UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ Curso de Pós-Graduação, Lato Sensu em Engenharia de Produção ADRIANA WUNDERVALD

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1 1 UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ Curso de Pós-Graduação, Lato Sensu em Engenharia de Produção ADRIANA WUNDERVALD UM ESTUDO SOBRE A ROTULAGEM AMBIENTAL DE PRODUTOS CHAPECÓ SC,out

2 2 ADRIANA WUNDERVALD UM ESTUDO SOBRE A ROTULAGEM AMBIENTAL DE PRODUTOS Monografia apresentado à Universidade Comunitária da Região de Chapecó Unochapecó, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Produção. Orientador(a): Roberta Pasqualli CHAPECÓ SC,out

3 3 LISTA DE ABREVIATURAS ISO = Organização Internacional de Normalização. TC = Comitês Técnicos Organização Internacional de Normalização. ONU = Organizações Não Governamenais. MITI = Ministério do Comércio e Indústria Internacional. NEDO = Organização de desenvolvimento da nova energia. EU = União Européia. CEE = Regulamento do Conselho das Comunidades Européias. SGA = Sistema de Gestão Ambiental. ACV = Análise do Ciclo de Vida. ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas. GANA = Grupo de Apoio à Normalização Ambiental. CB-38 = Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental. CNI = Confederação Nacional das Indústrias. FIESP = Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. BNDES = Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. EPDs = Declarações Ambientais do Produto. PSRs = Requisitos Específicos para as diferentes categorias de produto. IDEC = Instituto de Defesa do Consumidor. DFE = Design for Environment. DFX = Design for X. DFD = Design for Disassembly.

4 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1 pg.16 Representação de uma Eco-rede, mostrando a otimização dos fluxos de materiais/energia devida à formação da rede. Figura 2 pg.21 principais contribuições para a Ecologia Industrial nos últimos 25 anos Figura 3 pg. 35 Símbolos para identificação de produtos recicláveis. Figura 4 pg. 36 simbologia para os diversos tipos de embalagens. Figura 5 pg. 36 Simbologia utilizada para os tipos de plásticos. Figura 6 pg. 41 Rótulos ambientais de Tipo I. Figura 7 pg. 49 Classificação de produtos certificados. Figura 8 pg. 50 Selos Ecológicos. Figura 9 pg. 53 Matriz da ACV.

5 5 SUMÁRIO 1.CAPÍTULO I CONSIDERAÇÕES INICIAIS CAPÍTULO II ASPECTOS DA ECOLOGIA INDUSTRIAL QUANDO E ONDE COMEÇOU A SE FALAR EM ECOLOGIA INDUSTRIAL CAPÍTULO III NORMAS APLICADAS A GESTÃO AMBIENTAL NORMAS ISSO ORIGEM DO NOME ISSO COMO UMA EMPRESA IMPLEMENTA A ISSO ISSO NO BRASIL COMITÊ DE CRIAÇÃO SUBCOMITÊ DE CRIAÇÃO ESTRUTUA DA NORMA ISSO REFERÊNCIAS NORMATIVAS REGISTRO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BENEFÍCIOS E RESULTADOS DA ISSO CAPÍTULO IV QUAIS OS TIPOS DE ROTULAGEM AMBIENTAL DE PRODUTOS? RÓTULO ECOLÓGICO PROCESSO PARTICIPATIVO TR ISSO TIPO I RÓTULOS AMBIENTAIS CERTIFICADOS TIPO II AUTO DECLARAÇÕES TIPO III DECLARAÇÕES AMBIENTAIS DE PRODUTOS CAPÍTULO V EM QUE CONSTITUI A ACV DEMANDA...45

6 FERRAMENTA ETAPA CAPÍTULO VI SELOS VERDES COMO OS SELOS VERDES PODEM AJUDAR? PRINCIPAIS SELOS ECOLÓGICOS NO MERCADO CAPÍTULO VII DFE DESIGN FOR ENVIRONMENT PROJETANDO PARA RECICLAGEM PROJETANDO PARA O DESMONTE CAPÍTULO VIII CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS...58

7 7 1. CAPÍTULO I 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Os estudos de qualidade ambiental tiveram origem em 1971, quando a ISO constituiu três Comitês Técnicos (TC Tecnical Comittees), atendendo a pressões de ambientalistas de todo o mundo e às novas exigências de comercialização. A partir de 1978 surgiram os Selos Verdes para indicar os produtos ambientalmente sustentáveis e a indústria sentiu a necessidade de se preparar para processos de gestão análogos. Grandes instituições, em vários países, começaram, então, a elaborar normas para padronizar a concessão de selos, aumentando a confiabilidade e a legitimidade dos processos de produção utilizados pelas indústrias aprovadas. Mais de 30 países já possuem esquemas de rotulagem ambiental, os chamados selos verdes. Só na Alemanha, mais de 25 mil produtos já foram submetidos aos processos de avaliação de qualidade ambiental, recebendo o selo Anjo Azul, o primeiro a ser instituído em 1978 (o selo Anjo Azul tem validade de quatro anos e conforme a tecnologia avança, seus critérios vão ficando mais rígidos). Depois o Canadá, em 1988 instituiu o selo Opção Ambiental. Os países nórdicos adotaram o Cisne Branco, também em 1988, o Japão criou o Eco - Mark, em 1989, e os EUA o Selo Verde em Outros países, como a França, Índia, Coréia e Cingapura seguiram o mesmo caminho.

8 8 Uma pesquisa de 1992, feita nos Estados Unidos e Canadá, revelou que cerca de 70% dos consumidores declararam-se dispostos a pagar mais por produtos considerados ambientalmente sustentáveis. Outra pesquisa, realizada na Alemanha, em 1993, revela que, de dois mil entrevistados, 88% sabiam o que representava o Anjo Azul, dois terços estavam dispostos a pagar mais por produtos que efetivamente protegessem o meio ambiente e 57% preferiam comprar produtos com selo verde. Atualmente se nota a valorização na sociedade em consumir produtos ambientalmente corretos e saudáveis. Vários países, como manifestação de consciência ambiental, adotam mecanismos voluntários de rotulagem com atribuição de selos verdes a produtos que atendam critérios de controle previamente estabelecidos. Nesse sentido, a rotulagem ambiental está se tornando um poderoso instrumento de mercado, sugerindo a importância de se analisar suas normas regulamentadoras e estudos elaborados dentro deste tema, uma vez que os Programas de Rotulagem Ambiental surgiram, principalmente, em decorrência de uma mudança nos padrões de consumo e produção. Nota-se, que a rotulagem ambiental pode ajudar a contribuir para a formação do consumidor consciente, em vista dos padrões de produção e consumo. Os rótulos ambientais configuram um sistema de informação da origem do produto, dos estudos de avaliação do ciclo de vida e se o mesmo deriva de um processo que utilize tecnologias limpas. O aumento da população mundial ocorrido nas últimas décadas e a globalização tem nos remetido a uma crise ambiental complexa, delimitada pelo mau uso dos recursos naturais esgotáveis e o consumismo cada vez maior de produtos industrializados, através de processos produtivos incorretos que poluem e castigam o meio ambiente, e nos remetem a patamares elevados de desigualdade social e conseqüentemente a um futuro caótico.com o objetivo de atuar sobre essa situação foi criada a Rotulagem Ambiental, com o intuito de divulgar as práticas de cuidados para com o ambiente de uma empresa. São selos ambientais, sendo o mais divulgado o selo verde, e têm a finalidade de identificar produtos menos agressivos ao ambiente em detrimento dos concorrentes e fazer a comunicação entre produtor e consumidor.

9 9 Para Sodré (1997), a rotulagem ambiental é um instrumento que objetiva oferecer informações aos consumidores para a distinção dos diferentes produtos existentes no mercado, quanto ao impacto que estes causam ao meio ambiente.ela é uma ferramenta utilizada que pode contribuir para a implementação de política públicas em prol do desenvolvimento de novos padrões de consumo que envolvem condições ambientalmente mais saudáveis e ainda, contribuem para a evolução da produção industrial (ROTULAGEM AMBIENTAL, 2002). Conforme Kohlrausch (2003), o mercado verde torna-se cada vez mais solidificado devido a crescente busca por produtos que não agridam o meio ambiente. Porém,surge em paralelo a esse crescimento,muitas atribuições ecológicas que são duvidosas e enganosas, acabando por mascarar a verdade sobe o produto e a confundir o consumidor.verifica-se então, um considerável aumento de produtos portando em suas embalagens alegações como Biodegradável, Ecologicamente Correto, entre outras, sem aparente verificação e validação quanto aos critérios que normatizam tais atributos. Baena (2000),sugere uma caracterização dos programas de rotulagem ambiental como positivos, negativos ou neutros.os positivos são aqueles que tipicamente certificam produtos que possuem um ou mais atributos ambientais; os programas de rotulagem negativos alertam aos consumidores quanto aos perigos dos ingredientes contidos nos produtos que usam o selo; já os programas neutros, apenas resumem as informações ambientais sobre os produtos com a finalidade de serem interpretadas pelos consumidores ao decidirem comprá-los. Além disso, os programas de certificação ambiental podem, ainda, ser classificados como mandatários ou voluntários. Os primeiros são aqueles estabelecidos pela legislação e abrangem os selos de advertência e de informação. São geralmente os avisos de alerta (inflamável, tóxico). Já os voluntários, por sua vez, são comumente positivos ou neutros e classificam-se também como cartões-relatórios, selos de aprovação ou programas de certificação de atributo único. Eles passam informações que atestem a efetiva ou quase ausência de impactos ambientais dos produtos.

10 1 A proliferação dos rótulos ambientais em diversos países, por um lado, resultou na aceitação por parte dos consumidores e, por outro, acabou gerando uma certa confusão que demandou a definição de normas e diretrizes para a rotulagem ambiental (ROTULAGEM AMBIENTAL, 2002). Assim, o mercado sentiu a necessidade de que entidades independentes averiguassem as características dos produtos e os rótulos e declarações ambientais que neles estavam contidos, com o intuito de assegurar e reforçar a transparência, imparcialidade e a credibilidade da rotulagem ambiental. Conforme relata Corrêa (2000), é inegável a importância dos programas de rotulagem ambiental como um grande alavancador para as mudanças nos padrões de consumo, pois além de orientarem os consumidores na compra de produtos que agridam menos o meio ambiente, induz os fabricantes, devido à concorrência dos produtos no mercado, a mudarem suas formas de produção. O objetivo da rotulagem ambiental é promover a melhoria da Qualidade Ambiental de produtos e processos mediante a mobilização das forças de mercado pela conscientização de consumidores e produtores. Corrêa (1998) diz que os governos estão se utilizando dos programas de rotulagem ambiental para incentivar mudanças nos padrões de produção e consumo. Eles incentivam o setor produtivo a mudar seus processos, substituir materiais, reduzir o uso de energia, água e outros recursos naturais, minimizando, assim, o uso de substâncias tóxicas, poluição e descarte, entre outros. Conforme Sarney Filho (2000), os programas de rotulagem ambiental representam a forma visível de compatibilizar demanda e oferta de produtos direcionados para uma progressiva melhora do desempenho ambiental pelos órgãos produtivos. Isto porque os fabricantes inseridos num processo de competição procuram oferecer produtos com um diferencial ambiental. Este fato instiga, os demais produtores a adotarem o conceito de eco eficiência no processo produtivo. Assim, torna-se cada vez mais necessário a incorporação da variável ambiental pelas organizações, não mais como um simples diferencial, mas sim, como uma exigência tanto de mercado, como de equilíbrio da natureza.

11 1 No Brasil, os padrões da ISO são adequados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A série ISO sobre rotulagem ambiental apresenta três tipos diferentes de declarações ambientais: Tipo I, II e III. As normas relativas à rotulagem ambiental, servem para estabelecer critérios estruturais que sejam válidos tecnicamente para que os programas existentes possam ser avaliados. De acordo com Blauth (1997), as associações setoriais de vidro, plástico, papel/papelão, alumínio e aço desenvolveram símbolos padronizados para cada material, em parceria com o CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem), entidade esta voltada para o incentivo da reciclagem no país. Esses símbolos não estariam relacionados à estratégias de vendas, tampouco que o produto referido seja mais ecológico do que o concorrente. Assim, verifica-se que as empresas se adiantaram e contribuíram para um caráter essencialmente mercadológico, contribuindo para uma consciência ecológica baseada em alguns princípios, sendo eles: Suposição da reciclagem garantida: os símbolos apenas indicam que os materiais são potencialmente recicláveis. Noção da reciclagem infinita: a simbologia apresentada muitas vezes, sugere um ciclo fechado, perfeito, com a possibilidade da transformação de uma embalagem em outra; o ciclo fechado é inadequado no caso dos plásticos. Mito da embalagem ecológica: as embalagens descartáveis são apresentadas como uma tendência no mercado, porém o consumidor, iludido pelos símbolos, passa a adquirir produtos com simbologias diversas, acreditando que está O desenvolvimento tecnológico e a crescente sofisticação dos processos de produção possibilitaram a existência de diversas alternativas para produtos ou serviços com finalidades semelhantes. Em particular, desde a primeira crise do petróleo (no início da década de 70), o mundo intensificou a busca de formas alternativas de energia e a melhoria dos processos para otimizar a utilização dos recursos naturais. Com esse intuito, diversos estudos e iniciativas foram empreendidos naquela época. Embora a maioria desses estudos tivesse focalizado a questão energética, alguns deles chegaram a considerar, ainda que de forma superficial, vários aspectos ligados à questão ambiental, incluindo estimativas de emissões sólidas, líquidas ou gasosas.

12 1 A sociedade foi atribuindo cada vez mais importância às questões ambientais. Isto suscitou a necessidade de desenvolvimento de abordagens e ferramentas de gestão que possibilitassem às empresas (e, de uma maneira mais geral, às diversas partes interessadas da sociedade, como governo, institutos de pesquisas e outros) avaliar as conseqüências ambientais das decisões que tomavam em relação aos seus processos ou produtos. Um dos primeiros problemas surgidos foi como comparar produtos ou processos distintos, do ponto de vista das suas conseqüências ambientais. Esta tarefa, aparentemente fácil, mostrou-se extremamente complexa em função da necessidade de estabelecimento de critérios comuns de comparação e da necessidade de uma abordagem completa do que se passou a chamar o ciclo de vida do produto. É importante aqui destacar que ficou evidente que já não era suficiente comparar as conseqüências ambientais apenas do processo de produção, por exemplo, sem levar em consideração as conseqüências ambientais de todas as outras fases da vida de um produto. Para resolver esse problema desenvolveu-se a ferramenta de avaliação do ciclo de vida de produtos ou serviços. Ela consiste em um método para a avaliação dos sistemas de produtos ou serviços que considera os aspectos ambientais em todas as fases da sua vida, estabelecendo vínculos entre esses aspectos e categorias de impacto potencial, ligados: ao consumo de recursos naturais, à saúde humana e à ecologia. A sociedade cada vez mais preocupa-se com a exaustão dos recursos naturais e com a degradação ambiental. Muitas empresas têm respondido a essas preocupações elaborando produtos e utilizando processos cada vez mais verdes. A performance ambiental dos produtos e processos tem se tornado uma questão-chave. Por essa razão, de uma forma crescente, as empresas vêm envidando esforços para pesquisar novas formas de minimizar seus impactos sobre o meio ambiente. Várias dessas empresas têm identificado nesse processo grandes vantagens econômicas e têm ido além das exigências legais ou daquelas estabelecidas nas normas de sistemas de gestão ambiental, como a NBR ISO

13 1 A Rotulagem Ambiental é um mecanismo de comunicação com o mercado sobre os aspectos ambientais do produto ou serviço com o objetivo de diferenciá-lo de outros produtos. Ela pode se materializar por meio de símbolos, marcas, textos ou gráficos. Em virtude da proliferação de rótulos e selos ambientais no mercado e da necessidade de se estabelecerem padrões e regras para o seu uso adequado, é que a Organização Internacional de Normalização (ISO) desenvolveu normas para a rotulagem ambiental. A solução para o problema é o princípio da consideração do ciclo de vida. Por este princípio, é recomendado pela norma ISO que o estabelecimento dos critérios ambientais para atribuição dos rótulos ambientais deste tipo seja feito levandose em consideração o ciclo de vida do produto, sem que haja necessidade de se conduzir uma avaliação do ciclo de vida completa do produto. O presente trabalho divide-se em capítulos nos quais trarão maiores descrições sobre o tema abordado. O capítulo II, nomeado Aspectos da Ecologia Industrial insere os sistemas industriais na biosfera: o sistema industrial como um todo, depende dos recursos e serviços provenientes da biosfera das quais não pode estar dissociado. O capítulo III, nomeado Normas aplicadas a Gestão Ambiental trata das normas para regulamentação ambiental. O capítulo IV nomeado Quais os tipos de rotulagem ambiental em produtos envolvem a definição de categorias de produtos e critérios para a atribuição dos rótulos para estas categorias. O capítulo V nomeado Avaliação do ciclo de vida de produtos(avc) apresenta técnicas para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto compreendendo as etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias primas que entram no sistema produtivo até a disposição do produto final. O capítulo VI nomeado Selos Verdes trata do certificado que atesta que um produto está em conformidade com critérios ambientais de excelência estabelecidos, para uma determinada categoria de produtos. O capítulo VII nomeado DFE - Design for Environment apresenta a ferramenta gerencial dentro da ecologia industrial.

14 1 O capítulo VIII apresenta as considerações finais sobre o tema em estudo e por fim apresenta-se as bibliografias utilizadas durante a realização da pesquisa. Como proposta metodológica utilizou-se a pesquisa bibliográfica para formulação das tendências e impactos da rotulagem ambiental no contexto atual. 2. Capítulo II 2.1. Aspectos da Ecologia Industrial Ecologia industrial é um ramo das ciências ambientais que visa analisar o sistema industrial de modo integrado, e tendo em conta a sua envolvência com o meio biofísico envolvente, assim como do ecossistema em que se insere. Por assentar uma visão integrada de todo o sistema, onde a componente ambiental entra em conta, e a otimização dos processos não se limitam à componente puramente econômica, mas abranjendo as áreas de recursos naturais e o próprio ecossistema, enquadra-se dentro das políticas de Desenvolvimento A Ecologia Industrial, uma nova abordagem da relação entre a indústria e o meio ambiente, vem sendo desenvolvida nos países industrializados, especialmente, nos Estados Unidos, na Comunidade Européia e no Japão. A Ecologia Industrial tem sido tema de vários livros e vários periódicos tem surgido nos últimos vinte anos: como por exemplo, Journal of Industrial Ecology, dedicado exclusivamente à Ecologia Industrial, e o Journal of Cleaner Production, inicialmente direcionado a promover a Produção Mais Limpa que tem publicado grande número de artigos sobre Ecologia Industrial. No Brasil a Ecologia Industrial é ainda um tema relativamente desconhecido no meio acadêmico e, principalmente, no meio empresarial. Até meados dos anos 1950, concebia-se o sistema produtivo separado do meio ambiente, portanto, os problemas ambientais situavam-se fora das fronteiras do sistema industrial. Sob esse ponto de vista, os estudos se focalizavam na conseqüências da poluição na natureza e não nas causas. Atualmente esta forma de encarar o problema é chamada de tratamento de final de tubo (em inglês, end-of-pipe). A Ecologia Industrial adota uma outra abordagem mais real, insere os sistemas industriais na biosfera: o sistema industrial como um todo, depende dos recursos e serviços provenientes da biosfera, dos quais não pode estar dissociado.

15 1 Não há um consenso quanto a definição da Ecologia Industrial, porém há vários pontos em comum entre as diversas definições encontradas: A Ecologia Industrial é sistêmica, abrangente, possui uma visão integrada de todos os componentes do sistema industrial e seus relacionamentos com a biosfera. Enfatiza o substrato biofísico das atividades humanas, os complexos padrões do fluxo de material dentro e fora do sistema industrial, em contraste com a abordagem atual que considera a economia em termos de unidades monetárias abstratas. Considera a formação de parques industrias (eco-redes) como um aspecto chave para viabilizar o ecossistema industrial (Figura 1). Leva em conta os limites da capacidade de carga do planeta e da região. Induz o projeto e a operação, a modelar-se como as atividades dos sistemas biológicos (mimetismo), otimizando ciclo de materiais de forma a aproximar-se de um ciclo fechado, utilizando fontes de energia renováveis e conservando materiais não renováveis. Na Conferência das Nações Unidas ocorrida em 1992 na cidade do Rio de Janeiro (ECO 92), foi colocada a necessidade de se obter respostas práticas para o conceito de Desenvolvimento Sustentável. A Ecologia Industrial pode ser uma ferramenta apropriada para dar estas respostas. As propostas tradicionais quase sempre ressaltam a prevenção e redução de resíduos em contraste com a Ecologia Industrial, onde pode até ser aceitável e benéfico o aumento da produção de um tipo particular de resíduo, desde que este resíduo possa ser utilizado como matéria prima em outro processo industrial (Figua 1).

16 1 Figura 1. Representação de uma Eco-rede, mostrando a otimização dos fluxos de materiais/energia devida à formação da rede Quando e onde começou a se falar em Ecologia Industrial? A Ecologia Industrial está baseada no estudo de sistemas e na termodinâmica. As metodologias para o estudo de sistemas foram estudadas por Jay Forrester nos anos 60 e 70. Donella e Dennis Meadows utilizaram a análise de sistemas para simular a degradação ambiental do planeta e enfatizaram o caminho insustentável do sistema industrial vigente. Desde então, a associação indústria-ecologia tem se manifestado de forma dispersa ao longo das últimas três décadas. Alguns ecologistas há tempo tinham a percepção do sistema industrial como um sub-sistema da biosfera que, demandando recursos e serviços da mesma, teriam que ser analisados conjuntamente.

17 1 Uma das primeiras ocorrências do termo ecossistema industrial pode ser encontrada em um artigo de 1977 do geoquímico americano Preston Cloud, apresentado no Encontro Anual da Associação Geológica Alemã. O artigo foi dedicado a Nicholas Georgescu-Roegen, um defensor do estudo da economia com base na termodinâmica e o pioneiro da bio-economia. Diversos artigos tratando do que foi chamado tecnologia e produção sem resíduos foram, também apresentados no seminário promovido pela Comissão Econômica para a Europa, da ONU, em Até este momento, as tentativas para discutir o novo conceito, tiveram repercussão limitada. Porém, no Japão, a idéia de considerar a atividade econômica num contexto ecológico foi desenvolvida em parceria pelo Estado e a indústria privada a partir do final da década de 60, o que fez do país pioneiro nesta área. Várias ações foram tomadas visando levar o Japão a se tornar competitivo, explorando as possibilidades de orientar o desenvolvimento da economia japonesa em atividades que deveriam ser menos dependentes do consumo de materiais e baseadas em informação e conhecimento. A seguir fazemos uma cronologia das ações japonesas: Em 1970 no Conselho de estrutura industrial surgiu a idéia de considerar a atividade econômica num contexto ecológico. Em maio 1971 foi publicado o relatório final do conselho de estrutura industrial chamado Uma visão para os anos Cumprindo determinações do relatório o Ministério do Comércio e Indústria Internacional (MITI), formou cerca de quinze grupos de trabalhos dos quais deve ser destacado o Grupo de trabalho Indústria Ecologia que tinha por finalidade promover e desenvolver uma reinterpretação do sistema industrial nos termos de ecologia científica. Este grupo era coordenado por Chihiro Watanabe. Em maio de 1972, após um ano de trabalho o grupo de Chihiro Watanabe apresenta seu primeiro relatório que foi amplamente distribuído no MITI e em organizações industriais. Em março/abril de 1973 Chihiro Watanabe encontra-se com Eugene Odum um dos papas da Ecologia Industrial.

18 1 Na primavera de 1973 o grupo de Chihiro Watanabe apresenta um segundo relatório, com propostas mais concretas que as apresentadas no relatório anterior. Os trabalhos do grupo de Chihiro Watanabe serviram de base para a criação de novas políticas. Em abril de 1973 o MITI, recomenda o desenvolvimento de uma nova política com base nos princípios da ecologia, dando ênfase aos aspectos da energia. Em agosto de 1973 o MITI faz a primeira requisição de orçamento para o projeto Luz do Sol. O objetivo principal do projeto era tratar das fontes de energia (energia renovável). Em julho de 1974 começa efetivamente o projeto Luz do Sol Em 1978 o MITI lança o projeto Luz da Lua, cujo objetivo era o aumento na eficiência do uso de energia. Em 1980 o MITI funda a organização de desenvolvimento da nova energia (NEDO). Em 1988 lança o programa global de tecnologia ambiental. Em 1993 é lançado o novo programa Lua do Sol. Sendo este programa uma parte de um projeto mais amplo, o projeto Nova Terra 21. O princípio básico da estratégia japonesa é trocar recursos materiais com tecnologia. Poderíamos resumir o tratamento japonês sobre ecologia industrial da seguinte forma: O Japão pôs em prática o que no Ocidente ainda é principalmente teoria. No Ocidente, diversos trabalhos surgiram na década de 80 em diferentes países, dentre estes se pode citar o trabalho coletivo chamado Ecossistema Belga desenvolvido por biólogos, químicos e economistas e que trata de idéias hoje defendidas pela Ecologia Industrial como considerar resíduos como matéria prima para outros processos, enfatizar a importância da circulação de materiais no sistema e acompanhar os fluxos de energia do sistema.

19 1 O grupo utilizou dados estatísticos da produção industrial para obter uma visão geral da economia do país, com a utilização de fluxos de energia e material em vez do uso de unidades monetárias usadas pela economia tradicional. Para isto, foram selecionados seis fluxos de material: ferro, vidro, plástico, chumbo, madeira/papel e produtos alimentícios. Entre os principais resultados os pesquisadores identificaram a desconexão entre dois estágios de um fluxo. O fluxo do aço estava voltado principalmente à exportação, sem qualquer relação com o setor de metais para construção. Como resultado da falta de interação entre o setor do aço e o setor de construção-metais, a indústria de aço belga tornou-se muito dependente da exportação e, consequentemente, tornou-se vulnerável à competição do mercado mundial e não atendia às necessidades do mercado doméstico. Uma das idéias mais interessantes desenvolvidas pelo grupo belga foi a de estabelecer a relação entre o fluxo de matéria prima e a quantidade de resíduos gerado. Ao contrário do normalmente é considerado, que a produção de resíduo é atribuída ao aumento de produção e consumo, o grupo chegou à seguinte conclusão: nosso consumo de matérias primas e a nossa produção de resíduos é uma conseqüência da estrutura de circulação de matérias primas em nosso sistema industrial. Para reciclar resíduos, devemos perceber que as principais dificuldades não estão relacionadas à coleta, ou mesmo ao estágio de separação, mas antes da coleta, isto é, na possibilidade de dispor dos resíduos na estrutura de nosso sistema de produção. Apesar de sua importância o trabalho do grupo belga foi esquecido em pouco tempo. A idéia de descrever os fluxos de material e energia, inerentes aos processos industriais, como um sistema metabólico, foi introduzida por Robert U. Ayres, com o termo Metabolismo Industrial. O conceito se fundamenta, basicamente, na aplicação balanços de massa à circulação de materiais e balanços de energia ao longo dos processos produtivos. Apesar de todas as tentativas anteriores, o conceito de Ecologia Industrial tornou-se mundialmente conhecido a partir da publicação do artigo de Robert Frosch e Nicholas Gallopoulos, na conceituada revista Scientific American. O título proposto pelos autores foi Manufatura A Visão do Ecossistema Industrial, mas o artigo foi publicado com o título Estratégias de Manufatura.

20 2 Nele, os autores argumentam ser possível desenvolver métodos de produção menos danosos ao meio ambiente, substituindo-se os processos isolados por sistemas integrados que chamaram de ecossistemas industriais. Esses modificariam, tanto quanto possível, a lógica de produção isolada, baseada apenas na utilização de matérias primas resultando em produtos e resíduos, substituindo-a por sistemas que possibilitassem o aproveitamento interno de resíduos e sub-produtos, reduzindo as entradas e saídas externas. Apesar das idéias apresentadas por Frosh e Gallopoulos não serem totalmente originais, este artigo é considerado o primeiro passo no desenvolvimento da Ecologia Industrial. E, partir dos anos 90, o conceito de Ecologia Industrial passou a receber considerável atenção tanto do setor acadêmico quanto do econômico e social. Em 1991, a National Academy of Science considerou o desenvolvimento da Ecologia Industrial como um novo campo de estudo. Em 1994, foi publicado o primeiro livro sobre o tema The Greening of Industrial Ecosystems, que identifica as ferramentas da Ecologia Industrial, como o Projeto para o Ambiente, a Avaliação de Ciclo de Vida e a contabilidade ambiental. A figura 2 mostra as principais contribuições para a Ecologia Industrial nos últimos 25 anos. A história do desenvolvimento da Ecologia Industrial contou com a participação de um grande número de pensadores, alguns originários do meio acadêmico e outros da indústria. A ecologia Industrial se encontra, hoje, em uma etapa de construção, mas já se percebe seu grande potencial em face aos problemas ambientais. Engenheiros e administradores podem encontrar neste conceito um vasto campo para ação e para estudo em uma área em que novas solução são necessárias, se não, obrigatórias. A Ecologia Industrial oferece um caminho para as empresas para a exploração de seus recursos (incluindo seus resíduos) de uma forma que resgata a interdependência do homem e da biosfera. O objetivo da Ecologia Industrial é formar uma rede de processos industriais mais elegante e com menos desperdício. Uma sociedade industrial mais elegante, uma economia mais inteligente é uma mudança que engenheiros deverão se engajar em conjunto com os políticos, economistas e cidadãos.

21 2 ANO Publicações Eugene P. Odum 1971 Fundamentals of Ecology: uma das referências básicas da ecologia. Os sistemas humanos inseridos no meio ambiente Howard T. Odum 1971 Environment Power and Society: integração de sistemas a partir de fluxos de energia, a interação entre sistemas industriais e ecológicos Nicholas Georgescu- Roegen 1971 The Entropy Law and the Economic Process: processos econômicos descritos pelo uso de energia e o II Princípio da Termodinâmica Charles Hall 1980 Divulgação do conceito de ecossistemas industriais. Jacques Vigneron 1980 Um dos primeiros a lançar o conceito de ecologia industrial Robert Frosch Nicolas Gallopoulos 1989 Escrevem o artigo Estratégias da Manufatura, na revista Scientific American. Lançam a idéia de desenvolver métodos de produção industrial que terá menos impacto sobre o ambiente O ecosistema industrial é análogo aos ecossistemas biológicos. Braden Allenby É o autor da primeira tese de doutorado que contém muitas das idéias envolvidas no desenvolvimento da ecologia industrial The Greening of Industrial Ecosystems: o primeiro livro sobre Ecologia Industrial Hardin Tibbs 1991 Industrial Ecology. Environmental Agenda for Industry : uma brochura que reproduz as idéias de Frosch e Gallopoulos, com a linguagem e retórica do mundo dos negócios. Figura 2 principais contribuições para a Ecologia Industrial nos últimos 25 anos 3 - Capítulo III

22 Normas aplicadas a Gestão Ambiental A regulamentação ambiental, antes dos anos 60, era praticamente inexistente. A partir do final dos anos 60 e princípio dos anos 70, entre outras nações, os Estados Unidos começaram a exigir um contexto de regulamentações complexas do tipo comando e controle que hoje preenchem mais de páginas do Federal Register, não incluindo as regulamentações em níveis estadual e municipal. Nas empresas o foco inicial da gestão ambiental estava na conformidade às regulamentações. Essas regulamentações normalmente avaliavam o controle da poluição no final dos processos e procuravam somente o atendimento às regulamentações, que em muitos casos são complexas e sobrepostas, havendo exigências federais, estaduais e municipais, onde a organização tem que atender a todas, mesmo que em alguns casos elas sejam conflitantes entre si. Assim, as empresas tendiam a focalizar as exigências de cada regra isoladamente e não dedicavam muito tempo, nem pensavam em integrar em um único sistema os procedimentos relativos à conformidade de cada regra ou lei. O que ocorria normalmente era o atendimento às regulamentações no sentido de se evitar multas ou sanções, geralmente reagindo aos acontecimentos sem procurar preveni-los. Desta forma a gestão ambiental era praticada, e em muitos casos ainda é, de forma reativa, fragmentada e focalizada em apagar incêndios em vez de evitar a ocorrência de problemas. Por diversas razões, a gestão ambiental está agora evoluindo para uma abordagem mais sistemática. Entre as pressões para mudança que as empresas vêm sofrendo hoje em dia, pode-se destacar: Custos crescentes da proteção ambiental; Análises minuciosas por instituições financeiras e investidores; Da regulamentação de meio único para múltiplos meios (busca abordagens preventivas invés daquelas focadas no final dos processos); De comando e controle para incentivos de mercado; Percepção da globalidade do meio ambiente; Exigência pelo desenvolvimento sustentável.

23 2 Da resposta a estas pressões depende a sobrevivência das organizações no longo prazo. Além disso, a gestão ambiental pode representar muitos benefícios para as organizações. O desenvolvimento de tais sistemas, de maneira normatizada, deve-se, sobretudo, a uma resposta com relação às crescentes dúvidas sobre a proteção do meio ambiente, onde empresas no mundo todo estão desenvolvendo programas de gestão ambiental que se destinam a evitar problemas com infrações; melhorar as eficiências operacionais e obter vantagens competitivas. Com este objetivo, normas e diretrizes de gestão ambiental surgiram e foram sendo atualizadas no decorrer dos últimos anos. Sob a crescente pressão mundial, as indústrias do mundo inteiro foram buscar uma resposta que tanto pudesse ser útil aos negócios quanto contribuísse para a melhoria do desempenho ambiental. Assim, a certificação pelas normas de sistemas de gerenciamento ambiental viria a atestar a competência ambiental da organização, além de contribuir para a diminuição de riscos e acidentes e o cumprimento da legislação relacionada à atividade. As normas ambientais buscam tratar da utilização de recursos naturais, sua transformação, registros e disposição final. As responsabilidades ultrapassam as fronteiras das fábricas e passam a cuidar do meio ambiente em torno da atividade produtiva. Assim, com o objetivo de proporcionar condições para uma atividade produtiva ambientalmente saudável, foram criados inicialmente a BS 7750 e o Regulamento do Conselho das Comunidades Européias (CEE) No. 1836/93. que, posteriormente resultaram na norma ISO

24 2 De forma simplificada, a ISO série pode ser visualizada em dois grandes blocos. Um direcionado para a organização e outro para o processo. A série cobre seis áreas, tanto no nível do Sistema de Gestão Ambiental(SGA), ou seja, na Avaliação do Desempenho Ambiental e da Auditoria Ambiental da organização, quanto no nível da Rotulagem Ambiental, isto é, através da Análise do Ciclo de Vida e Aspectos Ambientais dos Produtos. A finalidade básica da ISO é a de fornecer às organizações os requisitos de um sistema de gestão ambiental eficaz. A norma não estabelece requisitos absolutos de desempenho ambiental. Pode ocorrer, semelhante à BS 7750, que duas organizações que desempenhem atividades similares e alcancem desempenhos ambientais diferentes podem estar ambas em conformidade com a ISO Assim, o escopo da ISO será definido pela própria organização que decidirá o nível de detalhe e complexidade de seu sistema de gestão ambiental e a quais atividades, processos e produtos ele se aplica, procurando demonstrar o comprometimento da organização com o meio-ambiente Normas ISO A série ISO é um conjunto de normas que buscam a boa prática de gerenciamento ambiental, gerenciamento este entendido como um processo gradual e contínuo de melhorias ambientais. Aceito internacionalmente, tem caráter voluntário, não havendo instrumentos legais que obriguem sua adoção pelas empresas. A ISO pode ser adotada pela empresa como um todo, ou em uma de suas unidades, como vem ocorrendo em grandes corporações. A finalidade é prevenir - através de um Sistema de Gestão Ambiental - os eventuais danos ambientais provocados pelos processos produtivos e pelos produtos colocados no mercado de consumo.

25 2 Um dos estímulos para empresas buscarem esta certificação está na pressão internacional por produtos ecologicamente mais corretos. Como as questões ambientais transcendem as fronteiras geográficas e influenciam as relações de comércio internacional, as empresas interessadas em corresponder aos novos padrões globais de comércio foram as primeiras a reconhecer a existência de um consumidor mais consciente e da nova realidade de proteção ambiental. Para tanto, começaram se estruturar, visando reduzir as pressões ambientais negativas de seus produtos e processos. A série ISO é um dos instrumentos que responde a esta demanda Origem do nome ISO Isos, em grego, significa igual. Mas o nome ISO relaciona-se à sigla da ISO - International Organization for Standardization, federação internacional civil de organizações de normalização. Com sede em Genebra, Suíça, esta organização de caráter privado é composta por cerca de 120 países membros, representados em grande parte por instituições governamentais ou organizações ligadas ao poder público. A missão desta federação é promover o desenvolvimento da normalização através de acordos técnicos globais publicados como normas internacionais. A ISO produz normas numeradas de forma crescente, divididas em séries. Uma das séries mais conhecidas é a 9000, voltada à qualidade. A série está reservada para as normas ambientais Como uma empresa implanta a ISO Pode-se dizer que a série ISO divide-se em dois grandes blocos. O primeiro, direcionado à organização empresarial. O segundo, voltado ao produto. No total são seis áreas, identificáveis pelos dois algarismos finais. Por exemplo, a certificação ISO refere-se ao Sistema de Gestão Ambiental(SGA). A ISO indica as normas de Avaliação do Ciclo de Vida do Produto(ACV).

26 2 O processo de certificação começa pelo comprometimento da direção da empresa e pela contratação de uma empresa certificadora credenciada. A certificadora ajudará a empresa candidata à certificação na elaboração do diagnóstico ambiental de todos seus setores. A partir disso, define-se a política de meio ambiente da empresa, traçando-se seu plano de ação. O pré-requisito para receber a certificação é estar em conformidade com a legislação ambiental do país. A partir disto, estabelecem-se metas e objetivos de melhorias ambientais graduais para todos os setores da empresa. Periodicamente, serão feitas avaliações qualitativas e quantitativas do desempenho ambiental, revisando-se a política ambiental, de modo a assegurar a melhoria contínua do desempenho da empresa nesta área. As normas da ISO são definidas por TCs - Comitês Técnicos, que tratam de diferentes assuntos. O TC 1, primeiro Comitê Técnico, foi criado em 1947 para padronizar parafusos utilizados pela indústria automobilística, permitindo o intercâmbio deste produto. O TC 207 foi instituído em março de 1993 para definir as normas internacionais na temática ambiental ISO no Brasil A representante da ISO no Brasil é a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Em 1994 criou-se dentro da ABNT, o GANA - Grupo de Apoio à Normalização Ambiental, hoje transformado no CB-38 - Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental. Este grupo tem representantes dos diversos setores da economia brasileira, como CNI - Confederação Nacional das Indústrias, FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Associação Nacional de Exportação, Instituto Brasileiro de Siderurgia e BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

27 2 O CB-38 avalia os documentos elaborados pelos grupos de trabalho, ou subcomitês da ISO, para apontar eventuais divergências entre as normas propostas e as leis brasileiras ou as convenções internacionais firmadas pelo país. Procura também evitar que normas estabelecidas pela série ISO privilegiem práticas e tecnologias acessíveis apenas aos países do Primeiro Mundo. Ou seja, o CB-38 analisa se e como cada norma da ISO poderia prejudicar a competitividade brasileira no mercado internacional. Para atingir o status de Norma Internacional da ISO, os documentos elaborados pelos Grupos de Trabalho têm de passar por seis etapas, num processo que dura em média três anos: Proposta de texto, Rascunho do trabalho, Elaboração de uma proposta de norma para cada assunto, Votação nos sub-comitês técnicos, Transformação do texto em um rascunho de norma internacional, Discussão e votação do comitê coordenador e comitê técnico. ISO é uma série de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO) e que estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas. Os impactos ambientais gerados pelo desenvolvimento industrial e econômico do mundo atual constituem um grande problema para autoridades e organizações ambientais. No início da década de 90, a ISO viu a necessidade de se desenvolverem normas que falassem da questão ambiental e tivessem como intuito a padronização dos processos de empresas que utilizassem recursos tirados da natureza e/ou causassem algum dano ambiental decorrente de suas atividades.

28 Comitê de criação No ano de 1993, a ISO reuniu diversos profissionais e criou um comitê, intitulado Comitê Técnico TC 207 que teria como objetivo desenvolver normas (série 14000) nas seguintes áreas envolvidas com o meio ambiente. O comitê foi dividido em vários subcomitês, conforme descritos abaixo: Subcomitê 1: Desenvolveu uma norma relativa aos sistemas de gestão ambiental. Subcomitê 2: Desenvolveu normas relativas às auditorias na área de meio ambiente. Subcomitê 3: Desenvolveu normas relativas à rotulagem ambiental. Subcomitê 4: Desenvolveu normas relativas a avaliação do desempenho (performance) ambiental. Subcomitê 5: Desenvolveu normas relativas à análise durante a existência (análise de ciclo de vida). Subcomitê 6: Desenvolveu normas relativas a definições e conceitos. Subcomitê 7: Desenvolveu normas relativas à integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos. Subcomitê 8: Desenvolveu normas relativas à comunicação ambiental. Subcomitê 9: Desenvolveu normas relativas às mudanças climáticas SUBCOMITÊS DE CRIAÇÃO Subcomitê 1: Sistemas de gestão ambiental Este subcomitê desenvolveu a norma ISO que estabelece as diretrizes básicas para o desenvolvimento de um sistema que gerenciasse a questão ambiental dentro da empresa, ou seja, um sistema de gestão ambiental. É a mais conhecida entre todas as normas da série Estrutura da norma ISO Esta é primeira parte da norma onde é abordado o contexto histórico em que foi desenvolvida, ressaltando a necessidade das empresas estabelecerem parâmetros para a área ambiental. É falado sobre a estrutura e importância dos requisitos descritos nela.

29 2 Alguns pontos fundamentais descritos: As auditorias e análises críticas ambientais, por si só, não oferecem evidência suficientes para garantir que a empresa está seguindo as determinações legais e sua própria política. O sistema de gestão ambiental deve interagir com outros sistemas de gestão da empresa. A norma se aplica a qualquer tipo de empresa, independente de suas características, cultura, local, etc. A ISO tem como foco a proteção ao meio ambiente e a prevenção da poluição equilibrada com as necessidades sócio-econômicas do mundo atual. A norma tem vários princípios do sistema de gestão em comum com os princípios estabelecidos na série de normas ISO Esta área fala dos objetivos gerais da norma, tais como: Estabelecer a criação, manutenção e melhoria do sistema de gestão ambiental e das áreas envolvidas em seu entorno. Verificar se a empresa está em conformidade (de acordo) com sua própria política ambiental e outras determinações legais; Permitir que a empresa demonstre isso para a sociedade; Permitir que a empresa possa solicitar uma certificação/registro do sistema de gestão ambiental, por um organismo certificador (empresa que dá o certificado) externo Referências normativas Aqui, consta a informação de que não existem referências para outras normas. Definições São especificados as definições para os seguintes termos utilizados na norma. São os seguintes: Melhoria contínua; Ambiente; Aspecto ambiental; Impacto ambiental; Sistema de gestão ambiental;

30 3 Sistema de auditoria da gestão ambiental; Objetivo ambiental; Desempenho ambiental; Política ambiental; Meta ambiental; Parte interessada; Organização Requisitos do sistema de gestão ambiental Nesta área da norma são expostos todos os requisitos que a empresa deve seguir para implantar e manter o sistema de gestão ambiental. Ela está dividida da seguinte forma: Aspectos gerais; Política ambiental; Planejamento; Implementação e operação; Verificação e ação corretiva; Análise crítica pela direção; Anexos. Subcomitê 2: Auditorias na área de meio ambiente No que diz respeito à execução de auditorias ambientais, este subcomitê desenvolveu três normas: ISO 14010, ISO e ISO 14012, em Em 2001, foi desenvolvida a ISO que foi revisada em No ano de 2002 foi criada a norma ISO que substituiu a 14010, 11 e 12. As normas citadas estabelecem: ISO 14010: os princípios gerais para execução das auditorias; ISO 14011: os procedimentos para o planejamento e execução de auditorias num sistema de gestão ambiental; ISO 14012: os critérios para qualificação de auditores (quem executa as auditorias). ISO 14015: as avaliações ambientais de localidades e organizações.

31 3 ISO 19011: guias sobre auditorias da qualidade e do meio ambiente. Subcomitê 3: Rotulagem ambiental Rotulagem ambiental é a garantia de que um determinado produto é adequado ao uso que se propõe e apresenta menor impacto ambiental em relação aos produtos do concorrente disponíveis no mercado. É conhecida também pelo nome de Selo Verde, sendo utilizada em vários países como Japão, Alemanha, Suécia, Países Baixos e Canadá, mas com formas de abordagens e objetivos que diferem uma das outras. Para estabeler as diretrizes para a rotulagem ecológica, este subcomitê criou várias normas. São elas: ISO 14020: Estabelece os princípios básicos para os rótulos e declarações ambientais (criada em 1998 e revisada em 2002). ISO 14021: Estabelece as auto-declarações ambientais - Tipo II (criada em 1999 e revisada em 2004). ISO 14024: Estabelece os princípios e procedimentos para o rótulo ambiental Tipo I (criada em 1999 e revisada em 2004). ISO TR 14025: Estabelece os princípios e procedimentos para o rótulo ambiental Tipo III (criada em 2001). No ano de 2003, foi iniciada a criação da ISO relativa ao Selo Verde Tipo III que poderá ser usada como empecilho para às exportações dos produtos de países que não estejam adequados e preparados. Subcomitê 4: Avaliação da performance ambiental Para estabelecer as diretrizes para um processo de avaliação da performance ambiental de sistemas de gestão ambiental, este subcomitê, criou as normas ISO em 1999 (revisada em 2004) e ISO também em As normas estabelecem e fornecem: ISO 14031: Diretrizes para a avaliação do desempenho (performance) ambiental. Ela inclui ainda exemplos de indicadores ambientais. ISO 14032: Exemplos de avaliação do desempenho ambiental.

32 3 Subcomitê 5: Análise durante a existência (análise de ciclo de vida) A análise do ciclo de vida, ou seja, durante a existência da empresa, é um processo criado com o intuito de avaliar os impactos ao meio ambiente e a saúde provocados por um determinado produto, processo, serviço ou outra atividade econômica. A análise abrange todo o ciclo de vida de um produto/processo/atividade aborda, por exemplo: Extração da matéria-prima; Processamento da matéria-prima; A produção; A distribuição; O uso; O reuso (quando necessário); A manutenção; A reciclagem; A eliminação (disposição final). Para incentivar entidades oficiais e empresas privadas e públicas a abordarem os temas ambientais de forma integrada durante toda a sua existência, este subcomitê, criou diversas normas. São elas: ISO 14040: Estabelece as diretrizes e estrutura para a análise do ciclo de vida (criada em 1997). ISO 14041: Estabelece a definição do escopo e análise do inventário do ciclo de vida (criada em 1998). ISO 14042: Estabelece a avaliação do impacto do ciclo de vida (criada em 2000). ISO 14043: Estabelece a interpretação do ciclo de vida (criada também em 2000). ISO 14048: Estabelece o formato da apresentação de dados (criada em 2002).

33 3 ISO TR 14047: Fornece exemplos para a aplicação da ISO (criada em 2003). ISO TR 14049: Fornece exemplos para a aplicação da ISO (criada em 2000). Com a finalidade de facilitar a aplicação, as normas 14040, 14041, e 14043, foram reunidas em apenas dois documentos (14041 e 14044). Subcomitê 6: Definições e conceitos Toda a terminologia utilizada em todas as normas citadas anteriormente (relativas à gestão ambiental) é definida na norma ISO 14050, publicada no ano de 1998, criada por este subcomitê. Foi feita uma revisão desta norma, conforme descrito abaixo: ISO Rev. 1: Publicada em 2002 e revisada em Subcomitê 7: Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos Este subcomitê estudou como o desenvolvimento de novos produtos interage com o ambiente. Foi criada a seguinte norma: ISO TR 14062: Estabelece a integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos (criada em 2002 e revisada em 2004). Nesta norma foi criado o conceito de ecodesign. Este, oferece inúmeros benefícios as empresas que o utilizam, tais como: Os custos são reduzidos; O desempenho ambiental é melhorado; A inovação é estimulada; São criadas novas oportunidades de mercado; A qualidade do produto é melhorada como um todo. Subcomitê 8: Comunicação ambiental Este subcomitê desenvolveu duas normas relativas à comunicação

34 3 ISO/TC 207/WG 4: Estabelece diretrizes e exemplos para a comunicação ambiental. ISO 14063: Estabelece o que foi definido sobre comunicação ambiental (criada em 2006). Subcomitê 9: Mudanças climáticas Este subcomitê desenvolveu normas relativas as mudanças climáticas na Terra. Estas, em grande parte, são provocadas por impactos ambientais gerados pelo homem. As normas são: ISO/TC 207/WG 5: Estabelece a medição, comunicação e verificação de emissões de gases do efeito estufa, a nível de entidades e projetos. ISO/TC Parte 1: Relativa aos gases do efeito estufa, diz respeito a especificação para a quantificação, monitoramento e comunicação de emissões e absorção por entidades. ISO/TC Parte 2: Relativa aos gases estufa, diz respeito a especificação para a quantificação, monitoramento e comunicação de emissões e absorção de projetos. ISO/TC Parte 3: Relativa aos gases estufa, diz respeito a especificação e diretrizes para validação, verificação e certificação. ISO/TC 207/WG 6: Estabelece a acreditação. ISO 14065: Relativa aos gases estufa, diz respeito aos requisitos para validação e verificação de organismos para uso em acreditação ou outras formas de reconhecimento. Todas estas normas foram publicadas em BENEFÍCIOS E RESULTADOS DA ISO Os certificados de gestão ambiental da série ISO atestam a responsabilidade ambiental no desenvolvimento das atividades de uma organização. Para a obtenção e manutenção do certificado ISO 14000, a organização tem que se submeter a auditorias periódicas, realizadas por uma empresa certificadora, credenciada e reconhecida pelos organismos nacionais e internacionais.

35 3 Nas auditorias são verificados o cumprimento de requisitos como: Cumprimento da legislação ambiental; Diagnóstico atualizado dos aspectos e impactos ambientais de cada atividade; Procedimentos padrões e planos de ação para eliminar ou diminuir os impactos ambientais sobre os aspectos ambientais; Pessoal devidamente treinado e qualificado. Entretanto, apesar do fato de que as empresas estejam procurando se adequarem, a degradação ao ambiente continua em ritmo crescente. Apenas um número pequeno de empresas busca a sustentabilidade e as melhorias conseguidas são pequenas diante da demanda crescente por produtos e serviços, originadas do desenvolvimento econômico. Segundo o relatório Planeta Vivo, desenvolvido pela organização WWF em 2002, a humanidade consome cerca de 20% mais recursos naturais do que a Terra é capaz de repor sozinha. 4 - Capítulo IV Quais são os tipos de rotulagem ambiental de produtos A Rotulagem Ambiental é um mecanismo de comunicação com o mercado sobre os aspectos ambientais do produto ou serviço com o objetivo de diferenciá-lo de outros produtos. Ela pode se materializar por meio de símbolos, marcas, textos ou gráficos. Em virtude da proliferação de rótulos e selos ambientais no mercado e da necessidade de se estabelecerem padrões e regras para o seu uso adequado, é que a Organização Internacional de Normalização (ISO) desenvolveu normas para a rotulagem ambiental. Como passo inicial estabeleceu uma classificação para os diversos tipos de rotulagem: Tipo I Programas de terceira-parte, baseados em múltiplos critérios, voluntários, que atribuem uma licença autorizando o uso de rótulos ambientais em produtos para indicar a preferibilidade ambiental global de um produto dentre uma categoria de produtos baseada em considerações de ciclo de vida;

36 3 Figura 3 - Símbolos para identificação de produtos recicláveis. Tipo II Auto declarações ambientais informativas; Figura 4 - simbologia para os diversos tipos de embalagens. Tipo III Programas voluntários que fornecem dados ambientais quantificados de um produto, sobre categorias preestabelecidas de parâmetros, estabelecidos por uma terceira-parte qualificada e baseados numa avaliação de ciclo de vida, e verificados por essa ou outra terceira-parte qualificada. Tipo IV Rótulos ambientais mono criteriosos, atribuídos por uma terceira-parte, referem-se apenas a um aspecto ambiental, sem serem baseados em considerações de ciclo de vida. Para os plásticos a simbologia mais utilizada segue a Norma NBR da ABNT.

37 3 Figura 5 - Simbologia utilizada para os tipos de plásticos. A despeito das definições substancialmente detalhadas e complexas, pode-se simplificar a relação dos tipos destacando que os tipos I são os clássicos selos verdes, os tipos II são as declarações efetuadas pelos próprios fornecedores, normalmente os próprios fabricantes, e os do tipo III ainda estão em desenvolvimento; mas consistem essencialmente, no estabelecimento de categorias de parâmetros; a partir de uma avaliação do ciclo de vida, e na divulgação dos dados quantitativos para esses parâmetros para cada produto, dados esses, verificados por uma terceira parte. A ISO desenvolveu normas para os tipos I e II e está desenvolvendo para o tipo III. Como se pode perceber, o conceito de ciclo de vida é um dos pontos centrais da concepção da maioria das iniciativas de rotulagem ambiental. Tipicamente, os Programas de Rótulos Ambientais do tipo I envolvem a definição de categorias de produtos e critérios para a atribuição dos rótulos para estas categorias. Normalmente estas definições são estabelecidas por entidades independentes ou por grupos de assessoramento técnico. Para cada categoria definida, é efetuada alguma análise de ciclo de vida, a qual pode variar em termos de profundidade, em função da complexidade do produto ou dos processos envolvidos. Os parâmetros diferenciadores (uso de energia, toxicidade etc.) serão utilizados para definir os critérios de atribuição do rótulo ecológico. Definidos os critérios, as empresas interessadas em participar submetem os seus produtos para a realização de ensaios e verificações de modo a se assegurar à conformidade do produto aos critérios. Se aprovados, as empresas pagam os custos da licença do uso do rótulo do programa por um período definido.

38 Rótulo Ecológico: o uso do Rótulo Ecológico é restrito aos produtos aprovados, e o seu uso normalmente é acompanhado pela entidade que gerencia o programa. Ao se implementar a abordagem do ciclo de vida no estabelecimento dos critérios dos rótulos ambientais do tipo I, o uso da avaliação do ciclo de vida apresenta algumas dificuldades e limitações. Estas estão relacionadas à grande extensão dos estudos, ao seu alto custo, à necessidade de obtenção de dados nem sempre disponíveis e ao prazo longo para que resultados sejam alcançados. As dificuldades mencionadas resultariam na inviabilização, pelo menos em muitos casos, do desenvolvimento dos critérios de atribuição dos selos. A solução para o problema é o princípio da consideração do ciclo de vida. Por este princípio, é recomendado pela norma ISO que o estabelecimento dos critérios ambientais para atribuição dos rótulos ambientais deste tipo seja feito levandose em consideração o ciclo de vida do produto, sem que haja necessidade de se conduzir uma avaliação do ciclo de vida completa do produto. Isso é conseguido mediante uma apreciação do ciclo de vida do produto, onde se identificam as fases críticas do ponto de vista dos impactos potenciais, as quais serão objeto de estudo, mais aprofundados. Esta apreciação é efetuada com a participação das partes interessadas, que a devem validar. A consideração do ciclo de vida deve incluir uma avaliação de significância do conjunto dos impactos para embasar a seleção dos que serão utilizados na definição dos critérios Processo Participativo: o processo participativo das partes interessadas nesta etapa do processo de estabelecimento dos critérios é a chave para se assegurar que são apropriados e a sua legitimidade. Uma das formas empregadas com esse fim é a constituição de comitês com representantes das partes interessadas que conduzem o trabalho do estabelecimento dos critérios, inclusive da consideração do ciclo de vida. Por outro lado, as auto declarações apresentam mais flexibilidade para serem utilizadas. Contudo, também devem levar em consideração a avaliação do ciclo de vida quando for cabível, para que se possa assegurar que essas declarações são de fato relevantes do ponto de vista ambiental. De fato, o conceito utilizado é o do pensamento baseado no ciclo de vida (Life Cycle Thinking) e não mais a exigência da utilização integral da ACV.

39 TR ISO 14025: a Rotulagem tipo III até o ano de 2002 não tinha alcançado o consenso necessário para resultar em uma norma internacional, devido ao pequeno número de experiências internacionais e à complexidade das informações que deveria conter um rótulo deste tipo. Assim, a ISO publicou um relatório técnico sobre o assunto, o TR ISO Devido aos progressos havidos nesse campo, principalmente em alguns países desenvolvidos, em 2003 esse relatório técnico está sendo transformado em norma internacional que deverá em breve ser publicada. As discussões em torno deste tipo de rotulagem têm mostrado que se trata de uma ferramenta mais focalizada nas relações comerciais entre empresas, enquanto a comunicação com o consumidor final seria mais apropriada para os outros dois tipos. A rotulagem ambiental é, de acordo com a norma ISO 14020, um conjunto de instrumentos informativos que procura estimular a procura de produtos e serviços com baixos impactos ambientais através da disponibilização de informação relevante sobre os seus desempenhos ambientais. O enquadramento da rotulagem ambiental tem em consideração a preocupação global e crescente da proteção do ambiente, por parte dos governos, do mercado e dos cidadãos. Desde que as empresas passaram a reconhecer as preocupações ambientais como uma vantagem competitiva e de distinção no mercado, declarações e rótulos ambientais começaram a emergir em vários produtos e serviços no mercado. Estes instrumentos fizeram ainda despertar o interesse dos consumidores, na redução dos impactes no ambiente através das suas opções de compra. Porém, a variedade de rótulos ambientais e a garantia da sua fiabilidade levaram a alguma confusão e cepticismo entre os consumidores. Quando não verificados/certificados, as declarações das empresas podem não constituir uma garantia para os consumidores de que o seu produto ou serviço, com rótulo ambiental, seja uma alternativa ambientalmente preferível. Esta preocupação com a credibilidade e imparcialidade levou a formação de organizações públicas e privadas - entidades independentes, que acreditam, os produtos e serviços rotulados.

40 4 Existe uma grande variedade de rótulos e declarações de desempenho ambiental, quer voluntários quer obrigatórios. Em vários casos, este tipo de rotulagem tomou a forma de rótulos ecológicos concedidos ao produto, aprovados por um programa de rotulagem ambiental operado a nível nacional e regional. Os rótulos ecológicos utilizam critérios multidimensionais (como o rótulo ecológico da União Européia) baseados na avaliação do ciclo de vida (ACV), ou baseados num determinado impacto ambiental (como o rótulo Energy Star em eficiência energética). Além dos rótulos ambientais, os produtores podem declarar que os seus produtos são ambientalmente orientados, sendo denominados por declarações ambientais. A Organização Internacional de Normalização (ISO) determinou um conjunto de critérios para avaliar os esquemas de rotulagem ambiental, conhecida pela série ISO De acordo com a classificação ISO existem três tipos voluntários de esquemas de rótulos ambientais: Tipo I: Rótulos ambientais certificados Tipo II: Auto-declaraçoes Tipo III: Declarações Ambientais do Produto, EPDs Tipo I: Rótulos ambientais certificados De acordo com a definição ISO, os rótulos ambientais certificados (tipo I) são: Programas voluntários que concedem rótulos refletindo uma preferência ambiental global de um produto dentro de uma categoria particular, baseados em considerações do ciclo de vida. Os critérios são estabelecidos por uma parte independente, e a sua credibilidade e transparência é assegurada por certificação de uma terceira parte envolvida no processo. Atualmente, na Europa existem esquemas de rotulagem ambiental aos níveis Nacional, multinacional e Europeu, como o Anjo azul alemão, o Cisne nórdico norueguês e o Rótulo Ecológico Europeu, respectivamente.

41 4 O rótulo ecológico da União Européia, estabelecido por toda a Europa, tem várias vantagens, comparado com outros rótulos nacionais, nomeadamente na promoção da transparência e simplicidade, dado que os mesmos critérios são aplicados ao mesmo produto, independentemente do Estado Membro em que é produzido e comercializado. A nova Regulamentação de 2000, na qual o esquema do rótulo ecológico da EU foi revisto, requereu a cooperação dos Estados Membros com a Comissão Européia para assegurar a coordenação entre o rótulo ecológico da EU e outros esquemas de rotulagem ambiental nacionais, particularmente na seleção dos grupos de produtos, no desenvolvimento e na revisão dos critérios. No quadro abaixo(fig.6) podem ser encontrados alguns dos rótulos ambientais de Tipo I. Figura 6 Rótulos ambientais Tipo I

42 Tipo II: Auto-declaraçoes As Auto-declaraçoes Tipo II são feitas pelos produtores, importadores ou distribuidores, de modo a comunicar informação sobre aspectos ambientais dos seus produtos e serviços. Estas declarações tipo II surgiram no mercado no final dos anos 80 e início dos anos 90.Os produtos normalmente exibiam declarações ambientais tais como:amigo do ambiente, livre de CFC e reciclado (o símbolo de reciclagem Möbius). As declarações tipo II não são certificadas por uma terceira parte independente, não são predeterminadas nem os critérios usados correspondem aos comumente considerados. Assim, a exatidão, a credibilidade e a fiabilidade destas auto-declaraçoes é questionável em relação as declarações ambientais do Tipo I e III. De qualquer forma, as auto-declaraçoes dos produtos tem uma vantagem sobre as do Tipo I e III, pois são mais econômicas, dado que não estão envolvidos custos de certificação ou de validação. As auto-declaraçoes tem vindo a ser largamente utilizadas pelas partes interessadas (produtores, retalhistas, importadores.) para promover o melhoramento do desempenho ambiental dos seus produtos, de forma a atrair os consumidores com consciência ambiental, fortalecendo o valor da marca dos produtos e serviços Tipo III: Declarações Ambientais do Produto (EPDs) A Declaração Ambiental do Produto (EPD), Tipo III, é um conjunto de dados ambientais quantificáveis ao longo do ciclo de vida do produto, baseados nos Requisitos Específicos para as diferentes categorias de produto (PSRs) - (Categorias predefinidas de Parâmetros para a elaboração de declarações ambientais do produto estabelecidas de acordo com a norma ISO/TR 14025). Estes incluem as categorias de impacte que foram estudadas no âmbito de cada produto e as linhas diretrizes para o estudo do ACV.

43 4 Os rótulos ambientais de Tipo III fornecem informação sobre um produto ou serviço baseada na análise de ciclo de vida, através de diagramas que apresentam um conjunto de indicadores ambientais (aquecimento global, depreciação de recursos, resíduos, entre outros), acompanhados de uma interpretação da informação. As Declarações Ambientais do Produto são desenvolvidas normalmente por iniciativa da própria indústria, tendo como resultado programas eficientes e pouco burocráticos, que acomodam ciclos de inovação pequenos. As EPDs fornecem uma descrição quantitativa fiável e verificada do desempenho de produtos e serviços de que são objeto e devido ao uso do método de avaliação de ciclo de vida (ACV). Embora a EPD seja verificada por uma terceira parte independente, ela não é necessariamente certificada. As EPDs são aplicáveis a todos os produtos e serviços e são atualizáveis. Uma EPD contribui para a disponibilização de informação para a cadeia de produção e também para o consumidor. Facilita o processo de desenvolvimento do produto, o melhoramento contínuo de um Sistema de Gestão Ambiental(SGA) já estabelecido, e permite ainda aos consumidores julgar sobre o desempenho ambiental dos produtos e serviços. As Declarações Ambientais do Produto não estão ainda desenvolvidas no âmbito de um enquadramento Europeu e as considerações sobre essa possibilidade estão a ser desenvolvidas atualmente. 5. Capítulo V 5.1. Em que consiste a ACV - avaliação do ciclo de vida de produtos

44 4 Avaliação do Ciclo de Vida é uma ferramenta importante de aprimoramento do processo produtivo e dos produtos de uma empresa. Sua abordagem de todo o ciclo de vida do produto permite a identificação e avaliação das fases críticas do processo industrial ou do produto ou serviço. Ela permite a estimativa dos impactos potenciais cumulativos resultantes de todos os estágios do processo produtivo, freqüentemente incluindo impactos não considerados nos outros processos tradicionais de análise. A inclusão desses impactos permite uma visão mais abrangente dos aspectos ambientais dos produtos ou processos e um quadro mais apurado das efetivas trocas ambientais na seleção de produtos. Essas informações podem ser usadas juntamente com outros fatores, tais como custos e dados de performance, para a seleção dos produtos e processos. Os dados da ACV identificam as transferências dos impactos ambientais de um meio para outro (por exemplo, a eliminação de uma emissão para o ar acarretando uma emissão de efluentes para a água) ou de um estágio do ciclo de vida para outro (por exemplo, do uso ou reuso do produto para a fase anterior de aquisição de matériasprimas). Se uma ACV não for realizada, tais transferências podem não ser identificadas e apropriadamente incluídas nas análises, já que estão fora dos escopos típicos das análises tradicionais ou do foco dos processos de seleção de produtos. Ao se fazer uma seleção, por exemplo, entre duas alternativas de produtos utilizando-se critérios puramente ambientais, pode-se ser tentado a escolher a alternativa 1 porque gera menos resíduo sólido que a alternativa 2. No entanto, depois da realização de um estudo de ACV, é possível concluir que a alternativa 1 acarreta, na realidade, maior impacto ambiental para todo o ciclo de vida quando é medido o impacto nos três meios (ar, água e terra) (exemplo: pode causar mais emissões químicas durante a fase de manufatura). Uso na Indústria: A indústria tem utilizado essa ferramenta, entre outros, para os seguintes usos: Desenvolvimento de uma avaliação sistemática das conseqüências ambientais associadas com um dado produto; Análise das trocas ambientais associadas com um ou mais produtos ou processos específicos para obter dos tomadores de decisão (estado, comunidade e outros) aprovação para alguma ação planejada;

45 4 Quantificação das emissões ambientais para o ar, água e terra em relação a cada estágio do ciclo de vida ou ao processo que mais contribui; Avaliação dos efeitos dos consumos de materiais e das emissões ambientais sobre o meio ambiente e sobre o homem; Identificação de áreas de oportunidade para uma maior eficiência econômica; na concepção e desenvolvimento de produtos. O gerenciamento Ambiental na Indústria fica facilitado, uma vez que sistematiza as questões associadas ao sistema de produção, melhora a compreensão do processo de produção e facilita a identificação de prioridades para tomadas de decisão. Todo produto causa de alguma forma um impacto sobre o meio ambiente. Esse impacto pode ocorrer durante a extração das matérias-primas utilizadas no processo de fabricação do produto, no próprio processo produtivo, na sua distribuição, no seu uso, ou na sua disposição final. A Avaliação do Ciclo de Vida é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto, compreendendo as etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-primas elementares que entram no sistema produtivo (berço) até a disposição do produto final (túmulo), considerando inclusive (a lista que segue não é exaustiva): A produção de energia; Os processos que envolvem a manufatura; As questões relacionadas com as embalagens; O transporte; O consumo de energia não renovável; Os impactos relacionados com o uso, ou aproveitamento e O reuso do produto ou mesmo questões relacionadas com o lixo ou recuperação / reciclagem Demanda: uma demanda crescente, tanto de consumidores como de outras partes interessadas, como governos, acionistas, concorrentes e outras, vem criando uma pressão para a redução dos impactos ambientais, não apenas na fase do uso do produto, mas onde eles são verdadeiramente significativos, e, dessa forma, a ferramenta da Avaliação de Ciclo de Vida pode ser de grande utilidade para :

46 4 o desenvolvimento de produtos; A escolha de tecnologias; A identificação da fase do Ciclo de Vida em que os impactos ocorrem; A seleção de indicadores ambientais relevantes para avaliação de projetos e A reformulação de produtos ou processo Ferramenta: uma ACV é uma ferramenta técnica que pode auxiliar o gerenciamento e a tomada de decisão na estratégia ambiental da empresa Etapas: em linhas gerais, uma Avaliação do Ciclo de Vida de um produto ou serviço consiste da definição do seu objetivo e escopo, da realização de um levantamento quantificado de dados (inventário) de todas as entradas (materiais, energia e recursos) e saídas (produtos,subprodutos,emissões,etc) durante todo o ciclo de vida, da identificação dos os impactos ambientais potenciais ao longo do ciclo de vida e da interpretação dos resultados do estudo. A técnica da Avaliação do Ciclo de Vida tem, limitações, que devem ser consideradas tanto na elaboração dos estudos quanto no uso dos seus resultados. A Avaliação do Ciclo de Vida deve ser efetuada seguindo o estabelecido em normas internacionais. 6. Capítulo VI 6.1. Selos Verdes O aumento em nível mundial dos danos ambientais causados pelo desenvolvimento principalmente nos países do primeiro mundo, bem como a crescente conscientização planetária da necessidade de se encontrar barreiras às ações agressivas ao ambiente, surgiu a preocupação de se tentar diminuir o impacto ambiental direto produzido pelos frutos desse desenvolvimento, que são os seus produtos. Conseqüentemente as indústrias foram forçadas por esta nova conscientização a adaptarem-se a uma nova realidade mais condizente com os anseios de preservação, sob pena de perda de competitividade.

47 4 Uma das formas encontradas para demonstrar essa adaptação, foi a criação de etiquetas ou selos ecológicos, ou verdes, os quais são concedidos a produtos que passaram por um controle de qualidade ambiental e estão aptos a entrar no mercado com menor possibilidade de causar prejuízo ao ambiente. Ao mesmo tempo o selo ecológico passou a ser um incentivo e estimulo a um compromisso ambiental dos fabricantes, bem como também motiva o consumidor a ter uma postura mais consciente da problemática em questão, selecionando produtos menos danosos.

48 4 Os pioneiros dessa forma de estimulo de melhoria dos produtos foram a Alemanha com a instituição da etiqueta Anjo Azul outorgada a milhares de produtos a partir de 1978; a Dinamarca; a França que desde 1990 vem regulamentando vários produtos; Japão com o Eco Mark de 1989; Canadá com Environmental choice desde 1988; Noruega, Finlândia, Islândia e Suécia desde 1989 com o Cisne Branco ; Áustria; Nova Zelândia e Estado Unidos este desde 1990 (Revista Integral, nº161, pg.88, Barcelona, Espanha, e Maurício J.L. Reis, ISO-14000, Gerenciamento ambiental, Ed.Qualitymark, 1996, pg.115/121). Também a Comunidade Comum Européia estabeleceu regras para a obtenção de etiquetas ecológicas com o regulamento 880/92, principalmente com análise do ciclo de vida com o princípio poluidor-pagador. Por sua vez, o Tratado do Mercosul não dispunha expressamente sobre as diretrizes ambientais por ser principalmente um tratado de interação econômica, mas em suas considerações abriu oportunidade para que os países membros façam o intercâmbio técnico-científico-ambiental, quando diz que a preservação do meio ambiente é um dos fatores para se alcançar a pretendida integração mercadológica dos Estados-Partes. Assim, a questão ambiental não foi excluída do Mersocul e nem pode ser excluída da ALCA. Porém, é necessário que este tipo de política ambiental adote o controle ambiental em produtos também, para que se possa entrar na onda mundial de preservação do ambiente, utilizando a sistemática dos selos ecológicos como ferramentas incentivadoras de proteção ambiental. No Brasil, a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, entidade credenciada pela Internacional Organization of Standarlization -ISO, está desenvolvendo um selo verde nacional, o qual está em fase de estudos e em nível mundial. A ISO lançou a série ISO com vistas a implementar a Qualidade Ambiental nos produtos, visando diminuir o impacto negativo ao ambiente na produção, comercialização e utilização dos produtos, fornecendo subsídios para a certificação de produtos corretamente ambientais, os quais poderão ser reconhecidos pelo sistema de rotulagem ambiental, ou selo ambiental. Assim, com essa nova forma de garantia ecológica de produtos industrializados, estaremos combatendo cada vez mais a degradação ambiental com medidas mais concretas e efetivas, propiciando a melhoria da qualidade de vida para nós seres humanos e para as demais espécies do planeta Terra

49 4 Portanto, hoje em dia cada vez mais é importante que as empresas e indústrias em geral providenciem o levantamento de sua posição ambiental através da Contabilidade Ambiental, em especial as potencialmente poluidoras, para que possam estar em sintonia com os novos anseios ambientais e conseqüência disto obter maior sucesso mercadológico, colaborando também para a obtenção do almejado desenvolvimento sustentável e garantir o direito de todos nós termos um meio ambiente equilibrado e sadio (art.225, da Const.Federal) COMO OS SELOS VERDES PODEM AJUDAR? O Selo verde surgiu a partir da crescente preocupação ambiental dos consumidores, principalmente do mercado europeu. Foi quando governos e organizações não governamentais (ONGs) de vários países formularam um conjunto de normas para regular o comércio de produtos provenientes das florestas tropicais através de acordos internacionais. Para fazer as melhores escolhas no ato da compra, além de qualidade e preço, é preciso avaliar a maneira como os produtos foram desenvolvidos para não incentivar a agressão ao meio ambiente e à sua saúde. Por isso, é imprescindível saber o que os selos verdes certificam Para auxiliar o consumidor a fazer a melhor compra, já existem inúmeras certificações que orientam na escolha de produtos de todo tipo. Na tabela abaixo(fig.7), algumas dicas sobre o que o consumidor está levando para casa, por categoria: eficiência energética, alimentos orgânicos, veganos, manejo florestal, biodiversidade e turismo.

50 5 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Um dos aspectos mais difundidos da sustentabilidade, a economia de energia, ganhou selos brasileiros que avaliam diferentes setores, como eletrodomésticos, consumo de combustível e construções. As vantagens beneficiam o bolso e o planeta ALIMENTOS ORGÂNICOS São muitas as certificadoras que atuam nesse segmento e avaliam sob critérios diferentes. Entenda os processos e conheça a legislação brasileira, pois as regras estão mudando... VEGANOS CERTIFICADOS Sociedade Vegetariana Brasileira em parceria com a Ecocert têm selos para identificar produtos orgânicos que dispensam carne, ovos, mel, leite e seus derivados MANEJO FLORESTAL O mau uso dos recursos das florestas, o maior responsável pelas emissões do Brasil, concretizado no desmatamento, pode ser amenizado pelo consumidor consciente BIODIVERSIDADE Instituto Life cria selo para empresas de quaisquer setor que queiram incorporar padrões de ambientais em sua gestão TURISMO Setor que movimenta 800 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, de um lado para o outro, conta com parâmetros para uma visita sem estragos aos locais receptores. No Brasil, a idéia está ganhando força Figura 7 Classificação de produtos certificados

51 PRINCIPAIS SELOS ECOLÓGICOS NO MERCADO Existem mais de 30 certificadoras verdes no país, mas, segundo Lisa Gunn, coordenadora executiva do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), essa diversidade de selos pode confundir. O consumidor deve ficar atento para distinguir entre uma certificação conferida por um organismo independente e os selos auto declaratórios, que são colocados nos produtos pelos próprios fabricantes, diz. Confira na figura 8 os principais selos ecológicos do mercado conferidos por certificadoras terceirizadas. FSC (Forest Stewardship Council) -O que certifica: áreas e produtos florestais, como toras de madeira, móveis, lenha, papel, nozes e sementes. Como é: atesta que o produto vem de um processo produtivo ecologicamente adequado, socialmente justo e economicamente viável. Dez princípios devem ser atendidos, entre eles a obediência às leis ambientais, o respeito aos direitos dos povos indígenas e a regularização fundiária ISO O que certifica: sistema de gestão ambiental de empresas e empreendimentos de qualquer setor.como é: em sua operação, a empresa deve levar em conta o uso racional de recursos naturais, a proteção de florestas e a preservação da biodiversidade, entre outros quesitos. No Brasil, quem confere essa certificação é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ao contrário das demais certificações, não há um selo visível em produtos. LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) -O que certifica: prédios e outras edificações. Como é: concedido a edificações que minimizam impactos ambientais, tanto na fase de construção quanto na de uso. Materiais renováveis, implantação de sistemas que economizem energia elétrica, água e gás e controle da poluição durante a construção são alguns dos critérios.

52 5 Rainforest Alliance Certified - O que certifica: produtos agrícolas, como frutas, café, cacau e chás. Como é: trata-se de uma certificação socioambiental. Comprova que os produtores respeitam a biodiversidade e os trabalhadores rurais envolvidos no processo. Com grande aceitação na Europa e nos EUA, é auditado no Brasil pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). ECOCERT - O que certifica: alimentos orgânicos e cosméticos naturais ou orgânicos. Como: os alimentos processados devem conter um mínimo de 95% de ingredientes orgânicos para serem certificados. Para ganhar um selo de cosmético orgânico, um produto deve ter ao menos 95% de ingredientes vegetais e 95% destes ingredientes devem ser orgânicos certificados no caso de cosméticos naturais, 50% dos insumos vegetais devem ser orgânicos.. IBD (Instituto Biodinâmico) - O que certifica: alimentos, cosméticos e algodão orgânicos. Como é: além de cumprir os requisitos básicos para a produção orgânica (como fazer rotação de culturas e não usar agrotóxicos), garante que a fabricação daquele produto obedece ao Código Florestal Brasileiro e às leis trabalhistas. Os produtos industrializados devem ter ao menos 95% de ingredientes orgânicos certificados a água e o sal são desconsiderados nesse cálculo tanto para cosméticos quanto para alimentos. Procel O que certifica: equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos.como é: o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica indica os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Os equipamentos passam por rigorosos testes feitos em laboratórios credenciados no programa. Figura 8 - Selos Ecológicos

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