Sócio Económico PARECER. Ano 2011
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- Sophia Espírito Santo Veiga
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1 PARECER Ano DESEMPREGO O desemprego tornou-se um pesadelo dos trabalhadores portugueses. Em Almada de Dezembro de 2008 a Dezembro de 2011, o desemprego aumentou 53,60%. O desemprego no País atingiu valores nunca antes registados em Portugal e o estado da economia com falência de pequenas e médias empresas em catadupa, alastra e arrasta o desemprego para números assustadores. No dia 1 de Fevereiro de 2012 o Instituto Nacional de Estatística divulgava que o número de pessoas disponíveis para trabalhar, mas sem emprego, já ultrapassava um milhão no último trimestre de 2011, ainda fonte do INE o desemprego no País aumentou para 14%, cerca de 771 mil desempregos. Os dados do desemprego revelados são motivo de maior preocupação: porque as camadas jovens à procura do primeiro emprego a par das pessoas com 50 anos ou mais são as mais atingidas aos jovens não têm perspectivas de emprego e os escalões etários de 50 anos ou mais, não refazem a vida ativa, perdem as capacidades de trabalhar, perdem a esperança e vão engrossar o exercito dos desesperados. O INE divulgou outros dados, inquietantes como: A taxa de desemprego de longa duração está nos 7,4% que representa pessoas nesta situação e do número de disponíveis para trabalhar e desistiram de o fazer, aumentou para 83 mil, quase o triplo do registado 3 anos antes. Estes números reforçam a preocupação do Conselho. Face ao número do desemprego em dezembro de 2011, e da escalada crescente já em 2012 o Conselho regista a sua grande preocupação e chama a atenção do Governo dos receios (medos) que se vem instalando na população, do desconforto social e da própria coesão, que face aos números do desemprego podem perturbar e desequilibrar a sociedade com gravíssimas consequências sociais. 1
2 2 SAÚDE Em complemento dos assuntos referidos no relatório anterior que se transcreve: Infelizmente, e não obstante em diversos relatórios anteriores este Grupo de Trabalho e o próprio Conselho Municipal terem referenciado as fragilidades sentidas no nosso Concelho ao nível da Saúde, a situação hoje registada não se alterou positivamente. Mantêm-se as carências no que respeita à construção das novas e indispensáveis Unidades da Saúde, e a decisão de mandar encerrar as Unidades de Saúde existentes às 20:00 horas - representou um claro prejuízo para as populações, contribuindo decisivamente para uma degradação evidente ao nível do atendimento aos doentes. Esta decisão representou, no concreto, a transferência de milhares de doentes das Unidades de Saúde para o Hospital Garcia de Orta, sobrecarregando e dificultando seriamente o funcionamento e a capacidade de resposta objectiva do Serviço de Urgência daquele Hospital. Agravando substancialmente as dificuldades resultantes do aumento do fluxo de doentes que deviam ser observados ao nível das unidades de saúde pelo menos até às 24:00Horas, junta-se ainda o facto de recorrerem ao Hospital Garcia de Orta os doentes dos Concelhos do Seixal e Sesimbra que também deixaram de poder ser observados nos centros de saúde dos seus Concelhos pelos mesmos motivos que se verifica em Almada, acrescidos ainda da falta de pessoal médicos e auxiliar nas urgências. A imposição do encerramento dos cuidados de saúde e a falta de pessoal médico agrava substancialmente a pressão sentida no atendimento de urgência do Hospital Garcia de Orta. Se antes o tempo médio de espera dos utentes para serem atendidos se situava nas 6 a 8 horas, neste momento esse período de espera situa-se nas 10 a 12 horas, tornando uma realidade já considerada absurda numa situação que ronda a obscenidade. 2
3 As noticias vindas a publico deixam-nos cada vez mais preocupados com a situação vivida nos centros de saúde com a diminuição dos horários de funcionamento e conforme no momento próprio referimos iria entupir o serviço de urgência do Hospital Garcia de Orta e tornar mais doloroso para os doentes e familiares aguardarem a sua vez para serem atendidos. Para piorar a situação, foi anunciado com base na proposta da nova rede hospitalar que o Hospital Garcia de Orta encerrará o serviço de urgência polivalente, nomeadamente retirando a especialidade de neurocirurgia, deixando o Concelho de Almada com 180 mil habitantes sem essa assistência, tendo de recorrer às urgências dos Hospitais de Santa Maria e de S. José, em Lisboa. Quanto custa esta medida à economia e ao bolso das populações que necessitam de cuidados urgentes, quantas vidas se perderão nos trajetos para as outras unidades hospitalares? Aliás, a medida por este conselho preconizada em anos anteriores era a passagem do Hospital Garcia de Orta a hospital Central. Se à população de Almada juntarmos as populações do Seixal e de Sesimbra cria-se um problema colossal com prejuízo no direito á saúde dos cidadãos. 3
4 3. FARMÁCIAS Chegou ao conhecimento do Conselho Municipal dos Cidadãos, uma exposição feita pela delegada representante das 42 farmácias do Concelho a propósito das margens de comercialização do medicamento previstas pelo Governo, usando pressupostos baseados em situações diferentes. Dá-nos conta que a Associação Nacional de Farmácias oportunamente, enviou ao Governo uma proposta para o novo sistema de remunerações, elaborada com base num estudo exaustivo dos modelos de remuneração de 13 países europeus, dando resposta aos objectivos inscritos no Memorando, particularmente em termos de contributo na redução dos encargos para o SNS, mas sem pôr em causa a sustentabilidade do sector das Farmácias e dos Grossistas, referindo: A proposta da ANF foi acompanhada de estudos de avaliação sobre o impacto na evolução da despesa pública enviados aos Ministérios da Saúde e da Economia e do Emprego, sem que tivesse obtido qualquer resposta. O novo regime aprovado para além de não respeitar o Memorando da TROIKA, os Ministérios da Saúde e da Economia utilizaram dois pesos e duas medidas, descriminando positivamente a industria e negativamente a distribuição. Para a indústria definiram o PVA (preço de venda ao armazenista) de acordo com o critério dos países de referência e para a distribuição, grossista e farmácias, não só não definiram as margens de acordo com o mesmo critério dos países de referência, como não adotaram critério nenhum. 4
5 Os países de referência devem ser de referência para as farmácias e para os grossistas; se a Espanha, a Itália e a Eslovénia são escolhidos como países de referência, devem sê-lo não só quanto a PVA, mas também quanto às margens, porque o argumento da estabilidade dos preços não é válido apenas para a indústria farmacêutica é válido para todos os sectores e, principalmente, para o sector da distribuição, que é indiscutivelmente mais débil do que o sector industrial e atravessa a maior crise económica e financeira de todos os tempo. O novo regime aprovado pelo Governo consagra assim uma dupla penalização para as farmácias que terá como consequência para a rentabilidade média das farmácias que passa a ser negativa e 1800 farmácias ficam em risco de sobrevivência. Considera a ANF que é fundamental que antes de ser publicado, o Governo proceda à avaliação do impacto do novo regime de remuneração nos grossistas e farmácias. A crise económica e financeira é já hoje uma ameaça real à sustentabilidade das farmácias, que são a primeira porta de entrada dos cidadãos no sistema de saúde. Um agravamento da situação poderá pôr em causa o acesso da população aos medicamentos e serviços de saúde. 5
6 4 POLIS DA COSTA DA CAPARICA O Conselho de Segurança pronuncia-se: Pela necessidade de ser assegurado o pleno cumprimento do Plano Estratégico de Desenvolvimento enquanto instrumento em vigor determinante para a Requalificação Urbana e Valorização Ambiental da Costa da Caparica. Pelo apoio ao Programa e Intervenção Polis na Costa da Caparica, aos seus objectivos ambientais e de melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos, no caminho de um futuro de progresso e polo de excelência em oferta turística, de recreio e lazer da Área Metropolitana de Lisboa. Pela necessariamente determinante e empenhada participação do Governo na concretização da Intervenção Polis na Costa da Caparica, quer por ter jurisdição em cerca de 80% do território da freguesia, quer por ser o acionista maioritário, com 60% do capital na Sociedade, quer ainda pela Intervenção ser de Grande Interesse Público e de carácter Nacional. 6
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