ABORDAGEM CONCERTADA DA UE E DA OTAN PARA OS BALCÃS OCIDENTAIS
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1 Bruxelas, 29 de Julho de /03 (Presse 218) (OR. en) ABORDAGEM CONCERTADA DA UE E DA OTAN PARA OS BALCÃS OCIDENTAIS A UE e a OTAN acordaram numa abordagem concertada em matéria de segurança e estabilidade nos Balcãs Ocidentais. A parceria entre a UE e a OTAN foi decisiva para pôr termo ao conflito e estabilizar a região. O presente documento, ao delinear a nossa abordagem estratégica conjunta, indica que continuamos determinados a trabalhar a partir do êxito da nossa colaboração. O texto aprovado reza como segue: ************ ENQUADRAMENTO DE UM DIÁLOGO APERFEIÇOADO E DE UMA ABORDAGEM CONCERTADA ENTRE A UE E A OTAN EM MATÉRIA DE SEGURANÇA E ESTABILIDADE NOS BALCÃS OCIDENTAIS I. DA PREVENÇÃO DE CONFLITOS À CONSOLIDAÇÃO DA ESTABILIDADE 1. A OTAN e a UE partilham de uma mesma visão do futuro dos Balcãs Ocidentais: estabilidade auto-sustentada assente entre uma estrutura democrática e eficaz do executivo e uma economia de livre mercado viável conducentes a maior aproximação em relação às estruturas europeias e euro-atlânticas. Internet: press.office@consilium.eu.int 11605/03 (Presse 218) 1
2 2. Durante muitos anos, a política da comunidade internacional relativamente aos Balcãs Ocidentais tem sido de prevenção dos conflitos e de incremento da estabilidade. A parceria estratégica entre a UE e a OTAN na gestão de crises e a cooperação estreita com outras organizações internacionais, designadamente a ONU, a OSCE e o CE, foi decisiva para pôr termo ao conflito e estabilizar a região. A mediação da paz concretizou-se, os refugiados estão a regressar e para muitos a vida voltou à normalidade. Estão no poder governos democráticos e as eleições livres e justas estão a tornar-se a norma em toda a região. 3. Embora muito haja sido feito, a tarefa ainda não está concluída. Os Balcãs Ocidentais continuam a caracterizar-se por tensões inter-étnicas com efeitos transfronteiriços. As economias só estão a recuperar lentamente e o ritmo das reformas tem de ser acelerado. A criminalidade organizada e a corrupção enleiam governos e comunidades. Mau grado o significado dos recentes êxitos, algumas figuras destacadas acusadas de crimes de guerra permanecem em liberdade com o apoio de redes criminosas. A UE e a OTAN frisam a obrigação de uma cooperação plena com o TPIJ, que continua a ser um elemento essencial da progressão em direcção à UE e à OTAN. O palco político e as estruturas do Estado ainda são ensombrados pelas aspirações de auto-apropriação de criminosos e extremistas, como o assassinato do antigo Primeiro ministro Zoran Djindjic tragicamente ilustrou. Sendo que a responsabilidade continua a ser desses países, a UE e a OTAN estão decididas, no âmbito dos enquadramentos respectivos, a continuar a ajudá-los a superar esses problemas. 4. Muito há ainda a fazer até que os países da região possam concretizar a ambição de se integrarem na UE e na OTAN. A apropriação local é neste particular decisiva, dado que as decisões necessárias para o efeito só podem ser tomadas pelos próprios países /03 (Presse 218) 2
3 5. As alterações da situação política e de segurança na região têm consequências para as actividades conduzidas pela UE e a OTAN, levando ambas as organizações a adaptar-se no âmbito dos respectivos enquadramentos. Para além das suas operações de apoio à paz em curso, o alcance abrangente da OTAN continuará a compreender, a tal não tendo de restringir-se, o Plano de Acção do programa da Parceria para a Paz e Adesão e a prestação de apoio no domínio das reformas da defesa. A UE possui uma abordagem inteiramente integrada através do Processo de Estabilização e Associação (PEA) e continuará a desempenhar um papel decisivo em domínios que respeitam, mas não se limitam, à segurança, designadamente através da Política Europeia de Segurança e de Defesa (PESD). II. O QUADRO DE UM DIÁLOGO APERFEIÇOADO 6. A parceria entre a UE e a OTAN foi decisiva para pôr termo ao conflito e estabilizar a região. A presença militar efectiva da OTAN e o envolvimento crescente da UE contribuíram e continuarão a contribuir para reforçar a segurança regional. As actividades da OTAN e da UE reforçam-se reciprocamente, como o ilustra a cooperação estreita de ambas as organizações nos anos mais recentes. A transição suave da Operação "Allied Harmony da OTAN na Antiga República Jugoslava da Macedónia para a operação "Concordia", a primeira operação de gestão de crises liderada pela UE com recurso aos meios e capacidades da OTAN, é o exemplo mais recente da estreiteza dessa cooperação, consolidando mais a abordagem concertada entre a OTAN e a UE. 7. A cooperação regional é um elemento decisivo do processo de Estabilização e Associação, da Parceria para a Paz e do Pacto de Estabilidade, e favorece ainda mais a aproximação à União Europeia e à NATO no âmbito dos respectivos enquadramentos /03 (Presse 218) 3
4 III. ÁREAS NUCLEARES DE UMA ABORDAGEM CONCERTADA EM MATÉRIA DE SEGURANÇA E ESTABILIDADE NA REGIÃO Prevenção de conflitos e gestão de crises 8. Mau grado os êxitos da comunidade internacional no tratamento de situações de crise recentes, como a do sul da Sérvia e a da Antiga República Jugoslava da Macedónia, a existência de problemas por solucionar e a necessidade de consolidar mais a estabilidade querem dizer que continuará a haver necessidade da presença de uma capacidade de gestão de crises militar capaz de simultaneamente prevenir e conter futuras crises. Algumas PDT ainda carecerão de protecção de segurança, concretamente no Kosovo. O sustentáculo de um ambiente seguro é essencial para os esforços locais de criação de condições adequados aos regressos. 9 A UE e a OTAN continuarão a consultar-se estreitamente sobre a situação nos Balcãs Ocidentais e, face à ocorrência de crises, colaborarão para solucionar a situação e restaurar a estabilidade. Nos casos em que as crises subsistam, A OTAN e a UE trocarão as informações pertinentes e manter-se-ão reciprocamente informadas a todos os níveis, nomeadamente em relação a eventuais opções militares, de harmonia com os acordos alcançados entre as duas organizações. A reforma do sector da defesa e da segurança 10. A reforma do sector da defesa e da segurança continua a ser uma componente decisiva para os países da região a aproximar-se mais da UE e da OTAN. Neste domínio, o trabalho da UE, nomeadamente sobre reforma da polícia e questões da governação, e o trabalho da OTAN, nomeadamente as actividades do Plano de Acção da Parceria para a Paz e Adesão, já mudaram o clima de segurança para melhor e prosseguirão a sua evolução. A OTAN e a UE continuarão a colaborar no desenvolvimento de novas acções pertinentes que vão ao encontro das necessidades da região /03 (Presse 218) 4
5 Reforço do estado de Direito 11. Há uma necessidade premente de os países da região se centrarem mais nas questões da Justiça e dos Assuntos Internos, nomeadamente pelo reforço do estado de Direito e do sistema judicial com especial incidência na luta contra a criminalidade organizada, a corrupção, a emigração ilegal e o tráfico de seres humanos, bem como de construir uma força policial eficaz e responsável e um poder judiciário forte e independente. A cooperação plena com o TPIJ é igualmente essencial para a consolidação de instituições democráticas que funcionem bem. O trabalho de travar a criminalidade organizada está a intensificar-se e os compromissos assumidos no quadro das áreas de acção prioritárias (AAP) definidas na Conferência de Londres sobre a Criminalidade Organizada têm de ser implementados urgentemente. Tem de se dispor de instrumentos adequados para travar a criminalidade e a corrupção aos níveis mais elevados da sociedade. A ameaça do terrorismo 12. Tanto a OTAN como a UE deveriam ajudar os países da região a prevenir eventuais ameaças terroristas na região e aperfeiçoar as consultas nessa matéria. Isso implicará que se ajude os países a desenvolver legislação adequada, a combater o financiamento das organizações terroristas e a desenvolver uma capacidade policial que contrarie e combata o terrorismo. Segurança e gestão das fronteiras 13. O nosso objectivo é garantir durante o período de transição, em zonas específicas da região, fronteiras seguras em termos de normas europeias e uma cooperação estreita entre as polícias que controlam as fronteiras da região, bem como com os militares. A UE, a OTAN, a OSCE e o Pacto de Estabilidade têm colaborado, concretamente no contexto da Conferência de Ohrid de Maio de 2003, para desenvolver uma abordagem congruente e concertada da segurança e gestão das fronteiras nos Balcãs Ocidentais, em especial nas zonas da região em que a título excepcional e por razões passageiras se encontram estacionadas unidades militares /03 (Presse 218) 5
6 Controlo dos armamentos e remoção de armas de pequeno calibre 14. O controlo dos armamentos é um instrumento fundamental para a estabilização da região. As armas de pequeno calibre encontram-se com facilidade e o esforço devia continuar a incidir sobre a localização de esconderijos de armas ilegais, a remoção das armas em circulação e a supressão do respectivo tráfico em toda a região. A OTAN e a UE continuarão a ponderar o reforço mútuo de medidas e programas de novas acções direccionados neste domínio, inclusivamente as de outras organizações internacionais. IV. ASSEGURAR UMA COOPERAÇÅO ESTREITA 15. A UE e a OTAN continuarão a reunir-se periodicamente a todos os níveis, tirando nomeadamente o melhor partido dos mecanismos de consulta existentes (NAC/CPS, MC/EUMC, PCG/PMG) e, sempre que adequado, trocando documentos. A segurança nos Balcãs Ocidentais, e nessa matéria os papeis consultivos de cada uma, deverão ser objecto de trocas de informação periódicas e de reuniões de informação por parte de ambas as organizações. As reuniões podiam igualmente envolver outras organizações (como a ONU, a OSCE e o Pacto de Estabilidade) sempre que oportuno. Sempre que possível, deviam ser concertadas visitas à região, concretamente do SG da OTAN, Lord Robertson e do AR/SG, J. Solana. Dever-se-ia ponderar igualmente declarações conjuntas dos dois secretários-gerais sobre a actual evolução da segurança. Nesse quadro, a OTAN e a UE continuarão a explorar a possibilidade de tomar outras iniciativas /03 (Presse 218) 6
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