Companhia Energética de Pernambuco. Companhia Energética de Pernambuco. Companhia Energética de Pernambuco. Companhia Energética de Pernambuco 1/7
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- Lorenzo Rico Bardini
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1 XXII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétri SENDI a 10 de novembro Curitiba - PR - Brasil Laura dos Santos Oliveira marialaura.msn@hotmail.com Higor dos Santos Vieira higor.vieira@neoenergia.com Leonardo Rodrigues da Silva leonardo.rodrigues@neoenergia.com Thiago Dias Caires thiago.caires@neoenergia.com Ações para evitar serviços ou obras em Unidades de Conservação Palavras-chave Energia Elétrica Novas ligações Unidade de Conservação Áreas protegidas Resumo 1/7
2 Considerando a importância das Unidades de Conservação (UC) para salvaguardar o patrimônio biológico natural existente, a Celpe, em parceria com os órgãos ambientais, iniciou o projeto para evitar ligações de energia elétrica de unidades consumidoras situadas em áreas de proteção ambiental. O projeto teve por objetivo identificar as áreas de proteção ambiental no Estado de e facilitar a visualização das redes de energia elétrica próximas às UCs pelas equipes de campo da Celpe, visando contribuir para preservação das áreas ambientalmente protegidas e evitar ligações de unidades consumidoras sem a autorização dos órgãos ambientais. O projeto contemplou o levantamento de 68 (sessenta e oito) Unidades de Conservação e o mapeamento das redes de distribuição da Celpe. Foi desenvolvido um projeto piloto na Área de Proteção Ambiental (APA) Campo do Jiquiá, localizada no município de Recife/PE. Como resultado foi possível identificar uma série de oportunidades de melhorias no processo operacional e de cadastro e a necessidade de campanhas educativas na região, visto que a APA é considerada de elevado risco social e ambiental. Ademais, foram realizados treinamentos e reuniões técnicas para as equipes de campo sobre a nova sinalização nos postes da Celpe e as Unidades de Conservação localizadas em 1. Introdução No Brasil Cerca de 3,9% do território está sob proteção do governo federal, nessa estatística estão também inclusas as diversas categorias de manejo instituídas pelos governos estaduais e municipais, além das reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). Dentre essas estão inseridas as Unidades de Conservação (UCs) (Volkmer, et al,. 1999), cuja denominação é dada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), instituído pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, às áreas naturais passíveis de proteção por suas características especiais. São "espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei" (art. 2º, I). O estabelecimento de uma rede de áreas protegidas utiliza como premissa a conservação da natureza, reconhecendo que o uso adequado dos seus recursos naturais é imprescindível para o processo de desenvolvimento sustentável de uma nação. As UCs aparecem como a maneira mais segura de conservação da diversidade biológica dos ambientes (BRITO 2000). É sabido, entretanto, que a maioria das UCs tiveram partes de suas áreas originais subtraídas pela ação antrópica e possuem consolidada infraestrutura urbana em seu interior ou no entorno de sua jurisdição. Estimasse que entre os anos de 2007 e 2013, 30% das áreas afetadas pela degradação florestal no Brasil estavam localizados dentro de áreas que deveriam estar protegidas, como Terras Indígenas e Unidades de Conservação (Figura 1) (Greenpeace). 2/7
3 Figura 1 - Relação da Degradação com áreas Protegidas entre ( Greenpeace) A APA Campo do Jiquiá, situada no Bairro do Jiquiá, Região Político Administrativa 5 (RPA 5) da cidade do Recife/PE, encontra-se na bacia Hidrográfica do Rio Tejipió e possui uma área de 41,12 hectares com predominância de vegetação de capoeirinha, arbustiva e herbácea. Esta Unidade de Conservação Municipal foi instituída como de Proteção Ambiental por meio do Decreto nº , de 27 de Março de 2006, que regulamenta a Unidade de Conservação Parque do Jiquiá, criada pela Lei de Uso e Ocupação do Solo da Cidade do Recife nº , de 09 de abril de 1996 e modificada pela Lei Municipal nº , de 10 de julho de 2002, que altera sua denominação para Campo do Jiquiá e declara-a Área de Proteção Ambiental APA. Esta por sua vez enquadra-se também na Lei nº de 09 de maio de 2014 que institui o Sistema Municipal de Unidades Protegidas do Recife (SMUP). Considerando a importância das áreas ambientais protegidas para preservação do meio ambiente e toda sociedade, a Celpe desenvolveu o projeto piloto para identificar, avaliar e implementar possíveis controles ambientais para evitar a redução das áreas verdes das unidades de conservação, assim como evitar novas ligações de clientes nestes locais. 2. Desenvolvimento A fase inicial do projeto exigiu o levantamento das áreas protegidas por legislação específica e o mapeamento das redes de distribuição e linhas de transmissão da Celpe próximas ou inseridas nas referidas áreas. O levantamento possibilitou elaborar 68 (sessenta e oito) mapas com a interface entre a rede elétrica e as unidades de conservação do Estado de, disponíveis para consulta no sistema interno de mapeamento e cadastro dos ativos elétricos da Celpe, denominado Gestão do Sistema Elétrico (GSE). Para tanto, foi elaborado um procedimento interno para orientar as equipes de campo sobre a impossibilidade de realizar ligações de energia elétrica em unidades consumidoras inseridas ou próximas as Unidades de Conservação sem a aprovação formal dos órgãos ambientais. Ainda, foi elaborada uma cartilha para divulgar, entre os colaboradores e funcionários de empresas prestadoras de serviço, as unidades de conservação situadas em cada região de. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ETAPA 1 IDENTIFICAR AS UNIDADES CONSUMIDORAS Foi realizado um levantamento das unidades de conservação Municipais, Estaduais e Federais, por meio de mapas em formato digital, disponíveis nos portais eletrônicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e Secretarias de Meio Ambiente Municipais. As UCs identificadas foram inseridas no sistema de 3/7
4 cadastro interno da Celpe (GSE - Gestão do Sistema Eletrônico). Ainda, foram levantadas as unidades consumidoras regulares próximas ou no interior das Unidades de Conservação. De posse dessas informações foram confeccionados os mapas das UCs (Figura 2). Figura 2 Mapas das Unidades de Conservação ETAPA 2 PROPOR UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO COM OS ÓRGÃOS AMBIENTAIS A Celpe, de forma proativa, apresentou o projeto piloto e buscou parcerias com os órgãos ambientais, com o propósito de redefinir os limites exatos das áreas protegidas, visto que inúmeras unidades de conservação possuem infraestrutura urbana consolidada (vias asfaltadas, iluminação pública, etc.). Como resultado, foi possível identificar as áreas passíveis de intervenção das empresas de serviços públicos e àquelas que requerem um maior controle do poder municipal. ETAPA 3 ELABORAR MODELO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA OS COLABORADORES E TERCEIRIZADOS Com o objetivo de facilitar o trabalho de campo, por parte dos colaboradores da Celpe e das empresas prestadoras de serviço, foi elaborada uma cartilha (figura 3) com informações sobre as Unidades de Conservação, desenho gráfico de cada área e a representação da plaqueta indicativa de área de interesse ambiental - AIA presente nos postes próximos ás Áreas. 4/7
5 Figura 3 Cartilha educativa Durante 2015, as etapas seguintes do projeto foram destinadas a treinamentos e reuniões técnicas com os coordenadores da Celpe e das Empresas Prestadoras de Serviço (EPS), com o propósito de apresentar as Unidades de Conservação situadas em cada região de, bem como os resultados do projeto piloto. Nessas reuniões também foram apresentados e distribuídos cartilhas, mapas e um manual de consulta ao sistema interno da Empresa. ETAPA 4 PROJETO PILOTO A Área de Proteção Ambiental (APA) Campo do Jiquiá (figura 4), situada no município de Recife/PE, foi selecionada em razão do elevado desordenamento habitacional na região, visto que ao longo dos anos a área de proteção ambiental tem reduzido sua área verde em razão da construção irregular de novas residências. Ainda, por se tratar de um projeto piloto, optou-se por uma unidade de conservação de pequena extensão para facilitar o desenvolvimento das atividades. Figura 4 - APA Campo do Jiquiá O projeto piloto contemplou a instalação de plaquetas metálicas nos postes próximos ou inseridos na APA Campo do Jiquiá, com a descrição AIA (figura 5), que se refere à abreviação de Área de Interesse Ambiental. Essa sinalização 5/7
6 proporcionará o melhor planejamento das ações e facilitará o cumprimento dos requisitos técnicos, ambientais e regulatórios. Figura 5 - Plaqueta metálica com a descrição AIA As atividades foram realizadas com o auxílio operacional de um inspetor de linha e duas equipes de trabalho, sendo cada equipe composta por dois eletricistas. Durante os 10 dias de trabalho foram instaladas 180 (cento e oitenta) plaquetas em todos os postes inseridos no interior da APA Campo do Jiquiá, bem com nos postes de chegada do seu entorno (Figura 6). Figura 6 Realização das atividades em campo INFORMAÇÕES SOBRE AS DIFICULDADES E SOLUÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DO PROJETO PILOTO Na realização das atividades de campo foram encontradas pelos colaboradores algumas dificuldades, tais como alguns barramentos sem numeração, apagados ou de difícil visualização, vegetação alta dificultando o acesso aos postes, barramentos situados em área de difícil acesso ou tomados pelas ampliações dos imóveis e ainda riscos impostos pela comunidade. Para sanar estes entraves foram realizadas algumas ações: realizar um serviço de pintura para identificar os barramentos; Realizar os serviços de manejo da vegetação apenas com a autorização da Secretaria de Meio Ambiente e 6/7
7 Sustentabilidade do Recife; Planejar melhor as ações de campo, considerando identificar outras formas de acesso aos barramentos; Analisar os procedimentos para garantir a segurança na atividade, envolvendo a participação dos órgãos responsáveis pela segurança da área; Propor ao poder público, a adequação das residências irregulares nas faixas de segurança dos empreendimentos da Celpe. 3. Conclusões Admitindo a forte atuação dos órgãos ambientais, por meio de uma legislação cada vez mais restritiva e punitiva, e reconhecendo que as Unidades de Conservação representam grande importância para a sociedade e o meio ambiente, a CELPE, através do projeto para evitar ligações de energia elétrica em áreas de proteção ambiental, veio adequar seus serviços às normas legais além de conscientizar colaboradores da importância da preservação das áreas protegidas. O projeto piloto desenvolvido na APA Campo do Jiquiá trouxe como resultados a sinalização dos postes existentes dentro e no entorno da APA, atualização do sistema interno com as Unidades de Conservação situadas no Estado de e a promoção de treinamentos para todos os envolvidos. Ademais, o sucesso do projeto piloto possibilitou ampliar as ações para as demais Unidades de Conservação, aperfeiçoando assim, a relação entre a CELPE, os clientes, os órgãos ambientais e o meio ambiente. 4. Referências bibliográficas BRITO. M. C. W. de. Unidades de Conservação: intenções e resultados. Ed. Annablume: FAPESP, São Paulo SP, GREENPEACE. Degradação avança sobre áreas protegidas. disponível em: Acesso em 07/04/2016, Porto, M. L.; Meira, J. R.; Mohr, F. V. e Oliveira, M. L. A. A.. Unidades de Conservação Ambiental no Município de Porto Alegre. In: José Albano Volkmer, Manoel André da Rocha, René E. Gertz org.; Valério Rohden coord. Retratos de Cooperação Científica e Cultural: 40 Anos do Instituto Cultural Brasileiro-Alemão. Porto Alegre: EDIPUCRS, p. Disponível em: BR&sa=X&ved=0ahUKEwjtmPLP9Y7MAhXHGpAKHdh4ByIQ6AEIJDAB#v=onepage&q&f=false Acesso em: 07/04/2016 7/7
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