Monitoramento dos Indicadores das MPEs do Comércio do Estado do Maranhão

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1 Monitoramento dos Indicadores das MPEs do Comércio do Estado do Maranhão Baixa atividade econômica leva desempenho interanual do comércio para o menor patamar desde 2003 Segundo o IBGE, o volume de vendas físicas do comércio no Brasil registrou crescimento de 0,9% em novembro contra o mês imediatamente anterior (dados ajustados sazonalmente), consolidando a quarta alta consecutiva do indicador. Contra o mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo registraram expansão de 2,0 %, a menor taxa para o mês (período de aquecimento nas vendas e nos contratos temporários) desde 2003, quanto ficou em 1,4%, sendo que as atividades de Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,3%) e Hipermercado, supermercado, produção de Alimentos, bebidas e fumo (-1,5%) foram as principais responsáveis pela dinâmica do indicador. Quando se analisa o Varejo Ampliado (+ vendas de veículos e materiais de construção), nota-se uma expansão de 1,2% na passagem de outubro para novembro, proporcionado pela segunda alta na venda de veículos. No entanto, no desempenho interanual (contra novembro de 2013) foi a própria atividade de Veículos, motocicletas, partes e peças, em grande parte, que contribuiu para a queda no indicador, aprofundando a deterioração da performance dos últimos 12 meses. Taxas de Crescimento Mensal e Anual do Volume de Vendas do Comércio Varejista do Brasil (em %) 2014 Atividades Variação Mensal % (*) Contra mesmo mês % 12 meses em % set/14 out/14 nov/14 set/14 out/14 nov/14 set/14 out/14 nov/14 COMÉRCIO VAREJISTA (*) 0,5 1,3 0,9 0,0 1,5 2,0 3,3 3,0 2,7 Combustíveis e lubrificantes 0,8 0,8-0,2 2,9 2,2 0,0 4,1 3,7 2,9 Hiper., super., prod. Alim., beb. e fumo -0,2 1,9-0,8-1,9 1,9-1,5 2,4 2,3 1,6 Hipermercados e supermercados -0,3 1,7-0,3-2,1 1,9-1,1 2,3 2,1 1,6 Tecidos, vestuário e calçados -2,4 2,3 3,4 0,0 0,6 1,6 0,5 0,3-0,1 Móveis e eletrodomésticos 2,4 0,8 5,4 0,1-1,8 1,6 2,0 1,5 0,9 Art. farm., méd., orto., perf. e cosm. 0,6 1,3-0,3 10,4 9,8 5,9 10,1 9,9 9,4 Livros, jornais, revistas e papelaria -2,1-0,7 9,6-10,7-13,6-5,3-4,9-5,8-6,3 Equip. e mat. Escrit., inform. Comum. -1,6 4,0 4,9-3,4 0,3 4,7-0,6-1,4-1,8 Outros art. uso pessoal e doméstico 1,7 0,9 2,7 5,8 5,2 9,3 8,6 8,0 8,2 COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (*) 0,8 1,9 1,2-3,5-1,9-1,1-0,2-0,5-1,1 Veículos, motocicletas, partes e peças -0,2 4,6 5,5-4,6-11,2-9,9-6,8-7,4-8,6 Material de construção 0,8 1,4 0,4-0,1-0,2-2,4 1,6 1,0 0,3 Fonte: IBGE (*) Com Ajuste Sazonal.

2 Expectativas ruins levam ICCOM a interromper o crescimento dos últimos dois meses O Índice de Confiança do Comércio ICCOM, da FGV, registrou queda de 4,7% na passagem de novembro para dezembro, interrompendo os dois meses de alta (setembro e outubro). A contribuição negativa partiu do Índice de expectativa (IE), que recuou 8,2% em relação a novembro, acumulando a segunda queda consecutiva. Esse resultado revela o pessimismo dos empresários do comércio em relação a atividade nos próximos meses. O Índice de Situação Atual ISA, por outro lado, ficou estável em relação ao mês anterior (0,1%), após ter registrado a maior alta da série histórica em decorrência do possível aquecimento do comércio no fim do ano. No entanto, é importante observar que a estabilidade do indicador revela perda de força para o último mês do ano e queda do índice geral pode indicar ganhos abaixo do registrado nos anos anteriores. Tanto a taxa de crescimento interanual quanto a taxa dos últimos 12 meses revelam baixa confiança na atividade comercial, devido à baixa taxa de expansão da economia no presente e também às piores perspectivas quanto aos novos investimentos no setor. Brasil: Evolução de Confiança do Comércio (em pontos) - (Dez/10 a Dez/14) 170,0 150,0 130,0 110,0 90,0 70,0 Fonte: FGV ICCOM ISA IE A aparente recuperação mostrada pelo ISA no segundo semestre de 2014 serviu para retirar o indicador de uma situação crítica (abaixo de 100 pontos), na faixa do pessimismo. Enquanto isso, o IE atingiu o menor patamar da série histórica a despeito de se manter em patamar otimista.

3 Na contramão do Varejo Nacional, Comércio Maranhense recua em novembro O volume de vendas do comércio maranhense ficou abaixo em 0,9% na comparação com mês de outubro (série com ajustes sazonais), indo na contramão do comércio brasileiro. A fraca atividade em um dos períodos de maior movimentação da atividade comercial é reflexo da contração no mercado de trabalho (a geração formal de emprego é a menor desde1999); da persistente inflação, reduzindo o poder de compra da população e do excesso de endividamento da capital, que detém o maior peso do setor. Diante disso, a expansão interanual (contra novembro de 2003) ficou em 3,1%, sendo a menor para o mês desde O desempenho nos últimos 12 meses (encerrados em novembro) consolidou mais uma baixa frente ao mês anterior, evidenciando desaceleração pelo sétimo mês consecutivo. No comércio varejista ampliado (que inclui os segmentos de peças de veículos e material de construção), a performance interanual exibiu expansão de 4,1%, ficando acima do varejo restrito. No entanto, pode-se afirmar que essa melhora é apenas pontual, favorecida pelo crescimento na venda de automóveis no corrente mês. Quando se analisa os últimos 12 meses, a expansão se mostra abaixo da metade da apresentada pelo varejo restrito (3,2%), apesar do avanço nos últimos dois meses. Com a desaceleração nas vendas, o andamento do faturamento real (corrigido pelo IPCA) do setor se deteriorou ao longo do ano. Houve queda em relação ao mês anterior (-0,5%), abaixo do recuo registrado pelo volume de vendas, mostrando que o aumento dos preços tem sido a saída para compensar o baixo dinamismo da atividade comercial. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a receita real cresceu 3,5% e nos últimos 12 meses, 5,9%. Maranhão: Evolução do Volume Real de Vendas do Comércio Varejista Restrito e Ampliado em 12 meses (Nov/08 a Nov/14) 21,0 14,0 7,0 0,0 Fonte: IBGE Varejo Ampliado Varejo Restrito No gráfico observa-se o comportamento do varejo ampliado e restrito. Nota-se que no primeiro vem ocorrendo uma acentuada desaceleração, iniciada no começo de 2013, levando-o a se descolar do varejo restrito. Este, por sua vez, mantém taxas de crescimento real anual superior à da média nacional, situando o comércio estadual entre os mais dinâmicos do país em Entretanto, não se pode negar a perda de fôlego nos últimos meses.

4 Mais de 70% das famílias ludovicense declararam-se endividadas em dezembro último De acordo pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da CNC em parceria com o Fecomércio/MA, o percentual de famílias endividadas em São Luís avançou pelo terceiro mês consecutivo em dezembro, saindo de 70,6% para o patamar de 71,8%. Apesar do aumento ter sido pequeno, quando se compara com dezembro de 2013, verifica-se uma explosão do endividamento com incremento de 15 pontos percentuais (de 56,8% para 71,8%), mostrando a piora da saúde financeira dos ludovicenses. Da mesma forma, houve expansão do percentual de famílias com contas em atraso e daquelas sem condições de pagá-las. São Luís: % de Famílias endividadas, com contas em atraso e sem condições de pagá-la 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Endividados (à direita) Contas em Atraso Não terão condições de pagar Fonte: Fecomércio O efeito perverso de uma taxa tão alta de endividados é a contração das vendas do comércio, setor dependente da disponibilidade de renda e das condições de crédito da economia. O percentual de famílias com contas em atraso saiu de 20% em dez/13 para 28,7% em dezembro último. E o percentual de famílias que se avaliam sem condições de pagar suas dívidas, ou seja, as famílias inadimplentes, alcançou 9,5% no referido mês ante 6,3% na comparação interanual. O Cartão de Crédito é modalidade de pagamento que concentra a maior parte das dívidas tanto das famílias que ganham abaixo da faixa de 10 salários mínimos quanto das que ganham acima dessa faixa. O Carnê encontra-se em segunda colocação para a primeira faixa, enquanto o Financiamento do Carro é que o ocupa essa posição nas famílias com maiores rendimentos.

5 Comércio maranhense registra contratações líquidas no acumulado de 2014 Maranhão: Movimentação líquida de empregos formais, por porte da empresa - Janeiro a novembro 2013 e 2014 Apesar da retração na geração de empregos formais, quando comparado ao acumulado de 2013, o comércio maranhense apresentou saldos positivos. Destaque para o subsetor atacadista, que teve melhor desempenho nas contratações líquidas - foram novos empregos formais no total das empresas e nas MPEs, evidenciando que, Comércio varejista Comércio atacadista Total MPE Total MPE Fonte: CAGED (MTE). neste segmento, a geração de empregos foi maior no acumulado de Já no segmento varejista, percebe-se que as Médias e Grandes estão demitindo liquidamente, foram empregos gerados no total das empresas contra nas MPEs. Comércio varejista avança na criação de empregos formais em novembro de 2014 Maranhão: Variação líquida de empregos formais, por porte da empresa Out/Nov de Comércio varejista Fonte: CAGED (MTE) Total MPE Total MPE out/14 Comércio atacadista nov/14 Em novembro de 2014 o comércio apresentou um desempenho superior em relação ao mês anterior, gerando empregos com carteira assinada no total das empresas e nas MPEs. Tal resultado foi impulsionado pelo setor varejista, que registrou a geração líquida de 847 novos empregos celetistas no total das empresas e 611 nas MPEs. Já o subsetor atacadista, registrou um menor número de contratações líquidas na variação mensal - foram 149 demissões liquidas no total das empresas e 24 nas MPE.

6 UR de São Luís registra as maiores contratações líquidas no comércio varejista URs do Maranhão: Variação líquida de empregos formais, por porte da empresa Out/Nov de 2014 UR São Luís/Atacado -102 Total -51 MPE UR Imperatriz/Atacado UR Balsas/Atacado UR São Luís/Varejo UR Imperatriz/Varejo UR Balsas/Varejo Fonte: CAGED (MTE) Nas URs do Maranhão, a geração líquida de empregos formais foi mais expressiva no setor varejista, especificamente na UR de São Luís, onde as variações na comparação dos meses foram de 497 empregos celetistas no total das empresas 383 nas MPE. Como visto anteriormente, o setor atacadista teve desempenho negativo, aqui A atividade de Artigos do Vestuário continua liderando o registro de Microempreendedores individuais MEI O registro de novos Microempreendedores Individuais MEI no setor do Comércio varejista foi mais expressivo no final de A atividade de Artigos do Vestuário continua na liderança, com a criação de 728 novas empresas nos últimos dois meses e 61 em relação a janeiro. Em segundo, está a atividade de Minimercados, com a criação de 124 empresas nos dois últimos meses do ano anterior e 26 no último mês deste ano. Maranhão: Variação de Empresas Optantes pelo MEI, de agosto a dezembro/2014 e dezembro/2014 a janeiro/2015 Outras aividades Bebidas Produtos alimentícios Cosméticos, perfumaria Minimercados Artigos do vestuário (nov - dez/14) (dez/14 - jan/15) Fonte: Receita Federal (SIMEI)

7 A atividade de Vestuário mantém a maior participação das MPEs formais no Comércio Varejista em 2013 O número de micro e pequenas empresas do Comércio Varejista abertas no Maranhão aumentou 19,5%, no período de 2010 a 2013, criando empresas. A maior concentração das MPEs se dá na atividade de Vestuário, que representa 23,2% do setor varejista, uma participação menor quando comparada ao ano de Já a atividade de Produtos farmacêuticos, perfumes e cosméticos registrou o maior ganho de participação no período, saindo de 14,5% em 2000 para 15,2% em Grupos de atividade do Comércio Varejista MPE Total Var abs Var abs Total Vestuário, aces., calç. e outros não epecificados Produtos farm., perf. e cos. e art. médicos Lojas de departamento, etc Material de construção Equipamentos de informática e comunicação Produtos alimentícios, bebidas e fumo Artigos culturais, recreativos e esportivos Combustíveis para veículos automotores Grupos de atividade do Comércio Varejista Participação (%) Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Vestuário, aces., calç. e outros não epecificados 23,3 23,2 23,1 13,8 14,2 14,2 Produtos farm., perf. e cos. e art. médicos 14,5 15,2 18,9 7,2 7,7 7,7 Lojas de departamento, etc. 13,8 14,2 16,0 4,4 3,9 3,9 Material de construção 13,2 13,4 14,5 13,2 13,4 13,4 Equipamentos de informática e comunicação 19,0 17,9 12,0 19,0 17,9 17,9 Produtos alimentícios, bebidas e fumo 7,2 7,7 10,7 4,6 4,4 4,4 Artigos culturais, recreativos e esportivos 4,6 4,4 3,0 14,5 15,2 15,2 Combustíveis para veículos automotores 4,4 3,9 1,8 23,3 23,2 23,2 Fonte: RAIS (MTE). O surgimento dos novos empreendimentos de pequeno porte devese, ao crescimento da economia brasileira nos últimos anos, como também, os estímulos da Lei Geral às MPEs, que proporciona incentivos à formalização com o crescente registro de novos Microempreendedores Individuais. Nota Metodológica: Estrutura Empresarial Apesar de este Boletim fazer referência ao acumulado de janeiro a novembro, existem indicadores com dados para o mês de dezembro, ficando distribuído da seguinte forma: Novembro: Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED); Dezembro: Índice de Confiança no Comércio (ICCOM) e Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC).