FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA"

Transcrição

1 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.1 FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA Ana Maria NAZARÉ PEREIRA Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Departamento de Protecção de Plantas, Vila Real anazare@utad.pt RESUMO Os fitoplasmas, parasitas vegetais, unicelulares da classe Mollicutes, apresentam forma esférica ou elipsoidal com polimorfismo (em virtude de não possuírem parede celular), encontram-se nas células do floema das plantas que parasitam e têm sido fundamentalmente detectados e caracterizados por PCR-RFLP. Na videira a sintomatologia induzida por fitoplasmas, transmitidos especificamente por alguns cicadelídeos, está fundamentalmente associada a atraso na rebentação e enrolamento e clorose ("yellows") ou avermelhamento das folhas no Verão. Entre os vários fitoplasmas caracterizados, destaca-se na Europa a doença conhecida por "Flavescence dorée" (FD), especificamente transmitida pela cigarrinha Schaphoideus titanus Ball. Os meios de luta para as fitoplasmoses na videira passam essencialmente pela utilização de material de propagação vegetativa isento do agente patogénico e do vector.. Palavras-chave: fitoplasmas, MLOs, "flavescence dorée", "grapevine yellows" FITOPLASMAS: O QUE SÃO? Fitoplasmas são parasitas vegetais, unicelulares, englobados na classe Mollicutes que apresentam forma esférica ou elipsoidal com polimorfismo em virtude de não possuírem parede celular. Estes parasitas obrigatórios encontram-se nas células do floema das plantas (Caudwell, 1988; Agrios, 1997). Muitas doenças das plantas de etiologia desconhecida, associadas a "yellows", "deformações" e/ou "declínio" e frequentemente transmitidas por insectos, foram durante muito tempo consideradas possíveis viroses. Em 1967, Doi et al. (citados por Borges, 1975), observaram pela primeira vez, ao microscópio electrónico de transmissão, corpos pleomórficos, com nm de diâmetro, em preparações de células de floema de várias plantas com "amarelos" e também em preparações de insectos, conhecidos vectores dessas doenças. Estes organismos foram então chamados MLOs - "mycoplasma like organisms", por serem semelhantes aos micoplasmas já identificados como agentes patogénicos de várias doenças animais e no Homem. Em 1994, o "Subcomittee on the Taxonomy of Mollicutes" (Avinent e Llácer, 1994), decidiu adoptar o nome fitoplasma, em substituição de MLOs, para estes parasitas vegetais, tendo-se então iniciado trabalhos de caracterização molecular de fitoplasmas (Davis e Sinclair, 1998). VINIDEA.NET REVISTA INTERNET TÉCNICA DO VINHO, 2002, Nº1

2 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.2 Cousin (1995a) evidencia as principais diferenças entre fitoplasmas, bactérias clássicas, bactérias fastidiosas do tecido vascular e vírus, todos parasitas vegetais que podem originar "declínio" e "yellows" nas plantas. QUE SINTOMAS PROVOCAM? O nome dado às fitoplasmoses está associado aos sintomas morfológicos na planta hospedeira. Assim, são frequentes nas doenças provocadas por fitoplasmas alterações de cor da folhagem (ex: "amarelo das sécias", "mal azul do tomateiro"); alterações de cor das flores (ex: "pétalas verdes do morangueiro", "virescência da hortense"); nanismo e declínio (ex: "declínio da pereira"); proliferação dos ramos laterais (ex: "superbrotamento da batateira"), regressão das flores ao estado vegetativo (ex: "regressão floral do tabaco"), etc (Borges, 1975). Na videira (Vitis vinifera L.), a sintomatologia está fundamentalmente associada a atraso na rebentação seguida de enrolamento e clorose (ou avermelhamento nas castas tintas) das folhas no Verão. Todas as castas actualmente cultivadas são sensíveis, embora com vários graus, à flavescência dourada - FD, o fitoplasma mundialmente mais disseminado da videira, (Torrubiano, 1998), cuja sintomatologia característica pode ser observada na Fig. 1 e na Fig. 2 (Caudwell, 1988). Na Primavera, o abrolhamento das plantas infectadas é tardio e as folhas ficam atrofiadas e, a partir do Verão, apresentam descoloração, enrolamento para a página inferior e endurecem (Fig. 1). Nas castas brancas a doença é evidenciada por cor amarelo-dourado em manchas angulares ao longo das nervuras principais, por vezes com necrose das nervuras (Fig. 2). Nas castas tintas manifesta-se avermelhamento precoce generalizado ou sectorial e limitado pelas nervuras principais. É importante não confundir na videira a sintomatologia devido a fitoplasmas com os estragos directos provocados pela picada das cigarrinhas verdes (Empoasca vitis Gothe, E. solani Curtis, E. decepiens Paoli e Jacobiasca lybica Bergevin & Zanon), praga actualmente muito frequente nas vinhas em Portugal (Freitas e Sobrinho, 1999; Amaro, 2001). A fitotoxicidade provocada por esta praga picadora-sugadora do floema, origina, fundamentalmente no bordo das folhas, manchas avermelhadas (ou amarelas, nas castas brancas) bem delimitadas pelas nervuras secundárias (Fig. 3) ficando as folhas para o final do ciclo vegetativo com aspecto "queimado". A intensidade destes estragos depende da apetência das cigarrinhas pelas diversas castas. É também importante não confundir a sintomatologia provocada pela flavescência dourada com a sintomatologia provocada pelo vírus do enrolamento foliar da videira, serótipo 3 VINIDEA.NET REVISTA INTERNET TÉCNICA DO VINHO, 2002, Nº1

3 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.3 (Grapevine leafroll associated virus 3 - GLRaV-3), a virose mais disseminada nas vinhas portuguesas. Neste caso a sintomatologia típica incluí, para além da coloração avermelhada precoce nas castas tinta (ou amarela nas castas brancas) e do enrolamento da folha que fica com aspecto pentagonal, a manutenção da cor verde das nervuras principais (Fig. 4). As videiras com fitoplasmoses podem apresentar também os pâmpanos não lenhificados associados a manchas negras. Se os sintomas aparecem antes ou durante a floração toda a inflorescência seca. Se os sintomas aparecem no final do Verão, o pedúnculo seca e as uvas enrugam e ficam com polpa fibrosa (Caudwell, 1988). Importa porém notar que a simples presença de fitoplasmas na videira não estabelece "doença" já que podem ser detectados fitoplasmas em plantas sem sintomas. Assim, a etiologia da doença numa determinada região só pode ser estabelecida após se ter conseguido a transmissão do fitoplasma, por insecto vector ou por enxertia, de planta dadora para planta receptora. QUE TIPOS DE PREJUÍZOS PROVOCAM? Os fitoplasmas associados à videira, ao multiplicarem-se no floema, bloqueiam os tubos crivosos. Em consequência os produtos resultantes da fotossíntese acumulam-se nas folhas e não chegam aos locais de consumo e reserva (Barrios et al., 1998) verificando-se forte diminuição do rendimento e degenerescência progressiva da planta que pode, nas castas mais sensíveis morrer em poucos anos. Das várias fitoplasmoses conhecidas na videira, a flavescência dourada é a economicamente mais importante porque está associada a um vector de hábito alimentar oligófago, S. titanus. Esta cigarrinha é de origem Norte-Americana mas encontra-se bem disseminada na Europa do Sul e Países de Leste (Boudon-Padieu, 2000). O Decreto-Lei n.º 517/99 de 4 de Dezembro que regula o regime fitossanitário português considera a FD nos "Organismos prejudiciais existentes na Comunidade e importantes para toda a Comunidade" (Anexo II, Parte A, Secção II). COMO SÃO TRANSMITIDOS? Na Natureza os fitoplasmas são transmitidos de planta a planta especificamente, e de modo propagativo, por insectos homópteros da Família Cicadellidae (cigarrinhas), mas também podem ter como vectores insectos das Famílias Psyllidae (psilas) e Fulgoridae. VINIDEA.NET REVISTA INTERNET TÉCNICA DO VINHO, 2002, Nº1

4 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.4 Actualmente são conhecidos como vectores da flavescência dourada a cigarrinha Scaphoideus titanus Ball (= S. littoralis Ball) (Boudon-Padieu, 2000), e o insecto Metcalfa pruinosa (Say), recentemente introduzido na Europa (Guadagnini et al., 2000). O insecto fulgoromórfo, polífago, Hyalesthes obsoletus Signoret é vector de outro fitoplasma na videira, o agente causal da doença bois noir - BN (Sforza e Boudon-Padieu, 1998; Maixner et al., 2001). Estudos feitos em França e citados por Avinent e Llácer (1994) mostram que S. titanus só tem uma geração anual: o adulto deposita os ovos no cortex e nos gomos de inverno da videira; a eclosão dá-se em Abril-Maio, sucedendo-se cinco estados larvares (ninfas), que colonizam rapidamente as folhas (sobretudo na pagina inferior) até à morte do adulto em Setembro-Outubro. É portanto no Verão que se pode dar a infecção. Os fitoplasmas crescem e multiplicam-se no canal alimentar, hemolinfa, glândulas salivares e espaços intercelulares dos seus insectos vectores. O período de aquisição dos fitoplasmas pelos vectores (ninfas e adultos) é geralmente de várias horas, normalmente superior a 24h, e apresentam um período de latência de dias dependendo da temperatura - mais curto com temperaturas elevadas (Agrios, 1997; Avinent e Llácer, 1994). Este período de incubação é necessário para a multiplicação e distribuição do fitoplasma pelo corpo do insecto, passando depois para a hemolinfa e infectando vários orgãos, nomeadamente as glândulas salivares, sendo transportado na saliva quando o insecto pica nova planta para se alimentar. Uma vez infeccioso o vector transmite o patogéneo toda a vida. Após a inoculação pelo vector, os sintomas resultantes da acção do fitoplasma na videira só se manifestam normalmente no ano seguinte (Rivenez e Bonjotin, 1997), podendo o período de incubação ser de três anos (Boudon-Padieu, 2000). Avinent e Llácer (1994) referem que ainda não foi detectada para fitoplasmas transmissão mecânica ou transmissão por semente ou polén. Como todas as doenças infecciosas, os fitoplasmas são também transmitidos por enxertia, embora a percentagem de transmissão seja condicionada pela época da enxertia, devido irregular distribuição dos fitoplasmas nas espécies de folha caduca (Avinent e Llácer, 1994). Assim, a infecção primária numa vinha pode ter origem em material vegetal infectado ou ser introduzida por insectos vectores. Por sua vez a disseminação da doença cepa a cepa na vinha é feita fundamentalmente pelos insectos vectores. A propagação da doença de região para região pode dar-se pelo transporte de material infectado. Em Portugal, a cigarrinha S. titanus foi identificada pela primeira vez em 2000, em exemplares colhidos nas regiões do Entre Douro e Minho - Arcos de Valdevezs e do Douro - Vila Real (Quartau et al., 2001). Na Fig.5 reproduz-se um adulto e uma ninfa de S. titanus capturados na região do Douro em Julho de 2001 (Quinta de Prados, Vila Real).

5 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.5 É importante referir que várias espécies de cigarrinhas verdes, nomeadamente Empoasca vitis, E. solani, E. decepiens e Jacobiasca lybica, importantes pragas da videira em Portugal (Freitas e Sobrinho, 1999; Amaro, 2001), não são vectores de fitoplasmoses da videira. COMO IDENTIFICAR A DOENÇA? Trabalhos de inventariação e estudos de epidemiologia de uma doença têm especificidades diferentes. Detectar a doença pode ser suficiente para avaliação da qualidade do material de propagação vegetativa a utilizar mas a identificação e caracterização do agente patogénico necessitará de análises mais específicas. Assim, o processo utilizado para a detecção e identificação das fitoplasmoses na videira depende dos objectivos. Os vários métodos de detecção e identificação de fitoplasmas na videira são: - detecção pela sintomatologia. A observação na Primavera-Verão de sintomas típicos associados à captura de vectores na vinha pode dar uma indicação de possível infecção por fitoplasmas, mas não é um processo de diagnóstico, sendo necessário complementar com teste laboratorial. Os sintomas normalmente só aparecem um a três anos após a plantação de material infectado (Boudon-Padieu, 2000) - detecção por indexagem biológica. Consiste em testar material de propagação vegetativa em plantas indicadoras sensíveis ao fitoplasma. Para a flavescência dourada da videira a planta indicadora mais utilizada é o híbrido Baco 22A, mas também se utiliza V.vinifera cv. Chardonay e cv. Aramon. No entanto, atendendo à irregular distribuição dos fitoplasmas na videira não é possível utilizar qualquer vara dormente para esta transmissão artificial; deverá utilizar-se enxertia de gomo ou de fenda, a partir de Maio, em virtude de durante o repouso vegetativo os fitoplasmas se concentrarem nas raízes, orgão da planta onde os tubos crivosos se mantêm activos (Caudwell e Martelli,1993; Avinent e Llácer, 1994). - detecção in situ com microscopia de fluorescência, utilizando um fluorocrómo específico do DNA, como por exemplo DAPI (4,6-diamidino-2-fenilindol.2HCl) ou bisbenzimide (Cousin, 1995b; Avinent e Llácer, 2000). Esta técnica não permite distinguir os fitoplasmas de bactérias fastidiosas do tecido vascular, também agentes de doenças na videira, nomeadamente a doença de Pierce. - detecção por microscópio electrónico de transmissão (MET). Os fitoplasmas podem ser observados ao MET em cortes semi-finos ou em cortes ultra-finos dos tecidos do floema das plantas infectadas ou em preparações de insectos infectados.

6 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.6 - identificação por ELISA. O diagnóstico serológico, nomeadamente por ELISA (Enzyme linked immunosorbent assay) é possível, nomeadamente para alguns fitoplasmas de fruteiras e de algumas plantas ornamentais. A identificação dos fitoplasmas por ELISA pode ser realizada no material vegetal e nos insectos vectores. Tem sido difícil obter suficiente material purificado para a produção de bons antissoros para os fitoplasmas da videira em virtude de estes se encontrarem em baixa quantidade e com distribuição irregular na planta e ao longo do ciclo vegetativo (Boudon-Padieu, 2000). Para a videira ainda não existem antissoros comercialmente disponíveis com facilidade (catálogos de 2001). No entanto, em França foram desenvolvidos anticorpos específicos para "flavescence dorée" e para "bois noir" e a técnica ELISA está a ser rotineiramente usada pelos Serviços de Protecção de Plantas franceses para despiste destes fitoplasmas (Boudon- Padieu, 2000). - identificação por PCR RFLP. O diagnóstico baseado na técnica PCR (polymerase chain reaction), seguida de digestão com enzimas de restrição (RFLP), tem sido, após o desenvolvimento de iniciadores ("primers") universais para amplificação do DNA ribosomal de fitoplasmas, o método actualmente mais utilizado na identificação e caracterização molecular de fitoplasmas (Davis e Sinclair, 1998; Lee et al., 1998). Também o uso de PCR para amplificação de DNA não ribossomal tem sido eficiente para o estudo de variabilidade entre isolamentos (Boudou-Padieu, 2000). "Nested" - PCR e a construção de iniciadores altamente específicos para vários fitoplasmas da videira estão em curso (Boudou-Padieu, 2000). Firrao et al. (citados por Boudou- Padieu, 2000) desenvolveram um "dot-blot" com uma sonda resultante de produtos de PCR de rdna amplificado com iniciadores universais. As amostras de videira para testar por PCR - RFLP devem ser colhidas em Setembro-Outubro. Há contudo referência a detecção realizada em Maio em plantas com sintomas (Barrios et al, 1998). QUE FITOPLASMAS SÃO ACTUALMENTE ASSOCIADOS À VIDEIRA? Na videira, a fitoplasmose economicamente mais importante tem sido a flavescência dourada, sendo o agente causal e o vector originários da América do Norte mas estabelecidos na Europa. Boudon-Padieu (2000) inventariou no último encontro do ICVG os seguintes fitoplasmas associados à videira: - FD - "flavescence dorée". Doença detectada em França desde os anos 50 mas considerada virose até Fitoplasma classificado no grupo EY ou 16SrV (Elm yellows group). A sua distribuição geográfica (vários isolamentos) parece ser por

7 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.7 enquanto o sul de França, norte de Itália, norte de Espanha e Alemanha. O principal vector é Schaphoideus titanus mas também já foi referido Metcalfa pruinosa. - PGY- "palatinate grapevine yellows". Fitoplasma também do grupo EY mas distinto molecularmente da FD. O seu vector é Oncopsis alni. Por enquanto este fitoplasma parece restrito à região Palatinate na Alemanha. - BN - "bois noir" e VK - "vergilbungskrankheit". Fitoplasmas do grupo Stolbur (16SrXII) encontrados em França, Alemanha, Suíça, Itália, Sicília, Hungria, Croácia, Grécia e Israel. São transmitidos não por uma cigarrinha mas sim pelo insecto folgoromórfo, polífago, Hyalesthes obsoletus (Sforza e Boudon-Padieu, 1998; Maixner et al, 2001). - Fitoplasmas do grupo AY (aster yellow) identificados em videiras em Itália, Eslovénia, Croácia e Israel. - Fitoplasmas do grupo WX (western-x phytoplasmas) identificados em videiras no norte de Itália, Israel e também nos EUA (Virginia grapevine yellows -VGYIII). - Está ainda em caracterização outro fitoplasma incluído no grupo 16SrXII, detectado na Austrália, por enquanto intitulado "Australian grapevine yellows" (AUSGY). QUAIS OS MEIOS DE LUTA DISPONÍVEIS? O controlo de fitoplasmoses da videira não é tarefa fácil. Por enquanto parece que a FD é economicamente importante apenas em França e no norte de Itália mas a sua presença, assim como a do seu eficiente vector, já detectado noutros países indicia a possibilidade de rápida disseminação. O longo período de incubação da doença (até três anos) faz com que se possa plantar uma vinha com material infectado e só identificar a presença da doença alguns anos depois. Em França, o INRA e o ENTAV têm usado a termoterapia, mergulhando os porta-enxertos e os garfos em água a 50 º C durante 45 minutos, como medida de controlo da FD e do BN (Geoffrion, 1998). A monitorização dos viveiros, com observação da presença de sintomas da doença (e posterior confirmação laboratorial) e de vectores (sobretudo na página inferior das folhas) deverá ser uma prática de rotina. Infestantes que podem funcionar como reservatório de fitoplasmas e/ou de insectos vectores (Maixner et al., 2001) devem também ser monitorizadas, principalmente em viveiros. QUAL É A SITUAÇÃO EM PORTUGAL? Os fitoplasmas da videira em Portugal são organismos de quarentena. Até á data ainda não foi identificado nenhum fitoplasma na videira em Portugal mas, que seja do nosso

8 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.8 conhecimento, este assunto não tem sido estudado laboratorialmente. Adultos e ninfas de S. titanus, eficiente vector da FD, foram encontrados no Norte de Portugal (na região do Entre-Douro e Minho e na região do Douro) em 2000 e 2001 (Quartau et al., 2001) sendo por isso recomendável avaliar se tal aparecimento foi esporádico ou se S. titanus já está instalado. Atendendo à importância económica da videira em Portugal, à facilidade de circulação de material de propagação vegetativa e ao potencial perigo da FD uma vez que o seu vector já foi detectado, consideramos premente a realização de prospecções mais intensas, quer do vector quer do patogéneo, sendo as observações de campo completadas com testes laboratoriais para identificação de fitoplasmas na videira. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agrios, G. N Plant pathology. 4º edição, Academic Press, London, 635 p. Amaro, P. (Ed) A protecção integrada da vinha na região Norte. ISA /PRESS, 148 p. Avinant, L. e Llácer, G Fitoplasmas y espiroplasmas fitopatógeneos. In Patología vegetal. Tomo I. Coedición 2000, Phytoma-España e Grupo Mundi-Prensa, Barcelona, pp Barrios, G., Giralt, L., Rahola, J., Reyes, J. e Torres, E Evolución de la Flavescencia dorada de la viña en Cataluña. Phytoma - España, 99: Borges, M. L. V Micoplasmas, Rickettsias e doenças das plantas. Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, Colecção "Natura", Nova Série, Vol. 2, 32 p. Boudon-Padieu, F Recent advances on grapevine yellows: detection, etiology, epidemiology and control strategies. In 13th ICVG Meeting, Adelaide, Austrália,12-17 Março, pp Caudwell, A Grapevine yellows diseases. In Compendium of Grape Diseases. APS Press, St. Paul, Minnesota, USA, pp Caudwell, A. e Martelli, G.P Diseases induced by phloem- and xylem-limited prokaryotes. In Graft-transmissible diseases of grapevines. Handbook for detection and diagnosis. G. P. Martelli (Ed), ICVG / FAO, Roma, pp Cousin, M. T. 1995a. Phytoplasmes et phytoplasmoses. 1-Classification, symptômes et vection. Phytoma - La Défense des Végétaux, 472: Cousin, M.T. 1995b. Phytoplasmas et phytoplasmoses. 2-Diagnostic et méthodes de lutte. Phytoma - La Défense des Végétaux, 472: Davis, R. E. e Sinclair, W.A Phytoplasma identity and disease etiology. Phytopathology, 88:

9 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.9 Freitas, J. e Sobrinho, A Protecção integrada da vinha. Cigarrinha verde. Cadernos Técnicos. DRATM e CEVD, Régua, 9 p Geoffrion, R Eau chaude contre phytoplasmes. Phytoma - La Défense des Végétaux, 509: Guadagnini, M., Mori, N., Alberghini, S., Carturan, E., Gyrolami, V. e Bertaccini, A Molecular evidence of phytoplasma transmission to grapevine by Metcalfa pruinosa (Say) in Italy. In 13th ICVG Meeting, Adelaide, Austrália,12-17 Março, pp Lee, I-M, Gundersen-Rindal, E. e Bertaccini, A Phytoplasma: ecology and genomic diversity. Phytopathology, 88: Maixner, M., Darimont, H. e Mohr, H Studies on the transmission of Bois noir to weeds and potential grond-cover plants by Hyalesthes obsoletus Signoret (Auchenorryncha: Cixiidae). In Reunião do Grupo de Trabalho "Protecção Integrada em Viticultura", IOBC/OILB, Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, 3-7 Março, pp Quartau. J. A., Guimarães, J. M. e André, G On the occurrence in Portugal of the Nearctic Scaphoideus titanus Ball (Homoptera, Cicadellidae), the natural vector of the Grapevine "Flavescence dorée" (FD). In Reunião do Grupo de Trabalho "Protecção Integrada em Viticultura", IOBC/OILB, Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, 3-7 Março, pp.91. Rivenez, M-O. e Bonjotin, S Jaunisse de la vigne: flavescence dorée, bois noir? Phytoma - La Défense des Végétaux, 496: Sforza, R. e Boudon-Padieu, E Le principal vecteur de la maladie du Bois noir. Phytoma - La Défense des Végétaux, 510: Torrubiano, A. T Flavescencia dorada. In Los Parasites de la Vid. Estratégias de Proteccion Razorada. 4ª edição, Coedición MAPA e Mundi-Prensa, Madrid, pp

10 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.10 Fig. 1 - Clorose e enrolamento em folhas de Baco 22 A infectadas com "Flavescence dorée" (A. Caudwell, 1988). Fig. 2 - Manchas angulares e necrose das nervuras principais em folhas de Baco 22 A infectadas com "Flavescence dorée" (A. Caudwell, 1988). Fig. 3 - Manchas bem delimitadas pelas nervuras secundárias resultantes da fitotoxicidade da picada da cigarrinha verde, Empoasca vitis (A. Caudwell, 1988).

11 NAZARÉ PEREIRA, FITOPLASMAS ASSOCIADOS À VIDEIRA, PÁG.11 Fig. 4 - Enrolamento foliar com avermelhamento precoce e manutenção das nervuras principais bem verdes como resultado da infecção por GLRaV3 (foto de M. Carvalho, Vila Real,1997). Fig. 5 - Adulto e ninfa de S. titanus (foto de L. Torres, Vila Real, 2001).

Estação de Avisos da Bairrada, Flavescência Dourada

Estação de Avisos da Bairrada,   Flavescência Dourada Estação de Avisos da Bairrada, email: eabairrada@drapc.min-agricultura.pt Flavescência Dourada Anabela Andrade Junho, 2012 Uma doença epidémica de disseminação rápida nas vinhas uma doença das folhas,

Leia mais

A Flavescência Dourada da vinha - Uma Nova Preocupação na Região dos Vinhos Verdes

A Flavescência Dourada da vinha - Uma Nova Preocupação na Região dos Vinhos Verdes Jornadas Técnicas Estratégia Fitossanitária 2008 A Flavescência Dourada da vinha - Uma Nova Preocupação na Região dos Vinhos Verdes João Garrido EVAG, 9 de Abril de 2008 O que é a Flavescência Dourada?

Leia mais

Flavescência Dourada Como actuar para a sua irradicação

Flavescência Dourada Como actuar para a sua irradicação Flavescência Dourada Como actuar para a sua irradicação EVAG-Jornadas Técnicas 6 de Dezembro 2012 João Garrido O que é a Flavescência Dourada? - É uma doença provocada por um Fitoplasma = Bactéria sem

Leia mais

Insecto vector Scaphoideus titanus Ball., evolução e controlo

Insecto vector Scaphoideus titanus Ball., evolução e controlo Insecto vector Scaphoideus titanus Ball., evolução e controlo Vanda Batista DSDARL/DAAP/Estação de Avisos do Dão 11 Julho 2018 Organismo Nocivo de Quarentena Fitoplasma Olmo (Elm yellows) Flavescência

Leia mais

A Flavescência Dourada da videira

A Flavescência Dourada da videira A Flavescência Dourada da videira Cristina Carlos J. Freitas (DRAPN) Flavescência Dourada Patogéneo (fitoplasma) Flavescência Dourada Hospedeiro (vinha) J. Freitas (DRAPN) Vector (Scaphoideus titanus)

Leia mais

Situação da Flavescência Dourada e do Scaphoideus titanus na Região Norte de Portugal

Situação da Flavescência Dourada e do Scaphoideus titanus na Região Norte de Portugal Workshop Plataforma de conhecimento Winetwork Situação da Flavescência Dourada e do Scaphoideus titanus na Região Norte de Portugal 23 de Outubro de 2017 Vila Real Maria Manuel Mesquita Direção de Serviços

Leia mais

A doença Flavescência Dourada da videira

A doença Flavescência Dourada da videira Workshop Flavescência dourada, Scaphoideus titanus Ball Vila Real, 19 de junho 2013 A doença Flavescência Dourada da videira Ana Maria Nazaré Pereira Departamento de Agronomia Escola de Ciências Agrárias

Leia mais

BALL., VECTOR DA FLAVESCÊNCIA DOURADA, NA REGIÃO DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

BALL., VECTOR DA FLAVESCÊNCIA DOURADA, NA REGIÃO DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO SCAPHOIDEUS TITANUS BALL., VECTOR DA FLAVESCÊNCIA DOURADA, NA REGIÃO DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Cristina CARLOS 1, Jorge COSTA 1, Miriam CAVACO 2 & Fernando ALVES 1 Resumo A Flavescência Dourada é

Leia mais

FICHA TÉCNICA. Tratamento com água quente (termoterapia)

FICHA TÉCNICA. Tratamento com água quente (termoterapia) FICHA TÉCNICA Tratamento com água quente (termoterapia) Prevenção contra a propagação do fitoplasma da Flavescência Dourada Rede de intercâmbio e transferência de conhecimento inovador entre regiões vitícolas

Leia mais

Prospecção do fitoplasma da Flavescência Dourada e do insecto vector Scaphoideus titanus Ball., e medidas de erradicação

Prospecção do fitoplasma da Flavescência Dourada e do insecto vector Scaphoideus titanus Ball., e medidas de erradicação Prospecção do fitoplasma da Flavescência Dourada e do insecto vector Scaphoideus titanus Ball., e medidas de erradicação Cláudia SÁ (1) ; Anabela ANDRADE (2) ; Joaquim GUERNER (3) (1) DGADR, Divisão da

Leia mais

Prospecção do fitoplasma da Flavescência Dourada e do insecto vector Scaphoideus titanus Ball. e medidas de erradicação

Prospecção do fitoplasma da Flavescência Dourada e do insecto vector Scaphoideus titanus Ball. e medidas de erradicação Prospecção do fitoplasma da Flavescência Dourada e do insecto vector Scaphoideus titanus Ball. e medidas de erradicação Cláudia SÁ (1) ; Anabela ANDRADE (2) ; Joaquim GUERNER (3) (1) DGADR, Divisão da

Leia mais

As práticas mais populares na Europa na luta contra a Flavescência Dourada

As práticas mais populares na Europa na luta contra a Flavescência Dourada As práticas mais populares na Europa na luta contra a Flavescência Dourada Resultado das observações realizadas em campo no âmbito do Projecto Winetwork O projecto WINETWORK tem a ambição de estimular

Leia mais

Cartilha. Cenário e Manejo de Doenças Disseminadas pela Cigarrinha no Milho

Cartilha. Cenário e Manejo de Doenças Disseminadas pela Cigarrinha no Milho Cartilha Cenário e Manejo de Doenças Disseminadas pela Cigarrinha no Milho Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Milho e Sorgo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Cartilha

Leia mais

Scaphoideus titanus, vector da Flavescência Dourada da videira

Scaphoideus titanus, vector da Flavescência Dourada da videira Scaphoideus titanus, vector da Flavescência Dourada da videira Cristina Carlos J. Freitas (DRAPN) Insecto vector da FD Scaphoideus titanus Família: Cicadellidae Cigarrinha-verde Origem: Região dos Grandes

Leia mais

1 Medidas possíveis de serem utilizadas visando minimizar a incidência dos

1 Medidas possíveis de serem utilizadas visando minimizar a incidência dos 1 Medidas possíveis de serem utilizadas visando minimizar a incidência dos enfezamentos em campos de produção de sementes de milho, discutidas entre os participantes da reunião da APPS realizada em Uberlândia,

Leia mais

PRAGA QUARENTENÁRIA A1 * Pear decline Phytoplasma

PRAGA QUARENTENÁRIA A1 * Pear decline Phytoplasma Comunicado 152 PRAGA QUARENTENÁRIA A1 * ISSN 9192-0099 Brasília, DF Dezembro, 2006 Pear decline Phytoplasma Vera Lúcia de Almeida Marinho 1 Maria de Fátima Batista 2 Robert Miller 3 Distribuição Geográfica

Leia mais

Tulipa variegada, infectada por um vírus

Tulipa variegada, infectada por um vírus VIROLOGIA VEGETAL Tulipa variegada, infectada por um vírus - vírus significa veneno; INTRODUÇÃO - descoberta vírus: plantas de fumo com mosaico; - 1892: seiva permanecia infecciosa mesmo após a passagem

Leia mais

Flavescencia dourada em Portugal: Ponto de Situação da doença e medidas de controlo à produção e circulação de materiais de propagação de videira

Flavescencia dourada em Portugal: Ponto de Situação da doença e medidas de controlo à produção e circulação de materiais de propagação de videira Flavescencia dourada em Portugal: Ponto de Situação da doença e medidas de controlo à produção e circulação de materiais de propagação de videira Kátia Gomes Teixeira, DIFMPV/DSSV Peso da Régua, 10 de

Leia mais

NORMAS ESPECÍFICAS E PADRÕES PARA PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE MULTIPLICAÇÃO E MUDAS DE VIDEIRAS (Vitis spp)

NORMAS ESPECÍFICAS E PADRÕES PARA PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE MULTIPLICAÇÃO E MUDAS DE VIDEIRAS (Vitis spp) NORMAS ESPECÍFICAS E PADRÕES PARA PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE MULTIPLICAÇÃO E MUDAS DE VIDEIRAS (Vitis spp) 1. DOS OBJETIVOS Estas normas têm por objetivo complementar as Normas

Leia mais

Comunicado 157 Técnico

Comunicado 157 Técnico Comunicado 157 Técnico ISSN 9192-0099 Dezembro, 2007 Brasília, DF PRAGA QUARENTENÁRIA A1 Grapevine flavescence dorée phytoplasma Vera Lúcia de A. Marinho 1 Maria de Fátima Batista 2 Distribuição geográfica

Leia mais

Disseminação das doenças do lenho da videira

Disseminação das doenças do lenho da videira Disseminação das doenças do lenho da videira Artur Alves Departamento de Biologia & CESAM, Universidade de Aveiro Doenças do lenho Uma das maiores ameaças à viticultura a nível mundial Patologias complexas

Leia mais

Atualizado em 11/05/2015 Prof. Associado, Dr. Paulo Sergio Torres Brioso (http://lattes.cnpq.br/ )

Atualizado em 11/05/2015 Prof. Associado, Dr. Paulo Sergio Torres Brioso (http://lattes.cnpq.br/ ) UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENTOMOLOGIA E FITOPATOLOGIA ÁREA DE FITOPATOLOGIA IB 237 (PATOLOGIA FLORESTAL) Atualizado em 11/05/2015 Prof. Associado,

Leia mais

Cultivo do Milho. Sumário. Doenças. Rayado Fino Virus)

Cultivo do Milho. Sumário. Doenças. Rayado Fino Virus) E~ Cultivo do Milho Embrapa Milho e Sorgo Sistemas de Produção, 2 ISSN 1679-012X Versão Eletrônica - 3 a edição Set./2007 Sumário Apresentação Economia da produção Zoneamento agrícola Clima e solo Ecofisiologia

Leia mais

Transmissão de um Isolado do Maize rayado fino virus por Daubulus maidis

Transmissão de um Isolado do Maize rayado fino virus por Daubulus maidis Transmissão de um Isolado do Maize rayado fino virus por Daubulus maidis Thiago P. Pires 1 ; Elizabeth de Oliveira 2 ; Isabel.R.P. Souza 2 ; e Paulo C. Magalhães 2 1 Estagiário na Embrapa Milho e Sorgo

Leia mais

CULTIVO DE ISOLADOS GEOGRÁFICOS DE Spiroplasma kunkelii WHITCOMB in vitro

CULTIVO DE ISOLADOS GEOGRÁFICOS DE Spiroplasma kunkelii WHITCOMB in vitro CULTIVO DE ISOLADOS GEOGRÁFICOS DE Spiroplasma kunkelii WHITCOMB in vitro ANA LUIZA M. CASTANHEIRA 1, ISABEL R.P. DE SOUZA 2,, ELIZABETH DE OLIVEIRA 2,CHARLES MARTINS DE OLIVEIRA 2, EDILSON PAIVA 2 1 Universidade

Leia mais

Bettencourt, S. 1 ; Simões, A. 2 ; Pereira, A. 3 ; Mendonça, D. 1 ; Monjardino, P. 1 ; Lopes, M.S. 1 ; da Câmara Machado, A. 1

Bettencourt, S. 1 ; Simões, A. 2 ; Pereira, A. 3 ; Mendonça, D. 1 ; Monjardino, P. 1 ; Lopes, M.S. 1 ; da Câmara Machado, A. 1 Bettencourt, S. 1 ; Simões, A. 2 ; Pereira, A. 3 ; Mendonça, D. 1 ; Monjardino, P. 1 ; Lopes, M.S. 1 ; da Câmara Machado, A. 1 1- IBB-CBA L.A. Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia, Centro de Biotecnologia

Leia mais

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus Estratégias Isolamento em sistemas vivos Pesquisa de antígeno viral Pesquisa de anticorpos Pesquisa do ácido nucléico viral (DNA ou RNA) Pré requisitos para

Leia mais

Anomalia do "topo crespo" em Batatais 1/5 por José Alberto Caram de Souza Dias A anomalia denominada "topo crespo", foi constatada na região de casa Branca e Vargem Grande do Sul, tendo inclusive sido

Leia mais

Xylella fastidiosa. O Plano de contingência e o modo de. produzir no futuro.

Xylella fastidiosa. O Plano de contingência e o modo de. produzir no futuro. Título da Apresentação O Plano de contingência e o modo de Substítulo produzir no futuro. Eufémia Capucho Plano de contingência (PC) da Xylella fastidiosa foi publicado em 2016 e tem como objetivo estabelecer

Leia mais

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIANGULO. Fitopatologia Básica. Professora : Fernanda G. Martins Maia

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIANGULO. Fitopatologia Básica. Professora : Fernanda G. Martins Maia CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIANGULO Fitopatologia Básica Professora : Fernanda G. Martins Maia DIAGNOSE doenças de plantas FITOPATOLOGIA Sintomatologia Etiologia DIAGNOSE Controle Pré-requisito essencial

Leia mais

Candidatus Phytoplasma Rubi : uma ameaça para a produção de Rubus em Portugal

Candidatus Phytoplasma Rubi : uma ameaça para a produção de Rubus em Portugal Candidatus Phytoplasma Rubi : uma ameaça para a produção de Rubus em Portugal Esmeraldina Sousa, Céu Mimoso, Célia Mateus & Pedro B. Oliveira Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.,

Leia mais

ASSESCA GAZA Proliferação de Geminivirus Fitopatogénicos em Angola. Prof. Doutor Adérito Pais da Cunha

ASSESCA GAZA Proliferação de Geminivirus Fitopatogénicos em Angola. Prof. Doutor Adérito Pais da Cunha ASSESCA GAZA 2014 Proliferação de Geminivirus Fitopatogénicos em Angola Prof. Doutor Adérito Pais da Cunha Instituto Superior Politécnico do Kwanza Sul Introdução Abandono dos campos agrícolas, Disseminação

Leia mais

Ponto de situação da Flavescência Dourada e das doenças do lenho em Portugal e na Europa

Ponto de situação da Flavescência Dourada e das doenças do lenho em Portugal e na Europa A SELEÇÃO DA PORVID - CLONES E MATERIAL POLICLONAL DE CASTAS 11 de Dezembro de 2015 Ponto de situação da Flavescência Dourada e das doenças do lenho em Portugal e na Europa Cristina Carlos A SELEÇÃO DA

Leia mais

Monitoramento da Incidência de Enfezamentos Causados por Molicutes e de Cigarrinhas na Cultura de Milho no Estado de Sergipe

Monitoramento da Incidência de Enfezamentos Causados por Molicutes e de Cigarrinhas na Cultura de Milho no Estado de Sergipe III Seminário de Iniciação Científica e Pós-Graduação da Embrapa Tabuleiros Costeiros 101 Monitoramento da Incidência de Enfezamentos Causados por Molicutes e de Cigarrinhas na Cultura de Milho no Estado

Leia mais

VITICULTURA. Melhoramento em viticultura. Por: Augusto Peixe

VITICULTURA. Melhoramento em viticultura. Por: Augusto Peixe VITICULTURA Melhoramento em viticultura Por: Augusto Peixe OBJECTIVOS DO MELHORAMENTO Tal como na grande maioria das espécies, os objectivos do melhoramento para a videira, passam pela obtenção de variedades

Leia mais

Artrópodes Vetores 02/10/ Vírus (70% dependentes de vetores) 2. Bactérias 3. Protozoários 4. Fungos 5. Nematóides

Artrópodes Vetores 02/10/ Vírus (70% dependentes de vetores) 2. Bactérias 3. Protozoários 4. Fungos 5. Nematóides LEF 0592 Entomologia Aplicada GRUPOS DE FITOPATÓGENOS TRANSMITIDOS POR VETORES. Vírus (70% dependentes de vetores) 2. Bactérias 3. Protozoários 4. Fungos 5. Nematóides João Roberto Spotti Lopes Rodrigo

Leia mais

Artigo Técnico. A Flavescência Dourada e a sua gestão na vinha: conter a doença e evitar a sua disseminação

Artigo Técnico. A Flavescência Dourada e a sua gestão na vinha: conter a doença e evitar a sua disseminação Artigo Técnico Este projecto recebeu financiamento ao abrigo do programa europeu de investigação e inovação Horizonte 2020, através do acordo de subvenção N 652601 A Flavescência Dourada e a sua gestão

Leia mais

Detecção de Molicutes de Milho Por Testes Serológicos

Detecção de Molicutes de Milho Por Testes Serológicos Detecção de Molicutes de Milho Por Testes Serológicos XXIV Congresso Nacional de Milho e Sorgo - 01 a 05 de setembro de 2002 - Florianópolis - SC Antonio A. C. Purcino1, Anne C. Pinto2, Isabel R. P. De

Leia mais

PROTEÇÃO DOS CITRINOS

PROTEÇÃO DOS CITRINOS PROTEÇÃO DOS CITRINOS PSILA E GREENING Aguiar, Ana. 2016. Proteção dos citrinos: psila e greening. Guião de apoio às aulas e ao estudo. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. 19pp. Nome científico:

Leia mais

Doenças do Lenho da Videira Gisela Chicau

Doenças do Lenho da Videira Gisela Chicau Doenças do Lenho da Videira Gisela Chicau Direcção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho Divisão de Protecção das Culturas -Sector de Micologia Rua da Restauração, 336 4050-501 PORTO mico@draedm.min-agricultura.pt

Leia mais

Pré-tratamento Tratamento Pós-tratamento

Pré-tratamento Tratamento Pós-tratamento Introdução A Flavescência dourada é uma doença de quarentena (anexo IIAII da Diretiva n.º 2000/29/CE, do Conselho, de 8 de maio de 2000) que afeta a videira e tem como agente causal o fitoplasma Grapevine

Leia mais

tecno logica mente contro lado

tecno logica mente contro lado Controlo da traça dos cachos, cigarrinha verde e cicadelídeo da flavescência dourada novo tecno logica mente contro lado Eficaz, Conveniente, Flexível. O que é o Luzindo O Luzindo é um novo insecticida

Leia mais

I SÉRIE ÍNDICE. Assembleia da República. Ministério da Economia e do Emprego

I SÉRIE ÍNDICE. Assembleia da República. Ministério da Economia e do Emprego I SÉRIE Sexta-feira, 26 de abril de 2013 Número 81 ÍNDICE Assembleia da República Declaração n.º 3/2013: Declaração sobre a caducidade do processo relativo à Apreciação Parlamentar n.º 44/XII.... 2624

Leia mais

PRODUÇÃO DE MUDAS NA PROPRIEDADE A PARTIR DA ENXERTIA VERDE

PRODUÇÃO DE MUDAS NA PROPRIEDADE A PARTIR DA ENXERTIA VERDE PRODUÇÃO DE MUDAS NA PROPRIEDADE A PARTIR DA ENXERTIA VERDE PRODUÇÃO DE MUDAS NA PROPRIEDADE A PARTIR DA ENXERTIA VERDE A enxertia verde A enxertia verde, também chamada herbácea ou de verão, é realizada

Leia mais

Ficha de Divulgação n.º 19. Cidadela ou cigarrinha verde

Ficha de Divulgação n.º 19. Cidadela ou cigarrinha verde Ficha de Divulgação n.º 19 VINHA Estação de Avisos Agrícolas do Algarve Eugénia Neto Cidadela ou cigarrinha verde A denominação de cidadela ou cigarrinha verde corresponde a um conjunto de espécies de

Leia mais

Técnicas de estimativa do risco e níveis económicos de ataque para protecção integrada do olival em Portugal (adaptado de Gomes & Cavaco, 2003)

Técnicas de estimativa do risco e níveis económicos de ataque para protecção integrada do olival em Portugal (adaptado de Gomes & Cavaco, 2003) Técnicas de estimativa do risco e níveis económicos de ataque para protecção integrada do olival em Portugal (adaptado de Gomes & Cavaco, 2003) Técnica de estimativa do risco Observação visual Outras Época

Leia mais

DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE FITOPLASMAS ASSOCIADOS AO AMARELO DA VIDEIRA

DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE FITOPLASMAS ASSOCIADOS AO AMARELO DA VIDEIRA DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE FITOPLASMAS ASSOCIADOS AO AMARELO DA VIDEIRA RAQUEL DE CÁSSIA NERONI Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São

Leia mais

PROGRAMA NACIONAL DE MONITORIZAÇÃO (2019) Vespa do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus) Edmundo Manuel R. de Sousa

PROGRAMA NACIONAL DE MONITORIZAÇÃO (2019) Vespa do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus) Edmundo Manuel R. de Sousa PROGRAMA NACIONAL DE MONITORIZAÇÃO (2019) Edmundo Manuel R. de Sousa edmundo.sousa@iniav.pt INIAV É um inseto (ordem Hymenoptera, família Cynipidae, sub-família Cynipinae, tribo Cynipini). O adulto tem

Leia mais

Pseudomonas syringae pv actinidiae Nova bacteriose da Actinidea

Pseudomonas syringae pv actinidiae Nova bacteriose da Actinidea Pseudomonas syringae pv actinidiae Nova bacteriose da Actinidea Chicau, G. DRAPN Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário Laboratório de Protecção das Culturas Estrada Exterior da Circunvalação,

Leia mais

GESTÃO DAS COLMEIAS EM ZONAS CONTAMINADAS POR FOGO BACTERIANO

GESTÃO DAS COLMEIAS EM ZONAS CONTAMINADAS POR FOGO BACTERIANO Seminário de Apicultura GESTÃO DAS COLMEIAS EM ZONAS CONTAMINADAS POR FOGO BACTERIANO Sandra Patrocínio Engª Agrícola Seminário de Apicultura O que é o fogo bacteriano? Qual o papel das abelhas na disseminação

Leia mais

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 3 Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Amarelos da videira: identificação e análise filogenética dos fitoplasmas, transmissão dos agentes causais e otimização da diagnose

Leia mais

A Fertilidade e Sanidade do Castanheiro

A Fertilidade e Sanidade do Castanheiro A Fertilidade e Sanidade do Sessão de esclarecimento- Vinhais, 23 de Janeiro CARLOS VAL Cancro do Castanheiro Cryphonectria parasítica (Murr) Barr. A Fertilidade e Sanidade do SINTOMATOLOGIA O mais característico,

Leia mais

VESPA DA GALHA DO CASTANHEIRO Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu. DSDARL Divisão Apoio Agricultura e Pescas São Pedro do Sul 21 junho 2018 Vanda Batista

VESPA DA GALHA DO CASTANHEIRO Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu. DSDARL Divisão Apoio Agricultura e Pescas São Pedro do Sul 21 junho 2018 Vanda Batista VESPA DA GALHA DO CASTANHEIRO Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu DSDARL Divisão Apoio Agricultura e Pescas São Pedro do Sul 21 junho 2018 Vanda Batista Vespa das galhas do castanheiro Dryocosmus kuriphilus

Leia mais

Estudos preliminares sobre os cicadelídeos que constituem pragas das vinhas em Portugal (Homoptera, Cicadellidae)

Estudos preliminares sobre os cicadelídeos que constituem pragas das vinhas em Portugal (Homoptera, Cicadellidae) Boi. San. Veg. Plagas, 18: 407-417, 1992 Estudos preliminares sobre os cicadelídeos que constituem pragas das vinhas em Portugal (Homoptera, Cicadellidae) J. A. QUARTAU e M. T. REBELO Nos últimos anos

Leia mais

Doenças do lenho da videira

Doenças do lenho da videira Doenças do lenho da videira Gravidade d crescente; meios de luta 19 de Março de 2009 Jorge Carvalho Sofia DRAPC Colaboração com a equipa de Doenças do Lenho da Videira do ISA: Profª Doutora Helena Oliveira,

Leia mais

Parâmetros ambientais na alteração da dinâmica dos sistemas europeus das doenças associadas a ixodídeos. Referência do projecto PTDC/CLI/64257/2006

Parâmetros ambientais na alteração da dinâmica dos sistemas europeus das doenças associadas a ixodídeos. Referência do projecto PTDC/CLI/64257/2006 Parâmetros ambientais na alteração da dinâmica dos sistemas europeus das doenças associadas a ixodídeos Referência do projecto PTDC/CLI/64257/2006 Instituições Instituição Proponente Instituto Nacional

Leia mais

LFN 424 FITOPATOLOGIA - AULAS PRÁTICAS

LFN 424 FITOPATOLOGIA - AULAS PRÁTICAS LFN 424 FITOPATOLOGIA - AULAS PRÁTICAS DATA ASSUNTO CAPÍTULOS A Agosto 03-04 Sintomas, sinais e diagnose 03 10-11 Postulados de Koch: Associação constante + isolamento 03 17-18 Postulados de Koch: Inoculação

Leia mais

Certificação de material de propagação de videira. Kátia F. Gomes Teixeira

Certificação de material de propagação de videira. Kátia F. Gomes Teixeira Certificação de material de propagação de videira Kátia F. Gomes Teixeira Vila Real, 23 de outubro de 2017 Objectivo da obrigação de certificação oficial na União Europeia Garantir a segurança e a qualidade

Leia mais

Conceitos, Danos e Classificação Modesto Barreto

Conceitos, Danos e Classificação Modesto Barreto Conceitos, Danos e Classificação Modesto Barreto FCAV/ UNESP - Jaboticabal Depto de Fitossanidade (0xx16) 3209-2640 R - 25 modesto@fcav.unesp.br Conceitos de Doença Introdução A doença é o tema central

Leia mais

Cadeia epidemiológica

Cadeia epidemiológica Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Veterinária Cadeia epidemiológica Epidemiologia e ecologia Fábio Raphael Pascoti Bruhn MÁGICO-RELIGIOSAS Pré-história (até 3500 a.c) e idade média (500 a 1500

Leia mais

Contribuição da Biotecnologia no Desenvolvimento da Viticultura no Vale do São Francisco

Contribuição da Biotecnologia no Desenvolvimento da Viticultura no Vale do São Francisco Contribuição da Biotecnologia no Desenvolvimento da Viticultura no Vale do São Francisco Natoniel Franklin de Melo Introdução A biotecnologia é uma das grandes áreas da ciência que tem contribuído de maneira

Leia mais

Nematóide é o nome utilizado para os helmintos parasitas de plantas. Nematóides são animais do Sub-Reino Metazoa e Filo Nemata

Nematóide é o nome utilizado para os helmintos parasitas de plantas. Nematóides são animais do Sub-Reino Metazoa e Filo Nemata FITONEMATOLOGI A Nematóide é o nome utilizado para os helmintos parasitas de plantas Nematóides são animais do Sub-Reino Metazoa e Filo Nemata CARACTERÍSTICAS Forma: cilíndricos com as extremidades afiladas

Leia mais

Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Curso de Agronomia

Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Curso de Agronomia Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Curso de Agronomia PROGRAMA DE DISCIPLINA Ano/Semestre 1989.2 I Identificação Centro Ciências Agrárias Departamento Departamento de Fitotecnia

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE BOTUCATU FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA - Proteção de Plantas

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE BOTUCATU FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA - Proteção de Plantas PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA - Proteção de Plantas PLANO DE ENSINO IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA DISCIPLINA: VIROLOGIA VEGETAL CURSO: Mestrado ( x ) Doutorado ( x ) DEPARTAMENTO RESPONSÁVEL: Proteção

Leia mais

Propagação da Videira. Profª. Paula Iaschitzki Ferreira Instituto Federal de Santa Catarina

Propagação da Videira. Profª. Paula Iaschitzki Ferreira Instituto Federal de Santa Catarina Propagação da Videira Profª. Paula Iaschitzki Ferreira Instituto Federal de Santa Catarina Definição Propagação é a multiplicação dirigida de plantas pela via sexual ou pela vegetativa. Como ocorre? Dois

Leia mais

MÍLDIO DA BATATEIRA AGENTE RESPONSÁVEL CICLO BIOLÓGICO. Phytophthora infestans

MÍLDIO DA BATATEIRA AGENTE RESPONSÁVEL CICLO BIOLÓGICO. Phytophthora infestans MÍLDIO DA BATATEIRA Phytophthora infestans AGENTE RESPONSÁVEL O míldio, causado pelo fungo Phytophora infestants, é sem dúvida a doença de maior importância na cultura da batata. O fungo ataca durante

Leia mais

Ponto de situação na Região Norte. da Flavescência dourada da videira. e do vector Scaphoideus titanus Ball

Ponto de situação na Região Norte. da Flavescência dourada da videira. e do vector Scaphoideus titanus Ball Ponto situação na Região Norte da Flavescência urada da viira e vector Scaphoius titanus Ball Junho 2009 SCAPHOIDEUS TITANUS Originário norte s Estas Unis da América; Na Europa, algumas referências apontam

Leia mais

CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO HOSPEDEIRO: VÍRUS E VIRÓIDES

CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO HOSPEDEIRO: VÍRUS E VIRÓIDES CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO HOSPEDEIRO: VÍRUS E VIRÓIDES MACROMOLÉCULAS: - Ácido nucléico RNA ou DNA Fita simples Fita dupla OS VÍRUS Capa protéica Ácido nucléico - Capa protéica - Envelope (alguns) -

Leia mais

Monitoramento de Enfezamentos Causados por Molicutes e de Cigarrinhas na Cultura do Milho nos Estados de Sergipe e Bahia na Safra 2013

Monitoramento de Enfezamentos Causados por Molicutes e de Cigarrinhas na Cultura do Milho nos Estados de Sergipe e Bahia na Safra 2013 IV Seminário de Iniciação Científica e Pós-Graduação da Embrapa Tabuleiros Costeiros 124 Monitoramento de Enfezamentos Causados por Molicutes e de Cigarrinhas na Cultura do Milho nos Estados de Sergipe

Leia mais

Áurea Leonor Cerqueira Gomes

Áurea Leonor Cerqueira Gomes Escola de Ciências Áurea Leonor Cerqueira Gomes Estudos bioquímicos e moleculares sobre a Flavescência Dourada com vista à sua deteção precoce em videira Dissertação no âmbito do Mestrado em Biologia Molecular,

Leia mais

ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO

ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO CIRCULAR Nº 01 / 2014 FRUTEIRAS Tratamentos de Inverno Os tratamentos de inverno têm como objetivo reduzir o inóculo de algumas doenças e pragas presentes nas culturas,

Leia mais

Evolução das condições meteorológicas Inverno/Primavera

Evolução das condições meteorológicas Inverno/Primavera 213 Introdução No âmbito da concretização do Plano de Acção do Cluster dos Vinhos da Região do Douro, a ADVID, enquanto entidade gestora, promove com os associados e parceiros, um conjunto de acções cujos

Leia mais

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais Profa. Claudia Vitral Importância do diagnóstico laboratorial virológico Determinar a etiologia e acompanhar o curso de uma infecção viral Avaliar a eficácia

Leia mais

O ALGODÃO-DA-OLIVEIRA (EUPHYLLURA OLIVINA COSTA) (HOMOPTERA: PSYLLIDAE) UMA NOVA PRAGA DOS OLIVAIS DO PORTO MARTINS, ILHA TERCEIRA, AÇORES*

O ALGODÃO-DA-OLIVEIRA (EUPHYLLURA OLIVINA COSTA) (HOMOPTERA: PSYLLIDAE) UMA NOVA PRAGA DOS OLIVAIS DO PORTO MARTINS, ILHA TERCEIRA, AÇORES* O ALGODÃO-DA-OLIVEIRA (EUPHYLLURA OLIVINA COSTA) (HOMOPTERA: PSYLLIDAE) UMA NOVA PRAGA DOS OLIVAIS DO PORTO MARTINS, ILHA TERCEIRA, AÇORES* HORTA LOPES, D.J. 1, PIMENTEL, R. 1, MACEDO, N. 1, MARTINS, J.T.

Leia mais

PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS

PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS PULGÕES SIFÚNCULOS Pulgão: Myzus persicae http://entomologreuni.blogspot.com.br/2011_0 9_01_archive.html http://aphid.aphidnet.org/toxopte ra_citricidus.php http://www.invasive.org/browse/subthumb.cf

Leia mais

Balanço Fitossanitário Alentejo 2016

Balanço Fitossanitário Alentejo 2016 Balanço Fitossanitário Alentejo 2016 Do ano vitícola de 2015/2016 destacam-se as condições meteorológicas verificando-se este verão o mais quente desde que existem registos (135 anos). As temperaturas

Leia mais

As práticas mais populares na Europa na luta contra as Doenças do Lenho da Videira (DL)

As práticas mais populares na Europa na luta contra as Doenças do Lenho da Videira (DL) As práticas mais populares na Europa na luta contra as Doenças do Lenho da Videira (DL) Resultado das observações realizadas em campo no âmbito do Projecto Winetwork O projecto WINETWORK tem a ambição

Leia mais

Influência da Temperatura nos Sintomas Causados pelo Enfezamento Pálido do Milho

Influência da Temperatura nos Sintomas Causados pelo Enfezamento Pálido do Milho ISSN 1679-1150 Influência da Temperatura nos Sintomas Causados pelo Enfezamento Pálido do Milho 51 Introdução Os enfezamentos causados por molicutes podem causar perdas expressivas na cultura do milho

Leia mais

Instituto Politécnico de Bragança

Instituto Politécnico de Bragança II Encontro Europeu da Castanha. Produção e Marketing de Material de Propagação do Castanheiro. Qualidade, garantia sanitária e legislação Instituto Politécnico de Bragança Maria Eugénia Gouveia A utilização

Leia mais

CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO-HOSPEDEIRO

CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO-HOSPEDEIRO CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO-HOSPEDEIRO Desenvolvimento de doenças infecciosas Caracterizado pela ocorrência de uma série de eventos sucessivos e ordenados Infecção Colonização É um processo cíclico = ciclo

Leia mais

A portaria 29, de 17 de dezembro de 2013 SVS/MS, regulamenta o diagnóstico da infecção pelo HIV, no Brasil.

A portaria 29, de 17 de dezembro de 2013 SVS/MS, regulamenta o diagnóstico da infecção pelo HIV, no Brasil. Aula 3 Base racional da portaria 29 de 17/12/2013 SVS/MS A portaria 29, de 17 de dezembro de 2013 SVS/MS, regulamenta o diagnóstico da infecção pelo HIV, no Brasil. Ao se elaborar uma portaria para normatizar

Leia mais

CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO HOSPEDEIRO: FUNGOS E PROCATIOTOS

CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO HOSPEDEIRO: FUNGOS E PROCATIOTOS CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO HOSPEDEIRO: FUNGOS E PROCATIOTOS CARACTERÍSCAS DOS FUNGOS - Estrutura somática = hifas septadas ou não septadas - Micélio = conjunto de hifas - Parede celular = quitina e glucano

Leia mais

Auxiliares Bayer Controlo da Cigarrinha Verde (Empoasca spp)

Auxiliares Bayer Controlo da Cigarrinha Verde (Empoasca spp) 1 - INTRODUÇÃO Em Portugal, a vinha é uma das mais importantes culturas do País, quer a nível sociocultural como economicamente. Ocupando uma área com cerca de 260 mil hectares, dos quais 6.9 mil hectares

Leia mais

Vírus da Peste suína Clássica - VPSC. Diagnóstico Laboratorial

Vírus da Peste suína Clássica - VPSC. Diagnóstico Laboratorial Vírus da Peste suína Clássica - VPSC Diagnóstico Laboratorial Freitas, T. R. P. 2009 Diagnóstico laboratorial Variabilidade dos sinais clínicos e das lesões post- mortem Doenças confundíveis Exame diferencial

Leia mais

PESQUISA EM: ANDAMENTO

PESQUISA EM: ANDAMENTO 02848 CNPUV 1986 FL-02848 a Agropecuária - EMB RAPA 5J Centro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho - CNPUV Aua Livramento, 515 Caixa Postal 130 95700 - Bento Gonçalves. RS. N. 14, mar./86, p. 1-4 ISSN 0101-9694

Leia mais

Análises moleculares - DNA

Análises moleculares - DNA Análises moleculares - DNA Como o mapeamento genético contribui para a genética médica? A caracterização de um gene e suas mutações aumenta a compreensão da doença Aplicações: -Desenvolvimento de diagnóstico

Leia mais

Abobrinha-de-moita: um novo hospedeiro de fitoplasma do grupo 16SrIII

Abobrinha-de-moita: um novo hospedeiro de fitoplasma do grupo 16SrIII Universidade de São Paulo Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI Departamento de Fitopatologia e Nematologia - ESALQ/LFN Artigos e Materiais de Revistas Científicas - ESALQ/LFN 2009 Abobrinha-de-moita:

Leia mais

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais Profa. Claudia Vitral Importância do diagnóstico laboratorial virológico Determinar a etiologia e acompanhar o curso de uma infecção viral Avaliar a eficácia

Leia mais

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE INSTITUTO DE BIOTECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA DETECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE UM FITOPLASMA DO GRUPO

Leia mais

Protecção das Plantas. UD2 Bactérias fitopatogénicas

Protecção das Plantas. UD2 Bactérias fitopatogénicas Protecção das Plantas UD2 Bactérias fitopatogénicas 1 Introdução Bactérias fitopatogénicas Introdução As bactérias são organismos procarióticos (classificação estrutural) que taxonomicamente se enquadram

Leia mais

PODRIDÃO NEGRA DA VIDEIRA BLACK - ROT Guignardia bidwellii (Ellis) Viala & Ravaz

PODRIDÃO NEGRA DA VIDEIRA BLACK - ROT Guignardia bidwellii (Ellis) Viala & Ravaz Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas Divisão de Protecção e Qualidade da Produção Estação de Avisos da Bairrada PODRIDÃO NEGRA DA VIDEIRA BLACK - ROT Estação de Avisos da Bairrada: Isabel Magalhães

Leia mais

Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro

Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro DSAP DPQP Scaphoideus titanus Ball./ Flavescência Dourada na DRAP Centro Trabalho realizado por: Anabela Andrade, Joaquim Almeida, Jorge Sofia, Vanda

Leia mais

Técnicas Moleculares: PCR, Sequenciamento e Southern Blot Técnicas Sorológicas

Técnicas Moleculares: PCR, Sequenciamento e Southern Blot Técnicas Sorológicas UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E FITOSSANITARISMO AF 073- Biotecnologia Vegetal Técnicas Moleculares: PCR, Sequenciamento e Southern Blot Técnicas

Leia mais

24/11/2005 Por: Augusto Peixe

24/11/2005 Por: Augusto Peixe Genética e Melhoramento de Plantas 24/11/2005 Por: Augusto Peixe Melhoramento em espécies multiplicadas vegetativamente -Dois tipos de plantas -As que podem também reproduzir-se sexualmente -Aquelas em

Leia mais

Incidência de viroses e enfezamentos e estimativa de perdas causadas por molicutes em milho no Paraná (1)

Incidência de viroses e enfezamentos e estimativa de perdas causadas por molicutes em milho no Paraná (1) Incidência de viroses e enfezamentos e estimativa 19 Incidência de viroses e enfezamentos e estimativa de perdas causadas por molicutes em milho no Paraná (1) Elizabeth de Oliveira (2), Renato de Oliveira

Leia mais

CVC. É comum o citricultor confundir os sintomas da CVC com deficiência de zinco ou sarampo.

CVC. É comum o citricultor confundir os sintomas da CVC com deficiência de zinco ou sarampo. CVC A Clorose Variegada dos Citros (CVC), conhecida como amarelinho, é uma doença causada pela bactéria Xylella fastidiosa, que atinge todas as variedades comerciais de citros. Restrita ao xilema (tecido

Leia mais

Estudos epidemiológicos preliminares de estenfiliose da pereira

Estudos epidemiológicos preliminares de estenfiliose da pereira Estudos epidemiológicos preliminares de estenfiliose da pereira Tiago Comporta, Pedro Reis, Mariana Mota, Cristina Oliveira e Cecília Rego 1 Ciclo biológico da Estenfiliose Inverno Formação das pseudotecas

Leia mais

Doença??? O que é isto? Definições. Doença: Doença: Conceito de Doença em Fitopatologia: 26/5/2014

Doença??? O que é isto? Definições. Doença: Doença: Conceito de Doença em Fitopatologia: 26/5/2014 Doença??? O que é isto? Disciplina: Fitopatologia Geral Principais Agentes Etiológicos de Doenças de Plantas Doença: desvio do estado normal Doença: conjunto de sintomas e sinais que tem uma só causa Sintomas:

Leia mais

DETECÇÃO SIMULTÂNEA DE VÍRUS EM VIDEIRA POR HIBRIDIZAÇÃO COM POLISSONDA

DETECÇÃO SIMULTÂNEA DE VÍRUS EM VIDEIRA POR HIBRIDIZAÇÃO COM POLISSONDA DETECÇÃO SIMULTÂNEA DE VÍRUS EM VIDEIRA POR HIBRIDIZAÇÃO COM POLISSONDA THOR VINÍCIUS MARTINS FAJARDO 1 ; OSMAR NICKEL 1 ; NICOLA FIORE 2 ; JESÚS ÁNGEL SANCHEZ-NAVARRO 3 INTRODUÇÃO Dentre os patógenos

Leia mais