARQUES, LUIS CASSOL,TRÊS MARIAS Estabelecimento: CASA BRANCA AGROPAS- TORIL Cidade: FAMA /MG GRANDE CAMPEÃO: Nome: MC INSANO DEFESA Tat: 992 Registro: O Nasc: 20/06/2009 Idade: 992 Dias Perímetro Escrotal : 40,5 Peso: 1029 Pai: SANTA SÉRGIA TOMY RUBIO Mãe: PAINEIRAS GRAN CANYON DEFESA 1046 TE Criador: ELOY TUFFI Expositor: ELOY TUFFI Estabelecimento: FAZENDA MC Cidade: ESPIRITO SANTO DO PINHAL /SP RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: RECONQUISTA 1575 Tat: TE1575 Registro: O Nasc: 02/06/2009 Idade: 1010 Dias Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE Mãe: RECONQUISTA 925 CARAPUÇA JULIETA QUEBRACHO Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Expositor: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Estabelecimento: RECONQUISTA AGRO- PECUÁRIA LTDA Cidade: ALEGRETE /RS TERCEIRO MELHOR MACHO Nome: FSL 962 DUKE 476 Tat: 962 Registro: O Nasc: 23/07/2010 Idade: 594 Dias Perímetro Escrotal : 36 Peso: 750 AOL: 107,07 EGS: 5,88 P8: 9,86 Pai: SAV DUKE 6313 Mãe: FSL H GAIA 15 Criador: ANTÔNIO MACIEL NETO Expositor: FSL ANGUS ITU LTDA. Estabelecimento: FAZENDA SÃO LUIZ Cidade: ITU /SP Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho

44 44 OPINIÃO Uso do índice de risco para introduzir inovações nos sistemas de cria A produção de bezerros constitui a base da produção de carne bovina. Contudo, apesar de sua relevância, esta atividade é considerada de baixa rentabilidade, sendo destinada aos piores pastos e terras mais baratas, cujos resultados limitam a sua competitividade. Porém, um novo cenário consolidou-se a partir do final da década de 2010, caracterizado por preços mais atrativos para o bezerro e favorável aos investimentos na melhoria dos processos de produção. Além disso, todas as variáveis apontam para a continuidade da conjuntura pelos próximos cinco anos. Assim, é crível afirmar que chegou a vez da cria na cadeia da carne bovina e isto certamente mudará os parâmetros de físicos até então alcançados, devendo ocorrer uma profunda alteração na produtividade e a quebra de vários paradigmas no setor. Tamara E. de Oliveira 1 Júlio O. J. Barcellos 1 Ricardo P. Oaigen 1,2 O aumento da produtividade na pecuária de cria passa obrigatoriamente pela gestão e uso das diversas tecnologias a disposição dos pecuaristas e, particularmente, pelas inovações que vêm surgindo nos últimos anos. Invariavelmente, estas tecnologias buscam solucionar perdas e/ou ineficiências ao longo dos processos ou melhorar os seus resultados pela uso maximizado dos recursos disponíveis. A introdução de tecnologias é um processo de tomada de decisão em um ambiente decisório apresenta necessidades específicas de informação para que sejam adequadamente executados. Nestes modelos, a introdução de variável de risco na análise de investimentos é fundamental. Para tanto, torna-se necessário o uso de instrumentos apropriados de gestão da produção, favorecendo a inovação tecnológica e facilitando a introdução de melhorias no sistema para reduzir a incerteza da decisão. A diferença entre riscos e incertezas é que em situações de risco se conhecem as probabilidades da ocorrência de certos cenários, e na incerteza esta probabilidade não é conhecida. Para o pecuarista o Risco é, fundamentalmente, a possibilidade de utilizar uma tecnologia e esta não produzir o resultado esperado, ou ainda incorrer em perdas financeiras. Na realidade, quando o risco é quantificado, diminuem as incertezas. No processo de melhoria da produtividade há uma busca constante por inovações e de maneira intrínseca está presente o risco de insucesso. Todas as tecnologias proporcionam uma magnitude de resposta, com certa previsibilidade. Assim, o gestor obrigatoriamente deve trabalhar com essas duas possibilidades antes de decidir pela escolha, sendo algumas tecnologias mais seguras nos resultados do que outras em função das validações científicas disponíveis para consulta. Este risco das tecnologias é dependente de diversos fatores: custos de implantação, resultado esperado, complexidade operacional, recursos humanos qualificados e motivados, impacto no sistema, flexibilidade que a tecnologia terá para se adaptar às necessidades futuras, políticas de estímulo, adequado, ambiente econômico e regulatório, além de interação com as universidades, institutos de pesquisa e o sistema de extensão. Assim, ao selecionar uma tecnologia devem ser respeitadas premissas como: resultado biológico; amplitude do resultado; custo e risco desta tecnologia; vulnerabilidades da empresa, aspectos operacionais e de estrutura; a existência de fluxo de caixa positivo e recursos para investimentos; bem como a conjuntura e expectativa do mercado. Alguns destes fatores podem ser utilizados como parâmetros interessantes para determinar o risco das tecnologias, dentre eles o custo que é definido como qualquer aplicação de recursos ao processo de produção. Envolvidos em todas as práticas de manejo e inovações, os custos de cada tecnologia dependem, dentre outros, do mercado de insumos, da estrutura da empresa, da habilidade de apropriação de determinada tecnologia e ainda de seu resultado biológico. Portanto, a utilização de valores médios de custos é indicada para a estipulação, mesmo que haja uma variação importante entre empresas. Algumas inovações demandam maquinário especializado, insumos e recursos humanos capacitados, dificultando seu desenvolvimento. No entanto, as maiores dificuldades estão relacionadas ao perfil do empresário e a estrutura da empresa, pois estas devem estar alinhadas às tecnologias aplicadas, para obter sucesso. Por tanto, é vital avaliar a estrutura que cada tecnologia requer antes de seleciona-la. O resultado e sua amplitude são considerados fundamentais para a análise de risco. Em sistemas de cria, o resultado econômico é produto da taxa de prenhez, peso do bezerro ao desmame e peso da vaca de descarte, e, sendo o peso ao desmame e o descarte das vacas ineficientes, diretamente dependente da taxa de prenhez, esta é considerada um indicador adequado para de sua eficiência biológica. Talvez a questão mais essencial ao sucesso das tecnologias sejam os recursos humanos e sua capacidade de compreender, desenvolver, adaptar, realizar, gerenciar e disseminar a modificação. Outro fator fundamental é a flexibilidade, que representa a capacidade de dobrar-se sem quebrar, isto é, adaptarse. Neste caso, é a capacidade de adaptação a um grande número de mudanças. Esta é uma das dimensões mais importantes da estratégia competitiva, além de um dos mais notáveis critérios para avaliação, podendo representar a habilidade e facilidade para executar as mudanças necessárias à produção, variar os passos para completar uma tarefa, considerando somente níveis viáveis de produção. >>>

45 OPINIÃO 45 Figura 1. Escores de risco calculado para o conjunto de tecnologias disponíveis para os sistemas de produção de bezerros Nutricionais Creep-Feeding Creep-Grazing Flushing para as vacas paridas Irrigação de Pastagens Pastagens melhoradas no pós-parto Pastagens melhoradas no pré-parto Suplementação com feno Suplementação das vacas no pós-parto Suplementação das vacas no pré-parto Suplementação mineral Manejo Ajuste de taxa de lotação por condição corporal Desmame Antecipado dias Desmame Hiperprecoce dias Desmame Interrompido Desmame Precoce dias Formação de lotes por idade das matrizes Organização dos bezerros por data de parto Planejamento sanitário Seleção por descarte de toda vaca falhada Diagnóstico de prenhez Diagnóstico de prenhez precoce Duas estações de monta Estação de monta controlada 90 dias Estação de monta diferenciada Reprodutivas Acasalamento aos 18 meses Bioestimulação Exame Andrológico Inseminação Artificial Inseminação Artificial em Tempo Fixo Monitoramento do acasalamento Sincronização de estros Superovulação e transferência de embriões Utilização de parteiros treinados RISCO CALCULADO Na avaliação das tecnologias, se pouco foi discutido quanto aos fatores elucidados acima, menos ainda o impacto sistêmico de cada tecnologia tem sido considerado. Entretanto, apesar de pouco avaliado, este parâmetro é vital por mensurar a interferência da tecnologia na empresa, considerando seu impacto na estrutura do rebanho, disponibilidade de capital, planejamento das atividades de rotina e infraestrutura. Um trabalho conduzido no NESPRO calculou um escore de Risco para o conjunto das principais tecnologias disponíveis para melhorar a produção de bezerros. No método foi considerado o custo da tecnologia, o conhecimento técnico a respeito da mesma, a complexidade operacional, a flexibilidade e o resultado esperado. Para o custo foram consideradas as despesas envolvidas, como gastos com maquinário, recursos humanos, insumos e demais investimentos necessários à introdução de determinada tecnologia e o no conhecimento técnico considerou-se o conhecimento e habilidade de funcionários, técnicos e do empresário rural a respeito de uma determinada técnica. A complexidade operacional foi determinada de acordo com a dificuldade para implantação das tecnologias em relação aos recursos humanos, operacionalização da técnica, infraestrutura necessária e logística. Determinou-se que flexibilidade é a existência de alternativas ou um plano B, para o caso de não dar certo a implantação. O resultado foi considerado como a probabilidade de aumento da taxa de prenhez, pois é considerado um indicador adequado para avaliar a eficiência biológica nos sistemas de cria. A partir dessas variáveis foi desenvolvida uma equação matemática que resultou no escore de risco para cada tecnologia, variando de 1(menor risco) a 5 (maior risco). Quanto maior o escore maior é o risco de utilizar a tecnologia. Na figura são apresentados os escores de risco e nota-se que entre as tecnologias de manejo, quase que na totalidade de processos, estão às menos arriscadas na sua utilização. Provavelmente porque têm menores custos e são menos complexas operacionalmente. Por outro lado, aquelas associadas com insumos ligados à nutrição, ainda que produzam maiores impactos no resultado, na combinação de todos os fatores resultam em maior probabilidade de risco. Portanto, esse é um instrumento de apoio a decisão que cada técnico e pecuarista deve avaliar antes de escolher uma tecnologia para aumentar a taxa prenhez de seu rebanho. Dessa forma, não considera-se a melhor tecnologia e sim aquela que frente a determinadas características do sistema de produção é mais bem introduzida para a busca do aumento de sua eficiência. 1 Membros do NESPRO/ UFRGS 2 UFPA-Belém INTERNACIONAL Tour pela Escócia e comemoração dos 150 anos do primeiro Herdbook da raça Angus O núcleo de criadores North East Aberdeen-Angus Club, filiado à Associação Britânica de Angus, está organizando um tour para comemorar os 40 anos da sua fundação e o 150º aniversário do primeiro Herdbook da raça Angus no planeta. Previsto para acontecer do dia 4 ao dia 8 de Outubro de 2012 na região nordeste da Escócia, o tour envolverá visitas a fazendas localizadas nas subdivisões administrativas do território escocês (condados) de Angus, Kincardineshire, Aberdeenshire e Banffshire, além de atividades sociais com muita hospitalidade escocesa e delícias gastronômicas, dentre as quais carne Angus e diversos tipos de whisky. A região nordeste da Escócia é a terra natal da raça Aberdeen Angus e o primeiro livro de registros da raça foi publicado em A cerimônia em comemoração aos 150 anos da publicação acontecerá no mesmo edifício no qual ele foi impresso, na cidade de Banff. Também está programado um leilão de 50 fêmeas de elite oriundas de plantéis do Reino Unido e da Irlanda que serão previamente revisadas por técnicos da Associação Britânica de Angus. O tour está sendo divulgado mundialmente pela Associação Britânica de Angus, cujo verdadeiro nome em inglês é Aberdeen-Angus Cattle Society. A entidade recomenda que todos os interessados em participar do tour visitem o Site com e façam um click no anúncio com o nome Ruby Anniversary Tour, que está posicionado no canto direito inferior da página inicial do Site. Cabe esclarecer que o nome Ruby não tem relação nenhuma com as cores vermelha ou roxa, mas com as bodas de rubí que caracterizam um aniversário de 40 anos. A tradição das bodas com materiais e pedras preciosas foi criada por joalheiros da Alemanha medieval para comemorar aniversários de casamento, e rapidamente se espalhou por todo o mundo ocidental. A última fazenda a ser visitada durante o tour será a do Balindalloch Castle, em Banffshire. A propriedade possui o mais antigo plantel de Angus em atividade no mundo. Ele foi iniciado por Sir George Macpherson-Grant em 1861 com a compra de uma fêmea de nome Erica. Essa fêmea iniciou a família Erica, que é muito conhecida em tradicionais plantéis americanos e canadenses que importaram animais da Grã-Bretanha. Os atuais proprietários da fazenda são descendentes de Macpherson-Grant e continuam morando no tradicional e imponente castelo, onde os participantes do tour de Outubro próximo serão recepcionados com um grande almoço. Todos os interessados em participar do tour pela Escócia precisam fazer uma reserva até o dia 31 de Maio. Para isso e também para se obter outros detalhes, basta visitar o Site da entidade britânica. Fonte: Aberdeen-Angus Cattle Society Tradução: Stefan Staiger Schneider Ron McHattie, diretor executivo da Aberdeen-Angus Cattle Society

46 46 PARCEIROS Estamos atentos ao Fundo de Maternidade de nossos rebanhos? Marcelo Maronna Dias Os resultados positivos nos sistemas de produção de gado de corte estão intimamente relacionados com a eficiência reprodutiva dos rebanhos para gerar lucratividade. Cada vez mais, nas constantes buscas por resultados positivos, temos imposto aos sistemas de produção consideráveis mudanças nas práticas de manejo até então utilizadas com um crescente uso de novas biotecnologias. Quando usamos novas biotecnololgias, mudanças são feitas no sentido de melhorar índices de produção, no entanto, devemos ter consciência que poderemos propiciar condições epidemiológicas mais favoráveis para instalação e disseminação de agentes bacterianos, virais e protozoários. Isto, em parte, deve-se às maiores aglomerações de animais, maior carga ani- mal, práticas de manejo concentradas, mudanças na maneira de trabalhar nas equipes em busca de maior produtividade. Vários estudos mostram que os agentes infecciosos podem ser responsáveis por consideráveis perdas reprodutivas nos rebanhos de corte. Neste sentido, um plano sanitário com vacinações preventivas para Brucelose, Leptospirose, Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), Diarréia Viral Bovina (BVD) aparecem em evidência. A grande pergunta é o quanto conseguimos minimizar destas perdas? Outra questão não menos importante é o fato de conseguir um diagnóstico preciso para estas perdas que vão desde mortes embrionárias, abortos, infertilidade de fêmeas e machos e outras causas não menos importantes. Nos sistemas de gado de corte que utilizam biotécnicas da reprodução como inseminação artificial, seja com observação de cios ou IATF, e com períodos de monta bem estabelecidos, o diagnóstico de gestação é uma prática usual e imprescindível. Usualmente, após o diagnóstico por palpação ou IATF: aglomerado de fêmeas para inseminação ultrassonografia, as fêmeas prenhes ficam aguardando em pastos apropriados o momento de serem colocadas em potreiros chamados de maternidade quando estiverem próximas de parir. Depois de paridas são encaminhadas para os potreiros de cria. Ao final do período de parição, sobram vacas nas maternidades que haviam sido diagnosticadas prenhas e aparecem vazias sem terneiro ao pé. As causas são inúmeras e este grupo de vacas compõe o que podemos chamar de Fundo de Maternidade. Falando sobre o Fundo de maternidade, três perguntas são importantes: Qual o percentual aceitável de vacas no Fundo de Maternidade? E ainda, qual o destino destas vacas? Qual a real ameaça destas vacas no rebanho? Sobre o percentual de perdas, Vasconcelos, J.L.M., et all, citam que em dois levantamentos recentes realizados no Brasil em gado de corte, sendo um com mais de e outro com prenhezes, a porcentagem de fundo de maternidade Maternidade: potreiros específicos para parição. Fotos: Divulgação (vacas que apresentaram perda de gestação) foi superior a 6%. Dias, M.M., et all., encontraram em quase vacas no Rio Grande do Sul dados semelhantes (6,45%). Sendo assim, a pergunta que cabe é: temos este número na maioria de nossas propriedades? Se este número for superior aos 6% colocados aqui, que atitudes tomar? Quanto ao seu destino? As vacas do fundo de maternidade estavam prenhes e perderam a gestação diferentemente de vacas solteiras que ficaram vazias ao final da temporada de monta e às vezes são mantidas. Esta diferença deve ser ressaltada, pois as vacas que criaram terneiro, muitas vezes, ficam vazias por questões de manejo nutricional e terminam a temporada reprodutiva vazias. Em minha opinião, as vacas que perderam a gestação e aparecem no fundo de maternidade deveriam ser eliminadas. Respondendo a terceira questão: ao trabalharmos de maneira preventiva com um planejamento sanitário bem feito, com boas práticas de manejo na busca de bons índices reprodutivos, porque reter vacas que representam um fator de risco aos demais animais do rebanho? Pergunto isto, pelo fato de que muitas destas vacas que perdem a prenhês, mesmo vacinadas para as principais enfermidades da esfera reprodutiva, ficarão vazias e sem diagnóstico podendo ser carreadoras de agentes patogênicos virais e bacterianos. No momento que estas vacas ficarem no rebanho e forem submetidas à nova temporada reprodutiva colocarão touros de repasse em risco e outras fêmeas que participarem das atividades de manejo como vacinações e concentrações de fêmeas para inseminação. Com este artigo, gostaria que os senhores criadores refletissem sobre o Fundo de Maternidade de seus rebanhos e que este tema possa nos ajudar de alguma forma no incremento de índices reprodutivos. Médico veterinário, Doutor em Virologia e Supervisor da CRI Genética Brasil Ltda para RS/SC

47 47 INTERNACIONAL Gala Angus mostra valorização da raça no Uruguai Fotos: Divulgação A força da raça Angus no Uruguai foi demonstrada mais uma vez no 7º Remate Gala Angus, realizado no dia 16 de fevereiro no Hotel Conrad, no festejado balneário de Punta Del Este. No leilão conduzido por Zambrano & Cia, com administração do Banco Comercial, as 20 vacas ofertadas alcançaram a média de US$ 5.868,00. O melhor preço ficou por conta de uma fêmea jovem categoria vaquilhona, Bayucuá 8592 Naranjita, que foi negociada por US$ ,00. A força da raça Angus foi demonstrada pela qualidade dos animais ofertados em pista, mostrando que os criadores apostam na raça para produzir carne de qualidade, dirigida a mercados mais exigentes, ofertando um produto que seja mais do que uma commoditie, incorporando valor agregado, tecnologia e genética de ponta, nas palavras do presidente da Sociedade de Criadores de Aberdeen Angus do Uruguai, Gonzalo Valdes Requena. Segundo sua avaliação, o Gala Angus concretizou negócios em valores altamente compensatórios para a genética ofertada em pista. O animal mais caro, de criação da Cabanha Bayucuá, de Mattos, é filha de Fanta (Copper Rob), que fora Campeã Suprema em Santo em 2004, irmã inteira de Caetano, Grande Campeão do Prado Dada sua alta qualidade, o Touros Aberdeen Angus Posição Nome do Touro Número de filhos PO registrados na AAA 1 SAV Bismarck Mytty In Focus SAV Final Answer Sitz Upward 307R SS Objective T510 0T GAR Predestined SAV Net Worth HARB Pendelton 765 JH TC Total SydGen CC& estabelecimento negociou somente 50% da fêmea o leiloeiro Gerardo Zambrano bateu o martelo em exatos US$ por 50% deste exemplar, adquiridos pela Cabanha La Paraguaya, que investe na genética de Red Angus. Outros destaques do Gala Angus foram os US$ pagos por Luz Estival SA pela vaquilhona Bayucuá 8579 Renata, também da Cabaña Bayucuá de Mattos, e os US$ pagos pela criadora Esperanza Bruy Bruy por Zucará Networth 3767, de Los Macachines de la Sociedad Ganadera El Yunque. Médias: 1 vaquilhona PI: US$ ; 2 vacas: US$ 4.800; 2 vacas com cria: US$ 8.100; 4 vacas prenhas: US$ 3.600; 9 vaquilhonas: US$ 4.493; 2 vaquilhonas prenhas: US$ 3.600; 14 embriões de 5 vacas doadoras: US$ (El País Digital) Touros Angus TOP 10 em registros nos EUA em 2011 A American Angus Association (AAA) e a Red Angus Association of America (RAAA) divulgaram os seus respectivos rankings de touros pais líderes em registros de animais Puros de Origem (PO) no ano passado. Conheça os 10 touros pretos e os 10 touros vermelhos com maior progênie nascida em 2011: 1AR0904 MISSION STATEMENT 1AN1131 BISMARCK Touros Red Angus Posição Nome do touro Número de filhos PO registrados na RAAA 1 LJC Mission Statement P Messmer Packer Red Fine Line Mulberry 26P L Norseman King Red Six Mile Sakic 832S Red Crowfoot Ole s Oscar HXC Conquest 4405P Dunlouise Red Native F Brown Commitment S Feddes Big Sky R9 228 Fonte: American Angus Association e Red Angus Association of America

48 48 INTERNACIONAL Fotos: Divulgação Sempre grandiosa, a National Western Stock Show, em Denver (Colorado, Estados Unidos), é uma exposição que se estende por 16 dias no mês de Janeiro. Nesse período, a raça Angus tem uma intensa agenda de atividades durante 7 dias, nos quais há julgamentos, 6 leilões, palestras e eventos sociais. Na sua edição de 2012, a raça Angus apresentou 987 produtos, o que representa 4 bovinos a mais que em Além disso, os remates da raça evidenciaram a conhecida solidez que o Angus detém nos Estados Unidos, já que acumularam US$ 3,45 milhões. Dos 987 exemplares Angus de pelagem preta presentes para julgamentos, 672 eram PO de pelagem preta e 235 eram PO de pelagem vermelha. Além disso, houve um julgamento de carcaças que envolveu mais 80 touros PO pretos com idade entre 12 e 14 meses. Conforme a American Angus Association (AAA), os 672 Angus estiveram divididos em 326 fêmeas e 212 machos. Destes, 326 produtos eram de argola, 192 participaram no julgamento dos juniors e 154 formaram trios de rústicos. Nos julgamentos de argola dos bovinos Aberdeen Angus, o juiz foi Doug Worthington, da Califórnia, e os grandes campeões e seus reservados foram os seguintes: Angus comprova a sua força na exposição de Denver 2012 Grande Campeão Red Angus Grande Campeão: Dameron First Impression. Nascido em Maio de 2010, ele é filho de SAV Brillance 8077 e pertence à parceria formada pela Express Angus Ranches, Seldom Rest Farms e Dameron Angus Farm. Este reprodutor também é o Grande Campeão da North American International Livestock Exposition 2011 (em Louisville, Kentucky) e foi comercializado em Denver 2012 pelo segundo preço mais alto da raça na exposição. Ele saiu da pista do famoso leilão Bases Loaded por US$ 120 mil. Reservado de Grande Campeão: Changing Time 060. Da Cattle Company LLC, ele nasceu em Abril de 2010 e é filho de Exar Lutton Grande Campeã: Dameron Northern Miss Nascida em Abril de 2010, ela é filha de EXG RS First Rate S903 R3 e pertence a Kyle Anderson. Reservada de Grande Grande Campeão Angus Campeã: Fancy Chance Lady 65. De propriedade de Shane Heizer, ela é filha de CJ SH Liquid Asset 8660 e nasceu em Abril de Da variedade vermelha, a Red Angus Association of America (RAAA) informa que participaram 199 animais de argola e 36 rústicos, o que totaliza 235 produtos. Os julgamentos de argola dos bovinos Red Angus estiveram sob a responsabilidade de Ryan Rathmann. Ele é um jovem professor da Faculdade de Zootecnia da Texas Tech University, um dos mais requisitados juízes de bovinos nos Estados Unidos atualmente (atuou 152 vezes como juiz de bovinos de corte em exposições, sendo 12 vezes apenas no ano 2012) e é também um dos mais premiados formadores de juízes. Com elevado conhecimento teórico e prático, ele tem grande capacidade oratória para fundamentar os julgamentos. Todos os títulos máximos Grande Campeã Red Angus Fotos: Shelia Stannard - American Angus Association do Red Angus de argola foram concedidos a animais muito jovens. Conheça-os: Grande Campeão: Red Lazy MC Eye Spy 64Y. O reprodutor pertence a Clint e Angela Morasch, é filho de Lazy MC Lookout 37U e nasceu em Março de Ele estava, portanto, com 10 meses de idade em Denver. Reservado de Grande Campeão: Six Mile Smokin Gun 133Y. Filho de Six Mile Wind Chill 828W, ele é de Fevereiro de 2011 e a Six Mile Red Angus Ltd., do Canadá, é a proprietária. Grande Campeã: Six Mile Countess 105Y. Filha de N Bar Hamley S913, ela completou 12 meses no dia 20 de Janeiro e também vem do plantel da empresa Six Mile Red Angus Ltd., do Canadá. Reservada de Grande Campeã: SLGN Persuasion s Yoninah. Cassie Johnson e Solution Genetics são os proprietários dessa filha de Red Lazy MC Cowboy Cut Grande Campeã Angus 26U nascida em 29 de Janeiro de Em termos de comercialização, foram realizados 6 leilões oficiais. Enquanto cinco ofertaram produtos Aberdeen Angus e foram organizados pela AAA e Colorado State Angus Association, um ofertou produtos Red Angus e foi capitaneado pela RAAA. O preço mais alto da raça em Denver 2012 foi pago pelo lote 2 do leilão Bases Loaded. Trata-se de um touro jovem vendido por US$ 135 mil a um condomínio, do qual a Genex (subsidiária da CRI) faz parte. Seu pai é Connealy Consensus 7229, que foi vendido com pouco mais de um ano de idade por US$ 210 mil no leilão do Connealy Angus Ranch de O Bases Loaded deste ano teve recorde de público e também a maior oferta de animais de elite em sua história: 42 animais. As atividades da raça Angus na exposição de Denver costumam atrair um público bastante diversificado e de vários países. Neste ano, a novidade foi um grupo de 9 chineses. Muito discretos, sempre fazendo fotografias e falando no seu idioma, eles não fizeram aquisições, mas realizaram um tour por fazendas de Angus depois da exposição. Especula-se que exportações para a China ocorram em breve. Fonte: American Angus Association e Red Angus Association of America.

49 49 REPORTAGEM Touros da Fronteira: Fotos: Divulgação uma referência da genética Angus Por Nicolau Balaszow Motivados a buscar a excelência genética de seus rebanhos, criadores localizados entre Santana do Livramento e Quaraí criaram, em 2001, o Grupo Touros da Fronteira (TF). Esta parceria completa dez anos em 2011 e os resultados obtidos até agora se mostram consistentes no plano do conhecimento científico, no aspecto comercial e no desenvolvimento dos seus recursos humanos. Os estudos na área da reprodução, através das atividades de laboratório e a campo, consolidam este empreendimento que vem colhendo prêmios em exposições e, em especial, chamando a atenção e a admiração dos seus pares. Uma das principais características dos animais Angus (e também Brangus), criados pelas cabanhas envolvidas nessa iniciativa, é terem um histórico de produção em campo nativo. Entendemos que pelo tipo de solo de nossa região e pelas expectativas dos consumidores que desejam uma carne de sabor especial, tratar os animais deste modo seria o melhor caminho, descreve a porta voz do TF e diretora da A.M.L. Agropecuária, Elizabeth Linhares Torelly. Esta definição mostrou-se acertada, pois o mercado mundial, em especial o europeu e americano, está cada vez mais propenso a valorizar o que é produzido da forma mais natural possível e sempre com os requisitos básicos de preservação do meio ambiente. Não é preciso ir muito longe. Basta apenas cruzar as fronteiras do Estado, rumo ao norte, para descobrir a enorme diferença de qualidade e sabor da carne do Rio Grande do Sul, comparativamente a outras regiões brasileiras que não possuem um substrato tão abundante como o presente nas terras gaúchas. O solo desta região, onde as cabanhas se concentram, é de constituição basáltica, portanto muito mais propício à pecuária do que à agricultura, estimulando daí, também o estudo e o melhoramento das pastagens existentes. Como o pensamento comum desta equipe é o de melhorar até o que já está bom, este mesmo solo nativo foi alvo de um trabalho de pós-graduação realizado por Eduardo Ferreira, da Cabanha Cantagalo, intitulado Recria e Terminação de Novilhos de Corte em Pastagem Natural Submetida a Diferentes Manejos. Este tipo de ação se integra perfeitamente ao que o grupo preconiza: existindo algum tipo de demanda, aquele que tiver o perfil mais próximo para assumir a tarefa já arregaça as mangas e põe mãos à obra. Ainda nesta mesma linha de ação, percebe-se um vivo interesse do grupo em participar de encontros técnicos, exposições e dias de campo, não só na região como no exterior. A meta é sempre aprender mais e, >>>

50 50 REPORTAGEM posteriormente, aplicar o saber no dia a dia da lida. Na visão de Elizabeth essas iniciativas, aparentemente individuais, permitem concluir que cada participante oferece o que tem de melhor e isto é a razão pela qual o TF tem se enraizado e galgado vitórias. Profissionais, acima de tudo Mas a trajetória definida pelos participantes do grupo não vem se limitando à produção de carcaças de qualidade superior e que atendam aos requisitos definidores do Programa Carne Angus - referência e base de todos os trabalhos. O desenvolvimento humano também é motivo para investimentos. Desde o colaborador menos graduado, passando pelo tratador, capataz, técnico responsável, além do proprietário, todos fazem parte do projeto e, por isso, precisam estar capacitados a assumir as suas responsabilidades com competência profissional em prol de objetivos comuns. Vemos o homem do campo como um personagem vital em nosso sistema produtivo. Sem ele, pouco ou nada existe, diz Beth Torelly. Exemplo disso é a iniciativa empreendida pela Estância São Miguel do Sarandy, que encontrou no Programa de Gestão de Pessoas para a Qualidade, a forma de reconhecer lideranças, formar equipes e capacitar tecnicamente os seus colaboradores. Um dos resultados foi a conquista do prêmio Top Ser Humano, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH- RS), para a estância. Elizabeth faz questão de ressaltar que esta mão de obra tem sido aprimorada através dos cursos oferecidos pelo Sistema Farsul, Senar e Sebrae, parceiros imprescindíveis nesta empreitada. Para os proprietários da estância, Ricardo de Almeida Brochado e Beatriz Helena Romariz Brochado, ganhar essa premiação exigiu um investimento de dez anos no desenvolvimento dos seus recursos humanos. Ao longo desse tempo realizamos diversos cursos e quando percebemos a necessidade de um reforço, repetimos até o resultado aparecer, comenta Beatriz com entusiasmo, lembrando do caráter lúdico empregado nessas atividades. Grande parte das fazendas em Minas Gerais e, em especial São Paulo, já absorveram, há bastante tempo, o significado e a importância de dar um caráter profissional aos seus negócios agropecuários. O exemplo da São Miguel do Sarandy é um fato raro, mas já é um prenúncio de que esta prática, também absorvida pelo TF, pode e deve ser exercida entre todos os envolvidos com a marca Angus no RS. Os velhos padrões de comportamento, os mitos antigos e enraizados no manejo dos animais e das propriedades, em geral, merecem uma reavaliação profunda, pois estas já não dão conta, na maioria dos casos, Fotos: Divulgação A chave do sucesso do Grupo é a busca da capacitação, incluindo proprietários e colaboradores das demandas de modernização e adequação, tanto no viés tecnológico, como no dos relacionamentos humanos. Ter vencido um desafio não basta, é preciso continuar. Essa compreensão existe da parte de Beatriz e Ricardo, pois o próximo passo a ser dado vai permitir um aprofundamento ainda maior em seus planos. Atualmente, a fazendeira está cursando e conhecendo o Processo de Coaching e pretende utilizá-lo em sua propriedade. Este processo é de simples entendimento e é dirigido ao modo como usamos a nossa energia na obtenção de algum objetivo. Isto é, podemos fazer coisas Grey de Souza Poli, da Cabanha Santa Inês que nos consomem energia ou coisas que nos dão energia, explica. O coaching ensina a eliminar os elementos que consomem a energia e a conseguir os que a proporcionam. Esta é uma área do conhecimento que alia fatores psicológicos e comportamentais e busca dar qualidade de vida a quem dele se serve e o uso desta ferramenta pode acontecer segundo duas dinâmicas, individualmente ou em grupos. Essa técnica vem sendo empregada largamente na indústria e comércio que almejam constituir equipes de trabalho bem afinadas, sendo que no meio rural isto ainda não foi experimentado. Ela acredita, no entanto, que com uma boa planificação e um assessoramento profissional, as metas podem ser atingidas com sucesso. Prioridades e futuro No entendimento de Elizabeth, a prioridade e objetivo do grupo neste momento, em que sete criadores utilizam o Angus e três atuam com o Brangus, é o melhoramento genético contínuo dos reprodutores que são ofertados aos clientes, permitindo que esses animais sejam capazes de atender às exigências do mercado atual da carne, altamente qualificado. Para que haja a garantia de que estamos no caminho certo, as cabanhas se envolvem em importantes exposições, como a Expointer, por exemplo, onde os animais são avaliados por suas características genéticas de reprodução. Desta forma, ao promover o mercado da genética também estaremos disseminando uma melhor produção de carne qualificada e padronizada, enfatiza. Pensando em avaliar o seu produto junto ao consumidor, o TF também participa dos Concursos de Carcaças, promovidos pela Associação Brasileira de Angus (ABA), obtendo plena aprovação dos técnicos e especialistas da área. A performance nestes concursos trouxe a confirmação das escolhas e da trajetória definida pelo grupo de criadores, pois os animais estão de acordo com o que é exigido, sugerindo o sucesso do projeto, que tende a se expandir. Até agora, tudo o que a raça Angus permite e possibilita, nós conseguimos fazer, não individualmente, mas para o grupo, afirma a porta-voz. >>>

51 51 REPORTAGEM Fotos: Divulgação Onde tudo começou Para que esta história pudesse ser contada, um grupo de seis pecuaristas idealizou o que é hoje o Touros da Fronteira, sendo que no decorrer das atividades, mais quatro cabanhas foram convidadas a se incorporar ao projeto. Cabe aqui ressaltar o que disse Elizabeth, quando transmitiu a idéia de que a cumplicidade vem sendo um dos pontos fortes desta associação. Durante esses anos todos pudemos nos conhecer melhor, construir amizades e fortalecer outras tantas, comenta ela. Os objetivos comuns e o aumento de responsabilidades tornaram as reuniões mais frequentes e, naturalmente, os encontros de confraternização e comemoração também ganharam espaços cada vez mais generosos. O grupo é uma soma de conquistas, diz. Quanto às decisões a serem tomadas, a busca é do consenso, isto é, na dúvida discute-se o tema até chegar-se a um denominador comum e sem sobressaltos. Este ambiente favorável é próprio dos vencedores e como é dito, - em time que está ganhando não se mexe - mas sobre possíveis novas parcerias, explica Elizabeth, não podemos dizer que estamos fechados, no entanto, neste momento o importante é nos concentrarmos em solidificar o que já foi obtido. Pensando o mesmo Entre os benefícios alcançados, comenta Grey de Souza Poli, da Cabanha Santa Inês e criador de Brangus, a partir do momento em que começamos a realizar leilões conjuntamente, o nosso trabalho começou a ser Beatriz Helena e Ricardo Brochado divulgado e os resultados comerciais também tiveram um impulso. Ele revela que o TF é resultado de pessoas que tinham as mesmas idéias e foi o que bastou para tudo começar. Confirmando a opinião dos participantes, o que torna o empreendimento tão duradouro é o fato de haver união e comprometimento para um objetivo comum, além, é claro, da amizade entre os componentes do grupo. O TF trabalha, atualmente, com 40 mil ventres, somados todos os participantes, e chama a atenção de outros pecuaristas, tanto do Brasil como fora do País. Em especial os uruguaios e criadores brasileiros, que se apresentam curiosos em conhecer o nosso sistema de produção. A partir daí, recebemos visitas constantes, contatos telefônicos em busca de novas informações e, os dias de campo normalmente são os que permitem esse tipo de aproximação. Fazemos questão de fomentar trocas de conhecimento, projetar a nossa marca e, como não poderia deixar de ser, igualmente projetar o nosso município de Santana do Livramento, diz o criador. >>> Dias de campo permitem a troca de informações Cruza Angus turbina Cabanha de Cláudio Caldas Como era de se esperar, o Touros da Fronteira no momento de sua constituição não prescindiu da experiência acumulada em mais de 40 anos de atividades junto à pecuária, de um selecionador como Cláudio Caldas, das Cabanhas Santa Rita e Diamante. Criador atento às movimentações do mercado da carne e dos aspectos de melhoria em rebanhos bovinos, este personagem foi o pioneiro no aprimoramento do que hoje é conhecido como Brangus, resultado das cruzas das raças Angus e Zebu. Ele começou as suas pesquisas na década 70, com a finalidade de constituir um bovino robusto, de quarto proeminente e fertilidade comprovada, capaz de suportar as intempéries do clima, típico dos que apresentam rusticidade. Paralelo às suas investigações, ele ficou sabendo que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Bagé, realizava um trabalho semelhante na busca de um bovino de qualidade, unindo os aspectos mais destacados das raças. Ironia do destino, pois isto acabaria por respaldar o que o cabanheiro estava propondo, fazia tempo. Inicialmente, este animal foi chamado de Ibagé, mesmo nome dado à associação criada e que fomentou o desenvolvimento do Brangus, sendo que o primeiro presidente desta nova entidade, em 1979, foi justamente Cláudio Caldas. Ele conta ter recebido diversas críticas e, muitas vezes foi barrado em exposições do interior do Estado e na Expointer, tentando inserir o Brangus. Ainda assim prevaleceu a sua perseverança e, muito especialmente, a sua visão de futuro e sensibilidade. No entendimento de Caldas, o TF vem ganhando corpo pelo entrosamento das pessoas envolvidas e dispostas ao trabalho. Ele reitera que o sucesso do grupo se deve às várias iniciativas que vão desde o melhoramento genético, até as atividades em prol da comunidade da região. Em termos de expectativas para o futuro, Caldas Cláudio Caldas, da Cabanha Santa Rita pensa grande. Entendo que devemos continuar com o que estamos fazendo, melhorando aqui e ali, e também será importante continuar realizando provas de genética dos nossos touros e tornar possível uma mais abrangente comercialização de sêmen desses nossos reprodutores provados e perfeitamente adaptados ao nosso meio, preconiza.

52 52 REPORTAGEM Aproveitamento inteligente das pastagens É essa riqueza que estamos perdendo ao adotarmos sistemas de produção e culturas incompatíveis com nossa realidade ambiental e climática. Este texto foi reproduzido a partir do trabalho de pósgraduação do médico veterinário e mestre em zootecnia Eduardo Tonet Ferreira, da Cabanha Cantagalo. Ele sintetiza, com sutil clareza, o propósito e as intenções do Touros da Fronteira (TF), quando os seus integrantes agem no sentido do melhoramento de seus rebanhos. Em outras palavras, reconhecer o próprio ambiente é de vital importância e, a partir daí, trazer para este ambiente e manter nele o que melhor a ele se adaptar. Recria e Terminação de Novilhos de Corte em Pastagem Natural Submetida a Diferentes Manejos é o título da dissertação que, em poucas palavras, procurou avaliar o desempenho animal e produção vegetal de uma pastagem natural com o uso ou não de insumos, tendo como paisagem dos experimentos as terras de Quaraí. A meta era reconhe- cer qual o melhor aproveitamento das pastagens para animais criados a campo. Verifiquei, entre outros fatores, um melhor desempenho dos animais puros no que diz respeito ao acabamento, ganho de peso e qualidade de carcaça, quando estes eram submetidos a pastagens que receberam algum tipo de suplementação. Ao mesmo tempo, confirmou-se a rusticidade dos mestiços que tiveram o seu melhor resultado em pasto nativo bruto, explica o especialista. O objetivo principal desta pesquisa, conforme o seu autor foi o de avaliar a possibilidade de abater os novilhos com dois anos de idade em diferentes sistemas pastoris: campo nativo, campo nativo adubado e adubado sobressemeado com espécies de inverno. A falta de informações para as regiões da Campanha e Fronteira, relativas à produtividade vegetal de campo e como os animais criados ali poderiam responder melhor a este ambiente, mobilizou o veterinário que percebeu, na oportunidade, um modo Fotos: Divulgação Nossos olhos já estão tão acostumados à paisagem local, que perderam a sensibilidade para enxergar os detalhes da grande riqueza que nos cerca de esclarecer dúvidas e permitir que o TF otimizasse a sua produção. Por essa razão o grupo poderia até criar um slogan dizendo existir entre nós uma genética especial à disposição, possibilitando ao pecuarista, ter bons resultados nestas mesmas condições, sugere Ferreira. Ele complementa dizendo que o TF tem, atualmente, uma genética respondendo muito bem ao ambiente e certamente, este mesmo animal, residindo mais ao norte do País, também estará apto a conseguir os mesmos índices. Isto é genética que permite alcançar altos patamares no acabamento de carcaça, aos padrões exigidos à exportação. Conquistamos tudo isso num ambiente preservado, com sustentabilidade social e a custo zero, comemora. A confirmação de que o TF está no caminho certo veio, mais uma vez com os ótimos resultados dos negócios realizados durante as comemorações dos seus dez anos do TF na Expofeira de Livramento, em outubro de Integrantes do grupo Touros da Fronteira A.M.L. Agropecuária - José Azhaury Macedo Linhares - amlagropecuaria@terra.com.br; Cabanha Santa Inês - Grey de Souza Poli - poli@v-express.com.br; Cabanha Cantagalo - Carlos Renato Acosta Ferreira - caleco.vet@hotmail.com; Estância São Miguel do Sarandy - Ricardo de Almeida Brochado - saomiguelsarandi@v-expressa.com.br; Cabanha Santa Rita/Diamante - Cláudio Caldas - ccaldas@v-expressa.com.br; P.A.P. Acauan - Benedito Rossat Acauan - lracauan@terra.com.br; Estância da Barragem - Ricardo Gregory - ricardo.gregory@ufrgs.br; Cabanha Sossego - Luiz Pedro Escosteguy - luizpedro@v-expressa.com.br; Estância Silêncio - Rafael Gregory - manantialrg@gmail.com; Estância São Isabelino - Paulo Castilhos - prcastilhos@brturbo.com.br.

53 PARCEIROS 53 Conhecer bem o carrapato auxilia no seu controle Octaviano Alves Pereira Neto O General Sun Tzu escreveu no seu livro A Arte da Guerra pontos estratégico em uma batalha. Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas. Na atualidade este livro não se destina mais a fomentar ou preparar soldados para uma guerra de verdade, mas está na cabeceira de diversos estrategistas, espe- cialmente a dos administradores de empresas. Se fizermos uma correlação com a rotina da atividade pecuária, com ênfase do manejo sanitário do rebanho, é possível estabelecer interessantes paralelos e ver sua aplicabilidade no meio rural. No controle do carrapato, por exemplo, se forem ignoradas algumas medidas de prevenção, podem ocorrer severos prejuízos ao sistema de produção, especialmente naqueles com bovinos europeus. Já abordei este tema em edições anteriores, mas cada vez mais se torna imprescindível conhecer melhor a biologia e a epidemiologia dos carrapatos, pois com o avanço da resistência em moléculas convencionais (usados em banho ou injetáveis) as soluções vêm se tornando mais complexas. Agir no momento correto é parte crucial para o sucesso no controle parasitário, já que não é razoável manter apenas tratamentos quimioterápicos e sim adotar paralelamente ações que afetem o ambiente, reduzindo sua infestação. Sem esse entendimento, os programas tornam-se insustentáveis no longo prazo. Fatores como temperatura e umidade do ar têm papel determinante no comportamento do parasito em sua fase de vida livre no pasto, tanto na forma de ovos como de larvas infestantes. O inverno da Região Sul caracteriza-se pelo frio, enquanto nas Regiões Sudeste e Centro-oeste pela seca. Ambas as condições irão reduzir a infestação no campo, porém variando segundo cada ano. As larvas dos carrapatos não se alimentam quando no pasto, sobrevivendo apenas das reservas energéticas trazidas desde a fase de ovo. Conseguem sobreviver mais de 60 dias nesta condição, perdendo gradualmente sua viabilidade, porém sem desistir de tentar alcançar seu hospedeiro. Basta que uma suba num bovino para que o ciclo de vida da espécie seja mantido. Agir antes de ver um volume grande carrapatos adultos, parasitando o corpo dos bovinos, é uma das estratégias fundamentais para evitar a contaminação ambiental excessiva. Produtos eficazes e com efeito de longa ação quebram o ciclo de vida parasitária, pois as larvas que sobem no animal são eliminadas antes de chegar à fase adulta. Os inibidores de crescimento dos ácaros (tais como o Acatak ) tem esta característica e, somando-se a isso, o clima pode exercer papel sinérgico na redução da infestação ambiental, através do desgaste reservas orgânicas, com a morte das larvas no pasto. As evidências têm mostrado uma severa adaptação dos carrapatos aos métodos de controle, portanto, estar preparado significa não somente contar com as armas químicas, mas interferir no campo de batalha, manejando o ambiente. Devemos entender esta tríade parasito-ambiente-hospedeiro e agir no momento correto. Méd. Vet., Mestre em Zootecnia Gerente Técnico Bovinos Novartis Saúde Animal Ltda. Marca Registrada Novartis, AG, Basiléia, Suíça. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação sem a autorização da Novartis Saúde Animal OPINIÃO A Universidade de Harvard e a carne vermelha Fernando de Oliveira Souza A Universidade de Harvard é a mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos da America. Fundada em 1636, é considerada por muitos como a melhor universidade do mundo possuindo uma dotação orçamentária de quase três bilhões de dólares para uso direto, incluindo a pesquisa. Pois há poucos dias foi divulgada com muito alarde uma pesquisa da universidade envolvendo o consumo de carne vermelha pela população norteamericana. Foram acompanhadas mais de cem mil pessoas por mais de vinte anos quanto à ingestão de carne vermelha e concluiuse que, em assim fazendo, a população estudada teve um risco maior de morte precoce em vinte por cento assim como maior possibilidade de desenvolver doenças como o câncer e diabete mélito. Do alto da sua posição, como portento educacional, toda a pesquisa de Harvard tende a ser divulgada amplamente e, com isso, dependendo do assunto, ser impactante na população. Foi o que aconteceu com o trabalho da carne, que correu o mundo através de noticiários da mídia. Dois reparos a fazer, um à própria universidade e o outro à midia nacional. Quanto à universidade, também recentemente foi publicado um outro trabalho por outro grupo de pesquisadores da mesma universidade quanto ao consumo da carne vermelha não tendo sido encontrado efeito maléfico da sua ingestão contumaz. Tudo certo quanto à divergência de resultados em pesquisas sobre o mesmo assunto, que realmente pode ocorrer, mas nesta última pesquisa foram cometidos alguns viézes metodológicos como a obtenção de dados por questionários não auditados que certamente comprometem os resultados. Quanto à midia nacional, houve divulgação imediata do trabalho em horários nobres da televisão e nos principais jornais do país, sem terem o cuidado de ouvir os pesquisadores nacionais no assunto que certamente informariam que o trabalho usou carne norteamericana proveniente de animais criados e engordados a custa de grãos como milho, realidade bastante diversa da brasileira,onde os animais são criados a campo consumindo pasto o que provoca significativa modificação nas características da carne, como a constituição da gordura,por exemplo, tornando-a mais saudável. Consumamos então, sempre com parcimônia, a suculenta e deliciosa carne vermelha nacional. O coração, mas principalmente o cérebro, agradecem. Médico, Professor universitário e Criador de Angus

54 54 OPINIÃO Seleção genômica aplicada à pecuária Por Leonardo T. Campos Nos dias 26 e 27 de fevereiro, foi realizado, em Araçatuba, SP, o 2o Workshop Internacional de Genômica Aplicada à Pecuária. A DEP Genômica se constitui numa das primeiras contribuições efetivas das pesquisas e discussões recentes envolvendo o tema Genômica. O evento, numa iniciativa da Unesp Campus Araçatuba e da Conexão Delta G, forneceu esclarecimentos sobre uma série de questões relacionadas a esta tecnologia revolucionária. Foram convidados, para alcançar esse objetivo, pesquisadores brasileiros conceituados e expoentes da pesquisa no mundo. No primeiro dia, foram promovidos dois mini-cursos simultâneos: - Entendendo Genes, Genética e Genômica, destinado principalmente aos criadores e aos profissionais de campo envolvidos com o melhoramento genético. - Métodos de Associação Genótipo/Fenótipo - GWAS e GS, destinado aos pesquisadores e alunos de pós-graduação. Na segunda-feira (27.02), foi efetuado o ciclo de palestras de dez pesquisadores do Brasil e do exterior, que lideram o desenvolvimento da genômica animal. Como John McEwan, da Nova Zelândia; Johann Solkner, de Viena, Áustria; Tad Sonstegard, John Cole e Curtis Van Tassel, todos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA/ARS); Marcos Vinicius Silva, da Embrapa Gado de Leite, Brasil; Jerry Taylor, de Missouri, Estados Unidos; e Roberto Carvalheiro, da Gensys Consultores Associados, Brasil. No 1o Workshop, realizado em 2011, a genômica foi apresentada a produção animal brasileira. Daniel Biluca, diretor executivo da Conexão Delta G (parceira da Unesp Araçatuba no workshop), assinala que agora, em 2012, foi o momento de mostrar as aplicações práticas dessa descoberta fantástica, possibilitando aos participantes entender o impacto da genômica na pecuária ao acelerar o ganho genético nos rebanhos. Aproveitamos para apresentar opiniões sobre Seleção Genômica de dois pesquisadores brasileiros. Roberto Carvalheiro, da Gensys Consultores Associados, nos esclarece, a seguir, alguns conceitos nessa área da Genômica: - Marcadores Moleculares: são variações do material genético, entre indivíduos, que podem ser identificadas pela leitura dos genótipos (genotipagem). Recentes avanços nas técnicas de genotipagem permitiram que milhares de marcadores do tipo SNP fossem identificados de forma rápida, a um custo cada vez mais acessível. - SNPs (lê-se snips): acrônimo das palavras em inglês Single Nucleotide Polymorphism, ou polimorfismo de base única, constituem-se em variações nas bases nitrogenadas (A: adenina; C: citosina; T: timina; e G: guanina) que compõe a molécula de DNA. Representam a forma mais comum de variação genética entre indivíduos. Alguns milhões de SNPs já foram identificados no genoma bovino, composto aproximadamente por 3 bilhões de pares de bases. - DEP assistida por Marcadores: é a DEP calculada com base em informações fenotípicas, de pedigree e de poucos marcadores (algumas dezenas ou centenas). Muito promissora no início dos estudos com marcadores, mas pouco efetiva na prática por apresentar inúmeras deficiências, dentre elas: (a) alta instabilidade dos efeitos estimados dos marcadores sobre as características de interesse; (b) associações espúrias entre os marcadores e os genes, causando baixa habilidade de predição do mérito genético dos animais; (c) tende a gerar menor progresso genético a médio/ longo prazo, em comparação com a DEP convencional, devido à fixação de determinados marcadores e à perda da variabilidade de alguns genes na população. - DEP Genômica: difere da DEP assistida por marcadores quanto ao número de marcadores considerados. Em complemento às informações fenotípicas (próprias ou de parentes) e de pedigree, dezenas ou centenas de milhares de marcadores distribuídos por todo o genoma (daí o nome genômica) são utilizados para predição dos valores genéticos. Apresenta como uma das principais vantagens a capacidade de aumentar a acurácia da predição do valor genético de animais jovens, sem filhos avaliados ou até mesmo sem informação própria. Com isso, permite a redução do intervalo entre gerações e consequente aumento do progresso genético. Está sendo aplicada com sucesso em gado de leite, por diferentes países. Considerada revolucionária e como a técnica que, após o advento da inseminação artificial, propiciará o maior incremento em progresso genético. Para ser bem aplicada, depende da genotipagem de um grande número de animais. Em entrevista à Revista ABCZ, Decifrando o genoma bovino do zebu, edição de julho-agosto 2011, o professor José Fernando Garcia explica como estão os estudos na área, como integrar os marcadores moleculares à seleção, quais as melhores ferramentas de seleção que o criador pode utilizar e os caminhos que a seleção genômica pode abrir para a pecuária brasileira. Quando foi anunciado ao mundo o sequenciamento do genoma bovino em 2009, os cientistas brasileiros que participaram do estudo, entre eles o prof. Garcia, acreditavam que a descoberta teria impacto direto nos programas de avaliação e melhoramento genético dos bovinos. Apesar de a seleção genômica já ser realidade para a raça holandesa em países como Estados Unidos e Canadá, na pecuária brasileira ela ainda está sendo pouco aplicada na prática. Em paralelo ao Projeto Genoma Bovino (taurino e zebuíno), outras tecnologias vem sendo apresentadas ao mercado, tais como: painéis de marcadores SNP para seleção; testes de paternidade por marcadores SNP; processos de seleção genômica, com incremento na acurácia, devido ao uso acoplado de marcadores SNP nas equações de predição. Na entrevista, Garcia ensina que quando nos referimos à Seleção Genômica, baseamo-nos no trabalho pioneiro e revolucionário que foi desenvolvido nos Estados Unidos e Canadá conjuntamente, na raça holandesa. Esse trabalho, que teve início em 2007, permitiu a real integração dos dados gerados pelo programa de melhoramento clássico (DEPs, acurácia) com os dados moleculares (frequencia alélica, desequilíbrio de ligação). O sucesso foi tão grande e economicamente sustentável que a pecuária leiteira não poderá mais abrir mão dessa tecnologia. Hoje são testados animais muito jovens para a escolha daqueles que participarão do programa de melhoramento e para a determinação do mérito genético de animais de produção para a seleção e descarte. Para integrar os marcadores moleculares à seleção genômica, o pesquisador da Unesp nos alerta para que, obrigatoriamente, deve-se ligar seu uso aos processos de mensuração fenotípica (programas), permitindo avaliar seu benefício e corrigir os rumos. Marcadores moleculares sem a sustentação de um processo de melhoramento correm o risco de apontar para o desconhecido, finaliza. Além de recursos financeiros, o avanço da Seleção Genômica depende, para sua evolução mais rápida, da existencia de um banco de amostras de DNA e de dados fenotípicos bem organizados. Garcia cita que temos hoje bancos de dados fenotípicos com no máximo 20 anos de existencia, sendo que o material biológico é escasso (principalmente dos animais que não tiveram boa performance, mas que são fundamentais para o estabelecimento da Seleção Genômica). Vamos caminhar mais lentamente do que as raças leiteiras taurinas que mantem programas de melhoramento genético com coleta de dados fenotípicos e amostras biológicas há mais de cem anos. ltcampos@terra.com.br

55 55 OPINIÃO Brasil, válvula de escape do mercado mundial Por Gustavo Aguiar De 2007 até 2011, as exportações de carne bovina (in natura, processada e salgada) caíram 36,2%, passando de 2,46 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec) para 1,57 milhão de tec. Estaria o Brasil sofrendo o impacto de uma diminuição no comércio mundial de carne bovina nos recentes anos? Não. Isto foi verdade em 2008 e 2009, em decorrência da crise, mas em 2010 e 2011, não. Veja na figura 1 esta evolução em conjunto com os embarques brasileiros. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os aumentos no comércio mundial de carne bovina, em termos de volume, foram de 4,3% e 1,5% ao ano em 2010 e 2011, respectivamente. Figura 1. Comércio mundial de carne bovina e exportações brasileiras do produto, em mil tec. em curto prazo. A avaliação dos destinos da carne também nos ajuda a avaliar o cenário do mercado externo para o Brasil. De acordo com dados do MDIC, compilados pela ABIEC, em 2008, os cinco maiores importadores respondiam pela compra de 58,4% da carne bovina in natura exportada. Desde então, ano a ano, essa concentração foi aumentando, tendo atingido 66,8% no ano passado. Ou seja, sob o ponto de vista da diminuição da dependência de poucos mercados e da alta concentração dos embarques para um grupo de poucos países, os números não são bons. Este pode ser um dos motivos da queda dos embarques nos últimos anos. A notícia boa vem sob o ponto de vista do faturamento, cujo resultado foi de US$ 4,96 bilhões, muito próximo do recorde de 2008, mesmo com a redução no volume exportado. Porém, temos um mo- Fonte: USDA / MDIC / Scot Consultoria - mento favorável de preços contribuindo para este bom resultado. Isto ocorre em um cenário de redução da oferta mundial de carne, que impulsionou os preços. Temos que pensar que, quando importantes produtores recuperarem a produção, o preço pode não estar tão favorável. Daí teremos menor escoamento da produção e menor faturamento. Tratando de produção mundial, a seguir analisamos os ciclos de alguns países produtores. Os ciclos pecuários Na figura 2 estão as participações de fêmeas nos abates do Brasil, EUA, Austrália e Argentina. Os EUA continuam com o abate de fêmeas em ritmo crescente. Isso garante um aumento de produção imediato, mas compromete a disponibilidade de animais em médio prazo. Provavelmente essa fase de descarte será revertida em breve, fruto de estímulos de mercado característicos do ciclo pecuário. Com isso, a produção cairá naturalmente em consequência da recomposição do rebanho, que por sinal é o menor desde a década de 60. Argentina e Austrália abateram fêmeas em ritmo crescente até recentemente. Desde 2010 estão recompondo rebanho. A Argentina ainda deve demorar para se reestabelecer no mercado externo, reflexo dos abalos sofridos pela cadeia nos últimos anos. Para a Austrália, a situação é um pouco diferente. A expectativa do Meat and Livestock Australia (MLA) é de que a produção, abate e exportação cresçam nos próximos anos. A pecuária australiana responde rápido e deve ter ainda ao seu lado o aumento dos pesos de carcaça, com a retomada de boas condições climáticas no país, após anos de forte seca. No Brasil, houve expansão do rebanho nos últimos anos (retenção de fêmeas de 2006 a 2010). A tendência natural é de aumento na oferta de animais e de carne Figura 2 - Participação de fêmeas no abate, em %. Conclusão O Brasil tem oferta e o mundo demanda. Temos legítima condição de atender a crescente necessidade internacional no curto e médio prazos. Porém, esforços estratégicos de ampliação de mercado devem ser empreendidos. Com a maior disponibilidade de animais e de carne no mercado interno, há maior dependência do mercado internacional para o escoamento da produção. A exportação terá papel fundamental nos próximos anos para regular os fundamentos. A Índia é um fator preocupante, pois tem grande capacidade de ampliação de produção, com pequenos esforços, e tem atendido a necessidade de carne barata na Ásia, Oriente Médio e África. Zootecnista Scot Consultoria scot@scotconsultoria.com.br Fonte: USDA / ABS / MDIC / ONCCA / Scot Consultoria -

56 56 EXPOSIÇÕES CATANDUVA

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